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Mecânica I Cap 3 -Corpos Rígidos Sistema Equivalente de Forças Livro texto: Mecânica Vetorial para Engenheiros Beer e Johnston 2 Corpos rígidos- Sistema Equivalente de Forças Introdução No capítulo anterior foi considerado que cada corpo poderia ser tratado como um ponto material. Nem sempre isso é possível. Neste capítulo vamos estudar o efeito de forças aplicadas em um corpo rígido e vamos aprender como substituir um dado sistema de forças por um sistema equivalente mais simples. 3 Corpos rígidos- Sistema Equivalente de Forças A hipótese fundamental sobre o qual se baseará nossa análise é de que o efeito de uma força em um corpo rígido não se altera se a força é deslocada ao longo de sua linha de ação. Resulta disto que forças aplicada em um corpo rígido podem ser representadas por vetores deslizantes. Dois conceitos surgem associados: Momento de uma força em relação a um ponto Momento de uma força em relação a um eixo. 4 Forças Internas e Externas Forças Internas – são as que mantém unidos os pontos materiais que formam o corpo rígido. Forças Externas – representam a ação de outros corpos sobre o corpo rígido, sendo responsável pelo comportamento externo do corpo rígido. Causarão o movimento ou assegurarão o repouso DCL 5 Princípio da transmissibilidade Forças equivalentes O princípio da transmissibilidade estabelece que as condições de equilíbrio ou de movimento de um corpo rígido permanecem inalteradas se uma força F, que atua em um dado ponto do corpo rígido é substituída por uma força F`de mesma intensidade, direção e sentido, mas que atua num ponto diferente desde que estas duas forças tenham a mesma linha de ação. As duas forças F e F´ têm o mesmo efeito sobre o corpo rígido, diz-se então, que são equivalentes 6 Exemplo Usando o princípio da transmissibilidade, podemos substituir a força F por uma força equivalente F’ atuante no pára-choque traseiro, como se ilustra em (b). Em outras palavras, não são alteradas as condições de movimento e todas as outras forças externas atuantes no caminhão (W, R1 e R2) permanecem as mesmas, se os homens incumbidos dessa operação empurrarem no pára-choque traseiro (como em -b-) ao invés de puxarem no dianteiro (como em -a-). a b 7 Produto Vetorial de Dois Vetores O produto vetorial de dois vetores P e Q é definido como sendo o vetor V que satisfaz as seguintes condições: 1 -A linha de ação de V é perpendicular ao plano que contém, P e Q 8 Produto Vetorial de Dois Vetores 2 – A intensidade de V é o produto das intensidades de P e Q e o seno do ângulo θ formado por P e Q (cujo valor será sempre igual a 1800). 3 – O sentido de V é tal que uma pessoa colocada na extremidade de V observará como sendo anti-horária a rotação θ que traz o vetor P sobre o vetor Q Observe que se P e Q não tiverem um ponto de aplicação comum deverão ser colocados, individualmente com as origens no mesmo ponto. V = PQ sen θ 9 Exemplo 2 Calcular o produto vetorial V = P x Q, onde o vetor P tem intensidade 6 e está no plano zx a um ângulo de 30º com o eixo x, e onde o vetor Q é de intensidade 4 e está sobre o eixo x. V deve estar ao longo do eixo y, deve ter a intensidade 12 e estar direcionado para cima 10 Produtos Vetoriais Expresso em Termos de Componentes Retangulares Podemos exprimir facilmente o produto vetorial V de dois vetores P e Q em termos dos correspondentes retangulares desses vetores. 11 Produtos Vetoriais Expresso em Termos de Componentes Retangulares Usando a propriedade distributiva apresentamos V como uma soma de produtos vetoriais Os componentes retangulares do produto vetorial V são determinados como: 12 Nota. Qualquer determinante que consista em 3 linhas e 3 colunas pode ser calculado repetindo-se a primeira e a segunda colunas e formando-se produtos ao longo de cada linha diagonal. A soma dos produtos obtidos ao longo das linhas vermelhas (direita) é então subtraída da soma dos produtos obtidos ao longo das linhas em preto (esquerda). 13 Momento de uma Força em Relação a um Ponto Consideremos uma força F que atua num corpo rígido. A força F é representada por um vetor que define sua intensidade, direção e sentido. Essa força aplicada no corpo cria, em relação a um ponto de referência, uma tendência de giro em torno de um eixo perpendicular ao plano formado pelo vetor raio e o vetor força. 