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CASO CONCRETO 5 DE CIÊNCIA POLÍTICA

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CIÊNCIA POLÍTICA - CCJ0107
Título
A Configuração do Estado Moderno e o Território como elemento essencial do Estado
Descrição
Foi noticiado na imprensa a ocorrência de um assassinato no interior de navio mercante com bandeira da Nauru (pequena ilha no Pacífico Sul, com território inferior a 22 km quadrados) a 10 milhas marítimas de distância da linha de base do território brasileiro. A fim de realizar a entrega de produtos extraídos na ilha e comercializados para o exterior, o referido navio dirigia-se a uma plataforma da Petrobrás situada a 15 milhas marítimas de distância da costa brasileira, que explora petróleo a uma profundidade de 6 mil metros (pré-sal). Na reportagem, o jornalista afirmou que as autoridades brasileiras seriam competentes para investigar e julgar o crime já que o mesmo teria ocorrido dentro de seu território (o chamado mar territorial). Além disso, informou a reportagem, que a pequena extensão territorial de Nauru era fator impeditivo para que se reconhecesse a mesma como um Estado detentor de soberania. Analisando as informações acima, responda:
Procedem argumentos apresentados pelo jornalista para sustentar a competência das autoridades brasileiras no que se refere à investigação e julgamento do crime?
Estaria o Brasil autorizado a explorar atividade econômica fora de seu mar territorial sem a permissão da comunidade internacional?
Desenvolvimento
Resposta: 
Sim, por se tratar de navio mercante, mesmo que de outra nacionalidade, estava em zona de (MT) Mar Territorial, ou seja, dentro da área de plena soberania brasileira e neste caso de acordo com o Código Penal Brasileiro em seu Art. 5º,§ 2º; é aplicável à lei brasileira crimes praticados em embarcações estrangeiras de propriedade privada, sem prejuízo a tratados, convenções e regras internacionais, no entanto está equivocado quanto a extensão do território ser um fator impeditivo para o reconhecimento da soberania de um Estado.
O Mar territorial possui a extensão de 12 milhas marítimas, nesse perímetro o Estado Costeiro tem total soberania. No entanto ainda há outros componentes do território marítimo, todavia Estado não terá total soberania sobre estes componentes. A (ZC) Zona Contígua é o segundo componente e está de 12 a 24 milhas após o MT. A (ZEE) Zona Econômica Exclusiva, uma faixa adjacente do MT, é o terceiro componente e está no limite de 200 milhas marítimas do litoral, nela o Estado Costeiro exerce direitos específicos para fins econômicos, mesmo não tendo a máxima soberania, possui direitos para a exploração e aproveitamento, conservação e gestão de recursos naturais, vivos ou não, e outras atividades com vista à exploração e ao aproveitamento da zona para fins econômicos, assim como para investigação científica marinha, para a produção de energia (água, correntes e vento). Outros Estados só poderão fazer investigações científicas, nesta zona, com a autorização do Estado Costeiro. E inda tem o quarto componente que é o (PC) Plataforma Continental que poderá chegar até o limite de 350 milhas do litoral, neste caso, Plataforma Continental Estendida, quando os limites da ZEE e da PC não coincidirem e as inclinações abruptas que conduzem ao fundo marítimo estiveram mais distantes. Por isso o Brasil não precisaria de autorização para explorar atividade econômica a 15 milhas do litoral, visto que está dentro da ZEE.

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