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Tecido Ósseo Índice Introdução Células do tecido ósseo Matriz óssea Periósteo e endósteo Tipos de tecido ósseo Histogênese Articulações Bibliografia Introdução Tecido ósseo O tecido ósseo é um tipo especializado de tecido conjuntivo formado por células e material extracelular calcificado, a matriz óssea. As células são: os osteócitos, que se situam em cavidades ou lacunas no interior da matriz (Figura A); os osteoblastos, que sintetizam a parte orgânica da matriz e localizam-se na sua periferia; e os osteoclastos, células gigantes, móveis e multinucleadas que reabsorvem o tecido ósseo, participando dos processos de remodelação dos osso. Características ● Nutrição: pelos canalículos (união dos prolongamentos de dois osteócitos na calcificação da matriz) ● Matriz mineralizada = rigidez (formada por fosfato de cálcio) ● Denominado tecido conjuntivo especial (mesma origem mesenquimal + ME - matriz extracelular) ● Canalículos possibilitam trocas entre os capilares e os prolongamentos dos osteócitos. (Células da matriz mineralizada) ● Todo tecido tecido ósseo possui endósteo e periósteo (camada interna e externa, respectivamente) Funções ● Suporte: tecidos moles (conjuntivo, epitelial) ● Proteção: órgãos vitais (caixa craniana, torácica) ● Apoio/movimento: músculos esqueléticos (sistema de alavanca) ● Reservatório: fósforo (K+), cálcio (C+) outros ions e metais pesados, se alojam no tecido ósseo. ● Formação hematopoese: originam cells sanguíneas (hemáceas, leucócitos) Composição ● 25-35% do peso do tecido ● Colágeno tipo 1 (90-95%) + ligações entre proteoglicanos e proteínas de adesão. ● Colágeno sendo responsável pela resistência do matriz orgânica. ● Osteóide: matriz recém formada por osteoblastos ativos. Sem calcificação.(orgânica) ● 65-75% do peso do tecido ● Principalmente cálcio e fosfato na forma de cristais de hidroxiapatita. ● Presença de outros sais minerais. (Mg, Na, K) ● Cristais conferem dureza a matriz mineralizada. (Inorgânica) Parte inorgânicaParte orgânica Células Origem: Células Mesenquimais V Células Osteogênicas V Osteoblastos ● Osteoblastos: ● Síntese da matriz orgânica ● Está na periferia (periósteo) ● Formato cúbico ou cilíndrico. ● Grande capacidade de produção da M. Orgânica. ● Diferenciam se em osteócitos. ● Osteócitos ● Derivado dos osteoblastos. ● Amadurece em contato com a matriz mineralizada. Fixo nas lacunas. ● Síntese reduzida da matriz. ● Osteoclastos ● Originados na medula óssea. ● Célula grande, presente no periósteo (periferia óssea) ● Multinucleado (fusão de várias células na mesma região) ● Função de remodelamento ósseo (reabsorção óssea) ● Célula móvel, leva o cálcio da matriz, usando usando a enzima colagenase, alterando o (Ph), e depositando-o na corrente sanguínea. ● Ativado por pressão ou atividade hormonal Membranas ósseas Periósteo: ● Dupla camada de membrana protetora. ● Presença de fibras nervosas, vasos sangüíneos e linfáticos. ● Preso ao osso pelas fibras de Sharpey(colágeno) ● Camada mais externa é fibrosa (tecido conjuntivo denso não-modelado) Endósteo: ● Camada interna osteogênica composta por osteoblastos e osteoclastos. ● Presença dos canais de Havers, Volkman e canal medular. As principais funções do endósteo e do periósteo são a nutrição dá tecido ósseo e o fornecimento de novos osteoblastos para o crescimento e a recuperação do osso. Tipos de ossos ● Nos ossos longos, as extremidades ou epífises são formadas por osso esponjoso com uma delgada camada superficial compacta. ● A diáfise (parte cilíndrica) é quase totalmente compacta, com pequena quantidade de osso esponjoso na sua parte profunda, delimitando o canal medular. ● Principalmente nos ossos longos, o osso compacto é chamado também de osso cortical. ● Os ossos curtos têm o centro esponjoso, sendo recobertos em toda a sua periferia por uma camada compacta. ● Nos ossos chatos, que constituem a abóbada craniana, existem duas camadas de osso compacto, as tábuas interna e externa, separadas por osso esponjoso que, nesta localização, recebe o nome de díploe. Tipos de tecido ósseo Existem dois tipos de tecido ósseo: o imaturo ou primário E o maduro, secundário ou lamelar. ● Aparece primeiro, tanto no desenvolvimento embrionário como na reparação das fraturas. ● Temporário ● Em adultos(pouco