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MEDICINA LEGAL 
 
ASFIXILOOGIA 
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MEDICINA LEGAL 
 
ASFIXIOLOGIA 
 
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MEDICINA LEGAL 
 
ASFIXILOOGIA 
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Sumário 
MEDICINA LEGAL: ASFIXIOLOGIA ...................................................................................................................... 3 
MEDICINA LEGAL: ASFIXIOLOGIA ...................................................................................................................... 3 
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................. 3 
2. CONCEITO ...................................................................................................................................................... 3 
3. RELEVÂNCIA JURÍDICO-PENAL ....................................................................................................................... 4 
4. CLASSIFICAÇÃO .............................................................................................................................................. 5 
4.1 Classificação de Afrânio Peixoto .............................................................................................................. 7 
4.2 Fases clínicas da Asfixia ........................................................................................................................... 8 
4.3 Sinais Gerais de Asfixia ............................................................................................................................ 8 
5. ASFIXIAS EM ESPÉCIE ................................................................................................................................... 13 
5.1 Sufocação............................................................................................................................................... 13 
5.2 Asfixias por Constrição Cervical ............................................................................................................. 18 
5.2.1 Enforcamento ................................................................................................................................. 19 
5.2.2 Estrangulamento ............................................................................................................................ 25 
5.2.3 Esganadura ..................................................................................................................................... 27 
5.3 Asfixia por Modificação do Meio Ambiente .................................................................................... 29 
5.3.1 Confinamento ................................................................................................................................. 29 
5.3.2 Soterramento ................................................................................................................................. 32 
5.3.3 Afogamento .................................................................................................................................... 33 
 
 
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MEDICINA LEGAL 
 
ASFIXILOOGIA 
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MEDICINA LEGAL: ASFIXIOLOGIA 
 
MEDICINA LEGAL: ASFIXIOLOGIA 
 
Asfixiologia forense é o ramo da medicina legal que estuda as asfixias. São espécies de energias físico-
químicas, impedindo a passagem do ar para as vias respiratórias e, com isso, alteração na composição 
sanguínea. São estudadas dentro de Traumatologia Forense. No entanto, por ser um assunto muito cobrado 
em prova, por questões de didática, optamos por fazer um resumo próprio desta matéria! Mãos à obra! 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
De acordo com Genival Veloso França, asfixia consiste na “síndrome caracterizada pelos efeitos da 
privação, completa ou incompleta, rápida ou lenta, externa ou interna de oxigênio”. 
Em outras palavras, a asfixia consiste na alteração de oxigênio e gás carbônico no sangue em 
decorrência do impedimento da passagem do ar. É a supressão de respiração. Em geral, é um estado de 
hipoxia e hipercapnia no sangue arterial. 
A energia vulnerante que causa morte nas asfixias é uma energia vulnerante de natureza físico-
química (energia mista), pois possui um componente físico e um componente químico. Vamos entender: 
 
▪ Componente físico - pois tem um aspecto ligado ao movimento. 
▪ Componente químico - pois, quando se impede que o ar, por um aspecto físico mecânico, 
ingresse nos pulmões, altera as reações químicas de oxidação da molécula de glicose dentro da 
mitocôndria. 
 
2. CONCEITO 
 
Asfixia é a supressão de respiração. Em geral, é um estado de hipoxia e hipercapnia no sangue 
arterial. A asfixiologia é um ramo da traumatologia que estuda os traumas produzidos por energias de ordem 
físico-química. Devido a sua relevância dentro da medicina-legal, a asfixiologia acabou ganhando certa 
autonomia enquanto temática. 
 
Modernamente a doutrina médico-legal passou a trabalhar com um conceito fisiopatológico de 
asfixia. 
Asfixia é um estado de HIPÓXIA E HIPERCAPNIA no sangue arterial. 
 
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● Hipoxia – diminuição de oxigênio (O2) no sangue arterial. 
● Hipercapnia – aumento de gás carbônico (CO2) no sangue arterial. 
 
Na asfixia ocorre o aumento de CO2 e a diminuição de oxigênio no sangue, em razão da alteração da 
hematose. A Hematose consiste na troca gasosa que ocorre nos pulmões. O sangue que chega aos pulmões 
está cheio de gás carbônico - proveniente da respiração celular – e deve ser trocado com o oxigênio que 
estamos respirando. Essa troca gasosa chamamos, em linhas gerais, de hematose. 
 
TEMA DE PROVA – A degradação da hematose aparece da seguinte forma das provas: “Nas asfixias ocorre 
uma alteração da hematose com consequenteD
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Obs.: Não há necessidade de que o ambiente esteja hermeticamente vedado, uma vez que vários 
mecanismos contribuem para ocorrência da asfixia com o passar do tempo. 
Exemplos: 
✔ Consumo cada vez maior (progressivo) de O2 que consequentemente vai reduzindo e 
produzindo mais CO2 em decorrência da respiração da(s) pessoa(s) que estão confinadas; 
✔ Aumento progressivo da temperatura ambiental; 
✔ Aumento da concentração/saturação de vapores de água no ar atmosférico; 
💣 Percebam que no caso de confinamento a asfixia é uma asfixia multifatorial, sendo vários os 
fatores responsáveis pela ocorrência do fato. 
 
Mecanismo de morte no confinamento 
O mecanismo de morte no confinamento nem sempre é por asfixia. Está relacionado à 
diminuição do oxigênio, conjugada com o aumento da umidade e temperatura do ambiente. Esse 
mecanismo gerará a seguinte evolução clínica: 
· Dispneia (dificuldade de respirar caracterizada por respiração curta e rápida – sensação de 
aumento do esforço inspiratório; 
· Sensação de calor, em decorrência do aumento da umidade; 
· Hipoxia + Exaustão térmica; 
· Fase de reação - hiperpneia (aceleração e intensificação do movimento respiratório), 
taquicardia, elevação da pressão arterial e pânico. 
Pegadinha de prova! 
Logo, a morte pode ser por asfixia ou Intermação: 
▪ Asfixias - sendo consumido o oxigênio pouco a pouco e o gás carbônico acumulando 
gradativamente. 
▪ Intermação – Aumento de vapor d’agua impede a perda de calor. 
 
a) Asfixia por monóxido de carbono (asfixia tissular): 
Trata-se de uma asfixia pura ao nível dos tecidos, em razão da presença da carboxiemoglobina 
(hemoglobina + CO), expulsando o O2 e gerando hipóxia, de modo que há O2 no sangue, mas não nos tecidos, 
visto que a hemoglobina leva CO para as células. O O2 é transportado através da hemoglobina, sendo que a 
ligação ocorre através da presença de ferro. O monóxido de carbono possui maior afinidade com o Fe, de 
modo que, na sua presença, o O2 não consegue se ligar à hemoglobina. 
Trata-se de uma asfixia pura ao nível dos tecidos. O monóxido de carbono compete com o O2 na 
combinação com a hemoglobina, tendo afinidade cerca de 250 vezes maior. Por isso, ao entrar em contato 
com a hemoglobina, o CO (monóxido de carbono) forma a carboxiemoglobina, impedindo o transporte do 
oxigênio para as células. 
 
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MEDICINA LEGAL 
 
ASFIXILOOGIA 
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Os sinais característicos são: 
● Tonalidade rósea da face (“como de vida”); 
● Manchas de hipóstases claras ou acarminadas (vimos em tanatologia); 
● Pulmão e demais órgãos de tom carmim e sangue fluido e róseo. 
● A respeito da rigidez cadavérica, há controvérsia na literatura médico-legal: Genival Veloso de 
França defende que a rigidez cadavérica é mais tardia, pouco intensa e de menor duração; Já 
Hygino Hercules assevera que tal fenômeno cadavérico é mais precoce e intensa em razão da 
redução de oxigênio no tecido muscular, gerando uma acidez dos tecidos. 
 
Caiu na prova Delegado RJ 2022! Um casal de jovens foi encontrado sem vida em cômodo doméstico 
(banheiro), confinado (com pouca ventilação). Na necropsia, evidenciaram-se, em ambos, a pele e face 
rosadas, vísceras de cor de cereja, livores carminados, sangue fluido e róseo. A partir dos achados descritos 
nessa situação hipotética, é correto afirmar que o tipo de agente químico, a via de exposição e o biomarcador 
a ser investigado pelo exame complementar são, respectivamente, monóxido de carbono, via inalatória e 
carboxi-hemoglobina (CO-Hb). (item correto) De acordo com Genival França, nesse tipo de morte, 
encontram-se vários sinais de grande valor, tais como rigidez cadavérica mais tardia, pouco intensa e de 
menor duração, tonalidade rósea da face, manchas de hipóstases claras, pulmões e demais órgãos de tom 
carmim, sangue fluido e róseo, putrefação tardia e, finalmente, os comemorativos da morte." 
 
Vamos aprofundar um pouco? 
Nas asfixias temos como elemento o sangue asfíxico que é de coloração escura e textura rala. O sangue sendo 
escuro, o cadáver como vimos anteriormente tem uma coloração escura – “Cianose Cadavérica” – manchas 
escuras no cadáver. 
Sendo assim, por que na asfixia por CO – Monóxido de Carbono – que é uma asfixia, não temos o cadáver 
com coloração escura? 
Porque, diferentemente das asfixias normais, em que temos o aumento do gás carbônico e diminuição do 
oxigênio, na asfixia por CO não termos a redução de oxigênio, ele estará presente, o que ocorre é tão somente 
a quebra deste com a hemoglobina. Nos casos de CO não há a redução de oxigênio no sangue, mas sim nas 
células, no tecido, por isso o sangue nessas asfixias o sangue não será escuro, será de cor Carmim. 
 
b) Diagnóstico da Asfixia por Confinamento 
 
▪ Exame externo pode denotar sujidades na roupa e no corpo condizente com o ambiente, 
podendo haver lesões por ação contundente decorrente de eventuais desabamentos. 
▪ Exame interno inespecíficos e limitados aos sinais gerais de asfixia, sem lesões patognomônicas. 
 
c) Causa Jurídica: A principal causa jurídica apontada pela doutrina nas hipóteses de confinamento é 
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ASFIXILOOGIA 
32 
 
acidental. 
 
