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MEDICINA LEGAL

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Introdução a medicina legal
Definição
- Segundo França, a medicina legal é a medicina a serviço das ciências jurídicas e sociais
- A medicina apresenta 3 funções: Curativa, preventiva e normativa. A medicina legal exerce a função normativa
- A Medicina Legal aparece com uma tripla complexidade, por sua natureza médica, seu caráter social e seu espírito jurídico. 
Relações da medicina legal com as ciências jurídicas e sociais
- Penal (lesões corporais e homicídios)
- Civil (paternidade e casamento)
- Administrativo (aposentadorias e licenças)
- Trabalhista (doenças e acidentes)
- Penitenciário (livramento condicional)
- Desportivo (Doping).
Atuaçao
- A medicina legal é dividida em medicina legal geral e medicina legal aplicada
- Geral: deontologia médica (deveres medicos) e diceologia médica (direitos médicos)
- Aplicada: áreas de atuaçao como antropologia, traumatologia, sexologia, infortunística, psiquiatria, tanatologia, criminalística, criminologia, asfixiologia, e toxicologia.
- Antropologista: identifica uma pessoa ou ossada, determinar idade, sexo, estatura, etc.
- Traumatologia: estuda lesões no corpo humano, causadas por diversas energias
- Sexologia: estupros, transtornos sexuais, aborto, diagnóstico de gravidez, anulação de casamento…
- Infortunística: relacionada a acidentes de trabalho, doenças ocupacionais
- Psiquiatria: determinaçao de problemas psiquiátricos
- Tanatologia: determinação da morte, tempo de morte, se uma ferida foi pós mortem ou não...
- Criminalística: artefatos criminais, peças
- Criminologia: estuda a personalidade do criminoso
- Asfixiologia: afogamentos, sufocamentos, asfixia…
- Toxicologia: relacionada as drogas
Diferença entre SVO e IML 
- SVO: É para onde se enviam corpo de pessoas que sofreram mortes naturais ou tardias (sem traumas ou violência) e identificadas; exemplo: mortes por doenças, por idade...; Pertence a secretaria de saúde.
- IML: É para onde se enviam vítimas de mortes violentas, mortes suspeitas, indivíduos não identificados (indigentes, por exemplo), suicídios, indivíduos sob custódia da justiça (presos), e cadáveres decompostos (que não se pode determinar se a morte foi violenta ou não).
Perícias e peritos 
Perícia médico legal
- Definição: Conjunto de procedimentos médicos e técnicos que tem como finalidade o esclarecimento de um fato de interesse jurídico.
- O objetivo da perícia é produzir a prova. 
- A perícia pode ser sobre o fato a analisar (pericia percipiendi) ou sobre uma perícia já realizada (pericia deducendi, também chamada de parecer).
- A pericia percipiendi é precedida de fatos, e sua análise é feita baseada em alterações ou perturbações produzidas por doença, ou por diversar energias causadoras de dano.
- Ambos os tipos de perícia têm a chamada parte objetiva e a parte subjetiva. A parte objetiva é representada por alterações ou perturbações encontradas nas lesões, baseadas em elementos palpáveis ou mensuráveis, e não podem mudar. Os elementos da parte objetiva constam na descrição da perícia. Já a parte subjetiva deriva de raciocínios a respeito da parte objetiva, que deixam margem a teorias e discussões divergentes. Os elementos da parte subjetiva constam na discussão da perícia.
- As perícias se materializam por meio de laudos. Atestados fornecidos por médicos não substituem laudos para comprovação de materialidade em processos criminais. As perícias devem ser feitas preferencialmente nos IMLs. 
- Quem pode requerer uma perícia: Autoridades (delegados, juízes)
- Podem ser feitas perícias em todos os domínios do direito, como perícias criminais, civis, administrativas, trabalhistas, previdenciárias, comerciais...
- São peritos de natureza criminal os peritos criminais, os peritos médico-legistas, e peritos odontolegistas.
- Nãs ações penais privadas, o laudo não é um documento sigiloso, sendo de utilidade pública bem como o boletim de ocorrência e o inquérito policial no qual ele é anexado, a não ser que se determine que sua divulgação pode prejudicar o andamento da investigação; nesse caso, se solicita ao juiz que decrete segredo de justiça sobre o caso.
- O ministério público, o assistente de acusação, o ofendido, o querelante e o acusado têm direito a indicação de um assistente técnico, que deve ser admitido pelo juiz. Em casos complexos, pode-se ter mais de um perito e a defesa pode indicar mais de uma assistente técnico. A perícia complexa é a que abrange mais de uma área de conhecimento especializado.
- Perícias podem ser feitas em vivos, cadáveres, esqueletos, animais e objetos.
- Perícias em vivos: Podem diagnosticar lesões corporais, determinar idade/sexo/raça, diagnosticar gravidez/aborto/conjunção carnal/virgindade, comprovar doenças profissionais e acidentes de trabalho, entre outros. 
- Perícias em cadáveres: Podem diagnosticar causa de morte, tempo da morte, identificar o cadáver, evidenciar presença de veneno ou projéteis, entre outros. 
- Perícia em esqueletos: Podem identificar o morto, e se possível a causa da morte.
- Perícia em animais: São raras, mas podem mostrar a presença do animal em situação de luta, por exemplo. O profissional médico veterinário legal pode realizar essa perícia. 
- Perícia em objetos: Podem identificar pêlos, armas e projéteis, impressões digitais, esperma, sangue, colostro, líquido amniótico, urina, saliva, entre outros. 
- Visum et repertum: “Ver e referir”. Significa que o perito deve informar e fundamentar de maneira objetiva todos os elementos consistentes do corpo de delito e se possível aproximar-se de uma provável autoria.
Importância da prova
- Prova é um elemento demonstrativo de autenticidade ou veracidade de um fato.
- Seu objetivo é formar a convicção do juiz sobre os elementos necessários para a decisão da causa. 
- O sujeito da prova é o indivíduo ou a coisa em que se demonstra um fato. 
- Para que o julgador possa tomar sua decisão, as provas devem ser idôneas, veementes, irrefutáveis, e de responsabilidade cabalmente demonstrada.
- Prova proibida: Obtida por meios contrários à norma.
- Prova ilícita: Agride uma regra de direito material. 
- Prova ilegítima: Afronta princípios da lei processual.
Corpo de delito
- Definição: Corpo de delito é o conjunto de elementos sensíveis do dano causado pelo fato delituoso e a base de todo procedimento processual; assim, o corpo de delito é a reunião de provas ou vestígios do fato criminoso (não confundir corpo de delito com o corpo da vítima).
- O corpo de delito pode ser direto (feito na presença de materiais , como lesão corporal, corpo da vitima, por exemplo), ou indireto (os vestígios já sumiram, a pessoa não compareceu no período adequado, e é preciso fazer os exames depois; se solicita documentos como radiologias, prontuários, etc., para completar o exame. Também leva em consideração testemunhos).
- Art. 158 do código de processo penal (CPP): Quando a infração deixar vestígios será indispensável o exame de corpo de delito direto ou indireto, não podendo supri-lo nem mesmo a confissão do acusado ou suspeito
- Art. 159 do CPP: Os exames de corpo de delito e as outras perícias serão em regra, feitas por dois peritos oficiais. $1: Na falta de 2 peritos oficiais, o exame será feito por 2 pessoas idôneas, portadoras de curso superior escolhidas de preferência entre as que tiverem habilitação técnica relacionada à natureza do exame
- Só quem pode solicitar o corpo de delito é uma autoridade policial, militar, ou um juiz (advogado não, mas pode sugerir para um delegado, por exemplo)
- Todas as mortes violentas devem ter BO antes de serem enviadas para o IML
- O exame de corpo de delito deve ser recente (fazer o mais breve possível), pois lesões como hematomas tendem a sumir rapidamente.
- O exame deve ser realizado sempre dentro do IML 
- Se pode pedir depois do exame direto um exame complementar 30 dias após o trauma (para avaliar sequelas, equimoses, etc.)
- O juiz pode pedir uma segunda opinião 
- o juiz é o perito dos peritos (peritus peritorun)
- Pode-sedeterminar se a lesões foram intravitam ou post mortem (não tem reação cicatricial, não vai ter retração, não tem infiltrado inflamatório, coagulação sanguínea...).
Perito
- Definição: Qualquer pessoa qualificada ou experiente em certo assunto a quem incumbe a tarefa de esclarecer um fato de interesse da Justiça (atuará em qualquer fase do processo.)
- O perito pode ser oficial (sendo um médico legista), ou nomeado (médico de qualquer especialidade ou outro profissional experiente e habilitado tecnicamente relacionado com a natureza da perícia)
- Processos criminais precisam de 2 peritos, processos civis apenas de 1
- Se um perito for nomeado por um juiz, ele não pode recusar a nomeação (a não ser que justifique sua ausência anteriormente); deve comparecer no local e data correto para o exame, e deve entregar o laudo no prazo estabelecido. 
- A falta do perito pode ser justificada por impedimento ou por suspeição. 
- Impedimento: O perito é parte no processo; atuou no processo como mandatário de uma das partes (ou seja, foi assistente técnico, perito, promotor, ou testemunha do processo); um cônjuge ou qualquer parente seu (consanguíneo ou afim) em até segundo grau é parte no processo
- Suspeição: O perito é amigo íntimo ou inimigo capital de alguma das partes; alguma das partes for sua credora ou devedora, ou de algum parente/cônjuge do perito; o perito é herdeiro de alguma das partes; se o perito receber algum presente de alguma das partes antes do processo, ou se aconselhar alguma das partes sobre o objeto da perícia; se o perito tiver algum interesse no julgamento ou favorecimento da perícia em favor de uma das partes; se o perito declarar-se suspeito por motivo íntimo. 
