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Apostila grifada: Estrutura e Fucionamento da Educacao

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ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO
 DA EDUCAÇÃO BÁSICA 
pedro
Nota
SUMÁRIO 
 APRESENTAÇÃO 4
 INTRODUÇÃO 5
1 A ESTRUTURA DIDÁTICA DA EDUCAÇÃO BÁSICA 6
2 FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO 9
3 SISTEMA ESCOLAR 10
3.1 DEFINIÇÕES RELEVANTES 10
3.1.1 Características Básicas de um Sistema 10
3.1.2 Representação Sistêmica 10
3.1.3 Base de Sustentação Sistêmica 11
3.1.4 Tipos de Sistemas Existentes no Tocante à Educação 11
3.1.4.1 Sistema Educacional Formal 11
3.1.4.2 Sistema Educacional Não Formal 12
3.1.4.3 Sistema Educacional Informal 12
3.2 SISTEMAS DE ENSINO 12
3.2.1 Sistema Escolar 12
3.2.1.1 Sistema Escolar Brasileiro 13
3.2.1.1.1 Fundamentos do Sistema Escolar Brasileiro 14
4 EVOLUÇÃO DA INSTITUIÇÃO ESCOLAR 16
4.1 A ESCOLA PRIMÁRIA 16
4.2 A ESCOLA MÉDIA 17
4.3 A EDUCAÇÃO PÚBLICA 17
5 A EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL 19
5.1 PERÍODO DA PRIMEIRA REPÚBLICA: 1889 A 1929 19
5.2 PERÍODO DA SEGUNDA REPÚBLICA: 1930 A 1936 20
5.3 PERÍODO DO REGIME MILITAR: 1964 A 1985 22
5.4 PERÍODO DA ABERTURA POLÍTICA: 1986 ATÉ NOSSOS DIAS 23
6 ESTRUTURA ADMINISTRATIVA DA EDUCAÇÃO 
BÁSICA 
25
6.1 A ESTRUTURA DIDÁTICA DA EDUCAÇÃO BÁSICA A PARTIR 
DA LEI 9394/96 (LDB) 
25
 
 
3
 
6.2 DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS (DCN) 27
6.3 ALGUNS ANTECEDENTES DAS DCN 28
6.4 DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA O ENSINO 
FUNDAMENTAL 
29
6.5 DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA O ENSINO 
MÉDIO 
33
6.5.1 Histórico 33
6.6 A LDB E O ENSINO MÉDIO 34
6.7 DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO 
DE JOVENS E ADULTOS (EJA) 
39
6.7.1 Fundamentos e Funções da EJA 40
6.7.1.1 Definições Prévias 40
6.7.1.2 Conceito e Funções da EJA 41
6.7.2 Bases Legais das Diretrizes Curriculares Nacionais para a EJA 44
6.7.2.1 Histórico 44
6.7.2.2 Bases Legais Vigentes 45
6.7.2.3 Educação de Jovens e Adultos Hoje 46
7 LEI Nº 9394/96 - LEI DE DIRETRIZES E BASES DA 
EDUCAÇÃO NACIONAL (LDBEN) 
49
7.1 A ESTRUTURA DA LDB 49
7.2 EDUCAÇÃO COMO DIREITO 50
7.3 PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO NACIONAL 51
7.4 DIFICULDADES PARA O CUMPRIMENTO DA LDB 51
7.5 PONTOS DE DESTAQUE NA LDB 52
8 A ESCOLA COMO ORGANIZAÇÃO 53
8.1 ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DA ESCOLA 54
8.2 AS INCUMBÊNCIAS DOS DOCENTES 56
8.3 A VALORIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO 57
 REFERÊNCIAS 58
 ANEXO 59
 
 
 
 
5
INTRODUÇÃO 
 
Todos são iguais perante a lei, 
sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos 
 estrangeiros residentes no País 
a inviolabilidade do direito à vida, 
à liberdade, à segurança e à propriedade. 
Artigo 5º da Constituição Federal 
 
A presente apostila oferece o conteúdo das aulas de Estrutura e 
Funcionamento da Educação Básica. Dos estudos da apostila, de indicações de 
leituras, das atividades, aulas ou leituras orientadas via web, do fórum de discussões 
e do nosso convívio através do link correio, vamos oferecer as condições para que o 
futuro profissional da Educação insira-se no contexto do ambiente organizacional, 
onde irá exercer o magistério no âmbito da Educação Básica. 
Para melhor aproveitamento e compreensão do conteúdo da disciplina, é 
necessário que o aluno providencie o texto da seguinte legislação: 
1. Constituição Federal de 1988; 
2. Lei nº. 9.394 de 20 de dezembro de 1996: 
i. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional; 
3. Lei nº. 10.172 de 9 janeiro de 2001: 
i. Estabelece o Plano Nacional de Educação. 
Não vamos propor uma exaustiva e inútil decoração de leis e seus artigos, 
mas compreendê-las de forma crítica e consciente. 
Desejamos a todos vocês um ótimo aproveitamento nesta disciplina. 
 
Maria da Graça Fernandes Branco 
 
 
 
 
6
1 A ESTRUTURA DIDÁTICA DA EDUCAÇÃO BÁSICA 
 
A educação, direito de todos e dever do 
Estado e da família, será promovida e 
incentivada com a colaboração da sociedade, 
visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, 
seu preparo para o exercício da cidadania e 
sua qualificação para o trabalho. 
Artigo 205 da Constituição Federal 
 
A estrutura didática da Educação Básica instituída pela Lei n°. 9.394 de 
20 de dezembro de 19961, envolve escolas de diferentes níveis: Educação Infantil, 
Ensino Fundamental e Ensino Médio, além de modalidades específicas de ensino, 
como a Educação de Jovens e Adultos, a Educação Profissional e a Educação 
Especial. 
Conforme o artigo 22 desta lei: “A educação básica tem por finalidades 
desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o 
exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos 
posteriores”. Essas finalidades devem ser analisadas de acordo com os 
pressupostos filosóficos e políticos contidos na Constituição Brasileira vigente. 
Portanto, todas as atividades de ensino-aprendizagem devem obrigatoriamente 
convergir para as finalidades constitucionalmente estabelecidas. 
A Educação Infantil é o primeiro nível da Educação Básica e tem como 
finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos, considerando os 
aspectos físico, psicológico, intelectual e social e completando a ação da família e 
da comunidade. Segundo o artigo 29 da LDB, é oferecida em dois níveis: “I. creches 
para crianças até três anos de idade; II. Pré-escolas, para crianças de quatro a seis 
anos de idade.”. 
O Ensino Fundamental, segundo artigo 32 da LDB, é obrigatório e gratuito 
nas escolas públicas, com duração mínima de oito anos2 e terá como objetivo a 
formação básica do cidadão através: 
 
1 Obtenha a íntegra da LDB n°. 9.394 de 1996 acessando o site do Ministério da Educação e Cultura: 
http://www.mec.gov.br. 
2 Lei nº 11.274, de 06 de fevereiro de 2006 institui o Ensino Fundamental de Nove Anos a partir dos 
seis anos de idade. 
pedro
Realce
todas as atividades de ensino-aprendizagem devem obrigatoriamentenullconvergir para as finalidades constitucionalmente estabelecidas.
pedro
Realce
Conforme o artigo 22 desta lei: “A educação básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para onullexercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudosnullposteriores”.
pedro
Realce
A Educação Infantil é o primeiro nível da Educação Básica e tem comonullfinalidade o desenvolvimento integral da criança até 6 anos. ...Segundo o artigo 29 da LDB, é oferecida em dois níveis: “I. creches para crianças até três anos de idade; II. Pré-escolas, para crianças de quatro a seis anos de idade.”. seis anos,
pedro
Realce
pedro
Realce
O Ensino Fundamental, segundo artigo 32 da LDB, é obrigatório e gratuito nas escolas públicas,
 
 
7
1. do desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios 
básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo; 
2. da compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da 
tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a 
sociedade; 
3. do desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a 
aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e 
valores; 
4. do fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade 
humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social. 
 
O Ensino Médio, conforme o artigo 35 da LDB, é a etapa final da 
Educação Básica, com duração mínima de três anos. Tem como finalidades: 
1. a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no 
Ensino Fundamental, tendo em vista o prosseguimento dos estudos; 
2. a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, de 
modo a ser capaz de se adaptar a novas condições de ocupação e 
aperfeiçoamentos necessários; 
3. o aprimoramento do educando como pessoa humana, sua formação 
ética e o desenvolvimento da autonomiaintelectual e do pensamento 
crítico; 
4. a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos 
produtivos. 
A Educação de Jovens e de Adultos – EJA é a modalidade de ensino 
prevista nos artigos 37 e 38 da LDB para jovens e adultos concluírem o Ensino 
Fundamental ou Médio. 
A Educação Profissional não se coloca como um nível de ensino, mas tipo 
de formação que se integra ao trabalho, à ciência e à tecnologia e conduz ao 
permanente desenvolvimento de aptidões para a vida produtiva. Está regulamentada 
nos artigos 39, 40 e 41 da LDB. 
pedro
Realce
ens. fundamentalnull
pedro
Realce
O Ensino Médio, conforme o artigo 35 da LDB,
pedro
Realce
Ens. medio
pedro
Realce
A Educação de Jovens e de Adultos – EJA é a modalidade de ensinonullprevista nos artigos 37 e 38 da LDB para jovens e adultos concluírem o Ensino Fundamental ou Médio.
pedro
Realce
A Educação Profissional não se coloca como um nível de ensino,....Está regulamentadanullnos artigos 39, 40 e 41 da LDB.
pedro
Realce
 
 
8
A Educação Especial, de acordo com o artigo 58 da LDB, é uma 
modalidade de educação oferecida preferentemente na rede regular de ensino, para 
educandos portadores de necessidades especiais. 
Finalmente, algumas considerações sobre Educação a Distância fazem-
se necessárias. Essa modalidade de ensino é mais uma forma diferenciada de 
comunicação pedagógica e de interação professor-aluno, que usa novas tecnologias 
de comunicação escolar, as quais podem ser usadas no nível da Educação Básica e 
do Ensino Superior. 
 
pedro
Realce
A Educação Especial, de acordo com o artigo 58 da LDB, é umanullmodalidade de educação oferecida preferentemente na rede regular de ensino, paranulleducandos portadores de necessidades especiais.
 
