Buscar

Resumo História do Direito Geral e do Brasil

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Continue navegando


Prévia do material em texto

História do Brasil e Geral Flávia Lages de Castro 
 Faculdade Metropolitana da Amazônia – Famaz Abril – 2016 Bárbara Mulatinho 
HISTÓRIA DO DIREITO GERAL E DO BRASIL 
RESUMO 
 
AS LEIS PORTUGUESAS 
 Nos séculos IX e X, somente a península Ibérica escapava ao domínio Árabe.  A partir do século XI com a formação dos reinos cristãos de Castela, Aragão, Navarra e leão, a luta pela expulsão dos mulçumanos inicia-se efetivamente.  No reinado de Afonso IV, de Leão, dois nobres franceses receberiam do rei como recompensa por serviços prestados na “Guerra da Conquista”, suas duas filhas e feudos  Um desses feudos era o Condado Portucalense. 
“PORTUGAL NASCEU COM UMA ESPADA NA MÃO” 
 As guerras chamadas de “Reconquistas marcaram toda a organização do Estado Português.  Para expulsar os mulçumanos era preciso não somente conquistar-lhes as terras, pois esta não trazia delegação de poder hereditário, não significava soberania.  D. Diniz reinou entre 1279 e 1325 e foi importante para a Nação Portuguesa porque unificou a língua em todo território.  Fez valer um documento legal chamado: Lei das Sete Partidas.  Inspirado basicamente no Direito Romano e no Direito Canônico, que tinha em vista suplantar os costumes e o chamado “Direito Velho”. 
DIREITO VELHO 
 Brutalidade nos preceitos jurídicos. Arrasamento de aldeias inteiras como punição para crimes  Utilização da justiça privada e vingança.  O início da história codificada do direito português é o início da luta contra o direito privado que existia em detrimento do direito público.  O serviço judiciário foi reestruturado, com a criação do corpo de juiz – julga questões entre cidadãos e órgãos régios.  Aumenta o número de Almotacéis – inspetores encarregados da exata aplicação de pesos e medidas e da taxação e de distribuição de gêneros alimentícios.  Cargo de Procurado do Concelho – atribuição dos interesses públicos. ORDENAÇÕES – FORMAS DE UNIFICAÇÃO DO DIREITO AFONSINAS  Características eminentemente portuguesas, diferencia-se da legislação espanhola, nasceu no reinado de D. João I; diminuiu ou acabou com as várias leis dispersas pelo reino.  São divididas em 5 livros: 1. Relativo ao regimento dos cargos públicos – governo, justiça, fazenda e exército. 2. Direito eclesiástico, jurisdição e privilégios dos donatários, as prerrogativas da nobreza e o estatuto dos judeus e dos mouros. 3. Respeito ao processo civil 
História do Brasil e Geral Flávia Lages de Castro 
 Faculdade Metropolitana da Amazônia – Famaz Abril – 2016 Bárbara Mulatinho 
4. Direito civil, englobando direito das obrigações e contratos, direito das coisas, direito de família e sucessões. 5. Aborda direito penal e o processo penal 
ESTRUTURA JUDICIÁRIA 
 MAGISTRADOS SINGULARES: 1. Juízes Ordinários: bacharéis em Direito, eleitos pelos “homens bons” da Câmara Municipal. 2. Juízes de Fora: bacharéis em Direito nomeados pelo Rei. 3. Juízes de Órfãos: julgamentos de causas referentes aos interesses de menores. 4. Juízes de Vintena: juízes de paz nas localidades com até 20 famílias. 5. Almotacéis: passariam a ter por função a apreciação de litígios sobre servidão urbana e crimes praticados por funcionários corruptos. 6. Juízes Alvazis e dos Judeus: dirimir questões havidas entre funcionários régis e judeus.  TRIBUNAIS E COLEGIADOS – 2º GRAU DE JURISDIÇÃO 1. Desembargo de Paço: apreciar questões cíveis relativas à liberdade do indivíduo. 2. Conselho de Fazenda: solucionar litígios acerca da arrecadação de tributos. 3. Mesa de Consciência e Ordem: apreciação dos recursos dos demais juízes.  TRIBUNAL COLEGIADO – 3º GRAU DE JURISDIÇÃO 1. Casa de Suplicação: 3º e última instância da justiça portuguesa com competência delimitada.  O rei era o mais alto cargo da Justiça  Distribuía os desembargadores, definia os dias de trabalho destes e do Juiz dos Feitos, do Procurador, do Corregedor e dos Ouvidores. 1. Juiz dos Feitos: responsável por realizar audiências nos Tribunais de Relação ou nas Mesas de Consciências. 2. Corregedor da Corte: era competente para conhecer questões de pessoas afortunadas. Examinavam as contas dos Concelhos, Albergarias, Juízes de Órfãos, etc. 3. Ouvidores: responsável pelo conhecimento de todos os feitos penais que estivessem em apelação, tinha também atribuições administrativas. As Ordenações Filipinas tiveram muita influência do Direito Canônico PECADO = CRIME  Esta legislação não trabalha com uma proporcionalidade entre crime e pecado  A lei servia para incutir medo  Fidalgos e pessoas comuns eram diferenciados ORDENAÇÕES – FORMAS DE UNIFICAÇÃO DO DIREITO 
MANUELINAS 
História do Brasil e Geral Flávia Lages de Castro 
 Faculdade Metropolitana da Amazônia – Famaz Abril – 2016 Bárbara Mulatinho 
 No final das Ordenações Afonsinas, Portugal já havia se lançado na Expansão Marítima, comanda pela burguesia – cruzadas, que eram conquistas de terras e conversão dos não cristãos.  Em 1505 (59 anos após a Ordenação Afonsina), D. Manuel “o Venturoso”, mandou revisa-la e assim gerou a Ordenação Manuelina.  Feita em estilo “decretório” – redação em decretos como se fossem normas novas.  A semelhança se dá na falta de algumas leis, a consulta ao Direito Romano – subsidiário.  Mantém os 5 livros, mas trata de maneira diferente as questões marítimas, de contratos e de mercadorias, inclusive mercadores estrangeiros – proteção dos mercadores locais.  Continua as diferenças entre fidalgos e pessoas comuns (plebeus).  O adultério feminino era odioso, que tornava lícito o homicídio  Sem diferenciação de crime e pecado  As penas passavam por gerações  Exigiu a formação em Direito dos que trabalhavam com a Justiça.  Legisla acerca de Advogados e Procuradores que advoguem para ambas as partes, tentando evitar suborno daqueles que aplicavam o Direito. 