(O PROFESSOR CHAMOU OS DOIS CASOS DE IMPEDIMENTO NA AULA, MAS SEGUNDO O LIVRO HÁ DIFERENÇA)
- Honorários: Se o perito for oficial ele não pode receber honorário, pois seu pagamento já está incluso em seu vencimento e contrato de trabalho. Já se o perito for nomeado ele pode receber honorário do orgão público que o nomeou, nunca da vítima. 
- Em processos civis o perito pode pedir um assistente técnico; em perícias criminais não.
Quesitos do exame necroscópico
- 1º: Houve morte?
- 2º: Qual a causa?
- 3º: Qual a natureza do agente, instrumento ou meio que a produziu?
- 4º: Foi produzida por meio de veneno, fogo, explosivo, asfixia ou tortura, ou por outro meio insidioso ou cruel? (Resposta especificada)
Quesito de lesão corporal
- 1º: Há ofensa à integridade corporal ou à saúde do examinado?
- 2º: Qual a natureza do agente, instrumento ou meio que a produziu?
- 3º: Foi produzida por meio de veneno, fogo, explosivo, asfixia ou tortura ou por outro meio insidioso ou cruel? (Resposta especificada)
- 4º: Resultará incapacidade para as ocupações habituais por mais de trinta dias; ou perigo de vida; ou debilidade permanente de membro, sentido ou função; ou antecipação de parto?
- 5º: Resultará incapacidade permanente para o trabalho; ou enfermidade incurável; ou perda ou inutilização de membro, sentido ou função; ou deformidade permanente ou abortamento? 
Quesitos para verificação de embriaguez
- 1º: Há sintomas indicativos de que o paciente ingeriu bebida alcoólica ou fez uso de substância de efeitos análogos ?
- 2º: Em conseqüência, está ele embriagado?
- 3º: Qual a substância que produziu a embriaguez?
- 4º: No estado em que sem encontra o paciente, coloca ele em perigo a segurança própria ou alheia?
Traumatologia médico-legal
Definições
- A traumatologia médico-legal é o estudo sistemático das lesões produzidas por agentes exógenos com a finalidade de fornecer subsídios para o esclarecimento da justiça
- Deve fornecer à justiça informações de interesse, como se há presença de lesão, qual o tipo de lesão, qual o agente ou instrumento, se há nexo causal, qual a gravidade da lesão, e a vitalidade da lesão (vital ou pós mortem, se a lesão foi feita antes ou depois da morte)
- Seu maior interesse é voltado para as áreas penais, trabalhistas e civis
- 60% das perícias são de traumatologia
- Ferida: Solução de continuidade da pele
- A lesão pode ser transitória ou permanente
- Formas de energia que podem causar lesões: Energia mecânica, física, química, físico-química, bioquímica, biodinâmica e mistas. 
Energia mecânica
- As energias de ordem mecânica podem alterar o estado de repouso ou de movimento de um corpo, produzindo lesões em parte ou no todo.
- Os meios mecânicos causadores de dano vão desde armas propriamente ditas (punhal, revólver, etc.), armas eventuais (faca, navalha, foice, facão, etc.), até os mais diversos imaginados (máquinas, animais, veículos, quedas, explosões, precipitações).
- As lesões podem resultar do impacto de um objeto em movimento contra o corpo humano (meio ou agente ativo, como um carro num atropelamento), ou do impacto do ser humano em movimento contra um intrumento imóvel (meio ou agente passivo, como o chão numa queda), ou de o objeto em movimento ir de encontro a um ser humano também em movimento (meio ou ação mista, como uma batida de carros)
- Os meios ou agentes atuam por pressão, percussão, tração, torção, compressão, descompressão, explosão, deslizamento e contra-choque ou contra-golpe (exemplo: um objeto bate no crânio, a cinética cerebral faz com que o crânio se choque contra o crânio no lado oposto ao atingido)
Agente/Classificação
- A lesão denomina o agente
- Os 3 primeiros agentes têm modo de ação simples, os 3 últimos têm modo de ação composta
	Agente
	Lesão
	Perfurante (simples)
	Puntiforme
	Cortante (simples)
	Cortante/Incisa
	Contundente (Simples)
	Contusa
	Pérfuro-cortante (Composto)
	Pérfuro-cortante
	Pérfuro-contundente (Composto)
	Pérfuro-contusa
	Corto-contundente (Composto)
	Corto-contusa
- Há ainda a ferida lacerante, mas não é considerada na classificação pois não há agentes lacerantes. 
Agente perfurante/Ferida puntiforme
- Causado por instrumento fino, alongado e pontiagudo. Exemplos: Agulha, florete (espada de esgrima)
- Mecanismo: O instrumento afasta as fibras por pressão ou percussão
- Costuma causar menos dano externo e ser mais leve, mas pode ser grave dependendo do local atingido
- Pode ocorrer em homicídios e suicídios
- Balas não são perfurante pois não tem pontas, sendo perfuro-contundentes.
Agente cortante/Ferida cortante
- Causado por instrumentos de gume afiado. Exemplos: Navalha, gilette, vidro, fio de pipa (FACA NÃO É CORTANTE, COMO TEM PONTA É PÉRFURO-CORTANTE)
- Mecanismo: Pressão perpendicular + deslizamento
- Descrição da lesão: Tem margem nítida e simétrica, fundo regular, não tem sinais de trauma em volta (equimose, por exemplo), costuma sangrar muito, tem maior comprimento que profundidade, as suas bordas são afastadas, e apresenta cauda de escoriação (final do corte, mostra a direção do corte, se o agressor era destro ou canhoto, se estava por trás ou pela frente...). Têm formato linear ou fusiforme.
- Se a “lesão” for cirúrgica, feita por bisturi, se chama a lesão de lesão incisa; caso contrário se chama de lesão cortante. A lesão cortante costuma ter profundidade variável do começo do corte até o fim (começa mais superficial, fica mais profunda, e termina superficial); já a incisão costuma ter profundidade fixa em toda sua extensão
- Se houver ferida cortante, procurar por lesões de defesa, que ocorrem se a pessoa tentou se defender (se a vítima foi pega de surpresa não acontece), indicando homicídio.
- Lesões cortantes no pescoço: se ocorrer na parte anterior do pescoço, se chama esgorjamento; na parte posterior, degola; se seccionar totalmente a cabeça, decaptação. 
 Ferida cortante com cauda de escoriação ao lado direito.
- Ocorrem mais em acidentes que em homicídios.
Agente perfurocortante/Ferida perfurocortante
- Causada por instrumento com ponta e gume. Exemplos: Faca, peixeira, espada.
- Mecanismo: Penetram perfurando (pressão e percussão) e cortam com a borda afiada (corte).
- Descrição da lesão: Tem formato de botoeira (casa de botão), de biselou se zigue-zague
- Costumam ocorrer principalmente em tórax e abdome, sendo penetrantes, podendo ser abertos (transfixantes, ou seja, entram de um lado e saem do outro) ou fechados. Causam hemorragias. 
- Mais comuns em homicídios que em suicídios e acidentes. 
Agente contundente/Ferida contusa 
- É o agente com o maior poder de causar danos, pois esmaga tecidos (não só perfura ou corta). Há menor sangramento, pois há esmagamento de vasos sanguíneos
- Apresenta diversas variedades: 
	Rubefação: Lesão humilde, com congestão vascular e vasodilatação que some a digitopressão (equimoses e hematomas não somem), e fugaz (curta duração). Exemplo: Marca deixada por um tapa. 
 Rubefação
	Escoriação: É o arrancamento da epiderme, causado por arranhão, agente abrasivo ou arrasto. Pode ser causado por unhas. A lesão toma o formato do agente agressor (Exemplo: formato das unhas no arranhão).
 Escoriação
	Equimose: Infiltração hemorrágica nas malhas do tecido, causado pelo rompimento dos vasos capilares pelo agente agressor. A lesão pode ou não ter a forma do agressor, e some em cerca de 20 dias. 
 Espectro escmótico (cor da equimose com o passar dos dias): 
	Vermelho
	Início
	Azulado
	4 a 6 dias
	Esverdeado
	7 a 10 dias
	Amarelado
	12 dias
	Desaparece
	15 a 20 dias
A redução do espectro ecmótico só acontece no vivo, sendo interrompida quando a pessoa morre. É diferente do livor cadavérico, em que o sangue desce para a região em contato com o solo ou objeto em que o cadáver está em contato; para diferenciar uma equimose no morto ou livor cadavérico, se faz um corte: a equimose não libera sangue, o livor libera. Pacientes com problemas de coagulação apresentam maior equimose. As vísceras também podem apresentar equimose. 
 Equimose 
	Hematoma: Há rompimento de vasos de maior calibre, formando uma coleção de sangue. Não há difusão de sangue, havendo relevo e tumor na pele. A bossa hemática é um tipo de hematoma, conhecido como galo; ocorre sobre um plano ósseo.
 Hematoma
 Bossa hemática
	Fratura: Solução de continuidade óssea, que pode ser fechada ou aberta, simples ou cominutiva (com fragmentos), completa ou incompleta (comum em crianças, também chamada de fratura em galho verde), traumática ou patológica (por osteoporose, por exemplo). 
