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ÁCIDO ÚRICO É o produto nitrogenado de excreção das bases nitrogenadas (purinas) resultante do catabolismo endógeno e exógeno. Não é um bom marcador de função renal porque é totalmente absorvido, porém, tem influência sobre a função renal. Doença = Gota - Demanda diária = a produção endógena é de 400mg, 8mg/Kg de peso adulto e 25mg/Kg de peso recém-nascido porque recém-nascido tem maior proliferação celular. Varia de acordo com a quantidade e o tipo de dieta (peixes, crustáceos, vísceras, brócolis, espinafre, etc.) Excreção: três quartos do total é excretado na urina e o restante pelo TGI. A quantidade a ser excretada depende da produção. Excreção renal: livremente filtrado, o clearance final é de 6 a 12% do total de ácido úrico filtrado. IMPORTANCIA CLINICA - HIPERURICEMIA: concentração > 7,0mg/dL nos homens e > 6,0mg/dL nas mulheres Causa: formação elevada ou excreção reduzida Formação elevada: causas idiopáticas (espontâneo) ou ingestão excessiva de purinas, psoríase, metabolismo de ATP elevado, hipóxia tecidual, álcool, rodizio elevado de ácidos nucleicos (quimioterapia, leucemia, mieloma) Excreção reduzida: idiopática (espontâneo), IRA, IRC, reabsorção renal elevada, excreção renal reduzida, envenenamento por chumbo, salicilato. - HIPOURICEMIA: concentrações plasmáticas de urato < 2,0mg/dL Deficiência congênita da enzima ou da atividade da xantina oxidase. Tratamento com alopuriol. Diminuição na reabsorção tubular renal: intoxicação aguda ou crônica, tratamento com uricosúrios. Valores de referência: M 2,6 – 6mg/dL; H 3,5 – 7,2mg/dL Aumenta gradualmente com a idade. Na menopausa atinge as concentrações do sexo masculino. Nos primeiros 3 meses de gravidez diminui. Interpretação clínica: grau de hiperuricemia em relação ao risco de desenvolver gota: Homens com ácido úrico > 9mg/dL tem 150x mais chances de possuir gota que indivíduos com ácido úrico < 6mg/dL Valores maior que 6mg/dL aumenta a chance de desenvolver gota. GOTA Ocorre quando o urato monossódico se precipita nos líquidos corporais. A artrite gotosa pode estar associada aos cristais de urato no liquido das articulações e o depósito de cristais (tofos) no tecido que circunda a articulação. Esses tofos despertam uma resposta inflamatória intensa. A articulação do dedão do pé é o sitio clássico da gota. Menos de 90% dos pacientes que desenvolveram gota primaria são homens entre 40 e 50 anos. Fatores de risco: obesos com vida sedentária, usuários de bebidas alcoólicas. A manifestação de gota é rara em mulheres < de 30 anos e crianças. Gota primaria = hiperuricemia essencial (poligênica) Combinação de 3 fatores: Superprodução de purinas, excreção renal reduzida e ingestão alcoólica aumentada. Síndrome de Lesh-Nyhan: deficiência completa de HGPRT enzima principal da via alternativa das purinas. Causa retardo mental, automutilação, agressividade. Nas primeiras semanas de vida causa IRA e GOTA. Deficiência parcial de HGPRT: gota grave ligada ao X, manifesta-se na adolescência ou adulto jovem. Gota secundária = produção excessiva, catabolismo aumentado por causa de tumores hematológicos, tumores sólidos e quimioterapia. Álcool: a degradação acelerada de ATP pela metabolização do álcool aumenta a uricemia. A desidratação e a acidose metabólica: leva a redução da excreção renal do ácido úrico, contribuindo para a hiperuricemia. OS DIURÉTICOS E O RISCO DE CRISES DE GOTA NOS HIPERTENSOS Diuréticos promovem o aumento dos uratos no sangue por reduzir a excreção renal. Recomenda-se usar outros medicamentos que não os diuréticos para tratar a hipertensão. TRATAMENTO DA GOTA Analgésicos e anti-inflamatórios não esteroidais: Colchicina (anti-inflamatório com ação de impedir a migração de neutrófilos para o espaço articular, impedindo a inflamação mesmo na presença dos cristais de urato de sódio.); Alopurinol e fármacos que aumentam a excreção (probenecida, sulfimpirazona e benzobromarona.) AVALIAÇÃO LABORATORIAL DO TRATAMENTO Dosagem do ácido úrico urinário – abaixo de 600mg/dia candidatos ao uso de uricosúrios, e acima de 600mg/dia candidatos ao uso de alopurinol. Tratamento hipouricemiante: evitar alimentos ricos em purinas (ex fígado, rins, sardinhas), evitar bebidas alcoólicas, evitar medicamentos que afetam a excreção (diuréticos), utilizar fármacos específicos. - Ácido úrico como preditor de doenças cardíacas: pacientes com hiperuricemia tem de 3 a 5 vezes aumento do risco de terem doença arterial coronariana ou doença cerebrovascular. Sabe-se que a hiperuricemia está associada com os efeitos deletérios sobre a disfunção endotelial, o metabolismo oxidativo e a adesividade e agregação plaquetaria. Homens com hiperuricemia tem 3,5 vezes mais calcificação nas artérias do coração e 2,8 vezes mais calcificação do tipo grave. - Qual a vantagem de manter as concentrações de ácido úrico elevadas no sangue? É um antioxidante natural.
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