ORDENAÇÕES – FORMAS DE UNIFICAÇÃO DO DIREITO 
FILIPINAS 
 Em 1571, D. Sebastião aos 14 anos, assumindo o trono, com uma tipicidade perigosa para um absolutista: desejava ser herói.  Morre na batalha de Alcácer – Quibir, sem herdeiros, cria uma séria crise dinástica.  Assume o trono, D. Henrique, tio-avô de D. Sebastião que também morre sem deixar herdeiros.  A crise se agrava e vários “candidatos” apresentam-se para a sucessão.  Felipe II – rei na Espanha e de Portugal – neto de D. Manuel e chefe supremo das forças armadas, assume o trono.  Essa união podia gerar o fim de Portugal, mas os portugueses impuseram algumas condições afim de se salvaguardar seus próprios interesses.  Permitiria que o comércio colonial português fosse feito por navios portugueses comandados por portugueses.  No administrativo, os portugueses continuariam a ocupar os cargos.  Leis e costumes seriam respeitados.  A língua portuguesa seria mantida como oficial.  Em 1603, é promulgada a Ordenação Filipina 1. Desejo de centralização do poder real 2. Desejo dos juristas de impor o Direito Romano 3. Tendência de repelir a influência canônica.  Reforma a Ordenação Manuelina  Mantém os livros  Aumenta a quantidade de juízes singulares e proliferam as funções específicas de cada um: 1. Juiz da Índia, Mina, Guiné, Brasil e Armazém: responsáveis pelas questões ultramarinas relacionadas a questão fiscal 
História do Brasil e Geral Flávia Lages de Castro 
 Faculdade Metropolitana da Amazônia – Famaz Abril – 2016 Bárbara Mulatinho 
2. Ouvidor da Alfandega da Cidade de Lisboa: aprecia feito cíveis entre mercadores e questões cíveis e criminais envolvendo funcionários de postos importantes. 3. Corregedor de Comarca: vigiava os membros da justiça, podendo se auxiliado por tabeliões locais, que poderiam substituir os juízes de fora 4. Ouvidor de Comarca: exercia as mesmas funções do corregedor; era nomeado por Carta Régia e exercia mandato por 3 anos. 5. Juiz Ordinário: eleito entre os “homens bons” nas Câmaras Municipais; tinha competência em causas cíveis e criminais. 6. Juiz de Fora: substituíam juízes ordinários nas causas cíveis cujo valor não ultrapassassemmil réis, nos bens de móveis nas localidades de até 200 casas. 7. Juiz de Vintena: existia nas localidades de 20 a 50 casas e afastadas de uma cidade; não tinham competência criminal mas podiam decretar prisões e enviar para o Juiz Ordinário. 8. Almotacéis: competência para julgar as coimas – multas impostas aos proprietários de animais que pastam em lugar indevido; competência para aas causas relativas a servidão urbana praticada por funcionários públicos. 9. Juízes de Sesmarias: escolhido pela Mesa de Desembargo do Paço ou pelos Governadores; tinha função de apreciar demandas acerca de mediação e demarcações da Sesmarias. 10. Juiz de Órfão: apreciava questões relativas aos interesses de menores, inventários e tutorias. 11. Inquiridor: inquerir testemunhas.  No 2º Grau de Jurisdição, a responsabilidade era da “Casa de Suplicação” e do “Tribunal de Relação”. 1. Casa de Suplicação: composta por Desembargadores do Paço, pelo Conselho da Coroa e Fazenda, pela Mesa de Consciência e Ordem e pelo Chanceler da Suplicação.  O 3º Grau de Jurisdição era exercido pela “Casa de Suplicação, presidida pelo Regedor e composta pelo Chanceler Mor e pelos desembargadores da “Casa de Suplicação”.  O julgamento na Ordenação Filipina deve ser o mais célebre possível, evitar a anulação ou qualquer meio que prejudique a sentença se a verdade for sabida.  O Tribunal deveria procurar a verdade dos fatos através da inquirição direta da audiência de testemunhas.  Falso testemunho em casos que envolvesse pena de morte, eram punidos com a morte e os bens iriam para a corte.  A morte era a pena mais utilizada nesse Ordenamento  O degredo para o Brasil estava em 2º lugar  Quatro tipos de condenações à morte: 1. Morte cruel: dolorosos suplícios (pior morte) 2. Vivocombúrio: ato de queimar o indivíduo vivo (mais indicado pela Ordenação) 3. Morte atroz: pena de morte (esquartejamento, queima do cadáver) + confisco dos bens 4. Morte civil: não tem direito algum – o indivíduo morria e os filhos perdiam o Direito Civil (mais cruel). 
 
 
História do Brasil e Geral Flávia Lages de Castro 
 Faculdade Metropolitana da Amazônia – Famaz Abril – 2016 Bárbara Mulatinho 
PERÍODO POMBALINO 
 O Rei D. José II nomeia como secretário de Estado, Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marques de Pombal.  Reforma o Estado Português e dá mais estabilidade a este  Reforça o absolutismo, centraliza a administração política.  Elabora uma série de documentos legais que visam fortalecer a justiça criminal, como o Alvará de 28 de julho de 1751, que punia a todos, incluindo nobres que auxiliassem na fuga de criminosos.  O Marques de Pombal legislou também para proteger a economia portuguesa.  Modernizou a ordem jurídica portuguesa de dois modos: 1. Lei da Boa Razão de 18 de agosto de 1769: que reformulou a estrutura jurídica do direito subsidiário. 2. Reforma dos Estatutos das Universidades: introduziu as cadeiras de Direito Natural, História do Direito Romano e do Direito Pátrio, Direito Público Universal e Direito das Gentes. BRASIL COLÔNIA SEM FÉ, SEM LEI, SEM REI  Para os portugueses, os habitantes originais do território que hoje é o Brasil, eram depreciados porque, em comparação aos europeus da época, os índios não eram cristãos, pois não tinham fé; não legislavam, então não tinham leis; não tinham um chefe supremo, então não tinham Rei.  Mas havia regras que variavam de tribo para tribo.  A divisão do trabalho era feita através de critério sexuais ou etários: homens caçavam, guerreavam e preparavam a terra para o plantio; as mulheres cuidavam da agricultura, do preparo de alimento, da feitura de cestos e objetos. TRATATOS ANTES DO BRASIL E LIMITES DE TERRAS  Antes da tomada de posse de Portugal, o território brasileiro era alvo de disputa por parte de Espanha e Portugal.  Bula Inter Coetera (1493) e Tratado de Tordesilhas (1494) foram os documentos que traziam a posição de primeiros documentos jurídicos que afetaram o que é hoje o Brasil.  Em 1480, houve um tratado entre Portugal e Espanha (Tratado de Toledo), que dava a Portugal a exclusividade de águas e terras ao sul das Canárias. – ao sul das Canárias o Brasil está até hoje.  A viagem de Colombo estremeceu essa relação e D. João II mandou que uma armada fosse enviada para às ilhas visitadas por Colombo. 
ANTIGO SISTEMA COLONIAL E OS PRIMEIROS DOCUMENTOS JURÍDICOS NA COLÔNIA 
 O Brasil dos primeiros tempos não era interessante para Portugal, pois não consideravam o país produtivo.  Apenas o Pau-Brasil interessava e somente o rei dava autorização para a exploração.  Assim foram expedidos os primeiros documentos com valor jurídico.  Portugal não tinha condições financeiras e humanas para empreender posse em um território tão vasto quanto era o Brasil. 
História do Brasil e Geral Flávia Lages de Castro 
 Faculdade Metropolitana da Amazônia – Famaz Abril – 2016 Bárbara Mulatinho 
 As Capitanias Hereditárias vêm como solução para este problema – pedaços de terras eram doados em usucapião hereditário e os donatários ficavam responsáveis pelos investimentos de colonização.  Os donatários recebiam as Cartas de Doação que indicavam as condições de posse de sua capitania.  Recebiam também os Forais, que indicavam seus direitos e deveres.  Podiam exercer justiça, sem ser arbitrário e não podiam exercer o poder judiciário nem o legislativo de forma isolada.  Seguiam as leis do Reino.  As Capitanias Hereditárias, como sistema de colonização, foram um fracasso considerável, com exceção de Pernambuco e São Vicente. 