 Fratura
	Luxações: Perda do contato da superfície articular
	Entorse: Lesão ligamentar
	Encravamento: Agente contundente que fica preso a lesão
	Empalamento: Introdução de um corpo estranho na região anal.
Agente cortocontundente/Ferida cortocontusa 
- Causadas por instrumentos com gume, mas com ação contundente quer pelo seu peso, quer pela força aplicada por quem o utiliza. Exemplos: Foices, machados, dentes, enxadas, guilhotinas, serras elétricas, rodas de trem, etc. 
Agente perfurocontundente/Ferida perfurocontusa
- Principalmente por projétil de arma de fogo, mas a ferida pela ponta de um guarda chuva também se enquadra nessa categoria. (Será melhor descrito na próxima aula)
Energias físicas (tudo até agora era energia mecânica)
- Energias físicas modificam o estado físico de um corpo
- Tipos: Temperatura, eletricidade, pressão atmosférica, radioatividade, luz e som.
Frio
- Pode ser acidental (dormir exposto ao frio) ou dolosa (trancar uma pessoa num freezer, abandonar um recém nascido). Afeta principalmente as extremidades
- A ação pode ser generalizada (levando a alteração do sistema nervoso, sonolência, convulsões, anestesia, e até morte), ou localizada (produzindo lesões parecidas com as queimaduras)
- Classificação de lesões localizadas: 
	Primeiro grau: Causa palidez ou rubefação local
	Segundo grau: Eritema e formação de bolhas (com conteúdo claro ou hemorrágico)
	Terceiro grau: Gangrena/Necrose.
Calor
- O calor pode atuar de forma difusa ou direta. 
- Ação difusa: Podem ocorrer por insolação (Ocorre por exposição a altas temperaturas em ambientes abertos, ou por exposição solar) ou por intermação (Confinamento em ambiente em alta temperatura, como quando se esquece uma criança num carro). Insolação e intermação são chamadas de termoses
- Ação direta: São as queimaduras, podendo ter como agentes chamas, líquidos (óleo ou água fervendo, por exemplo), gases aquecidos ou sólidos (panela quente, por exemplo). A área acometida por queimaduras é classificada pela regra dos 9. 
Pronfundidade: 
	1º grau: Eritema e dor
	2º grau: Eritema e bolhas
	3º grau: Escarificação
	4º grau: Carbonização
 Queimadura de 3º grau
- É interessante analisar o conteúdo líquido das bolhas, pois se a queimadura foi in vivo, há proteínas no líquido, se foi pos mortem não
- Se houver fuligem nas vias aéreas, a exposição ao calor foi in vivo.
Eletricidade
- A exposição à eletricidade pode ser natural (raios) ou artificial (voltagem elétrica)
- Eletricidade natural: Pode causar fulminação (quando leva ao óbito) ou a fulguração (quando causa apenas lesões corporais, ocasionando as chamadas lesões de Lichtemberg, que seguem o formato da trama vascular). Apresentam tambem as chamadas marcas de Jellinek, que mostram os pontos de entrada e saída da corrente elétrica. Causa paralisia bulbar, asfixia por tetania dos músculos respiratórios, e fibrilação cardíaca.
 Marca de Jellinek
 Lesões de lichtemberg
- Eletricidade artificial: Causa a síndrome de Eletroplessão. Se o choque foi de baixa tensão, (110v~220v) há as marcar de Jellinek, se for de alta tensão apresenta queimaduras elétricas deformantes, lesões de Jellinek e metalizações elétricas (locais em que a pele estava em contato com metais ficam marcados).
Radioatividade
- Os acidentes radioativos são estudados pela infortunística médico legal, que analisa acidentes de trabalho, doenças profissionais, entre outros. A infortunística analisa se os acidentes foram causados por imperícia, imprudência ou negligência. 
- Lesões agudas: São chamadas de radiodermites, e podem ser de 1º (fase depilatória e eritematosa, mancha escura que dura 60 dias), 2º (forma papuloeritematosa, com úlceras dolorosas) e 3º graus (forma ulcerosa ou úlceras de Roentgen, representadas por zonas de necrose)
- Lesões crônicas: Úlceras atróficas e neoplasias (Câncer roentgeniano), além de apresentar lesões profundas como retite e cistite actínica.
- Lesões atômicas: Ocorrem em explosões de bombas ou acidentes radiológicos; apresentam efeitos mecânicos (da explosão), térmicos (amplas queimaduras e até carbonizações) e radioativos (repercussões genéticas, neoplásicas e cutâneas).
Pressão atmosférica
- Menor pressão atmosférica (ou mal das montanhas): Em grandes altitudes, a pressão diminui e o ar se torna mais rarefeito (podendo levar a hipóxia). O quadro depende da altitude, podendo até levar a hemorragia cerebral e edema de pulmão. Quanto maior a altitude e quanto mais rápido ela cair, menor a concentração de gases no sangue. A pessoa pode experimentar dispneia, náuseas, taquicardia, obnubilação e perda de consciência. 
- Maior pressão atmosférica (ou mal dos caixões): Ocorre muito em mergulhadores, escafandristas, e pessoas que trabalham em túneis subterrânes. Quanto maior a pressão, maior o risco de intoxicação por oxigênio/nitrogênio/gás carbônico. Mas o maior risco da alta pressão é a descompressão brusca ao voltar a superfície da água, podendo levar a embolia gasosa.
Luz
- Afeta principalmente os olhos
- Pode ser causada por feixes de luz, infravermelho, ultravioleta, e laser. 
Som
- Afeta os ouvidos e ocorre principalmente em acidentes de trabalho
- A perda pode ser temporária ou definitiva. 
- Limiar de risco: 85dB/40hs/semana
- Perda auditiva induzida pelo ruído (PAIR): Ocorre por exposição continuada a ambientes de muito ruído. É quase sempre bilateral, permanente, lenta e progressiva. As perdas auditivas variam de 3mil a 6mil Hz num período de 10 a 15 anos.
Instrumento perfurocontundente – Projétil de arma de fogo
Balística forense
- É a ciência que analisa a arma, os projéteis, a munição e o efeito em seres inanimados ou não
- Balas são perfurocontundentes porque nãotêm ponta, perfurando o tecido através de sua força e velocidade
- A balística pode ser dividida em interna (estuda o funcionamento das armas, do seu mecanismo e estrutura, e da técnica do tiro), externa (estuda a trajetória ou trajeto do projétil até o impacto ou até sua parada), e de efeitos (estuda os efeitos produzidos pelo projétil disparado, incluindo ricochetes, impactos, lesões e danos sofridos em seres animados ou inanimados).
- Trajetória: É o movimento da bala ANTES do impacto com a vítima, e costuma ser parabólico
- Trajeto: É o movimento da bala dentro do corpo da vítima ou do objeto atingido, podendo ser aberto se sair do corpo, ou fechado se ficar alojado dentro da vítima.
Armas de fogo
- Armas são qualquer objeto que aumente o poder de agressão de uma pessoa; armas de fogo são objetos com um ou dois canos, com uma das saídas aberta, onde se coloca um projétil que é lançado a distância pela força expansiva de gases devido a combustão de pólvora. 
- Classificação quanto ao sistema de carregamento: podem ser antecarga (carregadas pela boca) ou retrocarga (munição colocada no pente, no tambor, ou na parte posterior do cano)
- Classificação quanto ao sistema de funcionamento: Armas de repetição (ou não automáticas; espingardas e revólveres), armas semi-automáticas (pistolas), ou armas automáticas (metralhadoras)
- Classificação quanto a alma do cano: podem ter alma raiada (as raias podem ser para a direita ou para a esquerda; são rifles, pistolas e revólveres) ou alma lisa (espingardas; usam cartuchos, e podem ou não ter estrangulamento ou choke na ponta para conter a dispersão indesejada de balas)
- Classificação quanto a mobilidade: podem ser fixas, móveis, semiportáteis ou portáteis (que podem ser longasou curtas).
- Calibre: Há o calibre nominal que tem seu correspondente calibre real. No Brasil, o calibre real de armas raiadas é medido em milímetros. Já o calibre de armas com alma lisa é dado em número de esferas de chumbo com diâmetro igual a alma do cano necessários para formar 1 libra de peso.
Munição
- É formada por Projétil (1, é o verdadeiro instrumento perfurocontundente, quase sempre de chumbo; os mais antigos eram esféricos, os modernos são cilíndrico-ogivais), estojo ou cápsula (2, é o receptáculo de latão ou papelão prensado, de forma cilíndrica, contem os elementos da munição), propelente ou pólvora (3, é feito de carvão pulverizado, enxofre e salitre)e espoleta (4, é a parte do cartucho que se destina a inflamar a carga; é feito de fulminato de mercúrio, sulfeto de antimônio e nitrato de bário). A bucha fica entre a pólvora e o projétil.
- Pode ser cilíndrica, ogival, de ponta plana ou de ponta oca.
Disparo/Projétil
- No disparo, são liberados o projétil, gases, partículas, fuligem e chama. 
- O agente é perfurocontundente. O formato da lesão depende do ângulo de entrada do projétil. 
