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Estrutura e análise de balanço

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SOBRE O AUTOR
Osni Moura Ribeiro é bacharel em Ciências Contábeis e professor de Contabilidade Geral,
Comercial, Intermediária, Avançada, Gerencial, Pública, Tributária, de Custos, Auditoria e Análise
das Demonstrações Contábeis.
Já ocupou cargo de contador, analista contábil, inspetor contábil, auditor e agente fiscal de
rendas da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo. Atua como auditor e consultor de vários
órgãos públicos e empresas particulares.
É também palestrante e autor das seguintes obras publicadas pela Editora Saraiva:
Contabilidade Básica Fácil – 29a edição, Contabilidade Comercial Fácil – 18a edição, Técnicas
Comerciais Fácil volumes I e II – 7a edição, Contabilidade de Custos Fácil – 9a edição, Estrutura e
Análise de Balanços Fácil – 11a edição, Contabilidade Geral Fácil – 9a edição, Auditoria Fácil – 2a
edição (coautor), Contabilidade Fundamental – 4a edição, Contabilidade Básica, versão
universitária – 3a edição, Contabilidade Intermediária – 4a edição, Contabilidade Avançada – 5a
edição, Demonstrações Financeiras – 3a edição, Contabilidade de Custos, versão universitária – 4a
edição, Contabilidade Gerencial – 2a edição (coautor), Contabilidade Tributária – 2a edição
(coautor), Contabilidade para Concursos e Exame de Suficiência – 1a edição (coautor) e Princípios
de Contabilidade (Comentados) – 1a edição (coautor). 
APRESENTAÇÃO
Com o objetivo de apresentar uma introdução ao estudo da Análise de Balanços, elaboramos
esta obra que, a partir da 5a edição — reformulada e ampliada, passou a ser denominada de
Estrutura e Análise de Balanços Fácil.
Uma das características preponderantes em todos os livros da Série Fácil é a maneira clara e
objetiva com que os assuntos são tratados: sempre no momento adequado, de modo gradual,
obedecendo à sequência lógica que a disciplina exige, partindo de situações mais fáceis para
situações menos fáceis e permitindo ao estudante inteirar-se da matéria estudada com facilidade.
O programa desenvolvido atende às exigências do curso superior de Bacharel em Ciências
Contábeis, e também pode ser aplicado com vantagens em outros cursos de nível médio ou superior,
como introdução ao estudo da Análise de Balanços, além de servir como fonte de pesquisas aos
profissionais que atuam na área e àqueles que se preparam para prestar concursos.
Com o intuito de tornar este trabalho ainda mais didático, prático e objetivo, dividimos o
conteúdo em três partes:
•Parte I — Introdução: traz breves informações acerca do conceito e da finalidade da Análise de
Balanços, bem como sobre os assuntos que serão estudados. No Capítulo 2, é apresentada uma
revisão dos conhecimentos contábeis, estudados em períodos anteriores, que são indispensáveis
para o estudo da Análise de Balanços.
• Parte II — Estrutura das Demonstrações Financeiras: apresenta o conceito, o embasamento legal,
a estrutura, o modelo padronizado e o estudo dos componentes de cada uma das demonstrações
financeiras exigidas a partir de 1o/01/2008 pela Lei no 6.404/1976. Inclui também orientações para
elaboração e comentários precisos sempre voltados aos interesses do analista.
•Parte III — Análise e Interpretação de Balanços: trata das técnicas que compõem todo o Processo
de Análise de Balanços, envolvendo Análise por Quocientes, Análise Vertical, Análise Horizontal,
Comparação com Padrões e Relatórios.
Há ainda as Atividades Teóricas e Práticas apresentadas ao longo de toda a obra, após itens
ou capítulos. As atividades teóricas ajudam a fixar melhor os assuntos estudados; as atividades
práticas permitem que você vivencie situações semelhantes às que ocorrem na vida profissional,
envolvendo apuração do Resultado do Exercício e sua destinação, elaboração das demonstrações
financeiras, cálculos de quocientes, coeficientes e números-índices, além de Análise e Interpretação
de dados extraídos das demonstrações financeiras.
Com relação à Análise por Quocientes, preocupamo-nos em fornecer uma visão global da
Análise de Balanços, selecionando cuidadosamente, dentre os inúmeros Quocientes existentes, os
suficientes para uma boa interpretação da situação econômica e financeira de qualquer tipo de
entidade. Assim, desconsiderando a aglomeração de um número elevado de quocientes, bem como
de palavras ou expressões técnicas que servem apenas para causar embaraços ao raciocínio, sem
desprezar, obviamente, breves comentários acerca de tópicos importantes, julgamos que os assuntos
tratados nesta obra são suficientes para que você compreenda com facilidade os procedimentos
necessários a uma boa análise e interpretação das demonstrações financeiras.
Em 2008, procedemos importante atualização nesta obra, especialmente para ajustá-la às
mudanças trazidas pela Lei no 11.638/2007 e pela Medida Provisória no 449/2008, convertida na
Lei no 11.941/2009 que promoveram importantes alterações na Lei das Sociedades por Ações,
especialmente na parte que trata de matéria contábil, para adequar os procedimentos contábeis
praticados no Brasil aos padrões internacionais de contabilidade adotados nos principais mercados
de valores mobiliários do mundo.
Em 2014, procedemos novas atualizações nesta obra, que resultaram na 11a edição, para
adequá-la às Normas Brasileiras de Contabilidade técnicas do tipo NBC TG, aprovadas pelo CFC
(Conselho Federal de Contabilidade), com fundamento nos Pronunciamentos Técnicos CPCs do
CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis), convergentes com as Normas Internacionais de
Contabilidade IFRS (International Financial Reporting Standards), emitidas pelo IASB
(International Accounting Standards Board) com sede em Londres, na Inglaterra.
Essas atualizações abrangeram, também, as mudanças introduzidas na legislação brasileira
em geral, desde o ano de 1997 (data da 5a edição), até o ano de 2014.
Ressaltamos, por fim, o exemplo prático apresentado no Capítulo 13, onde todo o processo
de Análise de Balanços foi desenvolvido em sete etapas, passo a passo, facilitando o entendimento
dos procedimentos que serão praticados pelo analista de Balanços.
A nossa preocupação sempre foi e continua sendo você, estudante, a quem dedicamos mais
este trabalho, elaborado cuidadosamente com o objetivo de proporcionar as informações necessárias
para tornar o estudo da Contabilidade cada vez mais fácil e acessível a um número cada vez maior
de pessoas interessadas.
O autor 
SUMÁRIO
PARTE I – INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 1 – A ANÁLISE DE BALANÇOS É FÁCIL
1.1 Introdução
1.2 Conceito
1.3 Finalidade
CAPÍTULO 2 – RESULTADO DO EXERCÍCIO
2.1 Introdução
2.2 Roteiro para apuração do Resultado do Exercício
PARTE II – ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
CAPÍTULO 3 – AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E O BALANÇO PATRIMONIAL
3.1 Demonstrações financeiras
3.2 O Balanço Patrimonial
3.2.1 Conceito
3.2.2 Estrutura do Balanço Patrimonial
3.2.3 Elaboração do Balanço Patrimonial
3.2.4 Modelo de Balanço Patrimonial
3.2.5 Estudo dos componentes do Balanço Patrimonial
CAPÍTULO 4 – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
4.1 Conceito
4.2 Estrutura da DRE
4.3 Elaboração da DRE
4.4 Modelo de DRE
4.5 Estudo dos componentes da DRE
4.5.1 Receita Operacional Bruta ou Receita Bruta de Vendas
4.5.2 Deduções e Abatimentos
4.5.3 Receita Operacional Líquida ou Receita Líquida de Vendas
4.5.4 Custos Operacionais
4.5.5 Lucro Operacional Bruto
4.5.6 Despesas Operacionais
CAPÍTULO 5 – DEMONSTRAÇÕES DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS, DAS
MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO, DO RESULTADO DO PERÍODO E DO
RESULTADO ABRANGENTE DO PERÍODO
5.1 Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados
5.1.1 Conceito
5.1.2 Estrutura da DLPA
5.1.3 Elaboração da DLPA
5.1.4 Modelo de DLPA
5.1.5 Estudo dos componentes da DLPA
5.2 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido
5.2.1 Conceito
5.2.2 Estrutura da DMPL5.2.3 Elaboração da DMPL
5.2.4 Modelo de DMPL
5.3 Demonstração do Resultado do Período e do Resultado Abrangente do Período
5.3.1 Introdução
5.3.2 Demonstração do Resultado do Período (DRP)
5.3.3 Demonstração do Resultado Abrangente do Período
CAPÍTULO 6 – DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA
6.1 Conceito
6.2 Conceito de Caixa e Equivalentes de Caixa
6.3 Estrutura da DFC
6.4 Classificação das entradas e saídas de Caixa por atividades
6.5 Transações que devem integrar a DFC
6.5.1 Atividades operacionais
6.5.2 Atividades de investimento
6.5.3 Atividades de financiamento
6.6 Transações que não devem integrar a DFC
6.7 Métodos de Estruturação da DFC
6.7.1 Método Indireto
6.7.2 Método Direto
6.8 Como elaborar a DFC
6.9 Exemplo Prático
CAPÍTULO 7 – DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO, NOTAS EXPLICATIVAS,
RELATÓRIO DA DIRETORIA E OPINIÃO DOS AUDITORES INDEPENDENTES
7.1 Demonstração do Valor Adicionado (DVA)
7.1.1 Conceito
7.1.2 Riqueza de informações
7.1.4 Estrutura da DVA
7.1.5 Modelo de DVA
7.1.6 Instruções para o preenchimento da DVA
7.1.7 Ativos construídos pela empresa para uso próprio
7.2 Notas Explicativas
7.2.1 Conceito
7.2.2 Notas Explicativas segundo a NBC TG 26
7.3 Relatório da Diretoria
7.4 Opinião do Auditor Independente
PARTE III – ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE BALANÇOS
CAPÍTULO 8 – INTRODUÇÃO À ANÁLISE DE BALANÇOS
8.1 Etapas do Processo de Análise
8.2 Processos de Análise
8.2.1 Conceito
8.2.2 Finalidade
8.2.3 Principais Processos de Análise
8.3 Estática e dinâmica patrimonial
8.3.1 Estática Patrimonial
8.3.2 Dinâmica Patrimonial
CAPÍTULO 9 – EXAME E PADRONIZAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
9.1 Introdução
9.2 Padronização das demonstrações financeiras
CAPÍTULO 10 – ANÁLISE POR QUOCIENTES
10.1 Introdução
10.2 Interpretação de quocientes
10.3 Quocientes de Estrutura de Capitais
10.3.1 Participação de Capitais de Terceiros
10.3.2 Composição do Endividamento
10.3.3 Imobilização do Patrimônio Líquido
10.3.4 Imobilização dos Recursos Não Correntes
10.4 Quocientes de Liquidez (ou solvência)
10.4.1 Liquidez Geral
10.4.2 Liquidez Corrente
10.4.3 Liquidez Seca
10.4.4 Liquidez Imediata
10.5 Quocientes de Rentabilidade
10.5.1 Giro do Ativo
10.5.2 Margem Líquida
10.5.3 Rentabilidade do Ativo
10.5.4 Rentabilidade do Patrimônio Líquido
10.6 Quadro-resumo dos quocientes
10.7 Interpretação isolada de quocientes
10.7.1 Demonstrações Padronizadas para fins de Análise
10.7.2 Interpretação Isolada dos Quocientes
10.7.3 Interpretação Conjunta dos Quocientes
10.8 Outros quocientes de interesse
10.8.1 Quocientes de Rotação ou de Atividades
10.8.2 Quocientes de Capitais Próprios
10.8.3 Quociente de Estabilidade
10.8.4 Quocientes de interesse dos Investidores
CAPÍTULO 11 – ANÁLISE VERTICAL E ANÁLISE HORIZONTAL
11.1 Introdução
11.2 Análise Vertical
11.3 Análise Horizontal
CAPÍTULO 12 – QUOCIENTES-PADRÃO
12.1 Conceito