O MUNICÍPIO, O GOVERNO GERAL E A MONTAGEM DE UM APARELHO JURÍDICO 
 Com o fracasso das Capitanias Hereditárias, foram transladados para a Colônia os princípios de administração local, através do município, com organização e atribuições políticas, administrativas e judiciárias semelhantes à Metrópole.  Criou-se o Governo Geral em 1548, e sua implantação no ano seguinte demonstram mudança de rumo.  Os Governadores seriam subordinados à Metrópole.  O regimento estabelecia que o Governador fizesse aliança com os índios e os catequizasse evitando a sua escravização.  Como auxiliares dos Governadores, foram instituídos 3 cargos: 1. Provedor Mor da Fazenda: cuidava dos impostos 2. Capitão Mor da Costa: com atribuições de defesa 3. Ouvidor Mor: com função jurídica administrativa, era a maior autoridade da Justiça na Colônia  A Ordenação Filipina é quem rege a Colônia 1. Ouvidor: funções administrativas, cabia conhecer e julgar 2. Juiz Ordinário ou da Terra: eleito entre os “homens bons”, processava e julgava processos cíveis e criminais, exercia também papel de Juiz de Órfão quando este não existia. 3. Juiz de Vintena: eleito anualmente pela Câmara dos Vereadores, julgava em processo verbal sem apelação nem agravo. 4. Almotacéis: dois para cada Município, tratavam das servidões urbanas. 5. Juiz de Fora: era nomeado pelo poder central e substituía o Juiz Ordinário nas causas cíveis. 6. Juiz de Órfãos: eleitos ou nomeados, cabia-lhe processar e julgar inventários, partilhas, assim como causas envolvendo tutela e curatela.  Para o 2º e 3º Graus de Jurisdição, o órgão máximo era a Casa de Suplicação, como sede em Lisboa. 
BRASIL REINO 
 Portugal se aliou a Inglaterra, o que gerou sua dependência econômica subordinando os lusitanos a ingleses.  Esses laços de dependência fortaleceram-se ainda mais no decorrer do século XVIII por causa da produção aurífera no Brasil Colônia e a Revolução Industrial na Inglaterra.  Em 22 de outubro de 1887, o governo português assinou a “Convenção Secreta de Londres”, que impôs a transferência da Monarquia Portuguesa para o Brasil. 
História do Brasil e Geral Flávia Lages de Castro 
 Faculdade Metropolitana da Amazônia – Famaz Abril – 2016 Bárbara Mulatinho 
 Essa ideia de transferir a Corte Portuguesa para o Brasil não era nova e muito menos pertencia à Inglaterra.  D. Joao IV tinha a ideia de usar o Brasil como refúgio caso fracassassem seus planos de restaurar o trono. 
CHEGADADA CORTE E ABERTURA DOS PORTOS 
 D. João era o regente, pois seu irmão mais velho, D. José, havia morrido e a rainha apresentava sinais de insanidade mental.  D. João transferiu-se para a Colônia e Portugal encontrava-se sob domínio estrangeiro, isso impossibilitou a manutenção do Pacto Colonial.  A primeira providência do Príncipe Regente foi liberar o comércio do Brasil para outros lugares que não a Metrópole, com o documento, hoje conhecido como Abertura dos Portos às Nações Amigas.  Tal documento conta com um imposto sobre produtos importados, para que o Governo de Portugal no Brasil conseguisse recursos.  Porém, esta abertura dos portos seria provisória  Este documento resultou num grande desenvolvimento do comércio interno e externo  O Brasil estava proibido de manufaturar, pois poderia vir a gerar concorrência com produtos britânicos.  Em 5 de janeiro de 1785, a rainha D. Maria I, promulgou o Alvará que proibia a atividade industrial no Brasil.  Segundo ela, a instalação de fábricas e manufaturas no Brasil, iria afetar a oferta de mão-de-obra da agricultura e da extração de minérios.  Com a vinda da Corte, o Brasil tornou-se o centro político e administrativo do Império Português.  Em 1º de abril de 1808, D. João revogou p Alvará de 1785, visando promover a “riqueza nacional”, melhorando a agricultura e fornecendo meios de subsistência de seus vassalos.  No entanto isso não surtiu efeito considerável no que diz respeito à economia brasileira, mas houve um pequeno desenvolvimento nos setores têxtil e metalúrgico.  O escravismo era um enorme obstáculo ao desenvolvimento industrial no Brasil, porque a priori, os escravos, que eram a maioria, não eram consumidores e grande parte do capital existente concentrava-se na manutenção o sistema agrícola baseado no latifúndio e no escravismo.  Mas a maior barreira era a concorrência dos produtos ingleses.  A partir de 11 de março de 1808, iniciou-se a montagem do Estado Português no Brasil.  Vieram todos os órgãos do Estado: Ministérios do Reino, da Guerra e Estrangeiros, da Marinha e Ultramar, o Rei Erário (Ministério da Fazenda), além de órgãos administrativos.  O modelo transportado para o Brasil era baseado no espirito tradicional do Antigo Regime – monopólio dos postos-chave do Estado.  Em 12 de outubro de 1808, foi criado o Banco do Brasil, que nasceu para ser um instrumento de finanças do Tesouro Nacional.  O Governo pôde emitir moeda e custear o que fosse necessário para o Governo de D. João  A estrutura judiciária também foi transposta para p Brasil – o Conselho Militar e conselho de Justiça.  O Regente fundiu os dois principais Tribunais Portugueses, ao invés de um Desembargo do Paço e uma Mesa de Consciência, foi instituído a “Mesa do Desembargo do Paço, e da Consciência e Ordens”. 
História do Brasil e Geral Flávia Lages de Castro 
 Faculdade Metropolitana da Amazônia – Famaz Abril – 2016 Bárbara Mulatinho 
 Em maio de 1808, D. João criou o Juiz Conservador da Nação Britânica, que eram juízes escolhidos pelos ingleses residentes no Brasil, para julga-los.  Com a vinda da família Real Portuguesa, não se podia mais afirmar que o Brasil era colônia, mas também não era considerado um país.  Após 7 anos sem uma definição, D. João definiu a situação jurídica, chamando de Sede do Governo.  A demora em elevar o Brasil a Reino, se deu porque, ao fazer isso, o Brasil se igualaria a Portugal.  Todas as Nações da Europa já consideravam o brasil como Reino, isto pode ser atestado pelo Ato Final do Congresso de Viena.  Em 16 de dezembro de 1815, D. João deu o aval legal através da Carta de Lei, elevando o status do Brasil à Reino. 
BRASIL IMPÉRIO 
 O processo que desencadeou a independência do Brasil, não foi ideológico.  Havia duas possibilidades: 1. Obedecer às Cortes Portuguesas e aceitar que o Brasil voltasse a ser Colônia 2. Deixar que os chamados radicais continuassem a insuflar o povo contra as cortes para conseguir uma independência com características democráticas republicanas.  A convocação da Constituinte em 3 de junho de 1822, 3 meses antes do episódio às margens do Rio Ipiranga, foi uma das medidas tomadas contra as tentativas de recolonização das Cortes Portuguesas.  A Constituinte estava fada a obedecer subservientemente ás vontades do Imperador. 
