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Anorexia Nervosa.docx

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INTRODUÇÃO
Com as exigências estéticas da sociedade actual e um ideal de beleza que não contempla o excesso de peso, muitas pessoas acabam por adoptar comportamentos menos correctos no que toca à alimentação, surgindo assim várias vezes, pertubações alimentares. As pertubações alimentares mais comuns são anorexia nervosa e bulimia. Neste trabalho iremos focar na anorexia nervosa. 
O termo anorexia nervosa tem origem grega, que significa falta de apetite (an/ onorexis). As pacientes anoréxicas, no entanto, não sofrem de falta de apetite, a não ser no final da doença. O que pode existir é um controle sobre a fome em que se preconiza a baixa ingestão de alimentos ou mesmo jejum, com o intuito de emagrecer. 
A anorexia nervosa é um distúrbio alimentar que afecta, sobretudo mulheres jovens e que se caracteriza pelo medo de ganhar peso e desejo de emagrecer. A falta de uma nutrição adequada pode provocar problemas de saúde físicos e mentais, por isso a anorexia deve ser tratada assim que possível.
Os transtornos alimentares foram discutidos há mais de três séculos, primeiramente com relato da anorexia nervosa, atribuído ao médico Richard Norton, em 1694. Porém, a doença só se caracterizou por sua nomenclatura actual, 200 anos mais tarde, quando Willian Gull, na Inglaterra, deu nome a afeição quase simultaneamente ao Francês Ernest Charles Lasegue. Mais recentemente, no seculo XX, em 1914, Simonds descreveu o caso de uma jovem caquética que, levada a autópsia por decorrência de seu falecimento, apresentou destruição da glândula pituitária. A doença anorexia nervosa passou então, por um período de 30 anos seguintes, a ser confundida com a doença de Simmonds. Somente algumas décadas depois, por volta de 1970, um pesquisador chamado Gerald Russell propôs os primeiros critérios para o diagnóstico que se conhece hoje como anorexia nervosa. 9 anos mais tarde esse cientista descreve uma variação da doença em que havia o envolvimento da expulsão contínua de alimentos, caracterizando-se por vômitos recorrentes e denominando-a Bulimia nervosa. Dessa forma os transtornos alimentares, são descritos hoje como distúrbios patológicos, em que há o envolvimento dos aspectos psicológicos, emocionais, cognitivos, fisiológicos e alimentar, levando o individuo a apresentar uma imagem corporal distorcida da realidade. Ocorre, frequentemente, um engano quanto à percepção do formato do corpo, os pensamentos se tornam voltados para a magreza, na busca de um peso corporal sempre abaixo daquele pré- estabelecido. Neste momento, a paciente busca a prática intensa de exercícios físicos e faz o uso abusivo de laxantes, diuréticos e medicamentos para emagrecer, podendo jejuar ou mesmo consumir dietas restritivas em termos de calorias. 
Epidemiologia
A anorexia nervosa tem sido referida mais frequentemente nas últimas décadas do que no passado, com relatos crescentes entre moças pré-púberes e homens. As idades mais comuns de início são a adolescência, mais até 5% dos pacientes anoréxicos têm início no começo dos 20 anos. Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV), a idade mais comum de início é dos 14 aos 18 anos. Estima-se que a Anorexia Nervosa ocorra em cerca de 0 a 1% dos adolescentes. Manifesta-se 10 a 20 vezes mais em mulheres do que em homens. Parece ser mais recorrente em países desenvolvidos e pode ser observada com maior frequência em mulheres jovens, em profissões que exigem forma esbelta, como modelos e bailarinas.
Fatores de Risco
Podemos observar que há grande variação nas taxas de incidência e prevalência de anorexia nervosa. Essa variação parece estar associada às populações de risco. Dentre os fatores de risco, a faixa etária e o sexo estão claramente envolvidos. A idade mais comum de início é a adolescência, e há um grande aumento da prevalência entre as mulheres.
Somente 5 a 10% dos pacientes com anorexia nervosa são do sexo masculino.