frequente): próximo às suturas dos ossos do crânio, nos alvéolos dentários e em alguns pontos de inserção de tendões. ● Fibras colágenas dispostas em várias direções sem organização definida, menor quantidade de minerais (mais facilmente penetrado pelos raios X) e maior proporção de osteócitos. ● Variedade geralmente encontrada no adulto. ● Fibras colágenas organizadas em lamelas paralelas umas às outras ou se dispõem em camadas concêntricas em torno de canais com vasos, formando os sistemas de Havers ou ósteons. ● Substância cimentante(matriz mineralizada, porém, com pouquíssimo colágeno) ● O tecido ósseo secundário que contém sistemas de Havers é característico da diáfise dos ossos longos, embora sistemas de Havers pequenos sejam encontrados no osso compacto de outros locais. Histogênese ● Ossificação intramembranosa ● Ocorre no interior de membranas de tecido conjuntivo. (centro de ossificação primária) ● É o processo formador dos ossos frontal, parietal e de partes do occipital, do temporal e dos maxilares superior e inferior. Contribui também para o crescimento dos ossos curtos e para o aumento em espessura dos ossos longos. ● Diferenciação de células mesenquimatosas em grupos de osteoblastos, os quais sintetizam o osteoide (matriz ainda não mineralizada), que logo se mineraliza, englobando alguns osteoblastos que se transformam em osteócitos. ● Ossificação endocondral ● Inicia sobre um molde de cartilagem hialina, que gradualmente é destruído e substituído por tecido ósseo formado a partir de células do conjuntivo adjacente. ● Peça de cartilagem hialina, de forma parecida à do osso que se vai formar, porém de tamanho menor. Esse tipo de ossificação é o principal responsável pela formação dos ossos curtos e longos. ● 1° a cartilagem hialina é modificada, havendo hipertrofia dos condrócitos, redução da matriz cartilaginosa a finos tabiques, sua mineralização e apoptose. ● 2° as cavidades previamente ocupadas pelos condrócitos são invadidas por capilares sanguíneos e células osteogênicas vindas do conjuntivo adjacente. ● Os centros secundários de ossificação, um em cada epífise, porém não simultaneamente. Esses centros são semelhantes ao centro primário da diáfise, mas seu crescimento é radial em vez de longitudinal. A porção central do osso formado nos centros secundários (nas epífises) também contém medula óssea. ● Quando os centros secundários ocuparem as epífises, o tecido cartilaginoso torna-se reduzido a dois locais: a cartilagem articular, que persistirá por toda a vida e a cartilagem de conjugação ou disco epifisário. ● A cartilagem de conjugação fica entre o tecido ósseo das epífises e o da diáfise. Seu desaparecimento por ossificação, aproximadamente aos 20 anos de idade, determina a parada do crescimento longitudinal dos ossos. Zonas de crescimento epifisário ● Na cartilagem de conjugação, começando ao lado da epífise, distinguem-se as cinco zonas (Figura ao lado): ● Zona de repouso: na qual existe cartilagem hialina sem qualquer alteração morfológica. ● Zona de cartilagem seriada ou de proliferação: na qual os condrócitos dividem-se rapidamente e formamfileiras ou colunas paralelas de células achatadas e empilhadas no sentido longitudinal(longo eixo) do osso. ● Zona de cartilagem hipertrófica: apresenta condrócitos muito volumosos, armazenam glicogênio e lipídios em depósitos. matriz reduzida entre as células. Os condrócitos entram em apoptose. ● Zona de cartilagem calcificada: ocorre a mineralização dos delgados tabiques de matriz cartilaginosa e termina a apoptose dos condrócitos. ● Zona de ossificação: aparece tecido ósseo. Capilares sanguíneos e células osteoprogenitoras originadas do periósteo invadem as cavidades deixadas pelos condrócitos mortos. As células osteoprogenitoras se diferenciam em osteoblastos, formação de camada contínua sobre os restos da matriz cartilaginosa calcificada. Sobre esse restante de matriz cartilaginosa, os osteoblastos depositam a matriz óssea (Figura ao lado). Hormônios que atuam nos ossos Além do hormônio das paratireoides e da calcitonina produzida pela tireoide. A parte anterior da hipófise produz o hormônio do crescimento, que estimula o crescimento em geral, tendo efeito particularmente acentuado sobre a cartilagem epifisária. Todavia, os efeitos desse hormônio não são diretos. Ele