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25/02/2013 1 Profa. Ângela Hering de Queiroz Período mais primitivo do desenvolvimento cognitivo, já que o desenvolvimento intelectual da criança neste período esta baseado nas suas experiências sensoriais e nas ações motoras. A criança começa a sofrer uma diferenciação progressiva entre o seu eu e o mundo exterior As noções de espaço e tempo são construídas pela ação Esquema: padrão de comportamento ou uma ação que se manifesta com ordem e coerência e que descreve um tipo regular de ação que a criança aplica a vários objetos. Estes comportamentos são repetíveis, generalizáveis e aperfeiçoáveis. Os esquemas possuem uma organização, que no período sensório-motor são denominadas reação circular, um segmento de conduta que o bebê associa a uma consequência que tenta reproduzir repetindo tal conduta. A criança se limita a exercitar o seu equipamento reflexo. A conduta reflexa é automaticamente desencadeada quando ocorre uma determinada estimulação. Processo fundamental de adaptação é a ASSIMILAÇÃO. Nenhuma imitação; nenhuma capacidade de integrar informações de diferentes sentidos. Quando um bebê faz de forma não intencional algo que o agrada, inicia-se um processo de assimilação funcional, o efeito inicial produziu- se ao acaso e porque as ações que a criança repete de modo rotineiro e invariável estão e centradas no próprio corpo. Se o esquema motor se consolida, instaura-se o hábito. Um início de coordenação de esquemas de diferentes sentidos - integração. Fenômeno pré-imitativo, ou seja, a criança só imita o adulto quando a conduta a ser imitada existe previamente em seu repertório. Ocorrem coordenações de esquemas simples cujas consequências são inicialmente casuais, os efeitos associados à conduta ocorrem não mais no próprio corpo, senão no meio físico ou social. O bebê pratica repetidamente, até conseguir produzir a experiência voluntariamente – pré-intensionalidade, “procedimento p/ prolongar espetáculos interessantes” Não basta o prazer funcional do exercício pelo exercício, agora a atenção e interesse da criança deslocam-se para o resultado das ações para o objeto. Neste substágio a imitação de um modelo é deliberada e sistemática, tanto de sons como de movimentos, com duas restrições: a criança imita somente a conduta visível em seu próprio corpo e presente em seu repertório prévio. 25/02/2013 2 Os bebês não reproduzem mais efeitos ao acaso, o bebê busca aquilo que quer, combinando dois esquemas para conseguir isso - intencionalidade. Inicio da noção de permanência do objeto, diminuindo egocentrismo e discriminação entre ela própria e a realidade externa. Progresso na habilidade de imitação, com imitação de gestos e sons novos, embora ainda aproximados. Imitação de movimentos invisíveis – indicando progresso nas representações. O descobrimento de novas relações instrumentais como resultado de um processo de experimentação ajustada à novidade da situação. A criança começa a experimentar ativamente novos comportamentos. Ainda pesam muito as evidências perceptivas diretas, a elaboração de permanência do objeto ainda é vista com dificuldade quando ocorrem deslocamentos dos objetos em trajetórias ocultas para a criança. As imitações tornam-se mais ativas e deliberadas, atingindo uma acomodação do modelo muito mais precisa que nos subestágios anteriores. Adquire novos esquemas através da imitação. Desenvolvimento do uso de símbolos para representar objetos e eventos. A criança compreende que símbolo está separado do objeto. Conhece as propriedades sensório-motoras dos objetos, sem necessidade de agir sobre eles, já que possuem esquemas de ação internalizados, representações. Imitação diferida – a representação do modelo não se faz mais, necessariamente, na presença do mesmo, mas na sua ausência e após longo período de tempo. Os pensamentos são as ações que ocorrem na mente, em lugar do plano físico, o que Piaget denomina de Operações. Período de preparação para as Operações Concretas. Transcorrem aproximadamente cinco anos para as ações, primeiramente organizadas no nível prático, sejam interiorizadas e se organizem em nível representativo, em um sistema que mostra que a criança é finalmente capaz de raciocinar de maneira totalmente lógica em relação a situações concretas. Neste estágio caracteriza-se o início do uso de símbolos, o que pode ser percebido na brincadeira de faz-de-conta. O aparecimento da linguagem faz com que modifiquem-se aspectos intelectuais, afetivos e sociais da criança. completa-se a maturação neurofisiológica, o que permite o desenvolvimento de habilidades como a coordenação motora fina. primeira vaga tentativa da criança no sentido da generalização. Aparecimento da função simbólica em suas diferentes manifestações (linguagem, jogo simbólico, imitação diferida, imagem mental). Pensamentos baseado em pré-conceitos e participações (em um ponto intermediário entre a individualidade dos objetos e a generalidade dos conceitos) e no raciocínio pré-conceitual ou transdução (procede por analogias imediatas e não por dedução). 25/02/2013 3 O raciocínio ainda é simbólico, baseado mais na intuição subjetiva do que na lógica objetiva. Representações baseadas sobre configurações estáticas (próximas de percepção) Controle dos juízos por meio de regulações intuitivas (mas ainda não operações) A criança é centrada em si mesma, e não consegue se colocar, abstratamente, no lugar do outro. A criança supõe que o mundo foi criado para ela, presume que o mundo inteiro compartilha seus sentimentos e desejos Onipotência mágica – pode controlar as forças da natureza. generalidade de conceito (grupo de caracóis) individualidade do elemento (cada caracol em particular) raciocínio que vai do particular para o particular e que procede por analogias imediatas. A criança concentra-se em um aspecto saliente de uma situação e tira uma conclusão relativa à outra situação assimilando indevidamente ambas situações. deixa se levar pela aparência sem relacionar fatos, fazendo uso do pensamento intuitivo. a criança não separa dois fenômenos. O pensamento não trabalha de forma lógica, mas sim na contigüidade, os objetos acontecimentos que ocorrem juntos têm relação causal. a criança é incapaz de levar em conta mais de uma dimensão ao mesmo tempo. A criança reage à aparência imediata, centrando-se na diferença que se destaca de duas quantidades iguais em diferentes formatos. 