12.2 Como calcular o Quociente-padrão
CAPÍTULO 13 – RELATÓRIOS DE ANÁLISE
13.1 Conceito
13.2 Como elaborar um Relatório de Análise
13.3 Relatório breve
13.4 Exemplo prático envolvendo todo o processo de análise de balanços
13.4.1 Demonstrações Financeiras
13.4.2 Primeira Etapa: Exame e Padronização
13.4.3 Segunda Etapa: Coleta de Dados
13.4.4 Terceira Etapa: Cálculos dos Indicadores
13.4.5 Quarta Etapa: Interpretação dos Quocientes
13.4.6 Quinta Etapa: Análises Vertical / Horizontal
13.4.7 Sexta Etapa: Comparação com Padrões
13.4.8 Sétima Etapa: Elaboração do Relatório
REFERÊNCIAS
I – Obras Consultadas
II – Legislação Consultada
III – Outros Documentos Consultados
Parte I 
Introdução
1 A análise de balanço é fácil
1.1 Introdução
Para que o analista de Balanços possa realizar adequadamente suas tarefas, é necessário que
ele tenha conhecimento das normas e dos Princípios de contabilidade, saiba escriturar com
desembaraço os Fatos Administrativos responsáveis pela gestão do Patrimônio da entidade, conheça
os mecanismos de apuração do Resultado do Exercício, saiba elaborar as demonstrações
contábeis[1] e conheça profundamente a estrutura de cada uma delas.
Se você possui familiaridade com os elementos que compõem um Balanço e conhece a
origem e a finalidade de cada um deles, encontrará facilidade para analisá-lo e para emitir opiniões
que certamente trarão resultados positivos aos objetivos pretendidos.
Assim como um líder obtém êxito ao proferir uma palestra acerca de um assunto que domina
bem, também o analista contábil obterá resultados satisfatórios quando tiver conhecimento da
composição estrutural da demonstração que pretende analisar.
As demonstrações contábeis são peças elaboradas com dados extraídos dos registros
contábeis da entidade. Para analisá-las, é preciso que você conheça com detalhes os elementos que
as compõem. Desse modo, quanto maior for o seu conhecimento de Contabilidade, mais facilidade
terá para analisar, interpretar e emitir opiniões sobre essas peças. Justifica-se, então, que se ensine a
análise de Balanços ao estudante de Contabilidade somente depois de ministrar-lhe as noções
básicas da Contabilidade.
Ao fazer um curso de Contabilidade com duração, por exemplo, de quatro anos, você
estudará, dentre outras matérias: Contabilidade Básica ou Geral, no primeiro ano; Contabilidade
Comercial ou Intermediária, no segundo ano; e Análise de Balanços, no terceiro ou no quarto ano.
A estrutura do ensino da Contabilidade fundamenta-se nessas três disciplinas. A ordem em
que as apresentamos compõe a sequência lógica e ideal para a aprendizagem.
É evidente que, simultaneamente à Contabilidade Comercial ou Intermediária e à Análise de
Balanços, você poderá estudar outros ramos da Contabilidade, como a Contabilidade Pública, a
Contabilidade Bancária, a Contabilidade de Custos etc.
Assim, considerando que você domina bem os mecanismos contábeis, certamente não
encontrará dificuldades para aprender e desenvolver mais esta matéria.
A análise de balanços inicia-se a partir das demonstrações contábeis, nas quais o analista
coleta dados, adequando-os para os cálculos de quocientes, índices ou coeficientes, que serão
posteriormente interpretados.
O analista de Balanços não é vidente nem adivinho. O que ele faz é analisar dados concretos
aplicando fórmulas de acordo com sua experiência contábil e, a partir disso, é capaz de avaliar o
presente com base no passado e projetar o futuro, fundamentando-se sempre no desempenho dos
últimos períodos analisados.
A tarefa do analista de Balanços começa quando termina a tarefa do contador.
Você já sabe que o processo contábil se inicia com a ocorrência dos Fatos Administrativos
na entidade. A partir desses fatos, apoiado em documentos idôneos, o contabilista efetua os registros
nos livros próprios, encerrando o processo contábil com a apuração do Resultado do Exercício e
com a elaboração das demonstrações contábeis.
O processo contábil encerra-se com a elaboração das demonstrações contábeis.
O trabalho do analista de Balanços começa a partir dessas demonstrações elaboradas pela
Contabilidade. Ele as analisa e as interpreta para apresentar informações a respeito das conclusões
obtidas na respectiva análise.
Assim, com base nas demonstrações contábeis, o analista efetua o exame e a coleta de
dados, transformando-os em quocientes, coeficientes etc., analisa-os e interpreta-os, chegando às
conclusões que são apresentadas por meio de relatórios.
Concluímos, então, que a análise de Balanços pode ser realizada em sete etapas:
1a exame e padronização das demonstrações contábeis;
2a coleta de dados;
3a cálculo dos indicadores: quocientes, coeficientes e números-índices, mediante a aplicação de
fórmulas já consagradas;
4a interpretação dos quocientes;
5a análise vertical/horizontal;
6a comparação com padrões;
7a elaboração de relatóriosinteligíveis por leigos.
Essas etapas do processo de análise de Balanços serão estudadas passo a passo na Parte III
deste livro (Análise e Interpretação de Balanços).
O processo de análise encerra-se com a elaboração do relatório, documento no qual o
analista de Balanços apresenta ao usuário da análise as conclusões obtidas.
É importante salientar que, embora as etapas do processo de análise aqui apresentadas
possam ser aplicadas na análise de qualquer tipo de entidade, os resultados deverão sempre ser
interpretados individualmente, em função de cada situação particular.
Vários profissionais podem efetuar análises com base nos mesmos dados e chegar a
conclusões diferentes. Dessa forma, para realizar um bom trabalho, é importante que o analista
conheça bem a entidade objeto da análise, sua história, seus métodos de trabalho, seus objetivos e
metas.
É importante, ainda, que o analista conheça o comportamento dos concorrentes, a política
econômica do País e o mercado interno e externo em que atua a Entidade e obtenha o máximo de
informações possíveis a respeito da gestão do Patrimônio dessa entidade. Só assim poderá avaliar o
presente em função do passado e projetar tendências futuras, sempre fundamentado em situações já
ocorridas.
1.2 Conceito
A análise de Balanços é uma técnica contábil que consiste no exame e na interpretação dos
dados contidos nas demonstrações contábeis, com o fim de transformar esses dados em informações
úteis aos diversos usuários das informações contábeis.
Pela análise de Balanços é possível aquilatar a situação econômica e a situação financeira da
Entidade. Essa técnica contábil não se limita ao Balanço Patrimonial, alcançando, também, as
demais demonstrações contábeis.
A análise da situação econômica é feita com base nos elementos integrantes da
Demonstração do Resultado do Exercício, pelo estudo e interpretação do resultado alcançado pela
gestão do Patrimônio. Essa análise possibilita conhecer a rentabilidade obtida pelo Capital investido
na entidade.
Por sua vez, a análise da situação financeira é feita com base nos dados constantes do
Balanço Patrimonial. Ela permite conhecer o grau de endividamento, bem como a existência ou não
de solvência suficiente para que a entidade possa cumprir seus compromissos de curto e de longo
prazo.
A análise de Balanços pode ser interna ou externa.
A análise interna é aquela realizada dentro da Entidade por seus próprios empregados, e visa
informar administradores e diretores, auxiliando-os nas tomadas de decisões. Por pertencerem à
própria entidade objeto da análise, os analistas não encontram dificuldades para coletar os dados
necessários para realizar suas tarefas, tendo inclusive acesso aos controles internos. Por isso, a
análise interna é considerada a mais completa.
A análise externa é aquela realizada fora da entidade objeto da análise, e tem por finalidade
informar aos interessados acerca da situação econômica ou da estabilidade da entidade para a
concretização de negócios como: investimentos, concessões ou obtenções de créditos e
financiamentos, compras, vendas etc. É efetuada por profissional externo, normalmente pertencente
às entidades interessadas no resultado da análise. Nesse caso, o analista tem em mãos somente as
demonstrações contábeis publicadas pela entidade, além de alguns esclarecimentos adicionais,
constantes dos relatórios ou das notas explicativas que acompanham as respectivas demonstrações.
1.3 Finalidade
A finalidade da análise de Balanços, portanto, é transformar os dados extraídos das
demonstrações financeiras em informações úteis para a tomada de decisões por parte das pessoas
interessadas.
Historicamente, foram os bancos os primeiros a se interessar pela análise de Balanços.
Atualmente, são muitos os usuários que recorrem a ela, seja para conhecer a rentabilidade do
Capital investido nas Entidades e o grau de solvência para o cumprimento das suas Obrigações, seja
para avaliar o desempenho das Entidades, de acordo com interesses específicos.
Veja alguns exemplos:
•Bancos — interessam-se em conhecer a capacidade econômica e financeira das Entidades com as
quais se relacionam. Pela análise dos Direitos e das Obrigações podem verificar o grau de
endividamento e a possibilidade de essas Entidades cumprirem seus compromissos a curto e a longo
prazos. Por isso, quando uma Entidade solicita empréstimo, o banco geralmente submete suas
demonstrações contábeis a uma intensa análise. Quanto maior o crédito solicitado, mais minuciosa
será a análise efetuada pelo banco.
•Fornecedores — precisam conhecer a capacidade de pagamento e o grau de liquidez de seus
clientes, que, por sua vez, devem também analisar as situações econômica e financeira de seus
fornecedores, para estarem seguros de que eles terão condições de cumprir os contratos a serem
firmados.
•Administradores — a ninguém mais do que aos próprios administradores interessa conhecer as
situações econômica e financeira das empresas que administram. O administrador que posicionar
bem sua empresa em relação aos concorrentes, comparando sua rentabilidade com o padrão do
grupo em que estiver enquadrado, conseguirá precaver-se e evitar surpresas desagradáveis, como a
perda ou a redução de sua participação no mercado. Conhecendo bem o desempenho de suas
empresas, os administradores sabem antecipadamente o que fornecedores e bancos poderão concluir
em relação à sua liquidez e rentabilidade, e isso lhes permite adiantar-se e tomar providências para
melhorar a imagem da empresa. A análise meticulosa do desempenho presente, o diagnóstico do
passado e o prognóstico poderão levar os administradores a tomar providências para melhorar sua
liquidez e rentabilidade ou a decidir sobre a necessidade, ou não, de efetuar novos investimentos e
de oferecer maiores prazos para os clientes. Para os administradores, a análise de Balanços é um
instrumento auxiliar de grande importância nas tomadas de decisões.
•Público Investidor — as pessoas físicas e jurídicas que costumam investir no mercado de capitais
por meio da compra de ações, antes de optar por esta ou por aquela empresa, devem efetuar, por si