5.3.2 Soterramento 
Soterramento é a modalidade de asfixia em que o indivíduo fica coberto completamente por 
escombros ou por sólidos pulverulentos. Isto é, soterramento é a asfixia motivada por obstrução das vias 
respiratórias por terra ou substâncias pulverulentas. É na sua maioria de natureza acidental causada por 
desmoronamento ou desabamento. É possível, também, o soterramento em grãos (soja, trigo etc.). 
Ex.: pessoas que são enterradas ainda com vida, desabamentos e desmoronamentos. 
 
SOTERRAMENTO EM SENTIDO AMPLO X SOTERRAMENTO EM SENTIDO ESTRITO. 
O autor Hygino Hercules destaca que o soterramento pode ser em sentido amplo e emsentido 
estrito. 
 
a) Soterramento em sentido amplo - refere-se a todas as formas de morte em que o indivíduo fique 
coberto completamente por escombros de desmoronamento. Mas, a causa da morte não será asfixia, 
pois não há resíduos na árvore respiratória. 
 
b) Soterramento em sentido estrito - a vítima está com seu corpo coberto por sólidos pulverulentos e, 
neste caso, aspirou o resíduo, culminando em uma morte por asfixia. 
 
Há, então, o seguinte mecanismo de morte: 
▪ Sufocação indireta (asfixia por compressão do tórax) 
▪ Sufocação direta pela oclusão das vias respiratórias superiores em decorrência da entrada de sólidos. 
(Ex.: partículas como lama e areia). Em soterramentos por material granular, este pode entrar nas 
vias aéreas superiores 
▪ Confinamento (fica preso sem renovar o ar) 
▪ Ação contundente 
▪ Soterramento em sentido estrito, caracterizado pela aspiração de material sólido pulverulento. 
Como se a vítima fosse “afogada em meio sólido”. 
 
a) Diagnóstico 
● O principal vestígio a ser analisado é a presença de sólidos granulados (materiais do soterramento) 
nas regiões mais profundas da árvore respiratória. → Professor Wilson Palermo destaca que não 
basta encontrar tais resíduos pulverulentos na boca e demais orifícios naturais, sendo 
imprescindível que sejam encontrados nos planos mais profundos do aparelho respiratório. 
− Alguns livros médicos legais afirmam que se o produto estiver no estômago seria um sinal 
vital, demonstrando que no momento do soterramento a vítima estava viva. Porém, há 
doutrina em sentido diverso, afirmando não se trata de um sinal patognomônico; 
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MEDICINA LEGAL 
 
ASFIXILOOGIA 
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● Corpo e vestes apresentam vestígios do local; 
● Presença de escoriações e equimoses decorrentes da ação contundente dos escombros. 
● Presença de cogumelo de espuma – sinalizando a existência de edema de pulmão. Não esquecer 
que o cogumelo de espuma não é sinal patognomônico de asfixia, em nenhuma das modalidades. 
 
5.3.3 Afogamento 
 
Asfixia por transformação do meio gasoso em meio líquido 
O afogamento é a modalidade de asfixia causada pela penetração de grande quantidade de líquido 
nos pulmões, através das vias respiratórias, acabando por impedir a passagem do ar até os pulmões 
Segundo Genival Veloso França: 
 
Afogamento é um tipo de asfixia mecânica produzida pela penetração de um meio 
líquido ou semilíquido nas vias respiratórias, impedindo a passagem de ar até os 
pulmões. 
 
a) Causa Jurídica 
A causa da morte mais comum é o acidente. Casos de suicídio são pouco raros. 
Afogamentos criminosos são raros, e exigem grande superioridade de forças por parte do agressor, 
figurando como vítimas, normalmente crianças ou pessoas inconscientes. 
 
b) Espécies de afogamento 
De acordo do Hygino Hercules, o afogamento pode ser completo ou incompleto. Trata-se de 
classificação que está relacionada ao fato do corpo da vítima estar completamente submerso, ou não. 
▪ Afogamento completo → corpo totalmente submerso; 
▪ Afogamento incompleto → corpo não está completamente submerso. Ex.: afogamento em valas 
rasas, banheiras, etc. 
 
c) Fases do afogamento 
Brouardel e Loyer citam 5 fases. Hoffmann, 3 fases; e Marculies divide em 2 fases. 
Apresentaremos as classificações que já caíram em concursos públicos. 
 
Genival Veloso de França: 
1) Fase da defesa – período da surpresa e da dispnéia; 
2) Fase da resistência – parada dos movimentos respiratórios como mecanismo de defesa; 
3) Fase da exaustão – término da resistência pela exaustão e inspiração profunda, com consequente 
asfixia; inconsciência; insensibilidade; convulsão e morte. 
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Professor Wilson Palermo: 
1) Fase da luta – inicialmente tenta não se afogar, Sobe e afunda várias vezes e engole muita água 
 
2) Fase da apneia (ausência de respiração) voluntária – Afunda e prende a respiração, chegando a 
vomitar a água engolida e ter convulsões 
 
3) Fase da inspiração – Perde a consciência e inspira, permitindo que a água inunde os brônquios e 
alvéolos 
 
Períodos (Tourdes): 
1) Período da resistência ou Dispneia – pequena inspiração de surpresa, com retenção da 
respiração, procurando defender-se; 
2) Período de grandes inspirações e convulsões – inspirações profundas com penetração de líquido 
nos pulmões e perda da consciência; 
3) Período de morte aparente – Ausência de respiração e de reflexos, perda da sensibilidade, com 
consequente morte real. 
 
d) Afogado branco x Afogado azul: 
▪ Afogado azul → se enquadram nos casos em que a vítima aspira líquido. 
· Morre por entrada de água nas vias respiratórias; 
· O afogado Azul também é chamado de: afogado verdadeiro, úmido ou real. 
 
▪ Afogado branco → são casos em que não há aspiração de líquido. 
· Morre por parada cardíaca reflexa. 
· O Afogado branco também é chamado de: afogado seco, por inibição ou branco de Parrot. 
 
 Afogados Brancos de Parrot: 
Nas hipóteses de afogados brancos não há aspiração de água e, portanto, não estão presentes os 
sinais de asfixia. Normalmente, trata-se de um quadro em que a vítima está alcoolizada ou sob efeito de 
alguma droga depressora, vindo a cair inesperadamente na em água gelada, sofrendo um choque térmico 
que causa parada cardíaca por descarga vagal. 
 
● Não há aspiração de água; 
● choque térmico/reflexo vagal; 
● Pessoa cai na água e não retorna (tempo curto); 
● Pessoa sofre uma queda inesperada na água; 
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● Vítima está alcoolizada ou sob efeito de algum depressor do sistema nervoso central; 
● Comum em águas muito frias; 
● Síndrome de imersão ou hidrocussão – parada cardíaca que ocorre quando uma pessoa 
mergulha em água a temperatura5ºC abaixo da corporal (choque térmico); 
● Parada cardíaca por descarga vagal – estímulo seria o contato da água fria com a mucosa da 
faringe e da laringe; 
● Espasmo prolongado da musculatura intrínseca da laringe, assim que a água entra em contato 
com as cordas vocais. 
 
AFOGADOS BRANCOS AFOGADO AZUL 
● Chamados brancos de Parrot ou afogados 
secos. O indivíduo morre por inibição ao tocar 
na água. 
● Quando não há líquido nos pulmões, porque a 
morte ocorreu por parada cardíaca reflexa. 
● É a MORTE POR INIBIÇÃO, estando a respiração 
ausente quando o indivíduo submerge. 
● Em que a morte ocorreu por entrada de líquido 
nos pulmões. 
● Aqui sim é um afogamento. 
● tradicional, afogamento úmido ou real ou 
verdadeiro e tende a seguir as fases da asfixia 
segundo Ponsold. 
 
e) Sinais internos x Sinais externos nos afogados 
 
SINAIS EXTERNOS SINAIS INTERNOS 
● Baixa temperatura da pele (esfriamento 
precoce). 
● Presença de líquido nas vias 
respiratórias: 
 
● Cogumelo de espuma: indica edema nos 
pulmões. Só aparece nos cadáveres retirados 
cedo da água. Caso contrário, vão se desfazendo 
e tendem a desaparecer. 
A presença de cogumelo de espuma no cadáver, 
por si só, não confirma o diagnóstico da morte por 
afogamento. NÃO É SINAL PATOGNOMÔNICO DE 
AFOGAMENTO! 
Professor Wilson Palermo ensina que o 
cogumelo de espuma só aparece em cadáveres 
retirados cedo da água. Caso contrário, vão se 
desfazendo e tendem a desaparecer. 
● Presença de corpos estranhos: 
Aspiração de corpos estranhos 
(material lodoso no nariz e na boca). 
A aspiração de corpos estranhos tem valor 
médico-legal controvertido, frente a 
dificuldade em se determinar se a aspiração 
ocorreu em vida ou houve penetração post 
mortem. 
A presença de alimentos parcialmente 
digeridos na árvore respiratória indica 
vômito durante a fase da luta e 
consequente aspiração do conteúdo, sendo 
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MEDICINA LEGAL 
 
ASFIXILOOGIA 
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um indício de reação vital. 
 
● Mãos de lavadeira: Maceração da pele palmar 
e plantar: a pele das mãos e dos pés ficam 
maceradas (enrugadas). 
 
● Enfisema aquoso (sinal de Brouardel). 
 
● Pele anserina: a pele tem um aspecto arrepiado 
pelo mecanismo pilo-eretor. (Pele de galinha). 
SINAL DE BERNT. É ocasionada pela retração dos 
músculos dos pelos. 
 