Etiologia
A busca por uma única causa para a anorexia nervosa já foi abandonada. Acredita-se atualmente que características biológicas, psicológicas, dietéticas, familiares e socioculturais são fatores que interagem na determinação da manifestação de anorexia nervosa.
Factores biológicos:
Dentre as características biológicas, devemos considerar os fatores genéticos. A incidência de anorexia nervosa em irmãs de pacientes com o transtorno é de 6%, aproximadamente seis vezes maior do que os valores mais altos encontrados em estudos populacionais. Mais recentemente, um estudo com pares de gêmeos observou que a concordância para a manifestação de anorexia nervosa em dizigóticos foi de 5%, enquanto que para monozigóticos foi de 56%. Estes achados evidenciam que os fatores genéticos têm um papel importante na manifestação da anorexia nervosa.
O ser humano é doctado de cinco sentidos: audição, visão, tacto, olfação e paladar. Destes o paladar é o que mais está afectado nos transtornos alimentares, embora o olfato e paladar estejam associados, no cérebro a regulação hipotalámica do apetite depende da interação de duas áreas: O centro da fome (hipotálamo lateral) e o centro da saciedade (hipotálamo ventro medial), alguns estudos relatam que a estimulação do centro da fome provoca apetite que não se farta enquanto a sua destruição causa anorexia.
Factores psicossociais
Em relação às características psicológicas, a descrição comumente encontrada é a de indivíduos frustrados, insatisfeitos e raivosos, que se sentem incapazes de condenar os “cuidados” pelas suas insatisfações. Ao contrário, acreditam que as suas próprias necessidades é que são inadequadas e devem ser negadas. 
As teorias psicológicas feministas propõem que a pressão para ser uma pessoa de grande sucesso, predisporia a mulher a desenvolver esses transtornos. Junto com aspectos culturais, estas são as únicas teorias actualmente disponíveis para explicar a discrepância de prevalência desses quadros entre homens e mulheres. Em um momento em que há aumento do número de pessoas obesas nos países em desenvolvimento há preocupação com a saúde, mais indivíduos querem emagrecer por satisfação pessoal e culta ao corpo do que simplesmente para ganhar qualidade de vida.
Factores individuais e familiares:
Traços de personalidade (como visualizar todos os acontecimentos de forma extremista), depressão, ansiedade e abuso sexual na infância podem estar ligados a transtornos alimentares. As anoréxicas se mostram óptimas alunas, tímidas e com sentido de organização. As pacientes com anorexia nervosa estão ligadas pelo transtorno de imagem corporal. Por vezes se isolam do convívio em sociedade, pois a restrição alimentar pode perturbar jovens que estarão sobre olhares e comentários repreensivos e acusadores.
Há algumas características do ambiente familiar que se repetem nas famílias de pacientes com anorexia nervosa. Dentre elas as mais comuns são: sistemas homeostáticos rígidos, superproteção, envolvimento excessivo entre os membros e pouca motivação param mudanças. Não há evidências de que essas características possam ser consideradas causas da anorexia nervosa. 
Alternativamente, indivíduos podem desenvolver este transtorno por outras razões independentes da organização familiar, mas os sintomas apresentados podem ser usados e mantidos pela família por razões da própria família. 
As características biológicas, psicológicas e familiares, associadas aos fatores de riscos socioculturais interagem e atuam alternada ou concomitantemente
como fatores predisponentes, precipitantes e mantenedores da anorexia nervosa. Essa pluralidade de factores etiológicos pressupõe que as abordagens terapêuticas também sejam multidisciplinares.
Factores dietéticos: 
Estes factores por si só, assim como, a história prévia de obesidade, dietas excessivas, predispõem ao aparecimento desses transtornos.
Diagnóstico
Para que se faça o diagnóstico da anorexia nervosa a pessoa deve apresentar os seguintes sinais e sintomas de acordo com os critérios diagnósticos do DSM IV (Manual Diagnóstico e Estatísticode Transtornos Mentais): 
Recusa em se manter no peso mínimo ou acima do mínimo determinado para altura e idade;
Medo intenso de engordar;
Distorção da imagem corporal, na qual a paciente se vê obesa mesmo estando extremamente magra;
Ausência de menstruação, após a menarca já ter ocorrido em período de maior de três ciclos consecutivos. 
