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2016 Unidade III Formas de Estado (encaminhar alunos 1 sem 2016)

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TGE e Ciências Políticas - 1.º Período 1.º semestre/2016
 Prof.ª Rachel Távora
Unidade III – Formas de Estado 
Formas de Estado
A forma de Estado está ligada ao modo de distribuição do Poder político, centralizado ou descentralizado.
A forma de Estado é a estrutura político-jurídica de cada Estado.
Em todo e qualquer Estado, o poder é relativamente centralizado.
1-Conceitos:
Centralização - toda atividade é exercida por um núcleo de decisões.
Descentralização - implica retirar competência de um centro e transferi-la para outro, criando-se, por lei, pessoas jurídicas.
A centralização e descentralização podem ser de natureza administrativa ou política.
ADMINISTRATIVA:
- Centralização Administrativa: tem-se um só núcleo titular de prerrogativas, competências e deveres públicos de natureza administrativa.
Na centralização Administrativa, pode ocorrer o fenômeno da desconcentração, tendo em vista a complexidade dos assuntos administrativos.
- Desconcentração: Na desconcentração administrativa territorial, são criados órgãos territoriais sem personalidade jurídica própria, portanto, sem autonomia, cujas decisões ficam submetidas ao poder central. 
- Descentralização Administrativa – têm-se vários núcleos detentores de prerrogativas competências e deveres administrativos.
Assim, não se deve confundir a desconcentração com a descentralização:
Na descentralização administrativa (autonomia administrativa), o Estado cria pessoas jurídicas para cumprir a missão administrativa. Estas pessoas jurídicas têm interesses próprios, competências privativas, mas se submetem ao controle central (hierarquicamente)
Na desconcentração administrativa são criadas unidades territoriais sem competências privativas, ligados ao poder central.
 POLÍTICA:
- Centralização política: há um único centro com capacidade legislativa.
- Descentralização política: (autonomia política) verifica-se a existência de várias pessoas jurídicas com competência própria para legislar.
A descentralização fortalece a democracia por propiciar maior participação popular no processo decisório e possibilitar uma crescente proximidade entre governantes e governados.
Assim, ao buscar atender ao interesse comum, o Estado se aperfeiçoa, organiza-se, instrumenta-se e estrutura-se para atingir este ideal.
2 – Classificação das Formas de Estado.
As formas de Estado podem ser classificadas considerando a estrutura adotada em função da centralização ou descentralização administrativa e (ou) política.
2.1 – Estado Unitário:
Em sua acepção original, seria aquele em que somente existiria um centro de decisões, um poder Legislativo, um poder Executivo e um poder Judiciário, com sede na Capital. 
Até o final do século XVIII só existiam Estados Unitários.
 Podemos falar em 3 tipos de Estado Unitário:
Estado unitário simples (ou centralizado):
 Não é dividido em regiões administrativas desconcentradas ou descentralizadas.
De modo uniforme, a ação do único centro de decisões do governo se estende por todo o território.
Não é mais encontrado nos dias de hoje, devido a grau acentuado de centralização que dificulta a administração do território e centraliza de maneira excessiva e pouco democrática as questões relativas ao judiciário, ao legislativo, distantes do povo e das realidades locais.
Estado Unitário desconcentrado:
Neste modelo ocorre apenas a desconcentração administrativa territorial, o que significa que são criados órgãos territoriais desconcentrados que não têm personalidade jurídica própria, e logo, não têm autonomia, não podendo tomar decisões sem o Poder Central.
Não possui diferentes níveis de Poder: central, regional e local. Ocorre apenas a desconcentração administrativa territorial, sendo criados órgãos territoriais despersonalizados (sem autonomia).
O Estado é dividido em regiões e às vezes estas são divididas em regiões menores que são as províncias ou comunas ou distritos, ou qualquer outro nome que possa ser adotado para designar esta ultima subdivisão.
Entretanto, havendo apenas a desconcentração, em cada uma destas divisões para finalidades administrativas, haverá um representante do Poder Central, que não poderá tomar nenhuma decisão autônoma, tendo a função de levar ao Poder Central as questões que sejam de interesse das diversas esferas de divisão territorial para a decisão final.