● Alterações e lesões nos pulmões: ficam 
aumentados e pesados. 
● Escoriações e feridas na polpa digital e sorpos 
estranhos nos sulcos ungueais: enquanto ainda 
vivo, o afogado tentar agarrar-se a qualquer coisa 
para não afundar (fase da luta), assim pode sofrer 
atrito dos dedos em pedras ou materiais do meio 
● Hemorragias cranianas. 
- temporal (sinal de niles) consiste no 
extravasamento de sangue no 
ouvido médio. 
- etmoidal (vargas-alvarado) consiste 
no extravasamento de sangue no 
osso etmoide, localizado logo atrás 
do nariz. 
 
● Destacamento da epiderme. ● Alterações do aparelho digestivo. 
 
● Lesões de arrasto (lesões de Simonin). ● Diluição do sangue 
● Dentes e unhas róseas (chamado de dentes 
róseos post mortem): Os dentes encontrados em 
algumas vítimas de afogamento e enforcamento 
apresentam-se de róseo-claro a vermelho pouco 
intenso. 
Dentes rosados significa que normalmente houve 
afogamento em água doce (hipótese mais certa) 
ou enforcamento (já caiu em prova) 
 
● Manchas de Paltauf. 
As manchas de Paltauf são valiosas para 
o diagnóstico de afogamento, pois não 
são observadas em outras formas de 
asfixia (diferentemente da de Tardieu). 
São explicadas pela rotura das paredes 
dos alvéolos e capilares sanguíneos 
devido a aspiração de líquido, gerando 
equimoses subpleurais, de contorno 
irregular. 
 
 
 
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● Retração dos mamilos, saco escrotal e do 
pênis 
x 
● Mancha verde da putrefação: ocorre nos 
terços médios superiores do corpo e não na 
fossa ilíaca como geralmente ocorre, tendo 
em vista o posicionamento do corpo após o 
afogamento, fazendo que haja maior 
concentração de sangue nessas áreas ou 
devido à penetração de bactérias com líquido 
do afogamento. 
x 
● cabeça de negro de lecha-marzo: em razão 
da posição que fica o cadáver, concentrando 
grande quantidade de sangue na região. 
x 
 
FENÔMENOS CADAVÉRICOS NOS AFOGADOS: 
 
Os fenômenos cadavéricos nos afogamentos possuem algumas peculiaridades, pois sofrem alterações 
em decorrência das mudanças metabólicas provocadas pelo processo de asfixia, pelos distúrbios eletrolíticos 
do próprio afogamento e pela permanência do corpo na água: 
● RIGIDEZ MUSCULAR ANTECIPADA em função da asfixia; 
● RESFRIAMENTO DO CORPO É MUITO MAIS RÁPIDO; 
● LIVORES DE HIPÓSTASE: 
− aparecem mais cedo, devido a fluidez do sangue; 
− aparecem inicialmente na cabeça (enegrecida) e face anterior do tórax (“Cabeça de Negro”); 
− possuem uma tonalidade mais clara que nas demais formas de asfixias mecânicas – a cor dos 
livores é mais avermelhada - em função da baixa temperatura da água e da maior facilidade 
do oxigênio da água penetrar nos vasos superficiais. 
● PUTREFAÇÃO RETARDADA - enquanto o corpo permanece em água a putrefação é retardada. Porém, 
logo que este é retirado da água, logo se decompõe. 
− Putrefação pode iniciar pelo tórax, devido a penetração de bactérias com o líquido do 
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afogamento; 
− A mancha verde da putrefação aparece inicialmente no tórax e não no abdômen (e não, na 
fossa ilíaca direita), tendo em vista a posição do corpo após o afogamento, fazendo com 
que tenha maior concentração de sangue nessas áreas. 
 
f) Prova da Densidade Comparada de Carrara (Água Doce X Água Salgada) 
 
A prova da densidade comparada de Carrara se baseia na diluição(afogamento em água doce) ou 
concentração (afogamento em água salgada) do sangue no átrio esquerdo. Mede-se a densidade do sangue 
do átrio direito e do átrio esquerdo e verifica-se se estão diferentes. 
▪ No afogamento em água doce ocorre a diluição do sangue, que é mais intensa no átrio esquerdo, 
que recebe o sangue (recém diluído que vem dos pulmões). 
 
 
De acordo com Roberto Blanco, a causa da morte nas hipóteses de afogamento: 
- na água doce, a morte é, em geral por fibrilação 
- na água salgada, a morte é por asfixia mecânica 
▪ No afogamento em água salgada há hemoconcentração, que é mais intensa no átrio esquerdo, pois 
recebe o sangue mais concentrado dos pulmões. 
 
ÁGUA DOCE ÁGUA SALGADA 
● Como é menos concentrada que o sangue, 
passa dos alvéolos para os vasos, diluindo o 
sangue (hemodiluição) e causando aumento 
do volume de sangue (hipervolemia). A morte 
● Como é mais concentrada do que o sangue, 
desloca a água do sangue para dentro dos 
alvéolos, os quais ficam encharcados tanto 
pela água aspirada como pela água do sangue. 
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no afogado de água doce se dá por parada 
cardíaca e não por asfixia. 
 
● A água dos alvéolos passa para o sangue, que 
começa a ficar diluído. Esse sangue diluído vai 
para o coração. Percebe-se o sangue do átrio 
esquerdo mais diluído que o do átrio direito. 
 
● A morte é, em geral, por fibrilação ventricular 
(L.W). 
Levando à asfixia. Esse é o genuíno 
afogamento. 
 
● A água do sangue passa para os alvéolos. Os 
pulmões ficam abarrotados de líquido. O 
líquido em excesso começa a voltar pela árvore 
respiratória e começa a sair pela boca e 
narinas, formando o cogumelo de espuma. No 
caso da água salgada, o sangue que vai para os 
átrios é mais concentrado, tem uma densidade 
maior. Aqui, a densidade do átrio esquerdo vai 
ser maior que a do átrio direito. Percebe-se o 
sangue do átrio esquerdo mais concentrado do 
que o do átrio direito. 
 
● A morte é por asfixia mecânica (L.W). 
 
Destaque (1): 
A análise das densidades dos átrios (átrio direito x átrio esquerdo) é importante para diferenciar 
se o afogamento se deu na água doce ou na água salgada. 
 
Ensina o professor Wilson Palermo que: 
No afogamento em água doce, ocorre diluição do sangue e esta diluição tem 
que ser mais intensa no átrio esquerdo do que no direito, já que o esquerdo 
recebe o sangue recém-diluído que vem dos pulmões. Logo, o sangue do átrio 
direito está menos diluído do que no esquerdo. Com a utilização de uma 
substância teste (sulfato de sódio diluído), pode-se perceber que a gota de 
sangue do átrio direito é mais concentrada, logo, mais densa. Assim, a gota do 
átrio direito afunda mais e volta de forma mais devagar para a superfície, 
ocorrendo o inverso com a gota de sangue do átrio esquerdo. Na água do mar 
também existe diferença das densidades, mas quanto ao grau de 
hemoconcentração, que é maior do lado esquerdo. 
 
Destaque (2): 
 
PONTO CRIOSCÓPICA DE CARRARA ou DETERMINAÇÃO DA CONSTANTE CRIOSCÓPICA DO SANGUE 
(CARRARA) 
Tal teste se funda no Princípio da Crioscopia, ao afirmar que o abaixamento do ponto de congelação 
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de uma solução à medida que aumento a concentração do soluto. Como o sangue é uma solução salina 
complexa, seu ponto de congelação pode ser medido com o fim de constatar eventuais alterações (-0,64ºC). 
O método de Carrara consiste na verificação do ponto de congelamento do sangue. Conforme 
Roberto Blanco, nos afogados de água doce, a hemólise é mais acentuada e há liberação maior de potássio, 
o que pode determinar fibrilação. Na água salgada, o primeiro lado a congelar é o direito, pois é menos 
concentrado (mais puro e mais aproximado do ponto de congelamento da água, já que o sangue do átrio 
esquerdo está mais diluído em água salgada, oriunda dos pulmões e, portanto, mais concentrada devido à 
maior carga de substâncias presentes nesta água. Há o que se chama de hemoconcentração). Isto porque 
quanto maior a concentração molecular de um líquido, mais baixa será a temperatura para seu 
congelamento. 
 
Destaque (3): 
DIAGNÓSTICO DE AFOGAMENTO EM CADÁVERES PUTREFEITOS 
Com a putrefação, a maioria dos sinais de afogamento já vão ter sumido, sendo inviável, inclusive, a 
realiação da prova das densidades dos átrios. Nesse caso, uma das possibilidades de realizar o diagnóstico é 
verificar a existência de plânctons na medula óssea. 
Questão da prova de Delegado da Paraíba 2022: Durante uma necropsia, perito médico-legista verificou a 
presença de lesão denominada “manchas de Paltauf” no corpo de um periciando. Essa alteração é 
encontrada de forma mais característica no exame interno de morte ocasionada por afogamento – 
alternativa considerada correta. 
 
Questão da prova de Delegado do Rio de Janeiro 2022: No dia 2/1/2022, Juliana compareceu à delegacia de 
polícia em Paraty – RJ para registrar ocorrência de desaparecimento dos seus pais, Sebastião e Maria Eugênia, 
por eles terem extrapolado o horário previsto para retorno de um passeio que faziam sozinhos naquele 
mesmo dia, numa luxuosa embarcação com piscina de água potável. Poucas horas depois do registro, 
policiais civis daquela unidade receberam a notícia do encontro de um cadáver do sexo feminino às margens 
de uma das praias da cidade. Feita a perinecroscopia, o perito criminal relatou equimose periorbital, pele 
anserina, cogumelo de espuma na boca e narinas, assim como a presença de estigmas ungueais nos 
antebraços. No dia seguinte ao relato do desaparecimento, os policiais civis souberam que pescadores 
haviam encontrado um cadáver do sexo masculino em alto-mar. Comparecendo ao local, o perito criminal 
relatou que o cadáver estava em decúbito ventral, com ausência do cogumelo de espuma, sem sinais 
aparentes de violência e sem sinais de putrefação. Os dois cadáveres foram submetidos a exame 
necroscópico, necropapiloscópico e a testes laboratoriais específicos, confirmando-se que eram, 
respectivamente, de Maria Eugênia (cadáver C1) e Sebastião (cadáver C2). Em relação a C1, o perito legista 
confirmou as lesões descritas pelo perito criminal. Em relação a C2, foi relatada a presença do sinal de Niles, 
do sinal de Vargas-Alvarado, além de manchas de Paltauf. Quanto à prova das densidades comparadas e ao 
ponto crioscópico do sangue, foram destacadas alterações na diluição do sangue no hemicoração esquerdo 
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dos dois cadáveres, sendo relatadas hemodiluição/hidremia em C1 e hemoconcentração em C2, com as 
respectivas características, tais como descritas por Mario Carrara. A partir dessa situação hipotética, os 
achados periciais permitem que o delegado de polícia considere que as duas mortes foram provocadas por 
afogamento, tendo a de Sebastião ocorrido em água salgada e a de Maria Eugênia, em água doce, ainda que 
C1 tenha sido encontrado numa praia – alternativa considerada correta. 
 
