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Formação Reticular Neuroanatomia

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FORMAÇÃO RETICULAR 
 
 
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FORMAÇÃO 
RETICULAR 
 
NEUROANATOMIA 
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FORMAÇÃO RETICULAR 
 
 
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FORMAÇÃO 
RETICULAR 
CONTEÚDO: JULIA CHEIK ANDRADE 
CURADORIA: MARCO AURÉLIO PASSOS 
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FORMAÇÃO RETICULAR 
 
 
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SUMÁRIO 
FORMAÇÃO RETICULAR ............................................................................... 4 
FORMAÇÃO RETICULAR – PRINCIPAIS FUNÇÕES ...................................... 4 
REGULAÇÃO DO SONO E DA VIGÍLIA ......................................................... 5 
Controle eferente da sensibilidade .................................................................. 8 
Movimentação voluntária ................................................................................... 9 
Controle do sistema nervoso autônomo e neuroendócrino ....................... 9 
Centros reflexos ..................................................................................................... 9 
SISTEMA MODULATÓRIO DE PROJEÇÃO DIFUSA ..................................... 11 
CORRELAÇÕES ANATOMOCLÍNICAS ........................................................ 15 
REFERÊNCIAS ............................................................................................... 16 
 
 
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FORMAÇÃO RETICULAR 
 
 
4 
 
FORMAÇÃO RETICULAR 
A formação reticular é uma região do sis-
tema nervoso central em que não há 
predominância de substância cinzenta 
ou de substância branca, mas sim uma 
coexistência de corpos e fibras neuro-
nais, de modo difuso. 
A formação reticular está localizada, es-
sencialmente, na porção interna do 
tronco encefálico, mas estende-se para 
o diencéfalo e para a coluna lateral da 
medula espinal. Apresenta funções com-
plexas, em consequência da alta densi-
dade de neurônios locais e pela varie-
dade de neurotransmissores e de sinap-
ses existentes. 
Apesar do padrão difuso, são conheci-
dos alguns núcleos de mesma função na 
formação reticular. Em destaque, temos: 
• Núcleos da rafe; núcleos contendo 
neurônios serotoninérgicos, dis-
postos em colunas ao longo da 
extensão da formação reticular 
do tronco encefálico. O núcleo 
magno da rafe é o maior e mais 
importante dos núcleos da rafe. 
• Locus ceruleus: núcleo contendo 
neurônios noradrenérgicos, que 
apresentam coloração enegre-
cida, devido à produção neuronal 
de melanina. O locus ceruleus está 
localizado na formação reticular 
da ponte, visível à macroscopia 
como uma região escura do asso-
alho do IV ventrículo. 
• Área tegmentar ventral: núcleo 
que contêm neurônios dopami-
nérgicos, localizado na formação 
reticular do mesencéfalo, medial-
mente à substância negra. 
• Núcleo pedúnculo-pontino: con-
têm neurônios colinérgicos que in-
tegram vias de ativação cortical. 
Localizados na formação reticular 
da transição entre a ponte e o 
bulbo. 
Mesmo ocupando uma pequena por-
ção do encéfalo, os neurônios da for-
mação reticular influenciam amplo 
território do sistema nervoso central, 
alcançando cérebro, medula espinal, 
cerebelo e os núcleos sensitivos do 
tronco encefálico. Estas últimas co-
nexões são pouco conhecidas, mas 
parecem integrar as vias de proces-
samento das sensibilidades. 
 
FORMAÇÃO RETICULAR – 
PRINCIPAIS FUNÇÕES 
São funções atribuídas à formação reti-
cular: 
• Regulação do ciclo sono e vigília 
do corpo. 
• Regulação do processamento 
sensitivo, sobretudo da dor. 
• Motricidade somática. 
• Controle neuroendócrino e do sis-
tema nervoso autônomo. 
• Integração de reflexos, sendo al-
guns destes essenciais à vida. 
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FORMAÇÃO RETICULAR 
 
 
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Projeções da formação reticular 
 
Imagem de Michael A.; Bear, Mark F.; Connors, Barry W. 
(2007. Acesso via Wikimedia Commons. 
 