14 Momento de uma Força em Relação a um Ponto Vamos associar essa tendência de giro a um vetor momento, na direção e sentido da tendência de giro. O que induz a uma maior ou menor tendência de rotação produzida por uma força é o chamado braço de alavanca (distância do ponto de referência à linha de ação da força). Momento de uma Força em Relação a um Ponto O efeito da força sobre o corpo rígido depende do seu ponto de aplicação A. A posição de A pode ser definido pelo vetor r que liga o ponto de referência fixo O com A. r é o vetor posição de A. r e a força F definem o plano. O momento de F em relação a O é o produto vetorial de r por F 15 Mo = r X F Momento de uma Força em Relação a um Ponto Mo deve ser perpendicular ao plano que contém O e a força F. O sentido de Mo é definido pelo sentido da rotação que faz o vetor r ficar alinhado com o vetor F. Sendo Θ o ângulo formado por r e F a intensidade do momento de F em relação a O é 16 Mo = rF sen Θ = Fd d = distância perpendicular de O até a linha de ação de F 17 Momento de uma Força em Relação a um Ponto Concluí-se que a intensidade de Mo mede a tendência da força F fazer o corpo rígido girar em torno de um eixo fixo, dirigido segundo Mo. A unidade de Mo é N.m ( força em N e distancia em m). Sinal do momento anti – horário: positivo horário : negativo 18 Momento de uma Força em Relação a um Ponto Vamos associar essa tendência de giro a um vetor momento, na direção e sentido da tendência de giro. O que induz a uma maior ou menor tendência de rotação produzida por uma força é o chamado braço de alavanca (distância do ponto de referência à linha de ação da força). 19 Momento de uma força em relação a um ponto 20 Teorema de Varignon O momento gerado por um sistema de forças concorrentes pode ser calculado somando-se os momentos de cada força ou avaliando-se o momento da força resultante equivalente. 21 Componentes Retangulares do Momento de uma Força Seja Mo = momento de uma força em relação a O r = vetor posição F = força com componentes Fx, Fy, Fz Podemos escrever: r = xi + yj + zK F = Fxi+ Fyj + Fzk Substituindo em Mo = r x F Mo = Mxi+ Myj +Mzk Onde: Mx = yFz – zFy My = zFx – xFz Mz = xFy - YFx 22 Componentes Retangulares do Momento de uma Força Se quisermos calcular o Mb em relação a um ponto arbitrário B, da força F aplicado em A, Devemos substituir o vetor posição r pelo vetor BA. Esse vetor é o vetor posição de A em relação a B, que será representado por rA/B. 23 Componentes Retangulares do Momento de uma Força Então: MB = r A/B x F = ( rA – rB) x F Ou 24 25 26 Exercício 1 Uma força de 800 N atua sobre um suporte, conforme mostra a ilustração abaixo. Determine omomento da força em relação ao ponto B. 27 Solução 1 28 Exercício 2 Uma força vertical de 450 N é aplicada na extremidade de uma alavanca que está ligada a um eixo em O. Determine (a) o momento da força de 450N em relação a O. (b) a força horizontal aplicada em A que gera o mesmo momento em relação a O (c) a força mínima aplicada A que gera o mesmo momento em relação a O (d) a que distância do eixo deve atuar uma força vertical de 1080N para gerar o mesmo momento em relação a O (e) se alguma das forças obtidas nas partes b, c e d é equivalente à força original. 450N 60 cm 29 Solução 2 60 cm 60 cm 60 cm 450N 30 Solução 2 60 cm 1080 N 31 Exercício 3 Uma força de 135 N atua na extremidade de uma alavanca de 0,9 m, como mostra a ilustração. Determine o momento da força em relação a O. 135N 0,9 m 32 Solução 3 135 N 0,9 m 33 Produto escalar de dois vetores Seja P Q = P Q cos θ Por definição, é o produto das intensidades dos dois vetores e do cosseno do ângulo θ formado por eles. A Expressão definida não é um vetor mas um escalar. Logo, o produto escalar é: P Q = Q P comutativo P (Q1 + Q2) = PQ1 + PQ2 distributivo 34 Produto misto de três vetores É definido pela expressão S. (PxQ), obtida efetuando-se o produto escalar de S pelo produto vetorial de P e Q. 35 Momento de uma Força em Relação a um Eixo Dado Consideremos uma força F que atua num corpo rígido e o momento Mo dessa força em relação a O. Então Mol de F em relação a OL será a projeção de OC do momento Mo sobre o eixo OL. 36 Momento de uma Força em Relação a um Eixo Dado Denominando λ o vetor unitário segundo OL podemos escrever: Mol= λ . Mo = λ . (r x F) Mol mede a tendência da força F de produzir no corpo rígido em movimento de rotação em relação do eixo OL Do mesmo, o momento de uma força F aplicada em A, em relação a um eixo que não passa pela origem , é obtido escolhendo-se um ponto arbitrário B sobre o eixo e determinando–se a projeção sobre o eixo BL do momento MB de F em relação a B MBL= λ . MB = λ . (rA/B x F) 37 Momento de um Binário Binário são duas forças paralelas de mesma intensidade, sentidos opostos e separados por uma distância perpendicular d. Como a força resultante é nula, o mesmo efeito de um binário é produzir rotação em determinada direção. 