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TRABALHO EM GRUPO – TG
O TEXTO O “MENINO E A CAIXA” E SUAS RELAÇÕES COM A DISCIPLINA DA SOCIOLOGIA
Aluno: Jorge Miguel Bergamo Contini. R.A.: 1616302
UNIP INTERATIVA
POLO
Maringá
2016
O TEXTO O “MENINO E A CAIXA” E SUAS RELAÇÕES COM A DISCIPLINA DA SOCIOLOGIA
Jorge Miguel Bergamo Contini[1: Aluno de graduação em Sociologia pela Unip, turma de 2016. RA. 1616302. ]
O texto O menino e a Caixa de Andrea Ramal é uma metáfora que mostra o surgimento de novas ideias através do simbolismo de um menino carregando uma caixa, onde são depositados os mais diversos conhecimentos da humanidade. Por fim, quando a caixa se desmonta de tão cheia, uma nova ideia é criada. Essa alegoria pode ser relacionada com diversos processos estudados ao longo das disciplinas do curso de sociologia, bem como fazer uma análise do papel da educação atual no desenvolvimento dos alunos e na postura do educador. 
A primeira parte do texto descreve uma situação onde uma criança entra em uma sala, recebe uma caixa e à partir daí um segundo personagem lhe entrega diversos objetos que passam a ser guardados na caixa. Tal alegoria pode estar relacionada com um processo chamado socialização.
Tal processo foi caracterizado pelos sociólogos Peter e Brigitte Burger como sendo O processo como o indivíduo aprende a ser membro da sociedade, (BERGER, P., BERGER, B. 1977). Para eles, esse processo pode ser categorizado em primário e secundário. Sendo a socialização primária um processo que acontece tradicionalmente na família. A socialização secundária é aquela que se dá dentro de outras instituições, como o trabalho e a escola.
Dessa forma esse processo compreende todas as formas de aprendizado dentro de uma sociedade. Através da socialização criamos referências de como se comportar em determinadas situações, podendo agir assim com mais segurança. Para, além disso, é por esse processo que adquirimos nossa cultura.
Antropologicamente a cultura foi definida pelo britânico Edward Taylor que no ano de 1871 escreveu que a cultura é um conjunto complexo que inclui os conhecimentos, a arte, a lei, a moral, os costumes e todas as outras capacidades adquiridas pelos homens enquanto membro de uma sociedade (TAYLOR, E. 1871). Com isso vemos que a cultura é inata ao ser humano. Retomando o texto de Ramal, ao nascer temos nossa caixa vazia. Conforme nos socializamos, vamos enchendo essa caixa com os mais diversos tipos de objetos que representam as mais diversas formas de cultura que vamos conhecendo durante nossa vida.
Como agente da socialização da secundária (voltando um pouco às ideias de Berger), a escola e o educador funcionam como transmissores de símbolos e ideias que permitem ao educando construir sua própria visão de mundo. Permitindo ao indivíduo expandir seu repertório. 
Partindo das considerações da Taylor, vemos que somos animais culturais e que nossa cultura é inata. Dessa forma adquirida através do processo de socialização, como diz Berger. Entretanto, além disso, nossa cultura é também simbólica. Ao se comunicar, o ser humano faz uso de símbolos que expressam a maior variedade de elementos. O símbolo é essencialmente uma representação de algo, porém essa representação está passível da interpretação do sujeito. Um exemplo disso: a placa de transito de preferencial pode ser interpretada como um simples triângulo por alguém que nunca tenha tido nenhum contato com sinalização de transito. 
Sendo assim atribuímos sentidos as coisas, valores aos símbolos conforme colocamos objetos em nossas caixas. Entretanto o símbolo nem sempre pode ter o mesmo significado. Pois é o nosso repertório simbólico que nos orienta na construção do sentido. Cada cultura vai possuir um repertório próprio, este que é passado através da socialização.
Continuando a análise do texto de Ramal, em determinado ponto vemos que a caixa está tão cheia que os objetos começam a cair e se desmontar. Durante o processo educativo é transmitido ao aluno um conjunto de valores e conhecimentos acerca das mais diversas áreas do conhecimento científico e filosófico. O educador tem um papel fundamental nesse processo, sendo ele o indivíduo responsável por passar esses ideais de uma forma clara e possibilitar que o educando tenha a capacidade de interpretar os mais diversos símbolos e formular seus próprios pensamentos.
Outro processo que possibilita essa transição é o processo de endoculturação. Que é o processo pelo qual o aprendizado dos valores e hábitos da cultura do lugar onde nascemos é processado. Esse processo é mais sutil que o processo de socialização e se da o nível quase inconsciente.
Somando isso tudo, podemos ver que a cultura não possui uma única forma no mundo todo. Como já foi dito, cada sociedade possui seu repertório de significados e a partir dele que constrói sua visão da realidade. A junção de cada valor, ideia, pensamento adquiridos pelos processos de socialização e endoculturação fazem com que cada indivíduo formule sua própria forma de ver e agir sobre o mundo. Criando seus próprios preceitos.
No final do texto de Ramal, após a caixa se quebrar e todos os objetos se espalharem, surge uma pequena coisa nova e desengonçada. Uma ideia. Dessa forma, Ramal descreve esses processos de socialização e como que através dela somos capazes de elaborar novos conhecimentos.
De acordo com a sociologia, o homem é um animal cultural. Dessa forma é incapaz de existir como ser humano sem estar envolvido em alguma cultura. Entretanto como esta não nos é inata, não somos capazes de gerar cultura do nada. Precisamos estar envolvidos em uma sociedade. Por isso, o papel do educador é tão importante, sendo ele o responsável por transmitir o conhecimento, como Ramal diz, é ele quem coloca o objeto na caixa, cabendo ao educando coloca-lo em um compartimento e posteriormente reorganiza-los na possibilidade de se construir uma coisa nova.
Concluindo vemos que a alegoria O menino e a caixa pode ser utilizada tanto para explicar conceitos básicos da sociologia, como o de socialização, processo pelo qual os seres humanos aprendem as formas de se integrar a sociedade; também o processo de endoculturação que se da de uma forma mais sutil, onde o indivíduo adquire hábitos e os valores. Além disso, o texto pode ser uma forma de representar como o processo de aprendizagem deveria ocorrer. Onde o educador funciona como aquele que transmite o conhecimento da cultura onde o individuo está inserido, mas também é aquele que permite ao educando formular sua própria visão de mundo.
REFERENCIAS
BERGER, P.; BERGER, B. Socialização: como ser um membro da sociedade. In: FORACCHI, M.; MARTINS, J.S. (Org.). Sociologia e sociedade; Rio de Janeiro: Livros Técnicos e científicos, 1977.

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