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11ª COMPETÊNCIA

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COMPETÊNCIA 
 
 
I. Conceito 
 - vários processos = necessidade de distribuir entre os órgãos jurisdicionais, que são vários. 
Variedade de matérias (civil, penal, trabalhista etc.). 
 - jurisdição una, mas o seu exercício é distribuído, pela CF e pela lei. Divisão do trabalho. Art. 16 
CPC. 
 - Conceito de competência: a) resultado da divisão do trabalho que se opera no interior da 
organização judiciária. b) poder-dever de um órgão para executar aquela parcela de atividades 
jurisdicionais que lhe é atribuída em virtude da divisão do trabalho. c) distribuição das atividades 
jurisdicionais entre diversos órgãos do Judiciário, de acordo com critérios estabelecidos em lei (normas de 
competência); d) quantidade de jurisdição cujo exercício é atribuído a cada órgão ou grupo de órgãos 
(Liebman). 
 - só um órgão jurisdicional exerce em concreto. 
 - a competência não é da pessoa física do juiz, mas do órgão. 
 - OBS.: Estudo de grande importância prática. Através do estudo podemos determinar o órgão com 
o poder-dever de julgar. Sem conhecer as regras de competência, não temos condições de operar no 
Judiciário. QUAL A JUSTIÇA COMPETENTE? 
 
II. Competência internacional 
- Visa a delimitar o espaço em que deve haver jurisdição. O Estado só deve julgar onde a sua 
decisão possa produzir efeitos, princípio da EFETIVIDADE. 
- Outros princípios que informam as regras de competência internacional: PLENITUDO 
JURISDICIONIS, EXCLUSIVIDADE, UNILATERALIDADE, IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO, PROIBIÇÃO DE 
DENEGAÇÃO DE JUSTIÇA e AUTONOMIA DA VONTADE. 
- Arts. 21 e 23 do CPC e 12 da LINDB. 
 Concorrente ou cumulativa, art. 21 e 22, CPC. Podem as causas serem julgadas por 
tribunais estrangeiros. A sentença para ter validade no território brasileiro, deve ser 
homologada pelo STJ. OBS.: Art. 7º, § 6º, LINDB. 
 Exclusiva, art. 23, CPC. Sentença estrangeira nestes casos não pode produzir efeitos no 
território brasileiro. 
 Concorrente e litispendência, art. 24, CPC. Somente nos casos de competência concorrente. 
 
III. Critérios 
III.I objetivo (fixar competência originária) 
 - determinar competência, atendendo certos elementos externos da lide. 
 a) natureza da causa (competência ratione materiae – em razão da matéria): natureza da relação 
jurídica material 
 b) sujeitos/condições das pessoas em lide (competência em razão da pessoa – ratione personae): 
foro especial. 
 c) valor (em razão do valor da causa), juizados especiais civis e juizados especiais da justiça federal 
(L. 10259/01). 
III.II Critério territorial (ou de foro: território dentro de cujos limites o juiz exerce a jurisdição) (fixar 
competência originária) 
 - o órgão jurisdicional exerce jurisdição nos limites de suas circunscrições territoriais. 
 - domicílio do réu – competência territorial geral no processo civil, art. 46, CPC; no processo penal, 
o foro da consumação do delito, art. 70, CPP; e no processo do trabalho, o foro da prestação do serviço, 
651, CLT. 
 - no processo civil pode determinar-se pela situação da coisa, art. 47, CPC e razão dos fatos, 53, IV, 
CPC; foro da sucessão (art. 48, CPC); contra incapazes (50, CPC); foro das pessoas jurídicas (100, III, “a” a 
“c”, CPC); acidente automobilístico (53, V); ação de alimentos (53, II, CPC) – competência territorial especial 
(foro especial). 
III.III Critério funcional ou interna (Ada) 
 - mais de um juiz pode no processo exercer atividades jurisdicionais. 
 - determinar competência funcional, pela qual se separam as atribuições dos diversos juízes num 
COMPETÊNCIA 
 
mesmo processo. 
IV. Competência originária e recursal 
- competência originária: em regra, órgãos inferiores. Órgãos superiores, STF, STJ, está na CF e do 
TJ/MS, art. 114, CE1. Prerrogativa de função - processo penal. 
 - Competência recursal - tribunais: competência para o recurso. 
V. Competência absoluta e relativa 
- interesse público: a quem compete? Justiças diferentes, juízes superiores e inferiores, varas 
especializadas e entre juízes. COMPETÊNCIA ABSOLUTA – não pode ser modificada, art. 64, § 1º, CPC e 
1092, CPP. 
 - interesse das partes somente na distribuição territorial da competência (competência de foro3). 
COMPETÊNCIA RELATIVA. 
 - ação ajuizada em juiz incompetente, o mesmo pronunciará a incompetência e remeterá os autos 
 
