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Antinomia jurídica O estudo das antinomias jurídicas relaciona-se à questão da consistência do ordenamento jurídico, a condição de um ordenamento jurídico não apresentar simultaneamente normas jurídicas que se excluam mutuamente, isto é, que sejam antinômias entre si (onde uma permite e uma que proíbe a mesma conduta). Antinomia é o conflito entre duas normas, dois principios ou de uma norma e um principio geral de direito em sua aplicação prática a um caso particular.E a presença de duas normas conflitantes, sem que possa saber qual delas deverá ser aplicada ao caso singular. ***** Classificação das antinomias - CRITÉRIO DE SOLUÇÃO Antinomia Aparente é aquela para a qual há regras de solução expressas no ordenamento. Antinomia Real: quando não houver na ordem jurídica qualquer critério normativo para soluciona-la, sendo, então imprescindível à sua eliminação a edição de uma norma. ****** Conteúdo: Antinomia própria: ocorre quando uma conduta aparece ao mesmo tempo prescrita e não prescrita, proibida e não proibida, prescrita e proibida. Ex: uma norma permite e outra obriga. Antinomia Impropria: a que ocorre em virtude do conteúdo material das normas, podendo apresentar-se como: - Antinomia de princípios quando as normas de um ordenamento apresentam diferentes idéias fundamentais entre as quais se pode estabelecer um conflito. -Antinomia Valorativa, no caso de o legislador não ser fiel a uma valoração por ele realizada, Ex: prescrever uma pena mais leve para um direito mais grave. - Antinomia Teleológica, se apresentar imcompatibilidade entre os fins propostos por certa norma e os meios previstos por outra para a consecução daqueles fins. ****** âmbito: Antinomia de direito Interno: que ocorre entre normas de mesmo ramo do direito ou entre aquelas de diferentes ramos jurídicos. Antinomia de direito internacional: a que aparece entre convenções internacionais, costumes internacionais. Antinomia de direito interno-internacional: que surge entre norma de direito interno e norma de direito internacional, e resume-se no problema das relações entre dois ordenamentos, na prevalência de um sobre o outro na sua coordenação. * Antinomia total-total: se uma das normas não puder ser aplicada em nenhuma circunstância sem conflitar com a outra. *Antinomia Total-parcial: se uma das normas não puder ser aplicada,em nenhuma hipotese, sem entrar em conflito com a outra que tem um campo de aplicação com a anterior apenas em parte. * Antinomia parcial-parcial: Quando as duas normas tiverem um campo de aplicação que, em parte, entra em conflito com o da outra e emparte não. ******************* Critérios para solução das antinomias. Hierárquico: baseado na superioridade de uma fonte de produção jurídica sobre a outra, embora, as vezes, possa haver incerteza para decidir qual das duas normas antinômicas é superior. O critério hierárquico, por meio do brocardo "lex superior derogat legi inferiori" (norma superior revoga inferior) De forma a sempre prevalecer a lei superior no conflito. O Cronológico: que remonta ao tempo em que as normas começaram a ter vigência. Especialidade: visa a consideração da matéria normada. A superioridade da norma especial sobre a geral. O critério da especialidade por meio do postulado "lex specialis derogat legi generali" (norma especial Revoga a geral), visto que o legislador, ao tratar de maneira específica de um determinado tema faz isso, presumidamente, com maior precisão. ******* Antinomias de segundo Grau Haverá casos em que surgem antinomias entre os próprios critérios, quando a um conflito de normas seriam aplicáveis dois critérios. Ex: Num conflito entre uma norma ordinária posterior e uma norma constituiconal anterior se consederarmos o critério hierárquico Aplicariamos o critério hierárquico, valeria a norma constitucional. Se aplicarmos o critério conológico, a preferencia será da norma ordinária. Igual problema teríamos ao deparar com o conflito entre uma norma anterior-especial e uma posterior-geral, onde seria a primeira preferida pelo critério da especialidade e a segunda pelo critério cronológico. Quando houver conflito entre o critério hierarquico e o cronológico prevalecerá o hierarquico por ser mais forte e soberano. Conflitos entre critério da especialidade e o cronológico, não haverá regra definida. (PESQUISAR) Conflitos entre o critério hierárquico e o da especialidade, deverá se optar pelo hierarquico (teoricamente) **************** Antinomia e eficacia das normas: As antinomias repercutem no sistema tanto no campo da validade quanto no campo da eficácia. Quando uma norma perde a validade, ela pode já ter produzido efeitos, que devem ser considerados. Por isso Temos a questão da nulidade, da inexixtência e da anulabilidade. * Nulidade: A norma perde a eficácia desde o momento em que passa a ter vigência. A norma entra no sistema mas, por um defeito perde a sua vigência desde a promulgação e todos os seus efeitos tornam-se nulos. Em geral a norma é revogada e retirada do sistema. * Inexistência: Este conceito é bastante discutível, já que, se é inexistente, é porque nunca existiu, ele se aplica à norma que ainda não entrou no sistema. Portanto, para Kelsen, se a norma nunca existiu, então nunca foi norma. Para a dogmática, inexistência é uma maneira especial de invalidade: uma norma que foi posta, mas que tem um vício terrível e nunca é e nem nunca foi considerada como sendo válida é inexistente. Anulabilidade; A anulação depende de um pedido daquele que se sente atingido por uma norma qualquer. A norma entra no sistema e, embora tenha um defeito, este não é essencial e a norma produz efeitos. Só vai perder a vigência a partir do momento em que alguém peça sua anulação. Exemplo: Um menor, que celebra um contrato, pode pedir a anulação do mesmo quando atingir a maioridade. A partir do pedido dessa anulação, cessam os efeitos do ato, mas se ele não pedir a anulação o contrato continua valendo.
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