Isso permite que a decisão central possa ocorrer sobre bases de informações e verdadeiras reivindicações de cada divisão territorial aproximando o Poder Central da população, mas por outro lado, sobrecarregando este mesmo Poder Central, criando uma imensa burocracia, o que torna o Estado lento.
Os Estados democráticos avançados não mais adotam este modelo que permanece apenas em Estados autoritários.
Estado Unitário Descentralizado
É aquele que está dividido em circunscrições territoriais, com personalidade jurídica própria.
Estas circunscrições, verdadeiros entes territoriais descentralizados por lei nacional, são dotados de autonomia administrativa, ou seja, possuem autoridades executivas instituídas que geram os interesses locais da comunidade, organizam os serviços públicos, consoante a norma nacional.
Para permitir maior agilidade e eficiência na administração territorial, gradualmente os Estados unitários desconcentrados passaram a adotar a descentralização territorial conferindo a estes entes territoriais descentralizados (regiões, departamentos, comunas, municípios, etc.) personalidade jurídica própria, transferindo competências administrativas para estas esferas, permitindo desta forma que, naquelas competências administrativas que foram transferidas por lei nacional a estes entes, não seja necessário se reportar ao poder central, não sendo nem mesmo possível a intervenção do Poder Central na competência dos entes descentralizados, mais ágil a administração e mais democrática.
Obs: Importante ressaltar que no Estado Unitário a desconcentração ou descentralização ocorre com relação às competências administrativas. Com relação ao poder legislativo não há possibilidade de descentralização, conferindo autonomia legislativa, sem eliminar o Estado Unitário e transformá-lo em um Estado Federal, pois a autonomia legislativa das regiões ou das localidades representa a superação do Estado Unitário.
 Pode ocorrer desconcentração ou descentralização das competências administrativas e até das funções judiciais, o que não há é esse processo em relação à função legislativa.
Exemplos de Estados Unitários: Portugal, Uruguai, Chile e França.
2.2 Estado Federal
O Estado Federal, considerado um Estado de Estados, se baseia na descentralização política. 
Nesta forma de Estado, há uma repartição de competências entre o governo federal e os governos estaduais. A Federação tem supremacia sobre os estados-membros, que possuem autonomia e capacidade de auto organização.
Exemplos de estados federais: Estados Unidos da América, Suíça, Alemanha, Brasil, México, Argentina.
O Federalismo clássico constitui-se no modelo Norte—americano formado por duas esferas de poder, a União e os Estados.
Surgiu historicamente de uma efetiva união de Estados anteriormente soberanos que abdicaram de sua soberania para formar um novo Estado.
O federalismo clássico diferencia-se do Estado Unitário descentralizado pelo fato de seus entes territoriais autônomos deterem competência legislativa constitucional, ou seja, o poder constituinte decorrente.
 As características comuns do federalismo são as seguintes:
existência de uma constituição da constituição Federal que é superior às constituições das unidades federadas (constituições dos Estados membros);
distribuição do poder de governo em dois planosharmônicos: plano federal e plano estadual ( ou provincial);
a Federação tem soberania e os estados federados têm autonomia administrativa e política.
No Estado Federal, não há o direito de secessão;
No Estado Federal só a Federação tem personalidade jurídica de Direito Internacional.
Federalismo Brasileiro (autonomia dos estados-membros e Municípios)
O nosso Estado Federal surgiu a partir de um Estado Unitário, criado pela Constituição de 1824, o seu processo de formação é exatamente o inverso do norte americano, o modelo clássico. A Federação Brasileira resultou de um processo histórico-dissociativo, uma vez que que no Império adotávamos o Estado Unitário, abolido, juntamente com a Monarquia e com o Parlamentarismo (costumeiro, consuetudinário, desenvolvido à margem da Constituição de 1824), a partir do Decreto no. 1, de 15 de novembro de 1889.
O Federalismo brasileiro é um federalismo absolutamente inovador ao estabelecer um federalismo de três níveis, incluindo o município como ente federado e, portanto, com um poder constituinte decorrente. 
A partir da constituição de 1988, os municípios brasileiros, não só mantém sua autonomia, como conquistam a posição de ente federado, podendo, portanto, elaborar suas Constituições municipais (chamadas pela Constituição Federal de leis orgânicas), auto-organizando os seus poderes Executivo e Legislativo e promulgando sua constituição sem que seja possível ou permitida a intervenção o legislativo estadual ou federal para a respectiva aprovação. 