1
 Art. 114. Compete ao Tribunal de Justiça: 
I privativamente: 
a) eleger o Presidente e demais titulares dos cargos de sua direção; 
b) organizar seus serviços auxiliares, provendo lhes os cargos nos termos da lei, propondo ao Poder Legislativo a criação ou a 
extinção de cargos e a fixação dos respectivos vencimentos; 
c) elaborar o seu regimento interno, nele estabelecendo a competência de suas Turmas e outros órgãos com funções jurisdicionais 
ou administrativas; 
d) propor à Assembléia Legislativa a alteração do número de seus membros; 
e) propor à Assembléia Legislativa a criação de tribunais inferiores de segundo grau; as alterações da organização e divisão 
judiciárias do Estado; a criação de Juizados Especiais e de Justiça de Paz e a fixação dos vencimentos da Magistratura; 
f) conceder férias e licenças, nos termos da lei, a seus membros e aos magistrados e serventuários que lhe sejam subordinados; 
g) prover, por concurso público de provas ou de provas e títulos, os cargos de provimento efetivo necessários à administração da 
Justiça; 
h) prover, pela forma prevista nesta Constituição, os cargos de Juízes de carreira da sua jurisdição; 
i) resolver os conflitos de atribuições entre autoridades judiciárias e administrativas, quando interessados o Governador ou 
Secretários de Estado, autoridades legislativas estaduais ou o Procurador-Geral de Justiça; 
j) encaminhar ao Governador a lista de nomeação dos Desembargadores indicados pelo quinto constitucional; 
l) exercer, por seus órgãos competentes, o poder disciplinar sobre os Juízes de primeiro grau e Desembargadores; 
m) solicitar a intervenção federal no Estado na forma da Constituição Federal; 
n) exercer a correição dos serviços notariais e de registro; 
o) exercer as demais competências estabelecidas em lei; 
II processar e julgar, originariamente: 
a) nos crimes comuns e nos de responsabilidade, os Deputados estaduais, Secretários de Estado, o Procurador-Geral de Justiça, o 
Procurador-Geral do Estado, o Procurador-Geral da Defensoria Pública, os Procuradores de Justiça, os membros do Ministério 
Público, os Procuradores do Estado, os Procuradores da Defensoria Pública, os Defensores Públicos e os Prefeitos municipais; 
b) os mandados de segurança contra atos do Governador, dos Secretários de Estado, da Mesa da Assembléia Legislativa, do 
Tribunal de Contas, incluídos os dos seus Presidentes, do próprio Tribunal de Justiça, seus membros e Turmas, incluídos os dos seus 
Presidentes, do Conselho Superior da Magistratura, dos Juízes de primeiro grau, do Corregedor-Geral de Justiça, do Corregedor-
Geral do Ministério Público, do Corregedor-Geral da Defensoria Pública, do Procurador-Geral de Justiça, do Procurador-Geral do 
Estado e do Procurador-Geral da Defensoria Pública; 
c) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados; 
d) a execução de sentença ou acórdão nas causas de sua competência originária, facultada a delegação de atos processuais, exceto 
os decisórios; 
e) as representações de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estadual ou municipal e as que tiverem por objetivo a 
intervenção em Município, nos termos desta Constituição; 
f) o pedido de medida cautelar nas representações sujeitas à sua jurisdição; 
g) as causas e conflitos entre o Estado e os Municípios ou entre estes; 
h) os conflitos de jurisdição estabelecidos em lei; 
i) os habeas corpus e os habeas data, impetrados contra autoridades ou funcionários cujos atos estejam sujeitos diretamente à 
jurisdição do Tribunalde Justiça; 
j) os mandados de injunção, quando a ausência de norma regulamentadora de competência o Governador ou da Mesa da 
Assembléia Legislativa tornar inviável o exercício dos direitos e das liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à 
nacionalidade, à soberania e à cidadania; 
III julgar, em grau de recurso: 
a) as causas decididas em primeira instância, na forma das leis processuais e de organização judiciária; 
b) as demais questões sujeitas, por lei, à sua competência. 
2
 Art. 109. Se em qualquer fase do processo o juiz reconhecer motivo que o torne incompetente, declará-lo-á nos autos, haja ou 
não alegação da parte, prosseguindo-se na forma do artigo anterior. 
3
 FORO: lugar onde o juiz exerce as suas funções 
COMPETÊNCIA 
 