 
 
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87Hipóxia e Hipercapnia, sendo este o atual conceito de asfixia 
em substituição ao antigo conceito de ausência de pulso”. Em termos fisiopatológicos, existe asfixia quando 
há, ao mesmo tempo, a redução de teor do oxigênio (hipóxia) e o aumento do teor de gás carbônico 
(hipercapnia/hipercabia) no sangue arterial. (correto) 
 
3. RELEVÂNCIA JURÍDICO-PENAL 
 
 Do ponto de vista penal, as asfixias podem configurar como agravantes (dependendo das 
circunstâncias – art. 61, II, D, CP, pois não é mais concebida como agravante autônoma, mas pode continuar 
sendo considerada um meio cruel), qualificadora (como no caso de homicídio conforme art.121 §2, III, CP) e 
de forma autônoma (art.252 CP). 
Especificando: 
▪ ASFIXIA COMO QUALIFICADORA DO HOMICÍDIO (MEIO CRUEL) 
 
Art. 121,CP. Matar alguém: 
2º Se o homicídio é cometido: 
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio 
insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; 
 
▪ ASFIXIA COMO CIRCUNSTÂNCIA AGRAVANTE (MEIO CRUEL) 
 
Circunstâncias agravantes 
Art. 61, CP. São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem 
ou qualificam o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
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II – ter o agente cometido o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou 
cruel, ou de que podia resultar perigo comum; 
 
▪ ASFIXIA COMO ELEMENTAR 
 
Uso de gás tóxico ou asfixiante 
Art. 252, CP. Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, 
usando de gás tóxico ou asfixiante: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
Fabrico, fornecimento, aquisição posse ou transporte de explosivos ou gás tóxico, 
ou asfixiante 
 
Art. 253, CP. Fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, sem licença da 
autoridade, substância ou engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante, ou material 
destinado à sua fabricação: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 
 
 
4. TRÍADE ASFÍXICA 
 
✔ Sangue fluido – em razão da elevação CO², que causa a queda de viscosidade do sangue 
✔ Escuro – também por causa do excesso CO² e 
✔ Congestão polivisceral 
 
4. CLASSIFICAÇÃO 
 
As provas para área da segurança pública, cada vez mais, vêm adotando a classificação utilizada 
no livro do Prof. Hygino. Por tal razão, adotaremos essa classificação para estudo. 
 
 
ASFIXIAS: Naturais 
 
 
Violentas: Obstrução das vias respiratórias 
 Restrição aos movimentos do Tórax 
Modificação do Meio Ambiente 
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MEDICINA LEGAL 
 
ASFIXILOOGIA 
6 
 
Parada Respiratória Central 
 
1. Asfixias naturais: Asfixias naturais são aquelas causadas por doenças que reduzem a ventilação ou 
a circulação pulmonar. À rigor, todas as formas de doenças em que a parada respiratória precede a 
cardíaca é uma asfixia natural. 
 
2. Asfixias violentas: são causadas por um trauma, ou seja, um agente vulnerante externo, produzido 
por uma energia de ordem físico-química. 
 
Sufocação Direta 
ASFIXIA 
*Por obstrução Enforcamento 
das vias Constrição Cervical Estrangulamento 
respiratórias Esganadura 
 
 
 
 Sufocação Indireta (compressão torácica) 
 
ASFIXIA Fraturas Costais Múltiplas (Respiração paradoxal) 
*Por restrição aos 
Movimentos do tórax Paralisia da Musculatura Respiratória Em espasmo 
 Em flacidez 
 Em fadiga (crucificação) 
 
 
 
 
 Confinamento 
ASFIXIA 
*Por modificação do Soterramento 
Meio ambiente 
 Afogamento 
 
 
 
 Traumatismo Central 
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ASFIXILOOGIA 
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*Por parada respiratória Eletroplessão e Fulguração 
central 
 Intoxicação por drogas depressoras 
 
 
 
4.1 Classificação de Afrânio Peixoto 
 
Puras 
 
ASFIXIAS Complexas 
 
 Mistas 
 
Afrânio Peixoto propõe uma classificação diferenciadas das asfixias: puras, complexas e mistas. 
 
a) ASFIXIA PURA - São hipóteses de asfixia pura: apenas da hipoxia e hipercapnia. São decorrentes de 
problemas que afetam exclusivamente o aparelho respiratório (são problemas exclusivamente 
respiratórios – fechando os orifícios respiratórios). 
 
(1) Asfixias por modificação do meio ambiente ou em ambientes por gases irrespiráveis: 
● Confinamento 
● Soterramento 
● Afogamento 
(2) Asfixias por obstrução à penetração do ar nas vias respiratórias: 
● Sufocação direta 
● Sufocação indireta (!) – O Professor Blanco ensina que somente a sufocação direta é um 
caso de asfixia pura. A sufocação indireta é caso de asfixia complexa. 
 
b) ASFIXIAS COMPLEXAS - Nas asfixias complexas participam, além dos fatores respiratórios (hipóxia + 
hipercapnia), também fatores circulatórios. São exemplos de asfixias complexas: 
 
(1) Enforcamento - Asfixia por constrição passiva do pescoço exercida pelo peso do corpo 
(2) Estrangulamento - Asfixia por constrição ativa do pescoço exercida pela força muscular: 
 
c) ASFIXIAS MISTAS - Nas asfixias mistas participam fatores respiratórios, circulatórios e nervosos. 
✔ Exemplo de asfixia mista: Esganadura. 
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ASFIXILOOGIA 
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4.2 Fases clínicas da Asfixia 
 
De acordo com Genival França, é possível estabelecer um cronograma das manifestações clínicas que 
surgem das asfixias mecânicas: 
✔ 1ª FASE – Cerebral - enjoos, vertigens, sensação de angústia e lipotimias, dura de 1 a 2 minutos. 
✔ 2ª FASE- Excitação cortical e medular - Convulsões generalizadas e contrações dos músculos 
respiratórios e face, relaxamento dos esfíncteres com emissão de fezes e urina, duração 1 a 2 
minutos. 
✔ 3ª FASE- Respiratória - Lentidão dos movimentos respiratórios, insuficiência ventricular, aceleração 
da morte! 1 a 2 minutos. 
✔ 4ª FASE- Cardíaca - Sofrimento do miocárdio, batimentos lentos dura de 3 a 5 minutos. 
 
4.3 Sinais Gerais de Asfixia 
 
Atenção futuro Delegado! Esse é um dos temas mais recorrentes em provas, foco!!! 
As asfixias podem ser encontradas alguns sinais que indicam a possibilidade de diagnóstico, sem, 
contudo, fornecer elementos patognomônicos. 
Atenção: Não são sinais patognomônicos (cai muito)!!! Ou seja, não são sinais que denotam 100% 
de certeza que ocorreu a asfixia, mas apenas um indício. 
💣 Não há sinal constante ou patognomônico nas asfixias!!! 
 
SINAIS GERAIS DE ASFIXIA: Cianose, Petéquias, Congestão polivisceral, fluidez do sangue e edema 
pulmonar 
 
SINAIS EXTERNOS INTERNOS 
● Cianose facial (cor azulada ou arroxeada da 
face). 
● Sangue fluido e escuro. 
● Cogumelo de espuma (não confirma por si só 
afogamento). 
● Equimoses viscerais, mais comuns na região 
subpleural (manchas de Tardieu, que existem em 
qualquer asfixia, não são patognomônicas de 
afogamento). 
● Projeção da língua para fora ● Maior volume de sangue nas vísceras. 
● Equimoses na pele, com forma de petéquias, 
na pele e mucosas da face, sobretudo nas 
pálpebras e olhos (conjuntiva ocular). 
● Hemorragia, edema e enfisema pulmonar. 
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MEDICINA LEGAL 
 
ASFIXILOOGIA 
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● Manchas de hipóstase / Livores cadavéricos 
mais escuros e precoces. 
X 
 
a) Cianose 
 
Elemento frequente, podendo estar ausente em alguns casos de enforcamento e de asfixia por gases. 
A cianose é caracterizada pela cor violácea escura que pode se apresentar em qualquer parte do corpo. 
● cor violácea escura dos livores; 
● cor azulada dos lábios, 
● cor azulada dos leitos ungueais (parte de baixo das unhas) e polpas digitais; 
● sangue das cavidades cardíacas de cor azul-púrpura escura. 
 
💣 A cianose não é sinal patognomônico de asfixia, ou seja, não traz certeza de asfixia. 
 
