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Direito Penal 1 Semestre

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Direito Penal – dia 20/03 CONDUTA
Crime - conceito:
Aspecto material: Motivo que o legislador considera aquela conduta como criminosa. Não interessa esse aspecto
Formal: Considera-se a mera formalidade. Crime é tudo aquilo que o legislador estabelecer como tal. Também não interessa.
Aspecto analítico. Consideram-se os elementos que integram o conceito de crime. Existem 2 maneiras de conceitos. Bipartido (fato típico e antijurídico) ; Tripartido mais culpabilidade (pressuposto para aplicação de pena para a teoria Bipartida).
Analisaremos sob a teoria Bipartida, em que crime é fato típico mais antijuridicidade.
Os elementos do fato típico são: Conduta; Resultado; Nexo de causalidade e tipicidade.
1º Elemento do fato típico, Conduta.
Conduta, existem 3 teorias a respeito:
1ª teoria: Causal também chamada de teoria clássica, natural, mecânica ou mecanicista.
A teoria clássica ou causal diz que conduta é uma mera movimentação corporal. Ela é uma teoria causal porque conduta é uma mera relação de causa e efeito, tudo aquilo que produzir um resultado é considerado causa, se foi o responsável pela produção do resultado é conduta, independentemente de qualquer valoração, independentemente da análise da finalidade do agente, a teoria clássica é destituída de qualquer valoração. Produziu o resultado é conduta, não importa se foi culposa ou dolosa, se foi o seu corpo que produziu o resultado direta ou indiretamente, ou por erro, legítima defesa, dolosa ou culposa não importa, é conduta. Ex. O sujeito está conduzindo uma charrete e no meio da estrada outro sujeito se joga de baixo da charrete e morre. Para teoria causal o condutor da charrete produziu o resultado morte? Sim, portanto, ele praticou uma conduta, um crime, pois conduta é uma mera relação de causa e efeito. Se ele não tivesse conduzindo a charrete não iria produzir o resultado morte, então ele é responsável pelo acidente, ele praticou uma conduta então é crime. Não se analisa a vontade e finalidade do agente, se ele tinha vontade de matar, ou se ele agiu por dolo, culpa negligência ou imperícia. Não se analisa para a teoria causal essa questão, porque conduta é uma mera movimentação do corpo, movimentou o corpo produziu conduta. Só ocorreu o resultado porque ele conduziu a charrete, é uma questão física, só ocorreu o resultado por uma mera relação de causa e efeito. 
Críticas a essa Teoria: 1ª Não se analisa a finalidade do agente. Se ele agiu por dolo, culpa, por erro, legítima defesa não importa, a teoria causal não se preocupa com isso, pois é uma teoria clássica, a conduta é uma mera movimentação corporal. O doutrinado Damásio diz que é uma mera distensão muscular. Essa teoria não se analisa a finalidade do agente, está carente de análise subjetiva, vontade, dolo e culpa. 
2ª crítica: Conduta é uma mera movimentação corporal. Ex.: estou com o meu carro na av. Brasil e paro no semáforo, de repente uma senhora cruza na faixa de pedestre e uma moto passa em cima dessa senhora e a joga no meio da avenida e um caminhão passa por cima dela, ela começa a gritar de dor e você está dentro do seu carro, aumenta o som para não ouvir os gritos dela. Você movimentou o corpo? Não. Então não houve movimentação corporal. Para a teoria clássica você não praticou nenhuma conduta, não há fato típico então não é crime. Mas para nós é crime por omissão de socorro. Então a 2ª crítica, não resolve o problema da omissão de socorro. Já que conduta é movimentação de corpo e quando não há movimentação de corpo, para a teoria causal não tem crime.
2ª Teoria: adequação social ou teoria social da ação:	
Só haverá conduta quando existir relevância social dessa conduta. O conceito de relevância social, é aquilo que a doutrina chama de conceito jurídico indeterminado. Não é possível determinarmos o que é relevância social, poderíamos ter a hipótese, p. ex.: Um sujeito deficiente vive em uma cadeira de rodas e não tem moradia e ele vende objetos pirateados no semáforo, ele é conhecido de todos naquele bairro, todos sabem que ele não tem maldade, não é uma pessoa violenta, é uma pessoa boa, mesmo deficiente ele quer trabalhar, mas em tese ele está cometendo um crime que é a pirataria, contrabando, falsificação ou violação do direito autoral. Para aquele grupo social a conduta dessa pessoa não é relevante, ou seja, para aquele grupo de pessoas aquele ato praticado não é ilícito em face daquelas circunstâncias pessoais em que ele vive, portanto, se a conduta para essa teoria deve ser relevante do ponto de vista social, então para aquele grupo de pessoas não há conduta, se não há conduta não tenho fato típico e não tenho crime. Outro ex. a subtração de uma caixa de fósforos ou uma subtração de 1 kg de carne numa rede como o Carrefur, não há impacto econômico para esse supermercado, é ínfimo, se analisarmos desta forma, não há relevância social, agora se esse sujeito roubar a carne de um pequeno açougue de uma periferia, ou se roubar uma peçinha de carne, haverá uma relevância social para essa conduta, por isso é um conceito jurídico indeterminado, essa é a crítica dessa teoria, não temos segurança jurídica, principalmente no ponto de vista penal que é uma ciência normativa. É crime ou não é crime, você vai ficar a mercê de grupo sociais, costume e de impactos sociais econômico sobre a mesma conduta. A crítica diz que essa teoria é um conceito jurídico indeterminado que você fica a mercê de certos grupos econômicos, sociais e de costumes, sendo que o direito penal é uma ciência normativa em que ou é crime ou não é. Quem adere isso são os adeptos do direito penal alternativo, alguns juízos aqui de São Paulo são adeptos á democracia.
3ª Teoria Finalista.
Ela busca uma determinada maneira de suprir as críticas que são feitas em face da teoria natural/causal e em face da teoria social. Então ela busca suprir as críticas que são feitas às 2 teorias anteriores. A teoria finalista é aceita pelo código penal. Não existe no código penal, nenhum artigo que diga, fica adotado a teoria finalista. O que existe é que toda orientação dogmática do CP vai em consonância com a teoria finalista, tudo que ela prega, com fundamento ideológico, dogmático, político o CP abarca a teoria finalista. Ele se afasta da teoria clássica e adequação social e embarca na teoria finalista. Para essa teoria, conduta é ação ou omissão humana, consciente e voluntária e dirigida a uma determinada finalidade. A 1ª crítica da teoria natural é a subjetiva. A teoria finalista fala que conduta é quando ela é dirigida a uma determinada finalidade, então ela coloca dentro da conduta o dolo e a culpa, então tenho uma finalidade, ou vou dirigir a minha conduta a uma finalidade dolosa ou eventualmente vou dirigir a minha conduta a uma finalidade lícita, mas por imprudência, negligência ou imperícia eu chego a ela, a um resultado não querido. A 2ª crítica da teoria natural é a omissão, e na teoria finalista tenho a ação ou omissão, portanto as críticas que são feitas na teoria natural são supridas na teoria finalista e mais, ao não aceitar a relevância social para caracterização de conduta, ela também se afasta da teoria social. Para ela conduta é ação ou omissão consciente ou voluntária e se dirige a uma determinada finalidade. Isso é conduta para a teoria finalista, resolvendo o problema da omissão e finalidade que é o elemento subjetivo e não incorpora o aspecto da relevância social. 
A teoria finalista é rígida e séria, porque, se a pessoa entra em um supermercado no Pão de Açúcar e subtrai uma caixa de palito de fósforo, tenho uma ação humana consciente e voluntária e se dirigiu uma determinada finalidade que é pegar uma caixa de fósforo, tenho então a conduta que produziu o resultado que é a posse, há o nexo entre conduta e resultado e está escrito no CP que subtrair coisa alheia móvel, para si ou para outrem é crime e ele não agiu em legítima defesa, portanto o que ele fez é crime. Há uma rigidez nessa teoria. Ao desconsiderar determinadas hipóteses, a relevância social da conduta, a teoria finalistase torna rígida, e algumas vezes exagerada no ponto de vista formal. A Jurisprudência resolveu isso, para amenizar a teoria finalista, ela vem aplicando em algumas hipóteses o princípio da bagatela ou da insignificância, ou seja, aquelas condutas de ínfimo valor, insignificantes sob ponto de vista social, a jurisprudência entende que não haverá crime, por atipicidade da conduta. O sujeito que entra e subtrai uma caixa de fósforos e uma melancia, primeiro o valor é absolutamente insignificante, 2º não há absolutamente nenhuma relevância social no ponto de vista do direito penal, porque posso ter o DC para resolver isso, o JEC ou o direito trabalhista em relações de trabalho, o direito administrativo em relação a determinadas condutas de poder de polícia, ou seja, posso ter outros ramos do direito que podem ser utilizados para coibir aquela conduta. Lembre-se, o DP deve valer-se de condutas sérias, é a característica da fragmentariedade no direito penal. Embora o código tenha adotado implicitamente a teoria finalista, ela é amenizada e suavizada pelo princípio da bagatela que é uma construção jurisprudencial. Mas não é adoção da teoria da adequação social. O Princípio da bagatela deve ser analisado caso a caso. 
Conceito: Conduta para a teoria finalista é ação ou omissão humana, consciente e voluntária dirigida a uma determinada finalidade. O código implicitamente adota a teoria finalista. 
Quais são as características da conduta, segunda a teoria finalista? 
