Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FUNEC – SANTA FÉ DO SUL 2010 Discentes: Gabriel, Fabrício Souza, Everaldo, Luis Roberto e Valquíria. Disciplina: Automação Industrial Docente: Marcelo Romagnoli INSTRUMENTAÇÃO E ELEMENTOS DE CONTROLE DE CALDEIRA AQUATUBULAR. 1. INTRODUÇÃO A automação de processos industriais vem sendo cada vez mais utilizados em sistema de produção das indústrias de grande porte devido à forte concorrência do mercado e com a finalidade de ganho de maior qualidade e velocidade de produção, obtendo assim uma maior lucratividade. Em unidades de produção no qual a variável temperatura e pressão estão envolvidas, erros podem causar danos graves a empresa e afetar todo o processo. São muitas unidades hoje em dia que utilizam caldeiras industriais no processo de produção para obtenção de vapor e geração de energia, destas, estão inclusas fábricas de bebidas, de alimentos, usinas de açúcar e álcool entre outras. Quando esses equipamentos estão em operação, é preciso ser constante o monitoramento de sua temperatura e seu controle deve ser altamente preciso para que falhas sejam evitadas devido ao superaquecimento, ou até mesmo da mal condução, em que o processo pode perder velocidade afetando sua qualidade. A automação e o controle são partes essenciais em uma unidade que pretende gerar vapor devido sua segurança, economia e confiabilidade. Há no mercado vários equipamentos e vários níveis de automação industrial, variando de modelos e preços dos equipamentos chegando a números exorbitantes. 2. RESUMO Se tratando de uma caldeira flamotubular que trabalhar com vapor em altas pressões, é preciso sempre tomar certos tipos de cuidados para que a mesma não cause algum dano no processo ou em si mesmo. Para isso, essas caldeiras são totalmente automatizadas e possuem dispositivos que informam se está em ordem como sua vazão, os nível dos tubulões, pressão interna e outros. Com isto, este trabalho tem a finalidade de apresentar os dispositivos de controle de uma caldeira utilizada em uma unidade sucroalcooleira. 3. INSTRUMENTAÇÃO E ELEMENTOS DE CONTROLE DE CALDEIRA 3.1 – SISTEMA DE INDICAÇÃO DE VARIAVEL Um instrumento de medição, normalmente, é composto por sensor, transdutor e transmissor. Os sensores, posicionados diretamente nos equipamentos que realizam o processo, captam as alterações nas grandezas físicas relacionadas à medida a ser efetuada, realizam a transdução e transmitem as informações, na forma de sinais (elétricos, pneumáticos, etc.) para o sistema de controle. Os instrumentos indicadores não transmitem sinais para o sistema de controle e são utilizados somente para leitura visual. 3.1.1 – MEDIÇÃO DE NÍVEL: O nível de água em uma caldeira é um dos principais parâmetros que garante o seu correto funcionamento. Se as superfícies metálicas expostas ao contato dos gases quentes estiverem banhadas pela água, nenhum dano ocorre ao equipamento, mas se o nível ultrapassar o limite mínimo ao estabelecido cria-se condições de ruptura das paredes metálicas ou, mesmo, de explosões, devido o superaquecimento da placa metálica, comprometendo a segurança da unidade. Sua finalidade permitir ao operador verificar o nível de água no tubulão de vapor, fator este indispensável na segurança de operação da caldeira. Aplica-se nestes instrumentos o princípio dos vasos comunicantes. Um tubo transparente é colocado a partir da base do reservatório até o seu ponto mais alto, permitindo a leitura precisa do nível do líquido, mesmo para altas pressões. Ex: Visores “reflex”. 3.1.2 - SENSORES DE NÍVEL Os sensores são capazes de captar as variações de uma grandeza física e de produzir um sinal elétrico correspondente à variação da grandeza, além de transmitir este sinal para um regulador ou um sistema de controle automático. 3.1.2.1 – TIPOS DE SENSORES DE NÍVEL O sensor de nível com eletrodo aproveita a condutividade elétrica da água mediante três eletrodos de aço inoxidável e de tamanhos diferentes, correspondendo cada tamanho a um nível de água: a central, o máximo e o mínimo. Este dispositivo é montado na parte superior do tambor de vapor, e os eletrodos estão ligados a um relé de nível de água, que envia sinais do nível da água para o regulador automático, ou sistema de controle, que comanda a bomba de alimentação de água. A bomba entrará em funcionamento quando a água atingir a ponta de eletrodo central e deverá parar quando a água atingir o eletrodo de nível máximo (o menor eletrodo). Se o nível da água atingir a ponta do eletrodo maior, o relé, em alguns sistemas, poderá fazer funcionar um alarme, que dará ao operador a indicação do defeito. Ex.: Sensor de nível com eletrodos. O sensor de nível com bóia pode ser construído de várias formas,mas os principais constam de uma garrafa ligada ao tambor de vapor e uma bóia, que flutua no seu interior. Qualquer flutuação do nível interna é transmitida a esta bóia, presa na parte superior por uma