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Aula10_Credito_tributario

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CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
 
1. Origem: “O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta” 
(CTN, art. 139). 
1.1. Mesma natureza não significa indistinção entre obrigação e crédito. Há autonomia da 
obrigação tributária principal (CTN, art. 140) – ou seja, as circunstâncias que 
modificam o crédito tributário não afetam a obrigação tributária que lhe deu origem. 
1.2. Divisor de águas entre obrigação e crédito tributário: lançamento. Ou seja, 
Obrigação tributária principal + lançamento (certeza e liquidez) = crédito tributário 
Obs.: CTN, art. 142: Lançamento é o procedimento administrativo tendente a 
verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, calcular o 
montante devido, identificar o sujeito passivo e, se for o caso, propor a 
aplicação da penalidade cabível. 
 
2. Lançamento 
2.1. Natureza jurídica: 
 Declaratória quanto à obrigação tributária; 
 Constitutiva quanto ao crédito tributário. 
2.2. Lei aplicável ao lançamento 
2.2.1. Legislação material (CTN, art. 144, caput): lei vigente à data da ocorrência do 
fato gerador. 
2.2.2. Legislação formal (CTN, art. 144, § 1º): lei vigente à data do lançamento, ainda 
que tenha instituídos novos critérios de apuração ou novos processos de 
fiscalização, ampliado poderes de investigação das autoridades administrativas. 
2.3. Moeda do lançamento: nacional; se expresso em moeda estrangeira, a conversão se 
pautará pela taxa de câmbio do dia da ocorrência do fato gerador (CTN, art. 143). 
2.4. Princípio da imutabilidade do lançamento: aperfeiçoa-se com a notificação do sujeito 
passivo (CTN, art. 144). Exceções: 
2.4.1. Impugnação do sujeito passivo: se acontecer, instaura uma fase contenciosa no 
procedimento de lançamento (posterior à fase oficiosa). Como o processo 
administrativo tributário se pauta pela verdade material, é possível reformatio in 
pejus que levaria a um lançamento suplementar (sujeito à nova impugnação). 
2.4.2. Recurso de ofício: duplo grau obrigatório (quando a autoridade julgadora acolhe 
a impugnação do sujeito passivo, em parte ou no todo, deve submeter sua 
decisão a uma segunda instância que pode, novamente, alterar o lançamento). 
2.4.3. Iniciativa de ofício da autoridade administrativa nos casos previstos no art. 149: 
decorre da autotutela da administração (quando ela corrige ou anula seus 
próprios atos sem provocação ou por provocação inepta/intempestiva). 
2.5. Modalidades 
2.5.1. De ofício ou direto: feito pela Administração com os dados que possui, sem 
colaboração relevante do devedor (ou para corrigir lançamento feito sob outra 
modalidade) – CTN 149; ex: IPTU, IPVA, taxas em geral, contribuição de 
melhoria. 
2.5.2. Por declaração ou misto: Fisco só toma ciência do fato gerador ou de suas 
circunstâncias se informado por contribuinte ou terceiro; o sujeito passivo 
fornece a matéria de fato, o Fisco aplica o direito ao caso – CTN 147; ex: II 
sobre bagagem acompanhada, ITBI, ITCMD. 
2.5.3. Por homologação ou “autolançamento” (termo indevido): antecipação de 
pagamento do tributo sem exame prévio da autoridade administrativa; o 
lançamento só se aperfeiçoa quando o Fisco homologa a atividade exercida 
pelo obrigado; o sujeito passivo lida com os fatos e seu enquadramento 
jurídico; prazo para homologação: 5 anos – CTN 150; ex: IR, ICMS, IPI, 
contribuições sociais. 
 
3. Suspensão: rol exaustivo do CTN, art. 151. Suspende-se a exigibilidade do crédito, não a 
possibilidade de sua constituição por meio do lançamento. 
3.1. Moratória 
3.1.1. Dilação de prazo para pagamento do tributo. 
3.1.2. Pode ser concedido em caráter geral (p. ex., em situação de crise econômica 
nacional; não é necessário demonstrar nenhuma qualidade) ou individual (p. ex., 
minimizar situações decorrentes de calamidade pública local; exige 
determinados requisitos que precisam ser preenchidos). 
3.1.3. Competência para sua concessão: moratória autônoma e moratória heterônoma – 
CTN, art. 152 
Obs.: Moratória geral decretada pela União – ex.: feriados bancários 
decretados pelo Poder Central tem efeitos de moratória. 
3.1.4. Revogação de ofício da moratória em caráter individual – CTN 155. 
3.2. Depósito do montante integral 
3.2.1. Depósito deve incluir multas e juros (STJ, Súmula 112: O depósito suspende a 
exigibilidade do crédito tributário se for integral e em dinheiro). 
3.2.2. Quem deposita quer discutir o débito. 
3.3. Reclamações e recursos administrativos: aquele, a primeira impugnação contra 
lançamento efetuado pela administração tributária; este, o recurso contra o órgão de 
primeiro grau. Ambos tem efeito suspensivo. 
3.4. Concessão de liminar em MS ou outra ação judicial 
Obs.: Por si só suspendem a exigibilidade, independentemente de depósito 
de montante integral. 
3.5. Parcelamento (espécie de moratória) 
Obs.: Difere de moratória parcelada (CTN, art. 153, III, b) por questão fática 
(moratória requer um motivo excepcional, parcelamento é medida 
corriqueira de política fiscal) e jurídica (moratória normalmente exclui 
multas e juros, parcelamento não o costuma excluir). 
 