ou por intermédio das corretoras de valores, minuciosa análise das demonstrações contábeis das
empresas nas quais pretendem investir. O maior interesse dos investidores recai sobre o
conhecimento da rentabilidade, embora existam outros aspectos de importância, como aqueles
relacionados à valorização ou à desvalorização das ações.
•Sindicatos de Classe — para salvaguardar o desempenho das empresas filiadas, também os
sindicatos de classe analisam as demonstrações contábeis de empresas de determinados setores, a
fim de estabelecer padrões que possam servir de guia para a tomada de decisões por parte das
empresas interessadas.
•Governo — para o governo, a análise de Balanços apresenta muitas vantagens. Nas concorrências
públicas, quando estiver diante de duas ou mais empresas que tenham atendido satisfatoriamente às
exigências dos editais, o governo decidirá sempre pela empresa que possuir melhor situação
financeira. Poderá, além disso, acompanhar o desempenho da vencedora para verificar se ela terá
condições de cumprir os compromissos assumidos. E é por meio da análise de Balanços que o
governo acompanha o desempenho da economia do País, comparando empresas de acordo com as
categorias econômicas. Para o governo, é importante saber também como anda a rentabilidade das
empresas públicas, pois são do interesse de toda a coletividade. Pela análise conjunta ou individual
das demonstrações contábeis de todos os tipos de empresas por ramo de atividade, o governo
consegue saber como o setor está se desenvolvendo,os problemas que atravessa etc.
Enfim, a cada dia aumenta o número de pessoas interessadas em análise de Balanços, pois, na
maioria dos casos, uma boa análise da situação econômica e financeira do correntista, do
fornecedor, do cliente, da própria empresa etc. poderá evitar a ocorrência de situações
desagradáveis, como:
• o correntista, por falta de liquidez, deixar de saldar seus compromissos com os bancos, causando-
lhes sérios problemas de ordem financeira;
• os fornecedores deixarem de cumprir prazos, atrasando a entrega de mercadorias, produtos e
serviços, podendo, com isso, provocar sérios transtornos aos clientes;
• empresas vencedoras de concorrências públicas deixarem de cumprir suas Obrigações, não
fornecendo Mercadorias ou deixando de construir obras e acarretando, assim, sérios problemas para
o erário público;
• empresas deixarem de fabricar produtos a preços competitivos, perdendo mercado para
concorrentes etc.
Por todos esses aspectos, podemos afirmar que a análise de Balanços constitui um
instrumento indispensável para administradores, fornecedores, clientes, gerentes de bancos,
investidores, gerentes de corretoras de valores e, inclusive, para o governo.
ATIVIDADES TEÓRICAS
1. Identifique as alternativas corretas.
1.1 A Lei no 6.404/1976 denominou as demonstrações contábeis:
a) demonstrações patrimoniais.
b) demonstrações financeiras.
c) demonstrações extraordinárias.
d) N.D.A.
1.2 A análise de Balanços baseia-se:
a) nos comprovantes das ocorrências dos Fatos Administrativos.
b) no contrato de constituição da entidade.
c) nas demonstrações contábeis.
d) N.D.A.
1.3 Em análise de Balanços, embora existam fórmulas já consagradas, é preciso considerar:
a) que todas as entidades são iguais.
b) a individualidade de cada entidade.
c) que todas as Entidades do mesmo ramo apresentam os mesmos resultados.
d) N.D.A.
1.4 A análise de Balanços abrange:
a) somente o Balanço Patrimonial.
b) somente a Demonstração do Resultado do Exercício.
c) todas as demonstrações contábeis.
d) N.D.A.
1.5 A análise de Balanços serve para:
a) conhecer o lucro da Entidade.
b) conhecer somente a situação econômica da Entidade.
c) conhecer somente a situação financeira da Entidade.
d) N.D.A.
1.6 A análise da situação econômica é feita:
a) com base no Balanço Patrimonial.
b) com base na Demonstração do Resultado do Exercício.
c) com base na Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados.
d) N.D.A.
1.7 A análise da situação financeira é feita:
a) com base no Balanço Patrimonial.
b) com base na Demonstração do Resultado do Exercício.
c) com base na Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados.
d) N.D.A.
1.8 O grau de endividamento e a existência ou não de solvência da entidade são conhecidos por
meio:
a) da análise econômica.
b) da análise financeira.
c) da análise do Ativo.
d) N.D.A.
1.9 A rentabilidade do Capital investido na entidade pode ser conhecida por meio:
a) da análise econômica.
b) da análise financeira.
c) da análise do Passivo.
d) N.D.A.
2. Responda:
2.1 O que é análise de Balanços?
2.2 Qual é a finalidade da análise de Balanços?
2.3 A Diretoria da Indústria Química Ceará S.A. convocou seu engenheiro eletrônico para efetuar
análise nos Balanços da companhia referentes a três exercícios. A atitude da Diretoria dessa
Entidade está correta? Por quê?
2.4 Em que consiste a função do analista de Balanços?
2.5 A análise de Balanços pode ser feita em sete etapas. Quais são?
2.6 Cite alguns conhecimentos que o analista precisa ter para efetuar uma boa análise.
2.7 Como começa e como termina o processo contábil?
2.8 Como começa e como termina o processo de análise de Balanços?
2.9 Cite alguns usuários da análise de Balanços.
2. Resultado do exercício
2.1 Introdução
A análise de Balanços, conforme já dissemos, começa quando termina o processo contábil, o
que equivale a dizer que o processo de análise começa a partir das demonstrações contábeis
elaboradas pela Contabilidade.
Dissemos, também, que, para o analista obter êxito em seu trabalho, é preciso que conheça
as noções básicas da Contabilidade, saiba apurar o Resultado do Exercício efetuando as respectivas
Deduções, Participações e Destinações desse resultado e tenha noção da estrutura de cada uma das
demonstrações contábeis que irá analisar.
Com finalidade didática, apresentamos neste capítulo, a título de revisão e reforço da
matéria já estudada nos períodos anteriores, os procedimentos necessários para a apuração do
Resultado do Exercício e de sua Destinação.
O capítulo é composto por quatro Atividades Práticas, sendo que as duas primeiras, para
exemplificar, estão devidamente solucionadas. Você poderá resolvê-las em sala de aula, consultando
as soluções apenas para dirimir possíveis dúvidas.
As demais Atividades Práticas, a critério do professor e tendo em vista as necessidades de
cada turma, poderão ser desenvolvidas em classe ou como tarefa extraclasse.
O objetivo das Atividades Práticas constantes deste capítulo é, conforme já dissemos,
possibilitar a revisão dos procedimentos necessários à apuração do Resultado do Exercício e de sua
Destinação. Por isso, essas atividades deverão ser encerradas com a elaboração do segundo
Balancete de Verificação, deixando as demonstrações contábeis para serem elaboradas depois de
estudados os capítulos constantes da Parte II — Estrutura das Demonstrações Contábeis. A juízo do
professor, entretanto, as duas últimas Atividades Práticas poderão ser desenvolvidas em conjunto
com as explicações sobre a estrutura das demonstrações contábeis.
Lembramos, ainda, que no final da Parte II — Estrutura das Demonstrações Contábeis
(Capítulo 7) constam duas Atividades Práticas envolvendo a apuração do Resultado do Exercício e a
elaboração das demonstrações contábeis.
2.2 Roteiro para apuração do Resultado do Exercício
Para apurar o Resultado do Exercício, você poderá seguir estes passos:
1o PASSO: Elaboração do primeiro Balancete de Verificação
Consiste em elaborar um Balancete de Verificação com contas e saldos extraídos do livro
Razão da empresa. Para fins didáticos, no enunciado da Atividade Prática normalmente é
apresentada uma relação de contas com saldos, a partir da qual você deverá elaborar o Balancete.
Neste momento, é importante que você conheça bem a natureza do saldo de cada conta (devedor ou
credor). Para facilitar, lembre-se:
a) Contas do Ativo e Contas de Despesas possuem saldos devedores;
b) Contas do Passivo e Contas de Receitas possuem saldos credores.
2o PASSO: Transcrição das contas para os Razonetes
Para fins didáticos, em substituição ao livro Razão, usamos os Razonetes. Assim, após
elaborar o primeiro Balancete de Verificação, você deverá transcrever todas as contas, com seus
respectivos saldos, para os Razonetes, separando as Contas Patrimoniais das Contas de Resultado.
3o PASSO: Apuração do Resultado Operacional Bruto
Trata-se da apuração do resultado da atividade principal da empresa, que no caso das
empresas comerciais corresponde ao resultado da conta Mercadorias. Didaticamente, sugere-se de
início a apuração extracontábil, utilizando as fórmulas do Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) e
do Resultado da Conta Mercadorias (RCM). É importante relembrar que existem três maneiras de
se contabilizar as operações com Mercadorias e, consequentemente, três maneiras diferentes de se
apurar o Resultado Bruto: Conta Mista de Mercadorias, Inventário Periódico e Inventário 
Permanente, conforme consta em nosso livro Contabilidade Comercial Fácil. Por razões
práticas, contudo, utilizaremos neste livro o Sistema de Inventário Periódico, por ser o que melhor
atende às necessidades do curso. Primeiro, calcula-seextracontabilmente o CMV e, em seguida, o
RCM, para depois efetuar as contabilizações correspondentes.
4o PASSO: Apuração do Resultado Operacional
O Resultado Operacional é obtido adicionando-se ou subtraindo-se, do Resultado Bruto
(Lucro ou Prejuízo sobre Vendas), os valores de todas as Despesas Operacionais, bem como de
todas as Receitas Operacionais. Neste momento, normalmente, há necessidade de se proceder
alguns ajustes nos saldos das Contas de Despesas ou de Receitas ou até mesmo de se efetuar
cálculos para a contabilização de Despesas ou encargos ainda não contabilizados, como
depreciação, amortização etc., tudo em decorrência do princípio da competência. Os ajustes mais
comuns que normalmente devem ser efetuados referem-se a:
a)Depreciação — os cálculos devem ser efetuados conforme instruções contidas nas próprias
Atividades Práticas, e a contabilização será feita debitando-se uma Conta de Despesa (Depreciação)
e creditando-se uma Conta Patrimonial (Depreciação Acumulada);
b)Amortização — os cálculos também devem ser efetuados conforme informação constante na
Atividade Prática. A contabilização será feita a débito de uma Conta de Despesa (Amortização) e a
crédito de uma Conta Patrimonial (Amortização Acumulada);
c)Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa — didaticamente, a contabilização dessas
perdas deve ser efetuada com base nas informações apresentadas nas próprias Atividades Práticas.
Lembramos que essas perdas são contabilizadas mediante débito em conta de despesa que poderá
ser denominada de “Despesas com Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa” e
crédito em uma Conta Patrimonial redutora do Ativo Circulante (pode ser denominada “Perdas
Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa”);
