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Desenvolvimento Piaget Para Piaget o conhecimento é fruto das trocas entre o organismo e o meio Estágios expressam etapas pelas quais se dá a construção do mundo pela criança Para considerar os estágios é preciso que a ordem das aquisições seja constante, sucessiva (não apenas cronológica) e depende da experiencia do indivíduo e não apenas da sua maturação ou meio social Pensamento se organiza de maneira específica em cada estágio O amadurecimento do sistema nervoso possibilita a passagem de um estágio para outro (cérebro amadurece o suficiente para ter novas formas de raciocínio, e passar para nova etapa) Desenvolvimento cognitivo Piaget propôs que o desenvolvimento cognitivo começa com uma capacidade inata de se adaptar ao ambiente. Ao procurar o seio da mãe, pegar uma pedra ou explorar as fronteiras de um quarto, a criança pequena desenvolve um quadro mais preciso de seus arredores e maior competência para lidar com eles. Esse crescimento cognitivo ocorre através de três processos inter-relacionados: organização, adaptação e equilibração. Características dos estágios no desenvolvimento cognitivo: 1. Estruturas elaboradas num determinado estágio devem integrar o estágio seguinte (todo estágio deve ser integrador) 2. um estádio corresponde a uma estrutura de conjunto que se caracteriza por suas leis de totalidade e não pela justaposição de propriedades estranhas umas às outras; 3. Um estádio compreende (ao mesmo tempo) um nível de preparação e um nível de acabamento; 4. É preciso diferenciar, em uma sequência de estádios, o processo de formação e as formas de equilíbrio final. O desenvolvimento ocorre por estádios sucessivos, cada um tem seu patamar de equilíbrio, e juntos vão formando degraus em direção ao equilíbrio final Sensório-motor · 0 a 2 anos · Base de todos os processos cognitivos · Os esquemas sensório-motores são as primeiras formas de pensamento e expressão · Bebês aprendem sobre si mesmos e sobre o mundo através das atividades sensório-motoras (sentidos e atividades motoras) · Respondem por meio de reflexos (respostas biológicas automáticas a estímulos externos) e comportamento aleatório a crianças orientadas para a meta Subestádio 1: exercício dos reflexos *Esquemas: padrões de pensamento e comportamento em determinadas situações · Nascimento 1 mês · Esquemas reflexos: ações espontâneas/respostas biológicas automáticas a estímulos externos · Não coordenam as informações dos sentidos · Reflexos primitivos: Reflexo da sucção, reflexo da pressão palmar · Neonato pode começar a apresentar algum controle sobre os reflexos inatos Subestádio 2: reações circulares primárias · 1 4 meses · Bebê começa a ter comportamentos voluntários · Repetem (propositalmente) comportamentos agradáveis que primeiro ocorrem ao acaso · Reação circular primaria: ação e resposta envolvem o próprio corpo do bebê · Começam a coordenar a informação sensorial (visão e audição) e agarrar objetos · Protusão da língua, sucção do polegar, bebê se volta aos sons · Ex: bebê suga o polegar gosta da sensação suga o polegar *Reações circulares: processos que o bebê reproduz e que foram descobertos por acaso Subestádio 3: reações circulares secundárias · 4 8 meses · Bebê se interessa mais no ambiente · Repete intencionalmente a ação · Reação circular secundária: ação da criança —> resposta de outra pessoa ou objeto —> criança repete ação · Interesse em manipular objetos e aprender sobre suas propriedades Ex: agitar chocalho para ouvir barulho ou fazer sons quando ver uma face amiga Subestádio 4: coordenação dos esquemas secundários · 8 a 12 meses · Desenvolvem comportamentos complexos para atingir uma meta · Comportamento intencional · Coordenam esquemas previamente aprendidos e usam esses comportamentos (já aprendidos) para atingir uma meta · Criança tem ação própria, mas considera que seu corpo não é a única fonte de causalidade, sendo o corpo de outra pessoa também um centro de causalidade · Sinais de permanência do objeto · Ex: olhar para chocalho, agarrá-lo. Atravessar a sala engatinhando e pegar objeto desejado. Afastar objetos indesejados do caminho Subestádio 5: reação circular terciária · 12 a 18 meses · Experimentam novos comportamentos · Exploram o ambiente (andando) —> curiosidade e experimentação · Reação circular terciária: variam ação para obter resultado semelhante · Demonstram originalidade na resolução de problemas —> experimentam comportamentos até acharem a melhor maneira de atingir a meta · Se interessam não apenas em sua ação, mas sobretudo no objeto (criança leva em conta as relações espaciais) · Ex: criança poderá apertar um pato de borracha que fez barulho quando ela pisou nele, para ver se fará o barulho novamente Subestádio 6: combinações mentais ; · 18 a 24 meses · Não se limita mais a tentativa e erro para resolver problemas · Pensamento simbólico: criança representa o mundo exterior através de imagens mentais, memórias e símbolos. Ou seja, consegue pensar sobre eventos e antecipar suas consequências sem precisar recorrer sempre a ação (pensam antes de agir). Conseguem pensar em objetos ausentes · Capacidade de representação: Criança representa eventos mentalmente (mesma coisa que pensamento simbólico) · Sabe usar símbolos, gestos e palavras; sabem fingir (“faz de conta”, agir “como se”) · Criança consegue lembrar e imitar comportamentos dos outros · Transição entre inteligência sensório motora e a inteligência representativa Estágio pré-operatório · Segunda infância —> 2 aos 7 anos · Crianças