haste. Ex.: Sensor de nível com bóia 3.1.2 – MEDIÇÃO DE PRESSÃO: O conhecimento das pressões em uma caldeira é obrigatório, não só sob o ponto de vista de segurança como também para uma operação econômica e segura. Cada caldeira tem uma capacidade de pressão determinada, que, por norma deve ter um instrumento de indicação extremamente visível, com escala também extremamente visível, e situar-se em local de fácil observação do operador. A pressão máxima de funcionamento da caldeira deverá estar sempre marcada sobre a escala do manômetro, com um traço feito à tinta vermelha, para servir de alerta ao operador para controle da pressão. Os indicadores recebem os sinais dos transmissores e/ou diretamente do ambiente, indicando a pressão ou depressão do mesmo. Esse tipo tem duas aplicações típicas. Uma para locais exposto ao tempo e outra em locais sujeitos a pressão pulsantes. No primeiro caso, a caixa é constituída com um grau de proteção, definida por norma, que garante a condição de hermeticamente fechada. Podendo, portanto esse manômetro estar sujeito a atmosfera contendo pó em suspensão e/ou jateamento de água. No segundo caso, a caixa é preenchida em 2/3 com óleo ou glicerina para proteger o Bourdon e o mecanismo interno do manômetro contra pressões pulsantes ou vibrações mecânicas. Esse enchimento aumenta a vida útil do manômetro. Ex: Manômetros Tipo Bourbon 3.1.3 – SENSORES DE PRESSÃO: Com a evolução da instrumentação digital, existem hoje transdutores de pressão extremamente confiáveis e de tamanho reduzido, indicados para caldeiras nas quais o controle é item importante de segurança, como em caldeiras críticas e caldeiras de alta vazão de vapor. Entre os demais tipos de medidores, tem-se o transdutor de pressão e o com base em cristal piezo- elétrico, mais comum. Esse instrumento utiliza um cristal de quartzo, ao qual, quando aplicada pressão, apresenta variação de propriedades elétricas proporcionais às tensões (conseqüência das pressões) a que foi submetido. Assim, o valor da pressão exercida sobre o cristal gera uma corrente elétrica, que pode ser indicada em escalas apropriadas ou transmitida para o sistema de controle. 3.1.3.1 – TIPOS DE TRANMISSORES DE PRESSÃO O transmissor eletrônico de pressão tipo piezo-elétrico é um instrumento que tem seu transdutor baseado na variação de comprimento e diâmetro, e , portanto, na variação de resistência queocorre quando um fio de resistência sofre uma deformação elástica proveniente de uma tensão mecânica gerada por uma pressão. Ex: Transdutor de pressão piezo-elétrico Os transmissores pneumáticos são pioneiros na instrumentação, possui um elemento de transferência que converte o sinal detectado pelo elemento receptor de pressão em um sinal de transmissão pneumático Os transmissores eletrônicos analógicos são sucessores dos pneumáticos, possui elementos de detecção similares ao pneumático porém utiliza elementos de transferência que convertem o sinal de pressão detectado em sinal elétrico padronizado 3.1.4 - MEDIÇÃO DE TEMPERATURA: Para medir a temperatura da caldeira, é necessário à utilização de transdutores de temperatura. Medidas de temperatura podem ser feitas utilizando-se diodos, transistores, sensores específicos. A escolha do transdutor mais adequado deve obedecer a algumas diretrizes, como o tempo de resposta e intervalo de temperatura de operação. 3.1.4.1 – TIPOS DE MEDIDORE DE TEMPERATURA: O termopar é um simples sensor de temperatura que consiste de dois materiais diferentes em contato térmico. O contato térmico chamado de junção pode ser feito por feito pela fusão ou solda de dois materiais diferentes. A operação de um termopar é baseada na combinação de efeitos termoelétrico que produz uma tensão de circuito aberto quando duas junções são mantidas em temperaturas diferentes. Ex.: Termopar O termômetro bimetálico consiste em duas lâminas de metais com coeficientes de dilatação diferentes sobrepostas, formando uma só peça. Variando- se a temperatura do conjunto, observa-se um encurvamento que é proporcional à temperatura. Na prática a lâmina bimetálica é enrolada em forma de espiral ou hélice, o que aumenta bastante a sensibilidade. O termômetro mais usado é o de lâmina helicoidal, que consiste em um tubo bom condutor de calor, no interior do qual é fixado um eixo. Este eixo, por sua vez, recebe um ponteiro que se desloca sobre uma escala. Ex.: Termômetro bimetálico 3.1.5 – MEDIÇÃO DE VAZÃO: A medição de vazão inclui, no seu sentido mais amplo, a determinação da quantidade de líquidos, gases e sólidos que passa por um local específico na unidade de tempo; podem também ser incluídos os instrumentos que indicam a quantidade total movimentada, num intervalo de tempo. A quantidade total movimentada pode ser medida em unidades de volume (litros, mm3, cm3, m3, galões, pés cúbicos) ou em unidades de massa (g, kg, toneladas, libras). A vazão instantânea é dada por uma dessas unidades, dividida por uma