Quando? A cianose apenas pode ser considerada um sinal geral de asfixia quando for intensa é 
observada precocemente, logo após ou apenas algumas horas depois da morte. 
Sua causa decorre do aumento da concentração de hemoglobina reduzida (Hb) no sangue, em 
decorrência da redução do O2 (hipóxia). NÃO POSSUI RELAÇÃO COM CONCENTRAÇÃO DE CO2 NO 
SANGUE. 
Muito cuidado! Indivíduos com anemia grave podem não apresentar cianose. A anemia grave é 
patologia caracterizada pela diminuição dos glóbulos vermelhos no sangue. Logo, não haverá hemoglobina 
suficiente para que caracterize essa coloração diferenciada. 
 
 
b) Petéquias 
 
As petéquias são hemorragias puntiformes, com diâmetro de 1 a 3 mm, encontradas na pele, 
conjuntiva oculares (equimoses conjuntivais), e na pleura (equimoses pleurais). 
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MEDICINA LEGAL 
 
ASFIXILOOGIA 
10 
 
 
(petéquia na região inferior da gengiva) 
 
As petéquias, como os outros sinais gerais de asfixias, não são patognomônicos, ou seja, não 
traduzem certeza de asfixia. Há outros fenômenos que também podem gerar petéquias: 
 
▪ Mortes precedidas de esforços respiratórios extremos, compressão torácica, constrição do 
pescoço; 
▪ Acessos de tosse ou vômito; 
▪ Pessoas que sofreram manobras de ressuscitação com massagem cardíaca. 
 
Considerado a possibilidade da existência de petéquias em fenômenos em pessoas vivas e em 
hipóteses de causa morte diversa da asfixia, tal sinal, visto de forma isolado, acabou por perder sua 
credibilidade como indicativo de asfixia. Somente quando conjugado com os outros sinais, se traduzirá em 
indício de asfixia aos peritos. 
 
b.1) Manchas de Tardieu 
 Ambroise TARDIEU defendia que o conjunto de petéquias localizadas na pleura ou no pericárdio seria 
um sinal de certeza de morte por asfixia, ficando conhecidas como “manchas de Tardieu”. Tardieu 
considerava um sinal típico de asfixia por sufocação. Mais tarde percebeu-se o equívoco, tratando-se de 
mero sinal indicativo. 
 
 
(petéquias no pericárdio – coração) 
 
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MEDICINA LEGAL 
 
ASFIXILOOGIA 
11 
 
 
Caiu na prova Delegado SP 2022! Em relação à asfixiologia médico-legal, é correto afirmar que equimoses 
viscerais (ou manchas ou petéquias de Tardieu) são localizadas principalmente nas regiões sub-conjuntival, 
subpleural e sub-epicárdica. (ITEM CORRETO) 
 
b.2) Manchas de Paltauf 
 
As “manchas de Paltauf”, por sua vez, são equimose subpleurais (pulmão), que se diferem das 
machas de Tardieu por serem maiores e terem origem na rotura dos alvéolos pulmonares devido à 
penetração brusca de líquido. 
💣 É SINAL PATOGNOMÔNICO DE ASFIXIA POR AFOGAMENTO. 
 
 
 
 
Caiu na prova Delegado Paraíba 2022! Durante uma necropsia, perito médico-legista verificou a presença 
de lesão denominada “manchas de Paltauf” no corpo de um periciando. Essa alteração é encontrada de 
forma mais característica no exame interno de morte ocasionada por afogamento. (item correto) 
 
b.3) Petéquias Post Mortem 
 Cuidado para não confundir as petéquias indicativas de uma asfixia, das petéquiaspost mortem. 
Embora sejam sinais semelhantes visualmente, seus mecanismos de formação são diversos. 
 As petéquias post mortem aparecem, normalmente, nas regiões de maiores declives, locais onde 
aparecem os livores de hipóstase. O mecanismo de formação decorre do extravasamento do sangue dos 
vasos sanguíneos, pelo efeito da gravidade, impregnando os tecidos. Os livores se iniciam com micropontos, 
assemelhando-se às petéquias neste estágio inicial. Como não há reação inflamatória, o sangue que se 
infiltra nos tecidos, normalmente, sai quando lavado com um jato de água. Trata-se de tema que será 
enfrentado em Tanatologia. 
 As petéquias formam-se em decorrência da rotura das vênulas, devido a uma mudança brusca da 
pressão venosa. Não necessariamente aparecerão nas áreas de maior declive, mas sim em regiões 
específicas como na pele, conjuntiva oculares (equimoses conjuntivais), e pleura ou pericárdio. 
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MEDICINA LEGAL 
 
ASFIXILOOGIA 
12 
 
Diferentemente das petéquias post mortem, as decorrentes de asfixia, quando lavadas não desaparecem, 
pois ficam fixadas nos tecidos. 
 
PETÉQUIAS INDICATIVAS DE ASFIXIA PETÉQUIAS POST MORTEM 
· Poderão aparecer inclusive na face do 
corpo oposta aos livores. 
· Fixadas na malha do tecido (não sai 
com jato d’água). 
· Aparecem nas áreas de maior 
intensidade dos livores cadavéricos, 
quando o corpo permanece por muito 
tempo em uma mesma posição. 
 
c) Congestão da Face e Polivisceral 
Congestão Polivisceral é o aumento do volume de sangue (congestão), de forma generalizada, nas 
vísceras. Ocorre principalmente no fígado e no mesentério. O baço, na maioria das vezes, se mostra com 
pouco sangue devido às suas contrações durante o processo asfíxico. 
A congestão polivisceral também é camada de SINAL DE ETIENNE-MARTIN. 
Normalmente tem causa pela falência cardíaca que antecede à morte. 
 
💣 NÃO É SINAL EXCLUSIVO DE ASFIXIA. 
 
 
Congestão da conjuntiva 
 
d) Fluidez do Sangue 
 
A fluidez do sangue ou sangue fluido é a ausência de coagulação do sangue após a morte. Após a 
morte, independente da causa, o sangue coagula. Nas mortes rápidas (ex.:asfixia), verificou-se que os 
coágulos desapareciam após algum tempo. 
Logo, na asfixia, temos um sangue escuro e fluido (ralo, fino) em decorrência do aumento do gás 
carbônico. 
Obs.: Como o sangue é ralo/fino, com a ação da gravidade ele vai se acumular mais rápido nas zonas 
de declive do corpo. Nesse sentido as manchas de hipóstase nas asfixias são mais precoces. 
 
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💣 NÃO É SINAL EXCLUSIVO DE ASFIXIA. 
 
e) Edema Pulmonar ou Cogumelo de Espuma 
 
É o acúmulo de fluido nos pulmões. Finas bolhas de espuma que, juntas, cobrem a boca e as narinas 
e continuam pelas vias aéreas inferiores. Ao analisar as vias áreas dos mortos por asfixia, verifica-se a 
existência de espuma em decorrência de incursões e movimentos respiratórios violentos. 
 O pulmão está com edemas, está inchado, e, ao se misturar com o ar, forma-se a espuma (sinal geral 
na asfixia). Lembrar que quando o agente está em processo de asfixia à intensidade da respiração na busca 
desesperada de ar é extremamente maior que a normal, por isso os edemas se formam no pulmão. 
A intensidade dependerá do tempo transcorrido entre o início da asfixia e a morte. Será mais 
abundante nas asfixias por afogamento, hipótese em que será chamado de “cogumelo de espuma”, ou 
mais escasso nas asfixias comuns. 
 
💣 NÃO É SINAL EXCLUSIVO DE ASFIXIA. 
 
 
 
⇨ QUESTÃO DE PROVA! A doutrina clássica cita a chamada TRIADE ASFÍXICA como sendo a fluidez do 
sangue, a congestão polivisceral e as manchas de Tardieu. 
 
5. ASFIXIAS EM ESPÉCIE 
 
5.1 Sufocação 
 
Segundo Hygino, a sufocação é uma modalidade de asfixia causada por obstrução das vias aéreas 
superiores ou por compressão torácica. 
O conceito fisiopatológico de asfixia (hipóxia + hipercapnia) vale para todas as espécies de asfixia. 
Na sufocação, essa diminuição do oxigênio no sangue venoso, e consequente aumento do gás 
carbônico, ocorre em decorrência da obstrução das vias aéreas superiores, ou pela impossibilidade do 
movimento respiratório em decorrência de compressão torácica. 
A sufocação pode ser classificada como direta ou indireta. 
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a) SUFOCAÇÃO DIRETA: Sufocação direta é uma modalidade de asfixia em que há obstáculo à penetração 
do ar nas vias respiratórias. A diminuição do oxigênio no sangue venoso, com o consequente aumento do 
gás carbônico, ocorre em decorrência da obstrução da entrada de ar nas vias respiratórias. 
Essa obstrução dos orifícios respiratórios pode ocorrer pela: 
 
a.1) SUFOCAÇÃO DIRETA POR OCLUSÃO DOS ORIFÍCIOS NATURAIS. 
A oclusão dos orifícios naturais – boca e narinas – pode dar de forma acidental ou criminosa. 
Exemplos comuns: 
✔ Associação a crimes sexuais – vai aparecer muito em sexologia forense (quando o criminoso 
tampa a boca da vítima para que ela não grite por socorro); 
✔ Infanticídio 
✔ Associação às brincadeiras com sacos plásticos (quando temos os acidentes com crianças que 
colocam sacolas plásticas na cabeça e acidentalmente se sufocam); 
✔ Associação com crimes de asfixia com travesseiros, almofadas, cobertas, etc. 
 
Obs.: Pode-se encontrar a presença de marcas ungueais (estigmas ungueais) ao redor dos orifícios nasais e 
da boca nos casos de sufocação pelas mãos, faltando, no entanto, quando o agressor usa objetos moles 
como travesseiros. É comum encontrar lesões na mucosa labial pelo traumatismo desta com os dentes. 
Atenção! A causa jurídica mais comum de asfixia por oclusão dos orifícios naturais é o acidente. É difícil 
encontrarmos, embora não seja impossível, as hipóteses de suicídioou crime. 
A modalidade criminosa de sufocação direta por oclusão dos orifícios naturais requer superioridade 
de forças do agressor em relação à vítima, impossibilitando a reação da vítima. O professor Wilson Palermo, 
em sua sinopse, destaca que o mais comum é encontrar a sufocação direta pela obstrução dos orifícios 
naturais nos infanticídios (in: Coleção Sinopses para Concursos. Medicina Legal. Wilson Luiz Palermo, 6ª 
edição, 2021, pág. 355). 
 
a.2) SUFOCAÇÃO DIRETA POR OCLUSÃO DAS VIAS RESPIRATÓRIAS SUPERIORES 
 
A sufocação direta pela obstrução das vias aéreas superiores ocorrerá quando a obstáculo à 
penetração do ar estiver situado na faringe, laringe ou traqueia (em seu início). 
Essa espécie de asfixia também é conhecida como “sufocação por engasgamento”, frequentes em 
crianças, doentes mentais, podendo ocorrer também em idosos. 
 