 
9
2 FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO 
 
Serão fixados conteúdos mínimos para o 
ensino fundamental, de maneira a assegurar 
formação básica comum e respeito aos 
valores culturais e artísticos, nacionais e 
regionais. 
Artigo 210 da Constituição Federal 
 
A importância de se refletir sobre os fundamentos da educação reside no 
fato de que quanto mais tivermos clareza sobre eles, mais poderemos estabelecer 
os princípios gerais que deverão nortear o ensino em qualquer nível. Liberdade, 
modificabilidade, desenvolvimento, valores, finalidade e temporalidade são 
categorias existenciais básicas, condição de possibilidades de uma conduta humana 
específica, portanto, igualmente condições de possibilidades ou fundamentos da 
educação. 
Os fundamentos da educação remetem-nos aos seus objetivos. Os 
objetivos da educação podem ser considerados sob uma perspectiva genérica, de 
conteúdo ético, relacionada com a sacralidade da pessoa humana, sua dignidade, 
sua situação particular e histórica e suas exigências e peculiaridades. Esses últimos 
objetivos são contemplados na lei maior da educação brasileira: a Lei de Diretrizes e 
Bases da Educação Nacional (n°. 9394/96), que insiste especialmente na formação 
da cidadania, que é uma exigência democrática indiscutível, e na preparação para o 
trabalho voltada para a tecnologia e a produção modernas. 
A educação deve proporcionar ao educando os meios necessários para 
entender o mundo em que vive e o momento histórico em que está situado, além de 
oferecer-lhe armas para defender-se de influências nocivas para a sua própria vida e 
da sua comunidade, isso especificamente em uma época em que os meios de 
comunicação tendem a tratar a todos como seres passivos e manipuláveis. 
pedro
Realce
2 FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO
pedro
Realce
Os fundamentos da educação remetem-nos aos seus objetivos....nullEsses últimos objetivos são contemplados na lei maior da educação brasileira: a Lei de Diretrizes enullBases da Educação Nacional (n°. 9394/96), que insiste especialmente na formaçãonullda cidadania, que é uma exigência democrática indiscutível, e na preparação para onulltrabalho voltada para a tecnologia e a produção modernas.
pedro
Realce
pedro
Realce
A educação deve proporcionar ao educando os meios necessários paranullentender o mundo em que vive e o momento histórico em que está situado
 
 
10
3 SISTEMA ESCOLAR 
 
3.1 DEFINIÇÕES RELEVANTES 
 
Sistema provém do grego “systema” e significa reunião, grupo, conjunto 
de elementos interrelacionados. Para Dermeval Saviani, sistema é a unidade de 
vários elementos intencionalmente reunidos de modo a formar um conjunto coerente 
e operante. 
 
3.1.1 Características Básicas de um Sistema 
 
• Pluralidade de Elementos: um sistema não se constitui na unidade 
isolada; ele requisita, obrigatoriamente, para a sua formação, uma 
pluralidade de elementos; 
• Combinação de Elementos: a pluralidade de elementos do sistema 
requer também que haja uma interrelação/combinação entre esses 
elementos, ou seja, eles são interdependentes. Ressalta-se que tal 
combinação deve ser interna e externa; 
• Intencionalidade: significa a definição clara e inequívoca do que se 
pretende alcançar (fins ou finalidades). Em síntese, podemos afirmar 
que a característica da intencionalidade representa a bússola 
orientadora de um sistema. 
 
3.1.2 Representação Sistêmica 
 
Vivemos num mundo de sistemas, onde a política, economia, religião, 
educação, cultura, etc. representam a pluralidade de elementos que, combinados e 
interrelacionados, compõem o maior dos sistemas, ou seja, a sociedade. Para a 
pedro
Realce
3 SISTEMA ESCOLAR
pedro
Realce
Para Dermeval Saviani, sistema é a unidade de vários elementos intencionalmente reunidos de modo a formar um conjunto coerentenulle operante.
pedro
Realce
Representação SistêmicanullVivemos num mundo de sistemas, onde a política, economia, religião,nulleducação, cultura, etc. representam a pluralidade de elementos que, combinados enullinterrelacionados, compõem o maior dos sistemas, ou seja, a sociedade.
 
 
11
teoria sistêmica, tecnicamente, a sociedade é denominada macrossistema e suas 
partes constitutivas são denominadas subsistemas. 
 
3.1.3 Base de Sustentação Sistêmica 
 
A estrutura sistêmica máxima exige para seu bom funcionamento um 
conjunto de regras orientadoras, normatizadoras da vida em sociedade. Isso 
significa dizer que a base de sustentação do macrossistema vem traduzida na 
Constituição Federal. Nessa mesma linha de compreensão, focamos a educação em 
sua composição formal (escola) e apresentamos como base de sustentação 
normativa a LDBEN (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional). 
 
3.1.4 Tipos de Sistemas Existentes no Tocante à Educação 
 
Sistema educacional é o mais amplo de todos os sistemas existentes no 
tocante à educação, pois abarca processos de ensinar e de aprender que têm raiz 
na família, na escola, nos partidos políticos, na mídia, nas relações interpessoais, 
nas associações dos mais diferentes matizes, etc. O sistema educacional, portanto, 
vincula-se à educação formal, informal e não formal. 
 
3.1.4.1 Sistema Educacional Formal 
 
Educação formal é aquela edificada dentro da instituição socialmente 
reconhecida como escola. O processo ensino-aprendizagem traduzido por esse 
sistema é obrigatoriamente sistematizado, ou seja, vem organizado dentro de 
parâmetros específicos encontrados no mundo da escola, ou seja: currículo, 
disciplinas, metodologias, objetivos, avaliação e planejamento, tudo isso apropriado 
num corpo de recursos humanos tecnicamente preparado para alcançar um grau de 
ensino e de aprendizagem desejável ao sujeito máximo do processo – o aluno. O 
corpo normativo de sustentação deste sistema é a LDBEN. 
 
pedro
Realce
Base de Sustentação SistêmicanullA estrutura sistêmica máxima exige para seu bom funcionamento umnullconjuntode regras orientadoras, normatizadoras da vida em sociedade....nulle apresentamos como base de sustentaçãonullnormativa a LDBEN (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional).
pedro
Realce
pedro
Realce
Tipos de Sistemas Existentes no Tocante à EducaçãonullSistema educacional é o mais amplo de todos os sistemas existentes nonulltocante à educação, pois abarca processos de ensinar e de aprender...nullO sistema educacional, portanto,nullvincula-se à educação formal, informal e não formal.
pedro
Realce
pedro
Realce
Sistema Educacional FormalnullEducação formal é aquela edificada dentro da instituição socialmentenullreconhecida como escola. O processo ensino-aprendizagem traduzido por essenullsistema é obrigatoriamente sistematizado, ou seja, vem organizado dentro denullparâmetros específicos encontrados no mundo da escola
 
 
12
3.1.4.2 Sistema Educacional Não Formal 
 
Está vinculado às demais instituições socialmente reconhecidas como: 
família, igreja, mídia, partidos políticos e associações dos mais diferentes matizes. O 
processo ensino-aprendizagem que se estrutura nesse modelo sistêmico dispensa o 
rigor da sistematização das ações presentes no sistema educacional formal, porém 
o processo de aprendizagem estrutura-se efetivamente a partir das especificidades 
de cada uma dessas instituições. 
 
3.1.4.3 Sistema Educacional Informal 
 
O processo de ensinar e aprender nesse sistema dispensa a 
representação institucional; ele estrutura-se basicamente nas relações interpessoais 
travadas no cotidiano de cada indivíduo e pauta-se no senso comum, no 
conhecimento ou cultura popular, nas interpretações e nas deduções que o homem 
faz das coisas e sobre as coisas, dos acontecimentos do seu mundo diário. 
 
3.2 SISTEMA DE ENSINO 
 
Diz respeito ao “como” o aluno percorre o sistema educacional formal em 
seus diferentes níveis e modalidades. O sistema de ensino pode ter uma 
composição múltipla, ou seja, admite-se a organização do sistema de ensino 
brasileiro em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de 
período de estudos, com base na idade, na competência e em outros critérios, 
sempre que o processo de aprendizagem assim recomendar. 
 
3.2.1 Sistema Escolar 
 
Diz respeito a uma rede de escolas e sua estrutura de sustentação, 
estrutura essa representada pela esfera administrativa do ensino (sentido macro) e 
pela esfera normativa. Essas duas esferas referidas têm vinculação às diferentes 
pedro
Realce
Sistema Educacional Não FormalnullEstá vinculado às demais instituições socialmente reconhecidas como:nullfamília, igreja, mídia, partidos políticos e associações dos mais diferentes matizes.
pedro
Realce
Sistema Educacional InformalnullO processo de ensinar e aprender nesse sistema dispensa a representação institucional; ele estrutura-se basicamente nas relações interpessoaisnulltravadas no cotidiano de cada indivíduo e pauta-se no senso comum
pedro
Realce
SISTEMA DE ENSINOnullDiz respeito ao “como” o aluno percorre o sistema educacional formal emnullseus diferentes níveis e modalidades. O sistema de ensino pode ter umanullcomposição múltipla, ou seja, admite-se a organização do sistema de ensinonullbrasileiro em séries anuais, períodos semestrais, ciclos,
pedro
Realce
Sistema EscolarnullDiz respeito a uma rede de escolas e sua estrutura de sustentação,nullestrutura essa representada pela esfera administrativa do ensino (sentido macro) enullpela esfera normativa. Essas duas esferas referidas têm vinculação às diferentesnull13nullestruturas de poder, quais sejam: Poder Federal, Estadual e Municipal.
 