1º A conduta deve ser originária de uma pessoa, classicamente pode-se falar que conduta é ação ou omissão humana, mas modernamente diz-se que a conduta deve ser originária de pessoa, porque PF ou PJ podem praticar crimes, a PJ pode praticar crimes ambientais depois da CF de 88 e da Lei dos Crimes Ambientais de 98, assim estamos afastando a possibilidade dos animais cometerem crimes, pois não praticam condutas, quem pratica a conduta é a pessoa física, o animal, por exemplo, que é atiçado para atacar ou foge da coleira, quem pratica conduta é o homem com conduta dolosa ou culposa por negligência ou imprudência, o animal pode ser objeto da conduta humana. 
2ª característica da conduta é que ela deve ser consciente, não podemos confundir consciência com capacidade de entendimento. O sujeito que está bêbado tem consciência do seu ato, quando ele pratica o ato ele tem consciência, não significa que ele tenha capacidade de entendimento, não confunda consciência com capacidade de entendimento e no caso da embriaguez há uma norma específica no código, art. 28, que não exclui a imputabilidade penal a embriaguez, em algumas hipóteses ela serve como aumento de pena, nunca para eximir a responsabilidade penal, a única situação seria uma raríssima hipótese de embriaguez acidental, por exemplo, quando você tem uma disfunção orgânica que desconhece e ao comer um chocolate de licor, aquilo desencadeia a uma reação química e leva a embriaguez completa, então uma doença. Outra hipótese seria um acidente, você cai dentro de um tonel de cachaça, são raríssimos os casos em que a embriaguez pode excluir a imputabilidade penal. A embriaguez não é só do álcool ela é uma intoxicação aguda proveniente do álcool ou de substâncias análogas, esse é o conceito de embriaguez.
Portanto quando falamos em consciência não que dizer capacidade de entendimento, um louco pode ter consciência, mas ele não pode ter capacidade de entendimento. Uma criança tem consciência, mas não tem capacidade de entendimento, então não confundam consciência com a capacidade de entendimento. Quais são os atos inconscientes que afastam a conduta? Por exemplo, sonambulismo, hipnose e determinados distúrbios de sono, são atos inconsciente cientificamente comprovados. O sujeito que tem um ato inconsciente não praticou conduta, ele foi objeto da conduta alheia, como se fosse um animal. Esses atos de inconsciência afastam a conduta, e ao afastar a conduta eu afasto o fato típico e por consequência eu afasto o crime. 
3ª Característica. Voluntariedade, é o oposto da coação, será voluntário quando não houver coação, quando o sujeito não for obrigado. Coação significa obrigação, forçado. Será voluntário quando o sujeito não for forçado e obrigado. Existem duas espécies de coação:
Coação física e coação moral. Somente a coação física afasta a conduta, ela é o emprego de violência, diretamente contra aquela vítima o sujeito da coação ou de um terceiro a ela ligada, um parente, um filho, marido esposa, pai, mãe, avô, alguém ligado a ela. Essa pessoa ou ela própria está sofrendo uma coação física, e, portanto ela é um instrumento da conduta alheia. Se o criminoso coloca uma arma na cabeça e bate na vítima, fala que ela vai ter que assinar agora, agride o sujeito, assim por diante, a vontade dele está sendo substituída pela vontade de criminoso. Ele coagido fisicamente não pratica conduta, então não há fato típico e nem crime. É diferente da coação moral em que há uma ameaça, ela tem uma regra específica no CP, a regra está no art. 22 do CP. O conceito de culpabilidade segundo o aspecto tripartido (crime é fato típico antijurídico e culpabilidade), a culpabilidade para a teoria tripartida é um juízo de valor sobre a conduta. E para a teoria bipartida o conceito de culpabilidade é um pressuposto de aplicação de pena. Quando tenho uma coação moral, o sujeito que é vítima dela, pratica crime na teoria bipartida, afasta a culpabilidade. Aqui o que me interessa é a coação física em que temos a substituição de vontade e não há voluntariedade da conduta, então não temos fato típico e crime. Na coação moral não afasta a voluntariedade por expressa disposição legal e daí terei, conduta, resultado, nexo de causalidade, tipicidade e crime. Se essa coação moral for irresistível só responde pelo crime o coator, o sujeito não responde, em relação ao coagido haverá o afastamento da culpabilidade. 
Dia 22/03 - FORMAS DE CONDUTA
As formas de conduta são: ação e omissão. Ação é a realização de uma conduta positiva, é um fazer, uma realização de um fato positivo, 99% dos crimes descritos no CP são crimes por ação. A omissão é um não fazer, ou seja, é a realização de uma conduta negativa o sujeito não faz alguma coisa. Ex.: quando você não estuda está se omitindo, mas não é crime porque não está previsto em lei. A omissão é subdividida, temos a omissão natural que não interessa, o que interessa para o DP é a omissão normativa. 
O fundamento da omissão normativa está no art. 13 § 2º. “A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:” 
O art. diz que a omissão é penalmente relevante quando o omitente podia e devia agir para evitar o resultado, a 1ª parte chama-se omissão jurídica ou normativa. Somente a omissão normativa prevista no art. 13 caracteriza um crime, cuja a definição é o que diz o próprio art. É aquela em que o omitente podia e devia agir para evitar o resultado. Essa omissão é relevante para o direito penal, se eu deixar cair a minha carteira no chão e vocês nada fizerem, vocês estão se omitindo, mas é uma omissão natural, que não é interessante para o direito penal, porque vocês não tem o dever de evitar o resultado de enfrentar essa situação. O que interessa para o direito penal é aquela omissão aliada a uma omissão natural, pois a omissão é sentida por nós, pelos sentidos humanos. Quando você sente a omissão através de seus sentidos, é uma omissão natural. A omissão normativa é a omissão natural que você sente, só que se agrega a duas situações exigidas pela lei: você pode e deve agir, aí temos a omissão jurídica que a lei se preocupa. Então a omissão normativa é a omissão natural mais você poder e dever agir para evitar um resultado. Poder porque, p. ex., você está envolvido em um acidente, em que você se encontra ferido gravemente e não pode enfrentar a situação de perigo em face da outra vítima, mesmo que você cause o acidente, por isso não há relevância para o direito penal. E quando você deve é quando a lei determinar.Classificação dos crimes quanto a conduta.
Quanto à conduta os crimes se classificam em comissivos e omissivos
O crime comissivo é o crime praticado por ação, 99% dos crimes do CP é por ação. Ex.: matar alguém, em regra é por ação, subtrair coisa alheia é por ação, ou ofender a integridade física e moral de outra pessoa. Em regra os crimes descritos no código penal são comissivos, praticados por ação.
O crime omissivo é praticado pela omissão. Os crimes omissivos são classificado em 3 espécies. A primeira espécie é crime omissivo próprio ou puro. O crime omissivo próprio é aquele em que a própria lei descreve a omissão. Ex.: Art. 135 do CP: “ Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.” Esse art. trata-se de crime omissivo próprio ou puro, porque a própria lei descreve a omissão, esse crime só pode ser unicamente praticado pela omissão. Deixar de fazer, deixar de comunicar a autoridade, não há outra forma de deixar de comunicar a autoridade sem ser pela omissão. Qualquer pessoa pode cometer esse crime omissivo próprio, desde que se enquadre nos elementos contidos na lei, como deixar de prestar socorro ou comunicar a autoridade quando podia fazer, você simplesmente não faz nada, quando você comunica a autoridade, já está fazendo alguma coisa e não será omissão.
2ª hipótese de crime omissivo é o crime omissivo impróprio, também chamado de crime comissivo por omissão. É aquele em que a lei descreve uma ação, mas o resultado é obtido pela omissão. O art. 121 trata de homicídio, matar alguém. A lei está descrevendo uma ação, matar alguém, só que terei um crime omissivo impróprio quando eu mato alguém deixando de fazer alguma coisa. Ex.: A enfermeira que deixa de dar a medicação adequada para alguém, mesmo se ela não queria matar (não estamos analisando se é dolo ou culpa), interessa como o resultado foi obtido, no qual foi pela omissão, porque deixou de fazer alguma coisa. Em regra o tipo prevê a ação, então será um crime omissivo impróprio ou comissivo pela omissão. Enquanto que para o crime omissivo próprio qualquer pessoa pode praticá-lo, aqui neste crime omissivo impróprio não é qualquer pessoa que pode praticá-lo. Quem pode praticar o crime omissivo impróprio ou comissivo por omissão, diz o art. 13 §2º “A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: 
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.”
Obs.: O podia só se refere a omissivo próprio e devia a omissivo impróprio.
As alíneas do §2º referem-se ao dever jurídico de evitar o resultado. Quem tem esse dever jurídico de evitar o resultado são três pessoas. Diz a letra A = aquele que por lei tem o dever legal, por exemplo: policial, os pais, curador, tutor. Eles têm o dever legal de enfrentar situação de perigo. O pai tem o dever legal de sustentar seus filhos. Então a letra A refere-se ao dever legal, aquele que por lei tem a obrigação de cuidado proteção e vigilância. Se eu deixo de alimentar o meu filho com intuito de mata-lo eu pratiquei um crime omisso improprio também chamado de comissivo porque a lei descreve uma ação por omissão, já que o resultado foi obtido por uma conduta omissiva. 
Então a 1ª hipótese é o dever legal a 2ª hipótese que é a letra B, refere-se à outra forma de dever de impedir o resultado que não seja pela lei, é por contrato, como o guarda-vidas, o guia de turismo, p.ex.: ele é contratado para levar uma turma até o pico da montanha e no meio do caminho ele fala, olha gente, está vindo uma nevasca vou embora galera se cuidem. Só que ele foi contratado com a finalidade de vigilância, proteção e cuidado, não é o dever legal porque ele não tem por lei a obrigação, ele não é um policial, um bombeiro, mas por outra forma ele se obriga porque foi contratado. 