A nossa Federação é, portanto, tridimensional, de vez que nossa Constituição consagra a autonomia estadual e a autonomia municipal (com os atributos: auto-organização, auto-governo e auto-administração).
Assim, antes da promulgação da CF/88 o Federalismo Brasileiro apresentava a seguinte situação:
- Composição: União, Estados e Distrito Federal.
 E depois da promulgação da CF/88, passou a ser :
- Composição: União, Estados, Distrito Federal e Municípios (tornaram-se entes federativos autônomos). Novo pacto federativo.
- Características: Descentralização política, administrativa e tributária para os níveis subnacionais de governo (Estados e Municípios).
Entretanto, apesar das inovações, o número de competências destinadas à União em detrimento dos Estados e Municípios é muito grande, fazendo com que nós tenhamos um dos Estados Federais mais centralizados do mundo.
Outras Características da República Federativa do Brasil:
- Quanto aos Entes Federativos: 
São todos autônomos: é o que determina o art. 18, da CF/88.
- Quanto à Indissolubilidade do Vínculo Federativo:
A República Federativa do Brasil é formada pela união indissolúvel dos Estados, Distrito Federal e Municípios (art. 1º, CF/88).
Portanto, diante do princípio da Indissolubilidade do Vínculo Federativo é inadmissível qualquer pretensão de separação de um Estado-membro, do Distrito Federal ou de qualquer dos Municípios, inexistindo em nosso ordenamento jurídico o denominado direito de secessão.
- Quanto à Forma de Estado: Federação
Forma Federativa é Cláusula Pétrea da Constituição Federal de 1988:
O art. 60, § 4º, I, da CF/88 prevê expressamente a impossibilidade de qualquer proposta de emenda constitucional com o objetivo de abolir a forma federativa de Estado. 
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: (...)
§4º. Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente abolir:
I – a forma federativa de Estado;
II – o voto direto, secreto, universal e periódico; 
III – a separação dos poderes; 
IV – os direitos e garantias individuais.
Estas são as cláusulas pétreas previstas na CF/88. Tais cláusulas foram criadas com o objetivo de assegurar a integridade da constituição, impedindo que eventuais reformas provoquem a destruição, o enfraquecimento ou impliquem profunda mudança de sua identidade. 
2.3 Estado Regionalizado
O Estado regionalizado revela-se como um modelo intermediário entre o Estado Unitário, com suas formulas de desconcentração e descentralização e o Estado Federal com o grau de autonomia de seus estados-membros.
Na estrutura do Estado regionalizado, há mais descentralização, as regiões recebem autonomia administrativa e relativa autonomia política e possuem estatutos próprios.
Geralmente, esses estatutos orgânicos regionais são-lhes outorgados pelo poder central, todavia há casos em que as regiões participam na elaboração desses estatutos com aprovação pelo poder central.
São exemplos a Itália e a Espanha.
2.4- Uniões Políticas 
As denominadas uniões políticas, próprias das monarquias. Podem ser:
a) União Política Pessoal- não é exatamente um Estado Composto, mas uma associação de Estados. Não corresponde a uma verdadeira união de Estados porque se baseia exclusivamente na pessoa do monarca, os Estados tem individualidade própria na vida internacional e a união, normalmente, é fruto de hereditariedade, ou seja, o rei de um Estado recebe como herança outro estado.
Exemplos históricos: Espanha e Portugal com os Filipes (1580 a 1640);
 
b) União política real – ocorre entre estados monárquicos e é regulada por um ato jurídico especifico. Ela supõe a união de dois ou mais Estados sob o mesmo monarca, guardando cada Estado sua organização interna e alguma autonomia administrativa, mas aparecendo como um só Estado na vida internacional.
Exemplo de União Política Incorporada: Reino Unido da Grã Bretanha e Irlanda do Norte (formado pela Inglaterra, Pais de Gales, Escócia e Irlanda)
3- Confederações
Nas confederações, que não possuem uma constituição única, os Estados se unem através de um pacto de defesa externa, paz interna e ajuda mútua. 
Do pacto confederativo, resulta uma entidade com órgãos próprios, ao menos uma assembleia confederal, mas não surge uma autoridade supra estadual com competência genérica. 
Os Estados Confederados possuem soberania e direito à secessão.
Ex.: União Europeia (1992)

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