 
13
estruturas de poder, quais sejam: Poder Federal, Estadual e Municipal. Na esfera ou 
nível federal, temos o MEC – Ministério da Educação – como órgão Máximo da 
administração do ensino brasileiro, cabendo-lhe formular e avaliar a política nacional 
de educação e zelar pela qualidade do ensino. Esse órgão comunica-se diretamente 
com o CNE – Conselho Nacional de Educação – o qual possui atribuições 
normativas, deliberativas e de assessoramento ao MEC. Em nível estadual, no polo 
administrativo, encontramos a Secretaria Estadual de Educação, a qual possui no 
estado competência no que se refere à administração, coordenação e supervisão 
das políticas educacionais estaduais. No polo normativo estadual, temos o Conselho 
Estadual de Educação, órgão consultivo, deliberativo e fiscalizador do sistema 
estadual de educação. Em nível municipal, temos a Secretaria Municipal de 
Educação como órgão executivo da administração do ensino. Como órgão normativo 
municipal, temos o Conselho Municipal de Educação com competência para orientar 
normativamente toda a rede municipal de ensino. 
Observe as vinculações da rede de escolas que compõem o sistema 
escolar: 
• Instituições Públicas Federais de Nível Superior (IFES) – MEC/CNE; 
• Instituições Públicas Estaduais de Ensino Fund. e Médio – SEED/CEE; 
• Instituições Públicas Municipais de Ens. Inf. e Fund. – SEMEC/CMN. 
 
Em se tratando de instituições educacionais de natureza privada, registra-
se que sua vinculação administrativa prende-se, num primeiro plano, à mantenedora 
da referida organização educacional; no entanto, no que diz respeito ao polo 
normativo, a iniciativa privada deve, obrigatoriamente, voltar-se para um dos órgãos 
normativos do ensino (CNE, CEE ou CME), dependendo do nível ou modalidade de 
educação ou ensino que ofereça. 
 
3.2.1.1 Sistema Escolar Brasileiro 
 
Se adotarmos a definição de que sistema é “conjunto de elementos que 
formam um todo organizado” (LALANDE apud DIAS, 1998, p.127), vamos observar 
pedro
Realce
pedro
Realce
Na esfera ounullnível federal, temos o MEC
pedro
Realce
Em nível estadual, no polonulladministrativo, encontramos a Secretaria Estadual de Educação
pedro
Realce
No polo normativo estadual, temos o Conselho Estadual de Educação,
pedro
Realce
Em nível municipal, temos a Secretaria Municipal denullEducação como órgão executivo da administração do ensino.
pedro
Realce
Como órgão normativonullmunicipal, temos o Conselho Municipal de Educação com competência para orientarnullnormativamente toda a rede municipal de ensino.
pedro
Realce
Sistema Escolar Brasileiro...nullfatores que contribuem pra a unificação do sistema escolar brasileiro:
 
 
14
que será difícil justificar a existência de um sistema escolar brasileiro. Contudo, 
existem alguns fatores que contribuem pra a unificação do sistema escolar brasileiro: 
a) O fato de as escolas estarem localizadas dentro dos limites do território 
nacional; 
b) O fato de os sistemas estarem a serviço da cultura brasileira, de tal 
maneira que escola e cultura influenciam-se mutuamente; 
c) O fato de o ensino ser ministrado em língua nacional; 
d) O fato de todas as escolas estarem sujeitas a uma legislação comum; 
e) O fato de existirem disposições legais que determinam, pelo menos 
formalmente, a articulação entre os graus e a equivalência entre as 
modalidades de ensino. 
 
3.2.1.1.1 Fundamentos do Sistema Escolar Brasileiro 
 
Para funcionar em sua plenitude, um sistema escolar deveria apresentar 
as seguintes características: 
a) Do ponto de vista das entradas para o sistema (input): 
• Entrada de recursos financeiros em quantidade suficiente para 
manter o sistema em plena atividade; 
• Recrutamento de pessoal em número e qualidade adequados para 
as diferentes funções; 
• Admissão de alunos de maneira que não houvesse falta ou excesso 
de vagas, com atendimento de 100% da demanda na idade certa. 
b) Do ponto de vista do processo: 
• Currículos e programas constantemente atualizados, em função das 
necessidades individuais e sociais; 
• Pessoal com qualificação adequada às suas funções; 
• Índicessatisfatórios de desempenho dos alunos, respeitadas as 
diferenças individuais; 
pedro
Realce
pedro
Realce
pedro
Realce
Fundamentos do Sistema Escolar BrasileironullPara funcionar em sua plenitude, um sistema escolar deveria apresentarnullas seguintes características:
pedro
Realce
a) Do ponto de vista das entradas para o sistema (input):
 
 
15
• Ausência de evasão e repetência. 
c) Do ponto de vista das saídas do sistema (output): 
• Formação de profissionais em quantidade suficiente para as 
necessidades sociais; 
• Desenvolvimento cultural da população em nível suficiente para que 
cada indivíduo pudesse se expressar, oralmente ou por escrito, com 
fluência e em condições de usufruir do patrimônio artístico e 
cultural; 
• Suficiente orientação individual no sentido do emprego dos próprios 
recursos para construir um projeto de vida e para uma fruição plena 
da existência. 
 
Um exame superficial mostra-nos que estamos longe de um 
funcionamento que se aproxime do quadro acima descrito. Essa situação resulta de 
erros acumulados desde um passado distante, por falta de planejamento, mas é 
também reflexo de nossa condição de país em desenvolvimento. O crescimento da 
economia não pode prescindir de um razoável aperfeiçoamento do sistema escolar. 
Não podemos ficar passíveis esperando condições melhores; cada um, dentro de 
sua área de atuação, deve despender o esforço necessário para melhorar o 
funcionamento do sistema escolar brasileiro. 
pedro
Realce
c) Do ponto de vista das saídas do sistema (output):
pedro
Realce
Um exame superficial mostra-nos que estamos longe de umnullfuncionamento que se aproxime do quadro acima descrito. Essa situação resulta denullerros acumulados desde um passado distante, por falta de planejamento, mas énulltambém reflexo de nossa condição de país em desenvolvimento.
 
 
16
4 EVOLUÇÃO DA INSTITUIÇÃO ESCOLAR 
 
A educação sempre foi um processo duplo: primeiro ela significa a 
atividade desempenhada por adultos para assegurar a vida e o desenvolvimento da 
geração mais nova. Nesse sentido, os pais constituem-se como os primeiros 
educadores, logo auxiliados, e mesmo substituídos, por colaboradores como, por 
exemplo, os sacerdotes, os guerreiros e os professores. Nessa linha de 
continuidade, surge a escola, como nova instituição social e agência específica da 
educação. 
 
4.1 A ESCOLA PRIMÁRIA 
 
A escola primária surge no Ocidente, quando na Grécia clássica surgem 
os primeiros professores leigos, que inauguraram o grupo profissional pedagógico, a 
classe dos professores dedicados à formação física, intelectual e moral de crianças 
e jovens. É na Grécia que surge o termo escola – scholé, que significa: lazer, tempo 
livre – para designar um estabelecimento de ensino. 
Já em Roma, no período republicano, os pais educavam os filhos 
ensinando-lhes as letras, o direito e as leis. Por volta de 100 a.C., existiam em Roma 
escolas de retórica do tipo grego, precedidas pelo ensino elementar, ludus, que 
passou a chamar-se de schola, escola. O professor primário era o ludimagister, logo 
chamado de gramatista, por influência grega. Em Roma, o ensino elementar era de 
iniciativa privada, mas no período imperial ele enquadrava-se no programa didático 
dos grandes estabelecimentos públicos mantidos pelo Estado. 
Nas escolas organizadas pelos cristãos, as crianças aprendiam a ler, 
escrever e cantar salmos. No fim do mundo antigo, os meninos cristãos 
frequentavam as escolas do gramático e do retórico. 
Na Idade Média, o ensino tornou-se quase monopólio dos mosteiros. As 
crianças aprendiam a ler, escrever, contar e entoar salmos. Já no século XII, os 
comerciantes enviavam os filhos ao mosteiro. Nessa mesma época, a floração de 
escolas urbanas, paroquiais e canônicas facilitou o aparecimento de muitos 
pedro
Realce
4 EVOLUÇÃO DA INSTITUIÇÃO ESCOLAR
pedro
Realce
pedro
Realce
4.1 A ESCOLA PRIMÁRIAnullA escola primária surge no Ocidente
pedro
Realce
na Grécia clássica...nullÉ na Grécia que surge o termo escola – scholé
pedro
Realce
Já em Roma, no período republicano,
pedro
Realce
escolas organizadas pelos cristãos,
pedro
Realce
Na Idade Média
pedro
Realce
Já no século XII, osnullcomerciantes enviavam os filhos ao mosteiro.
 
 
17
professores particulares, clérigos que davam aulas de gramática e outras matérias; 
eles davam aulas particulares aos filhos dos habitantes mais ricos. 
No século XIII, a partir da Revolução Francesa, passou-se a enaltecer o 
ideal da educação secularizada, mas sem nenhum interesse pela educação dos 
filhos dos trabalhadores. O ideal e a prática de um tipo de educação universal, 
democrática, surgem no século XIX, nos Estados Unidos da América e tem se 
difundido com dificuldades para o mundo, desde então. 
 
4.2 A ESCOLA MÉDIA 
 
Por escola média entende-se a instituição dedicada à fase de 
escolarização situada entre a escola elementar e a superior. Esse tipo de escola, 
que corresponde à faixa etária da adolescência, começou a esboçar-se no mundo 
ocidental durante o período medieval, assumiu forma típica na época renascentista e 
perdurou por vários séculos até os dias de hoje. 
Atualmente, no Brasil, a escola média dividiu-se em duas partes, ficando 
uma delas ligada à escola elementar, constituindo-se o ensino de primeiro grau, 
enquanto a outra passou a constituir o ensino de segundo grau, com novas 
características que a distinguem da escola média renascentista. 
 