Na 3ª hipótese a letra C, diz que, aquele com sua conduta anterior criou o risco da ocorrência do resultado, eu não tenho a hipótese do dever legal e nem o dever contratual, mas o agente e criou uma situação de perigo e ao criar a situação de perigo ele se obriga a enfrenta-la, aqui estamos diante do chamado garantidor ou garante. É a hipótese do amigo que chama o outro para surfar em alto mar, e o outro diz que não sabe nadar, mas o amigo fala, vem comigo que eu garanto, e ao vir ondas gigantes de 10 metros de altura ele diz para o amigo: olha realmente o negócio tá feio tchau. Ele criou o risco da ocorrência do resultado e ao criar o risco da ocorrência do resultado ele tem o dever de enfrentar a situação. Outra hipótese quando o agente empurra o amigo na beira da piscina e ao ver o amigo se debatendo ele simplesmente não faz nada, ele criou o risco da ocorrência do resultado e ao criar o risco, ele deve enfrenta-lo, pois tem o dever de enfrentar o perigo e se o sujeito morre ele comete um crime comissivo por que a lei prevê a ação, mas o resultado foi obtido pela omissão. Então com a sua conduta ele criou o risco da ocorrência do resultado e não a enfrentou. Portanto na omissão imprópria, quem pode responder por esse crime é somente as pessoas previstas no art. 13 §2º, não é qualquer pessoa que vai responder por um crime omissivo impróprio diferentemente do crime omissivo próprio ou puro.
3ª hipótese é o crime omissivo de conduta mista. O crime omissivo de conduta mista é aquele em que o tipo, a lei prevê tanto a ação quanto a omissão no mesmo art. Ex.: é o art. 169, II “quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro no prazo de 15 (quinze) dias.” Uma pessoa se apropria de algo fazendo, por ação, e deixa de devolver algo ou deixa de comunicar a autoridade deixando de fazer por omissão. É um tipo omissivo de conduta mista, porque ele prevê a ação de se apropriar e a omissão de deixar de devolver ao legítimo proprietário. É o exemplo típico que você está andando na rua e o celular do rapaz cai. Aí você se apropria coloca no bolso e deixa de devolver.
NÃO HÁ CRIME SEM CONDUTA, NÃO HAVERÁ FATO TÍPICO SEM CONDUTA.
2º ELEMENTO DO FATO TÍPICO - RESULTADO 28/03/2012
Existem 2 maneiras de conceituarmos resultado, baseado em duas teorias.
1ª é a teoria jurídica ou normativa. A teoria jurídica ou normativa, diz que resultado é a lesão ou perigo de lesão a um bem jurídico tutelado pela norma, esse é o conceito de resultado jurídico ou normativo. O bem jurídico tutelado pelo homicídio é a vida, toda vez que eu tiver uma lesão ou ameaça de lesão à vida eu terei resultado normativo, resultado jurídico. O bem jurídico tutelado pelo furto é o patrimônio, toda vez que eu tiver uma lesão ou perigo de lesão ao patrimônio terei um resultado jurídico ou normativo. O bem jurídico tutelado pela difamação é a honra, toda ver que tiver lesão ou perigo de lesão a honra terei resultado jurídico ou normativo. O bem jurídico tutelado pelo estrupo é a dignidade sexual, toda vez que eu tiver uma lesão ou perigo de lesão à dignidade sexual terei resultado jurídico ou normativo. Então para a teoria normativa ou jurídica o resultado é lesão ou perigo de lesão.
2ª teoria é a naturalística. A teoria naturalística diz que resultado é a modificação do mundo exterior. Ex.: a vida que é um bem jurídico do homicídio, se eu pego uma arma de fogo e efetuo dez disparos contra a vítima com intenção de mata-la e não acerto nenhum disparo, eu não tenho resultado naturalístico, porque não modificou o mundo exterior em relação à vida. Se eu tento subtrair alguma coisa e ao ingressar no patrimônio a casa por exemplo, e não tem nada porque a casa está abandonada, não houve a modificaçãodo mundo exterior no que toca ao patrimônio. Então de um lado tenho o resultado jurídico que é lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico e o resultado natural que é a modificação do mundo exterior. Analisando as duas teorias: Há crime sem resultado? Depende da teoria a ser aplicada. Para a teoria jurídica ou normativa o resultado é lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico. Então toda conduta vai causar uma lesão ou no mínimo perigo de lesão ao bem jurídico, se adotarmos a teoria jurídica normativa não existe crime sem resultado. Se resultado é lesão ou perigo de lesão, significa que toda conduta humana ou causará uma lesão ou no mínimo perigo de lesão. Se eu pego uma arma e disparo quanto a vida alheia e não acerto nenhuma. eu causei perigo de lesão. Por isso não há crime sem resultado jurídico para a teoria jurídica normativa. Toda conduta humana vai causar no mínimo um perigo de lesão, um resultado jurídico.
No resultado natural o conceito é modificação do mundo exterior, se eu pego a arma e disparo 15 vezes na vítima e não acerto, não causei resultado, pois não terei modificação do mundo exterior. Então existe crime sem resultado natural. Por ex., a tentativa de homicídio é crime, mas não terei resultado. Não há modificação do mundo exterior, mas vou responder por crime da mesma forma. A teoria adotada pelo código é a teoria natural. Ex. art. 13, primeira parte: “O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe
deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.” O art. 13 quer dizer, o resultado de que depende da existência do crime significa que pode haver crime sem que haja resultado, pois existem crimes que não dependem do resultado, então a teoria adotada pelo CP é a teoria natural. Eu só posso atribuir o resultado para quem deu causa a ele – relação de causalidade e se eu não tenho o resultado não tenho relação de causalidade. O código adota a teoria natural, porque se ele tivesse adotado a teoria jurídica, todos os crimes seriam consumados. Ex. quando a pessoa efetua disparos com arma de folgo em alguém e não teve lesão, mas teve perigo de lesão, então tem resultado e se há resultado o crime é consumado no resultado jurídico, então o agente responderia por crime consumado no qual não é lógico. Mas o crime não é consumado porque não acertou ninguém, então o agente não pode responder por um crime consumado, só pela tentativa, por isso que a teoria adotada pelo CP é a teoria naturalística, pois ele precisa que tenha o resultado morte e ao ter o resultado morte, teremos a modificação do mundo exterior e portanto há o resultado e o agente responderá por crime consumado. Ao não ter a modificação do mundo exterior não tenho o resultado morte, então o agente responde por homicídio tentado.
Classificações dos crimes quanto ao resultado. 
Quanto ao resultado os crimes podem ser: materiais, também chamados de crimes de resultado; crimes formais também chamados de crimes de consumação antecipada e por fim crimes de mera conduta também chamados de crimes sem resultado.
O crime material é aquele em que o tipo prevê e exige o resultado para a sua consumação. O art. 121: Matar alguém. Quando falamos que o tipo prevê o resultado, não precisa que o resultado esteja expressamente previsto. Se não o art. 121 teria que estar escrito matar alguém desde que provoque a morte, quando falo em matar alguém não existe previsão expressa do resultado morte, ele está implícito, pois quando fala em matar alguém é só se ele morrer. O crime material é aquele em que o tipo prevê o resultado e exige esse resultado para que o crime se consuma, então o homicídio consumado será quando houver a morte. O furto, por exemplo, art. 155 “Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel” o resultado previsto é a subtração a inversão da posse. Esse art. Prevê o resultado, mas não expresso. O furto consumado é quando há subtração, pois o tipo prevê e exige o resultado. A maioria dos crimes previstos no CP são crimes materiais, em que o tipo prevê e exige o resultado. Por isso é chamado de crime material ou de resultado.
A 2ª classificação é o crime formal, é aquele em que o tipo prevê o resultado, mas não o exige para a sua consumação. Art. 316 “Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função, ou antes, de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida” – Crime de concussão ( conhecido como suborno, não existe). – Concussão É o funcionário público que exige em razão de seu cargo, mas pode ser antes de assumir, uma vantagem indevida para fazer ou não fazer alguma coisa. Nesse art. o resultado previsto é a obtenção da vantagem, e esse crime vai se consumar quando ele exigiu, no momento em que o fiscal exige dinheiro para multa, ele já consumou o delito. Recebendo ou não o dinheiro, o crime já é consumado, o tipo prevê o resultado que é a obtenção de vantagem indevida, agora no momento que exige ele já está consumando o delito. O crime formal ou consumação antecipada, porque normalmente a consumação é com o resultado. No crime formal a consumação está no momento de exigir a conduta, por isso que é consumação antecipada, o legislador está antecipando a consumação do delito, para o momento da conduta. E se o sujeito exige e obtém a vantagem, ele alcançou o resultado. Daí tem uma classificação chamada de crime exaurido, é aquele que vai até as ultimas consequências, o exemplo é o crime formal, onde o sujeito consuma o delito na exigência do dinheiro e vai até o fim obtendo essa vantagem, ele esgota todos os meios, ele ultrapassa a consumação, ou seja, crime formal onde o sujeito obtém o resultado do delito previsto no tipo. É a mesma hipótese quando o sujeito subtrai o carro, usa o carro várias vezes para furtar, praticar outros crimes e depois põem fogo no carro, ele exauriu o crime, foi até as ultimas consequências com a extinção do objeto de delito que é a coisa.
