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1 AULA 5: EFEITOS CRUZADOS, INTEGRABILIDADE E PREFERENCIA REVELADA 1. Efeitos Cruzados; 2. Integrabilidade; 3. Preferência Revelada; 4. Bibliografia e Exercícios sugeridos. 1. Efeitos Cruzados Na análise da relação entre a demanda e os preços focalizamos até agora os efeitos diretos isto é, o impacto de uma variação no preço do bem sobre a demanda deste bem. Nesta seção, concentraremos nossa atenção sobre os efeitos cruzados isto é, os efeitos de uma variação no preço de um bem sobre a demanda de um outro bem. Vimos na Seção 5 da Aula 3 que é valida a seguinte decomposição dos efeitos marginais de uma variação no preço de um bem j sobre a demanda de um bem : i ),(| ),( Rpvu j h i p upx =∂ ∂ = +∂ ∂ j i p Rpx ),( ),(.),( Rpx R Rpx j i ∂ ∂ nji ,...,1, = Deste modo, para ji ≠ vale também a equação de Slutsky para os efeitos cruzados: =∂ ∂ j i p Rpx ),( ),(| ),( Rpvu j h i p upx =∂ ∂ + [- ),(.),( Rpx R Rpx j i ∂ ∂ ] 2 A equação acima nos diz que o efeito cruzado de uma variação no preço do bem j sobre a demanda do bem também pode ser decomposto em um efeito substituiçao i ),(| ),( Rpvu j h i p upx =∂ ∂ , mais um efeito renda [- ),(.),( Rpx R Rpx j i ∂ ∂ ]. O efeito total j i p Rpx ∂ ∂ ),( , envolvendo a demanda Marshalliana, é chamado efeito cruzado bruto. O efeito substituição ),(| ),( Rpvu j h i p upx =∂ ∂ , envolvendo a demanda Hicksiana, é o efeito cruzado líquido . Temos: Efeito líquido = Efeito bruto - Efeito renda. É importante observar que o efeito substituição cruzado não é necessáriamente negativo, como acontece no caso da substituiçao direta. Bens substitutos ou complementares líquidos Definição 1:(Substitutos e complementares líquidos) Dizemos que o bem i é substituto líquido do bem j se o efeito substituição líquido é positivo: 0|),( ),( >∂ ∂ = Rpvu j h i p upx Dizemos que o bem é complementar líquido do i bem j se o efeito substituiçao líquido é negativo: 0|),( ),( <∂ ∂ = Rpvu j h i p upx 3 No primeiro caso da substituição líquida, com o aumento do preço do bem j , para manter o mesmo nível de bem estar, o consumidor deverá reduzir sua demanda por este bem. Entao, se a demanda pelo bem i aumentar, isto significa que esta demanda adicional deverá suprir em parte a redução na demanda do bem j , de modo que i será visto como um bem substituto líquido de j . No segundo caso da complementaridade líquida, com o aumento do preço do bem j , a manutenção do mesmo nível de bem estar obrigará o consumidor a retrair sua demanda pelo bem j . Se a demanda pelo bem também retrair, acompanhando assim o menor consumo de i j , isto significa que as demandas destes dois bens são comonotonicas, de modo que o bem será visto como complementar líquido de i j . Simetria do efeito cruzado líquido Os conceitos de substituição e complementaridade tem, por natureza, um caráter simétrico. Deste modo seria desejável que, sendo i substituto (complemento) de j , pudéssemos garantir também que j seja substituto (complemento) de . i Tal ocorre efetivamente com a substituição e complementaridade líquidas, pois temos: ),(| ),( Rpvu j h i p upx =∂ ∂ = =∂∂ ∂ = ),( 2 |),( Rpvu ij pp upe =∂∂ ∂ = ),( 2 |),( Rpvu ji pp upe ),(| ),( Rpvu i h j p upx =∂ ∂ . 4 Na segunda igualdade, usamos o lema de Shephard, que nos garante i h i p upeupx ∂ ∂= ),(),( e, na terceira igualdade, usamos a simetria das derivadas segundas cruzadas (teorema de Young). Assim, temos garantido que se é substituto líquido (complementar líquido) de i j , o bem j também será substituto líquido (complementar líquido) do bem j , e vice-versa. Esta simetria dos efeitos cruzados não é preservada se o foco for o efeito bruto, como veremos a seguir. Bens substitutos ou complementares brutos Definição 2:(Substitutos e complementares brutos) Dizemos que o bem é substituto