Uma pessoa com anorexia habitualmente pesa pelo menos 15% menos do que o esperado para a sua altura e idade. O diagnóstico passa por uma avaliação de factores psicológicos e físicos. Pode envolver uma avaliação da atitude da pessoa em relação ao peso, alimentação, à dieta e às suas ideias em relação ao corpo. 
O diagnóstico de anorexia nervosa pode ser difícil visto que a maioria das pessoas com esse problema nega que estão doentes e normalmente são trazidas para o tratamento por um familiar. Além disso, a gravidade da anorexia varia de pessoa para pessoa. Uma pessoa com anorexia pode visitar o médico de família devido a sintomas como paragem da menstruação, dores abdominais, sentir-se inchada ou prisão de ventre.
Tipos de anorexia nervosa
Especificam-se dois tipos de anorexia nervosa:
Restritivo: prevalecem comportamentos voltados ao controle da ingestão alimentar, como refeições restritivas (ex: hipocalóricas, de baixo teor lipídico, hipoprotéicas), diminuição do número de refeições diárias, ou jejum, que pode ser de algumas horas ou períodos mais longos.
Bulímico (binge-eating / purging): prevalecem comportamentos purgativos como vômitos, diarréia decorrente do abuso de laxantes; uso/abuso de inibidores do apetite e laxantes, prática de exercício excessivo voltado à perda de peso, além dos comportamentos restritivos que também podem estar presentes.
Quadro clínico e complicações
Sinais e sintomas físicos: A sintomatologia clínica mais evidente em pacientes com anorexia nervosa é o emagrecimento, resultante da pouca ingestão de alimentos. Ocorre perda de peso intensa, levando ao aparecimento dos ossos e a diminuição acentuada do tecido adiposo. Os sinais de desnutrição são característicos havendo hirsutismo (pele coberta por uma fina camada de pelos) e lanugem (cabelos raros e com poucos fios) a paciente pode apresentar hipercarotenemia (pele amarelada) em virtude da alta ingestão rica em carotenos (senoura, abóbora e mamão) e pele ressecada além de apatia, falta de disposição, fadiga e insónia.
Complicações endócrino-metabólicas: A amenorreia é a complicação endócrina mais frequente, e pode ter a influencia do descontrole que ocorre nos hormônios envolvidos nos eixos gonadal e adenocortical. Em geral a menstruação retorna quando o teor de gordura atinge 22%. Nos homens com anorexia nervosa há esterilidade e perda do desejo sexual. Quanto ao potencial de crescimento as pacientes apresentam normalidade ou discreto aumento dos hormónios de crescimento, com diminuição da somatomedina que, por conseguinte mantém a degradação do tecido adiposo sem efeitos do crescimento. Em geral também ocorre intolerância ao frio, em virtude da escassez do tecido subcutâneo que ocorre na desnutrição intensa, hipoglicemia, hepercolesterolemia e desidratação.
Complicações cardiovasculares: Bradicardia e hipotensão podem ser respostas corporais em decorrência da desnutrição e da diminuição das catecolaminas. As arritmias podem surgir pelo uso secundário abusivo de diuréticos e laxantes.
Complicações do trato gastrointestinal: Obstipação, dores abdominais saciedade precoce, alterações do paladar, diarréias pelo uso de laxantes, provocando má absorção.
Complicações hematológicas: Ocorrem leucopenia e linfopenia, mostrando diminuição da capacidade de defesa do organismo e anemia.
Complicações ósseas: A Osteoporose e osteopenia podem ocasionar fracturas e são agravadas pela amenorreia levando frequentemente a fracturas.
Complicações renais: A desnutrição leva a diminuição de filtrado glomerular, a desidratação e hipocalemia que pode aumentar a probabilidade de nefrolitíase.
Tratamento
Não há, exatamente, um tratamento específico para todos os casos de transtornos alimentares, há uma abordagem individual adequada ou bem sucedida. As diretrizes, no entanto, mostram que medicamento, terapia cognitiva-comportamental e terapia nutricional são os aspectos que devem ser trabalhados na tentativa de evitar os períodos de restrição calórica rigorosa e quebrar o ciclo de ingestão alimentar excessiva seguida de purgação.