unidade de tempo (litros/min., m3/hora, galões/min.). No caso de gases e vapores, a vazão instantânea pode ser expressa em kg/h ou em m3/h. 3.1.5.1 – TIPOS DE MEDIDORES DE VAZÃO: A medição de vazão por A pressão diferencial é produzida por vários tipos de elementos primários, colocados nas tubulações de forma tal que o fluido passe através deles. A sua função é aumentar a velocidade do fluido, diminuindo a área da seção em um pequeno comprimento para haver uma queda de pressão. A vazão pode então ser medida a partir desta queda. Dos muitos dispositivos inseridos numa tubulação para se criar uma pressão diferencial, o mais simples e mais comumente empregado é o da placa de orifício. A medição com placa de orifício é essencial que as bordas do orifício estejam sempre perfeitas, porque se ficarem imprecisas ou corroídas pelo fluido, a precisão da medição será comprometida. Costumeiramente, essas bordas são fabricadas com aço inox, monel, latão etc., dependendo do fluido. Ex.: Placa de Orifício Medidor eletromagnético de vazão é seguramente um dos mais flexíveis e universais dentre os métodos de medição de vazão. Sua perda de carga é equivalente à de um trecho reto de tubulação, já que não possui qualquer obstrução. É virtualmente insensível à densidade e à viscosidade do fluido de medição. Sua aplicação estende-se desde saneamento até indústrias químicas, papel e celulose, mineração e indústrias alimentícias. A única restrição, em princípio, é que o fluido tem que ser eletricamente condutivo. Apresenta ainda como limitação o fato de fluidos com propriedades magnéticas adicionarem certo erro de medição. Controle da vazão da água de alimentação Os aparelhos de controle automático de alimentação de água dividem-se em dois grupos, identificados pelo critério de funcionamento em limites (liga- desliga) ou modulante (variação linear). Controle tipo liga-desliga - Há dois aparelhos básicos que respondem por esta característica: um denominado regulador automático de nível, que recebe os sinais de liga-desliga do sensor de eletrodos; e outro que recebe estes sinais do sensor de nível com bóia. 3.2 - DISPOSITIVOS DE SEGURANÇA: Toda caldeira deve possuir dispositivos de segurança para proteger o pessoal e os equipamentos de possíveis falhas que ocorram durante seu funcionamento. Um dispositivo de segurança pode se apresentar de diversas formas, como um simples alarme, um bloqueio de algum componente da caldeira, ou mesmo um desarme de toda a caldeira, parando de forma imediata a geração de vapor. Todos os dispositivos de segurança de uma caldeira devem estar em serviço durante a operação. A retirada de um dispositivo de segurança de serviço só poderá ser autorizada após minucioso estudo dos riscos envolvidos e da colocação em prática de técnicas que substituam temporariamente a proteção desativada. 3.3 – DISPOSITIVOS DE CONTROLE O Pressostato tem por finalidade controlar a pressão máxima do vapor da caldeira (pressão interna), por meio de comando para os queimadores. Ele tem uma conexão (tubo metálico de fino diâmetro) com a câmara de vapor da caldeira, de modo que a pressão possa atuar sobre um diafragma que movimenta uma haste contra uma mola pré ajustada; este mecanismo atua então sobre uma chave elétrica, desligando o queimador no caso de atingir a pressão máxima. No caso oposto, caindo a pressão, a mola empurra de volta a haste fechando os contatos da chave e dando a partida no queimador. Chave seqüencial (programador) tem por finalidade promover um ciclo completo e seqüenciado durante o acendimento da caldeira, esta sequência aplica-se nos casos de combustíveis fluidos. Válvulas solenóides são válvulas comandas eletricamente (possuem uma bobina que movimenta a, haste da válvula) abrindo ou fechando a passagem de um fluido; por exemplo, combustível para o queimador, ou ar comprimido para uma válvula pneumática. Válvulas borboletas são válvulas de deslocamento rotativo, corpo de duas vias de passagem reto, com internos de sede simples e elemento vedante constituídos por um disco ou lâmina de formato circular acionados por eixo de rotação axial. CONCLUSÃO Quando nos deparamos com processos industriais complexos e que podem, devido algum acidente ou falha, causar danos materiais ou pessoais, devemos ter atenção e procurar minimizar ao máximo a possibilidade de ocorrência de acidentes. Uma das formas de estar atingindo esse objetivo é diante da automação industrial que vem cada dia mais tomando espaço do no mercado. REFERÊNCIAS BEGA, E. A. (2003), Instrumentação Aplicada ao Controle de Caldeiras, 3a edição, Editora Interciência. GONÇALVES, M. G. (2003), Monitoramento e Controle de Processos, — Rio de Janeiro: Petrobras; Brasília: SENAI/ DN, 2003. 100 p. Sighieri, L. & Nishinari A.(2009), Controle Automático de Processos Industriais – Instrumentação – 2a edição, Editora Blucher. SILVA, L. & PERREIRA, P. (1993), Caldeira Aquatubulares - Apostila, Petrobrás.
Compartilhar