d)Outros ajustes em Contas de Despesas — tendo em vista o Princípio da Competência, vários
ajustes poderão ser necessários em relação às despesas incorridas e ainda não pagas, bem como em
relação àquelas pagas antecipadamente e que deverão ser apropriadas. Os ajustes mais comuns em
Contas de Despesas referem-se a aluguéis incorridos a serem pagos no exercício seguinte, salários e
encargos do mês de dezembro a serem pagos no exercício seguinte, despesas de seguros pagas
antecipadamente, ajustes em contas de estoques de materiais de consumo etc.
e)Outros ajustes em Contas de Receitas — assim como ocorre com as Despesas, as Contas de
Receitas também estão sujeitas a ajustes em decorrência de Receitas realizadas e não recebidas e de
Receitas recebidas antecipadamente. As mais comuns referem-se a aluguéis ganhos e ainda não
recebidos, aluguéis e Juros recebidos antecipadamente etc.
Após os ajustes necessários que influenciaram nos saldos das Contas de Despesas e de
Receitas Operacionais, para se conhecer o Resultado Operacional, procede-se da seguinte maneira:
a) Transferem-se os saldos das Contas de Despesas Operacionais, inclusive o Prejuízo sobre Vendas
(se houver), para a conta Resultado do Exercício;
b) Transferem-se os saldos das contas de Receitas Operacionais, inclusive do Lucro sobre Vendas,
se houver, para a conta Resultado do Exercício;
c) Finalmente, apura-se o saldo da conta Resultado do Exercício, que corresponderá ao Resultado
Operacional.
5o PASSO: Apuração do Resultado Líquido antes da Tributação
Você já sabe que o Resultado do Exercício, quando credor (lucro), sofre a tributação da
Contribuição Social e do Imposto de Renda.
Portanto, o Resultado do Exercício antes da tributação é o resultado operacional bruto
acrescido ou diminuído das outras despesas e das outras receitas.
Para apurá-lo, basta transferir os saldos das contas do grupo “Outras Despesas” a débito da
conta Resultado do Exercício, bem como os saldos das Contas do grupo “Outras Receitas” a crédito
da conta Resultado do Exercício. Em seguida, apura-se o saldo da conta Resultado do Exercício, o
qual corresponderá ao Resultado do Exercício antes da tributação.
A partir desse resultado, o próximo passo, na sequência da apuração e destinação do
resultado, será calcular e contabilizar as Deduções do resultado.
Entretanto, antes das Deduções, é importante que você saiba o que significa Juros sobre o
Capital Próprio, pois, embora esse encargo da empresa não se enquadre entre as Deduções do
resultado, a sua contabilização implica na base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido (CSLL) e do Imposto de Renda sobre o Lucro Líquido, além de seu cálculo e
contabilização ocorrerem nesta fase da apuração do resultado.
Juros sobre o Capital Próprio (JCP)
Correspondem a uma importância que a empresa paga ao seu titular, sócio ou acionista,
como remuneração pelos valores por eles investidos na composição do Capital da própria empresa.
Embora não seja obrigatório, o cálculo é feito no final do ano ou do trimestre, conforme seja
o regime de apuração do Resultado do Exercício da empresa (trimestral ou anual), mediante a
aplicação da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) sobre o total do Patrimônio Líquido antes de
apurado o Resultado do Exercício.
Para que o valor dos JCP possa ser subtraído da base de cálculo da CSLL e do Imposto de
Renda, é necessário que não ultrapasse o limite fixado pelo Fisco por meio da Lei no 9.249/1995.
Tendo em vista que sobre os JCP a empresa deve reter e recolher Imposto de Renda pela alíquota de
15%, a sua contabilização é feita mediante débito em conta de Despesa Financeira (pode ser a conta
“Juros sobre o Capital Próprio”) e crédito nas contas Juros sobre o Capital Próprio a Pagar e IRR
Fonte a Recolher, ambas do Passivo Circulante.
Exemplo Prático
Suponhamos que o Patrimônio Líquido da Comercial Urbana Ltda., em 31 de dezembro de
x3, antes de sofrer a influência do Resultado do próprio Exercício, esteja assim constituído:
Capital 50.000
Reserva Legal 5.000
Reserva para Investimentos 20.000
Total 75.000
Considerando que a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) do período seja igual a 10%, veja
como serão calculados e contabilizados os JCP:
Cálculo do JCP: 10% de $ 75.000 = $ 7.500
Cálculo do Imposto de Renda a ser Retido na Fonte: 15% de $ 7.500 = $ 1.125
Contabilização
Juros sobre o Capital Próprio (Despesa Financeira) a Diversos
Crédito que se processa aos sócios,
referente ao Exercício de x3, calculado pela TJLP de 10%, como segue:
a Juros sobre o Capital Próprio a Pagar
Valor líquido de impostos 6.375 
a IRR Fonte a Recolher 15% 1.125 7.500
_________________ _________________
NOTA:
• É importante destacar que, no caso de sociedades por ações, a Lei faculta a imputação dos JCP ao
dividendo obrigatório.
Havendo essa opção, as sociedades anônimas devem contabilizar o valor líquido dos JCP como
distribuição de lucros, mediante débito na conta Lucros Acumulados e a parcela do Imposto de
Renda, como Despesa Financeira.
6o PASSO: Deduções do Resultado do Exercício
Após apurado o Resultado do Exercício antes da tributação, conforme já dissemos, duas
Deduções estão previstas na legislação tributária:
•Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) — deve ser calculada conforme estabelece a
própria legislação tributária, que fixa como base de cálculo o Resultado do Exercício ajustado; e
•Imposto de Renda sobre o Lucro Líquido — também deve ser calculado conforme estabelece a
legislação tributária, fixando como base de cálculo o Lucro Real.
Considera-se Lucro Real o Resultado do Exercício ajustado pelas adições, exclusões e
compensações previstas na legislação do Imposto de Renda.
Conforme você pôde observar, tanto a base de cálculo da CSLL quanto do Imposto de Renda
são obtidas a partir de ajustes efetuados no Resultado do Exercício, embora esses ajustes sejamtratados separadamente para cada um dos tributos citados.
Na vida prática, você deverá consultar a legislação tributária para aplicar os critérios que
estiverem em vigor em cada ano.
A contabilização dessas duas deduções é feita debitando-se a conta Resultado do Exercício e
creditando-se as contas CSLL a Recolher e IR sobre o Lucro Líquido a Recolher.
7o PASSO: Participações
As Participações correspondem a parcelas do Resultado do Exercício destinadas aos
proprietários de Debêntures, aos empregados, administradores, aos proprietários de partes
beneficiárias e às instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados (as
Participações, inclusive seus aspectos legais, serão estudadas no Capítulo 4 — Demonstração do
Resultado do Exercício).
A base de cálculo das Participações será sempre o Resultado do Exercício após deduzidas a
CSLL, o Imposto de Renda sobre o Lucro Líquido e os Prejuízos Acumulados, sendo que cada uma
das Participações já mencionadas não poderá ser superior a 10% do respectivo Resultado.
As Participações de Debêntures, empregados, administradores, partes beneficiárias e
Instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados serão determinadas,
sucessivamente e nessa ordem, com base nos lucros que remanescerem depois de deduzida a
Participação anteriormente calculada.
A contabilização das Participações será feita a débito da conta Resultado do Exercício e a
crédito das contas que representem cada uma das respectivas Participações.
8o PASSO: Apuração do Lucro ou do Prejuízo Líquido do Exercício
O Resultado do Exercício, depois de deduzidas as Participações, denomina-se “Lucro
Líquido do Exercício”, quando for positivo, e “Prejuízo Líquido do Exercício”, quando for
negativo.
Nesse momento da apuração do resultado, o saldo da conta Resultado do Exercício (que
representa lucro ou prejuízo líquido), deve ser transferido contabilmente para a conta Lucros ou
Prejuízos Acumulados, para que sejam contabilizadas as destinações. Lembramos que a empresa
poderá optar em utilizar as contas analíticas “Lucros Acumulados” ou “Prejuízos Acumulados” em
lugar da conta sintética “Lucros ou Prejuízos Acumulados”.
É importante salientar que, conforme estabelece o parágrafo único do artigo 189 da Lei no
6.404/1976, o prejuízo do exercício será obrigatoriamente absorvido pelos lucros acumulados, pelas
reservas de Lucros e pela reserva legal, nessa ordem.
9o PASSO: Destinações do Resultado do Exercício
O Resultado do Exercício poderá ter as seguintes Destinações:
• Aumento de Capital;
• Compensação de Prejuízos apurados em exercícios anteriores;
• Criação de reservas; e
• Distribuição aos acionistas (sócios) em forma de dividendos.
Os critérios para cálculos e contabilizações das destinações do Resultado do Exercício você
estudará com maiores detalhes no Capítulo 5 do presente livro.
A contabilização das Destinações será feita debitando-se a conta Lucros ou Prejuízos
Acumulados ou a conta Lucros Acumulados (conforme a empresa tenha optado pelo uso da conta
sintética ou analítica) e creditando-se as respectivas contas que representem as Destinações
propostas.
10o PASSO: Elaboração do segundo Balancete de Verificação
Após devidamente contabilizadas as Destinações do Resultado do Exercício, estarão
encerrados todos os procedimentos necessários à apuração do Resultado do Exercício, restando
agora a elaboração das demonstrações contábeis. Para facilitar a elaboração do Balanço Patrimonial,
costuma-se elaborar o segundo Balancete de Verificação do Razão. Como as Contas de Resultado
ficaram com saldos zerados, este segundo Balancete será composto apenas por Contas Patrimoniais.
PRÁTICA 1 — SOLUCIONADA
Relação das contas extraídas do livro Razão da Comercial Sergipe Ltda., em 31/12/x1:
1. Caixa 100.000
2. Estoque de Mercadorias 200.000
3. Móveis e Utensílios 30.000
4. Fornecedores 80.000
5. Capital 320.000
6. Compras de Mercadorias 300.000
7. Vendas de Mercadorias 250.000
8. Impostos e Taxas 20.000
TOTAL 1.300.000
Pede-se:
1. Elabore o Balancete de Verificação.
2. Elabore os respectivos Razonetes, separando as Contas Patrimoniais das Contas de Resultado.
3. Apure o Resultado da Conta Mercadorias, sabendo que o estoque final, conforme inventário, é de
$ 400.000.
4. Resultado Líquido:
a) Deprecie a conta Móveis e Utensílios à taxa de 10% a.a.
b) Apure o Resultado do Exercício, transferindo-o para a conta Lucros Acumulados, se for lucro, ou
para a conta Prejuízos Acumulados, se for prejuízo.
5. Destinação do Lucro Líquido do exercício:
Em caso de lucro, utilizá-lo totalmente na constituição de Reserva para Investimentos.
6. Elabore o segundo Balancete de Verificação.
SOLUÇÃO
1. Balancete de Verificação
2. Razonetes
NOTA:
• Dentro dos parênteses colocados à esquerda de cada valor, consta a indicação da origem do
respectivo valor: a letra (b) indica que foi extraído do Balancete inicial, e os algarismos apontam os
lançamentos de Diário correspondentes.
Contas Patrimoniais
Contas de Resultado
Diário
3. Resultado da Conta Mercadorias
(1) CMV
 a Diversos
Transferência dos saldos das seguintes 
contas para apuração do Resultado Bruto:
 