bruto do bem i j se o efeito bruto é positivo: 0),( >∂ ∂ j i p Rpx Dizemos que o bem é complementar bruto do bem i j se o efeito bruto é negativo: 0),( <∂ ∂ j i p Rpx No primeiro caso da substituição bruta, com o aumento do preço do bem j , a demanda por este bem reduzirá, mas sòmente se este for um bem normal. Se o bem j for inferior, é possível que o efeito substituiçao seja suplantado pelo efeito renda positivo, caso em que a demanda pelo bem j 5 aumentará, na sequencia do aumento do seu preço. Este será o caso se j for um bem de Giffen. Se a demanda pelo bem aumentar, como indica i 0),( >∂ ∂ j i p Rpx , isto significará que esta demanda adicional deverá suprir em parte a redução na demanda do bem j , se este for um bem normal. Se j for um bem de Giffen, o aumento na demanda do bem i deveria caracterizá-lo com complementar de j . Em razão desta imprecisão, se 0),( >∂ ∂ j i p Rpx entao será visto como um bem substituto bruto de i j . No segundo caso da complementaridade bruta, com o aumento do preço do bem j , haverá retração na sua demanda sòmente se este for um bem normal. Se a demanda pelo bem também retrair, acompanhando assim o menor consumo de i j , isto significará que as demandas destes dois bens são comonotonicas, e os bens complementares. Mas se o bem j for um Giffen, a redução na demanda do bem i será a resposta de um aumento na demanda do bem j de modo que o bem seria substituto dei j . Em razao desta imprecisão, 0),( <∂ ∂ j i p Rpx caracterizará a complementaridade bruta de j por . i Os gráficos (a) e (b) da Figura 1 ilustram estes conceitos no caso de dois bens. 6 O preço do bem 2 se reduz e a demanda do bem 1 aumenta no gráfico (a) e se reduz no gráfico (b). Fig.1 : Efeito bruto: Preço do bem 2 sobre a Demanda do bem 1 x10 x1 x2 x11 x1 x2 x10x11 1 complementar bruto de 2 (a) (b) 1 substituto bruto de 2 x0 x1 x0 x1 Como vemos ilustrado na Figura 1(a), a complementaridade bruta ocorre em situaçoes em que a substituiçao entre os dois bens é fraca, as curvas de indiferença são fortemente convexas. Ao contrário, na Figura 1(b) a substituiçao bruta ocorre em situações em que a substituiçao entre os dois bens é forte, as curvas de indiferença são fracamente convexas. 7 Possível assimetria do efeito cruzado bruto A existencia do efeito renda na definição do efeito bruto faz com que este não seja necessáriamente simétrico isto é, a desigualdade j i p upx ∂ ∂ ),( ≠ i j p upx ∂ ∂ ),( , ji ≠ pode frequentemente ocorrer. Deste modo, situaçoes anódinas nas quais, por exemplo, o bem é substituto bruto do bem i j e este complementar bruto de i não estão excluídas. Os dois exemplos abaixo ilustram os conceitos e esta última situação. Exemplo 1: No caso Cobb-Douglas com dois bens, 1;0,,),( 2121 =+>= βαβαβα xxxxu A demanda Marshalliana de 1 é: 11 /),( pRRpx α= , a qual não depende do preço do bem 2. Isto mostra que o bem 1 não é substituto bruto do bem 2. Entretanto, veremos queele é substituto líquido. Com efeito, a utilidade indireta é βα βαβα 21 ),( pp RRpv −−= e a demanda Hicksiana do bem 1: uppupxh βββα )/()/(),( 121 = . Então, 0/|)/()/(|),( 211 1 2 2 1 >==∂ ∂ = − = ppRuppp upx vuvu h αβββα βββ , indicando que os dois bens são substitutos líquidos um do outro. 8 A razão de não haver substituiçao bruta do bem 1 com relação ao bem 2 está em que o efeito renda [- ),(.),( 21 RpxR Rpx ∂ ∂ ] é exatamente igual ao negativo do efeito substituiçao, de modo que: =∂ ∂ 2 1 ),( p Rpx 0)/(/ 2121 =−+ ppRppR αβαβ . Exemplo 2: Considere a utilidade quase linear com dois bens e , já apresentada na Aula 4. 12 ln xaxu += 0>a O bem numerário tem aqui preço . 2p A renda do consumidor é e as demandas Marshallianas são: 2apR > 1 2 1 ),( p paRpx = e . 