4.3 A EDUCAÇÃO PÚBLICA 
 
A escola começou a ser custeada pelos cofres públicos e a ser mantida 
pelo Estado nos países protestantes. Como o momento luterano destruiu a rede de 
escolas paroquiais e monásticas existentes desde a Idade Média, Lutero apelou aos 
príncipes que aderissem à sua Igreja, para que fundassem escolas e as 
sustentassem, embora esses estabelecimentos fossem essencialmente religiosos. 
Só no século XVIII, na Alemanha, começou a educação pública 
puramente estatal com os reis da Prússia, Frederico Guilherme I e Frederico II. Na 
França, na mesma época, esse tipo de educação foi puramente teórico e existiu nos 
discursos. Somente com Napoleão Bonaparte é que se organizou o sistema público 
pedro
Realce
No século XIII, a partir da Revolução Francesa, passou-se a enaltecer onullideal da educação secularizada,
pedro
Realce
O ideal e a prática de um tipo de educação universal,nulldemocrática, surgem no século XIX, nos Estados Unidos da América
pedro
Realce
4.2 A ESCOLA MÉDIAnullPor escola média entende-se a instituição dedicada à fase denullescolarização situada entre a escola elementar e a superior.
pedro
Realce
Atualmente, no Brasil, a escola média dividiu-se em duas partes,nullensino de primeiro grau,nullensino de segundo grau
pedro
Realce
pedro
Realce
pedro
Realce
4.3 A EDUCAÇÃO PÚBLICAnullA escola começou a ser custeada pelos cofres públicos e a ser mantida pelo Estado nos países protestantes.
pedro
Realce
Só no século XVIII, na Alemanha, começou a educação públicanullpuramente estatal com os reis da Prússia
 
 
18
oficial. No entanto, um sistema de educação pública e verdadeiramente democrático 
só começou a existir de fato, nos Estados Unidos, no século XIX. 
pedro
Realce
No entanto, um sistema de educação pública e verdadeiramente democráticonullsó começou a existir de fato, nos Estados Unidos, no século XIX.
 
 
19
5 A EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL 
 
O ensino religioso, de matrícula facultativa, 
constituirá disciplina dos horários normais das 
escolas públicas de ensino fundamental. 
§ 1º do artigo 210 da CF 
 
5.1 PERÍODO DA PRIMEIRA REPÚBLICA: 1889 A 1929 
 
A República proclamada adota o modelo político americano, baseadono 
sistema presidencialista. Na organização escolar, percebe-se influência da filosofia 
positivista. A Reforma de Benjamin Constant tinha como princípios orientadores a 
liberdade e laicidade do ensino, como também a gratuidade da escola primária. 
Esses princípios seguiam a orientação do que estava estipulado na Constituição 
brasileira. 
Uma das intenções da Reforma era transformar o ensino em formador de 
alunos para os cursos superiores e não apenas preparador. Outra intenção era 
substituir a predominância literária pela científica. Essa Reforma foi bastante 
criticada: pelos positivistas, já que ela não respeitava os princípios pedagógicos de 
Comte; pelos que defendiam a predominância literária, já que o que ocorreu foi o 
acréscimo de matérias científicas às tradicionais, tornando o ensino enciclopédico. 
É importante saber que o percentual de analfabetos no ano de 1900, 
segundo o Anuário Estatístico do Brasil, do Instituto Nacional de Estatística, era de 
75%. 
O Código Epitácio Pessoa, de 1901, inclui a lógica entre as matérias e 
retira a biologia, a sociologia e a moral, acentuando, assim, a parte literária em 
detrimento da científica. 
A Reforma Rivadávia Correa, de 1911, pretendeu que o curso secundário 
se tornasse formador do cidadão e não fosse apenas simples promotor a um nível 
seguinte. Retomando a orientação positivista, prega a liberdade de ensino, 
entendendo-se como a possibilidade de oferta de ensino que não seja por escolas 
oficiais e de frequência. Além disso, prega ainda a abolição do diploma em troca de 
um certificado de assistência e aproveitamento e transfere os exames de admissão 
pedro
Realce
5 A EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASILnullO ensino religioso, de matrícula facultativa,nullconstituirá disciplina dos horários normais dasnullescolas públicas de ensino fundamental.null§ 1º do artigo 210 da CF
pedro
Realce
5.1 PERÍODO DA PRIMEIRA REPÚBLICA: 1889 A 1929nullA República proclamada adota o modelo político americano, baseado no sistema presidencialista.
pedro
Realce
pedro
Realce
A Reforma de Benjamin Constant
pedro
Realce
pedro
Realce
pedro
Realce
pedro
Realce
pedro
Realce
O Código Epitácio Pessoa, de 1901, inclui a lógica entre as matérias e retira a biologia, a sociologia e a moral, acentuando, assim, a parte literária emnulldetrimento da científica.
pedro
Realce
A Reforma Rivadávia Correa, de 1911, pretendeu que o curso secundárionullse tornasse formador do cidadão e não fosse apenas simples promotor a um nívelnullseguinte.
 
 
20
ao ensino superior para as faculdades. Os resultados dessa Reforma foram 
desastrosos para a educação brasileira. 
A Reforma de Carlos Maximiliano, em 1915, surge em função de se 
concluir que a Reforma de Rivadávia Correa não poderia continuar. Esta reforma 
reoficializa o ensino no Brasil. 
Num período complexo da História do Brasil, surge a Reforma João Luiz 
Alves, que introduz a cadeira de Moral e Cívica com a intenção de tentar combater 
os protestos estudantis contra o governo do presidente Arthur Bernardes. 
A década de vinte foi marcada por diversos fatos relevantes no processo 
de mudança das características políticas brasileiras. Foi nessa década que ocorreu 
o Movimento dos 18 do Forte (1922), a Semana de Arte Moderna (1922), a fundação 
do Partido Comunista (1922), a Revolta Tenentista (1924) e a Coluna Prestes (1924 
a 1927). 
Além disso, no que se refere à educação, foram realizadas diversas 
reformas de abrangência estadual, como a de Lourenço Filho, no Ceará, em 1923; a 
de Anísio Teixeira, na Bahia, em 1925; a de Francisco Campos e Mario Casassanta, 
em Minas, em 1927; a de Fernando de Azevedo, no Distrito Federal (atual Rio de 
Janeiro), em 1928; e a de Carneiro Leão, no Pernambuco, em 1928. O clima dessa 
década propiciou a tomada do poder por Getúlio Vargas, candidato derrotado nas 
eleições por Júlio Prestes, em 1930. 
A característica tipicamente agrária do país e as correlações de forças 
políticas vão sofrer mudanças nos anos seguintes, o que trará repercussões na 
organização escolar brasileira. A ênfase literária e clássica de nossa educação tem 
seus dias contados. 
 
5.2 PERÍODO DA SEGUNDA REPÚBLICA: 1930 A 1936 
 
A década de 1920, marcada pelo confronto de ideias entre correntes 
divergentes, influenciadas pelos movimentos europeus, culminou com a crise 
econômica mundial de 1929. Essa crise repercutiu diretamente sobre as forças 
produtoras rurais, que perderam do governo os subsídios que garantiam a produção. 
A Revolução de 30 foi o marco referencial para a entrada do Brasil no mundo 
pedro
Realce
Os resultados dessa Reforma foramnulldesastrosos para a educação brasileira.
pedro
Realce
A Reforma de Carlos Maximiliano, em 1915, surge em função de senullconcluir que a Reforma de Rivadávia Correa não poderia continuar. Esta reformanullreoficializa o ensino no Brasil.
pedro
Realce
a Reforma João LuiznullAlves,
pedro
Realce
A década de vinte foi marcada por diversos fatos relevantes
pedro
Realce
A característica tipicamente agrária do país e as correlações de forças políticas vão sofrer mudanças nos anos seguintes, o que trará repercussões nanullorganização escolar brasileira. A ênfase literária e clássica de nossa educação temnullseus dias contados.
pedro
Realce
5.2 PERÍODO DA SEGUNDA REPÚBLICA: 1930 A 1936
pedro
Realce
 
 
21
capitalista de produção. A acumulação de capital, do período anterior, permitiu que o 
Brasil pudesse investir no mercado interno e na produção industrial. 
A nova realidade brasileira passou a exigir uma mão de obra 
especializada e para tal era preciso investir na educação. Sendo assim, em 1930, foi 
criado o Ministério da Educação e Saúde Pública e, em 1931, o governo provisório 
sanciona decretos organizando o ensino secundário e as universidades brasileiras 
ainda inexistentes. Esses decretos ficaram conhecidos como "Reforma Francisco 
Campos": 
• O Decreto 19.850, de 11 de abril, cria o Conselho Nacional de 
Educação e os Conselhos Estaduais de Educação (que só vão 
começar a funcionar em 1934); 
• O Decreto 19.851, de 11 de abril, institui o Estatuto das Universidades 
Brasileiras, que dispõe sobre a organização do ensino superior no 
Brasil e adota o regime universitário; 
• O Decreto 19.852, de 11 de abril, dispõe sobre a organização da 
Universidade do Rio de Janeiro; 
• O Decreto 19.890, de 18 de abril, dispõe sobre a organização do 
ensino secundário; 
• O Decreto 20.158, de 30 de julho, organiza o ensino comercial, 
regulamenta a profissão de contador e dá outras providências; 
• O Decreto 21.241, de 14 de abril, consolida as disposições sobre o 
ensino secundário. 
 