Exemplos comuns 
✔ Corpos estranhos nas vias aéreas - quando tivermos a presença de corpos estranhos na via área; 
✔ Broncoaspiração de vômito por pacientes embriagados, em estados de inconsciência ou de 
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MEDICINA LEGAL 
 
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intoxicação que alterem os reflexos de defesa do organismo. 
 
Obs.: Poderá estar presente, na árvore respiratória, o corpo estranho causador da sufocação (no caso de 
engasgamento). 
 
É mais frequente a forma acidental da morte violenta. 
 
 
 
b) SUFOCAÇÃO INDIRETA (Compressão do tórax): É conhecida como congestão compressiva de “perthes” 
A Sufocação indireta é causada pela compressão do tórax e abdômen, impedindo os movimentos 
respiratórios, levando à asfixia: 
 
✔ Compressão homicida: é a mais rara. 
✔ Compressão acidental: ocorrem em multidões, e ainda nas hipóteses de deslizamento de encostas. 
 
A sufocação indireta é uma espécie de asfixia causada por compressão torácica. (compressão do 
tórax). Temos, então, uma pressão/peso muito forte que impede a completa expansão torácica na 
respiração (a caixa torácica não consegue se expandir totalmente), associada a impossibilidade de 
movimentação do abdômen. 
 
Importante observação é que a sufocação indireta será sempre uma asfixia violenta, ou seja, 
produto de uma ação externa. Lembremos aqui que nem toda morte violenta será criminosa, a exemplo das 
mortes acidentais. 
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MEDICINA LEGAL 
 
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É comum a verificação do Sinal de Morestin (Máscara equimótica da face / Sinal de Le Dentut), 
formado por pequenas hemorragias na cabeça, pois o sangue fica concentrado e não chega ao coração, 
gerando o represamento do sangue na veia cava superior (aumento da pressão sanguínea). 
(...) temos como um sinal post mortem “a máscara equimótica da face – conhecida 
como máscara equimótica de Morestin ou como cianose cervicofacial de Le Dentut, 
proveniente da estase mecânica da veia cava superior. Deve-se fazer a diferença 
entre congestão da face e manchas de hipóstase por posições especiais do cadáver, 
como nos afogados que, submersos, ficam de cabeça para baixo. Segundo Gisbert 
Calabuig, a expressão congestão é mais adequada que cianose, pois esta apenas 
reflete um sinal que se traduz pela tonalidade azul”. FRANÇA, Genival Veloso de. 
Medicina Legal, Editora Guanabara Koogan, 10ª edição, 2015, p. 330. 
 
CAIU EM PROVA – CESPE PCRO 2022! “Um dos sinais mais importantes é a máscara equimótica da face, 
também conhecida como congestão cefalocervical ou máscara equimótica de Morestin, produzida pelo 
refluxo sanguíneo da veia cava superior em face da compressão torácica. Os pulmões mostram-se 
distendidos (sinal de Valentin), congestos, com sufusões hemorrágicas subpleurais. O fígado é congesto e o 
sangue do coração, escuro e fluído”. Genival Veloso de França. Medicina Legal, 11.ª ed., Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2021. 
Considerando-se as informações apresentadas, é correto afirmar que o autor se refere às lesões 
anatomopatológicas de sufocação indireta. (item correto) 
 
⍟ OBS.: SUFOCAÇÃO POSICIONAL OU CRUCIFICAÇÃO 
 
Questão peculiar é a sufocação posicional, considerada por alguns doutrinadores como modalidade 
de sufocação indireta. 
Embora não haja compressão do tórax, na sufocação posicional o indivíduo é “crucificado” ou 
colocado durante muito tempo de “cabeça para baixo”, gerando a fadiga aguda dos músculos da respiração, 
impedindo a expansão torácica e consequente movimentação muscular necessária para a respiração. 
Quais são essas posições? 
✔ posição de crucificação prolongada; 
✔ posição de cabeça para baixo prolongada; 
✔ posição de imobilização frequentemente usada pela polícia – mãos e pés amarrados para trás. 
 
Na maioria das vezes a sufocação indireta é acidental, podendo, em menor incidência, termos casos 
criminosos, porém jamais uma morte natural. 
Temos os seguintes exemplos: 
▪ Acidentes de trânsito; 
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▪ Desmoronamento de construções, deslizamento de encostas; 
▪ “Estouro de multidões”; 
▪ Soterramento (estudo na modalidade de asfixia por modificação do meio ambiente). 
 
Outro exemplo, mais recente, ocorreu em 1986, no estádio Belga de Heisl, durante tumulto 
provocado por hooligans na partida entre Liverpool e Juventus – 173 pessoas mortas, principalmente por 
compressão do tórax. 
 
 
 
⍟ OBS.: MÁSCARA EQUIMÓTICA DE MORESTIN 
 
Sinônimos: 
● Infiltração equimótica difusa da face (lejars) 
● Cianose cervicofacil (le dentu). 
● Máscara equimótica da face; 
● Máscara Equimótica Facial; 
● Sinal de Morestin. 
 
Como sinais gerais, um dos achados mais importantes é a máscara equimótica de Morestin. 
Segundo Genival França, ela é produzida pelo refluxo sanguíneo da veia cava superior em face da 
compressão torácica. 
No rosto da pessoa que tem o tórax comprimido começa a aparecer um pontilhado hemorrágico.Esse pontilhado hemorrágico indica que houve uma compressão parcial do tórax, impedindo que ele se 
expandisse. A sístole ocorre bem, mas a diástole está prejudicada. 
Portanto, a máscara de Morestin é um sinal especial que sugere que houve uma compressão do 
tórax. 
 
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MEDICINA LEGAL 
 
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Temos as seguintes características ou sinais: 
● Pele da face semeada por milhares de pequeninas equimoses petéquias, muito próximas entre si, de 
cor arroxeada muito escura. 
● Conjuntivas oculares com inúmeras petéquias e edema. 
● Lábios e Língua tumefeitos (inchado). Gengiva pode apresentar hemorragia. 
● Nariz e ouvido podem apresentar hemorragia externa. 
● Petéquias cutâneas podem se estender até o tórax, confluentes nos locais de maior intensidade dos 
livores de hipóstase, interrompendo-se apenas nas áreas submetidas à compressão externa nos 
pontos de apoio ou de dobras de roupas. 
● Fraturas costais. 
● Manchas de Tadieu na pleura e no pericárdio. 
● Sinal de Valentin: significa a congestão dos pulmões, que se mostram distendidos e com sufusões 
hemorrágicas subpleurais. ( Wilson Palermo, Sinopese para Concursos de Medicina Legal, 6ª ed., 
2021, pág. 357). 
 
5.2 Asfixias por Constrição Cervical 
 
 Asfixias por constrição cervical são classificadas como asfixias complexas, pois além da constrição das 
vias aéreas com simultâneo quadro de hipóxia e aumento do gás carbônico, há a interrupção da circulação e 
inibição provocada pela compressão dos elementos nervosos do pescoço 
São espécies de asfixias por constrição cervical: 
✔ Enforcamento 
✔ Estrangulamento 
✔ Esganadura 
As asfixias por constrição possuem um ponto em comum: o mecanismo de morte resulta da interação 
de fatores respiratórios, vasculares e nervosos. 
 
CAIU EM PROVA: A seguinte afirmativa já foi considerada correta em prova: Se um cadáver foi encontrado 
em semissuspensão por corda envolta no pescoço e amarrada em caibro de telhado, com as pernas dobradas 
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no joelho e os pés tocando o chão, a causa da morte poderá ser justificada por mecanismos respiratórios, 
circulatórios ou nervosos. 
 
5.2.1 Enforcamento 
 
Asfixia por constrição passiva do pescoço exercida pelo peso do corpo. O enforcamento é a forma de 
asfixia mecânica em que a constrição do pescoço é produzida por um laço acionado pelo peso da própria 
vítima. 
 
Conceito e causa jurídica (muito importante!) De acordo com a literatura médico legal: é a 
modalidade de asfixia em que a construção do pescoço é exercida por um laço, cuja extremidade se acha 
fixa um ponto dado, sendo a força atuante o peso do corpo. A interrupção do atmosférico até as vias 
respiratórias, como decorrência desta força atuante. 
É mais comum nos suicídios, mas pode ter como etiologia o acidente, o homicídio e a execução 
judicial (nos países que aceitam). 
 
São espécies de enforcamento: 
(1) Enforcamento completo e incompleto; 
(2) Enforcamento típico e atípico. 
 
● Enforcamento completo e incompleto: Leva em consideração a suspensão do corpo da vítima. 
(a) Enforcamento completo → o corpo fica totalmente suspenso; 
(b) Enforcamento incompleto → o corpo da vítima fica parcialmente apoiado sobre o solo. (Quando 
uma parte do corpo da vítima está encostada no chão). 
 
“Chama-se de suspensão típica ou completa aquela em que o corpo fica totalmente sem tocar em 
qualquer ponto de apoio: e suspensão atípica ou incompleta, se é apoiado pelos pés, joelhos ou outra 
parte qualquer do corpo. Antigamente, não se admitia o enforcamento por suspensão incompleta; 
somente após o suicídio do Príncipe Condé, passou-se a aceitar tal possibilidade. Esta forma de 
enforcamento não é tão rara quanto se imagina”. FRANÇA, Genival Veloso de. Medicina Legal, Editora 
Guanabara Koogan, 10ª edição, 2015, p. 356 
 
Enforcamento incompleto 
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● Enforcamento típico e atípico: Leva em consideração a posição do nó. 
(a) Enforcamento típico - quando o nó está localizado na nuca (parte posterior do pescoço) e o laço 
adiante. No enforcamento típico, a cabeça está sempre virada para frente. 
 