REGULAÇÃO DO SONO 
E DA VIGÍLIA 
A formação reticular é responsável pela 
ativação do cérebro, ao despertar. A 
ação inibitória de outras regiões encefá-
licas sobre estes neurônios é responsável 
pelo rebaixamento de consciência que 
ocorre durante o estado de sono. 
O sono é dividido em duas fases: 
• Sono de ondas lentas: fase do 
sono caracterizada por baixa ati-
vidade do córtex cerebral. 
• Sono REM: fase do sono caracteri-
zada por alta atividade cortical, 
semelhante ao estado de vigília, 
mas em que o indivíduo encontra-
se inconsciente. É nesta fase do 
sono que ocorrem os sonhos e que 
as memórias são intensamente 
processadas no circuito de forma-
ção de memórias (circuito de Pa-
pez). Curiosamente, durante o 
sono REM os olhos movem-se ra-
pidamente, o que explica o termo 
“REM”, sigla, do inglês, rapid 
Projeção cortical difusa 
Tratos sensitivos da 
medula espinal 
Formação reticular 
Impulsos nervosos visuais 
Impulsos nervosos auditivos 
Projeções descendentes para a 
medula espinal (motricidade voluntá-
ria, regulação neuroendócrina e regulação 
das vias sensitivas). 
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FORMAÇÃO RETICULAR 
 
 
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moviment eyes que significa mo-
vimento rápido dos olhos. 
O eletroencefalograma é o exame que 
detecta os traçados elétricos oriundos 
da atividade cerebral e pode ser utili-
zado para o estudo do sono dos pacien-
tes. 
De modo extremamente simplista, po-
dem ser diferenciados dois padrões ao 
eletroencefalograma do sono: 
• Traçado do sono de ondas lentas: 
ondas de alta amplitude e baixa fre-
quência, que se apresentam de 
modo sincronizado. 
• Traçado do sono REM e vigília: ondas 
de baixa amplitude e alta frequên-
cia, de modo dessincronizado.
 
Representação eletroencefalograma 
 
 
 
 
 
 
 
A ativação do córtex cerebral, caracte-
rizada pelo traçado dessincronizado, é 
realizada pelo Sistema Ativador Ascen-
dente (SAA), composto por estruturas 
formação reticular, pelo núcleo tubero-
mamilar do hipotálamo, histaminérgico, 
e pelo núcleo basal de Meynert, um dos 
núcleos da base do corpo estriado ven-
tral, que contêm fibras colinérgicas. 
Os núcleos do SAA localizados na forma-
ção reticular fazem parte do sistema Sis-
tema Ativador Reticular Ascendente 
(SARA), composto por neurônios nora-
drenégicos, do locus ceruleus, serotoni-
nérgicos, dos núcleos da Rafe, e colinér-
gicos do núcleo pedúnculo-pontino. 
Suas fibras podem seguir para o córtex 
cerebral por meio de duas vias: 
• Ramo dorsal do SARA, com sinap-
ses intermediárias nos núcleo in-
tralaminares do tálamo. 
• Ramo ventral do SARA, com si-
napses intermediárias no núcleo 
tuberomamilar do hipotálamo. 
Traçado dessincronizado 
(vigília e sono REM) 
Traçado sincronizado 
 (sono de ondas lentas) 
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FORMAÇÃO RETICULAR 
 
 
7“E como ocorre a transição sono-vigília? 
A ativação cortical ao despertar é reali-
zada pelos mesmos neurônios que ati-
vam o córtex no sono REM?” 
A sonolência sentida minutos antes do 
sono deve-se à ação do núcleo pré-óp-
tico ventrolateral do hipotálamo, que 
inibe a atividade dos neurônios 
monoaminérgicos* do sistema ativador 
ascendente. Ao mesmo tempo, o núcleo 
reticular do tálamo é ativado e inibe a 
atividade dos núcleos talâmicos sensiti-
vos, com a finalidade de diminuir o pro-
cessamento das sensibilidades durante 
o sono, tornando o indivíduo menos sen-
sível aos estímulos do ambiente externo, 
como ruídos. 
*São neurônios monoaminérgicos aqueles 
que apresentam como neurotransmissores 
as monoaminas, sendo as principais: hista-
mina, noradrenalina, adrenalina e seroto-
nina e dopamina. Os neurônios monoami-
nérgicos do SAA contêm os neurotransmis-
sores: histamina, noradrenalina e serotonina. 
A inibição do SAA induz o sono de ondas 
lentas, fase inicial do estado de sono. 
No entanto, cerca de cinco vezes du-
rante o sono ocorrem ativações corti-
cais, correspondentes ao sono REM. A 
alternância entre o sono de ondas len-
tas e os períodos de sono REM é defla-
grada pela ação dos neurônios colinér-
gicos do núcleo pedúnculo-pontino. 
CARACTERÍSTICAS SONO DE ONDAS LENTAS CARACTERÍSTICAS SONO REM 
 