222 /)(),( papRRpx −= É fácil verificar que o bem 1 é substituto bruto do bem 2, pois 0/),( 1 2 1 >=∂ ∂ pa p Rpx . No entanto o bem 2 não é substituto bruto do bem 1, pois 0),( 1 2 =∂ ∂ p Rpx . Este exemplo mostra que substituição bruta não é necessáriamente simétrica. 2. Integrabilidade Vimos nas Aulas 2 e 3 que o consumidor que maximiza uma funçao de utilidade contínua, estritamente crescente e estritamente quase côncava, sujeito à restriçao orçamentária, tem um sistema de equaçoes de demanda ),( Rpx exibindo as seguintes propriedades: 9 a) Equilíbrio orçamentário: RRpxp =),(. b) Ausência de ilusão monetária: ),(),( RpxRpx =λλ ; d ubstituiçao: c) Simetria dos efeitos e s nji pp ij ,...1,; =∂=∂ upxupx h j h i ),(),( ∂∂ d) Definição negativa da matriz de Slutsky )),(,( RpvpS Lembremos que o elemento ),( ji desta matriz é: ),(| Rpvuip =∂ = ),( j h upx∂ ∂ +∂ j Rpx ),(i p ),(. Rpxj ),( R Rpxi ∂ ∂ são esta j ada no início da seç o anterior. Ob de equações de demanda apresentadas acima 0 de expres á d ã servemos que as 4 propriedades a) – d) do sistema o teóric não são independentes. Com efeito, a ausência de ilusão monetária ou, omogeneidade de grauh ),( Rpx , propriedade (b) e o equilíbrio orçamentário e a de substituiçao, conjuntamente, que as 3 loca da eguinte maneira: citas à partir do sistema de acima, é redundante. É possível mostrar qu imetria dos efeitos s implicam a ausência de ilusão monetária. Em outras palavras, as propriedades (a) e (c) mplicam a propriedade (b), de modoi propriedades (a), (c) e (d) são suficientes para caracterizar um sistema de demanda ótimo. O problema da integrabilidade se co s É possível fazer o caminho inverso e recuperar as referências implíp equações de demanda que está sendo observado ? 10 Mais precisamente, quais propriedades deve atender alguma funçao de utilidade contínua, estritamente ta questao foi pela primeira vez formulada e A resposta de Antonelli à esta questão é positiva. urpreendentemente, as condiçoes que o sistema de m uma abordagem moderna do problema da eorema da Integrabilidade um sistema observável de equações de demanda ),( Rpxobs para que ele seja gerado pela maximização de crescente e estritamente quase côncava ? Es respondida pelo economista italiano G.Antonelli, em artigo publicado em 1886. S demanda observado ),( Rpxobs , como funçao dos preços e da renda, deve atender para que ele seja gerado pela maximização de alguma funçao de utilidade, são precisamente as condições (a), (c) e (d), a saber: equilíbrio orçamentário, simetria dos efeitos substituiçao e definição negativa da matriz de Slutsky. E integrabilidade, Hurwicz e Uzawa (1971) sumarizam a intuição de Antonelli, provando o seguinte teorema: T A funçao contínuamente diferenciável é um nne RRx + + ++ →1: vetor de funções de demanda gerad guma o por al funçao de utilidade crescente, quase côncava se ela satisfaz (i) o equilíbrio orçamentário ; (ii) simetria dos efeitos substituiçao; (iii) definiçao negativa da matriz de Slutzky. Obs.: a condiçao é necessária e suficiente quando a funçao de utilidade é contínua, estritamente crescente e estritamente côncava. A prova deste teorema pode ser econtrada na referencia no livro de Jehle e Reny, referido na bibliografia como [JR], pp.83-84. 11 A importância prática deste teorema é evidente. o estimarmos os parâmetros de sistema de equações ara que as equações especificadas estejam A de demanda, podemos especificar livremente estes equações de acordo com os dados disponíveis. P teóricamente fundadas em um sistema de preferencias racional, basta impor as restrições necessárias sobre os parâmetros das equações de modo que estas atendam as condiçoes )()( iiii − do teorema. Uma vez impostas estas restrições, o teorema da ortanto, não haverá neste caso necessidade de . Preferência Revelada teoria da demanda baseada na representação das odavia, este enfoque abre espaço para ) seu ponto de partida é algo que, de fato, não é b) suas previsões são conclusoes teóricas que integrabilidade nos garantirá que estas funções de demanda terão sido geradas pela maximização condicionada de alguma funçao de utilidade representativa das preferências racionais do consumidor. P especificar a funçao de utilidade representativa destas preferências. 