 a Estoque de Mercadorias
 Saldo desta conta 200.000
 
a Compras de Mercadorias
Idem 300.000 500.000
_________________ _________________
 
(2) Estoque de Mercadorias
 
a CMV 
Registro do estoque final conforme estoque
 
final realizado 400.000
 
_________________ _________________
 
(3) Vendas 
 a RCM
 
Transferência que se processa do valor das
vendas para a apuração do RCM 250.000
 
_________________ _________________
 
 (4) RCM
 a CMV
 
Transferência que se processa do valor
do CMV para a apuração do RCM 100.000
 
_________________ _________________
 
 
(5) RCM 
A Lucro sobre Vendas
Lucro Bruto apurado 150.000
 
_________________ _________________
 
 
4. Resultado Líquido
(6) Depreciação
 
a Depreciação Acumulada
 
10% sobre Móveis e Utensílios,
 
conforme cálculos 3.000
 
_________________ _________________
 
 
(7) Resultado do Exercício
 
 a Diversos
 
Transferência dos saldos das Contas de Despesas
para apuração do Resultado Líquido:
 
a Impostos e Taxas
 
Saldo desta conta 20.000
 
a Depreciação
 
Idem 3.000 23.000
_________________ _________________
 
 
(8) Lucros sobre Vendas
 
a Resultado do Exercício
Transferência do saldo da conta LsV para
 
apuração do Resultado Líquido 150.000
 
_________________ _________________
 
(9) Resultado do Exercício
 
a Lucros Acumulados 
 
Lucro Líquido apurado 127.000
 
_________________ _________________
 
 
5. Destinação do Lucro Líquido do exercício
(10) Lucros Acumulados
 
a Reserva para Investimentos
 
Pela constituição etc 127.000
 
_________________ _________________
6. Segundo Balancete de Verificação
PRÁTICA 2 — SOLUCIONADA
Relação das contas extraídas do livro Razão da empresa Amapá Comércio de Frutas S.A., em
31/12/x1:
1. Bancos conta Movimento 1.000
2. Móveis e Utensílios 2.000
3. Veículos4.000
4. Duplicatas a Receber 2.000
5. Estoque de Mercadorias 5.000
6. Duplicatas a Pagar 3.000
7. Contribuições de Previdência a Recolher 40
8. Contas a Pagar 520
9. Compras de Mercadorias 6.000
10. Vendas de Mercadorias 10.000
11. Combustíveis 180
12. Aluguéis Ativos 1.100
13. Imóveis 8.000
14. PIS sobre Faturamento 60
15. Cofins 200
16. Salários e Encargos 500
17. Capital 14.400
18. Prêmios de Seguro a Vencer 120
TOTAL 58.120
Pede-se:
1. Elabore o Balancete de Verificação.
2. Elabore os respectivos Razonetes, separando as Contas Patrimoniais das Contas de Resultado.
3. Apure o Resultado Bruto do Exercício, sabendo que o estoque final de Mercadorias, conforme
inventário realizado, foi de $ 7.000.
4. Apure o Resultado Líquido do Exercício:
a) Deprecie Móveis e Utensílios à taxa de 10% a.a.; Veículos, à taxa de 20% a.a.; e Imóveis, à taxa
de 4% a.a.
b) As perdas com créditos de liquidação duvidosa foram estimadas em 3% sobre o saldo de
Duplicatas a Receber. Calcular e contabilizar.
c) O Prêmio de Seguro, contabilizado na Conta de Despesa antecipada Prêmios de Seguros a
Vencer, foi pago em 01/03 do exercício atual pelo período de um ano. Ajuste.
d) Calcule e contabilize a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido pela alíquota de 10%.
e) Calcule e contabilize Imposto de Renda sobre o Lucro Líquido pela alíquota de 25%.
f) Após o Imposto de Renda, transfira o saldo remanescente na conta Resultado do Exercício para a
conta Lucros Acumulados, se for Lucro, ou para a conta Prejuízos Acumulados, se for Prejuízo.
5. Faça as destinações do Lucro Líquido do Exercício, se houver:
a) 5% para Reserva Legal.
b) O restante para os acionistas.
6. Elabore o segundo Balancete de Verificação.
SOLUÇÃO
1. Balancete de Verificação
2.
Razonetes
Contas Patrimoniais
Contas de resultados
Diário
3. Resultado Bruto
(1) CMV
 