Ultima classificação: Crime de mera conduta, é aquele em que o tipo se quer faz menção de resultado, por isso que é chamado de crime sem resultado. Ex. art. 150: “Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências: Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa.” ( esse artigo não faz menção ao resultado, ele só trás condutas, ele é um crime de mera conduta, sem resultado). Esse artigo mostra que o CP adotou a teoria naturalística, pois é um crime sem resultado, o sujeito entra na casa alheia e aí tenho a consumação sem resultado algum.
A conduta é imprescindível para o fato típico, não existe fato típico sem conduta, mas existe fato típico sem resultado, pois posso ter crime sem resultado, que é o crime de mera conduta, o resultado é dispensável para o fato típico.
O crime é o fato típico mais antijuridicidade. No fato típico a conduta é absolutamente necessária e o resultado não é necessário.
Nexo de causalidade ou relação de causalidade. 3º elemento do fato típico.
O nexo de causalidade é a relação entre conduta e resultado. A importância do nexo de causalidade é verificar se o resultado pode ser atribuído a aquela conduta. Pois é identificar se esse resultado ocorrido pode ser atribuído à conduta daquela pessoa. Se chegar a conclusão de que o resultado ocorrido não pode ser atribuído à conduta, não tenho nexo de causalidade, não tenho fato típico não tenho crime. Ex.: sujeito quer si matar, ele levanta de manhã, toma veneno e sai para andar no parque, ao andar ele é assaltado e leva um tiro. Ele é conduzido ao hospital e chega morto. O resultado morte pode ser atribuído a conduta do atirador? Se ao efetuar o exame de corpo de delito, verificou que ele morreu pelo envenenamento, não há nexo entre a conduta do atirador e o resultado morte, então não há nexo de causalidade, não há fato típico e nem crime de homicídio, pois resultado morte não pode ser atribuído ao ladrão, não significa que não vai ter crime de tentativa de homicídio ou roubo, masisso é outra questão. Conclui-se que aqueles crimes que não há resultado não tem nexo de causalidade. Um crime de mera conduta não tem resultado e nem nexo. Portanto o nexo de causalidade é um elemento dispensável. o art. 13 primeira parte refere-se do crime que não depende de resultado então não existe nexo de causalidade, se o nexo de causalidade é uma relação de conduta e resultado então nos crimes que não tem nexo de causalidade não tenho resultado. Esse art. 13 trás uma informação muito importante, ele diz: o resultado de que depende da existência do crime somente pode ser imputável a quem lhe der causa. O que é causa? Quem dá causa a um evento? O próprio art. 13 define o que é causa: (...) Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. Como verifica-se se aquele resultado é obra da minha conduta (ação ou omissão)? Vou me valer de um processo chamado hipotético de eliminação, então vou pegar um fato e quebra-lo em várias etapas: o sujeito efetuou o disparo de arma de fogo contra outra pessoa que venho a morrer. Vamos pegar este fato e secciona-lo em vários momentos diferentes que ocorreu. Então o sujeito levantou de manhã, lavou o rosto,tomou café, pegou o ônibus e foi para o beco. Chegando lá ele pegou a arma de fogo e foi almoçar, depois foi até o local onde iria se encontrar com a vítima, ficou esperando a vítima passar pelo local, a vítima passou, ele começou a discutir com a vítima, depois ele efetuou o disparo de arme de fogo contra a vítima e a vítima morreu. Ele saiu correndo e foi se esconder. São vários fatos ocorridos desde o primeiro momento. Vamos fazer agora um processo hipotético de eliminação de cada um desses eventos: ele levantou de manhã e escovou os dentes, eliminando, ele não escovou os dentes, o resultado continua a ocorrer, então significa que escovar ou não os dentes não é causa; aí ele tomou café, vamos eliminar hipoteticamente este evento, o resultado continua, significa que tomar café, não é causa para o evento; aí ele foi para o beco e pegou a arma, eliminando essa circunstância, o resultado morte não continua ocorrendo da forma como ocorreu, significa que o fato dele ter comprado a arma é causa para o evento. Depois ele foi almoçar, vamos eliminar esta circunstância, o fato dele ter almoçado ou não o resultado teria ocorrido, então o fato dele almoçar não é causa para o evento. Depois ele foi até o local e ficou de campana, se ele não tivesse ficado de campana, o resultado não teria ocorrido como ocorreu. Estamos separando o fato da forma como ocorreu, o que é importante. Então se eliminar a campana, o fato não teria ocorrido como ocorreu, significa que o fato dele ter ficado de campana é causa para o evento. Daí ele se encontrou com a vítima e começou a discutir com ela, se eu eliminar esse fato, o resultado não teria ocorrido como ocorreu, significa que essa discussão com a vítima foi causa para o evento. Depois por fim ele efetuou o disparo de arma de fogo contra a vítima que venho a morrer. 
A exclusão desse fato exclui o resultado morte como ocorreu, então o disparo de arma de fogo é causa para o evento. Vejam, esse é o processo hipotético de eliminação. Portanto, para verificar se uma determinada circunstância é ou não causa, vou hipoteticamente eliminar. O código adota a teoria dos antecedentes causais (em latim: conditio sine qua non). O art. 13 do CP adota a teoria da equivalência dos antecedentes causais, que está na segunda parte do CP: "Considera-se causa toda a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido." Faltou uma palavrinha no CP para ele ter expressamente adotado a teoria da equivalência dos antecedentes causais, faltou ele colocar a palavrinha TODA, isso porque, a teoria da equivalência dos antecedentes causais, fala que todas as causas antecedentes ao delito, se equivalem. Tudo que contribui para o resultado é equivalente a causa, tudo que for considerado causa antecedente ao delito se equivale. Voltando ao exemplo do disparo com a arma de fogo, o sujeito comprou a arma, se a pessoa que vendeu não tivesse vendido, o resultado morte não teria acontecido da forma como aconteceu, então o fato da venda é causa. Só que antes da venda, o vendedor comprou aquela arma de alguém, se esse alguém anterior a esse intermediário, não tivesse fabricado a arma, o resultado morte não teria ocorrido como ocorreu. Então a fabricação da arma é causa para o resultado. E para fabricar a arma há extração do minério de ferro, essa extração se não tivesse ocorrido o resultado morte não teria ocorrido como ocorreu, então a extração do minério de ferro é também causa para o resultado. O código diz que todas as causas anteriores ao evento se equivalem. Nós utilizamos um processo hipotético de eliminação, mas esse processo recebe uma severa crítica que é chamada de "regressus ad infinitum". Pois assim vamos chegar em Adão e Eva, já que todas as causas anteriores se equivalem, vamos chegar ao infinito, vamos lá para trás, como fizemos. É uma crítica a teoria dos antecedentes causais, a forma de resolver é a seguinte: esse processo hipotético de eliminação é uma verificação da existência de um nexo, só que essa análise do nexo de causalidade é natural, ao fazer a verificação de um nexo natural, vamos até o infinito, pois aquele que produziu a arma também contribui para o resultado morte, mas aquele que produziu a arma não agiu com dolo e nem culpa com o fim de matar João, então ele não agiu com nexo jurídico ou normativo. O que interessa não é a mera verificação de um nexo natural, o que vamos verificar é a existência de um nexo jurídico normativo, significa que vamos analisar se aquele que contribuiu para o evento agiu com dolo e culpa, e se ele agiu, então deve-se atribuir o resultado. 
Quem produziu a arma e a matéria prima, essa conduta deu causa ao resultado e existe nexo de causalidade entre aquela conduta e o resultado, isso é natural, é impossível de se romper, o nexo de causalidade natural você não consegue romper. O que interessa no ponto de vista jurídico é a apuração, se aquela causa foi provocada por dolo ou culpa, se foi deve-se atribuir ao resultado, se não foi produzida com dolo ou culpa, embora exista o nexo da causalidade natural não deve ser atribuída ao resultado, não haverá nexo jurídico normativo, que é o que interessa.
Então nexo de causalidade é a relação de conduta e resultado, para identificar o CP adotou a teoria da equivalência dos antecedentes causais, no qual considera causa toda ação e omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. Para o CP todas as causas antecedentes se equivalem, eu me valho de um processo hipotético de eliminação para verificar se é ou não causa, esse processo sofre uma crítica, chamada de regressus ad infinitum, mas essa crítica é parcialmente procedente porque é verdade que existe o nexo de causalidade ad infinitum, mas ele é um nexo de causalidade natural e para nós o que interessa é o nexo de causalidade jurídico normativo, ou seja, só aquele que produziu aquela causa com dolo ou culpa será atribuído o resultado a ele. 
CONCAUSAS - CONTINUAÇÃO DO NEXO DE CAUSALIDADE 03/04/2012
Naqueles crimes em que tenho resultado, necessariamente tem o nexo de causalidade para ter relação de causalidade. A palavra chave do nexo de causalidade é causa = ação ou omissão (conduta) humana sem a qual o resultado não teria ocorrido. Então se a conduta contribui para o resultado, o resultado será atribuído ao agente (tudo o que contribui para o resultado é causa), há nexo de causalidade.	
Concausa é uma causa secundária. Elas podem ser absolutamente independentes ou relativamente independentes. Tanto uma como outra tem a mesma subclassificação.
As concausas absolutamente independentes podem ser: preexistentes, concomitantes ou supervenientes.
As concausas relativamente independentes são da mesma forma: preexistente, concomitantes ou supervenientes.