A CONSTITUIÇÃO OUTORGADA DE 1824 
 A Comissão nomeada por D. Pedro I para elaborar uma Carta Constitucional foi chamada de Conselho de Estado.  A constituição foi outorgada em 25 de março de 1824 e apesar das críticas, foi assimilada por imposição.  Não era possível para D. Pedro I, centralizar de forma absoluta, o poder em suas mãos.  Era preciso deixar participar do poder, ao menos uma parte da elite econômica (Liberalismo)  Indicava uma divisão de poderes, além dos já conhecidos, Executivo, Legislativo e Judiciário, a primeira constituição brasileira impõe o 4º poder: o Moderador, que é apontado como sendo o meio pelo qual os outros poderes se harmonizavam. É um poder privativo do Imperador.  Os Ministros de Estado seriam nomeados pelo Imperador.  O Legislativo, indicado pelo nome de Assembleia Geral, tinha poder somente por consentimento do Imperador.  Era composto pela Câmara dos Deputados e Senado  Qualquer lei só teria valor no Brasil após a sanção objetiva do Imperador.  O Poder Judiciário tinha seus juízes nomeados pelo Imperador, também sofria a sua intervenção nas ações.  O Imperador seria inviolável e sagrado; não estaria sujeito a responsabilidade alguma.  Haveria no judiciário Relações como tribunais de segunda e última instancia.  O papel de interpretação da lei caberia ao Legislativo, mas a partir de 1841, esta função passou ao Conselho de Estado.  A escravidão era a marca da produção e da cultura do Império. Os escravos eram a maioria da população.  É permitida a “liberdade de religião”, mas para que o indivíduo tenha registro civil, deveria ser católico. 
O CÓDIGO CRIMINAL DE 1830 
 Em 1822, o Imperador enfatizou a urgência de criar a codificação civil e criminal 
História do Brasil e Geral Flávia Lages de Castro 
 Faculdade Metropolitana da Amazônia – Famaz Abril – 2016 Bárbara Mulatinho 
 Em 8 de janeiro de 1831 começa a vigorar o Código Criminal. I. Dos crimes e das penas – arts. 1º ao 67 II. Dos crimes públicos – arts. 68 a 178 III. Dos crimes particulares – arts. 179 a 275 IV. Dos crimes policiais – arts. 276 a 313  A pena de morte era prevista no Código e também era descrita a sua execução.  Apenas a mulher grávida, caso condenada, escapava temporariamente dessa punição.  Outra pena, como a de Galés, prisão com trabalho, prisão simples, banimento, degredo, desterro e suspensão dos direitos políticos dos cidadãos também estavam previstos no código.  Excluía penas com açoites, torturas, marca de ferro quente e todas as penas cruéis.  Decretava que a lei era igual para todos, menos para os escravos que eram considerados coisas.  Esse Código traz o princípio da Legalidade, onde não há crime sem uma lei que o qualifique.  Crimes sexuais também eram previstos e rigidamente punidos  O adultério é considerado crime. Se a mulher cometesse adultério seria punida com a pena de prisão com trabalho por 3 anos; no caso dos homens, só seria punido se mantivesse amante, nesse caso as penas seriam iguais ás das mulheres não era considerado adultério caso fosse apenas “algo passageiro”.  A religião católica era oficial, mas havia a “liberdade religiosa” desde que esta não fosse expressada em público e nem que ofendesse o Estado. 
O CÓDIGO DE PROCESSO CRIMINAL DE 1832 
 Em 29 de novembro de 1832, entra em vigor o Código de Processo Criminal e dá uma nova fisionomia aos Municípios, que são habilitados a exercer atribuições judiciárias e policiais.  Dá autonomia aos Municípios  Em 1841 foi feita uma reforma no código de Processo Criminal, acabando com a descentralização.  Toda a autoridade judicial e policial passou a ser submetida a uma rígida hierarquia. 
ATO ADICIONAL DE1834 O Ato Adicional de 6 de agosto de 1834, dava maior importância e deveres aos Conselhos Provinciais, que passavam a ser Assembleias Legislativas.  O Poder Moderador permanece, o que mantém a centralização do Poder. 
NASCIMENTO DA TRADIÇÃO JURÍDICA BRASILEIRA 
 O código Criminal de 1830 e o de Processo de 1832 foram um marco na legislação do país que não tinha uma escola sequer de formação de advogados.  Nossos primeiros intelectuais tinham sua formação no exterior (França, Portugal)  Somente após os primeiros códigos é que surgiram cursos jurídicos (Olinda, Recife e São Paulo)  Em 7 de agosto de 1843 é fundado o Instituto da Ordem dos Advogados do Brasil. 
A ESCRAVIDÃO E A LEI: CONDIÇÕES E ABOLIÇÃO 
 O trabalho escravo não era desconhecido da sociedade portuguesa medieval.  O escravo é considerado e colocado na condição de mercadoria, portanto, sujeito às relações de alienação  A escravidão está baseada na norma de perpetuidade, isto é, até a morte, a não ser que seja alforriado.  Torna-se escravo no brasil era possível de 2 maneiras: 1. Nascer de mulher escrava 2. Captura feita na África 
História do Brasil e Geral Flávia Lages de Castro 
 Faculdade Metropolitana da Amazônia – Famaz Abril – 2016 Bárbara Mulatinho 
 O Escravo era considerado “pessoa” se cometesse um crime e “coisa” se fosse vítima.  A lei de 10 de junho de 1835, condenava à morte o escravo que matasse seu senhor  Em 1850, a Lei Eusébio de Queiróz foi uma importante modificação na legislação escravista brasileira, pois proibia o tráfico de escravos para o Brasil.  O fim do tráfico negreiro trouxe consequências econômicas e ideológicas para o país.  Em 12 de maio de 1871, o Governo apresentou o projeto que daria a liberdade aos filhos de escravos: a Lei do Ventre Livre; e em 28 de setembro, ela é aprovada.  Em 28 de setembro de 1885, é promulgada a Lei nº 3270, a Lei dos Sexagenários, que garantia a liberdade dos escravos com mais de 60 anos de idade.  Em 13 de maio de 1888, contra todos os que lutavam pela a continuidade da escravidão, a Princesa Isabel, regente na ausência de D. Pedro I, promulga a lei que aboliu de vez a escravidão no país: a Lei Aurea. REPÚBLICA VELHA  Após a abolição, uma parte da elite considerava que o Governo monárquico não atendia mais aos seus interesses  Alguns latifundiários que defendiam a monarquia, mostravam-se apáticos e decepcionados porque a abolição, sem nenhum ressarcimento, foi um golpe de morte e falência e acima de tudo, uma traição  A República, então nasceu de um Golpe Militar.  O exército, descontente com os sucessivos ministérios, derrubou o Governo, com uma parte da classe dominante aplaudindo o feito.  O Governo Provisório, montado no dia 15 de novembro, decretou o Regime Republicano Federalista.  Em sua primeira proclamação, o Governo assegura a continuidade da administração pública, tanto civil quanto militar, bem como da justiça.  No mesmo dia, o nome do país mudava para Estados Unidos do Brasil, e autorizava os Estados a elegerem seus constituintes.  Enquanto essas providências não fossem tomadas, o Governo Provisório indicaria o Governadores.  Era uma verdadeira “Ditadura Militar”, que estava apoiada na força do Exército.  A Família Real foi banida por decreto.  O ato mais importante desta ditadura foi a criação da Comissão Militar de Sindicâncias e Julgamentos, um tribunal de exceção, com direito de decretar pena de morte.  No dia 27 de junho de 1890, Deodoro decidiu convocar as eleições para Assembleia Constituinte, que deveria legitimar o Governo Republicano.  O voto foi limitado a algumas centenas de milhares de pessoas, que o Governo considerava aptos para o ato.  Assim as eleições para a Constituinte não foram representativas.  Foi então, eleita a Assembleia Constituinte, mais ligada aos interesses de grandes latifundiários que aos interesses militares ou ditatoriais de Deodoro.  A constituição de 1891 teve grande influência da Constituição Norte-Americana.  Era República porque se considerava como povo e federativa porque os Estados teriam autonomia.  Elimina-se o Poder Moderador, ficando apenas os 3 poderes clássicos: Executivo, Legislativo e Judiciário. 