a Diversos
 
Transferência dos saldos das seguintes
contas para apuração do Resultado Bruto:
 
a Estoque de Mercadorias
 
Saldo desta conta 5.000
 
a Compras de Mercadorias
 
Idem 6.000 11.000
_________________ _________________
 
 (2) Estoque de Mercadorias
 
a CMV
 
Registro do estoque final conforme inventário 7.000
 
_________________ _________________
 
 
(3) Vendas
 
a RCM
 
Transferência do saldo da conta Vendas
 para apuração do Resultado Bruto 10.000
 
_________________ _________________
 
 (4) RCM 
 
a Diversos
 
Transferência dos saldos das seguintes
 Contas para apuração do Resultado Bruto:
 
a PIS sobre Faturamento
Saldo desta conta 60
 
a Cofins 
 
Idem 200
 
a CMV
 
Idem 4.000 4.260
_________________ _________________
 
(5) RCM 
a Lucro sobre Vendas
 
Lucro Bruto apurado 5.740
 
_________________ _________________
 
 4. Resultado Líquido
(6) Depreciação
 
a Diversos
 
 Quotas de depreciação calculadas no
 período, como segue:
 
a Depreciação Acumuladas de Móveis e Utensílios
 
10% conforme cálculos. 200
 
a Depreciação Acumulada de Veículos 
 
20% conforme cálculos 800
 
a Depreciação Acumulada de Imóveis 
 
4% conforme cálculos 320 1.320
_________________ _________________
 
 (7) Despesas com Perdas Estimadas em Créd. Líq. Duv.
 
a Perdas Estimadas em Créd. Liq. Duv.
 
3% sobre Duplicatas a Receber, conforme cálculos 60
 
_________________ _________________
 
 (8) Prêmios de Seguro
 
 a Prêmios de Seguro a Vencer
 
Apropriação que se processa referente a 10 meses 100
 
_________________ _________________
 
 (9) Resultado do Exercício
 
a Diversos
 
Transferência dos saldos das Contas de
 Despesas para apuração do Resultado Líquido:
 
a Salários e Encargos 
 
Saldo desta conta 500
 
a Combustíveis
 
Idem 180
 
a Depreciação 
 
Idem 1.320
 
a Despesas com Perdas Estimadas em Créd. Liq. Duv.
 
Idem 60
 
a Prêmios de Seguro
 
 
Idem 100 2.160
_________________ _________________
 
 
(10) Diversos 
 
a Resultado do Exercício 
 
Transferência dos saldos das 
Contas de Receitas para apuração do 
 
Resultado Líquido: 
 
Aluguéis Ativos 
 
Saldo desta conta 1.100
 
Lucros sobre Vendas 
 
Idem 5.740 6.840
_________________ _________________
 
 
(11) Resultado do Exercício 
 
a Diversos 
 
a CSLL a Recolher 
 
10% conforme cálculos 468
 
a IR sobre o Lucro Líquido a Recolher 
 
25% conforme cálculos 1.170 1.638
_________________ _________________
 
 
(12) Resultado do Exercício 
 
a Lucros Acumulados 
 
Transferência que se processa do 
Lucro Líquido do Exercício 3.042
 
_________________ _________________
 
5. Destinação do Lucro Líquido do Exercício
(13) Lucros Acumulados 
 
a Diversos 
 
Destinações do Lucro Líquido: 
 