Orla/Zona de contato
- A presença das zonas A e B (contusão e enxugo) na lesão indicam que o tiro é de longa distância, pois são marcas deixadas apenas pelo projétil
- Se A, B, C e D estiverem presentes, o tiro é de curta distância ou a queima-roupa, pois a zona de tatuagem é feita pelas partículas, e a zona de esfumaçamento é feita pela fuligem e chama.
Orifício de entrada
- Quando o tiro é distante, o orifício de entrada é circular ou elíptico, com bordas regulares invertidas para dentro, apresentando orla de contusão e de enxugo (representando a entrada do projétil)
 Tiro distante
- Quando o tiro é de curta distância, o orifício de entrada tem forma arredondada ou elíptica, com bordas regulares e invertidas para dentro, apresentando orla de contusão, de enxugo, de tatuagem, de esfumaçamento e zona de chamuscamento
 Tiro a curta distância
- Quando o tiro foi dado em contato com a pele da vítima, as bordas do orifício de entrada são irregulares e evertidas para fora se a lesão for em local com anteparo ósseo (crânio por exemplo), pois os gases não têm para onde se dissipar, aumentando a lesão. Esse sinal é chamado de sinal de câmara de mina Hoffman, comum em suicídios.
 Sinal da câmara de mina Hoffman
Se o tiro foi em locais sem anteparo ósseo (abdome, por exemplo), o cano quente da arma marca a pele, mas a ferida permanece puntiforme; esse sinal é chamado de sinal de werkgaertner.
 Sinal de Werkgaertner
Na tábua óssea, a impregnação de fuligem se chama sinal de Benassi; também indica tiro encostado na pele, mas é encontrado em esqueleto após toda a decomposição. 
 Sinal de Benassi
O sinal de funil de Bonnet indica tiro encostado na díploe craniana; a tábua externa da díploe tem um orifício menor que o da tábua interna, indicando que esse foi o ponto de entrada da bala (no orifífio de saída, ocorre o mesmo. Portanto, além de indicar que o tiro foi encostado, também permite que se diga qual foi a direção do tiro.
 Sinal de Bonnet
- Múltiplos orifícios de entrada: Ocorrem quando a arma é de caça (espingardas), com cartuchos e alma lisa. 
 Múltiplos orifícios de entrada.
Orifício de saída
- É maior que o de entrada (pois após o impacto com a vítima, a bala passa a girar descontroladamente, deixando de ter movimento linear, causando uma lesão maior de saída)
- Costuma ser irregular, podendo ser elíptico e estrelado, evertido, e mais importante, NÃO APRESENTA ORLA OU HALO
 Orifício de saída.
Exame residuográfico 
- Quando o atirador dispara a arma, partículas e fuligem também ficam na sua mão, formados principalmente pelas substâncias propelentes e explosivas; o exame residuográfico busca esses sinais nas mãos dos suspeitos
- O uso de silenciadores e compensadores de recuo (diminuem o coice) mudam completamente o exame residuográfico em quem atirou e na vítima
- O exame mostra que a pessoa entrou em contato com algum resíduo de fuligem ou chumbo, etc. 
Confronto balístico
- São testes feitos em tanques de tiro ou tambores de algodão para comparar as evidências encontradas na vítima/objetos e nos testes, para identificar qual foi a arma usada e o tipo de munição. Também são feitos testes em microscópios ópticos.
Segundo semestre – P2
Tanatologia forense
Conceito
- Ramo da medicina legal que estuda o morto, a morte e os fenômenos dela decorrentes 
- Descobrir o horário do óbito, se a lesão foi antes da morte ou pós mortem
Conceito de morte
- A definição mais simples e tradicional de morte é aquela que a considerava como a cessação total e irreversível das funções vitais, mas como hoje se pode manter as funções vitais de uma pessoa por meio de aparelhos, surgiu uma nova definição, a da morte encefálica (parada total e irreversível das atividades encefálicas).
- A morte encefálica deve ser comprovada por dois médicos que não sejam da equipe de transplante, com testes clínicos e de imagem (como EEG, angiografia, PET, doppler transcraniano em crianças com fontanela aberta), provando que não há atividade elétrica, metabólica ou sanguínea cerebral. Para se determinar morte encefálica, é preciso saber a causa da morte e que ela seja um processo irreversível.
Tipos de morte
- Morte súbita: Repentina e inesperada
- Morte agônica: Implica sofrimento, é a morte lenta.
- Morte violenta: Homicídio, suicídio, acidentes (trabalho, trânsito, naturezas causais), infanticídio, lesão corporal seguida de morte, abortamento provocado
- Homicídio: É o ato de matar alguém. Geralmente é de fácil diagnóstico, possibilidade de lesões múltiplas, em regiões anatômicas variáveis, possibilidade de mais de um meio ou instrumento
Diagnóstico da realidade de morte
- Para se constatar a morte é preciso observar os fenômenos que surgem a partir da morte. Esses fenômenos são divididos em fenômenos abióticos (ou avitais, ou ainda vitais negativos), e fenômenos transformativos. 
Fenômenos abióticos
- Se dividem em fenômenos abióticos imediatos (devido a cessação das funções vitais, ocorrem em qualquer parada cardiorrespiratória mesmo que seja reversível) e consecutivos (devidos à instalação dos fenômenos cadavéricos, de meia hora a duas horas após a morte).Fenômenos abióticos imediatos
- Perda da consciência
- Perda da sensibilidade (tátil, térmica e dolorosa)
- Abolição da motilidade e do tono muscular: Relaxamento da musculatura facial, do esfíncter anal, midríase, etc.)
- Cessação da respiração: Evidenciada na ausculta pulmonar sem murmúrios vesiculares
- Cessação da circulação: Verificação de pulso de artérias de grande calibre, ausculta cardíaca.
Fenômenos abióticos consecutivos
- Desidratação cadavérica: Se traduz por decréscimo de peso (quanto mais novo o indivíduo, mais rápido ele perderá peso por desidratação), pergaminhamento da pele (o ressecamento da pele causa seu endurecimento, fazendo com que ela se torne sonora à percussão. Se torna pardacenta, com estrias das tramas vasculares da derme. Ocorre principalmente onde a pele é mais fina, como no escroto), dessecamento das mucosas dos lábios (ficam duros e pardacentos), modificações dos globos oculares (formação da tela viscosa, perda da tensão do globo ocular por desidratação do humor aquoso, enrugamento da córnea, mancha negra na esclerótica/sinal de Sommer, e turvação da córnea transparente)
- Esfriamento cadavérico: É medido via retal, depende da temperatura ambiente, e pode ser usado para determinar há quanto tempo ocorreu a morte. É mais rápido em crianças e idosos, doenças crônicas e hemorragias, e é mais lento em obesos, pessoas com roupas e cobertores, ou em ambientes fechados. Ocorre queda de 0,5ºC nas 3 primeiras horas e depois cai um grau por hora. Dura cerca de 24 a 26 horas nos adultos, e 20 horas em crianças e idosos.
- Manchas de hipóstase cutânea (livor mortis ou livor cadavérico): São manchas na parte de declive do cadáver que permanecem até o surgimento dos fenômenos putrefativos, quando se tornam verde-enegrecidas. Ocorrem pela deposição do sangue venoso pela gravidade. Aparecem 2 a 3 horas após a morte, e são móveis conforme a posição do cadáver até 12 horas após a morte, quando se fixam. Somem a digitopressão e pingam sangue se forem cortados. Pode haver hipóstase visceral. 
- Rigidez cadavérica (rigor mortis): As células tentam compensar a falta de oxigênio com respiração anaeróbica, produzindo mais ácido lático, modificando a actomiosina das fibras musculares, entrando em rigidez. Começa 1 a 2 horas após a morte, tem seu nível máximo com 8 horas, e desaparece com o início da putrefação, depois de 24 horas.
Lei de Nysten Sommer: A rigidez se manifesta primeiro na face, na mandíbula e no pescoço, seguindo para MMSS, tronco e por fim MMII, e desaparece nessa ordem.
1 a 2 horas: Nuca e mandíbula
3 a 4 horas: Atinge os membros superiores
5a 6 horas: Atinge tórax e abdome
7 a 8 horas: Membros inferiores. 
- Espasmo cadavérico.
Fenômenos transformativos
- Fazem a transição dos restos biológicos a partir da morte até a fossilização.
- Os fenômenos transformativos podem ser de duas ordens: Destrutivos (autólise, putrefação e maceração) ou conservadores (mumificação, saponificação, calcificação e corificação).
Fenômenos transformativos destrutivos
- Autólise: Processo de destruição celular por fenômenos fermentativos anaeróbicos que ocorrem nas células, motivados por enzimas celulares, sem nenhuma interferência bacteriana. Apresenta uma fase latente (alterações apenas no citoplasma da célula) e outra necrótica (comprometimento do núcleo e seu desaparecimento). O meio vivo é neutro (pH do sangue é de 6,95 a 7,8), a variação de pH é um sinal evidente de morte. As células mortas liberam enzimas lisossômicas no meio.
- Putrefação: É a decomposição fermentativa da matéria orgânica por ação de diversos microorganismos, ocorre após a autólise (as bactérias nativas entram em ação após a autólise, pois as barreiras de proteção caem permitindo sua entrada). O aparecimento dos primeiros sinais de putrefação se dá no abdome, correspondendo à mancha verde abdominal. Feridas aceleram a putrefação, servindo de porta de entrada às larvas. Ocorre mais rápido em RN, crianças e obesos. 