Iniciado pelo núcleo pré-óptico ventrolateral 
(hipotálamo) 
 
Baixa atividade cortical 
Corresponde a 80% do período de sono 
Predomínio de tônus parassimpático 
(Ex. baixa frequência cardíaca, baixa frequên-
cia respiratória) 
 
Também chamado de sono profundo 
 
 
Iniciado pelo núcleo pedúnculo-pon-
tino (formação reticular) 
 
Elevada atividade cortical 
 
Corresponde a 20% do período de sono 
 
Hipotonia corporal 
 
Movimentação oscilatória dos olhos, 
paradoxal à hipotonia 
 
O SARA corresponde ao 
componente da formação 
reticular do SAA. Suas fibras 
ativam o córtex por uma via 
talâmica e por uma via 
hipotalâmica. 
A lesão de qualquer uma das 
vias leva ao rebaixamento 
importante do estado de 
consciência, em gera, ao 
estado de coma. 
 
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A ativação cortical difusa durante o sono 
REM ativa o córtex motor. No entanto, o 
movimento corporal é bloqueado por fi-
bras descendentes do núcleo pedún-
culo-pontino, que exercem sua ação ini-
bitória sob os núcleos motores do tronco 
encefálico e da medula espinal, impe-
dindo os movimentos e levando à atonia 
muscular corporal, com exceção dos 
músculos extrínsecos do bulbo do olho. 
A disfunção dos neurônios descendentes 
do núcleo pedúnculo-pontino leva ao 
distúrbio comportamental do sono REM. 
O paciente com esse distúrbio pode 
apresentar vocalizações e movimentos 
abruptos corporais durante o sono, que, 
por vezes, cursam com acidentes, como 
queda na cama, e ferimentos corporais. 
A transição fisiológica para a vigília 
ocorre a partir do último período de sono 
REM, desencadeada pela ação ativa-
dora do locus ceruleus sob o córtex ce-
rebral. Em geral, o estímulo para a ativa-
ção do locus ceruleus ocorre pelo pro-
cessamento da luz do dia, pela manhã. 
A regulação do ciclo sono e vigília com o 
ciclo circadiano (claro e escuro do dia) 
depende da ação do núcleo supraquias-
mático do hipotálamo, que recebe a 
informação visual de claridade, e da 
glândula pineal. 
 
Controle eferente da sensibilidade 
Por meio de fibras descendentes prove-
nientes da formação reticular, o sistema 
nervoso central é capaz de modular o 
processamento das modalidades sensi-
tivas. Este mecanismo promove: 
- Vias de analgesia: neurônios dos nú-
cleos da rafe são capazes de modular, 
até certo ponto, o processamento da 
dor. Além da importância fisiológica 
desta via, seu conhecimento levou ao 
Sonhos 
 
Intenso processamento de memórias 
 
Também chamado de sono paradoxal 
A exposição à claridade das 
telas dos celulares durante a 
noite é um exemplo de 
estímulo muito comum na 
atualidade capaz de interferir 
no sistema regulatório do 
sono. Isso ocorre, pois a 
claridade é interpretada 
como a luz do dia, levando à 
ativação do locus ceruleus, o 
que dificulta o processo de 
adormecimento. 
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FORMAÇÃO RETICULAR 
 