ao juiz competente. Todos os atos decisórios serão nulos, salvando-se os demais, 5674, CPP. No processo 
civil a regra é distinta, art. 64, § 4º, CPC. 
 - ART. 5º, LIII, CF – juiz constitucionalmente competente. 
 - Processo civil: a coisa julgada sana relativamente o vício da incompetência absoluta – ação 
rescisória, arts. 966, II e 975, CPC. 
 - Processo penal: revisão criminal ou HC, somente em sentença condenatória, arts. 621 e 648, CPP. 
- COMPETÊNCIA DE FORO – RELATIVA – INTERESSE DE UMA DAS PARTES. Regra: processo civil, réu, 
46, CPC; processo trabalhista, economicamente fraco, art. 651, CLT. 
- Eleição de foro, art. 63, CPC – modifica a competência em razão da vontade das partes. 
 - CPP – é o da consumação do delito, art. 705. Vide ainda arts. 72, 73 e 84, CPP. Os crimes militares, 
definidos em lei própria, são de competência da Justiça Militar. O crime cometido contra a União Federal é 
de competência da JF, art. 109, IV, CF. 
 - ABSOLUTA é a competência improrrogável, não admite modificação. RELATIVA é a competência 
prorrogável, pode ser modificada. 
 
VI. Prorrogação da competência – ampliação da esfera de competência. 
 - Prorrogação legal e voluntária. 
 Legal: conexão ou continência, arts. 54-56, CPC e 76-776, CPP. Prevenção, art. 59, CPC e 78, 
CPP. 
 Voluntária: acordo das partes. Eleição de foro (contrato escrito), admitida somente no 
processo civil, arts. 63 e 65, CPC – prorrogação voluntária tácita. No Processo do Trabalho, deve ser 
sempre analisado em favor do empregado 
- Alegada como preliminar da contestação, arts. 64, caput, 337, II e 340, CPC. Arts. 108, 109 e 396, 
CPP. 
- DESAFORAMENTO7, outra causa de prorrogação da competência, art. 427 e 428, CPP. 
 
VII. Conexão e Continência 
- Economia processual e evitar decisões contraditórias. 
- Em ambos os casos se aplica os artigos 55, § 1º e 286, I, CPC. 
CONEXÃO, 55, CPC: prorrogação de competência, amplia a competência do juízo. 
 Relação de semelhança entre as demandas. Causas que se encontram tão intimamente 
ligadas, em que se anota uma relação tão estreita, que não podem ser conhecidas 
separadamente pelo julgador, visto que o julgamento de uma vez afetar o conteúdo de 
outra. 
 vínculo existente entre ações distintas julgadas pelo mesmo juízo. 
 em virtude dos fatos possuem o mesmo objeto e a mesma causa de pedir. 
 No CPP tem outra configuração, estando prevista as hipóteses no art. 76, I a III, CPP. 
CONTINÊNCIA, 56, CPC: é uma espécie do gênero conexão de causas. também é causa de 
prorrogação. 
 identidade de partes e causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange 
os demais. 
 
4
 Art. 567. A incompetência do juízo anula somente os atos decisórios, devendo o processo, quando for declarada a nulidade, ser 
remetido ao juiz competente. 
5
 Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar 
em que for praticado o último ato de execução. 
6
 Art. 76. A competência será determinada pela conexão: 
I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou por várias 
pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras; 
II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou 
vantagem em relação a qualquer delas; 
III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na prova de outra infração. 
Art. 77. A competência será determinada pela continência quando: 
I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração; 
II - no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, § 1o, 53, segunda parte, e 54 do Código Penal 
7
 O deslocamento, por determinação do Tribunal ad quem, do julgamento do juízo de uma comarca para outra, quando o interesse 
da ordem pública o reclamar ou existir dúvida sobre a imparcialidade do júri. 
COMPETÊNCIA 
 
 Ex.: uma demanda pede anulação de uma cláusula contratual e na outra de todo o 
contrato. 
 No processo penal, a continência tem outra configuração, prevista no art. 70, CPP. 
- no processo trabalhista aplica-se as regras do CPC. 
VIII. Prevenção 
- quem conhecer primeiro de uma das causas conhecerá também da outra. 
- PRORROGAÇÃO: determina a modificação da competência. 
- PREVENÇÃO: permanece apenas a competência de um juiz entre vários competentes. 
- PRE-VENIRE (chegar primeiro), não é fator determinante de modificação de competência. 
- art. 59, CPC. 
- No processo penal, a regra vem consagrada no art. 78, II e 83 do CPP. 
 
