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Beatriz de Biasi – Medicina – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro ACIDENTES COM MATERIAIS BIOLÓGICOS Materiais clínicos de risco Sangue ou qualquer outro fluido contendo sangue são os materiais de maior risco para transmissão de HIV, VHB e VHC em acidentes ocupacionais. Também são potencialmente infectantes: secreção vaginal, sêmen, líquido peritoneal, líquido pleural, líquido pericárdico, líquido amniótico, líquor, líquido articular, leite materno, saliva. Materiais sem risco: lágrima, fezes, saliva. Formas de exposição: percutâneas, cutâneas, mucosas e mordeduras. Ter cuidado na hora do recapeamento de agulhas. Cuidados imediatos com o ferimento Lavar com água e sabão o ferimento ou pele exposta. Lavar as mucosas com água e soro fisiológico. Não “espremer” o ferimento, pois isso pode aumentar a exposição ao material contaminante. Acidentes com agulhas de lixo Fazer investigação do tipo de agulha, quais procedimentos são feitos com ela, quais pacientes puderam ter entrado em contato, quais os materiais biológicos dentro dela, etc. Medidas preventivas Usar luvas, fazer lavagem das mãos antes e depois de contato com pacientes, vacinação contra HBV em todos os profissionais que têm risco e que manipulam materiais possivelmente contaminados, re-encapar as agulhas corretamente, descartar os materiais corretamente, usando descarpack. Atendimento no pronto socorro---------------------- Objetividade: Identificar o tipo de acidente e o material biológico envolvido, se representam risco de transmissão ou não. Se houver risco, solicitar sorologias para o profissional acidentado e para o paciente fonte do acidente (HIV teste rápido, VHB e VHC). No campo “hipótese diagnóstica” informar “acidente de trabalho”. Entregar para o paciente o “Guia para o Acidentado com Perfurocortantes”, disponível no PS. Estabelecer a conduta profilática para VHB: Estabelecer a conduta profilática para HIV: HIV------------------------------------------------------- Fatores de exposição Agulha com lúmen, lesões profundas, presença de sangue no dispositivo/ferramenta, agulhas grossas. Atendimento pós-exposição Fazer a profilaxia (PEP) em até 2h pós-acidente, continuando por 28 dias. O efeito protetor mínimo da PEP é 81%. A sorologia anti-HIV (ELISA) é feita no momento 0 do acidente, após 1 mês e após 3 meses. Hepatite B----------------------------------------------- Imunoglobulina hiperimune para VHB (HBIG) Usada na conduta profilática nos casos suspeitos de transmissão de VHB. Dose única intramuscular, administrada o mais precocemente possível, até no máximo 7 dias após o acidente. Atendimento pós-exposição Estabelecer a conduta profilática de acordo com os níveis de exposição. Fazer a sorologia do profissional, em 3 momentos: na hora do acidente, após 3 meses e após 6 meses. Hepatite C----------------------------------------------- Na hepatite C, o aumento de transaminases no sangue é detectado após 7-8 semanas do acidente. Das formas agudas, 85% torna-se crônica, e 15% evolui para cura. Atendimento pós-exposição Não há vacina, nem profilaxia. Fazer sorologia anti-HCV no momento 0 do acidente, após 3 meses e após 6 meses.
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