estimula certos órgãos, principalmente o fígado, a sintetizar polipeptídios denominados somatomedinas, que têm efeito sobre o crescimento. A falta desse hormônio durante o crescimento produz o nanismo hipofisário. Sua produção excessiva, como ocorre em alguns tumores da hipófise, causa o gigantismo, em crianças, e a acromegalia, quando aparece em adultos. No gigantismo há um desenvolvimento excessivo do comprimento dos ossos longos. No adulto, como o excesso de hormônio do crescimento atua quando já não existem mais as cartilagens epifisárias, os ossos não podem crescer em comprimento, mas crescem em espessura (crescimento perióstico), dando origem à acromegalia , condição em que os ossos, principalmente os longos, tornam-se muito espessos. Os hormônios sexuais, tanto masculino (testosterona) como feminino (estrógenos), têm um efeito complexo sobre os ossos, sendo, de um modo geral, estimuladores da formação de tecido ósseo. Esses hormônios influem sobre o aparecimento e o desenvolvimento dos centros de ossificação. A maturação sexual precoce, causada por tumores que secretam hormônios sexuais, retarda o crescimento corporal, pois, nestes casos, a cartilagem epifisária é substituída precocemente por tecido ósseo. Nos casos de desenvolvimento deficiente das gônadas ou de castração de animais em crescimento, as cartilagens epifisárias permanecem por período mais longo, de modo que o animal alcança um tamanho acima do normal. Baixa concentração de estrógenos é ainda a principal causa da osteoporose. Nesta doença os ossos se tornam menos resistentes, mas a causa não é a deficiência nutricional de cálcio nem de vitamina D. Na osteoporose a concentração de cálcio na matriz orgânica é normal, mas a quantidade de tecido ósseo é menor, e o osso apresenta amplos canais de reabsorção. Esta condição, que pode aparecer em pacientes imobilizados e em pessoas idosas, principalmente mulheres após a menopausa, decorre de um desequilíbrio na remodelação dos ossos, com predomínio da reabsorção sobre a neoformação de tecido ósseo. Tal condição pode ser revertida com a suplementação de cálcio e vitamina D e principalmente por meio da reposição de estrógenos. Consolidação das fraturas Nos locais de fratura óssea, ocorre hemorragia, pela lesão dos vasos sanguíneos, destruição de matriz e morte de células ósseas. Para que a reparação se inicie, o coágulo e restos da matriz devem ser removidos pelos macrófagos. O periósteo e o endósteo próximos proliferam-se formando um tecido rico em osteoprogenitoras, constituindo um colar em torno da fratura e penetrando as extremidades rompidas. Nesse anel ou colar conjuntivo, bem como no conjuntivo que se localiza entre as extremidades ósseas fraturadas, surge tecido ósseo primário, tanto pela ossificação endocondral de pequenos pedaços de cartilagem que aí se formam, como também por ossificação intramembranosa. Podem, pois, ser encontradas no local de reparação, ao mesmo tempo, áreas de cartilagem, áreas de ossificação intramembranosa e áreas de ossificação endocondral. Esse processo evolui e após algum tempo, surge um calo ósseo que envolve a extremidade dos ossos fraturados. O calo ósseo é constituído por tecido ósseo imaturo que une provisoriamente as extremidades do osso fraturado. As trações e pressões exercidas sobre o osso durante a reparação da fratura, e após o retorno do paciente a suas atividades normais, causam a remodelação do calo ósseo e sua completa substituição por tecido ósseo secundário ou lamelar. Se essas trações e pressões forem idênticas às exercidas sobre o osso antes da fratura, a estrutura do osso voltará a ser a mesma que existia anteriormente. Ao contrário dos outros tecidos conjuntivos, o tecido ósseo, apesar de ser rígido, consolida-se sem a formação de cicatriz. Referências Bibliográficas 1. Junqueira, Luiz Carlos Uchoa e José Carneiro. Histologia básica / - [12. ed]. - Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2013. 2. Fábio Goulart de Andrade, Osny Ferrari, ATLAS DIGITAL DE HISTOLOGIA BÁSICA, 1°ed., Rio de Janeiro : UEL, 2014. “Desagregar a arrogância do conhecedor é abranger o máximo de tudo que se pode pensar, a quem preferir fazê-lo.” Elaboração para estudo, por Caio Jorge Gentil Aluno da universidade Veiga de Almeida - RJ
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