Concausas absolutamente independentes preexistente quer dizer, existia antes, então é uma causa secundária preexistente. Ex.: Joãolevanta de manhã e resolve se matar, toma uma dose de veneno e sai para o Pq. do Ibirapuera, lá ele é assaltado e o sujeito dá um tiro de raspão na perna. Ao ir para o hospital João chega sem vida, ao chegar sem vida faz-se um exame necroscópico e constata que João morreu pelo veneno. Esse exemplo é uma concausa preexistente, pois o veneno foi antes do tiro. Então quem deu o tiro não responderá pela morte, essa conclusão verifica-se pelo processo hipotético de eliminação, vamos retirar o fato de o João ter levado um tiro de raspão que foi a conduta do agente, o resultado morte continuaria, significa que o tiro de raspão não é causa para o resultado. Preexistente porque foi antes.
Concausa absolutamente independente concomitante. Ex. João está andando na rua e recebe voz de roubo, naquele exato instante e por uma circunstância absolutamente independente a voz de roubo ele sofre uma parada cárdia e morre, isso prova que ele morreu exclusivamente pelo ataque cardíaco e independentemente da voz de roubo, por isso que é concomitante, ao mesmo tempo. Se ele não tivesse recebido a voz de roubo ele morreria? Sim, porque é absolutamente independente da voz de roubo, então a voz de roubo não é causa para o resultado.
Concausa absolutamente independente superveniente, que vem depois. Ex João resolve matar sua sogra, ele ministra gotas de veneno no suco da senhora e ela toma aquela uma gotinha em um litro de suco. Logo depois de ela ter tomado, chega um ladrão e mata. Provasse que ela morreu exclusivamente pelo disparo da arma de fogo, pois a quantidade de veneno que João ministrou foi inócua. É superveniente porque a causa venho depois que foi o disparo da arma de fogo o qual causou a morte dela. Se João não tivesse ministrado o veneno ela teria morrido, significa que o fato do João ter ministrado o veneno, não é causa para o resultado. 
As concausas absolutamente independentes excluem a imputação do resultado. Quando uma concausa for ABSOLUTAMENTE independente, significa que: A concausa absolutamente independente é uma concausa absolutamente independente ao resultado, se ela é absolutamente independente ela não tem haver com o resultado, então a concausa absolutamente independente exclui a imputação porque não tem nada haver com o resultado final, mas não quer dizer que o criminoso não responderá por nada, ele responderá pelo fato que lhe couber. 
As concausas relativamente independentes preexistentes. Ex.: Pedro é hemofílico ( doença que não tem cicatrização), é uma circunstância preexistente ele é hemofílico e ponto final. Pedro está andando na rua é roubado e lava uma facada e vem a morrer, a circunstância da facada contribui para o resultado final, porque verificando pelo processo hipotético de eliminação, se ele não tivesse levado a facada não teria morrido, mas é uma circunstância preexistente o fato dele ter levado a facada, mas quando for uma causa relativamente independente não exclui a imputação, processo hipotético de eliminação.
Concausas relativamente independentes concomitantes. Ex. Paulo está andando na rua e recebe voz de roubo, por causa da vos de roubo ele leva um susto tremendo e vem a óbito por uma parada cardíaca. Ela é concomitante porque é ao mesmo tempo, o resultado morte é atribuído ao ladrão porque, se ele não tivesse anunciado o roubo Paulo não teria morrido.
Concausas Supervenientes. Ex.: Pedro está dentro de um ônibus e em determinado local o motorista perde o controle e acaba batendo no poste, todos saem ilesos de dentro do ônibus, inclusive Paulo, todos os passageiros ficam aguardando a chegada de um outro ônibus, em um determinado momento um dos fios do poste se rompe e caem sobre as pessoas matando-as eletrocutadas, é uma circunstância superveniente, ela vem depois. Se o motorista não tivesse batido no poste não teria o fio caído, então exclui o resultado. As circunstâncias relativamente independentes, quer seja preexistentes, concomitantes e supervenientes não exclui a imputação em regra, o agente responde pelo crime. Mas há uma exceção trazida pelo art. 13 §1⁰. "A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação, quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se quem os praticou" A exceção é a causa superveniente relativamente independente quando por si só produzir o resultado. Só vamos identificar se a causa por si só produziu o resultado no caso concreto, no dia a dia, na circunstância fática, na circunstância do fato. Nesse exemplo do ônibus não há como rompermos o nexo de causalidade entre a batida do ônibus e a morte por eletrocução. Porque o motorista do ônibus contribuiu para o resultado morte, na medida em que se ele não tivesse batido o ônibus, o poste não teria ficado meio bambo e o fio não teria rompido. O código não fala que exclui o nexo de causalidade porque ele é natural, não ter como romper. O que o CP é trás uma exceção, dizendo assim, quando essa causa superveniente produzir o resultado sozinha, haverá a exclusão da IMPUTAÇÃO, mas não exclui o nexo de causalidade porque é natural, mas significa que o motorista não responderá pela morte dos passageiros. Agora um outro ex.: O mesmo acidente, só que muito grave em que as pessoas ficaram presas nas ferragens do ônibus e imobilizadas, e aí cai o fio. Nesse exemplo não posso falar que a causa superveniente por si só produziu o resultado, então haverá exclusão da imputação. Então devemos prestar atenção se a causa por SI SÓ produziu o resultado. O parágrafo primeiro diz que se exclui a imputação, o resultado morte. Imputam-se entretanto os fatos anteriores, como a lesão corporal se existiu, falta de habilitação.
ULTIMO ELEMENTO DO FATO TÍPICO: TIPICIDADE																		Tipicidade é o quarto elemento do fato típico. Tipicidade é a perfeita adequação entre a conduta o eventual resultado e nexo, a uma descrição legal. Quando você consegue adequar aquela conduta humana, a aquele resultado que ocorreu e o nexo de conduta e resultado a uma norma prevista na lei, você está fazendo uma adequação, uma tipicidade. Então tipicidade é uma adequação de uma conduta, eventual resultado e nexo, a uma norma que descreve uma determinada conduta, exatamente aquela que você está identificando na vida real (subsunção). Quando falamos em tipicidade estamos falando em adequação, a palavra tipicidade e adequação são expressões sinônimas. 
Há duas espécies de adequação: adequação direta e adequação indireta. Ex.: o sujeito levou um tiro, foi levado ao hospital e chegou morto, conduta: efetuar os disparos, resultado: morte. A adequação da conduta, resultado e o nexo existente entre eles é a norma art. 121 CP. "Matar alguém (...)" Essa adequação é direta porque conseguimos adequar aquele fato ocorrido no mundo real diretamente a uma norma. Conseguimos fazer essa adequação sem que nós precisássemos de qualquer outro meio, qualquer outra norma. Por isso estamos tratando de uma adequação direta, é você pegar o fato e encaixar na lei. Outro ex.: Pedro em uma briga, efetuou disparos de arma de fogo contra Paulo com 5 tiros, Paulo ficou gravemente ferido, levado ao hospital e por força da intervenção cirúrgica ele sobrevive. Eu tenho o crime de tentativa de homicídio. A adequação é a harmonia entre o fato e a lei. O fato: disparos de arma de fogo contra Paulo, Resultado: não tenho resultado morte, mas analisando a intenção de Pedro, presume-se que a conduta dele foi destinada a realização do resultado morte, por isso que temos a tentativa de homicídio. O CP art. 121 descreve um homicídio, no caput do art. 121, tenho o homicídio simples, no parágrafo primeiro tenho o homicídio privilegiado - caso de diminuição de pena, no §2⁰ tenho homicídio qualificado, no §3⁰ tenho homicídio culposo, no §4⁰ tenho o homicídio culposo qualificado, no §5⁰ tenho o perdão judicial - juiz pode deixar de aplicar a pena quando as consequências do homicídio culposo forem tão graves que a pena é desnecessária. Ex: Carlos está dirigindo o seu carro, por força da velocidade excessiva ele capotae acaba matando sua filha, esposa e mãe e o motorista sobrevive. O Carlos responde por homicídio culposo, mas as consequências do crime são tão graves que a pena é desnecessária, então o juiz pode conceder o chamado perdão judicial.
No homicídio que é o art. 121 temos o caput - homicídio simples; §2⁰ que homicídio qualificado; § 3⁰ homicídio culposo; § 4⁰ homicídio culposo qualificado e § 5⁰ perdão judicial.
Nesse art. não há o homicídio tentado, então não é possível fazer uma adequação dos fatos diretamente a lei. Porque na adequação indireta é preciso uma norma de reenvio. Então a adequação indireta é aquela em que há necessidade de uma norma de reenvio, norma de extensão para que possa ser feita a adequação. Nesse exemplo vamos precisar de uma norma de adequação que descreve o crime tentado, art. 14, II - " tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente." Ex. Quando o agente efetuou os disparos de arma de fogo e por circunstâncias alheias a ele, como chegando alguém e socorrer a vítima, a vítima não morre. Pois esse crime não dá para utilizar somente o art. 121 que trata de crimes consumados, então o promotor vai utilizar uma norma de reenvio que é o art. 121 combinado com o art. 14 II que é a tentativa. Um outro exemplo é, se Pedro chega para Carlos e diz que vai matar alguém e Carlos concorda e empresta a arma. Se matar, Pedro responde por homicídio e Carlos não, pois não foi ele que matou diretamente, só participou, então não tem como fazer um enquadramento diretamente, será necessário uma norma de reenvio, prevista no art. 29 do CP: " Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade." Então Carlos irá responder com as penas correspondentes ao crime que cometeu na medida de sua culpabilidade, no momento do promotor fazer a denuncia ele utilizará uma norma de extensão ou reenvio prevista no art. 29. do CP referente a participação do crime. O promotor pega o fato ocorrido no mundo real, conduta, eventual resultado e nexo faz uma ponte para uma norma que vai reenviar a descrição típica do art. 121, por isso que se chama norma de reenvio ou norma de extensão.
