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Agentes anestésicos locais bloqueiam os nervos que transmitem a sensação da dor. Esta ação anestésica é reversível. Embora os anestésicos locais sejam administrados localmente, eles também exercem efeitos sistêmicos porque podem ser transportados do ponto de aplicação até outros órgãos do corpo através da corrente sanguínea. Os neurônios são ativados por estímulos químicos, elétricos e mecânicos. Estes transmitem a informação suprida por estas fontes sob a forma de sinais elétricos conhecidos como o potencial de ação ou impulso nervoso, que viaja ao longo do comprimento da célula com velocidades de até 120 ms nos axônios mielinizados, porém com somente 10ms nos axônios não mielinizados. No botão sináptico, os sinais elétricos liberam mensageiros químicos, que cruzam a fenda sináptica e deflagram o sinal elétrico apropriado no próximo neurônio. A transmissão do sinal ao longo do neurônio é devida a mudanças sucessivas da diferença de potencial através da membrana(potencial de membrana).Este potencial é devido principalmente ao transporte passivo de pequenos íons inorgânicos, tais como os íons Na +, K +, Ca 2+ e Cl - através da membrana vias canais iônicos. Para as células em repouso, a superfície interior da membrana plasmática é o lado negativo da diferença de potencial. Alguns canais iônicos não estão permanentemente abertos, porém abrem-se brevemente quando ocorrem mudanças nas conformações das proteínas que formam o canal. Denomina-se estes canais de canais com comportas. A abertura de um canal pode ser iniciada pela presença de ligantes específicos(canais ligante-dependentes), ou por mudanças do potencial de membrana(canais voltagem-dependentes). Acredita-se que a estimulação de um nervo resulte na abertura de canais de comporta de Na + na membrana plasmática. Os principais agentes anestésicos locais em uso clínico são compostos básicos que podem ser geralmente classificados como amidas aromáticas ou derivados de ésteres. A cocaína e outros fármacos anestésicos locais alcaloides somente são usados sob condições rigorosamente controladas, devido às suas propriedades de causar dependência. colocar figura 4.35, p. 134 Os anestésicos locais, os alcalóides e as amidas aromáticas e ésteres básicos atuem bloqueando os canais do íon Na + , o que impede o influxo inicial de íons sódio para dentro da célula. Esta ação pode ocorrer de três formas: -O agente bloqueia a entrada externa do canal de íon Na + ; - O fármaco penetra no canal e age como uma rolha, fechando o canal na porção central de seu comprimento; - O fármaco liga-se às proteínas plasmáticas que formam o canal e como resultado distorce as suas estruturas de tal modo que o canal não permitirá a passagem de íons Na + . As estruturas da maioria dos anestésicos locais em uso clínico contêm grupamentos básicos, tais como as aminas terciárias, que em pH fisiológico estão ionizadas. Visto que as moléculas neutras difundem-se para dentro da membrana apolar mais facilmente que as espécies carregadas, os anestésicos locais devem penetrar na membrana lipídica em sua forma descarregada. Uma vez dentro do neurônio, as evidências sugerem que é a forma carregada do fármaco que se liga ao sítio receptor. colocar figura 4.36,p. 135 Acredita-se que os agentes anestésicos locais atuem bloqueando a entrada externa dos canais iônicos de Na + , ao passo que imagina-se que a ação principal dos agentes baseados nas amidas e nos ésteres é bloquear internamente tais canais. Figura 4.37,p.136 As relações estrutura-atividade dos agentes anestésicos locais são documentadas de tal forma que os fármacos ativos baseados nas amidas e nos ésteres possuem centros hidrofílicos e lipofílicos separados por uma estrutura contendo um grupamento éster ou amida. O centro hidrofílico contém um grupamento básico, geralmente uma amina secundária, ou terciária, enquanto o centro lipofílico geralmente consiste em um derivado de um sistema de anel carbocíclico ou heterocíclico. Além de um grupamento éster ou amida, a estrutura que liga os centros hidrofílicos e lipofílicos pode conter uma cadeia curta de hidrocarboneto e átomos de nitrogênio, oxigênio e de enxofre. Fig.4.35,p.134
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