PODER EXECUTIVO 
 O Executivo seria composto pelo Presidente da República, e o Vice-Presidente seria indicado pela Constituição e seria o Presidente do Senado. 
PODER JUDICIÁRIO 
 O Poder Judiciário foi montado baseado no sistema dual. Composto pelo Poder Judiciário Federal e pelos Poderes Judiciários Estaduais. 
História do Brasil e Geral Flávia Lages de Castro 
 Faculdade Metropolitana da Amazônia – Famaz Abril – 2016 Bárbara Mulatinho 
 A Justiça Federal ficou a cargo do Supremo Tribunal Federal, que tinha jurisdição ordinária e de recurso, bem como de revisão.  Seria a instancia superior  Os crimes militares teriam foro específico, com um Supremo Tribunal Militar 
PODER LEGISLATIVO 
 O Poder Legislativo, foi por esta Constituição, composta pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal.  Os membros teriam imunidade parlamentar ampla  Dentre as atribuições do Legislativo, estava a de legislar sobre o Direito Civil, Criminal, Comercial e Processual da Justiça Federal. 
O SISTEMA ELEITORAL 
 O voto era voluntário, mas o eleitor não poderia ser analfabeto em sentido absoluto, não poderia ser mendigo, nem religioso e a idade mínima era 21 anos.  As eleições eram feitas de maneira a facilitar a fraude e o voto não era secreto. 
AS NOVIDADES DA CONSTITUIÇÃO DE 1891 
 Esta Constituição previu a mudança da capital federal para o Planalto Central, com argumentos de melhor defesa da capital.  Também previu a separação entre Estado e Igreja  Antes dessa Constituição, todo controle da vida civil estava sob domínio da Igreja Católica. Após a Constituição, esse controle passa a ser da República.  O Princípio da Individualidade das Penas também é coroado nesta Constituição e se encerra a Pena de Morte. 
CÓDIGO PENAL DE 1890 
 Com a abolição da escravatura, o Código Penal de 1830 estava em desacordo com a nova realidade social  Em outubro de 1890 entra em vigor o novo Código Penal  Define o Princípio da Legalidade e o Princípio da Territorialidade para os crimes  Crime e contravenção são explicados neste código, sendo diferenciados  Acabou com as penas “infantes” e as penas restritivas de liberdade em caráter perpétuo, que passou a ser de 30 anos  Previa a progressão de pena e livramento condicional  O voto de cabresto e a ordem de Coronel tornou-se crime  O crime de falso testemunho também estava previsto. 
CÓDIGO CIVIL DE 1916 
 Para a elaboração de um Código Civil é necessário haver uma definição clara de quem são os cidadãos  Em 1890, Clóvis Beviláqua, foi o redator do Código Civil de 1916, e entrega seu projeto para a Câmara dos Deputados, que com parecer favorável, aprova e envia para o Senado, onde ficou emperrado.  A discussão foi retomada em 1912, quando a Câmara propôs que o projeto fosse adotado enquanto o Senado não se pronunciasse.  Diante disso, o Senado aprovou o projeto e em 1º de janeiro de 1916 ele foi sancionado. 
A ERA VARGAS – 1930 – 1946 
 Após a Proclamação no início da década de 20 no século XX, a República foi a expressão da oligarquia dos grandes fazendeiros 
História do Brasil e Geral Flávia Lages de Castro 
 Faculdade Metropolitana da Amazônia – Famaz Abril – 2016 Bárbara Mulatinho 
 São Paulo e Minas Gerais dominavam o cenário político, com a chamada “Política do Café com Leite”, onde uma hora era um presidente paulista (café) em outra era um presidente mineiro (leite).  Em meio a uma crise devido a 1º Grande Guerra, usando o “Convênio de Taubaté” (1906), em que o Governo compraria todo o estoque de café que não fosse vendido, visando a valorização do produto pela diminuição de oferta.  Com a crise política e ideológica, causada pela Crise de 1929, aprofundou ainda mais o problema econômico, que resultou na Revolução de 1930.  Em 1930, na sucessão do PresidenteWashington Luiz, este não indicou um mineiro como previa a política do café com leite.  O assassinato de um dos líderes opositores, agravou a crise, e Washington Luiz foi deposto, assumindo Getúlio Vargas, como chefe do Governo Provisório, pelo Decreto 19.396 de novembro.  Pelo Decreto nº 19.408, organizou-se a Corte de Apelação do Distrito Federal.  Por este mesmo decreto cria-se a Ordem dos Advogados do Brasil, com objetivo de disciplinar e selecionar os advogados.  Em 1932 é promulgado o Código Eleitoral, e nasce a Justiça Eleitoral pelo Decreto 21.076, e instituiu o voto secreto e possibilitou o voto feminino, o voto aos 18 anos e a representação classista nos órgãos legislativos.  O Código permitiu que o alistamento fosse feito de duas maneiras: por iniciativa do cidadão ou por ex-officio, onde os chefes de repartições públicas e empresas eram obrigados a inscrever seus subordinados. 
A CONSTITUIÇÃO DE 1934 
 Em 1932, por terem perdido a hegemonia política e sob a desculpa de uma legalidade e da necessidade de uma nova Constituição, o Estado de São Paulo iniciou uma Guerra Civil contra o Governo.  Em 5 de abril de 1933, foi convocada uma Assembleia Constituinte, sendo as eleições no mês seguinte.  A nova constituição foi publicada no Diário Oficial em 16 de julho de 1934.  Nela estavam preservados o federalismo, o presidencialismo e o regime representativo.  A constituição de 1931, embora reconhecesse o federalismo, buscou não exagerar no caso da elaboração de legislação, desta forma somente a União poderia legislar.  Aos Estados restava a competência para legislar complementarmente.  Os Municípios deveriam ter resguardada a sua autonomia, mas ao mesmo tempo em que os prefeitos eram eleitos, o mesmo não acontecia com os prefeitos das Capitais Estâncias Hidrominerais, que podiam ser nomeados.  O Estado podia intervir nos Municípios em caso de não pagamento das prefeituras das dívidas para com o Estados.  A escolha do Presidente seria feita por sufrágio direto.  O Poder Legislativo mantinha-se dividido em Câmara dos Deputados e Senado.  Mantém a imunidade parlamentar, mesmo com prisão em flagrante.  Ao Senado Federal é dada a incumbência de zelar pela Constituição e coordenar os Poderes.  Nesse sentido, o Senado poderia nomear magistrados, colaborar na feitura das leis e suspender leis declaradas inconstitucionais pelos tribunais.  A Constituição de 1934 estabeleceu o Órgão do Poder Judiciário e resguardou a autonomia do Judiciário.  Foi criada a Corte Suprema em substituição ao Supremo Tribunal Federal.  Esta Corte seria responsável por umas das grandes inovações da Constituição de 1934: a ação direta de inconstitucionalidade, que poderia também ser exercido pelo Presidente da República.  O Ministério Público foi organizado e obteriam o cargo por meio de concurso público  Essa Constituição coroou as leis trabalhistas já existentes, no entanto os trabalhadores rurais, que eram a maioria no país, não obtiveram nada.  Período entre guerras foi, para muitos países, inclusive o Brasil, uma época de encontro. 