(b) Enforcamento atípico - quando o nó estiver localizado em local diverso da nuca (qualquer lugar 
que não seja parte posterior do pescoço). No enforcamento atípico, a cabeça fica virada 
sempre ao lado oposto para o nó. 
 
 
 
Características do sulco no enforcamento: 
No enforcamento e no estrangulamento, o laço que circunda o pescoço deixa uma marca 
característica que se chama sulco. Tem grande importância médico-legal, tanto por ser constante como, via 
de regra, ser patognomônico. 
No enforcamento, o sulco é: 
- Oblíquo ascendente: (porque o peso puxa para baixo e o laço puxa para cima), uma parte 
marca mais do que a outra; 
- Interrompido no nó; 
- Fica por cima da cartilagem tireóidea; 
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- É um sulco intenso de um lado e vai apagando do outro lado; 
- Tem profundidade variável(sulco deixado por laços largos é menos profundo do por laços 
estreitos). 
- Do lado que o sulco some/sulco superficial, é o lado do nó, o lado de onde ele estava 
pendurado. Do lado que sulco é profundo, é o lado da alça. 
a) Enforcamento típico - sulco profundo na frente e superficial atrás; 
b) Enforcamento atípico - sulco profundo de um lado e superficial do outro. 
 
Sinais gerais existentes no sulco do enforcamento: 
- placas violáceas de livores nas porções superiores e inferiores do sulco (ponsold) 
- decalques que reproduzem os relevos do laço (bonnet) 
- zona violácea ao nível das bordas dos sulcos (thoinot) 
- infiltrações hemorrágicas puntiformes no fundo do sulco (neldying) 
- livores puntiformes por cima e por baixo das bordas do sulto (azevedo neves) 
- pele enrugada e escoriada no fundo do sulco (ambroise-paré) 
 
Obs.1: Só tem sulco no enforcamento e no estrangulamento! NÃO EXISTE SULCO NA ESGANADURA. 
Obs.2: As características do sulco podem sofrer alterações a depender das densidades do laço utilizado 
como agente vulnerante – se é um laço mole x duro: 
 
SULCO PRODUZIDO POR LAÇO MOLE SULCO PRODUZIDO POR LAÇO DURO 
O leito do sulco é mole. Leito do sulco duro, apergaminhado. 
A tonalidade é branca. De tonalidade pardo escura (linha 
argentina), resultante da desidratação da 
pele. 
 
 Cai muito em prova!!! O aspecto do sulco no estrangulamento e no enforcamento é de extrema 
importância para o diagnóstico diferencial entre as modalidades de asfixia por constrição do pescoço em que 
há a atuação de um laço. 
 
ASPECTOS DO LAÇO/SULCO NO 
ESTRANGULAMENTO 
ASPECTOS DO LAÇO NO ENFORCAMENTO 
● Horizontal ● Oblíquo 
● Completo/contínuo ● Incompleto/ descontínuo 
● Profundidade 
homogênea/regular/uniforme 
● Profundidade Heterogênea (variável – 
maior na alça) 
● Excepcionalmente apergaminhado ● Quase sempre apergaminhado 
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● Abaixo da Laringe 
● Abaixo do Hioide 
(Topografia da laringe) 
● Acima da laringe 
● Acima do Hioide 
(Topografia acima da cartilagem tireóidea) 
Visibilidade depende do laço 
⇨ Laço mais grosso – menos visível 
⇨ Laço mais fino – mais visível 
 
 
 
 
 
Enforcamento – marca de sulco alta e profunda, localizada acima do osso hioide, em direção oblíqua superior 
ascendente e bem marcada (principalmente na área oposta ao nó). Observem que a área bem próxima da 
orelha (imagem 01) não encontramos marcação pelo sulco. Seria, portanto, o local onde estava o nó (trata-
se da área mais alta, sem contato do objeto usado para o enforcamento com a pele). Essa marca é típica de 
enforcamento, não aparecendo no estrangulamento. 
 
Questão da prova de Delegado da Paraíba 2022: Após receberem chamada para a realização de perícia em 
uma casa onde um rapaz encontrou o corpo do pai morto, os peritos criminais, tendo chegado ao local, 
verificaram que o corpo tinha sido retirado da posição original. Mesmo assim, puderam constatar: sinal de 
Ponsold; presença de espuma na boca; projeção da língua para o exterior; livores cadavéricos abaixo da 
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cicatriz umbilical e na face anterior dos membros inferiores; fenômenos putrefativos secos na parte superior 
do cadáver e úmidos na parte inferior, além de rigidez cadavérica em curso. Diante dessa situação hipotética, 
é correto afirmar que as características externas verificadas no corpo são mais compatíveis com 
enforcamento – alternativa considerada correta. 
 
CARACTERÍSTICAS DA FACE DO ENFORCADO 
A face poderá estar cianótica ou não, a depender da maior ou menor constrição das veias e artérias 
do pescoço. Ensina o professor Wilson Palermo que: “quanto maior é o impedimento da passagem do sangue 
nas veias, o sangue vai penetrando através das artérias e, não tendo como não sair, fica acumulado nas veias 
da face, dando aspecto azulado no rosto.” 
▪ No enforcado branco, por sua vez, não há o aspecto cianótico, pois o impedimento à circulação é 
completo. A cabeça do enforcado pende para o lado oposto ao nó, inclinando-se para o lado da alça, 
fechando por completo a passagem de sangue. Ocorre nos enforcados típicos, uma vez que o nó está 
na região posterior do pescoço. 
▪ No enforcado azul a face apresenta aspecto cianótico, pois o impedimento da passagem de sangue é 
maior ou menor, mas não há impedimento completo. 
 
ENFORCADO BRANCO X ENFORCADO AZUL 
AZUL BRANCO 
Face fica cianosada e com aspecto 
aumentado, porque o laço, ao apertar o 
pescoço, comprime também a circulação. 
A face fica branca e lívida, devido a forte 
compressão do laço, que obstrui 
totalmente tanto as veias quanto as 
artérias. 
 
SINAIS COMUNS NO ENFORCAMENTO: 
 
● Sinal de Amussat (sinal vascular) – É a ruptura da camada interna ou íntima da artéria carótida. 
Obs.: O sinal de Amussat é o sinal que mais aparece no enforcamento e assim como os outros pode 
aparecer em outras lesões, contudo, no enforcamento é muito mais frequente. 
 
● Sinal de Friedberg (sinal vascular) – é um sinal causado pela ruptura da túnica ou camada externa da 
artéria carótida. 
● Sinal de Dotto (sinal neurológico) – é provocado pela ruptura da bainha de mielina do nervo vago. 
● Sinal de Argêntica/Argentina - a linha Argentina é uma linha prateada de cor branco prateada, ou branco 
acinzentada localizada no pescoço. Trata-se de uma escoriação. Essa linha aparece em decorrência de 
um enforcamento por um laço duro (corda, arame, etc.), em que há desidratação da pele, secando o 
local. (Ela não aparece em enforcamento causado por laço mole). 
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FENÔMENOS CADAVÉRICAS NOS ENFORCADOS COMPLETOS 
Em enforcamentos completos que o corpo permaneça suspenso por tempoprolongado, 
normalmente, teremos os seguintes fenômenos cadavéricos típicos: 
1) Livores de hipóstase serão mais intensos e duradouros nos seguimentos do corpo mais baixos. 
· Por ação gravitacional, é o extravasamento do sangue pelas veias, os livores tendem a se 
formar primeiro nos membros inferiores e nas extremidades dos membros superiores, 
devido a dificuldade do sangue venoso retornar. 
· No enforcado, os livores situam-se abaixo do umbigo. Livores cadavéricos em placas, por 
cima e por baixo das bordas = SINAL DE PONSOLD 
 
2) Surgimento de inúmeras petéquias nos pés, seguindo para as mãos e braços. 
3) Nos enforcamentos completos, os livores aparecem na pele das regiões do pescoço, situadas logo 
acima, contrastando com a palidez das áreas abaixo do pescoço, principalmente nos enforcamentos 
completos azuis, ou seja, quando há a oclusão do retorno venoso do sangue, ocorrendo este 
contraste. 
 
4) Retardamento da rigidez cadavérica na metade inferior do corpo, em decorrência do acúmulo de 
líquido. 
 
5) A putrefação tende a ser coliquativa na metade inferior e mumificativa na metade superior do 
corpo, em decorrência da explicação anterior. 
 
CAUSA JURÍDICA DA MORTE 
Na ordem de importância teremos as seguintes possibilidades de causa jurídica da morte: 
 
1º) suicídio; 
2º) acidente; 
3º) crime/homicídio (extremamente raros). 
 
A perícia deve procurar sinais de que a suspensão ocorreu em vida (reação vital), tais como: 
 
→ Quadro típico de cianose e petéquias acima do laço, com aumento de volume da língua e edema, 
inclusive na pálpebra; 
 
→ Hemorragia ao redor de focos de fratura do osso hioide ou equimose retrofaríngea de Brouardel; 
 
→ Nos casos de homicídios – necessidade de se incapacitar previamente a vítima (lesões 
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incapacitantes ou lesões de defesa); 
 
→ Presença de livores distribuídos no corpo pode demonstrar a dissimulação do crime. 
 
PERÍODOS DO ENFORCAMENTO: 
Os períodos do enforcamento são os sinais clínicos da evolução do enforcamento reproduzido nos 
livros clássicos. 
Prof. Higyno rejeita essa classificação, uma vez que estas fases podem não ocorrer desta forma. 
 
1) 1° Periodo → calor, zumbido, sensação luminosa, perda da consciência 
 
2) 2° Período → Convulsão e excitação do corpo 
 
3) 3° período → Sinais de morte aparente até a morte real 
Não esquecer: 
A POSIÇÃO DA CABEÇA SEMPRE SE MOSTRA VOLTADA PARA O LADO CONTRÁRIO DO NÓ. A face 
pode apresentar-se branca ou arroxeada (variando com o grau de compressão vascular). É comum a 
presença de líquido ou espuma pela boca e narinas (cogumelo de espuma). A língua é cianótica e está 
projetada além das arcadas dentária. 
5.2.2 Estrangulamento 
Asfixia por constrição ativa do pescoço exercida pela força muscular. O Estrangulamento é a forma 
de asfixia em que a constrição do pescoço é feita por um laço acionado por força diversa do peso da vítima. 
A causa jurídica da morte predominante é homicida. 
Costuma apresentar de forma mais frequente os sinais gerais de asfixia. 
 