ainda não preparadas para realizar operações mentais lógicas · Expansão do pensamento simbólico · Criança não pensa, não usa a lógica, ela apenas vê mentalmente o que evoca · Linguagem: criança consegue comunicar seus pensamentos e receber informações · Criança confunde fenômenos psicológicos com a realidade física: acha que existem monstros · Egocentrismo intelectual: raciocínio feito por analogias, falta generalidade e verdadeiro raciocínio lógico · Egocentrismo: ela acha que todos pensam como si mesma, não consegue ver situações pelo ponto de vista de outras pessoas · Dificuldade para observar a conservação de volume: para ela, o copo mais comprido é o que tem mais volume, por exemplo · Imitação: passagem da inteligência sensório motora para inteligência representativa · Não raciocina logicamente sobre causa e efeito: raciocinam por transdução · Ex: João gritou com a irmã, dias depois ela adoeceu. Logo, ele fez a irmã adoecer · Contração: criança se concentra em só um aspecto e não considera outros Operatório concreto · 7 aos 11/12 anos · Pensam logicamente: pensa em objetos e eventos levando em conta diferentes características · Pensamento limitado a situações reais no aqui e no agora · Conceitos abstratos e hipóteses são difíceis de lidar · Adquire a reversibilidade lógica: capacidade de representar uma ação e a ação inversa que a anula ( · Entendimento melhor de: conceitos espaciais, causalidade, categorização, raciocínio indutivo e dedutivo, conservação (formato do recipiente não altera o volume, e duas bolas de massa tem o mesmo peso apesar de terem formas diferentes) e números · Entende que seu ponto de vista não é compartilhado é que está sujeita ao erro —> busca validação externa · Cooperação e autonomia Operatório formal · 11 a 15/16 anos · Capacidade de pensar em termos abstratos —> uso de símbolos, metáforas e alegorias (linguagem figurada) · Raciocínio hipotético dedutivo: consegue tirar conclusões a partir de hipóteses, sem necessariamente observar ou manipular —> raciocínio é um instrumento para resolver problemas · Não há mais a limitação do pensamento no aqui e no agora · Hipóteses e ideias que contrariem sua realidade · Idealismo: oferecer soluções lógicas para problemas do mundo, mesmo que não seja possível aplicar Desenvolvimento moral · Três fases do desenvolvimento moral · O estímulo do meio, tempo influenciam Anomia · Até 5 anos · Nascemos sem consciênciado que é certo ou errado · Obedecem pela necessidade · Obedecem óleo hábito, após repetir muitas vezes a regra · Conforme crescemos e amadurecemos podemos, ou não, ir tomando consciência dos valores morais · Precisa haver um ambiente propício ao desenvolvimento da moral autônoma Heteronomia · 5 a 12 anos · Ser governado por outros —> regras · Regra é a realidade · Obediência se dá pelo medo da punição, ou pelo interesse das vantagens obtidas (por que não pode bater no cachorro? Porque não) · Adultos devem intervir para contribuir —> estabelecimento de regras —> construção da moral autônoma · É preciso que a criança não deve obedecer ao adulto (figura de autoridade) e sim as regras —> estará testando sua validade · Criança avalia o que é bom ou ruim por meio da obediência às regras —> devem ser cumpridas do jeito que são colocadas —> criança não pensa sobre a razão para aquela regra existir · Realismo moral: considera bom ou ruim pela consequência gerada Autonomia · A obediência a regra se dá pela compreensão e concordância com sua realidade universal · Ou seja, obedecemos, pois, concordamos que os motivos para a ação poderiam tornar-se leis universais · Indivíduo tem opinião · Regras não são sagradas —> podem ser alteradas/modificadas conforme a necessidade · Regras servem para estabelecer um melhor convívio social · Respeito mútuo · Compreende sentido de justiça, equidade · Relativismo moral: avaliação individual dos atos, intenção é importante Glossário: Organização: tendência a criar categorias(ou sistemas de conhecimento), observando as características de membros individuais de uma categoria Esquema: as pessoas criam esquemas, são modos de organizar as informações(pensamentos e comportamentos) sobre o mundo —> controlam a maneira como a criança pensa e se comporta em diferentes situações Adaptação: modo como a criança lida com as novas informações à luz do que já sabe Equilibração: pessoas precisam aprender/ se sentem melhor ao entender o mundo a sua volta e assim se mantém em equilíbrio. Quando nos deparamos com algo que não entendemos ficamos em desequilíbrio tentamos compreender (assimilação + acomodação) voltamos ao equilíbrio. Acomodação: faz parte do processo de compreensão. Modificar conhecimentos prévios para compreender coisas novas Assimilação: faz parte do processo de compreensão. Ocorre quando nos deparamos com coisas facilmente compreendidas—> coisas familiares. Compreendo algo novo com base no conhecimento anterior. Ex: A criança rotula o avião como “pássaro” (assimilação). Com o passar do tempo, ela nota diferenças entre aviões e pássaros, o que a deixa um tanto inquieta (desequilíbrio), motivando-a a mudar sua compreensão (acomodação) e dar um novo rótulo para o avião. Ela então se encontra em equilíbrio. Ao organizar novos padrões mentais e comportamentais que integram a nova experiência, a criança restaura o equilíbrio. Assim, assimilação e acomodação operam juntas para produzir equilíbrio. Durante a vida toda, a busca pelo equilíbrio é a força motivadora por trás do crescimento cognitivo.
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