Em 1932, um grupo de educadores lança à nação o Manifesto dos 
Pioneiros da Educação Nova, redigido por Fernando de Azevedo e assinado por 
outros conceituados educadores da época. O Governo Provisório foi marcado por 
uma série de instabilidades, principalmente para exigir uma nova Constituição para o 
país. Em 1932, eclode a Revolução Constitucionalista de São Paulo. Em 1934, a 
nova Constituição (a segunda da República) dispõe, pela primeira vez, que a 
educação é direito de todos, devendo ser ministrada pela família e pelos Poderes 
Públicos. Ainda em 1934, por iniciativa do governador Armando Salles Oliveira, foi 
criada a Universidade de São Paulo. A primeira a ser criada e organizada segundo 
pedro
Realce
A Revolução de 30 foi o marco referencial para a entrada do Brasil no mundonull21nullcapitalista de produção.
pedro
Realce
A nova realidade brasileira passou a exigir uma mão de obranullespecializada e para tal era preciso investir na educação. Sendo assim, em 1930, foinullcriado o Ministério da Educação e Saúde Pública e, em 1931,o governo provisórionullsanciona decretos organizando o ensino secundário e as universidades brasileirasnullainda inexistentes. Esses decretos ficaram conhecidos como "Reforma FrancisconullCampos":• O Decreto 19.850, de 11 de abril,nullO Decreto 19.851, de 11 de abrilnullO Decreto 19.852, de 11 de abrilnullO Decreto 19.890, de 18 de abrilnullO Decreto 20.158, de 30 de julhonullO Decreto 21.241, de 14 de abril,
pedro
Realce
Em 1932, um grupo de educadores lança à nação o Manifesto dosnullPioneiros da Educação Nova,
pedro
Realce
Em 1932, eclode a Revolução Constitucionalista de São Paulo.
pedro
Realce
Em 1934, anullnova Constituição (a segunda da República) dispõe, pela primeira vez, que anulleducação é direito de todos, devendo ser ministrada pela família e pelos PoderesnullPúblicos.
pedro
Realce
 
 
22
as normas do Estatuto das Universidades Brasileiras de 1931. Em 1935, o 
Secretário de Educação do Distrito Federal, Anísio Teixeira, cria a Universidade do 
Distrito Federal, com uma Faculdade de Educação na qual se situava o Instituto de 
Educação. Em função da instabilidade política deste período, Getúlio Vargas, num 
golpe de estado, instala o Estado Novo e proclama uma nova Constituição, também 
conhecida como "Polaca". 
 
5.3 PERÍODO DO REGIME MILITAR: 1964 A 1985 
 
Alguma coisa acontecia na educação brasileira. Pensava-se em erradicar 
definitivamente o analfabetismo através de um programa nacional, levando-se em 
conta as diferenças sociais, econômicas e culturais de cada região. A criação da 
Universidade de Brasília, em 1961, permitiu vislumbrar uma nova proposta 
universitária, com o planejamento, inclusive, do fim do exame vestibular, valendo, 
para o ingresso na Universidade, o rendimento do aluno durante o curso de 2º grau 
(ex-Colegial e atual Ensino Médio). 
O período anterior, de 1946 ao princípio do ano de 1964, talvez tenha sido 
o mais fértil da história da educação brasileira. Nesse período, atuaram educadores 
que deixaram seus nomes na história da educação por suas realizações, 
educadores do porte de Anísio Teixeira, Fernando de Azevedo, Lourenço Filho, 
Carneiro Leão, Armando Hildebrand, Pachoal Leme, Paulo Freire, Lauro de Oliveira 
Lima, Durmeval Trigueiro, entre outros. Depois do golpe militar de 1964, muito 
educadores passaram a ser perseguidos em função de posicionamentos 
ideológicos. Muitos foram calados para sempre, alguns outros exilaram-se, outros 
recolheram-se à vida privada e outros, demitidos, trocaram de função. 
O Regime Militar espelhou na educação o caráter antidemocrático de sua 
proposta ideológica de governo: professores foram presos e demitidos; 
universidades foram invadidas; estudantes foram presos, feridos nos confrontos com 
a polícia e alguns foram mortos; os estudantes foram calados e a União Nacional 
dos Estudantes proibida de funcionar; o Decreto-Lei 477 calou a boca de alunos e 
professores; o Ministro da Justiça declarou que "estudantes têm que estudar" e "não 
podem fazer baderna". Essa era a prática do Regime. 
pedro
Realce
Ainda em 1934, por iniciativa do governador Armando Salles Oliveira, foinullcriada a Universidade de São Paulo. A primeira a ser criada e organizada segundonull22nullas normas do Estatuto das Universidades Brasileiras de 1931.
pedro
Realce
Em 1935, onullSecretário de Educação do Distrito Federal, Anísio Teixeira, cria a Universidade donullDistrito Federal
pedro
Realce
Em função da instabilidade política deste período, Getúlio Vargas, numnullgolpe de estado, instala o Estado Novo e proclama uma nova Constituição, tambémnullconhecida como "Polaca".
pedro
Realce
5.3 PERÍODO DO REGIME MILITAR: 1964 A 1985
pedro
Realce
O período anterior, de 1946 ao princípio do ano de 1964, talvez tenha sido o mais fértil da história da educação brasileira
pedro
Realce
O Regime Militar espelhou na educação o caráter antidemocrático de sua proposta ideológica de governo:
pedro
Realce
o Decreto-Lei 477 calou a boca de alunos enullprofessores; o Ministro da Justiça declarou que "estudantes têm que estudar" e "nãonullpodem fazer baderna". Essa era a prática do Regime.
 
 
23
Nesse período, deu-se a grande expansão das universidades no Brasil. E, 
para acabar com os "excedentes" (aqueles que tiravam notas suficientes, mas não 
conseguiam vaga para estudar), foi criado o vestibular classificatório. Para erradicar 
o analfabetismo, foi criado o Movimento Brasileiro de Alfabetização - MOBRAL. 
Aproveitando-se, em sua didática, no expurgado Método Paulo Freire, o MOBRAL 
propunha erradicar o analfabetismo no Brasil... Não conseguiu. E entre denúncias de 
corrupção... foi extinto. 
É no período mais difícil da ditadura militar, no qual qualquer expressão 
popular contrária aos interesses do governo era abafada, muitas vezes pela 
violência física, que é instituída a Lei 4.024, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional, em 1961. A característica mais marcante dessa lei era tentar dar à 
formação educacional um cunho profissionalizante. Dentro do espírito dos "slogans" 
propostos pelo governo, como "Brasil grande", "Ame-o ou deixe-o", "Milagre 
econômico" etc., planejava-se fazer com que a educação contribuísse, de forma 
decisiva, para o aumento da produção brasileira. 
A ditadura militar se desfez por si só. Tamanha era a pressão popular de 
vários setores da sociedade, que o processo de abertura política tornou-se 
inevitável. Mesmo assim, os militares deixaram o governo através de uma eleição 
indireta, na qual concorreram somente dois civis (Paulo Maluf e Tancredo Neves). 
 
5.4 PERÍODO DA ABERTURA POLÍTICA: 1986 ATÉ NOSSOS DIAS 
 
Com o fim do Regime Militar, a eleição indireta de Tancredo Neves, seu 
falecimento e a posse de José Sarney, pensou-se que poderíamos novamente 
discutir questões sobre educação de uma forma democrática e aberta. A discussão 
sobre as questões educacionais já haviam perdido o seu sentido pedagógico e 
assumido um caráter político. Para isso, contribuiu a participação mais ativa de 
pensadores de outras áreas do conhecimento, que passaram a falar de educação 
num sentido mais amplo do que o das questões pertinentes à escola, à sala de aula, 
à didática e à dinâmica escolar em si mesma. Impedidos de atuarem em suas 
funções, por questões políticas durante o Regime Militar, profissionais da área de 
Sociologia, Filosofia, Antropologia, História, Psicologia, entre outras, passaram a 
pedro
Realce
5.4 PERÍODO DA ABERTURA POLÍTICA: 1986 ATÉ NOSSOS DIAS
 
 
24
assumir postos na área da educação e a concretizar discursos em nome da 
educação. 
O Projeto de Lei da nova LDB foi encaminhado à Câmara Federal pelo 
Deputado Octávio Elisio, em 1988. No ano seguinte, o Deputado Jorge Hage envia à 
Câmara um substitutivo ao projeto e, em 1992, o Senador Darcy Ribeiro apresenta 
um novo projeto, que acaba por ser aprovado em dezembro de 1996, oito anos após 
o encaminhamento do Deputado Octávio Elisio. O Governo Collor de Mello, em 
1990, lança o projeto de construção de Centros Integrados de Apoio à Criança - 
CIACs em todo o Brasil, inspirados no modelo dos Centros Integrados de Educação 
Pública - CIEPs do Rio de Janeiro, existentes desde 1982. Nesse período, do fim do 
Regime Militar aos dias de hoje, a fase politicamente marcante na educação, foi o 
trabalho do Ministro Paulo Renato de Souza à frente do Ministério da Educação. 
Logo no início de sua gestão, através de uma Medida Provisória, extinguiu o 
Conselho Federal de Educação e criou o Conselho Nacional de Educação, vinculado 
ao Ministério da Educação e Cultura. Essa mudança tornou o Conselho menos 
burocrático e mais político. Mesmo que possamos não concordar com a forma como 
vem sendo executados alguns programas, temos quereconhecer que, em toda a 
História da Educação no Brasil, contada a partir do descobrimento, jamais houve 
execução de tantos projetos na área da educação numa só administração. Entre 
esses programas destacamos: 
• Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e 
Valorização do Magistério – FUNDEF; 
• Programa de Avaliação Institucional – PAIUB; 
• Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica – SAEB; 
• Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM; 
• Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs. 
 