A hospitalização pode ocorrer em um momento de descontrole da doença, em que só o tratamento ambulatório não é suficiente para conduzir o caso.
Terapia medicamentosa:
Os antidepressivos são eficazes na redução do impulso sobre a alimentação excessiva e levam ao bem estar do doente. A fluoxetina tem sido utilizada com maior sucesso quando administrada acima de 20mg. Kim verificou que os estudos relacionados com o uso da fluoxetina demonstram maior eficácia na dosagem de 60mg/dia e quando associada a outros tratamentos como nutricional e o psicoterápico.
Outras medicações também são úteis no controle da sintomatologia, como lítio, antiácidos, antiespasmódicos e analgésicos.
Terapia cognitivo-comportamental:
Esse tipo de psicoterapia pode ser realizado individualmente ou em grupo. Para pacientes muito jovens, é aconselhável o envolvimento da família, já que pode haver desestruturação e conflitos, como desentendimento grave entre os pais, falta de atenção deles para com os filhos ou insegurança no modo de educá-los, ou, por outro lado, superproteção dos pais. Estes podem ser factores contribuintes para que o transtorno se instale.
Na psicoterapia individual, é trabalhada a questão do pensamento que o paciente desenvolve em relação ao corpo, às dietas e ao desejo de emagrecer que parecem estar desajustados. Muitas vezes a paciente sente-se insegura e tem uma autoestima vulnerável. Os pensamentos são extremistas, nos quais estar bem magra é o objectivo maior.
A terapia cognitiva comportamental tende a quebrar os pensamentos sequencialmente lógicos do ponto de vista do paciente, por meio de conversas em que se busca mostrar outras formas de encarar os problemas e os conflitos internos, muitas vezes agravados pelo uso de drogas e risco de suicídio (este último com prevalência maior nas bulímicas). Além disso, tenta ajudar a adolescente a encontrar formas para substituir os comportamentos negativos por maneiras, mais construtivas e positivas no modo de agir, procurando evitar a convicção catastrófica a respeito do próprio corpo.
Tarapia nutricional:
As pessoas que sofrem de transtornos alimentares, não são selectivas, não param de sentir cheiro, sabor, e textura dos alimentos. Não saboreiam vagarosamente e não sentem prazer em se alimentar, fazendo grandes restrições. Cabe ao tratamento nutricional melhorar as condições físicas e o estado geral do doente, que muitas vezes encontra-se altamente debilitado, promovendo o ganho de peso gradual.
As consultas ao nutricionista são recomendadas e têm como objectivo realizar educação nutricional e informar a paciente sobre o conteúdo de nutrientes contidos nos alimentos (e não somente sobre calorias) e propôr um plano alimentar individualizado, consolidado e seguro, levando a modificações do comportamento alimentar e ao aumento do peso.
Tratamento hospitalar:
Em geral, as pacientes respondem de maneira satisfatória ao tratamento ambulatorial, que deve ser semanal. Ele deve englobar a equipe multidisciplinar, a qual é composta de médico clínico geral, médico psiquiátrico, psicólogo e nutricionista. Em alguns casos, no entanto é recomendado o acompanhamento em hospital dia ou internação completa. A hospitalização pode ser necessária para corrigir a intensa desnutrição (peso menor que 75% do esperado para estatura e idade ou IMC menor que 14 kg/m2) e complicações clínicas gravemente instaladas.
O uso de medicação tem um papel pequeno mais importante no tratamento da anorexia nervosa. Os psicofármacos já utilizados são estimulantes de apetite, neurolépticos, antidepressivos, vitaminas, ferro, zinco e outrasformas de suplementação de sais-minerais.
Não há confirmação científica para o uso dos chamados estimulantes de apetite. Fato que não surpreende se lembrarmos de que no quadro de AN geralmente não há perda de apetite. Consequentemente não há indicação de uso dessas medicações em AN na adolescência.