Dia 10/04 CONTINUAÇÃO TIPICIDADE (QUARTO ELEMENTO DO FATO TÍPICO)
O fundamento que afirma que a tipicidade é absolutamente indispensável para o crime é o princípio da reserva legal - não há crime sem lei que o defina. Quando falamos em tipicidade estamos falando em adequação, pois a tipicidade é um processo de adequação, um elo em que você busca uma resposta adequada a aquela conduta, resultado. 
Quando falamos em tipicidade, na verdade estamos falando do tipo que é o conjunto dos elementos que descrevem o crime. Ex.: art. 121: Matar alguém. Esse é o mais sucinto tipo que há no CP, ele é formado por 2 elementos: MATAR ALGUÉM, a junção dessas 2 palavras me leva ao tipo que é o conjunto dos elementos, então podemos chegar a uma conclusão que MATAR é um elemento, ALGUÉM é outro elemento, a junção deles me leva ao tipo. Jamais podemos esquecer o que é um elemento ou elementar. Se tipo é o conjunto dos elementos que descrevem o crime, o que são elementos? São aqueles dados imprescindíveis para a caracterização do crime. Matar é um elemento, alguém é um elemento. A junção de cada um deles me dá um tipo. Quando tenho a junção desses elementos que forma o tipo, temos a tipicidade. Quando Carlos efetua disparos contra Simpronio, ele matou alguém, então a partir desse momento temos a tipicidade. Se Carlos efetuasse os disparos contra Simpronio que já estava morto por algum outro motivo, temos atipicidade. Então a conclusão é, a ausência de um elemento nos conduz a atipicidade da conduta, pois se Simpronio já se encontrava morto, não há um homicídio por causa dos disparos, então ele não matou alguém, porque primeiramente matar significa tirar a vida, pois se você efetua disparos contra alguém que está morto não há homicídio, e aquela conduta é atípica, não temos tipicidade.
Não pode confundir elementos com circunstâncias, a palavra circunstância vem do latim circunstare, ou seja, estar ao redor.Circunstância é um dado secundário que acrescido, agregado ao tipo principal tem a função de aumentar e diminuir a pena. Ex. 1- circunstância que aumenta a pena, art. 155 repouso noturno: Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel . §1⁰. A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno. 
O repouso noturno é o momento de descanso, é o momento em que a vítima se encontra fragilizada, então o réu tem uma facilidade maior para subtrair, por isso que aumenta a pena. A ausência de uma circunstância, simplesmente não vou ter o aumento ou diminuição de pena, mas a ausência de um elemento me leva a atipicidade da conduta. Ex. 2 - diminuição de pena art. 121 §1⁰, homicídio privilegiado: Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 
Os elementos podem ser de 3 espécies: elementos objetivos, elementos subjetivos e elementos normativos. O elemento objetivo é aquele que descreve o crime, ele tem o caráter descritivo, ele pode descrever a conduta e quem descreve a conduta no tipo é o verbo. O tipo MATAR ALGUÉM, quem descreve a conduta nesse tipo é o verbo matar, todo tipo tem verbo, então todo tipo tem elemento objetivo. Ex.: MATAR, SUBRATIR, OFENDER, CONTRANGER, AMEAÇAR EXIGIR , USAR, OBTER. Mas além de descrever a conduta através do verbo, ele pode descrever o sujeito ativo, ex.: crime de concussão, o agente é o funcionário público que é o sujeito ativo, ele pode descrever o sujeito passivo, ALGUÉM no homicídio. Então o elemento objetivo pode descrever a conduta através do verbo, o sujeito ativo e passivo, ele pode descrever o lugar ex.: casa, no crime de violação de domicílio, ele pode descrever também o tempo. Portanto o elemento objetivo são elementos descritivos, que descrevem sempre a conduta através do verbo, descrevem também o sujeito ativo, passivo, lugar, tempo a coisa. Se o elemento objetivo principal descreve a conduta através do verbo, todo tipo tem elemento objetivo. 
Já o elemento subjetivo, indica duas circunstâncias. 1ª circunstância ele indica uma finalidade especial do agente. Quando ele indica essa finalidade especial, no tipo ele vem representado normalmente pelas expressões: COM INTUITO DE, COM A FINALIDADE DE, COM O OBJETIVO DE, COM O PROPÓSITO DE. O próprio tipo está indicando que aquela conduta só será crime se ela tiver uma finalidade especial, ou seja, será crime se ele praticar aquela conduta com uma finalidade de, com um objetivo de, com o propósito de, com o intuito de. O próprio tipo indica essa finalidade. Ex.: Falsa identidade, se eu chegar na sala e dizer, meu amigo meu nome é Paula da Silva, sou professora de Direito Ambiental, eu estou me atribuindo falsa identidade, mas não estarei cometendo crime de falsa identidade, porque a falsa identidade precisa de uma finalidade especial. Diz o crime da falsa identidade o seguinte, atribuir-se falsa identidade com a finalidade de obter vantagem, lucro ou criar direito ou obrigação. - art. 302. Pois eu não estou criando nenhuma obrigação ou direito, é apenas uma brincadeira. Pois só haverá crime se a conduta ter alguma finalidade especial, no qual o tipo vai indicar. 
A 2ª circunstância ainda nos elementos subjetivos, é quando ele indica um estado de consciência. Art. 180, crime de receptação: Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte. ARt. 130: Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado. No crime de receptação o que indica o estado de consciência do agente é saber que o produto que ele está é objeto de crime.No art. 130 o elemento de consciência é saber ou deveria saber que ele estava contaminado. Então o próprio tipo indica esse estado de consciência, ele indica normalmente com a expressão saber ou deveria saber, e o estado de consciência é o elemento subjetivo. 
Todo tipo tem elemento objetivo, mas todo tipo não tem elemento subjetivo, ex.: art. 121. Matar alguém. Matar é verbo e alguém é pessoa, não tem elemento subjetivo, então os elementos subjetivos e normativos não são necessários, já o elemento objetivo é necessário.
O elemento normativo é aquele que exigi do intérprete um juízo de valor. Ex. revogado, mas é clássico, nós tínhamos o art. 215 do CP, que tratava de posse sexual mediante fraude, o crime era o homem manter relação sexual com mulher honesta induzindo-a em fraude. Ex. Você vai no centro de umbanda e o cara fala que para baixar o santo a mulher tinha que manter relação sexual com ele. Ela é uma mulher honesta ele está se utilizando de fraude com ela mantendo relação sexual. Outro ex., dois irmãos gêmeos, a namorada manter relação sexual com um irmão que não é o seu namorado. Então vejam, a questão é a expressão mulher honesta, essa expressão é um elemento normativo que exige extremo juízo de valor do intérprete. O que significa mulher honesta? Primeiro o código é de 1940, a expressão mulher honesta em 1940 demandava um juízo de valor extremamente mais rigoroso que o atual, em 1940 com a absoluta certeza as solteiras deveriam se virgem, a mulher solteira que não era virgem não era considerada mulher honesta para efeito de tipificação penal. Em quanto o elemento objetivo é extremamente descritivo claro o normativo tem um juízo extremo de valor, que é necessário especificamente analisar costumes da sociedade, religião. Ex.: o fornecedor ao vender um produto deve indicar a sua periculosidade, isso é um juízo de valor. Pois o que é perigoso? Um brinquedo com partes pequenas para crianças e é perigoso para um adulto, isso é um juízo de valor . 
Quando um tipo tiver somente elementos objetivos, este tipo chama-se normal. Quando tiver um tipo que contenha além dos elementos objetivos que são necessários e tenha os elementos subjetivos ou normativos ou os dois juntos, temos um tipo anormal. 
Dia 12/04 CONTINUAÇÃO TIPICIDADE - TIPO DOLOSO PREVISTO NO ART. 18, I CP. (sem gravação)
Art. 18. Diz-se crime:
Crime doloso
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;
São 3 teorias a respeito do dolo.
1ª Teoria da Vontade. Diz que o dolo é aquele que o agente quer o resultado, ele age com vontade de produzir o resultado.
2ª Teoria da Representação. Diz que o sujeito age com dolo quando ele representa mentalmente o resultado, ele sabe que sua conduta pode trazer um resultado doloso. Basta a representação mental do resultado, não precisa de vontade. Ex.: Se João atirar, já agiu com dolo. Basta que o agente tenha consciência do resultado de sua conduta, não precisa de vontade.
3 ª Teoria do consentimento ou assentimento. Fala que não basta consciência, além da consciência é necessário a indiferença do resultado. O agente não quer, mas ele consente o resultado, pois é indiferente. Ex.: Eu não quero matar, mas se ele morrer problema é dele. O art. 18, I : " doloso, quando o agente quis o resultado", 1ª parte - Teoria da Vontade, dolo direto. " ou assumiu o risco de produzi-lo", 2ª parte - adota-se a Teoria do consentimento ou assentimento, dolo eventual.
Espécies de dolo.
1⁰ Dolo Direto: dolo de vontade, o sujeito age diretamente para a produção do resultado. Então o dolo direto ou determinado existe quando o agente quer determinado resultado.
2⁰ Dolo Indireto: é aquele em que o agente não age diretamente para a produção do resultado, por 2 motivos. 1⁰ Porque o agente age alternativamente, aí temos o dolo alternativo para esta ou para aquele resultado, pois ele não age com uma conduta direta, ele age para produzir um ou outro resultado, assim o dolo alternativo não foi aceito pelo nosso legislador. 2⁰ Porque ele não age para a produção direta do resultado, mas assume o risco da produção do resultado eventual. 