 
 
25
6 ESTRUTURA ADMINISTRATIVA DA EDUCAÇÃO BÁSICA 
 
O ensino fundamental regular será ministrado 
em língua portuguesa, assegurando às 
comunidades indígenas também a utilização 
de suas línguas maternas e processos 
próprios de aprendizagem. 
§ 2º do artigo 210 da CF 
 
6.1 A ESTRUTURA DIDÁTICA DA EDUCAÇÃO BÁSICA A PARTIR DA LEI 
9394/96 (LDB) 
 
A Educação Básica no Brasil é composta por três etapas: Educação 
Infantil (que atende hoje cerca de 5 milhões de crianças de 0 a 6 anos em creches 
ou pré-escolas, geralmente mantidas pelo poder municipal), Ensino Fundamental 
(que atende cerca de 36 milhões de alunos de 7 a 14 anos; tem caráter obrigatório; 
é público, gratuito e oferecido de forma compartilhada pelos poderes municipal e 
estadual) e Ensino Médio (que atende cerca de 7 milhões de jovens de 15 a 17 anos 
e é oferecido basicamente pelo poder estadual). 
No Brasil, existe um contingente ainda expressivo, embora decrescente, 
de jovens e adultos com pouca ou nenhuma escolaridade, o que faz da Educação de 
Jovens e Adultos um programa especial, que visa dar oportunidades educacionais 
apropriadas aos brasileiros que não tiveram acesso ao Ensino Fundamental na 
idade própria, cujo atendimento representa, aproximadamente, 3 milhões de alunos. 
No que se refere às comunidades indígenas, a Constituição garante-lhes 
o direito de utilizar suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem, o 
que se justifica pela existência de cerca de 1.600 escolas indígenas, que hoje 
possuem cerca de 80 mil alunos índios. 
Apesar do grandioso número de alunos (mais de 50 milhões), o grande 
desafio da educação brasileira, que está sendo enfrentado hoje, não é mais a oferta 
de vagas, mas sim a necessidade de construir escolas onde se aprenda mais e 
melhor. 
Relativamente à questão curricular e à qualidade da educação, pode-se 
dizer que currículos compreendem a expressão dos conhecimentos e valores que 
uma sociedade considera que devem fazer parte do percurso educativo de suas 
pedro
Realce
6 ESTRUTURA ADMINISTRATIVA DA EDUCAÇÃO BÁSICAnullO ensino fundamental regular será ministradonullem língua portuguesa, assegurando àsnullcomunidades indígenas também a utilizaçãonullde suas línguas maternas e processosnullpróprios de aprendizagem.null§ 2º do artigo 210 da CF
pedro
Realce
6.1 A ESTRUTURA DIDÁTICA DA EDUCAÇÃO BÁSICA A PARTIR DA LEInull9394/96 (LDB)
pedro
Realce
A Educação Básica no Brasil é composta por três etapas:nullEducaçãonullInfantil (que atende hoje cerca de 5 milhões de crianças de 0 a 6 anosnullEnsino Fundamentalnull(que atende cerca de 36 milhões de alunos de 7 a 14 anos;nullEnsino Médio (que atende cerca de 7 milhões de jovens de 15 a 17 anos
pedro
Realce
pedro
Realce
pedro
Realce
 
 
26
crianças e jovens. Eles são traduzidos nos objetivos que se deseja atingir, nos 
conteúdos considerados os mais adequados para promovê-los, nas metodologias 
adotadas e nas formas de avaliar o trabalho desenvolvido. A definição de quais são 
esses conhecimentos e valores vem sendo modificada nos últimos anos devido às 
demandas criadas pelas transformações na organização da produção e do trabalho 
e pela conjuntura de redemocratização do país. Portanto, a meta de melhoria da 
qualidade da educação impôs o enfrentamento da questão curricular como aquilo 
que deve nortear as ações das escolas, dando vida e significado ao seu projeto 
educativo. 
Currículo pode ser entendido como o projeto que preside as atividades 
educativas escolares, define as suas intenções e proporciona guias de ações 
adequadas e úteis para os professores. Proporciona informações concretas sobre o 
que ensinar, quando ensinar, como ensinar e quando e como avaliar. 
Segundo Coll (1996, p.43-5): 
 
Currículo é um projeto, situa-se entre as intenções, princípios e 
orientações gerais e a prática pedagógica. O Currículo é abrangente, 
é mais do que as matérias e conteúdos do conhecimento. É também 
sua organização e sequência adequadas, bem como os métodos que 
permitem o melhor desenvolvimento dos mesmos e o próprio 
processo de avaliação. 
 
Até 1995, não havia no país uma referência nacional para nortear os 
currículos propostos pelas 27 secretarias de educação estaduais e 5.600 municipais 
que compõem o Estado Federativo Brasileiro. Após um longo processo de debate 
nacional, foi aprovada, em dezembro de 1996, a Lei 9394, de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional, lei máxima da educação brasileira, que, dentre suas propostas, 
determina como competência da União estabelecer, em colaboração com estados e 
municípios, diretrizes para nortear os currículos, de modo a assegurar uma formação 
básica comum em todo o país. 
De acordo com o artigo 26 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional: 
[Os] currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma base 
nacional comum, a ser complementada em cada sistema de ensino e 
estabelecimento escolar por uma parte diversificada, exigida pelas 
características regionais e locais da sociedade, da cultura, da 
economia e da comunidade. 
pedro
Realce
Currículo pode ser entendido como o projeto que preside as atividadesnulleducativas escolares, define as suas intenções e proporciona guias de açõesnulladequadas e úteis para os professores. Proporciona informações concretas sobre onullque ensinar, quando ensinar, como ensinar e quando e como avaliar.
pedro
Realce
foi aprovada, em dezembro de 1996, a Lei 9394, de Diretrizes e Bases danullEducação Nacional, lei máxima da educação brasileira, que, dentre suas propostas,nulldetermina como competência da União estabelecer, em colaboração com estados enullmunicípios, diretrizes para nortear os currículos, de modo a assegurar uma formaçãonullbásica comum em todo o país.
 
 
27
A concepção pedagógica subjacente na nova proposta curricular 
concretizada nos Parâmetros Curriculares Nacionais aponta no sentido de que: 
• a escola existe, antes de tudo, para os alunos aprenderem o que não 
podem aprender sem ela; 
• o professor organiza a aprendizagem, avalia os resultados, incentiva a 
cooperação, estimula a autonomia e o senso de responsabilidade dos 
estudantes; 
• nada substitui a atuação do próprio aluno no processo de 
aprendizagem; 
• o ponto de partida é sempre o conhecimento prévio do aluno; 
• a avaliação é um instrumento de melhoria do ensino e não uma arma 
contra o aluno; 
• a aprendizagem bem-sucedida promove a autoestima do aluno; o 
fracasso ameaça o aprender e é o primeiro passo para o desinteresse. 
 
6.2 DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS (DCN) 
 
A conquista da cidadania plena, fruto de direitos e deveres reconhecidos 
na Constituição Federal, depende da Educação Básica. A nação brasileira, através 
de suas instituições, vem assumindo responsabilidades crescentes para que a 
Educação Básica seja prioridade nacional. A lei maior (Constituição Federal, artigo 
208, inciso ii) e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº. 9394/96) 
afirmam a progressiva universalização e a progressiva extensão da obrigatoriedade 
e gratuidade do Ensino Médio, última etapa da Educação Básica. 
O Ensino Fundamental, segunda etapa da Educação Básica, é co-
participante dessa dinâmicade tal maneira que o direito a ele é um dever de Estado 
e ao qual todos têm direito subjetivo, não podendo renunciá-lo; o poder público que 
o ignore será responsabilizado, segundo o artigo 208 da Constituição Federal. 
A Constituição Federal e a LDB entendem o fim maior da educação sendo 
o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e 
sua qualificação para o trabalho, baseados nos princípios de igualdade, liberdade, 
pedro
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A concepção pedagógica subjacente na nova proposta curricularnullconcretizada nos Parâmetros Curriculares Nacionais aponta no sentido de que:
pedro
Realce
6.2 DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS (DCN)
pedro
Realce
A conquista da cidadania plena, fruto de direitos e deveres reconhecidos na Constituição Federal, depende da Educação Básica.
pedro
Realce
A Constituição Federal e a LDB entendem o fim maior da educação sendo o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania enullsua qualificação para o trabalho, baseados nos princípios de igualdade, liberdade,null28nullpluralismo de ideias e concepções pedagógicas,
 
 
28
pluralismo de ideias e concepções pedagógicas, da convivência entre instituições 
públicas e privadas, propondo para tanto que haja a valorização dos professores e a 
gestão democrática no ensino público como garantia do padrão de qualidade e 
pressupondo intensa e profunda ação dos sistemas em níveis federal, estadual e 
municipal para que, de forma integrada e solidária, possam executar uma política 
educacional coerente com a demanda e os direitos de alunos e professores. 
Consequente com os artigos 205 e 206 da Constituição Federal, a LDB 
valoriza a experiência extraescolar dos alunos e propõe a vinculação entre a 
educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. 
 
6.3 ALGUNS ANTECEDENTES DAS DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS 
 
Os currículos e seus conteúdos mínimos (art. 210 da CF/1988) propostos 
pelo MEC (art. 9º da LDB/1996) terão seu norte estabelecido através de diretrizes. 
Estas terão como foro de deliberação a Câmara de Educação Básica do Conselho 
Nacional de Educação (art. 9º, § 1º, alínea “c” da lei nº 9131/95). 
Dentro da opção cooperativa que marcou o federalismo no Brasil, após a 
Constituição de 1988, a proposição das diretrizes será feita em colaboração com os 
outros entes federativos e supõe um trabalho conjunto, no interior do qual os 
parceiros buscam, pelo consenso, pelo respeito aos campos específicos de 
atribuições, tanto metas comuns como os meios mais adequados para as finalidades 
maiores da educação nacional. 
Essa noção implica responsabilizar os conselhos estaduais do Distrito 
Federal e municipais de educação pela definição de prazos e procedimentos que 
favoreçam a transição de políticas educacionais ainda vigentes, encaminhando 
mudanças e aperfeiçoamentos, respaldados na lei nº 9394/96, de forma a não 
provocar rupturas e retrocessos, mas a construir caminhos que propiciem uma 
travessia fecunda. 
Dessa forma, cabe à Câmara de Educação Básica do CNE exercer a sua 
função deliberativa sobre as diretrizes curriculares nacionais, reservando-se aos 
entes federativos e às próprias unidades escolares, de acordo com a Constituição 
Federal e a LDB, a tarefa que lhes compete em termos de implementações 
curriculares. As propostas pedagógicas e os regimentos das unidades escolares 
pedro
Realce
pedro
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6.3 ALGUNS ANTECEDENTES DAS DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAISnullOs currículos e seus conteúdos mínimos (art. 210 da CF/1988) propostosnullpelo MEC (art. 9º da LDB/1996) terão seu norte estabelecido através de diretrizes. Estas terão como foro de deliberação a Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação (art. 9º, § 1º, alínea “c” da lei nº 9131/95).
 