38 Momento de um Binário Fazendo ra- rb = r , onde r é o vetor que une os pontos de aplicação das duas forças, concluímos que a soma dos momentos de F e –F em relação a O é: O vetor M denominado momento binário é um vetor perpendicular ao plano que contém as duas forças e de módulo. Onde d é a distância entre as forças. 39 Momento de um Binário Da definição de momento de um binário se deduz que dois binários terão momentos iguais se e se os dois binários se situarem em planos paralelos , ou no mesmo plano, e tiverem o mesmo sentido 40 Exemplo 41 Binários equivalentes 42 Binários equivalentes Esses binários serão equivalentes se podemos transformar um deles no outro por intermédio de uma ou várias das seguintes operações Substituição de duas forças que atuam num mesmo ponto material por sua resultante Decomposição de uma força em componentes Cancelamento de duas forças iguais e opostas que atuam sobre o mesmo ponto Aplicação sobre o mesmo ponto de duas forças iguais e opostas Deslocamento de uma orça ao longo de sua linha de ação 43 Binários equivalentes Sabendo que estes binários tem o mesmo momento M1 = M2. Como os dois binários tem o mesmo momento M perpendicular ao plano da figura, devem ter o mesmo sentido e a relação F1d1 = F2 d2 deve ser satisfeita. 44 Binários equivalentes Para provar que são equivalentes veremos que o primeiro binário pode ser transformada no segundo por meio das operações antes mencionada. Sejam ABCD as pontos de intersecção das linhas de ação dos dois binários. Deslizando as forças F1 e F2 até os pontos A e B. A força F1 é decomposta em uma componente P, segundo AB e em uma componente Q segundo AC. Analogicamente as forças - F1 também é decomposta ( -P e –Q ). 45 Binários equivalentes As forças P e –P tem o mesmo módulo, mesma linha de ação e sentidos opostos e podem ser deslizados, segundo sua linha de ação até se anularem. Portanto o binário formado por F1 e –F1 se reduz a um binário constituído de Q e –Q. Resta provar que Q e Q1 são respectivamente iguais a F2 e –F2. O momento do binário Q e –Q, pode ser obtido pelo cálculo do momento de Q em relação a B. Analogamente o momento dos binários F1 e –F1 é o momento de F1 em relação a B. Mas pelo teorema de Varignon , o momento de F1 é igual a soma dos momentos de suas componentes P e Q. Como o momento de P em relação a B é zero, o momento do binário formado por Q e –Q deve ser igual ao momento do binário formado por F1 e –F1, ou seja: Qd2 = F1d1 = F2 d2 e portanto Q=F2 Então as forças Q e –Q são iguais as forças –F2 e F2 e o binário de F1 –F1 é equivalente ao binário de F2 e –F2. 46 Adição de binários Sejam 2 planos P1 e P2 e 2 binários que atuam respectivamente em P1 e P2. Podemos concluir que a soma dos dois binários de momentos M1 e M2 é um binário de momento M igual a soma vetorial de M1 e M2. 47 Os binários podem ser representados por vetores 48 Decomposição de uma força dada em uma força aplicada em O e um binário Qualquer força F que atua sobre um corpo rígido pode ser deslocada por um ponto arbitrário O, desde que seja acrescentado um binário de momento igual ao momento de F em relação a O. 49 Exemplo 50 Redução de um sistema de forças a uma força e um binário 51 Redução de um sistema de forças a uma força e um binário Analogamente, 52 Redução de um sistema de forças a uma força e um binário Na prática Substituindo, 53 Sistemas Equivalentes de Força Seja F1, F2 e F3 , etc um sistema de forças e F1, F2, F3 etc um outro sistema de forças. Eles serão equivalentes se a soma das forças e a soma dos momentos, em relação a um dado ponto O, das forças dos dois sistemas, forem respectivamente iguais, ou seja: 54 Redução de um sistema de Forças a um Torçor Exercício 55 Exercicio 56 Exercicio 57 Exercício 58 Exercício 59 60 61 Exercicio 62 Exercicio 63 Exercicio 64 Exercicio 65 Exercicio 66 Exercicio 67 Exercicio 68 Exercicio 69 Exercicio 70 Exercicio 71
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