História do Brasil e Geral Flávia Lages de Castro 
 Faculdade Metropolitana da Amazônia – Famaz Abril – 2016 Bárbara Mulatinho 
 O país preconizou a estatização de empresas estrangeiras e nacionais, e proibiu que estrangeiros administrassem ou possuíssem órgãos da mídia, companhias marítimas e que exercessem funções de profissionais liberais. 
A CONSTITUIÇÃO DE 1937 
 No Brasil, comunistas e fascistas tentaram tomar o poder entre os anos de 1935 e 1936, sem êxito.  Para combater os revoltosos Vargas decretou Estado de Sítio, isso porque o mandato de Vargas expirava em 1937.  No dia 10 de maio de 1937, Vargas decretou o fechamento do Congresso Nacional e anunciou uma nova Constituição.  No inicio de dezembro todos os partidos são extintos por decreto.  No Estado Novo, construiu-se o mito da Nação e do Povo, buscando tornar-se uma Nação integrada.  A Constituição de 1937, também chamada de Polaca, sofreu grande influência da Constituição Portuguesa de 1935, da Italiana fascista Carta Del Lavoro e da Castilhista de 1891.  Seu tamanho é menor que a de 1934 e deveria ser aprovada por plebiscito que nunca aconteceu.  Como uma nova Constituição imposta feita sob encomenda, esta teve a necessidade de um preâmbulo que não tem razão de ser em Constituições legítimas e democráticas.  Para a Constituição de 1937, embora houvesse a afirmação que o poder emanaria do povo, este seria representado exclusivamente pelo Presidente da República que é a autoridade “suprema”.  Getúlio Vargas se manteria no poder, conforme art. 175, até que fosse realizado o plebiscito que nunca ocorreu.  O Executivo Federal interferiria diretamente nos Estados mediante escolha ou nomeação de interventes.  O Poder Legislativo também ficaria nas mãos do Presidente, entretanto, durante a ditadura Varguista, o Legislativo – federal, estadual e municipal – nunca existiu.  Por tanto, no âmbito federal e estadual, o controle estava nas mãos do presidente; da mesma forma com os municípios, já que os prefeitos eram indicados pelos Governadores.  O Supremo Tribunal Federal, voltou a ter esse nome, mas suas atribuições ficaram maculadas pela própria conjuntura da ditadura.  Um país sem partido e com o poder concentrado de forma objetivas nas mãos de um Presidente nunca eleito  O art. 122 intitulado “Direitos e Garantias Individuais” indicava o poder do Estado sobre a mídia  Posteriormente, Vargas criou o Departamento de Imprensa e Propaganda, DIP, com intuído de censurar e guiar jornais, rádios e apresentações de teatro  Foram mantidas as leis trabalhistas, entretanto, os sindicatos foram cada vez mais subordinados aos interesses e ao controle do Estado.  A Justiça do Trabalho também se manteve sob controle. Não era considerada como parte do Judiciário, mas como uma junta de conciliação. 
O CÓDIGO PENAL DE 1940 E O CÓDIGO DE PROCESSO DE 1941 
 O Código Penal de 1940 foi sancionado pelo Decreto nº 2.848 de 7 de dezembro e entrou em vigor no dia 1º de janeiro de 1942.  Esse código acabou por se representar como superposição do pensamento neoclássico e o positivismo.  Não existia mais os crimes políticos indicados em seus artigos.  O Código de Processo Penal de 1941, tendo sido feito também no período ditatorial varguista, porém, antes disso, foram feitas modificações importantes como o Decreto nº 167 de 5 de janeiro de 1938, que limitou a atuação do Júri. 
 
História do Brasil e Geral Flávia Lages de Castro 
 Faculdade Metropolitana da Amazônia – Famaz Abril – 2016 Bárbara Mulatinho 
A POLÍCIA, A JUSTIÇA E OUTRAS INSTITUIÇÕE DA ERA VARGAS 
 O Estado Novo foi uma ditadura, em que o Poder Executivo era todo centralizado  Nos 15 anos do Governo Vargas, não houve um só dia que não houvesse a possibilidade palpável de censura.  O que o inicio do Estado Novo possibilitou foi uma guinada mais forte e mais aberta para a centralização política, administrativa, econômica, demonstrando com mais obviedade uma aproximação ideológica com o fascismo.  A extralegalidade e a ilegalidade andavam juntas, ou no máximo, uma precedia a outra.  A ação policial se dirigia para o sujeito do crime.  O Estado controlava a polícia. Crimes políticos ou “comuns” eram tratados com a mesma brutalidade e sem o amparo da lei.  As prisões funcionavam, não como ressocialização, mas como uma segregação.  A Justiça ainda era um poder independente, e em 12 de setembro de 1936, foi criado o Tribunal de Segurança Nacional.  As sessões no Tribunal podiam ou não ser públicas, no entanto só entrava quem o presidente do Tribunal autorizasse.  Não havia apelação ou recurso. 10 mil pessoas foram julgadas, metade condenada. 
BRASIL: DE 1946 À DITADURA MILITAR 
 A partir de 1942, quando a posição do Brasil na II Guerra Mundial se definiu em favor das potências liberais, o que acabou por fazer com que o país se engajasse no conflito contra os regimes totalitários.  Era um governo fascistaenviando cidadãos para lutar e morrer contra o fascismo.  Em 1943 esgotara-se o prazo que o Estado Novo impusera para a Legitimação da Constituição de 1937 por meio de plebiscito.  Com as pressões, Getúlio Vargas começou a abrir um pouco a política brasileira, permitiu os partidos políticos.  Entretanto, o Presidente manobrava para se manter no poder.  Como a Constituinte somente poderia reunir-se após eleição presidencial marcada para dezembro de 1945, trabalhistas e comunistas laçaram a campanha conhecida como “queremismo”: “Queremos Getúlio”.  Com o tempo este projeto mudou para “Constituinte com Getúlio”.  Mesmo diante de toda a força popular, em 29 de outubro de 1945, Getúlio foi obrigado a abandonar o poder, transmitindo-o ao judiciário.  Pouco mais de 1 mês depois da deposição de Vargas pelos militares, em 2 de dezembro de 1945, foi realizada a eleição para Presidente, abrindo caminho para a feitura da nova constituição de 1946  Em setembro de 1946 foi aprovada a versão final da nova Constituição do Brasil, cuja base foi a constituição de 1934. O PODER EXECUTIVO  Foi mantido o presidencialismo, porém a definição de Poder Executivo mudou.  Voltava o cardo de Vice-Presidente, porém não fazia parte da composição do Executivo.  As eleições para Presidente e Vice, passaram a ser feitas simultaneamente, mas eram independentes.  O primeiro Vice-Presidente seria eleito pelos próprios Constituintes, que seria também o Presidente do Senado Federal. O PODER LEGISLATIVO  O Poder Legislativo voltou a ser composto pela Câmara dos Deputados e pelo Senado  A função dos Senadores incluía aprovar membros indicados do Judiciário, bem como suspender decretos e leis declaradas inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal.  Membros do Legislativo poderiam exercer cargos do Executivo sem ter que abrir mão do mandato. 