 
29
devem, no entanto, observar as diretrizes curriculares nacionais e os demais 
dispositivos legais. 
Com a elaboração e divulgação dos Parâmetros Curriculares Nacionais 
(PCNs), o MEC propõe um norteamento educacional às escolas brasileiras. 
Entretanto, se os Parâmetros Curriculares Nacionais podem funcionar como 
elemento catalisador de ações, na busca de uma melhoria na qualidade da 
educação, de modo algum pretende resolver todos os problemas que afetam a 
qualidade do ensino e da aprendizagem. A busca da qualidade impõe a necessidade 
de investimentos em diferentes frentes, como a formação inicial e continuada de 
professores, uma política de salários dignos e planos de carreira, a qualidade do 
livro didático, recursos televisivos e de multimídia, a disponibilidade de materiais 
didáticos. Mas essa qualificação almejada implica colocar, também, no centro do 
debate, as atividades escolares de ensino e aprendizagem e a questão curricular 
como de inegável importância para a política educacional brasileira. 
Ao instituir e implementar um sistema de avaliação da Educação Básica 
(SAEB), o MEC cria um instrumento importante na busca pela equidade para o 
sistema escolar brasileiro, o que deverá assegurar a melhoria de condições para o 
trabalho de educar com êxito, nos sistemas escolarizados. A análise desses 
resultados deve permitir aos conselhos e secretarias de educação a formulação e o 
aperfeiçoamento de orientações para a melhoria da qualidade do ensino. 
 
6.4 DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA O ENSINO 
FUNDAMENTAL 
 
As escolas deverão estabelecer, como norteadores de suas ações 
pedagógicas: 
a) os princípios éticos da autonomia, da responsabilidade, da 
solidariedade e do respeito ao bem comum; 
b) os princípios políticos dos direitos e deveres de cidadania, do exercício 
da criticidade e do respeito à ordem democrática; 
c) os princípios estéticos da sensibilidade, da criatividade e da 
diversidade de manifestações artísticas e culturais. 
pedro
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Ao instituir e implementar um sistema de avaliação da Educação Básicanull(SAEB), o MEC cria um instrumento importante na busca pela equidade para o sistema escolar brasileiro, o que deverá assegurar a melhoria de condições para onulltrabalho de educar com êxito, nos sistemas escolarizados.
pedro
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6.4 DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA O ENSINOnullFUNDAMENTAL
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As escolas deverão estabelecer, como norteadores de suas ações pedagógicas:nulla) os princípios éticos da autonomia, da responsabilidade, danullsolidariedade e do respeito ao bem comum;nullb) os princípios políticos dos direitos e deveres de cidadania, do exercícionullda criticidade e do respeito à ordem democrática;nullc) os princípios estéticos da sensibilidade, da criatividade e danulldiversidade de manifestações artísticas e culturais.
 
 
30
Ao definir suas propostas pedagógicas, as escolas deverão explicitar o 
reconhecimento da identidade pessoal de alunos, professores e outros profissionais 
e a identidade de cada unidade escolar e de seus respectivos sistemas de ensino. 
As escolas deverão reconhecer que as aprendizagens são constituídas na interação 
entre os processos de conhecimento, linguagem e afetivos, como consequência das 
relações entre as distintas identidades dos vários participantes do contexto 
escolarizado, através de ações inter e intrassubjetivas. As diversas experiências de 
vida dos alunos, professores e demais participantes do ambiente escolar, expressas 
através de múltiplas formas de diálogo, devem contribuir para constituição de 
identidades afirmativas, persistentes e capazes de protagonizar ações solidárias e 
autônomas de constituição de conhecimentos e valores indispensáveis à vida 
cidadã. Nesse ponto, seria esclarecedor explicitar alguns conceitos, para melhor 
compreensão do que propomos: 
a) Currículo: atualmente esse conceito envolve outros três, que são: 
• Currículo Formal(planos e propostas pedagógicas); 
• Currículo em Ação (aquilo que efetivamente acontece nas salas de 
aula e nas escolas); 
• Currículo Oculto (o não dito, aquilo que tanto alunos quanto 
professores trazem, carregado de sentidos próprios, criando as 
formas de relacionamento, poder e convivência nas salas de aula); 
Quando nos referimos a um paradigma curricular, estamos nos 
referindo a uma forma de organizar princípios éticos, políticos e 
estéticos que fundamentam a articulação entre as áreas de 
conhecimento e aspectos da vida cidadã; 
b) Base Nacional Comum: refere-se ao conjunto de conteúdos mínimos 
das áreas de conhecimento articulados aos aspectos da vida cidadã. 
Por ser a dimensão obrigatória dos currículos nacionais – certamente 
âmbito privilegiado da avaliação nacional do rendimento escolar –, a 
base nacional comum deve preponderar substancialmente sobre a 
dimensão diversificada; 
c) Parte Diversificada: envolve os conteúdos complementares, escolhidos 
por cada sistema de ensino e estabelecimentos escolares, integrados à 
pedro
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Base Nacional Comum:
pedro
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31
base comum, de acordo com as características regionais e locais da 
sociedade, da cultura, da economia e da clientela, refletindo-se na 
proposta pedagógica de cada escola; 
d) Conteúdos Mínimos das Áreas de Conhecimento: refere-se às noções 
e conceitos essenciais sobre fenômenos, processos, sistemas e 
operações, que contribuem para a constituição de saberes, 
conhecimentos, valores e práticas sociais indispensáveis ao exercício 
de uma vida de cidadania plena. 
 
Em todas as escolas, deverá ser garantida a igualdade de acesso dos 
alunos a uma base nacional comum, de maneira a legitimar a unidade e a qualidade 
da ação pedagógica na diversidade nacional. A base nacional comum e sua parte 
diversificada deverão se integrare em torno do paradigma curricular, que visa 
estabelecer a relação entre a Educação Fundamental com: 
a) a vida cidadã, através da articulação entre vários dos seus aspectos 
como: 
• a saúde; 
• a sexualidade; 
• a vida familiar e social; 
• o meio ambiente; 
• o trabalho; 
• a ciência e a tecnologia; 
• a cultura; 
• as linguagens. 
b) As áreas de conhecimento de: 
• Língua Portuguesa; 
• língua materna (para populações indígenas e migrantes); 
• Matemática; 
• Ciências; 
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32
• Geografia; 
• História; 
• língua estrangeira; 
• Educação Artística; 
• Educação Física; 
• Educação Religiosa (na forma do art. 33 da LDB). 
 
As escolas deverão explicitar, em suas propostas curriculares, processos 
de ensino voltados para as relações com a comunidade local, regional e planetária, 
visando à integração entre a Educação Fundamental e a vida cidadã. Os alunos, ao 
aprenderem os conhecimentos e valores da base nacional comum e da parte 
diversificada, estarão também constituindo suas identidades como cidadãos em 
processo, capazes de ser protagonistas de ações responsáveis, solidárias e 
autônomas em relação a si próprios, às suas famílias e às comunidades. 
Um dos mais graves problemas de Educação Fundamental em nosso 
país é sua distância em relação à vida e aos processos sociais transformadores. Um 
excessivo academicismo e um anacronismo em relação às transformações 
existentes no Brasil e no resto do mundo, de um modo geral, condenaram a 
Educação Fundamental, nessas últimas décadas, a um arcaísmo que deprecia a 
inteligência e a capacidade de alunos e professores e as características específicas 
de suas comunidades. Essa diretriz prevê a responsabilidade dos sistemas 
educacionais e das unidades escolares em relação a uma necessária atualização de 
conhecimentos e valores, dentro de uma perspectiva crítica, responsável e 
contextualizada, em consonância especialmente com o art. 27 da LDB. Dessa forma, 
por meio de possíveis projetos educacionais regionais dos sistemas de ensino, 
através de cada unidade escolar, transformam-se as diretrizes curriculares nacionais 
em currículos específicos e propostas pedagógicas das escolas. As escolas 
utilizarão a parte diversificada de suas propostas curriculares para enriquecer e 
complementar a base nacional comum, propiciando, de maneira específica, a 
introdução de projetos e atividades do interesse de suas comunidades (arts. 12 e 13 
da LDB). As escolas devem, através de suas propostas pedagógicas e de seus 
regimentos, em clima de cooperação, proporcionar condições de funcionamento das 
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Os alunos, aonullaprenderem os conhecimentos e valores da base nacional comum e da partenulldiversificada, estarão também constituindo suas identidades como cidadãos em processo, capazes de ser protagonistas de ações responsáveis, solidárias enullautônomas em relação a si próprios, às suas famílias e às comunidades.
 
 
33
estratégias educacionais, do espaço físico, do horário e do calendário escolar que 
possibilitem a adoção, a execução, a avaliação e o aperfeiçoamento das demais 
diretrizes, conforme o exposto nos artigos 12 e 13 da LDB. 
Para que todas as diretrizes curriculares nacionais para o Ensino 
Fundamental sejam realizadas com êxito, são indispensáveis o espírito de equipe e 
as condições básicas para planejar os usos de espaço e tempo escolar. Há ainda a 
proposta de trabalho com temas transversais para difundir valores: ética, meio 
ambiente, pluralidade cultural, trabalho e consumo, saúde e orientação sexual. 
 