3 A preferências por uma função de utilidade apresentada até aqui é uma construção coerente que nos permite inferir sobre o comportamento do consumidor no mercado. T questionamentos na medida em que: a observável, as preferências dos consumidores; portam sobre fatos observados, as escolhas efetivas dos consumidores. 12 P.Samuelson, no seu livro Foundations of Economic le mostra como importantes previsões da teoria do sto é, escolhas baseadas em fatos e não baseadas em nicialmente, Samuelson introduz o conceito da uponha que se observe o consumidor adquirir a Analysis (1947) sugere um enfoque alternativo, cujo ponto de partida é o comportamento observado dos consumidores. E consumidor ordinária podem ser derivadas à partir de algumas poucas hipóteses baseadas nas escolhas feitas e observadas dos consumidores. I uma hipotética relação de preferências, cuja racionalidade não pode ser observada. I “preferência revelada”. S cesta 0x quando o vetor de preços é 0p , e a cesta 1x quando os preços são 1p . Definição 3 (Preferencia Revelada) A cesta 0x é dita “revelar-se ao menos tão boa quanto” a cesta 1x , se esta for uma cesta distinta e se ela era factível ao consumidor quando 0x foi escolhida. Nota-se 10 xx ≥ . R Formalmente, significa: 10 xx R≥ 0x é escolhida quando os preços são 10p , 0 xx ≠ e 0010 .. xxp p≤ . Note que esta definição não faz de ( ) uma relação R≥ de preferencia racional, no sentido dela ser completa e transitiva. 13 As Figuras 2a e 2b abaixo ilustram duas situações a Figura 2a, a preferência revelada entre as 3 cestas a Figura 2b, a preferência revelada entre as 3 cestas ig.2a:Pref. Revelada: Incompleta e não Transitiva parecidas. N ali representadas é incompleta e não transitiva. N ali representadas é intransitiva. F x0 x1 x2 p0 p1 p2 * * * x1 x2 A Preferencia Revelada nao é necessáriamene racional a figura acima temos três cestas escolhidas emos inicialmente que ascestas N 210 , xexx quando os preços são 210 , pepp , respectivamente. V e 2x0x não são comparáveis pela relação ≥ : não se pode dizer se uma revelou-se ou não pref ível à outra, pois 0 R er x foi escolhida quando 2x não era factível e esta última foi escolhida quando 0x não era factível. Logo, ) não é completa. ( R≥ 14 Vemos também que ) não é transitiva: temos ( R≥ 10 xx ≥ e temos também 21 xx ≥ , pois 1R R x foi escolhida o 2quand x também era factível. No entanto, não temos 20 xx ≥ . R ig.2b:Pref. Revelada: Ciclo Intransitivo F x0x 1 x2 p0 p1 p2 ** * x1 x2 A Preferencia Revelada pode ser intransitiva figura 2b, quase idêntica à figura 2a, exibe todavia ssim, em razão da incompletude e da possibilidade ual entao a restriçao mínima a ser imposta às elas tenham alguma consistência ? A um ciclo intransitivo: 10 xx R≥ , 21 xx R≥ e 02 xx R≥ . A de existirem ciclos intransitivos na escolha baseada no princípio da preferência revelada, a contruçao de uma teoria capaz de explicar as escolhas efetivas do consumidor únicamente baseada neste conceito fica comprometida. Q escolhas do consumidor de modo a garantir que, se estas escolhas são feitas de acordo com a relação )( R≥ , 15 A resposta à esta indagaçao é dada pelo seguinte xioma: xioma Fraco da Preferência Revelada (WARP) a A Para quaisquer cestas distintas 0x e 1x , escolhidas quando os preços são, respec ame e e , tiv nt 0p 1p dizemos que o comportamento do consumidor atende o WARP (Weak Axiom of Revealed Preference) se 1x nunca revela-se preferível à 0x sempre que 0x revela- se preferível à 1x . Formalmente, o comportamento do consumidor atende o WARP se implica . 