Doutrina: No dolo indireto ou indeterminado em que o conteúdo do dolo não é preciso, definido, estão incluídos o dolo alternativo que ocorre quando o agente quer entre dois ou mais resultados, qualquer deles, e o dolo eventual, em que o agente não quer o resultado, mas prevendo que ele possa ocorrer, assume conscientemente o risco de causá-lo. Age também com dolo eventual o agente que na dúvida a respeito de um ou mais elementos do tipo, se arrisca em concretizá-lo. Quem age na dúvida assume o risco da prática da conduta típica.
3⁰ Dolo Genérico: Aquele que quando o sujeito não possui uma finalidade específica, e o tipo também não exige uma finalidade específica. Ex.: Matar alguém = dolo genérico.
4⁰ Dolo Específico: é aquilo em que o tipo exige uma finalidade específica / especial do agente. Ex.: Falsa identidade.
ART. 18, II - TIPO CULPOSO
Art. 18, II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia.
Culpa = ocorre quando o sujeito não quer o resultado e nem assume o risco de produzi-lo. A culpa é a ausência de dolo. Para se ter um crime culposo, são necessários 6 elementos:
1⁰ Conduta; 2⁰ Resultado; 3⁰ Nexo de causalidade; 4⁰ Tipicidade; 
5⁰ Inobservância de um cuidado objetivo; 6⁰ Previsibilidade Objetiva
1⁰ Conduta: posso transportar a conduta para o tipo criminoso? Sim. A conduta é sempre voluntária e querida, mesmo no crime culposo, mas o resultado não é voluntário e nem querido o resultado é involuntário. Ex.: Pedro quer dirigir em alta velocidade, mas não quer causar um acidente e matar alguém. 
Importante: não confundir dolo eventual com culpa, pois o dolo eventual assume o resultado, mesmo não querendo produzi-lo, porém prevendo.
2⁰ O resultado é imprescindível para o crime culposo. Ex.: Se Pedro dirige em alta velocidade e não atropela ninguém, não há crime. Não existe crime culposo sem resultado. O resultado é fatal, necessário.
3⁰ Nexo de causalidade: nexo existente entre uma conduta voluntária e querida com um resultado não querido e involuntário.
4⁰ Tipicidade: art. 18, Parágrafo único. Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente.
Características: Adequação de conduta querida com um resultado não querido, nexo de causalidade. O crime culposo tem que estar previsto em lei, ninguém pode ser punido por crime culposo sem estar previsto em lei. Ex.: Infanticídio, art. 123. Matar, sob a influência de estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após. ( abalo psíquico, emocional)
O crime culposo é exceção e sendo exceção tem que estar expressamente designado em lei. 
Dia 17/04 CONTINUAÇÃO TIPICIDADE - TIPO CULPOSO PREVISTO NO ART. 18, II CP.
Revisão - Teorias relativas ao dolo: Teoria da vontade, onde considera-se dolo, aquele que o agente quer praticar um crime; Teoria da representação, onde o dolo é considerado simplesmente como uma representação mental do resultado. A simples representação mental do resultado indica a existência do dolo e a Teoria do consentimento, é aquele em que eu tenho que aliar a representação mental mais o fato do agente assumir o risco da produção do resultado. Pelo CP art. 18 I, temos o crime doloso em que o a gente quer a produção do resultado e assume o risco de produzir na primeira parte, então temos a teoria da vontade, já na segunda parte o agente assume o risco de produzir o resultado, então temos a teoria do consentimento ou assentimento.
Espécies de dolo: dolo direto, quando o agente quer produzir o resultado certo, ele quer produzir aquele resultado, então ele conduz a sua conduta para a prática direta de um determinado resultado. E o dolo indireto é aquele dolo onde o agente não pratica a conduta diretamente voltada para o resultado certo, ou ele o faz de forma alternativa onde ele conduz a sua conduta para este ou aquele resultado, chamadode dolo alternativo ou na segunda hipótese, quando o agente não quer o resultado mas assume o risco da produção desse resultado, portanto para ele o resultado é indiferente, aí temos o chamado dolo eventual. O CP adotou o dolo direto, porque estamos diante da teoria da vontade na 1ª parte do art. 18 I, e o dolo eventual na 2ª parte do I, art. 18, que estamos diante da teoria do consentimento ou assentimento.
Dolo genérico, não exige a realização de nenhum fato específico, nenhuma finalidade especial do agente.
Dolo específico, é aquele em que o tipo, o próprio tipo exige que o agente produza determinado resultado com uma finalidade própria específica.
- Culpa, está prevista no II do art. 18, quando o agente age com imprudência, negligência ou imperícia, ou seja, culpa é a ausência de dolo. A culpa ocorre quando o agente não quer o resultado e nem assume o risco de produzi-lo. Entretanto para que tenhamos culpa, temos que ter 6 elementos: conduta, resultado, nexo, tipicidade, inobservância de um cuidado objetivo e a previsibilidade objetiva. 
A conduta no crime culposo, também é uma conduta voluntária e querida, o agente promove aquela conduta dirigindo aquela conduta a uma finalidade específica, certa. Acontece que a conduta no crime culposo é uma conduta lícita, ele promove aquela conduta, dirige a uma finalidade lícita, permitida no direito. O resultado de outro lado, é um resultado involuntário, não querido pelo agente, ele não quer aquele resultado. Se ele quiser o resultado ou assumir o risco de produzir estamos diante do dolo eventual e não da culpa que o resulto é imprescindível. Portanto não temos crime culposo sem resultado involuntário, que é absolutamente importante para o crime culposo.
o nexo de causalidade é a relação existente entre a conduta voluntária e o resultado involuntário.
A tipicidade é a adequação entre essa conduta voluntária, o resultado involuntário, este nexo de causalidade a uma descrição típica. Ocorre que a tipicidade em matéria de direito culposo pelo art. 18 parágrafo único é excepcional e expressa, ou seja, a regra é a existência de um crime doloso. O CP em todos os seus dispositivos quando descreve crimes na parte especial, ele não fala: matar dolosamente alguém, ele fala simplesmente matar alguém. O dolo deve ser subentendido, matar alguém já é dolosamente, todos os crimes do CP não tem a necessidade da descrição da palavra dolo, pois matar alguém já é doloso. Por outro lado, a exceção, a culpa é ao contrário, ela deve vir expressa, só haverá crime culposo se o tipo penal assim o descrever se o legislador descrever essa conduta culposa como criminosa, se ele não o fizer, não há crime culposo, então o crime culposo é a exceção do CP.
5⁰ elemento do crime culposo - Inobservância de um cuidado objetivo: todas as vezes que praticamos determinadas condutas, essas condutas que praticamos na vida comum seguem um padrão de comportamento. Quando você dirige um carro, você segue determinados padrões. Quando um médico faz uma intervenção cirúrgica, ele o faz respeitando determinados padrões, quando um engenheiro constrói uma ponte, ele faz essa ponte respeitando determinados padrões da sua profissão. Então quando você anda na rua, você está também respeitando determinados padrões de comportamento, pois você não vai andar na Paulista às 18h no meio da avenida, você sempre anda na calçada, de preferência prestando atenção no movimento que está ao seu redor para não ser assaltado, e assim por diante. Ou seja, as condutas praticadas em nossa vida, de uma forma geral são condutas que respeitam regras de comportamento. O respeito a essas regras de comportamento social é chamado de cuidado objetivo. O elemento do crime culposo é a inobservância dessas regras de comportamento, a inobservância desses cuidados objetivos. Quando o sujeito dirige o veículo a 180 Km/h, ele não está respeitando regras de comportamento de trânsito. Quando ele dirige seu veículo de forma descuidada sem observar os sinais de trânsito, ele está desrespeitando regras de comportamento. Quando o médico faz uma intervenção cirúrgica sem respeitar o protocolo médico, ele está desrespeitando as regras de comportamento. Quando uma pessoa anda no meio da rua, está desrespeitando regras de comportamento, então o elemento do crime culposo é a inobservância desses padrões comportamentais, dos cuidados objetivos. Como o sujeito pode desrespeitar esses padrões? Como se dá a inobservância desses cuidados objetivos? 
A inobservância de um cuidado objetivo se dá pela imprudência, negligência ou imperícia. A doutrina afirma que a imprudência, negligência e a imperícia, são modalidades da culpa, elas são formas de inobservar um cuidado objetivo.
Quais são os elementos da culpa? Conduta, resultado, nexo de causalidade e inobservância do cuidado objetivo e previsibilidade objetiva.
- A imprudência é a realização de um fato perigoso, é fazer alguma coisa que o cuidado objetivo indicava para não ser feito. Ex.: Dirigir em alta velocidade, a lei espera de você um determinado padrão de comportamento e você realiza determinada conduta em desrespeito aquele padrão de comportamento, você faz aquilo que não deveria ser feito. A imprudência tem um caráter positivo, você faz alguma coisa que não deveria ser feito.
- A negligência é a ausência de precaução, ou seja, você deixa de fazer alguma coisa que o cuidado médio indicava para ser feito. O cuidado médio objetivo indicava que você deveria praticar determinada conduta, mas você não a praticou, você é desprecavido. Ex.: manutenção do veículo, quando você viaja deve fazer uma revisão no veículo, ex.: verificar se os pneus estão em bom estado, se os freios estão funcionando e assim por diante antes de viajar, e ao sair para uma viajem sem ter tomado essa cautela, você foi negligente, não teve precaução, foi desprecavido e não realizou o que deveria ter feito. Portanto a negligência tem um caráter negativo. Em algumas situações pode ter ao mesmo tempo a imprudência e a negligência. Não há diferença prática entre elas, por exemplo na aplicação de pena. Pois simplesmente é uma maneira de não respeitar o cuidado objetivo.