Os neurolépticos também têm um papel pequeno no tratamento de AN. Devem ser utilizados apenas nos casos de ansiedade extrema e monitorados por um psiquiatra infantil. Não há evidência de que os neurolépticos alterem o curso da AN ou melhorem os sintomas. 
Os antidepressivos têm um papel um pouco maior no tratamento de AN na infância do que os outros psicofármacos. Quando a criança se apresenta deprimida, com lentificação psicomotora, sentimento de culpa e menos valia, e com sintomas neurovegetativos como alteração do sono, os tricíclicos como a amitryptilina têm algum resultado. A suplementação com vitaminas e sais-minerais é popular, mas também não há resultados positivos demonstrados.
Internação
O tratamento deve ser a princípio, ambulatorial. A internação caberá à equipe de tratamento decidir e será indicada em um dos casos abaixo:
Peso menor do que 80% do peso esperado para a altura e a idade.
Condições físicas de risco como desidratação ou comorbidades
(ex.: diabetes).
Sinais de falência circulatória como baixa pressão arterial, pulso lento, circulação periférica pobre.
Vômitos persistentes ou hematémese
Condições psiquiátricas de risco (ex.: auto-agressividade, depressão, sintomas obsessivos ou comportamentos purgativos graves).
Resposta insuficiente ao tratamento ambulatorial.
CONCLUSÃO
A anorexia nervosa é uma perturbação alimentar que afecta em maioria as mulheres, e se caracteriza pelo medo de ganhar peso e o desejo de emagrecer. Estes factores acabam por levar a pessoa a adoptar estratégias de forma a perder peso, apresentando padrões de alimentação desadequados e prejudiciais à saúde. O seu quadro clínico se caracteriza por sintomas, que levam muita das vezes a complicações graves que afectam os vários sistemas e órgãos, como sendo: Complicações endócrino-metabólicas, Complicações cardiovasculares, Complicações do trato gastrointestinal, Complicações hematológicas, Complicações ósseas e Complicações renais. O diagnóstico realiza-se com base em sintomas como: recusa em manter o peso no limite inferior (ou acima dele) para a idade e altura, medo intenso de ganhar peso ou tornar-se gordo/a, mesmo estando abaixo do peso para a altura e a idade, distorção da imagem corporal e amenorreia. Actualmente, as informações sobre alimentos estão disponíveis em grande variedade na mídia, por meio de revistas, televisão, rádio ou mesmo em panfletos distribuídos em sinais de transito. Essas vias, no entanto, nem sempre são confiáveis ou elaborados por profissionais de saúde. É uma patologia de morbidade e mortalidade potencialmente altas, que apresenta etiologia multifatorial. O tratamento idealmente deve ser feito por uma equipe multidisciplinar (psiquiatra, psicólogo, nutricionista, terapeuta ocupacional, pediatra ou clínico geral e enfermeiro) e a internação deve ser considerada em certos casos. As medicações são reservadas para o tratamento de comorbidades. A comunicação entre os membros da equipe deve ser intensa para que as abordagens sejam coerentes e consistentes, facilitando assim que o jovem e sua família consigam beneficiar-se de todos os esforços a eles destinados.
	
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1- Alimentação, nutrição e dietoterapia (Sandra M.Chemin S. da Silva e Joana D’Arc Pereira Mura. 1ªedic-são Paulo:Roca, 2007. Pág 655/656 Outra: Compendio de Psiquiatria: ciencia do comportamento epsiquiatria clínica/Benjamin James Sadock, Virginia Alcott; traduçao Claudia Dornells-9ªed-Porto Alegre: Artmed, 2007. Pág 788
2- Cordás T. Negrão A. Anorexia nervosa. In: Assumpção FB, ed.
Psiquiatria da infância e adolescência. São Paulo: Ed. Santos;
1994. p.283-90.
3- Fleitlich BW. Transtornos alimentares na adolescência: o papel
dos pediatras. Pediatria Moderna 1997; 33:56-62.
4- Patton G. Mortality in eating disorders. Psychological Medicine
1988;18:947-51.
5- Theander S. A psychiatric investigation of 94 female patients.
Acta Psychiatrica Scandinavica 1970; suppl. 214.

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