 
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desenvolvimento de fármacos, como os 
opioides, que promovem seu efeito anal-
gésico potente a partir do efeito excita-
tório sob as vias de analgesia. 
- Atenção seletiva: ocorre em momentos 
de concentração, quando o indivíduo 
passa a não processar certo estímulo 
devido ao foco em outro sentido. Ocorre, 
por exemplo, quando estamos estu-
dando e deixamos de perceber o baru-
lho do ventilador. 
Complementar ao processamento central 
de atenção seletiva existe o fenômeno peri-
férico de habituação, que consiste na au-
sência de processamento de estímulos 
apresentado continuamente. Isso ocorre, 
por exemplo, quando estamos sentados, e 
deixamos de perceber as informações táteis 
da cadeira na qual estamos sentados ou 
das roupas no corpo. A habituação ocorre 
por adaptação dos receptores sensitivos da 
pele, que se tornam menos sensíveis a estes 
estímulos, e deixam, temporariamente, de 
transmitir o estímulo para o sistema nervoso 
central. 
Movimentação voluntária 
Os tratos reticulospinais pontino e bulbar 
são influenciados pelas regiões cerebrais 
de processamento da motricidade e 
descem em direção aos neurônios moto-
res da medula espinal. Estes tratos auxi-
liam na manutenção do equilíbrio e da 
postura. 
Controle do sistema nervoso autônomo 
e neuroendócrino 
Fibras da formação reticular alcançam o 
hipotálamo e regulam sua ação de se-
creção de hormônios centrais. Também é 
por intermédio da formação reticular que 
o comando hipotalâmico alcança os 
neurônios pré-ganglionares do sistema 
nervoso autônomo, importante para o 
homeostase do meio interno corporal. 
Centros reflexos 
Há grupos de neurônios da formação re-
ticular capazes de gerar padrões de mo-
vimentação estereotipada de certos 
grupos musculares, como ocorre na 
mastigação, vômito, locomoção, dentre 
outros movimentos. Os centros reflexos 
podem ser desencadeados por aferên-
cias sensitivas, por mecanismos centrais 
hipotalâmicos ou corticais e, alguns cen-
tros são ativados independentemente 
de qualquer aferência. São especial-
mente importantes na regulação do 
tônus dos vasos sanguíneos e na manu-
tenção da respiração eficaz. Em desta-
que, temos: 
Centro do vômito: localizado na forma-
ção reticular do bulbo. Uma das formas 
de ativação é por meio de estímulos afe-
rentes do trato gastrointestinal, transmi-
tidas pelo nervo vago ao sistema ner-
voso central e processados pelo núcleo 
do trato solitário. As eferências do centro 
do vômito promovem a abertura da cár-
dia do estômago, aumento da pressão 
abdominal com contração do diafragma 
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FORMAÇÃO RETICULAR 
 
 
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e protrusão da língua, que criam um mo-
vimento corporal estereotipado de 
modo promover a expulsão do conteúdo 
que está desencadeando o reflexo. O 
conteúdo que desencadeia este reflexo 
é reconhecido como potencial desorga-
nizador a homeostase corporal, como 
alimentos estragados ou volumes ex-
pressivos de bebidas alcoólicas. 
Reflexo de locomoção: movimento este-
reotipado e coordenado dos membros 
superiores e inferiores durante o andar. 
Este centroreflexo está localizado na 
formação reticular do mesencéfalo e 
pode ser desencadeado desde os pri-
meiros meses de vida. Bebês, ao serem 
apoiados em uma superfície plana, 
apresentam este movimento reflexo e 
realizam movimentos que simulam uma 
caminhada. Com o desenvolvimento, 
este reflexo passa a ser controlado pelo 
córtex cerebral e ocorre apenas durante 
o andar. 
Os centros respiratório e vasomotor 
apresentam atividade neuronal rítmica e 
sincronizada. Estão sob influência do hi-
potálamo, centro de regulação do sis-
tema nervoso autônomo, e podem funci-
onar independentemente de aferências 
sensoriais, apresentando atividade neu-
ronal rítmica e sincronizada. 
Centro respiratório: centro reflexo locali-
zado na formação reticular do bulbo. 
Mesmo funcionando espontaneamente, 
o centro respiratório recebe aferências 
viscerais gerais processadas no núcleo 
do trato solitário que informam o grau de 
distensão dos alvéolos e sobre o teor de 
CO2 no sangue detectado no corpo ca-
rotídeo. 
Eferências do centro respiratório modu-
lam a atividade dos nervos intercostais e 
frênico levando a movimentações da 
caixa torácica que produzem alterações 
na frequência de incursões respiratórias 
e mudanças nas características do mo-
vimento respiratório, tornando-o, por 
exemplo, rápidos com amplitude diminu-
ída ou lentos com amplitude aumentada. 
Centro vasomotor: centro reflexo locali-
zado na formação reticular do bulbo, 
responsável pelo controle da frequência 
cardíaca e do calibre vascular, o que 
promove regulação da pressão arterial. 
Ainda que possa funcionar de modo es-
pontâneo, o centro vasomotor recebe a 
informação de distensão do seio caró-
tico, transmitida via nervo vago, e pro-
cessada no núcleo do trato solitário. A 
depender da informação detectada, a 
eferência do centro vasomotor alcança: 
• O núcleo dorsal do nervo vago, 
promovendo ativação parassim-
pática, promovendo à redução da 
pressão arterial e da frequência 
cardíaca. 
• As fibras pré-ganglionares do sis-
tema nervoso simpático, por meio 
das fibras reticulospinais, promo-
vendo aumento da pressão arte-
rial e da frequência cardíaca. 
 