10 xx R≥ 1101 .. xpxp > Para ilustrar a aplicaçao deste axioma nas situações epresentadas na Figura 2a acima, observe que: r Na escolha entre 0x e 1x , o WARP é atendido. Na escolha entre e 2 o WARP não é atendi1x x do, pois emos ao mes e . t mo tempo, 21 xx ≥R R Na escolha entre 0 12 xx ≥ x e 2x o RP m WA també é atendido, ois os ” e “ou ”, do Cate-Verao (Lógica) ! s Demandas Marshallianas atendem o WARP p pre-requisitos “ou 20 xx ≥R R nenhum deles é atendido. Veja Aula 1 de Matemática 02 xx ≥ A amos agora mostrar que o vetor de demandas V ),( Rpx satisfaz o WARP. 16 Prova: Supon referências estrita ha que o consumidor tenha mente monotônicas e estritamente as p convexas. Neste caso, sabemos que o vetor das demandas arshallianM ),( Rpx é único. dem a do consumidor seja quando o preço é e Assuma que a anda ótim x ),( 0 00 Rpx= 0p ),( 111 Rpxx = quando o ra, para o WARP, que preço é 1p . Suponha ago 1x era factível uandoq 0x foi escolhido, isto é, 0.x010. pxp ≤ . s licará qu Devemo mostrar que isto imp e 0x não era actível quandof 1x foi escolhido. Com efeito, sendo 1x factível quando 0x foi escolhido, sto significa que m i ).() 1xuu > ( 0x Como o consumidor aufere utilidade menos elevada e do que em 0x , isto implica que 0x1x não deveria ser factível quando 1x foi escolhido, de outro modo 0x teria sido escolhida sob 1p , no lugar de 1x . Isto significa 1101 .. xpxp > , e o WARP fica assim rovado. RP e o ara que p ⊕ questão que se coloca agora é a seguinte: A Se as escolhas do consumidor atenderem o WA quilíbrio orçamentário, será isto suficiente pe elas sejam representadas por uma funçao de demanda ),( Rpx isto é, uma funçao atendendo as propriedades (b), (c) e (d) da seção anterior ? 17 Preferência Revelada e a Funçao de Demanda efina por a funçao escolha do consumidor D ),( Rpxe que se defronta com o vetor de preços p e possui renda R . Supore om s que esta funçao seja contínuamente iferenciável emd p e R . não deve ser confundida as iremos xplicitar abaixo as condiçoes sob as quais a funçao uponha que as escolhas do consumidor verificam: Esta funçao escolha ( p ), Rxe com o vetor das demandas Marshallianas. Ela não é uma funçao de demanda, m e escolha ),( Rpxe pode exibir as mesmas propriedades que uma funçao própriamente de demanda. S (H1) Equilíbrio orçamentário: RRpxp e =),(. ; (H2) WARP: 10 xx ≥ implica 1R 110 .. xpxp > . este caso, é possível mostrar que a funçao escolha: N (i) É homogênea de grau 0: ),(),( RpxRpx ee =λλ , 0>∀ λ (ii) A matriz de Slutsky associada à funçao escolha x ),( Rpe é semi definida negativa. A prova das conseqüências (i) e (ii) é de nível de estrado, e foge do escopo destas notas. hle e Reny, encionado na bibliografia (pp.88-90). M Mas ela pode ser encontrada no livro de Je m 18 Vemos acima que duas hipóteses relativamente simples sobre as escolhas do consumidor, (H1) e H2), são suficientes para que a funçao escolha o, propriedade (c) das funções de emanda, referida na seção anterior. de 2 bens possível mostrar que, no caso de 2 bens, a hipótese a omogeneidade 0 da funçao escolha (que é implicada acordo com a preferência revelada , não des de uma funçao de demanda, o teorema a integrabilidade nos assegurará da existência de ervado do onsumidor. m o WARP. alentes às hipóteses da aximização da utilidade ( ),( Rpxe tenha quase todas as propriedades de uma funçao de demanda. Todas exceto uma, a simetria dos efeitos substituiça d A equivalência dos enfoques no caso É (H1) do equilibrio orçamentário, mais h por H1 e H2), conjuntamente, implicam na simetria da matriz de Slutsky associada à funçao escolha ),( Rpxe . A razão disto é que o rankeamento das cestas de R≥ apresentará ciclos intransitivos pois, neste caso, as cestas conterem no máximo, quantidades positivas de 2 bens. Neste