 
O laço obstrui a passagem de ar aos pulmões, interrompe a passagem de sangue pelo pescoço e 
comprime os nervos do pescoço. O diagnóstico entre o enforcamento e o estrangulamento está baseado no 
diferencial aspecto do sulco. Para determinar se a causa da morte foi enforcamento ou estrangulamento, 
é imprescindível a apreciação das características do sulco deixado pelo laço. 
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Sulco no estrangulamento: 
● Situa-se topografia da laringe ou entre ela e o osso hioide (mais baixo que o sulco do 
enforcamento); 
● Possui direção horizontal; 
● Profundidade regular, uniforme e pouco acentuada; 
● Normalmente o sulco é completo, com largura semelhante à do material do laço, 
podendo ser maior se houver deslizamento; 
● Fundo do sulco apresenta escoriações e cor pardo-avermelhada quando o laço for áspero; 
● Excepcionalmente apergaminhado. 
 
 
 
💣 ATENÇÃO! A diferença do sulco no estrangulamento e no enforcamento é muito cobrada em 
prova!!! 
Para fixar vamos especificar novamente diferenças entre o estrangulamento e o enforcamento: 
- no enforcamento geralmente encontra-se sulco único, acima da laringe (alto), de profundidade variável, 
apergaminhado, interrompido nas proximidades do nó, e mais profundo na parte que corresponde à alça, de 
direção oblíqua ascendente. 
- no estrangulamento, o sulco quase sempre é múltiplo, de profundidade uniforme, contínuo, de direção 
horizontal, sobre a laringe (baixo) e não se apergaminha. Tem o fundo escoriado (por causa do atrito 
constante do laço com a pele). Além disso, no estrangulamento o corpo da vítima atua de forma passiva. 
 
DICA DD: Estrangulamento antibraquial “A experiência demonstra que, embora em situações não 
tão raras, é possível o estrangulamento através da constrição do pescoço pela ação do braço e do antebraço 
sobre a laringe, conhecida como “golpe de gravata". Sob o ponto de vista médico-legal, além do diagnóstico 
de morte por estrangulamento, é muito importante que se teçam considerações fundamentadas no sentido 
de se estabelecer com critérios bem definidos a causa jurídica de morte: se por homicídio ou acidente. Em 
geral, a morte se dá por oclusão das vias respiratórias ou da obstrução da circulação das carótidas, por ação 
da prega do cotovelo sobre a face lateral do pescoço. A morte pode ser também por inibição (reflexo laríngeo-
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pneumogástrico), síndrome conhecida por “estrangulamento branco de Claude Bernard-Lacassagne", em 
que, por vezes, pressões menos significativas do pescoço podem resultar em parada cardíaca e em que não 
se encontram os sinais clássicos de asfixia.Em tais ocorrências, o difícil é precisar o diagnóstico, pois os sinais 
encontrados não são tão evidentes quanto os deixados pelo laço no estrangulamento e no enforcamento ou 
pelos dedos na esganadura. Pode ainda ocorrer a morte por estrangulamento onde se usa a pressão de um 
objeto duro, como cassetete, bastão ou outro objeto similar, sobre o pescoço, onde a perícia vai encontrar 
significativas lesões externas (esquimoses e escoriações) e lesões internas (infiltração hemorrágica dos 
tecidos moles e muito comumente fraturas dos anéis da traqueia e da laringe), principalmente na sua região 
anterior. Considerar com relevância todos os achados da necropsia referentes às partes moles e ósseas da 
região anterior do pescoço, dando ênfase também para a ausência de alterações externas e internas da sua 
região posterior. Uma das formas mais comuns de afogamentos homicidas ocorre por meio do 
estrangulamento antibraquial, utilizado para dominar a vítima, privar-lhe dos sentidos e, em seguida, afogá-
la. Mesmo que a ação criminosa se dê pela compressão do antebraço sobre a laringe (privando a respiração) 
e do braço e do antebraço sobre as faces laterais do pescoço (privando da circulação cerebral), o ato de 
defesa da vítima é empurrar o braço do agressor para baixo provocando equimoses, principalmente, na parte 
superior do tórax. Em tais ocorrências, nem sempre é fácil precisar o diagnóstico dessa forma de 
estrangulamento, pois os sinais encontrados não são tão evidentes quanto os deixados pelo laço no 
estrangulamento e no enforcamento ou pelos dedos e unhas na esganadura. As lesões do plano interno do 
pescoço são mais comuns e mais intensas". FRANÇA, Genival Veloso de. Medicina Legal, Editora Guanabara 
Koogan, 10ª edição, 2015, p. 369 
 
CAUSA JURÍDICA DA MORTE 
Na ordem de importância teremos as seguintes possibilidades de causa jurídica da morte: 
1º) Homicídio →A causa jurídica mais comum, certamente, é o enforcamento criminoso. 
2º) Suicídio (pouco raro) → Deve-se procurar ausência de lesões de defesa; presença de sinais de outras 
tentativas de suicídio; e presença de algum dispositivo que impeça o afrouxamento do laço 
(torniquete). 
3º) Acidente (raro) → Hipóteses acidentais são raras, sendo apresentadas na literatura a possibilidade de 
acidentes autoeróticos. Nestes casos, devem ser pesquisados: sinais de prática masturbatória; 
dispositivo que provoca asfixia controlada; presença de farto material pornográfico no local. 
 
5.2.3 Esganadura 
 
Forma de asfixia mecânica em que a constrição do pescoço é feita pelas mãos. Alguns doutrinadores 
chamam a esganadura de “estrangulamento com as mãos”. 
 
a) Aspectos Médico-Legais 
 
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● Há disparidade de forças entre os sujeitos: Necessidade de que haja grande superioridade de forças 
do agressor: 
- Vítimas crianças e idosos; 
- Vítimas entorpecidas; 
- Pluralidade de agressores. 
● Local em desalinho, presença de lesões de defesa; 
● Presença de equimoses e escoriações no pescoço. 
- Estigmas Ungueais – escoriações deixadas pelas unhas do agressor teoricamente de 
forma semilunar, apergaminhadas, de tonalidade pardo-amarelada. 
● A esganadura é a forma de constrição cervical que mais apresenta fratura dos elementos do plano 
visceral do pescoço. 
● Fratura do osso hioide. 
● Presença das Marcas de Franca (Genival França), que consiste em marcas semilunares na túnica 
interna da carótida. 
“(...) escoriações produzidas pelas unhas do agressor, teoricamente de forma 
semilunar, apergaminhadas, de tonalidade pardo-amarelada, conhecidas como 
estigmas ou marcas ungueais. Podem também ter a forma de rastros escoriativos. 
Se o criminoso usou a mão direita, aparecem essas marcas em maior quantidade 
no lado esquerdo do pescoço da vítima. FRANÇA, Genival Veloso de. Medicina 
Legal, Editora Guanabara Koogan, 10ª edição, 2015, p. 370 
 
● A face da vítima fica pálida ou cianótica, dependendo da intensidade da constrição. 
- Petéquias na face = SINAL DE LACASSAGNE 
 
b) Causa jurídica da morte: Criminosa (homicídio). É SEMPRE HOMICÍDIO!!! (alguns autores falam na 
esganadura erótica, que causa morte de forma culposa, porém não prevalece). 
Esganadura é um tipo de asfixia mecânica que se verifica pela constrição do pescoço 
pelas mãos, ao obstruir a passagem do ar atmosférico pelas vias respiratórias até 
os pulmões. É sempre homicida, sendo impossível a forma suicida ou acidental. 
FRANÇA, Genival Veloso de. Medicina Legal, Editora Guanabara Koogan, 10ª edição, 
2015, p. 370. 
 
"Essencialmente homicida, requer para sua execução, superioridade de forças, ou 
que a vítima não possa, por qualquer motivo, opor resistência... A lei não reconhece 
validade jurídica às formas suicida ou acidental". CROCE, Delton. CROCE Jr., Delton. 
Manual de Medicina Legal. 8ª edição,pg 1031, Editora Saraiva, 8 edição, 2012. 
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Questão da prova de Delegado de Minas Gerais 2021: Um médico legista, ao chegar à sala de necropsia, 
deparou-se com três cadáveres cuja causa da morte foi asfixia. Durante o exame necroscópico, foi 
identificado no primeiro corpo, sulco único, com profundidade variável e direção oblíqua ao eixo do pescoço; 
no segundo, os sulcos são duplos, de profundidade constante e transversais ao eixo do pescoço; no terceiro, 
em vez de sulcos, havia equimoses e escoriações nos dois lados do pescoço. A causa da morte mais provável 
em cada um deles é, respectivamente: enforcamento, estrangulamento e esganadura – alternativa 
considerada correta. 
 
5.3 Asfixia por Modificação do Meio Ambiente 
 
Espécies de asfixia por mudança do meio ambiente: 
1. Confinamento 
2. Soterramento 
3. Afogamento 
 
Asfixia por modificação do meio ambiente ocorrerá quando o ar atmosférico for substituído por um 
líquido (afogamento); por um sólido suficientemente fragmentado de modo a envolver o corpo humano 
(soterramento); ou meio gasoso com composição que não satisfaça as necessidades respiratórias 
(confinamento). 
 
5.3.1 Confinamento 
É a modalidade de asfixia em que um ou mais indivíduos permanecem em ambiente restrito ou 
fechado sem adequada renovação de ar ou com composição gasosa pobre em oxigênio. 
Ex.: É o caso, por exemplo, de crianças que ficam presas em automóveis fechados. Pessoas presas 
em elevador, etc. 
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