 
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SISTEMA MODULATÓRIO DE 
PROJEÇÃO DIFUSA 
São sistemas originados na formação re-
ticular e do hipotálamo capazes de mo-
dular a excitabilidade de regiões ence-
fálicas de modo amplo e difuso. São 
compostos principalmente por neurônios 
monoaminérgicos, mas, também, por 
neurônios colinérgicos. Estes neurônios 
apresentam terminações nervosas rami-
ficadas em forma de dilatações, chama-
das de varicosidades, que ajudam a am-
pliar o território encefálico alcançado 
pelos sistemas modulatórios. 
As principais funções dos sistemas mo-
dulatórios de projeção difusa já foram 
descritos e serão, apenas, sistematiza-
das nos próximos tópicos: 
Sistema noradrenérgico: essencialmente 
formado pelo locus ceruleus. Além de as-
sociado à ativação cortical, aumenta a 
atenção e concentração no estado de 
vigília e promove a regulação do humor. 
Todos estes mecanismos são essenciais 
para garantir consolidação de memórias 
eficientes, além de necessárias para boa 
qualidade de vida. 
Sistema serotoninérgico: essencialmente 
composto pelos neurônios dos núcleos 
da rafe. As fibras que ascendem para o 
córtex cerebral atuam na ativação cor-
tical, pelo sistema ativador ascendente, 
mas também promovem comportamen-
tos motivacionais e emocionais, por 
ação difusa no sistema de processa-
mento das emoções (sistema límbico). 
Remédios inibidores da receptação de 
serotonina, como a fluoxetina, são utili-
zados no tratamento de transtornos de 
humor, como a depressão. Estes fárma-
cos aumentam a disponibilidade de se-
rotonina na fenda sináptica, aumen-
tando a ação do sistema de modulação 
difusa serotoninérgico sobre o cérebro, 
potencializando seus efeitos positivos no 
humor. 
Já as fibras serotoninérgicas descen-
dentes alcançam o núcleo do trato espi-
nal do trigêmeo, responsável pelo pro-
cessamento de dor e temperatura da 
cabeça, e também alcançam a substân-
cia gelatinosa da medula espinal, por 
meio das fibras rafe espinais, e modulam 
o processamento da dor e da tempera-
tura processadas nesses locais. 
A formação reticular do bulbo 
contém centros reflexos 
essenciais à vida. São eles: 
centro vasomotor e centro 
respiratório. Assim, a lesão do 
bulbo implica em risco 
iminente de morte, enquanto 
lesões focais do mesencéfalo 
e da ponte podem cursar com 
rebaixamento de consciência, 
como o estado de coma, mas 
não levam à morte. 
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Sistema modulatório de projeção 
difusa serotoninérgica 
 
Imagem de Michael A.; Bear, Mark F.; Connors, Barry W. 
(2007. Acesso via Wikimedia Commons. 
 
Sistema colinérgico: contém neurônios 
localizados no: 
• Núcleo pedúnculo-pontino, res-
ponsável pela ativação cortical 
no sono REM e pela atonia muscu-
lar durante o sono. 
Núcleo basal de Meynert: promove a 
ativação cortical, pelo sistema ativador 
ascendente. 
Núcleos da rafe 
Hipotálamo 
Tálamo 
Medula espinal 
Cerebelo 
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Imagem de BruceBlaus, 2016. 
Acesso via Wikimedia Commons. 
 