6.5 DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA O ENSINO MÉDIO 
 
A missão fundamental da educação consiste 
em ajudar cada indivíduo a desenvolver todo 
o seu potencial e a tornar-se um ser humano 
completo, e não um mero instrumento da 
economia; a aquisição de conhecimentos e 
competências deve ser acompanhada pela 
educação do caráter, a abertura cultural e o 
despertar da responsabilidade social. 
União Européia 
 
6.5.1 Histórico 
 
Dificuldades nas ações práticas correspondentes aos objetivos, levando à 
inexistência de uma compreensão democrática e, consequentemente, de uma 
prática democrática. A prática tem se pautado por costumes e tradições, 
desconsiderando a realidade concreta do cotidiano escolar, seu contexto 
socioeconômico e suas repercussões no processo ensino-aprendizagem, retardando 
a democratização do Ensino Médio. 
Passar do Ensino Fundamental ao Ensino Médio e deste ao Ensino 
Superior ainda são pontos de estrangulamento do sistema escolar brasileiro. Nossa 
pirâmide educacional é uma das mais afuniladas: menos de 50% da população de 
15 a 17 anos está matriculada na escola e dessa, metade ainda não terminou o 
Ensino Fundamental, cuja idade regular é dos sete aos 14 anos. Dados da UNESCO 
indicam que o Brasil tem a taxa mais baixa de matrícula bruta na faixa de 14-17 
 
 
34
anos, se comparada à de vários países da América Latina, sem falar na Europa, 
América do Norte ou Ásia. 
 
6.6 A LDB E O ENSINO MÉDIO 
 
O caráter de Educação Básica ganha conteúdo concreto quando a LDB, 
em seus Artigos 35 e 36, estabelece finalidades, diretrizes gerais para a organização 
curricular e define o perfil de saída do educando. 
Algumas considerações importantes sobre essa afirmação: 
• Exclui a educação profissional, embora admitindo que, atendida a 
formação geral, possa preparar para o exercício de profissões técnicas; 
• Oportunidade histórica para mobilizar recursos, inventividade e 
compromisso na criação de formas de organização institucional, 
curricular e pedagógica que levem a superar o status de privilégio que 
o Ensino Médio ainda tem no Brasil; 
• Objetiva atender com qualidade, clientelas de origens, destinos e 
aspirações muitodiferenciadas; 
• Última etapa do processo educacional que a nação considera básica 
para o exercício da cidadania, acesso às atividades econômicas e 
prosseguimento nos níveis mais elevados e complexos de educação; 
• A preparação básica para o trabalho terá como referência a mudança 
nas demandas do mercado de trabalho, dando importância ao 
desenvolvimento da capacidade de continuar aprendendo em todos os 
componentes curriculares, em consonância com os quatro pilares para 
a educação no século XXI (aprender a conhecer, aprender a fazer, 
aprender a conviver e aprender a ser), exigindo diálogo e a busca de 
consensos sobre valores, atitudes, padrões de conduta e diretrizes 
pedagógicas. Diante da violência, do desemprego e da vertiginosa 
substituição tecnológica, revigoram-se as aspirações de que a escola, 
especialmente a média, contribua para a aprendizagem de 
competências de caráter geral, visando à constituição de pessoas mais 
 
 
35
autônomas em suas escolhas, mais solidárias, que acolham e 
respeitem as diferenças, pratiquem a solidariedade e superem a 
segmentação social; 
• Mais que um conjunto de regras a ser obedecido, ou burlado, a LDB é 
uma convocação que oferece à criatividade e ao empenho dos 
sistemas e suas escolas a possibilidade de múltiplos arranjos 
institucionais e curriculares inovadores. É da exploração dessa 
possibilidade que deverão nascer as diferentes formas de organização 
do Ensino Médio, integradas internamente, diversificadas nas suas 
formas de inserção no meio sociocultural, para atender a um segmento 
jovem adulto cujos itinerários de vida serão cada vez mais 
imprevisíveis, mas que temos por responsabilidade balizar em marcos 
de maior justiça, igualdade, fraternidade e felicidade. Deter-se sobre o 
plano axiológico e tentar traduzir em uma doutrina pedagógica 
coerente não significa ignorar o operativo, a falta de professores 
preparados, a precariedade de financiamento. Ao contrário, o esforço 
doutrinário justifica-se porque a superação desse estado de carências 
requer clareza de finalidades, conjugação de esforços e boa vontade 
para superar conflitos, que só a comunhão de valores pode propiciar. 
 
A prática administrativa e pedagógica, as formas de convivência no 
ambiente escolar, a organização do currículo e das situações de aprendizagem e os 
procedimentos de avaliação deverão ser coerentes com os valores éticos, políticos e 
estéticos que inspiram a Constituição e a LDB, organizados sob três consignas: 
1) A Estética da Sensibilidade: 
• em substituir a estética da repetição e padronização; 
• estimula à criatividade, ao espírito inventivo, à curiosidade pelo 
inusitado, à afetividade; 
• valoriza a leveza, a delicadeza e a sutileza; 
• reconhece e valoriza a diversidade cultural brasileira; 
• valoriza a qualidade, nas práticas e processos, e a busca de 
aprimoramento permanente; para essa concepção estética, o 
 
 
36
ensino de má qualidade é, em sua feiura, uma agressão à 
sensibilidade e, por isso, será também antidemocrático e antiético; 
• não convive com a exclusão, a intolerância e a intransigência. 
2) A Política da Igualdade: 
• reconhece a diversidade e afirma que oportunidades iguais são 
necessárias, mas não suficientes, para oportunizar tratamento 
diferenciado, visando promover igualdade entre desiguais; 
• seu ponto de partida é o reconhecimento dos direitos humanos e o 
exercício dos direitos e deveres da cidadania, como fundamento da 
preparação do educando para a vida civil; 
• busca a equidade no acesso à educação, ao emprego, à saúde, ao 
meio ambiente saudável; 
• combate todas as formas de preconceito e discriminação por raça, 
sexo, religião, cultura, condição econômica, aparência ou condição 
física; 
• compreende e respeita o Estado de Direito e seus constitutivos 
abrigados na Constituição: Sistema Federativo e o regime 
republicano e democrático; 
• fortalece uma forma contemporânea de lidar com o público e o 
privado. Associa-se à ética ao valorizar atitudes e condutas 
responsáveis em relação aos bens e serviços entendidos como 
“públicos”; 
• expressa-se por condutas de participação e solidariedade, respeito 
e senso de responsabilidade, pelo outro e pelo público; 
• denuncia estereótipos que alimentam as discriminações; 
• pressupõe compromisso permanente no uso do tempo e do espaço 
pedagógico, as instalações e os equipamentos, os materiais 
didáticos e os recursos humanos no interesse dos alunos. 
 
 
 
 
37
3) A Ética da Identidade: 
• seu ideal é o humanismo de um tempo de transição; 
• reconhece que a educação é um processo de construção de 
identidades: própria e do outro; 
• tem como fim mais importante a autonomia, condição indispensável 
à realização de um projeto próprio de vida; 
• para tanto, precisam desenvolver a capacidade de aprender, tantas 
vezes reiterada na LDB. 
 
As escolas de Ensino Médio observarão na gestão, na organização 
curricular e na prática pedagógica as seguintes diretrizes: 
• identidade, diversidade, autonomia; 
• currículo voltado para as competências básicas; 
• interdisciplinaridade; 
• contextualização; 
• a importância da escola; 
• formação geral e preparação básica para o trabalho; 
• base comum e parte diversificada 
- Base Nacional Comum: 
™ Organização curricular e proposta pedagógica; 
™ Os saberes das áreas curriculares; 
™ Descrição das áreas: 
¾ Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; 
¾ Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias; 
¾ Ciências Humanas e suas Tecnologias. 
 
 
 
 
38
Alguns Comentários: 
O Brasil possui diferentes formas de organização institucional e curricular 
de Ensino Médio. Essas diferenças respondem mais à sua dualidade histórica do 
que à heterogeneidade de alunados e associam-se a um padrão excludente: cursar 
o Ensino Médio ainda é um privilégio de poucos e, dentre estes, poucos têm acesso 
à qualidade. Essas escolas de prestígio terminaram por perder parte de sua 
identidade de instituições formativas, pois se viram, como as particulares de 
excelência, reféns do exame vestibular, por causa do alunado selecionado que a 
elas têm acesso. Aos demais restou estudar em classes esparsas, instaladas em 
períodos ociosos, em geral noturnos, de escolas públicas de Ensino Fundamental 
ou, ainda, em escolas privadas de má qualidade, também noturnas. 
É necessário que as escolas tenham identidade como instituições de 
educação. Identidade supõe uma inserção no meio social que leva à definição de 
vocações próprias, que se diversificam ao incorporar as necessidades locais e as 
características dos alunos e participação dos professores e das famílias no desenho 
institucional considerado adequado para cada escola. A diversidade reconhece que 
para alcançar a igualdade não bastam oportunidades iguais, é necessário também 
tratamento diferenciado para contemplar as desigualdades nos pontos de partida e, 
de forma eficaz, garantir a todos um patamar comum nos pontos de chegada. 
Os sistemas e os estabelecimentos de Ensino Médio deverão criar e 
desenvolver, com a participação da equipe docente e da comunidade, alternativas 
institucionais com identidade própria, baseadas na missão de educação do jovem, 
usando ampla e destemidamente as várias possibilidades de organização 
pedagógica, espacial e temporal, e de articulações e parcerias com instituições 
públicas ou privadas, abertas pela LDB, para formular políticas de ensino focalizadas 
nessa faixa etária, que contemplem a formação básica e a preparação geral para o 
trabalho. A autonomia das escolas é mais que uma diretriz, um mandamento da 
LDB. As diretrizes buscam indicar alguns atributos para evitar dois riscos:

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