Marcha da putrefação: 
	- Período cromático ou de coloração: Inicia-se com a mancha verde abdominal na fossa ilíaca direita (no ceco, 20 a 24 horas após a morte), que se difunde pelo abdome, tórax, cabeça e membros. A tonalidade azul esverdeada vai se tornando verde enegrecido. Em afogados, a coloração começa pela cabeça e parte superior do tórax, pois a putrefação começa pelas vias respiratórias, bem como nos fetos, que têm intestino estéril. Dura de 24 horas a 7 dias.
	- Período gasoso ou enfisematoso: Grande aumento de volume do corpo pelos gases liberados pelas bactérias aeróbicas e depois pelas anaeróbicas. Gases mais comuns: gás sulfídrico, indol e escatol. Causa o odor pútrido do cadáver. Olhos, ânus, língua e outras partes ficam exteriorizadas pela pressão gasosa. Os gases pressionam o sangue para a periferia, fazendo com que os vasos fiquem nítidos (circulação póstuma de Brouardel). As bolhas contêm líquido sem proteínas. Se a pessoa morreu grávida, os gases podem causar a expulsão do feto, no chamado parto post mortem. Dura de 2/7 dias a 7/30 dias. 
	- Período coliquativo ou de liquefação: É a dissolução pútrida do cadáver, com desintegração progressiva dos tecidos. O corpo perde sua forma, a epiderme se desprende da derme, o esqueleto fica recoberto por uma massa de putrilagem e surge uma grande quantidade de larvas de insetos. 9/30 dias a 1 mês/3anos.
	Período de esqueletização: Ossos quase livres, presos apenas por ligamentos articulares. Se a morte ocorrer em locais de grande acidez, o corpo pode desaparecer por completo. Restam o esqueleto e os dentes. 
- Maceração (no livro é um fenômeno destrutivo, no slide é um fenômeno conservador):Amolecimento ou dissolução dos tecidos por embebição aquosa quando o cadáver permanece em meio líquido; É a transformação do cadáver do feto no útero materno, do sexto ao nono mês de gravidez. Os fetos retirados do útero post mortem sofrem maceração asséptica; afogados mantidos em meio líquido sofrem a maceração séptica. Há destacamento de retalhos cutâneos, mas que conservam impressões digitais e unhas. No feto, a pele tem tonalidade avermelhada, devido a embebição por hemoglobina. Há esmagamento do crânio (saco de nozes). Esse processo ocorre em dois ou 3 dias. 
Fenômenos transformativos conservadores
- Mumificação: Pode ser artificial, natural ou mista. A natural precisa de um ambiente em que ocorra desidratação rápida, impedindo a ação bacteriana, com clima quente e seco. O cadáver mumificado apresenta-se reduzido em peso, pele dura, seca, enrugada, e de tonalidade enegrecida. Os músculos, tendões e vísceras destroem-se pela pressão leve, virando pó, e dentes e unhas ficam bem conservados.
- Saponificação ou adipocera: Transformação do cadáver em substância de consistência untuosa, mole e quebradiça, de tonalidade amarelo-escura, dando a aparência de cera ou sabão. Surge depois de um processo mais ou menos avançado de putrefação. Esse processo se inicia em partes do corpo que contêm mais gordura. Ocorre em solo argiloso, úmido, e de difícil acesso para o ar atmosférico. Geralmente afeta apenas partes do cadáver, mas pode acometer todo o corpo (raramente).
- Calcificação ou petrificação: Ocorre mais frequentemente em fetos mortos e retidos na cavidade uterina, chamados de litopédios. É mais raro em crianças e adultos, mas pode ocorrer quando as partes moles desintegram-se pela putrefação rápida, e o esqueleto assimila grande quantidade de sais calcários.
- Corificação: Raro, ocorre em cadáveres acolhidos em urnas metálicas de zinco hermeticamente fechadas, impedindo fenômenos transformativos. O processo de putrefação se inicia mas é interrompido. A sua pele lembra couro ressecado.
- Congelação: Cadáveres submetidos a baixíssima temperatura por tempo prolongado se conservam integralmente por longo tempo.
- Fossilização: O corpo mantém sua forma, mas não conserva qualquer componente de sua estrutura orgânica. Esse processo exige longos períodos para sua ocorrência.
Calendário da morte
- < a 2 h corpo flácido, quente e sem livores- 3 a 4 h rigidez de nuca e mandíbula, esboço de livores e esvaziamento das papilas oculares no fundo de olho 
- 4 a 6 h rigidez de membros superiores, da nuca e mandíbula, livores nítidos 
- 8 a 16 h rigidez generalizada, manchas de hipóstases, não aparecimento de mancha verde abdominal, desaparecimento das artérias do fundo de olho 
- 16 a 24 h rigidez generalizada, esboço de mancha verde abdominal, fragmentação venosa e desaparecimento das artérias do fundo de olho 
- 24 a 48 h mancha verde abdominal, inicio da flacidez, papilas e máculas não localizáveis no fundo de olho 
- 48 a 72 h mancha verde ampliada, retina branco acinzentada 
- 72 a 96 h fundo de olho irreconhecível 
- 2 a 3 anos desaparecimento das partes moles do corpo e presença de insetos 
- > 3 anos esqueletização completa 
Meios de conservação de cadáveres
- Formolização, embalsamento, mumificação, congelação e criogênese. 
Outras informações
- O termo de declaração de morte encefálica pode ser usado para doação de córneas, rins, pele, ossos, entre outros.
- A data de óbito é dado pela data do exame complementar (do segundo médico)
- A necrópsia só pode ser realizada 6h após a morte
- Cronotanatognose: determina a hora de morte
- Na fase coliquativa da putrefação há a colonização do cadáver por larvas de insetos, cerca de 8 grupos deles. O entomólogo forense é o responsável por identificar esses insetos, o que pode ajudar a descobrir qual foi o local da morte. 
- Só médicos podem embalsamar. 
Energia físico química – asfixia 
Tipos de asfixia
- Anoxia de ventilação
- Anoxia anêmica
- Anoxia de circulação e estase
- Anoxia tissular ou histotóxica
Fisiopatologia da asfixia
- Fase cerebral: Ainda há consciência (?), com sintomas como vertigem, zumbidos e angústia. Dura de 60 a 90 segundos
- Fase de excitação: Inconsciência, com sintomas como convulsões, insensibilidade, bradipneia e relaxamento muscular (esfincteriano também). Dura de 60 a 120 segundos
- Fase respiratória: Respiração superficial que leva a hipóxia, durando de 60 a 120 segundos
- Fase cardíaca: Arritmia e morte. 
Sinais de asfixia
- Nenhum sinal é patognomônico da asfixia!
Sinais externos
- Manchas de hipóstase: São abundantes, precoces, de tonalidade mais escura que o normal, variando a tonalidade na intoxicação por CO (em que a pele fica rosada, lembrando a pele dos vivos)
- Congestão de face (Cianose): Ocorre pela estase da veia cava superior, dando origem a máscara equimótica de Morestin. É mais comum em enforcados e estrangulados, e não deve ser confundida com a hipóstase (se o corpo foi encontrado de cabeça pra baixo)
- Equimoses da pele e das mucosas: Ocorre na conjuntiva (hemorragia conjuntival), nas mucosas, e na pele (em enforcados aparece nas pernas). São pequenas (não ultrapassam o tamanho de uma lentilha), e tomam tonalidade mais escura em áreas de declive. Podem ocorrer em outras formas de morte que não a asfixia (insuficiência cardíaca aguda, embolia pulmonar, intoxicações...), ou pelo RCP (nas conjuntivas principalmente).
- Fenômenos cadavéricos: Na asfixia os livores (hipóstase) são mais escuros e extensos, o esfriamento do cadáver é mais lento, a rigidez cadavérica é mais lenta mas de maior intensidade e prolongamento, e a putrefação é mais precoce.
- Cogumelo de espuma: É uma bola de espuma que cobre boca e narinas, e se continua pelas vias aéreas inferiores. É mais comum nos afogados, mas pode ocorrer em outras asfixias (sufocação, obstrução de vias aéreas), no edema agudo de pulmão, e nas mortes precedidas de convulsões. O cogumelo de espuma pode ocorrer em pacientes não mortos. É um pouco mais rosado em vivos, mais esbranquiçado em mortos.
- Projeção da língua e exoftalmia: São achados nas asfixias, principalmente por estrangulamento, mas lembrar que também ocorre na fase gasosa da putrefação em todos os cadáveres.
Sinais internos
- Equimoses viscerais (ou manchas de Tardieu): Equimoses puntiformes nos pulmões e coração, e no timo em crianças. Quando as equimoses viscerais (principalmente no pulmão) são maiores (sufusões) temos o sinal de Paltauf (característico de afogados). 
- Aspecto do sangue: O sangue na asfixia é escuro e líquido (exceto na intoxicação por CO, quando fica vermelho vivo), não se encontrando no coração coágulos negros ou brancos.
- Congestão polivisceral: O fígado e o mesentério são os que mais se encontram congestos, enquanto o baço se encontra com pouco sangue devido as suas contrações durante a asfixia, se tornando pálido e diminuído (Sinal de Étienne Martin). O fígado asfíxico é bem violáceo.
- Distensão e edema dos pulmões.