- A imperícia é a inaptidão para o exercício de uma arte ou profissão. Quando estamos tratando da imperícia, estamos tratando somente do exercício de uma arte ou profissão, somente quando a conduta estiver relacionada a uma arte ou profissão. Profissão é o exercício profissional, arte é o exercício de uma determinada conduta relacionada a arte. Ex. O escultor, o rapaz que manipula uma matéria prima perigosa para realizar uma determinada escultura ou obra de arte. Na profissão o sujeito é remunerado para exercê-la. Ex: Médico, pedreiro, enfermeiro, engenheiro e assim por diante. A imperícia é a inaptidão, isso significa que só terei a imperícia quando o sujeito não for apto, quando ele não tiver ainda formação suficiente para o exercício daquela arte ou profissão. Ex. O policial que está ainda em formação na academia, o estudante de medicina que está estudando para ser médico, ou o médico clinico geral que ainda está fazendo a especialização em cirurgia e antes dele se tornar apto para cirurgia ele vai e faz uma cirurgia gastro em uma pessoa, ele não está apto ainda. Aí eu terei a imperícia. Se ele já for apto para o exercício da arte ou profissão e eventualmente ele pratica uma determinada conduta violando os cuidados objetivos e causa um resultado involuntário, haverá um crime culposo, mas não na modalidade de imperícia, será nas modalidades de negligência ou imprudência. A imperícia só se dá quando o sujeito não tem ainda a formação adequada. A partir do momento que ele tem a formação adequada e erra não por vontade, mas ele provoca o resultado involuntário, teremos o crime culposo com uma as duas modalidades, negligência ou imprudência. Para efeitos de aplicação de pena, não há nenhuma diferença. Mas acontece que na hora que o promotor de justiça for fazer a denuncia, ele tem que descrever obrigatoriamente qual modalidade de culpa, pois o promotor temque provar o que alega se for um crime culposo por negligência, imprudência ou imperícia. Se o promotor indica a modalidade de culpa como imperícia tem que provar que houve imperícia sob pena de o sujeito se absolvido. 
As três modalidades de culpa são formas pelas quais a inobservância do cuidado objetivo pode acontecer. Quando estamos falando de inobservância de um cuidado objetivo, estamos tratando de homem médio, padrão, médio de comportamento, não se exige cautelas acima desse padrão mediano.
- Ultimo elemento do crime culposo: previsibilidade objetiva, significa que o agente tem que ter a possibilidade da previsão do resultado, ou seja, o resultado para ele tem que ser previsível. No crime culposo o agente não quer o resultado e não assume o risco da produzi-lo. Mas o resultado para ele é visível. Ex.: Ha muitas pessoas que já dirigiram o veículo a 170 Km/h ou mais, isso não é crime é uma infração de trânsito, mas a pessoa que conduz o veículo tem uma sensação de que se bater em uma pedrinha o veículo vai capotar, ou seja, a pessoa tem essa previsão de que o resultado poderá acontecer. Outro exemplo, quando um militar faz a limpeza de uma arma e se não tomar as cautelas adequadas, ele tem a previsão, a sensação de que o resultado pode acontecer. Então essa previsibilidade é a possibilidade de você antever o resultado, mas não significa que você quer o resultado e não assume o risco de produzir o resultado, pois se você quiser o resultado ou assumir o risco está diante do dolo eventual. Quando falamos em previsibilidade objetiva, refere-se a previsibilidade mediana, a previsibilidade que todos nós podemos ver. Ao dirigir um veículo acima da velocidade há uma previsibilidade, da mesma forma quando o agente passa o sinal vermelho rapidamente, ele tem a sensação de que possa passar um veículo e bater. Isso é previsibilidade objetiva, ou seja é previsível é você antever o resultado, mas não que você queira ou assuma, e essa previsibilidade é mediana, padrão, não se exige de ninguém que tenha uma bola de crista ou que a pessoa tenha prever algo que está acima do padrão normal da sociedade.
Relembrando, os elementos da culpa são: conduta, resultado, nexo de causalidade, inobservância do cuidado objetivo e previsibilidade objetiva. As modalidades da culpa são: negligência, imprudência e imperícia. Existem dezenas de espécies de culpa e julgados. Mas vamos falar sobre duas espécies de culpa.
1⁰ Culpa inconsciente. A culpa inconsciente é a culpa normal, simples é aquela que decorre desses 6 elementos que analisamos. Então a culpa inconsciente é a culpa normal, comum. Falamos da culpa inconsciente em contraposição daquilo que nos interessa, que é a culpa consciente.
Na culpa consciente o sujeito prevê o resultado, sabe que este resultado pode acontecer, este resultado é até inevitável, mas o sujeito não o quer que aconteça e nem assume o risco de sua produção. Porque ele acredita piamente numa habilidade pessoal. Ex.: atirador de facas do circo, a pessoa que atira flechas na maçã em cima da cabeça de alguém. O resultado é previsível, é quase que certo é quase inevitável, mas ele não quer o resultado e não assume o risco da sua ocorrência porque ele acredita em uma habilidade pessoal. 
Qual a diferença entre dolo eventual e culpa consciente? Tanto um quanto o outro não querem o resultado, só que no dolo eventual é indiferente o resultado, tanto faz se acontecer ou não o resultado. Na culpa consciente, ele não quer o resultado, não assume o risco de sua ocorrência porque ele acredita numa habilidade pessoal. No dolo eventual, o resultado é indiferente dane-se, na culpa consciente, fudeu, ele não queria mas aconteceu. Então um o agente não queria, mas assume o risco de produzir e outro o agente não queria, e não assume o risco de produzir o resultado por acreditar em sua habilidade. 
(Encerrou tipo culposo)
TIPO PRETERDOLOSO
O tipo preterdoloso é aquele que vai além da culpa, a expressão se divide em PRETER DOLOSO.
O tipo preterdoloso é uma espécie de crime qualificado pelo resultado. 
No crime qualificado pelo resultado temos duas condutas, uma 1ª conduta inicial que também é chamada de antecedente, seguida de uma 2ª conduta que é chamada de final ou consequente. A união dessas duas condutas, da conduta inicial mais uma conduta final temos uma pena mais grave. Fala-se em crime qualificado pelo resultado, porque o resultado final obtido, faz com que o crime seja qualificado e tenha uma pena mais grave, por isso o crime é qualificado pelo resultado que é mais grave do que essa conduta originária, fazendo com que a pena fique maior.
Espécies de crimes qualificados pelo resultado:
1ª É aquele onde eu tenho uma conduta inicial dolosa seguida de uma conduta subsequente dolosa, o resultado ainda mais grave. Ex.: art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano.
O João está agindo com uma conduta dolosa com a intenção de ofender a integridade física ou a saúde de outrem. João dá um soco, conduta inicial, acontece que João não se contenta de ofender a saúde e a integridade física da vítima, ele quer na verdade que a vítima fique 45 dias sem sair da cama. § 1⁰. Se resulta: I - incapacidade para as ocupações habituais, por mais de 30 dias; Pena - reclusão, de 1 a 5 anos.
Na 1ª hipótese João agiu com uma conduta inicial dolosa dando um soco, mas ele não se contentou e quis que a vítima ficasse 45 dias sem sair da cama. Se a conduta de João parasse na 1ª hipótese,na conduta inicial, ele teria uma pena de detenção de 6 meses a 1 ano. Mas ele agiu dolosamente na 1ª hipótese e também na segunda, resultando uma lesão corporal mais grave, ele terá a pena de reclusão, de 1 ano a 5 anos. Então vejam, conduta inicial dolosa que foi a intenção de lesionar, conduta final dolosa com a intenção que a vítima ficasse 45 dias em cama. O crime se tornou qualificado pelo resulto mais grave, neste caso obtido a título de dolo, consequência pena mais grave. (Dolo + Dolo)
2ª Espécie de crime qualificado pelo resultado. É aquele onde tenho uma conduta inicial culposa seguida de uma conduta final culposa, cujo exemplo tenho no art. 121 §4⁰ do CP.
Art. 121. Matar alguém: Pena - reclusão, de 6 a 20 anos. §3⁰. Se o homicídio é culposo: Detenção, de 1 a 3 anos. 
§ 4⁰. No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3, se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro á vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 ou maior de 60 anos. 
No art. 4⁰ diz que no homicídio culposo se o seu resultado vem de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, a pena aumentará para 1/3. Nesse caso o agente é habilitado, não é o caso de imperícia em que o agente ainda não é apto a exercer sua profissão. Então quando o agente é apto e comete algum erro técnico de sua profissão, é uma causa para aumento de pena. Então o médico que faz uma intervenção cirúrgica, sendo qualificado para tal, desrespeitou uma regra técnica de profissão, temos uma conduta inicial culposa porque ele não queria matar a vítima e essa conduta seguinte também é culposa porque ele não queria matar, pois se deu por uma imprudência ou negligência da parte dele, juntado a culpa com uma conduta subsequente decorrente da inobservância de um cuidado objetivo de uma regra técnica de profissão, resulta uma pena mais grave. O crime se tornou qualificado pelo resultado. ( Culpa + Culpa).
3ª Espécie de crime qualificado pelo resultado. Eu tenho uma conduta inicial culposa e uma conduta final dolosa. Exemplo de culpa + dolo, é o art. 302, parágrafo único, III, da Lei 9.503/97 Código de Trânsito Brasileiro.
Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor: Penas - detenção. de 2 a 4 anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação

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