4. Extinção – CTN 156 
4.1. Pagamento 
4.1.1. Imposição de penalidade não elide o pagamento, cumula-se com ele (CTN 157) 
4.1.2. Não presunção do pagamento de crédito tributário (CTN 158). 
4.1.3. Prazo para pagamento (CTN 160): se não houver disposição específica, 30 dias 
da ciência da notificação do lançamento (o que não se aplica quando o 
lançamento é por homologação, quando a legislação deve estabelecer prazo). 
4.1.4. Forma de pagamento: CTN 162. 
4.1.5. Imputação de pagamento: quando o sujeito passivo oferece montante 
insuficiente para quitação de todos os seus créditos perante o sujeito ativo 
(critério utilizável se pagamento fosse perante autoridade administrativo; quase 
inócuo diante do pagamento em rede bancária) – CTN 163. 
4.2. Compensação: duas pessoas são credor e devedor uma da outra simultaneamente. 
4.2.1. Exige lei prévia. 
4.2.2. Lei n. 8383/91, art. 66. Nos casos de pagamento indevido ou a maior de 
tributos, contribuições federais, inclusive previdenciárias, e receitas 
patrimoniais, mesmo quando resultante de reforma, anulação, revogação ou 
rescisão de decisão condenatória, o contribuinte poderá efetuar a compensação 
desse valor no recolhimento de importância correspondente a período 
subsequente. 
§ 1º. A compensação só poderá ser efetuada entre tributos, contribuições e 
receitas da mesma espécie. 
4.3. Transação: quando as partes, mediante concessões recíprocas, extinguem obrigações. 
Requer lei autorizativa (ex.: desconto de um percentual das multas moratórias caso o 
contribuinte desista da ação judicial contestatória relativa à tributo e pague, em 30 
dias, o tributo e penalidade remanescente). 
4.4. Remissão: dispensa gratuita da dívida – CTN 172. 
4.5. Prescrição e decadência 
4.5.1. Chiovenda: direitos a prestação (decorre de uma violação) e direitos potestativos 
(decorre do exercício de um direito). Em direito tributário, direito de lançar é 
potestativo (sujeito a prazo decadencial); direito de receber o crédito é direito a 
uma prestação (sujeito a prazo prescricional). 
4.5.2. Prazo decadencial: prazo para lançar – CTN 173 
4.5.3. Prazo prescricional: prazo para propositura da ação de execução fiscal – CTN 
174. A suspensão da exigibilidade do crédito gera suspensão da prescrição. 
 
 Prazo para pagar 
 Decadência ou impugnar Prescrição 
 
 FG 5 anos Notific. Lançamento 5 anos Extinçãodo lançamento definitivo do crédito 
 
4.6. Conversão do depósito em renda. 
4.7. Pagamento antecipado e homologação do lançamento. 
4.8. Consignação em pagamento (quem consigna quer pagar). 
4.9. Decisão administrativa irreformável (favorável ao sujeito passivo). 
4.10. Decisão judicial passada em julgado (favorável ao sujeito passivo). 
4.11. Dação em pagamento em bens imóveis. 
 
5. Exclusão: impede a constituição do crédito tributário 
5.1. Isenção: exclui o crédito tributário relativo a tributo. 
Obs.1: Não extensível às taxas, contribuições de melhorias e tributos instituídos 
posteriormente (salvo lei em contrário). 
Obs.2: STF, Súmula 544: “Isenções tributárias concedidas, sob condição 
onerosa, não podem ser livremente suprimidas”. 
5.2. Anistia: exclui o crédito tributário relativo a penalidade pecuniária. 
Obs.: Lei editada antes do lançamento das multas, impedindo autoridades fiscais 
de lança-las, estará concedendo anistia (exclusão do crédito tributário). Lei 
editada após as autuações, de forma a perdoar as já lançadas, configura 
concessão de remissão (extinção do crédito tributário).

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