caso, como a função escolha exibe todas as proprieda d uma funçao de utilidade capaz de gerar o comportamento observado do consumidor. Dizemos, nestas circunstancias, que a funçao de utilidade racionaliza o comportamento obs c Conquanto, é claro, este comportamento seja sempre consistente co Em conseqüência, o WARP e o equilíbrio orçamentário serão equiv m 19 Para o caso relevante de uma economia com 3 bens ou mais, H1 e H2 não garantem a simetria da matriz de Slutsky, nem a eliminação dos ciclos intransitivos relação da preferência revelada, como aquele aximização da utilidade ? na mostrado na Figura 2b. Como devemos então reforçar o WARP de modo a se obter uma teoria da preferência revelada que seja equivalente à teoria da m A resposta é dada pelo Axioma Forte da Preferência Revelada (SARP), uma hipótese pioneira formulada por Houthakker, em 1950. Axioma Forte da Preferência Revelada (SARP) Dizemos que o SARP (Strong Axiom of Revealed Preference) é atendido se para qualquer sequencia finita de cestas distintas 0x , 1x ,..., kx onde 10 xx R≥ , 1x ≥ 2xR , ... , k R k xx ≥−1 , nunca ocorre 0xx Rk ≥ . Uma a moderna d gu Hout r de que o SAR su prov o ar mento original de hakke P é ficiente para induzir ma relaçao de preferência completa e transitiva foi ada por Richter, em 1966. possibilitando assim a ergência do principio da racionalidade nas ir que o SARP implica o WARP. ização da tilidade implica o SARP. u d A conseqüência mais importante contida no SARP é que ele elimina a possibilidade de ciclos intransitivos na preferência revelada, em escolhas dos consumidores. Para talpreferencia existirá entao uma funçao de utilidade que racionaliza o comportamento observado. Equivalência dos enfoques no caso geral É fácil conclu Também não é difícil verificar que a maxim u 20 A demonstração de que o SARP é suficiente para preferência (revelada) ompleta e transitiva garante entao a existência de do consumidor, é essencialmente quivalente à teoria da demanda construída à partir de uma unçao de utilidade que racionaliza as escolhas xistência de uma infinidade de cestas e reços. ara superar esta limitação, Afriat (1976) introduziu iramente mais fraca ue o SARP. le mostra que o conjunto finito de preços e cestas tínua, rescente e côncava, que racionaliza os dados. Pode existir mais de uma função de utilidade que racionaliza o mesmo conjunto finito de dados. induzir, entre as cestas efetivamente demandadas, uma relação relaçao de c uma funçao de utilidade que racionaliza o comportamento observado, de modo que o sistema de demanda associado possui matriz de Slutsky simétrica. Assim, a teoria da demanda construída únicamente com a restrição imposta pelo SARP às escolhas observadas e das hipóteses da maximização da utilidade. Limitações A capacidade do SARP gerar a existência f pressupõe a e p Esta é uma séria limitação, pois os dados realmente observados sempre são finitos. P o GARP (Generalized Axiom of Revealed Preference), uma hipotese lige q Com o GARP, Afriat prova um teorema análogo ao teorema da integrabilidade, da seção anterior. E atende ao GARP se e somente se existe uma funçao de utilidade localmente não saciada, con c Entretanto, esta funçao de utilidade não fica bem definida nas cestas e preços fora da amostra, isto é, não observadas. 21 e Exercícios sugeridos ibliografia: 4. Bibliografia B N] Cap.5 JR] Sec.2.1; Sec.2.2, Sec.2.3 bilidade, funções escolha e a velada ver também o livro: e J.R.Green, SN] Cap.5 [ [ [ ara a integraP preferência re A.Mas-Collel e M.D.Whinston icroeconomic Theory, Cambridge University M Press, 1995. Seçoes: 1C, 1D, 2F, 3H, 3J e 4C. Exercícios Sugeridos. Anpec: 2009/ Q05 2008/ Q01 1/ 6.2/6.3/ 6.4/ 6.5; Analytical) / 2.8/ 2.9/ 2.10/ 2.11. [SN]: 6. 6.9/ 6.10. ( JR] : 2.4/ 2.5/ 2.6[
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