Classificação 
- As asfixias podem ser puras, complexas ou mistas
- Puras: Ocorrem por anoxemia e hipercapnia
	A: Asfixia em ambientes por gases irrespiráveis
	- Confinamento
	- Asfixia por monóxido de carbono (Sangue fica vermelho vivo)
	- Asfixia por outros vícios de ambiente
	B: Obstaculação à penetração de ar nas vias aéreas
	- Sufocação direta (obstrução da boca e narinas pelas mãos ou das vias aéreas mais inferiores)
	- Sufocação indireta (compressão do tórax, exemplo é a crucificação)
	C: Transformação do meio gasoso em líquido (afogamento)
	D: Transformação do meio gasoso em sólido ou pulverulento (soterramento).
- Complexas: Constrição das vias aéreas com anoxemia e excesso de gás carbônico, interrupção da circulação cerebral, e inibição por compressão dos elementos nervosos do pescoço
	A: Constrição passiva do pescoço exercida pelo peso do corpo (Enforcamento)
	B: Constrição ativa do pescoço exercida pela força muscular (Estrangulamento)
- Mistas: Se confundem e superpõem os fenômenos circulatórios, respiratórios e nervosos (Esganadura).
Asfixia por confinamento
- Causado pela permanência de um ou mais indivíduos num ambiente restrito e fechado, sem condições de renovação do ar, com consumo de oxigênio e acúmulo de gás carbônico e vapor d’água.
- Na maioria das vezes é acidental (Exemplo: Criança presa no carro), podendo no entanto ser homicida ou suicida.
- Além dos sinais gerais de asfixia, podem ser vistas lesões por ações desesperadas, como escoriações no pescoço, ferimentos na face, desgaste das unhas, lesões de defesa, etc.
Asfixia por monóxido de carbono
- O CO se fixa na hemoglobina, impedindo o transporte de oxigênio para os tecidos, formando a carboxihemoglobina. É um tipo de asfixia tissular.
- Geralmente ocorre em suicídios, e menos em acidentes e homicídios.
- Sinais específicos: Rigidez cadavérica tardia, pouco intensa e de menor duração, tonalidade rosada da face (como de vida), manchas de hipóstases claras, pulmões e demais orgãos carmim, sangue fluido e róseo, putrefação tardia, e comemorativos da morte (?). Isso ocorre pois o CO impede a hematose
- O CO é um resultante da combustão. 
- A intoxicação pode ser revertida com altas taxas de oxigênio puro.
- Ocorre em vítimas de incêndio e de suicídios. 
Asfixias por outros vícios de ambientes (Gases irrespiráveis)
- Gases de combate: Lacrimogênio, esternutatórios (arsênico), vesicantes (gás mostarda) sufocantes (cloro). Usados pela polícia ou de uso militar, como gás lacrimogênio, que causa lacrimejamento, depois irrita via aérea, causando edema de glote, e pode levar a morte. O gás mostarda afeta muito mais a pele (bolhas) mas irrita a via aérea, causando pneumonite química. O cloro é irritante da árvore respiratória. 
- Tóxicos: Monóxido de carbono, ácido cianídrico (impede a respiração celular interrompendo o ciclo de Krebs, usado na pena de morte nos EUA)
- Industriais: Gases de minas (metano, por exemplo)
- Anestésicos: Éter, clorofórmio, por exemplo. É preciso saber se o profissional de saúde teve omissão, negligência ou se houve problema da aparelhagem. Diz-se nesse caso que houve choque anafilático, mas, na verdade, houve descuido do profissional. 
Sufocação direta
- Pode ocorrer por oclusão da boca e das narinas, ou por oclusão das vias aéreas. 
- A oclusão de boca e narinas (oclusão externa) quase sempre é de caráter criminoso, comumno infanticídio (mas pode ser acidental, como quando a mãe dorme em cima do bebê). Também pode ser realizada com travesseiro, com um papel molhado sobre a face, ou sacos plásticos.
- A oclusão de vias aéreas ocorre também na obstrução por corpos estranhos. É mais comum em acidentes, e pode ser confundida com um infarto agudo do miocárdio por sua ação súbita. Pode ocorrer por aspiração de alimentos, de vômito, por obstrução pela prótese dentária, “queda da língua” em vítimas de descarga elétrica, entre outros.
- Sinais locais: Marcas das unhas da pessoa que sufocou a vítima, lesão da mucosa labial (ao sufocar a vítima, se comprime os lábios contra os dentes), ou presença de corpo estranho na via aérea. 
Sufocação indireta
- Ocorre pela compressão do tórax e abdome, impedindo os movimentos respiratórios
- Ocorre sempre por acidente ou por homicídio
- Pode ocorrer em meio a multidões, mães que dormem em cima dos bebês (?), desabamentos.
- Sinais: Lesões no esqueleto torácico e nas vísceras, máscara equimótica de Morestin (pelo refluxo da veia cava superior por compressão torácica), pulmões distendidos (Sinal de Valentin), congestos e com sufusões hemorrágicas subpleurais, fígado congesto, sangue do coração escuro e fluido.
- Sufocação indireta posicional: Pessoas crucificadas ou que ficam de ponta cabeça por muito tempo entram em sufocação indireta, pois os músculos respiratórios entram em fadiga e depois falência.
Afogamento
- Pode ser completo (em praias, piscinas, lagos...) ou incompleto (quando o corpo não fica todo na água, como em crianças que se afogam em baldes, epiléticos, alcoólatras… se uma pessoa afogar a outra, esse afogamento é incompleto)
- Pode ser acidental, homicida (o agressor tem que ser muito mais forte que a vítima) ou suicida (raro, geralmente ocorre uma tentativa de suicídio que se torna um afogamento acidental).
- Fases da morte por afogamento: (??? – Diferente do livro) Resistência (faz apnéia voluntária, tenta lutar pra chegar a superfície), exaustão (não consegue mais prender a respiração porque o CO2 aumentou, ocorrendo estímulo bulbar que o obriga a respirar involuntariamente), e asfixia (ocorre convulsão, e parada cardiorrespiratória).
- Morte inibitória (afogados brancos de Parrot): Em alguns casos, quando o indivíduo toca a água ele morre por inibição (Ele tem um susto, causando um reflexo vagal, que leva a uma parada cardíaca). Não apresenta sinais de afogamento pois o indivíduo não aspira água. Geralmente o indivíduo tem doença cardiovascular.
- Afogados azuis: É o afogamento verdadeiro, pela entrada de líquidos nas vias aéreas.
- Nos casos de afogamentos em água doce que é hipotônica em relação ao plasma, ela é absorvida rapidamente nos alvéolos, passando para a circulação pulmonar e provocando hemodiluição e hipervolemia. Nesse caso a pessoa morre por fibrilação cardíaca.
Quando o afogamento é em água salgada, que é hipertônica, o líquido ocupa os alvéolos aumentando a osmolaridade do sangue, atraindo líquido das vias respiratórias para a circulação pulmonar, provocando hipovolemia, hemoconcentração e edema pulmonar. 
Isso permite que se saiba se a pessoa morreu no local em que foi encontrada. Esses fatores mudam a crioscopia (Se sabe se a água aspirada era salgada ou doce pela diferença de tempo que ela leva para congelar). Também se usa o estudo de plânctons encontrados no pulmão, entre outros exames, para se determinar o local da morte. 
- Sinais cadavéricos do afogado: 
	Sinais externos: Baixa temperatura da pele, pele anserina, retração do mamilo/saco escrotal/pênis, pele macerada (a pele se destaca do corpo), livor cadavérico mais claro, cogumelo de espuma, erosão de dedos/corpos estranhos sob as unhas (resistência da vítima), equimoses da face das conjuntivas (?), mancha verde de putrefação no esterno ou na base do pescoço (e não na fossa ilíaca direita como é mais comum), lesões post mortem produzidas por animais aquáticos (principalmente em volta dos orifícios naturais), embebição cadavérica, dentes e unhas róseos, lesões de arrasto (pela correnteza que arrasta o corpo, pois ele só boia depois que começa a putrefação). O segmento craniano fica escurecido no afogado (Cabeça de negro).
	Sinais internos: Líquido nas vias aéreas e sistema digestivo (com ou sem corpos estranhos como plânctons, lama, areia...), sinal de Paltauf, diluição do sangue (pela entrada de água no sistema respiratório).
Soterramento
- Geralmente é acidental, ocorrendo por desmoronamentos/desabamentos.
- Presença de substâncias sólidas, semi sólidas, ou pulverulentas nas vias aéreas, boca, estômago, além dos sinais gerais de asfixia.
- Há lesões traumáticas diversas pelo desabamento, com politraumatismo associado.
- A morte pode ocorrer por sufocação indireta (compressão torácica), sufocação direta (entrada de sólidos na via aérea), confinamento (em galerias fechadas), ou por ação contundente. 
Enforcamento
- É a interrupção de ar às vias aéreas pela constrição com laço fixo, tendo como força o peso do corpo da vítima
- Na maior parte dos casos é suicídio, mas pode ocorrer por acidente, homicídio ou execução judicial
- O laço que aperta o pescoço da vítima pode ser duros (cordões, cordas, fios de arame), moles (lençóis, cortinas, gravatas), ou semirrígidos (cintos de couro).
- O ponto de suspensão pode ser completo/típico (o corpo fica completamente pendente, não encosta os pés no chão) ou incompleto/atípico (os pés ou outra parte do corpo tocam o chão, mas o laço fecha o pescoço, impedindo a respiração).
- Fases: Dor, parada da circulação cerebral, perda da consciência, liberação do esfincter, fenômeno respiratório (com convulsões) e PCR (que leva a morte). Leva de 5 a 10 minutos. 