IX. Deslocamento da competência 
- 109, § 5º, CF. 
- Efetividade dos direitos humanos – 109, V-A, CF. 
- O STJ deve ser provocado pelo Procurador-Geral da República, não pode agir ex officio. 
- IDC 02 (incidente de deslocamento de competência), autuado em 23/6/2009: 
 
INCIDENTE DE DESLOCAMENTO DE COMPETÊNCIA. JUSTIÇAS ESTADUAIS DOS ESTADOS DA PARAÍBA E 
DE PERNAMBUCO. HOMICÍDIO DE VEREADOR, NOTÓRIO DEFENSOR DOS DIREITOS HUMANOS, AUTOR 
DE DIVERSAS DENÚNCIAS CONTRA A ATUAÇÃO DE GRUPOS DE EXTERMÍNIO NA FRONTEIRA DOS DOIS 
ESTADOS. AMEAÇAS, ATENTADOS E ASSASSINATOS CONTRA TESTEMUNHAS E DENUNCIANTES. 
ATENDIDOS OS PRESSUPOSTOS CONSTITUCIONAIS PARA A EXCEPCIONAL MEDIDA. 
1. A teor do § 5.º do art. 109 da Constituição Federal, introduzido pela Emenda Constitucional n.º 
45/2004, o incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal fundamenta-se, 
essencialmente, em três pressupostos: a existência de grave violação a direitos humanos; o risco 
de responsabilização internacional decorrente do descumprimento de obrigações jurídicas assumidas 
em tratados internacionais; e a incapacidade das instâncias e autoridades locais em oferecer respostas 
efetivas. 
2. Fatos que motivaram o pedido de deslocamento deduzido pelo Procurador-Geral da República: o 
advogado e vereador pernambucano MANOEL BEZERRA DE MATTOS NETO foi assassinado em 
24/01/2009, no Município de Pitimbu/PB, depois de sofrer diversas ameaças e vários atentados, 
em decorrência, ao que tudo leva a crer, de sua persistente e conhecida atuação contra grupos de 
extermínio que agem impunes há mais de uma década na divisa dos Estados da Paraíba e de 
Pernambuco, entre os Municípios de Pedras de Fogo e Itambé. 
3. A existência de grave violação a direitos humanos, primeiro pressuposto, está sobejamente 
demonstrado: esse tipo de assassinato, pelas circunstâncias e motivação até aqui reveladas, sem 
dúvida, expõe uma lesão que extrapola os limites de um crime de homicídio ordinário, na medida em 
que fere, além do precioso bem da vida, a própria base do Estado, que é desafiado por grupos 
de criminosos que chamam para si as prerrogativas exclusivas dos órgãos e entes públicos, abalando 
sobremaneira a ordem social. 
4. O risco de responsabilizaçãointernacional pelo descumprimento de obrigações derivadas de 
tratados internacionais aos quais o Brasil anuiu (dentre eles, vale destacar, a Convenção Americana 
de Direitos Humanos, mais conhecido como "Pacto de San Jose da Costa Rica") é bastante considerável, 
mormente pelo fato de já ter havido pronunciamentos da Comissão Interamericana de Direitos 
Humanos, com expressa recomendação para adoção de medidas cautelares de proteção a pessoas 
ameaçadas pelo tão propalado grupo de extermínio atuante na divisa dos Estados da Paraíba e 
Pernambuco, as quais, no entanto, ou deixaram de ser cumpridas ou não foram efetivas. Além do 
homicídio de MANOEL MATTOS, outras três testemunhas da CPI da Câmara dos Deputados foram 
mortos, dentre eles LUIZ TOMÉ DA SILVA FILHO, ex-pistoleiro, que decidiu denunciar e testemunhar 
contra os outros delinquentes. Também FLÁVIO MANOEL DA SILVA, testemunha da CPI da Pistolagem 
e do Narcotráfico da Assembleia Legislativa do Estado da Paraíba, foi assassinado a tiros em Pedra de 
Fogo, Paraíba, quatro dias após ter prestado depoimento à Relatora Especial da ONU sobre 
Execuções Sumárias, Arbitrárias ou Extrajudiciais. E, mais recentemente, uma das testemunhas do caso 
Manoel Mattos, o Maximiano Rodrigues Alves, sofreu um atentado a bala no município de Itambé, 
Pernambuco, e escapou por pouco. Há conhecidas ameaças de morte contra Promotores e Juízes do 
Estado da Paraíba, que exercem suas funções no local do crime, bem assim contra a família da vítima 
Manoel Mattos e contra dois Deputados Federais. 
COMPETÊNCIA 
 