a Reserva Legal 
 
5% conforme disposição legal 152
 
a Dividendos a Pagar 
 
Conforme cálculos 2.890 3.042
_________________ _________________
 
 
6. Segundo Balancete de Verificação
PRÁTICA 3
Relação das contas extraídas do livro Razão da empresa Tocantins Comércio de Telhas Ltda., em
31/12/x1:
1. Caixa 20.000
2. Duplicatas a Receber 1.000
3. Estoque de Mercadorias 50.000
4. Móveis e Utensílios 10.000
5. Depreciação Acumulada 4.000
6. Duplicatas a Pagar 6.000
7. Capital 96.000
8. Compras de Mercadorias 100.000
9. Vendas de Mercadorias 200.000
10. Vendas Anuladas 30.000
11. Aluguéis Passivos 25.000
12. Impostos e Taxas 60.000
13. Juros Passivos a Vencer 10.000
TOTAL 612.000
Pede-se:
1. Levante o Balancete de Verificação.
2. Elabore os respectivos Razonetes, separando as Contas Patrimoniais das Contas de Resultado.
3. Apure o Resultado Bruto do Exercício, sabendo que o estoque final de Mercadorias, conforme
inventário realizado, foi de $ 40.000.
4. Apure o Resultado Líquido do Exercício:
a) Deprecie Móveis e Utensílios à taxa de 10% a.a.
b) As perdas com Créditos de Liquidação Duvidosa foram estimadas em 2% sobre o saldo de
Duplicatas a Receber. Calcule e contabilize.
c) Dos Juros pagos, contabilizados na conta Juros Passivosa Vencer, $ 8.000 referem-se a despesas
do presente exercício. Ajuste.
d) O aluguel de dezembro de x1, que será pago em janeiro de x2, no valor de $ 3.000, não foi
contabilizado.
e) Transfira o Resultado Líquido para a conta Lucros Acumulados, se for lucro, ou para a conta
Prejuízos Acumulados, se for prejuízo.
5. Calcule e contabilize:
a) 10 % para Contribuição Social;
b) 15% para o Imposto de Renda.
6. Transfira o saldo da conta Resultado do Exercício após as deduções para a conta Lucros ou
Prejuízos Acumulados.
7. Caso o Resultado do Exercício seja Lucro, transfira-o para a conta Reservas para Investimentos.
8. Elabore o segundo Balancete de Verificação.
PRÁTICA 4
Relação das contas extraídas do livro Razão de Ceará e Alagoas Ltda., em 31/12/x1:
1. Caixa 50.000
2. Fornecedores 25.000
3. Estoque de Mercadorias 20.000
4. Custo das Mercadorias Vendidas 30.000
5. Vendas de Mercadorias 90.000
6. ICMS sobre Vendas 12.000
7. Móveis e Utensílios 3.000
8. Despesas com Vendas 20.000
9. Despesas Financeiras 5.000
10. Despesas Administrativas 25.000
11. Capital 40.000
12. Contas a Pagar 10.000
TOTAL 330.000
Pede-se:
1. Elabore o Balancete de Verificação.
2. Elabore os respectivos Razonetes, separando as Contas Patrimoniais das Contas de Resultado.
3. Apure o Resultado Operacional Bruto.
4. Apure o Resultado Líquido do Exercício:
a) Deprecie a conta Móveis e Utensílios pela taxa de 10% a.a.
5. Calcule e contabilize as seguintes deduções do Resultado do Exercício:
a) 10% para Contribuição Social;
b) 15% para o Imposto de Renda.
6. Transfira o saldo da conta Resultado do Exercício para a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados.
7. Caso o resultado seja lucro, transfira-o totalmente para a conta Reservas para Investimentos.
8. Elabore o segundo Balancete de Verificação.
3. As demonstrações financeiras e o balaço patrimonial
3.1 Demonstrações financeiras
Demonstrações financeiras ou demonstrações contábeis são relatórios elaborados com base
na escrituração mercantil mantida pela empresa, com a finalidade de apresentar aos diversos
usuários informações principalmente de natureza econômica e financeira, relativas à gestão do 
Patrimônio ocorrida durante um exercício social.
O exercício social, em cujo final as entidades devem apurar os seus resultados e elaborar as
demonstrações financeiras, tem duração de um ano, e a data do seu término deverá ser fixada no
estatuto (artigo 175 da Lei no 6.404/1976).
São usuários das informações contábeis as pessoas físicas e jurídicas que as utilizam para
registrar e controlar a movimentação de seus Patrimônios, ou que, direta ou indiretamente, tenham
interesse no controle, na apuração de resultados, na avaliação da situação patrimonial, econômica e
financeira, e na análise do desempenho e desenvolvimento de uma ou mais Entidades, como
empresário (empresas individuais), sócios e acionistas (empresas societárias), gerentes,
administradores, governo, fornecedores, clientes, bancos etc.
As informações de ordem econômica dizem respeito ao fluxo de receitas e de despesas,
evidenciando os Lucros ou os Prejuízos.
As informações de ordem financeira referem-se ao Fluxo de Caixa (entradas e saídas de
dinheiro).
A Lei no 6.404/1976, por sua vez, disciplina esse assunto nos artigos 176 a 188, sendo que
no artigo 176 determina que, ao fim de cada exercício social, a diretoria das sociedades por ações
fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações
financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do Patrimônio da companhia e as
mutações ocorridas no exercício:
• Balanço Patrimonial;
• Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados;
• Demonstração do Resultado do Exercício;
• Demonstração dos Fluxos de Caixa;
• Demonstração do Valor Adicionado.
No § 2o do artigo 186, essa mesma Lei dispensa as companhias ou sociedades anônimas da
obrigatoriedade de elaborar a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados, desde que
elaborem a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.
É importante salientar que a Demonstração do Valor Adicionado só é obrigatória para as
Sociedades Anônimas de Capital aberto e que a companhia fechada com Patrimônio Líquido, na
data do Balanço, inferior a $ 2.000.000,00 (dois milhões de Reais) está dispensada da elaboração da
Demonstração dos Fluxos de Caixa.
A Lei no 6.404/1976 em seu artigo 176 estabelece também que:
§ 1o As demonstrações de cada exercício serão publicadas com a indicação dos valores
correspondentes das demonstrações do exercício anterior.
§ 2o Nas demonstrações, as contas semelhantes poderão ser agrupadas; os pequenos saldos poderão
ser agregados, desde que indicada a sua natureza e não ultrapassem 0,1 (um décimo) do valor do
respectivo grupo de contas; mas é vedada a utilização de designações genéricas, como “diversas
contas” ou “contas-correntes”.
§ 3o As demonstrações financeiras registrarão a Destinação dos Lucros segundo a proposta dos
órgãos da administração, no pressuposto de sua aprovação pela assembléia-geral.
§ 4o As demonstrações serão complementadas por Notas Explicativas e outros quadros analíticos ou
demonstrações contábeis necessários para esclarecimento da situação patrimonial e dos Resultados
do Exercício.
A Lei no 6.404/1976 estabelece ainda que as demonstrações financeiras das companhias
abertas devem ser obrigatoriamente submetidas a auditor ia por auditores independentes registrados
na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e que observem ainda as normas expedidas por essa
Comissão, as quais serão elaboradas em consonância com os padrões internacionais de
contabilidade adotados nos principais mercados de valores mobiliários.
As demonstrações contábeis, elaboradas com observância dos princípios de contabilidade
aprovados pelo Conselho Federal de Contabilidade, deverão especificar sua natureza, a data e/ou o
período e a Entidade a que se referem.
A Lei no 6.404/1976, em seu artigo 289, determina ainda que:
• As Sociedades Anônimas de Capital Aberto (aquelas que têm autorização para negociar suas ações
no mercado de capitais) são obrigadas a publicar as demonstrações financeiras, anualmente, no
órgão oficial da União ou do Estado ou do Distrito Federal, conforme o lugar em que esteja situada
a sede da companhia, e em outro jornal de grande circulação editado na mesma localidade.
• A Comissão de Valores Mobiliários poderá determinar que as publicações ordenadas pela Lei no
6.404/1976 sejam feitas também em jornal de grande circulação, nas localidades em que os valores
mobiliários da companhia sejam negociados em bolsa ou em mercado de balcão, ou disseminadas
por algum outro meio que assegure sua ampla divulgação e imediato acesso às informações. As
publicações das demonstrações financeiras poderão ser feitas adotando-se como expressão
monetária o milhar de reais.
• É permitido às companhias abertas disponibilizar as suas demonstrações financeiras na rede
mundial de computadores.
3.2 O Balanço Patrimonial
3.2.1 Conceito
O Balanço Patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar, qualitativa e
quantitativamente, numa determinada data, o Patrimônio e o Patrimônio Líquido da Entidade.
Essa demonstração deve compreender todos os Bens e Direitos, tanto Tangíveis (materiais) como
Intangíveis (imateriais), as Obrigações e o Patrimônio Líquido da Entidade.
3.2.2 Estrutura do Balanço Patrimonial
O Balanço Patrimonial deve ser estruturado observando-se a disciplina contida nosartigos
178 a 184 da Lei no 6.404/1976.
O caput do artigo 178 da Lei no 6.404/1976 estabelece que, no Balanço, as contas serão
classificadas segundo os elementos do Patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o
conhecimento e a análise da situação financeira da companhia.
O Balanço Patrimonial, portanto, é composto por duas partes: Ativo e Passivo.
Tradicionalmente, é apresentado em um gráfico em forma de “T”. Como o “T” tem dois lados, ficou
convencionado que o lado esquerdo é o lado do Ativo e que o lado direito é o lado do Passivo.
Portanto, ao olhar para um Balanço Patrimonial representado no gráfico em forma de “T”, o
lado direito, lado do Passivo, composto por Obrigações e Patrimônio Líquido, revela a origem dos
recursos totais que a empresa tem à sua disposição e que estão aplicados no Patrimônio. As 
Obrigações representam os recursos derivados de Terceiros (Capitais de Terceiros), enquanto
o Patrimônio Líquido mostra a origem dos recursos derivados dos proprietários (Capitais Próprios).
O Ativo revela a aplicação desses recursos totais, isto é, mostra em que a empresa investiu todo o 
Capital (Próprio e de Terceiros) que tem à sua disposição.
3.2.3 Elaboração do Balanço Patrimonial
Para elaborar o Balanço Patrimonial, é preciso que o Resultado do Exercício tenha sido
apurado e que todos os lançamentos necessários a essa apuração estejam devidamente registrados
nos livros Diário e Razão, bem como em outros livros ou documentos conforme requeira cada caso
em particular.
Você já sabe que, no momento da apuração do Resultado do Exercício, vários procedimentos
precisam ser realizados, principalmente para que os saldos de todas as contas existentes na
escrituração da empresa estejam devidamente ajustados e corretos, permitindo que o resultado
apurado reflita adequadamente a real situação econômica e financeira da Entidade.
Dentre esses procedimentos está a análise cuidadosa dos saldos de todas as Contas
Patrimoniais que irão compor o Balanço Patrimonial da Entidade, objetivando a correta avaliação
desses saldos conforme disciplina contida nos artigos 183 e 184 da Lei no 6.404/1976.
É importante salientar que uma das inovações introduzidas na Lei das Sociedades por Ações
pela Lei no 11.638/2007 e Medida Provisória no 449/2008, convertida na Lei no 11.941/2009 foi a
possibilidade de se ajustar a valor presente os saldos das contas representativas de Direitos e de 
Obrigações de longo prazo, bem como os de curto prazo, quando relevantes (incisos VIII e
III dos artigos 183 e 184, respectivamente). Esse assunto foi disciplinado pelo Conselho Federal de
Contabilidade por meio da NBC TG 12 – Ajuste a Valor Presente, com fundamento no
Pronunciamento Técnico CPC 12 do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC).
Essas avaliações integram os procedimentos necessários à apuração do Resultado do
Exercício, uma vez que, em decorrência de ajustes a serem efetuados nas Contas Patrimoniais, o
Resultado do Exercício será afetado.
Os critérios para avaliação das contas do Ativo e do Passivo, conforme já dissemos, são
encontrados nos artigos 183 e 184 da Lei no 6.404/1976.
Portanto, depois que todos os procedimentos visando ao ajuste dos saldos das Contas
Patrimoniais e de Resultado estiverem concluídos, o Resultado do Exercício apurado, as Deduções,
Participações, bem como Destinações do Resultado do Exercício devidamente calculadas e
contabilizadas, somente permanecerão com saldos no livro Razão as Contas Patrimoniais e
Extrapatrimoniais.
Desse modo, antes de elaborar o Balanço Patrimonial, conforme vimos no Capítulo 2, é
conveniente que se faça o segundo Balancete de Verificação do Razão, o qual dará ao contabilista a
certeza de que os procedimentos necessários à apuração do resultado, no que tange à movimentação
do débito e do crédito das contas, foram efetuados corretamente.
3.2.4 Modelo de Balanço Patrimonial
Companhia:
BALANÇO PATRIMONIAL
Exercício findo em:
CONTAS EXERCÍCIO ATUAL $ EXERCÍCIO ANTERIOR $
 ATIVO 
 ATIVO CIRCULANTE
 
DISPONIBILIDADES
 
• Caixa e Bancos
 
CLIENTES
 
• Duplicatas a Receber
 
• (–) Perdas Estimadas em Créd. Liq. Duv.
 
OUTROS CRÉDITOS
 
• Arrendamentos Ativos a Receber
 
TRIBUTOS A RECUPERAR
 
• Impostos e Contribuições a Recuperar
 
INVESTIMENTOS TEMPORÁRIOS A CURTO PRAZO
 
• Ações de Outras Empresas
 
• (–) Perdas Estimadas por Redução ao Valor de Mercado
 
ESTOQUES
 
• Estoque de Mercadorias
 
• (–) Perdas Estimadas por Redução ao Valor Realizável Líquido
 
DESPESAS DO EXERCÍCIO SEGUINTE
 
• Prêmios de Seguro a Vencer
 
TOTAL DO ATIVO CIRCULANTE
 
ATIVO NÃO CIRCULANTE
 
• Realizável a Longo Prazo
 
CLIENTES
 
• Duplicatas a Receber
 
• (–) Perdas Estimadas em Créd. Liq. Duv.
 