História do Brasil e Geral Flávia Lages de Castro 
 Faculdade Metropolitana da Amazônia – Famaz Abril – 2016 Bárbara Mulatinho 
O PODER JUDICIÁRIO  Restaurou a autonomia do Poder Judiciário, permitindo aos membros o poder de eleger seus dirigentes e estabelecer os parâmetros de sua organização interna.  Assim ficou estruturado: I. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL II. TRIBUNAL FEDERAL DE RECURSOS III. JUÍZES E TRIBUNAIS MILITARES IV. JUÍZES E TRIBUNAIS ELEITORAIS V. JUÍZES E TRIBUNAIS DO TRABALHO  O Tribunal Federal de Recursos, teria sido criado em um momento em que o Supremo estaria com uma excessiva carga de trabalho ocasionada pelos encargos atribuídos a ele pelas Constituições anteriores.  Poderia existir m diferentes localidades se aprovadas pelo Supremo Tribunal Federal.  A constituição de 1946 estabeleceu de maneira muito objetiva o controle de Constitucionalidade, explicitando a supremacia do Poder Judiciário para o tratamento da matéria  A inconstitucionalidade poderia levar a intervenção dos Estados  Os crimes políticos passaram a ser responsabilidade da Justiça Criminal  Retorna a Justiça Eleitoral que havia sido excluía na constituição de 1937, porém não previu uma composição ou um corpo próprio de juízes.  A Justiça do Trabalho passa a ser integrada ao Poder Judiciário.  O Ministério Público foi previsto par as Justiças e os Estados.  Os Estados retomaram a autonomia e a intervenção Federal somente poderia se dar em casos extremos  A independência dos Municípios também é vista nesse texto, os prefeitos das Capitais e Estâncias Hidrominerais continuavam sendo nomeados pelos Governadores.  A Constituição de 1946, confirmou o direito ao voto para alfabetizados maiores de 18 anos e a obrigatoriedade de voto para homens e mulheres.  Quatro anos após a entrada em vigor da Constituição de 1946, foi promulgado o novo Código eleitoral (1950).  Sua liberalidade foi tão rasa quanto poderia ser em um período que foi marcado pelo surgimento da Guerra Fria, dos Blocos Comunistas e Capitalista.  A Constituição de 1946 retomou muitas garantias e tornou constitucionais outras, mas sempre com restrições relativas a partidos ou manifestações contrárias aso “regime democrático”. 
A DITADURA MILITAR 
 A Ditadura de Vargas desarticulou o movimento operário que havia obtido alguma visibilidade desde o início do século e após 1945.  Nos primeiros anos do Governo Dutra, que substituiu o Estado Novo, a paralisia dos movimentos operários se quebrou e os trabalhadores viram na conjuntura democrática uma possibilidade de resolução de seus problemas salariais e de sobrevivência.  Nos primeiros anos após a queda da ditadura de Vargas houve muitas greves e a resposta de Dutra foi violenta.  Esta situação do governo Dutra estendeu-se durante todo o período de 1945 a 1964.  Esse período foi chamado por alguns de “ experiência democrática”, e foi uma fornalha prestes a explodir.  De um lado o operariado urbano desejoso de maior participação e melhorias de visa, junto com eles uma massa crescente de despossuídos que ocupavam os morros e periferias das cidades; de outro lado, a elite, acostumada a não ter muitos problemas para impor sua vontade. 
História do Brasil e Geral Flávia Lages de Castro 
 Faculdade Metropolitana da Amazônia – Famaz Abril – 2016 Bárbara Mulatinho 
 Esse período não foi democrático de forma absoluta, como poderia parecer ao passar os olhos na Constituição de 1946.  O movimento militar de 1964 não nasceu da noite para o dia, foi o momento culminante e o desfecho de um alonga crise gerada pela instabilidade institucional que subsistiram no país desde 1930.  Desde a posse de João Goulart, a liderança da elite brasileira, aliada às multinacionais passou à ação golpista e um de seus instrumentos foi a IPES (Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais).  Pela nova mentalidade militar, incorporada amplamente pelas altas patentes chamada “Sourbonne Brasileira”, a Academia Militar das Agulhas Negras, inimigo a quem as forças armadas deveriam combater não eram mais o estrangeiro, eram os indivíduos e os grupos que pudessem pôr em risco a ordem no País.  Entre 31 de março e 1º de abril de 1964, o país dobrou o cabo da democracia em direção a uma ditadura que tornar-se-ia cada vez mais fechada, mais violenta e disposta a não reconhecer a linha divisória entre legalidade e ilegalidade.  João Goulart foi deposto por uma revolta militar  A Constituição determinava que uma eleição deveria ser convocada para dentro de 30 dias.  Seis dias depois do golpe, os ministros militares obtiveram o que queriam e a legislação exigida por eles daria amplos poderes para expurgar o funcionalismo civil e revogar os mandatos das legislaturas federais e estaduais. ATO INSITUCIONAL Nº 1  O Ato Institucional, foi elaborado com a participação de Francisco Campos, o mesmo autor da Constituição Ditatorial de 1937.  O AI-1, como ficou conhecido, iniciou uma época em que era necessário, reinventar palavras, legislar além da constitucionalidade.  Legitimou o Golpe Militar, estabelecendo “Poderes Constituintes”, e estaria acima do poder legislador de uma constituição e assim estiveram por duas décadas.  Os militares tomaram para si o poder de legislar afirmando categoricamente que sua legitimidade não vinha do Congresso Nacional.  A eleição para presidente e vice seria feita pelo Congresso.  O Estado de Sitio poderia ser decretado pelo Presidente eleito indiretamente  Garantias constitucionais ou legais ficaram suspensas e perderam assim o sentido que a palavra garantia lhe dava  Entre 1964 e 1966, cerca de 2 mil funcionários públicos foram demitidos ou aposentados compulsoriamente  Nem os próprios militares escaparam da “limpeza” inicial que afetou milhares de famílias brasileiras  Sete em cada dez confederações de trabalhadores e sindicatos tiveram suas diretorias depostas  A tortura foi uma constante desde o início da ditadura.  O instrumento deste combate eram os IPMs – INQUÉRITOS POLICIAIS MILITARES – que resultaram entre 1964 e 1966, processos judiciais conta mais de 2 mil pessoas.  A popularidade do Regime Militar enfrentaria um grande teste, principalmenteem Estados como a Guanabara e Minas Gerais.  Castelo Branco tratou de dar mais garantias ao “teste”, fazendo aprovar duas medidas: a Lei de Inelegibilidade e o Estatuto dos Partidos Políticos. ATO INSTITUCIONAL Nº 2  A Lei da Inelegibilidade barrava a candidatura de qualquer ex-ministro de João Goulart e o Estatuto dos Partidos Políticos, a médio e longo prazo, impediria a existência de pequenos partidos.  O Ato Institucional nº 2 (AI-2) de 27 de outubro de 1965, acabou por restaurar muitos dos poderes especiais que tinham expirado com o 1º ATO e investiu os “revolucionários” de poder constituinte permanente.  O AI-2 foi uma das mais fortes ações políticas que atuaram sobre as Constituições Brasileiras, especialmente sobre o Poder Judiciário. 
História do Brasil e Geral Flávia Lages de Castro 
 Faculdade Metropolitana da Amazônia – Famaz Abril – 2016 Bárbara Mulatinho 
 A Lei lhes era interessante enquanto não atrapalhassem seus objetivos, o Estado de Direito virou Estado Militar.  Tendo o controle dos órgãos máximos do Judiciário brasileiro, o AI-2 passou ainda para o domínio de Tribunal Militar, o julgamento de crimes “contra a segurança nacional”.  No campo político, o Presidente e Vice da República seriam eleitos de maneira indireta, por “Colégio Eleitoral”.  Assim surgiram os dois partidos da ditadura: o MDB (Movimento Democrático Brasileiro) e o ARENA (Aliança Renovadora Nacional)  As cassações voltaram a ser feitas pelo Presidente e o Estado de Sítio também pode ser instituído por ele.  Com o AI-2, essas cassações implicavam em algo mais que simples afastamento de um cargo político, gerava inclusive uma “mordaça”, impedindo o cassado de se pronunciar sobre questões políticas.  A independência dos Estados também foi afetada pelo AI-2, que previa intervenção do Governo Federal.  O Executivo controlava então, o Judiciário e poderia cassar mandatos no Legislativo. 