25/02/2013 4 A criança ainda não é capaz de acompanhar uma série de transformações em tamanho e inverter a direção. Não possui a capacidade de entender que um certo fenômeno é reversível, ou seja, se fazemos uma transformação, podemos recuperar o estado original. atitude concreta, na qual a criança acredita que, por exemplo, sonhos e pensamentos são tangíveis. se manifesta na criança a partir do momento que ela encara a sua perspectiva como a absoluta, ou seja, o que é real para ela existe objetivamente. Todas as coisas são igualmente reais – palavras, retratos, sonhos ou sentimentos. A criança atribui vida para seres inanimados e características humanas para animais respectivamente. A criança acredita que os fenômenos da naturezas de responsabilidade humana ou divina. cada coisa tem uma função e uma finalidade que justifiquem sua existência e suas características. Ex. Nuvens se deslocam porque tem que chover em uma região. Montanha grande para passeio grande e montanha pequena para passeio pequeno. O desenvolvimentomental é caracterizado, neste período, como “o início da construção lógica, isto é, a capacidade da criança de estabelecer relações que permitam a coordenação de pontos de vista diferentes” (BOCK, 1995, p.87) Supera o caráter mutante, instável e subjetivo do pensamento pré-operacional, para obter uma maior coerência, estabilidade e mobilidade. 25/02/2013 5 A criança consegue exercer suas habilidades e capacidades a partir de objetos concretos, reais. Ela é capaz de se envolver em operações mentais que sejam flexíveis e reversíveis. A intuição já é uma ação interiorizada. A criança não precisa agir de maneira efetiva sobre as coisas, pode representá-las e age na realidade de maneira mediatizada (mediante signos, símbolos, ações mentais). A criança neste período já possui um sistema cognitivo organizado, ou seja, ela começa a transformar o meio, características assimilativas que começam atuar de forma integrada com a acomodação. Ela já possui a capacidade de classificação, agrupamento, linguagem socializada. A criança desenvolve noções de tempo, espaço, velocidade, ordem, casualidade, não se limita a uma representação imediata, mas ainda depende do mundo concreto para chegar à abstração. dois grupos podem ser combinados em um único grupo inclusivo. Ex: 2+2=4, meninos e meninas são crianças, A+A’=B A soma de uma série é independente de sua ordem. Ex. duas fileiras de três botões ou três fileiras de dois botões perfazem um total de seis botões, (2+2+2)=6 (3+3)=6 exige que um dos elementos de um grupo seja de tal ordem que, combinado a qualquer outro elemento, deixe inalterado este último. Ex. Na adição o elemento de identidade é o 0; na multiplicação é o 1. Cada elemento do conjunto tem um oposto que, combinado a ele, reverte a operação ao ponto de partida. Capacidade de representar uma ação no sentido inverso de uma anterior, anulando a transformação observada. Ex: (A + B = C; C – B = A); (A > B, B < A) 25/02/2013 6 Criança passa a considerar mais de um atributo, levando em conta dimensões distintas, obtendo noções de espaço, peso, tamanho. Consegue seguir transformações sucessivas da realidade através de todos os caminhos e rodeios possíveis, e ao invés de proceder de um ponto de vista único, consegue coordenar diferentes pontos de vista. Estruturas organizadas do pensamento, que, embora não possuam propriedades matemáticas, são reversíveis e logicamente organizadas, no sentido que cada elemento está relacionado com cada um dos outros. Lógica de classes e lógica de relações. A criança possui a capacidade de classificar objetos em grupos, de estruturá-los e classificá-los. Operações de inclusões em uma classe, manipular relações de parte-todo em um conjunto de categorias: (A+A’=B); (A, A’)x(B, B’)=(AB, AB’, A’B, A’B’). A criança possui a capacidade de dispor objetos de acordo com algumas dimensões quantificadas Ordenação lógica através das quais as crianças podem dispor as coisas em ordem crescente ou decrescente Ex: se (A>B) e (B>C), logo (A>C). A criança sabe que mesmo que o objeto mude a forma, ele permanece com a mesma quantidade de massa. A principal ocorrência neste estágio é a passagem do pensamento concreto para o pensamento formal, abstrato, onde o adolescente realiza as operações no plano das idéias. Ele adquire a capacidade de abstrair e generalizar, podendo raciocinar sobre problemas hipotéticos. Considera todas as soluções possíveis de um problema, formulando hipóteses e testando- as sistematicamente. 25/02/2013 7 Imaginar futuras consequências das ações que realiza; Busca de resposta de modo sistemático e metódico; Raciocínio hipotético-dedutivo: considera hipóteses ou premissas hipotéticas e depois derivar consequências lógicas; Concebe algo que nunca foi visto que deve ser verdadeiro ou observável. A representação agora permite a abstração total. Não se limita mais a representação imediata nem somente às relações previamente existentes, mas é capaz de pensar em todas as relações possíveis logicamente buscando soluções a partir de hipóteses e não apenas pela observação da realidade. As estruturas cognitivas alcançam seu nível mais elevado de desenvolvimento e tornam- se aptas a aplicar o raciocínio lógico a todas as classes de problemas. Nesta fase os adolescentes começam também a se preocuparem com problemas de juízo de valor, ideologias, preocupações com o futuro, avaliam seus próprios pensamentos, bem como refletem a respeito das possibilidades de haver inconsistências e enganos.
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