CRÉDITOS COM PESSOAS LIGADAS (Transações não usuais)
 
• Empréstimos a Diretores
 
INVESTIMENTOS
 
AVALIADOS PELO MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL
 
• Participação na Controlada A
 
AVALIADOS PELO MÉTODO DO VALOR JUSTO
 
• Participação na Companhia A
 
• (–) Perdas Prováveis na Realização de Investimentos
 
AVALIADOS PELO MÉTODO DO CUSTO DE AQUISIÇÃO
 
• Participação na Companhia B
 
• (–) Perdas Prováveis na Realização de Investimentos
 
PROPRIEDADES PARA INVESTIMENTO
• Terrenos
 
• Apartamentos
 
• (–) Depreciação Acumulada
 
OUTROS INVESTIMENTOS
 
• Antiguidades
 
• Obras de Arte
 
IMOBILIZADO
 
• Computadores e Periféricos
 
• (–) Depreciação Acumulada
 
• Jazidas
 
• (–) Exaustão Acumulada
 
INTANGÍVEL
 
• Fundo de Comércio
 
• (–) Amortização Acumulada
 
TOTAL DO ATIVO NÃO CIRCULANTE
 
TOTAL DO ATIVO
 
 PASSIVO
 
 PASSIVO CIRCULANTE
 
OBRIGAÇÕES A FORNECEDORES
 
• Duplicatas a Pagar
 
EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS
 
• Bancos conta Empréstimo
 
OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS
 
• Impostos e Contribuições a Recolher
 
• IR sobre o Lucro Líquido a Recolher
 
OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS
 
• Salários e Encargos a Pagar
 
OUTRAS OBRIGAÇÕES
 
• Contas a Pagar
 
PARTICIPAÇÕES E DESTINAÇÕES DO LUCRO LÍQUIDO
 
• Participações de Empregados a Pagar
 
• Dividendos a Pagar
 
TOTAL DO PASSIVO CIRCULANTE
 
PASSIVO NÃO CIRCULANTE
 
• Exigível a Longo Prazo
 
OBRIGAÇÕES A FORNECEDORES
 
• Duplicatas a Pagar
 
OBRIGAÇÕES A PESSOAS LIGADAS (Transações não usuais)
 
• Empréstimos a Pagar para Controladora
 
RECEITAS DIFERIDAS
 
Receitas Recebidas Antecipadamente
 
• Aluguéis Ativos a Vencer
 
• (–) CUSTOS/DESPESAS OU ENCARGOS VINCULADOS ÀS RECEITAS
 
TOTAL DO PASSIVO NÃO CIRCULANTE
 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
CAPITAL SOCIAL
 
• Capital Subscrito
 
• (–) Capital a Realizar
 
RESERVAS 
 
RESERVAS DE CAPITAL 
 
• Reserva de Ágio na Emissão de Ações/Quotas 
 
RESERVAS DE LUCROS 
 
• Reserva Legal 
 
• (+ ou –) Ajustes de Avaliação Patrimonial 
 
• (–) Ações em Tesouraria 
 
• (+ ou –) Lucros ou Prejuízos Acumulados 
 
3.2.5 Estudo dos componentes do Balanço Patrimonial
Ativo
No Ativo, as contas representativas dos bens e dos direitos serão dispostas em ordem
decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, em dois grandes grupos: Ativo
Circulante e Ativo Não Circulante.
Grau de liquidez é o maior ou menor prazo no qual Bens e Direitos podem ser transformados em
dinheiro.
Ativo Circulante
O Ativo Circulante é composto pelos Bens e pelos Direitos que estão em frequente
circulação no Patrimônio. Basicamente, são valores já realizados (transformados em dinheiro) ou
que serão realizados até o término do exercício social subsequente.
A Lei no 6.404/1976estabelece que no Ativo Circulante devem constar as Disponibilidades,
os direitos realizáveis no curso do exercício social seguinte e as aplicações de recursos em Despesas
do Exercício Seguinte.
Na vida prática, o grupo dos direitos realizáveis no curso do exercício social seguinte
normalmente é subdividido em: Clientes, Outros Créditos, Tributos a Recuperar, Investimentos
Temporários a Curto Prazo e Estoques.
•Disponibilidades são as importâncias em dinheiro que estão no Caixa ou que estão
depositadas em nome da empresa, em estabelecimentos bancários. Os valores existentes nos
estabelecimentos bancários considerados disponíveis são aqueles depositados em contas-correntes à
disposição da empresa ou em contas de aplicações que possam ser convertidas em dinheiro a
qualquer momento. As contas classificadas neste subgrupo são as que possuem o maior grau de
liquidez dentre todas as demais contas do Ativo.
•Clientes compreendem os direitos a receber de Terceiros, decorrentes de vendas de
mercadorias ou de prestação de serviços realizados a prazo. Figura ainda neste subgrupo, como
retificadora, a conta Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa, relativa às perdas
estimadas no exercício do Balanço em que esta conta estiver sendo classificada.
•Outros Créditos compreendem os demais direitos que a empresa tem para receber de
Terceiros e que não correspondam a direitos decorrentes de vendas a prazo de Mercadorias ou de
serviços.
As contas que normalmente devem figurar neste subgrupo são Adiantamentos a
Fornecedores, Adiantamentos a Empregados, Vendas a prazo de Bens do Ativo 
Não Circulante, Empréstimos esporádicos efetuados mediante Notas Promissórias, Aluguéis
a Receber etc.
É importante salientar que, para fins de análise, todas as contas representativas de Direitos
que possuírem valores inexpressivos em relação ao Ativo Circulante (nunca superiores a 10%)
deverão ser agrupadas neste subgrupo. Entretanto, é sempre importante examinar cada uma dessas
contas, pois poderão ocorrer algumas cujas somas inspirem a necessidade de classificá-las em
subgrupos próprios.
•Tributos a Recuperar compreendem os Direitos da empresa junto aos Governos Municipal,
Estadual ou Federal. Esses Direitos decorrem de impostos, taxas ou contribuições recolhidos
antecipada ou indevidamente ou ainda que, por força da Legislação, gerem para a empresa Direitos
de compensação em até 12 meses.
•Investimentos Temporários a Curto Prazo compreendem as aplicações de dinheiro em
instrumentos financeiros (títulos e valores mobiliários), representativos ou não do Capital de outras
sociedades. Trata-se de investimentos efetuados com caráter especulativo, e que serão convertidos
em dinheiro mediante venda ou resgate, em até 12 meses.
Neste subgrupo do Ativo Circulante poderá figurar, como redutora, a conta Perdas
Estimadas por Redução ao Valor de Mercado quando o preço de aquisição dos títulos tiver valor de
mercado inferior ao custo de aquisição.
Para fins de análise de Balanços, é importante pesquisar a existência de Juros Ativos
recebidos antecipadamente, referentes a aplicações com rendimentos prefixados. Neste caso, esta
Conta de Receita antecipada deverá ser reclassificada do grupo Receitas Diferidas do Passivo Não
Circulante para este subgrupo (Investimentos Temporários a Curto Prazo) como redutora da conta
que representa a respectiva aplicação.
•Estoques compreendem os bens destinados à produção (matéria-prima, materiais
secundários etc.), à prestação de serviços (materiais diversos), à venda (mercadorias ou produtos)
ou ao consumo (materiais de limpeza, expediente, embalagem etc.). Os Estoques de Mercadorias e
de Produtos Acabados serão transformados em dinheiro quando vendidos à vista; os estoques de
materiais destinados ao processo produtivo serão transformados em custos quando incorporados aos
produtos em fabricação; os estoques de materiais destinados à prestação de serviços serão
convertidos em custos por ocasião de suas aplicações na prestação dos serviços; e os estoques de
materiais de consumo serão transformados em despesas quando consumidos.
Poderão figurar, ainda, neste subgrupo, algumas contas redutoras, como Perdas Estimadas
por Redução ao Valor Realizável Líquido, criada com base na regra “custo ou mercado, dos dois o
mais baixo”, visando a ajustar o valor dos estoques ao valor de mercado quando este for inferior ao
custo de aquisição dos referidos materiais.
•Despesas Pagas Antecipadamente compreendem as Despesas do Exercício Seguinte, pagas
no exercício atual.
Nos casos de empréstimos efetuados com pagamentos de juros ou correção monetária
prefixados, as contas representativas dessas despesas pagas antecipadamente devem ser, para fins de
análise de Balanços, reclassificadas como redutoras das respectivas Contas de Obrigação no Passivo
Circulante ou Passivo Não Circulante, conforme o caso.
Ativo Não Circulante
Este grupo é o oposto do Ativo Circulante. Enquanto no Ativo Circulante são classificadas
contas que representam bens e direitos que estão em circulação constante na empresa, isto é, que
giram em prazo inferior a um ano, no Ativo Não Circulante são classificadas contas representativas
de bens e direitos com pequena ou nenhuma circulação.
A Lei no 6.404/1976 divide o Ativo Não Circulante em quatro partes:
a) Ativo Realizável a Longo Prazo
Neste grupo devem ser classificadas as contas representativas de Direitos cujos vencimentos
ocorram após o término do Exercício Social seguinte ao do Balanço em que as contas estiverem
sendo classificadas.
Com exceção das Disponibilidades, poderão figurar neste grupo todas as demais contas
representativas das aplicações de recursos em bens e direitos, inclusive das despesas pagas
antecipadamente que constarem do Ativo Circulante, desde que tenham o prazo de realização
superior a 12 meses.
É importante salientar que a Lei no 6.404/1976, por meio do inciso II do artigo 179,
estabelece que no Ativo Realizável a Longo Prazo devem ser classificados também os direitos
derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas,
diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, independentemente do prazo de
vencimento, desde que esses direitos decorram de operações que não constituam negócios usuais na
exploração do objeto da companhia.
b) Investimentos
Compreendem as contas representativas das Participações no Capital de outras sociedades,
Participações essas que geram rendimentos para a empresa, quase sempre, em forma de dividendos.
Esses investimentos são efetuados normalmente em sociedades coligadas, em sociedades
controladas, em sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou que estejam sob controle
comum ou, ainda, em outras sociedades que não se enquadram entre essas que acabamos de
mencionar.
O controle comum pode ser exercido por uma mesma pessoa jurídica, por uma mesma
pessoa física ou por um conjunto de pessoas físicas, independentemente do percentual de
participação no capital.
Classificam-se ainda como investimentos, as contas representativas dos direitos de qualquer
natureza não classificáveis no Ativo Circulante ou no Realizável a Longo Prazo, e que não se
destinem à manutenção da atividade principal da empresa, como os investimentos em obras de arte,
ou ainda em bens que gerem receitas para a empresa, independentemente das suas atividades
operacionais, como é o caso das propriedades para investimento (terrenos e construções destinados
à locação).
Poderão figurar ainda como redutoras as contas Perdas Prováveis na Realização de
Investimentos e Depreciação Acumulada,

Outros materiais