5. É notória a incapacidade das instâncias e autoridades locais em oferecer respostas efetivas, 
reconhecida a limitação e precariedade dos meios por elas próprias. Há quase um pronunciamento 
uníssono em favor do deslocamento da competência para a Justiça Federal, dentre eles, com especial 
relevo: o Ministro da Justiça; o Governador do Estado da Paraíba; o Governador de Pernambuco; a 
Secretaria Executiva de Justiça de Direitos Humanos; a Ordem dos Advogados do Brasil; a 
Procuradoria-Geral de Justiça do Ministério Público do Estado da Paraíba. 
6. As circunstâncias apontam para a necessidade de ações estatais firmes e eficientes, as quais, por 
muito tempo, as autoridades locais não foram capazes de adotar, até porque a zona limítrofe 
potencializa as dificuldades de coordenação entre os órgãos dos dois Estados. Mostra-se, portanto, 
oportuno e conveniente a imediata entrega das investigações e do processamento da ação penal em 
tela aos órgãos federais. 
7. Pedido ministerial parcialmente acolhido para deferir o deslocamento de competência para a Justiça 
Federal no Estado da Paraíba da ação penal n.º 022.2009.000.127-8, a ser distribuída para o Juízo 
Federal Criminal com jurisdição no local do fato principal; bem como da investigação de fatos 
diretamente relacionados ao crime em tela. Outras medidas determinadas, nos termos do voto da 
Relatora. 
 
X. Perpetuação de jurisdição – perpetuatio jurisdictiones 
 - art. 43, CPC/2015: nenhuma alteração de fato ou de direito suficiente para provocar a alteração 
da competência. Ex.: alteração do domicílio do réu após o ajuizamento da ação.8 
- a perpetuação somente ocorre se houver a supressão do órgão judiciário ou modificação da 
competência em razão da matéria ou hierarquia (competência absoluta). 
 - criação de nova comarca? Questão controversa, admitindo em casos de competência absoluta. 
 - aplicável tmb no processo penal. 
- Súmula vinculante 22 do STF: Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar as ações de 
indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por 
empregado contra o empregador, inclusive aquelas nas quais, ao tempo da edição da EC nº 45/04, ainda 
não havia sido proferida sentença de mérito em primeiro grau. 
 
BIBLIOGRAFIA 
ALVIM, José Eduardo Carreira. Teoria geral do processo. 18. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2015. 
Constituição e Supremo – Versão Completa – STF. 
CARREIRA, Marcus Orione Gonçalves. Teoria geral do processo. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. 
DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual civil, parte geral e 
processo de conhecimento. 17. Ed. Salvador: Ed. Jus Podivm, 2015. 
DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria geral do novo processo civil. São Paulo: Malheiros, 2016. 
GRINOVER, Ada Pellegrini. Teoria geral do processo. 28. ed. São Paulo: Malheiros, 2012. 
 
 
 
8
 Ex.: Súmula 58 STJ. Proposta a execução fiscal, a posterior mudança de domicilio do executado não desloca a competencia já 
fixada. 
COMPETÊNCIA 
 
BIBLIOGRAFIA 
ALVIM, José Eduardo Carreira. Teoria geral do processo. 18. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2015. 
Constituição e Supremo – Versão Completa – STF. 
CARREIRA, Marcus Orione Gonçalves. Teoria geral do processo. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. 
DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual civil, parte geral e 
processo de conhecimento. 17. Ed. Salvador: Ed. Jus Podivm, 2015. 
DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria geral do novo processo civil. São Paulo: Malheiros, 2016. 
GRINOVER, Ada Pellegrini. Teoria geral do processo. 28. ed. São Paulo: Malheiros, 2012.