- A posição da cabeça sempre se mostra voltada para o lado contrário do nó, a face pode estar branca ou arroxeada, há presença de líquido ou espuma sanguinolenta pela boca e narinas, a língua é cianótica e sempre fica para fora, olhos protrusos, orelha violácea, pode ter otorragia, a rigidez cadavérica é mais tardia, as manchas de hipóstases estão na parte inferior do corpo (podendo levar a ereção em homens), nos membros inferiores e nas pontas das mãos. Na putrefação, há necrose seca na cabeça, e necrose úmida na parte inferior do corpo (onde o sangue/hipóstase se acumula). Pode haver lesão de tireoide ou osso hioide. 
- O sulco cervical quase sempre é único (mas pode ser múltiplo), é oblíquo ascendente (a parte mais alta aponta para o laço), acima da cartilagem tireoidea, é descontínuo (interrompido na proximidade do nó), apergaminhado, queimado, escoriado e pardo/escuro. Quanto mais fino o laço, mais profundo o sulco. 
- A secção transversal da túnica íntima da carótida ocorre nos enforcados (sinal de Amussat), bem como a sufusão hemorrágica da túnica externa (adventícia?) da carótida (sinal de Friedberg, visto a olho nu). São sinais típicos de enforcamento.
- Mecanismos de morte por enforcamento:
	A: Obstrução da via aérea pelo rechaçamento da base da língua 
	B: Interrupção da circulação pela constrição dos vasos pelo laço 
	C: Compressão do nervo vago, causando estímulo vagal que causa parada cardiorrespiratória.
Estrangulamento
- A morte se dá pela constrição do pescoço por um laço acionado por força que não seja o peso da vítima, ocorrendo mais por homicídio que por suicídio ou acidente (no suicídio pode ocorrer por torniquetes).
- Sempre é feito com um laço, que como no enforcamento pode ser mole, duro ou semirrígido.
- A face se encontra violácea, pode surgir espuma rósea ou sanguinolenta na boca e narinas, a língua se projeta pra fora e fica escura, pode sair sangue do ouvido. 
- O sulco é horizontal/transverso (diferente do enforcamento que é oblíquo), contínuo (no enforcamento é descontínuo), abaixo da cartilagem tireoidea ou sobre ela, com marcas de unha em volta (lesão de defesa da vítima). 
- Os sinais de Amussat e Friedberg ocorrem menos que nos enforcamentos, mas podem ocorrer.
Esganadura
- É a constrição do pescoço pelas mãos 
- É sempre homicida,sendo impossível por suicídio ou acidente.
- Ocorre congestão da face, das conjuntivas, equimoses puntiformes no pescoço e na face, escoriações por unhas (do agressor e da vítima que tenta se soltar), infiltrações hemorrágicas das estruturas profundas do pescoço, lesões do aparelho laríngeo, fraturas das cartilagens tireoideas/cricoide/traqueia e dos ossos hioide e estilohioide, além dos sinais de asfixias gerais.
- Lembrar que um acidente de carro em que o pescoço bate no volante pode quebrar o hioide, não ocorrendo por esganadura.
- Checar DNA embaixo da unha da vítima, por tentativa de defesa
- Comum em crimes sexuais.
Sexologia criminal
Crimes sexuais
- Estupro
- Posse sexual mediante fraude: Usar de prática desonesta (mas não de violência ou ameaça) para convencer alguém a conjunção carnal ou ato libidinoso.
Estupro
- O estupro é o ato de constranger alguém mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ato libidinoso
- Conjunção carnal: Introdução completa ou incompleta do pênis na cavidade vaginal, com ou sem ejaculação
- Ato libidinoso: Qualquer ato sexual, consistindo em diversas situações: Coito ectópico, masturbação, palpação de mamas/nádegas/coxas/vagina, entre outros.
- A violência pode ser efetiva (física ou psíquica, como pelo uso de drogas) ou presumida (Menores de 14 anos, portadores de transtornos mentais, ou qualquer causa que impeça a vítima de resistir; nesse caso isso é chamado de estupro de vulnerável).
- Grave ameaça: Promessa de mal maior à vítima ou a outra pessoa (exemplo: Ameaçar matar o filho da vítima).
Objetivos periciais no estupro
- Demonstrar a conjunção carnal ou penetração vaginal (a conjunção carnal também pode ser comprovada pela gravidez)
- Ausência de consentimento, pelos sinais de violência efetiva ou presumida
- Se possível, obter provas biológicas que possam identificar o estuprador.
Exame de conjunção carnal
- Deve-se avaliar o histórico da vítima, o exame subjetivo (condições psíquicas da vítima), exame objetivo genérico (aspectos da vítima como altura, peso, etc., provas de violência ou de luta) e exame objetivo específico (exame genital em posição ginecológica).
- Na virgem, o exame se fundamenta no estudo do himen
- Em mulheres com himen complacente ou com vida sexual pregressa, a perícia avalia gravidez, esperma na cavidade vaginal, presença de fosfatase ácida ou PSA (líquidos de procedência prostática) ou contaminação venérea profunda. Encontrar pelos pubianos soltos ou manchas de sêmen em roupas da vítima ou roupa de cama também permitem essa avaliação
- Exame do hímen: A rotura himenal é o elemento mais essencial no diagnóstico da conjunção carnal. O local que mais comumente se rompe são os quadrantes inferiores, devido ao fato de a posição de decúbito dorsal oferecer maior resistência nos quadrantes inferiores. Nos coitos em pé a rotura costuma ocorrer em quadrantes superiores. A rotura de himen costuma ser devido ao coito, mas pode ocorrer por masturbação, uso de absorventes internos, e inserção de corpos estranhos. A cicatrização completa do himen leva 20 dias para ocorrer, comprovando conjunção carnal recente se ausente (há menos de 20 dias); se houver cicatrização a rotura é antiga (mais de 20 dias). No exame, o hímen pode estar íntegro, ter rotura completa, rotura incompleta, agenesia (ausência congênita), ser complacente, ou reduzido a carúnculas mirtiformes (ocorre em mulheres que pariram). 
É preciso se diferenciar roturas de entalhes. As roturas costumam chegar até a inserção do himen na parede vaginal, disposição assimétrica, justaposição completa das bordas (se juntar os dois lados da rotura elas “encaixam”), bordas recobertas por tecido fibroso cicatricial esbranquiçado, ângulo de rotura em forma de V, infiltração hemorrágica ou sangramento se for recente. Já os entalhes mostram pouca penetração na orla himenal, bordas regulares, disposição simétrica, justaposição impossível das bordas, bordas revestidas por epitélio pavimentoso estratificado, ausência de cicatrização recente, e ângulo de clivagem arredondado.
- Na colheita de secreção vaginal, ao se encontrar espermatozoide ou substância de líquido prostático (PSA por exemplo), se comprova a conjunção carnal. Testes para identificar esperma: Reação de Florence, métodos de Barbério e Bacchi, presença de fosfatase ácida, ou glicoproteínas P30/PSA (esses últimos confirmam que o líquido é de origem masculina).
Quesitos a serem respondidos em exames de conjunção carnal
1° - Houve conjunção carnal ?
2° - Qual a data provável dessa conjunção ?
3° - Era virgem a examinada ?
4° - Houve violência para essa prática ?
5° - Qual o meio dessa violência ?
6° - Da violência resultou para a examinada: incapacidade para as ocupações habituais, por mais de 30 dias, ou perigo de vida, ou debilidade permanente de membro, sentido ou função, ou aceleração de parto, ou incapacidade permanente para o trabalho, ou enfermidade incurável, ou perda ou inutilização de membro, sentido ou função, ou deformidade permanente, ou aborto (resposta especificada) ?
7° - É a examinada débil ou alienada mental ?
8° - Houve qualquer outra causa, diversa da menoridade, alienação ou debilidade mental, que tivesse impossibilitado a examinada de resistir ?
Exame de comprovação de atos libidinosos 
- Se avalia principalmente o coito anal, o coito oral, e a penetração de objetos
- Também são avaliados histórico, exame subjetivo, exame objetivo genérico, e por fim o exame objetivo específico
- A vítima deve ser colocada em posição genupeitoral (prece maometana), e deve-se procurar por sinais de coito anal violento ou presença de secreções. O problema é que fissuras ou equimoses podem ser decorrentes de outras situações, como obstipação intestinal. A descrição do local de uma lesão pode ser pelo método Oscar Freire (se descreve a lesão com referência anal como os números de um relógio) ou pelo método Lacassagne (descrição por quadrantes).
- Nos casos de coito oral as dificuldades são maiores, pois lesões nessa forma de atentado são raras, sendo diagnosticado presença de sêmen na boca ou doenças venéreas.
- A penetração de objetos pode ocorrer por via vaginal ou retal, com lesões locais intensas.
Quesitos a serem respondidos no exame de atos libidinosos
1º - Houve prática de ato libidinoso?	
2º - Em que consistiu?	
3º - Houve violência?	
4º - Qual o meio empregado?	
5º - Da violência resultou para a vítima: incapacidade para as ocupações habituais por mais de trinta dias ou perigo de vida, ou debilidade de membro, sentido ou função, ou aceleração de parto, ou incapacidade permanente para o trabalho, ou enfermidade incurável, ou perda ou inutilização de membro, sentido ou função, ou deformidade permanente, ou aborto? 
6º - É a vítima alienada ou débil mental?