ATO INSTITUCIONAL Nº 3 
 Em 1966, haveria eleições para Governadores e Prefeitos e a linha dura não queria mais arriscar  Mas esta eleição não passava de um arremedo de farsas para que houvesse a impressão longínqua de normalidade democrática.  O AI-3 tornou a eleição para o Governo do Estado, indireta como a de Presidente.  A eleição seria por chapa e os prefeitos de capitais seriam indicados pelos Governadores. 
ATO INSTITUCIONAL Nº 4 
 O AI-4 nada mais foi do que a convocação do Congresso Nacional para votar a Constituição  A nova Constituição foi feita no decorrer de 1966 por uma equipe de quatro constitucionalistas nomeados pelo Presidente.  A Constituição de 1967 nada mais era que a de 1946 extraídos os pontos democráticos demais e incluídos os Atos Constitucionais.  O Executivo ganhou poder, inclusive para apurar crimes contra a Segurança Nacional.  Também interferiria na questão legislativa sempre que considerasse necessário.  Dava ao Presidente muitos poderes  A intervenção federal poderia acontecer até o nível municipal.  Aparece dando força Constitucional a Lei de Segurança Nacional, que visava a defesa contra o tipo de “guerra interna”.  A Justiça permaneceu como havia sido indicado pelos ATOS 1 e 2  O país contava com um órgão de investigação de “subversivos”, ou seja, antagonistas políticos de toda espécie, o SNI – Serviço Nacional de Informação.  A destruição da vida política pelo Governo Castelo Branco não passou despercebida para muitos setores da sociedade brasileira.  Costa e Silva, 2º Presidente do regime, teve que enfrentar uma enorme onda de protestos em todo o país  O movimento estudantil ganhou forças na década de 60, principalmente contra as ações do Governo Militar.  Uma parte da Igreja Católica, alinhando-se ao pensamento que tomou o nome de Teologia da Libertação, passaram a apoiar os protestos contra a ditadura militar.  Mas a direita também começava a se movimentar, movimentos como o CCC – Comando de Caça aos Comunistas – e o Movimento Anticomunista se tornavam mais conhecidos. 
 
 
História do Brasil e Geral Flávia Lages de Castro 
 Faculdade Metropolitana da Amazônia – Famaz Abril – 2016 Bárbara Mulatinho 
ATO INSTITUCIONAL Nº 5 
 O Ato Institucional nº 5 veio transformar uma ditadura em um Regime pior ainda e o Ato Suplementar nº 38, colocava o Congresso em recesso permanente.  Todo o poder foi dado ao Presidente. Era ele quem teria os domínios sobre o Legislativo – federal, estadual e municipal.  Seu poder seria restrito ao Legislativo. O Executivo de Estados e Municípios também estariam sob seu poder.  A suspensão de Direitos Políticos gerou alguns efeitos.  No Judiciário, em janeiro de 1969, três ministros do STF foram forçados a se aposentar; o Presidente do Supremo acabou renunciando em protesto.  Nem a questão da propriedade estava livre do poder presidencial, que podia decretar o confisco de bens.  Foi suspendido o Habeas Corpus para crimes político, deixando os brasileiros a mercê de qualquer tipo de coação do Estado.  O AI-5 estabeleceu que os encarregados dos Inquéritos Policiais podiam prender qualquer indivíduo por 600 dias, tempo m ais que suficiente para que a tortura acontecesse de maneira mais facilitada.  O Regime Militar depois do AI-5, legiferou com afinco, como que para legalizar seus atos.  Mais 11 Atos Institucionais foram decretados. O AI-13, decretava o banimento de cidadãos brasileiros considerados indesejáveis.  O AI-14 possibilitava a pena de morte  O Regime chegou a baixar em Decreto-Lei (nº 477 de 26 de fevereiro de 1969) que continha um Código Penal para delitos cometidos por professores e alunos de instituições de ensino públicas e particulares.  Com Médici, o Brasil viveu seus anos mais sombrios, com ele a Constituição de 1967 recebeu a Emenda nº 1, que a título de propaganda foi chamada de Constituição de 1969.  A emenda previa diminuição de representação na Câmara dos deputados e nas Assembleias Legislativas Estaduais. 
A REDEMOCRATIZAÇÃO E A CONSTITUIÇÃO DE 1988 
 A partir de 1978, no último ano do Presidente General Ernesto Geisel, forças populares começaram a ressurgir por todo o país.  Nesse período, várias mortes na prisão de opositores do governo, jornalistas, operários, repercutiriam muito negativamente na opinião pública.  Como o Governo do General João Batista Figueiredo, a palavra “abertura” que indicava naquela época uma redemocratização, estava em voga.  Mas o General apenas substituiu o AI-5 pela “salvaguarda”; com mesmo efeito do AI  Nos últimos meses de 1983 teve início em todo país uma campanha pelas eleições diretas para Presidente intitulada “Diretas já!”, chegando ao auge em abril de 1984, quando a emenda Dante de Oliveira, proposta de emenda constitucional para restabelecer as eleições diretas, foi votada.  Canalizou-se energia para tentar eleger, indiretamente, por Colégio Eleitoral, um Presidente civil.  O presidente eleito adoeceu e morreu, e seu vice José Sarney, assumiu como o 1º Presidente civil depois de duas décadas de ditadura.  O país voltou suas esperanças para uma nova Constituição. 
A CONSTITUIÇÃO DE 1987/88 
 Sob uma inflação galopante e imensa, os trabalhos constituintes se iniciaram em fevereiro de 1987 e pela 1º vez na história do país, a Constituição aceitava propostas encaminhadas pelo povo.  Desde a sua instalação a pressão se Presidente se fazia presente, principalmente através da legislação ditatorial que ainda existia. 
História do Brasil e Geral Flávia Lages de Castro 
 Faculdade Metropolitana da Amazônia – Famaz Abril – 2016 Bárbara Mulatinho 
 Para uma noção geral, a Constituição hoje em vigor, foi feita por pessoas que não refletiam a heterogeneidade do Brasil.  Os latifundiários também estavam presentes e organizados e através da UDR União Democrática Ruralista) conseguiu quase tudo que desejava.  A Constituição de 1988 tem uma característica que a faz alvo de críticas: muitos elementos estabelecidos em seus parágrafos e incisos poderiam ter sido definidos em legislação comum.  A Lei Maior pareciao lugar mais protegido que as conquistas democráticas poderiam ficar.  Na Constituição de 1988, chamada de “Constituição Cidadã”, os Direitos Individuais Clássicos são assegurados  O art. 5º é um exemplo disso: princípios como liberdade de expressão (art.5º, IX), reunião (art. 5º, XVI), privacidade (art. 5º, X), inviolabilidade de domicílio (art.5º, XI), inviolabilidade de correspondências (art.5º, XIII).  Estabeleceu também uma série de garantias trabalhistas: universalização do direito de greve incluindo os funcionários públicos (art. 9º), a irredutibilidade dos salários (art. 7º, VI), a participação nos lucros (art. 7º, I).  O judiciário voltou a ter independência com autonomia funcional, administrativo e financeira  O Legislativo também tomou de volta sua independência inclusive aumentando o espectro de possibilidades de seu poder.