Sistema histaminérgico: neurônios locali-
zados no núcleo tuberomamilar do hipo-
tálamo, que participam do sistema ati-
vador ascendente. 
O uso de certas classes de anti-histamí-
nicos, para alívio de náuseas e como an-
tialérgicos, pode causar sonolência 
como efeito colateral. Isto ocorre devido 
à ação central do anti-histamínico, que 
diminui a ativação cortical deste sistema 
modulatório, dando início ao estado de 
sono. 
Você provavelmente conhece o Dramin, 
anti-emético popularmente adminis-
trado para crianças durante longas via-
gens de carro, a fim de diminuir as náu-
seas frequentes durante o percurso. 
Normalmente, as crianças dormem após 
a medicação o que acaba sendo um 
“efeito colateral positivo” durante a via-
gem, que fica mais tranquila para os 
pais. 
Sistema dopaminérgico: a dopamina é 
um potente neurotransmissor, responsá-
vel por duas funções principais: influên-
cia no processamento límbico do prazer 
e modulação da atividade de circuitos 
motores cerebrais. 
Os neurônios dopaminérgicos que estão 
associados à regulação do prazer estão 
na área tegmentar ventral, na formação 
reticular do mesencéfalo. Apresentam 
projeções para áreas límbicas, como a 
área septal, núcleo accumbens e córtex 
Tálamo 
Lobo occipital 
Hipocampo 
Núcleo pedúnculo-pontino 
Núcleo basal de Meynert 
Amígdala 
Núcleos septais 
Lobo frontal 
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pré-frontal. Essas estruturas compõem o 
sistema de recompensa do cérebro, que 
premia ações e pensamentos com a 
sensaçãode prazer. 
Já os neurônios dopaminérgicos associ-
ados à regulação do movimento locali-
zam-se na substância negra do 
mesencéfalo e não realizam projeção 
cortical difusa. Eles projetam-se, especi-
ficamente, para o núcleo putame, do 
corpo estriado e são facilitadores do 
movimento. A disfunção da substância 
negra está associada a sintomas moto-
res de lentidão na execução dos movi-
mentos e rigidez. 
 
Corte transversal do mesencéfalo 
 
 
Imagem Adaptada de Kevin Dufendach, 2007. 
Acesso via Wikimedia Commons. 
 
Colículo superior 
Núcleo rubro 
Pedúnculo cerebral 
Substância negra 
Área tegmentar ventral 
Aqueduto do mesencéfalo 
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Vias dopaminérgicas 
 
Imagem de NIDA, Quasihuman, 2012. 
Acesso via Wikimdia Commons. 
 
Drogas como cocaína e anfetaminas 
atuam, sobretudo, no sistema dopami-
nérgico, diminuindo a receptação da 
dopamina na fenda sináptica, aumen-
tando seu efeito neurotransmissor o que 
promove à sensação de prazer instanta-
neamente aos usuários. A exposição 
contínua a esse estímulo diminui a sensi-
bilidade dos receptores e também pro-
move a diminuição do número de recep-
tores disponíveis na fenda sináptica. 
Esta é a base do fenômeno da depen-
dência química, no qual doses maiores 
da droga são necessárias, na tentativa 
de alcançar a mesma sensação de pra-
zer que o usuário desfruta nos primeiros 
usos. 
Sistema adrenérgico: os neurônios adre-
nérgicos posicionam-se juntos dos neu-
rônios noradrenérgicos do locus ceru-
leus. Atuam no controle cardiovascular 
por meio de fibras ascendentes que al-
cançam o hipotálamo,o e diretamente, 
por meio de fibras descendentes que al-
cançam os neurônios pré-ganglionares 
do sistema nervoso simpático. 
 
CORRELAÇÕES 
ANATOMOCLÍNICAS 
O excesso de dopamina no sistema de 
recompensa é uma das hipóteses para a 
causa da esquizofrenia – uma doença 
mental em que o indivíduo possui 
 
Córtex pré-frontal 
orbitofrontal 
Hipocampo 
Substância negra 
Corpo estriado 
Área septal 
Núcleo accumbens 
Área tegmentar 
ventral 
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dificuldades de diferenciar situações re-
ais das imaginárias, podendo apresentar 
delírios, alucinações, dentre outros sinto-
mas. 
O tratamento de esquizofrenia com an-
tipsicóticos promove à diminuição da 
dopamina no sistema de recompensa o 
que auxilia no controle dos sintomas psi-
quiátricos. No entanto, grande parte dos 
fármacos utilizados não apresenta efei-
tos exclusivamente neste sistema e leva 
à redução da disponibilidade de dopa-
mina de modo global no encéfalo, o que 
afeta as vias dopaminérgicas do movi-
mento. O paciente em tratamento com 
antipsicóticos pode apresentar sintomas 
motores de rigidez e lentificação dos 
movimentos, como efeitos colaterais. 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
MOORE, Keith L. Anatomia Orientada para a Prática Clínica. 7ªed. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan. 
NETTER, Frank H. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 
2000. 
SOBOTTA, Johannes. Atlas de Anatomia Humana. 21ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2000. 
 
 
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