7º - Houve qualquer outra causa que tivesse impossibilitado a vítima de resistir?
Transtornos sexuais 
- Anafrodisia: Diminuição do apetite sexual masculino
- Frigidez: Diminuição do apetite sexual feminino
- Anorgasmia: Incapacidade de chegar ao orgasmo
- Satiríase: Aumento do apetite sexual masculino
- Ninfomania: Aumento do apetite sexual feminino
- Auto erotismo: Capacidade de ter um orgasmo sem estímulo físico ou mesmo presença de alguém 
- Erotomania: Forma aumentada de um amor platônico, com idealização do indivíduo amado e pensamento fixo
- Frotteurismo: Indivíduos que aproveitam-se de aglomerações e transportes públicos para esfregar ou encostar seu órgãos genitais em outra pessoa, ou tocar seus seios ou genitais sem que a outra pessoa perceba sua intenção
- Exibicionismo: Obsessão impulsiva de mostrar seus genitais a outras pessoas
- Narcisismo: Admiração pelo próprio corpo ou por si mesmo em geral
- Voyeurismo ou mixoscopia: Prazer em presenciar coito de terceiros
- Fetichismo: Atração por determinada parte do corpo (não genitais/sexuais) ou por objetos.
- Lubricidade senil: Manifestação sexual exagerada em pessoas de idade avançada
- Pluralismo: Prática sexual emque participam 3 ou mais pessoas
- Swapping (Swing): Troca de parceiros entre dois ou mais casais de forma consentida
- Gerontofilia (ou cronoinversão): Pessoa jovem que se sente atraída por idosos
- Cromoinversão: Atração obsessiva compulsiva por pessoas de outra cor
- Etnoinversão: Atração obsessiva compulsiva por pessoas de outra etnia
- Riparofilia: Atração por pessoas sujas, moradores de rua, etc.
- Dolismo: Atração por bonecos ou manequins
- Donjuanismo: Personalidade propensa a conquistas amorosas
- Travestismo: Heterossexuais que se vestem como pessoas do sexo oposto
- Urolagnia: Atração por urina (ver alguém urinando, ouvir alguém urinando, etc.)
- Coprofilia/Escatofilia: Atração por fezes (idem)
- Clismafilia: Prazer ao inserir água no reto
- Coprolalia: Necessidade de falar ou ouvir coisas obscenas para obter prazer
- Edipismo: Atração por parentes próximos, incesto.
- Bestialismo/zoofilia: Realizar atos sexuais com animais
- Onanismo: Impulso obsessivo à excitação dos órgãos genitais, comum na puberdade
- Vampirismo: Prazer na presença de sangue ou ao ingerir sangue
- Necrofilia: Obsessão em praticar atos sexuais com cadáveres
- Sadismo: Desejo e prazer com o sofrimento de outra pessoa
- Masoquismo: Desejo ou prazer com o sofrimento próprio
- Pigmalianismo: Amor desvairado por estátuas
- Pedofilia: Predileção erótica por crianças.
Aborto
- Definição: Expulsão prematura e violentamente provocada do produto da concepção, independente de todas as circunstâncias de idade, viabilidade e mesmo de formação regular.
- Pode ser espontâneo, acidental, ou provocado (que pode ser legal ou criminoso)
- Aborto espontâneo: Inviabilidade natural do feto, com aborto sem interferência ou participação de alguém. Pode ocorrer por fatores gametogênicos, ovulares, maternos (nutricionais, imunológicos como isoimunização abo/rh, tóxicos como fumo, infecções, moléstias como DM) ou por alterações uterinas (miomas por exemplo)
- Aborto terapêutico: Aborto realizado pelo médico para salvar a vida da gestante, sendo um aborto por necessidade. Pode ser realizado quando a mãe apresenta perigo vital, se esse perigo depender diretamente da gravidez, se a interrupção da gravidez fizer cessar o perigo para a vida da mãe, se esse meio for a única forma de salvar a vida da mãe, e sempre que possível com a concordância de outros dois colegas. O aborto terapêutico é lícito independente do consentimento de terceiros ou da mãe. 
- Aborto sentimental/piedoso/moral: É o aborto feito em caso de estupro.
- Aborto eugênico: Interrupção da gestação de fetos defeituosos ou com possibilidade de o serem. Atualmente se permite a interrupção da gestação até a 24ª semana, por indicação médica, nas gestantes cujo produto de concepção tiver condições incompatíveis com a vida, caso contrário (por malformações da rubéola por exemplo) é criminoso.
- Aborto social: Interrupção da gestação por motivos socioeconômicos. É proibida. 
- Aborto por motivo de honra: Interrupção de gestação ilegítima. É crime.
Meios abortivos
- Temos os meios medicamentosos (ou tóxicos) e os meios mecânicos.
- Tóxicos: Algumas plantas (arruda por exemplo), substâncias minerais (antimônio, chumbo, por exemplo)
- Mecânicos: Podem ser diretos (usados na cavidade vaginal, colo, e cavidade uterina, como inserir uma agulha no útero por exemplo) ou indiretos (raros, são de efeito extravaginal, como traumas abdominais, compressas do ventre).
Complicações do aborto criminoso
- Intoxicações por medicamentos e substâncias abortivas
- Perfurações de útero, embolia por perfuração de veias uterinas, lesões de alças intestinais, tétano pós aborto, septicemia.
Quesitos a serem respondidos no exame do aborto
1° - Houve aborto ?
2° - Foi ele provocado ?
3° - Qual o instrumento ou meio empregado ?
4° - Em consequência do abortamento ou do instrumento ou meio empregado para provocá-lo, sofreu a vítima: incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias, ou perigo de vida, ou debilidade permanente de membro, sentido ou função, ou incapacidade permanente para o trabalho, ou enfermidade incurável, ou perda ou inutilização de membro, sentido ou função, ou deformidade permanente (resposta especificada) ?
5° - É a vítima alienada ou débil mental ?
6° - Provocado por médico, era o único meio de salvar a vida da gestante ?
Infanticídio
- Definição: Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho durante o parto ou logo após.
- Estados puerperais: Blues puerperal, depressão puerperal (depressão pós parto, dura mais que o Blues puerperal), psicose puerperal, e transtorno de estresse agudo (ocorre em torno de 30 dias após o estressor).
- A perícia deve determinar se o feto chegou a estar vivo para determinar se houve infanticídio; para isso, devemos determinar se o feto era natimorto, feto nascente, infante nascido ou recém-nascido.
- Natimorto: Feto morto após a 22ª semana de gestação. Pode ocorrer por causas naturais ou violentas (aborto criminoso)
- Feto nascente: É o feto que apresenta todas as características do infante nascido, exceto pelo fato de não ter respirado. O feto viveria (e respiraria), mas foi morto durante o parto, com lesões nas áreas onde o feto começa a se expor.
- Infante nascido: É aquele que acabou de nascer, respirou, mas não recebeu nenhum cuidado especial. Apresenta estado sanguinolento (ainda coberto por sangue de origem fetal ou materna), induto sebáceo (ainda apresenta o vernix caseoso, principalmente nas axilas, no pescoço, e nas pregas inguinais e poplíteas), tumor do parto (é o caput succedaneum, nem sempre está presente), cordão umbilical (principalmente se ainda estiver ligado a placenta ou se não tiver ligadura), mecônio, e respiração autônoma (só é infante nascido quem respirou).
- Recém nascido: Bebê que recebeu os primeiros cuidados após o parto até o 7º dia de nascimento. 
Provas de vida extrauterina
- A comprovação da respiração é a principal prova de que houve vida extrauterina. Esse diagnóstico é feito através das docimásias (provas de que o bebê respirou) e pelas provas ocasionais
Docimásias pulmonares
- Docimásia hidrostática pulmonar de galeno: Se coloca o pulmão do bebê na água. Se ele respirou, sua densidade pulmonar diminui e o pulmão irá boiar, senão irá afundar. É a mais usada e a mais antiga.
- Docimásia diafragmática de Ploquet: Se o bebê respirou seu diafragma é mais horizontal, se nunca respirou, é muito mais convexo. Esse teste não é muito utilizado.
- Docimásia óptica ou visual de Bouchut: À inspeção, o pulmão que respirou apresenta o desenho do mosaico alveolar, o que não respirou é compacto, liso e uniforme. Costuma ser complementado pela docimásia de Galeno. 
- Docimásia microscópica de Balthazard: A inspiração determina distensão do aparelho respiratório. Bronquíolos, ductos alveolares e alvéolos adquirem luz e suas paredes tornam-se algo aparadas.
Docimásias extrapulmonares
- Docimásia gastrointestinal de Breslau: Se tira o aparelho gastrointestinal do bebê, se fecha o esôfago e o reto, e se coloca o intestino num recipiente com água. Se ele boiar, o bebê deglutiu ar, o que indica que ele respirou.
- Docimásia auricular de Vreden/Wendt/Gelé: Com a respiração e deglutição de ar, o ar penetra na cavidade timpânica através da tuba auditiva. Leva-se a cabeça para dentro da água e se punciona o tímpano, se liberar uma bolha de ar, o bebê respirou. Só é utilizado quando só se têm a cabeça do feto para exame.
Provas ocasionais
- Presença de corpos estranhos nas vias respiratórias: Pode haver se o infanticídio foi por sufocação
- Presença de alimentos no tubo digestório
- Lesões com reações vitais
- Indícios de recém-nascimento.

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