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Caderno de Direito Empresarial I

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O destinatário do Direito Empresarial é o empresário.
Art.966, caput -> considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Quem é empresário é a sociedade, não os sócios que a componham.
A pessoa física é empresária quando não há pessoa jurídica. Neste caso, ela deve ter um CPF e um CNPJ ao mesmo tempo. Se a pessoa física for empresária, ela está sujeita à falência (mesmo sendo pessoa física). Mas se a pessoa física não for empresária, ela está sujeita à insolvência civil.
Requisitos para ser empresário (é preciso de todos esses requisitos para ser empresário) :
- profissionalismo (intenção de retirar da atividade seus meios de subsistência)
- economicidade (exercício de uma atividade econômica, isto é, que gere resultado econômico)
- organização (ser organizado é:
1a corrente: aquele empresário que emprega um método para o exercício da atividade
2a corrente: usar de mão de obra alheia)
- produção/circulação de bens/serviços (direcionar a atividade para o mercado)
Esses requisitos valem tanto para pessoa jurídica quanto para a física.
Parágrafo único - não se considera empresário quem exerce profissão intelectual (advogado, médico, banda de música, palhaço, cantor, escultor, etc), de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa (aqui empresa tem o sentido de atividade; quando a atividade intelectual agregar outras atividades não intelectuais; o hospital é o melhor exemplo, pois ele exerce hotelaria)
Quem exerce profissão intelectual possui ética de trabalho, enquanto que os empresários não a possuem (ou se a possuem, é o lucro).
Empresa:
- atividade econômica -> sentido funcional
- pessoa jurídica -> sentido subjetivo
- patrimônio (chamado de estabelecimento) -> sentido objetivo
Pode-se ter também o sentido corporativo, que é praticamente todos os sentidos em conjunto
Até 1942, o comerciante era a figura do direito comercial, o legislador se preocupava em definir quem era o comerciante. Havia a dificuldade de se definir quem era o comerciante porquanto houve o surgimento de inúmeros comerciantes que não se utilizavam da compra e venda.
Assim, em 1942, surgiu a figura do empresário, que traz um espectro muito maior de pessoas.
O Código Civil italiano de 1942 conceituou o empresário, mas não trouxe o conceito de empresa, bem como o Código Civil brasileiro de 2002.
Juridicamente, empresa tem muitos conceitos.
Todo empresário almeja lucro, mas nem todo mundo que almeja lucro é empresário.
Sem fins lucrativos -> sem distribuição (repartição) de lucros para associados
Sociedade empresária: exerce atividade empresarial
Sociedade simples: não exerce atividade empresarial
Registro (art.967)
O empresário é obrigado a se registrar (registro público de empresas mercantis) antes do início da sua atividade. É feito na junta comercial.
A lei prevê empresas não registradas (não personificadas, aqueles que existem apenas faticamente). O registro é obrigatório, mas não é condição para que a pessoa jurídica seja considerada empresária.
A falta de registro restringe sobremaneira a atividade da empresa (sem empréstimo, sem crédito, não pode emitir nota fiscal), retira alguns benefícios que a lei lhe dá (veda a recuperação judicial da empresa), enquanto os ônus recaem sobre ela, como todas as registradas.
O registro traz regularidade ao exercício empresarial.
Produtor rural
O produtor rural também é excluído da condição de empresário.
Na Idade Média, eles entendiam que o comerciante tinha como matriz a compra e venda e, por isso, o produtor rural não o era, pois ele não pratica ato de intermediação (é o primeiro da cadeia). Esse argumento vigorou por muito tempo.
O produtor rural se encaixa bem na definição do caput do art.966, mas o legislador preferiu deixá-lo fora do escopo do empresário.
Art.971 -> "O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro."
O produtor rural não é empresário, mas pode se equiparar a um se se registrar. Ele só será empresário (equiparado a um), portanto, se fizer seu registro.
Tipos de empresários
1) empresário individual - pessoa física que se registra em nome próprio para exercício da atividade empresarial
A lei dá o nome de firma individual.
Não há divisão de patrimônio (não há patrimônio de afetação), a responsabilidade é ilimitada.
2) empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI) - pessoa jurídica constituída por uma única pessoa física (não é uma sociedade); é a pessoa física que tem responsabilidade limitada; surgiu em 2012.
3) sociedades empresárias (personificadas):
a) sociedade em nome coletivo -> sócios com responsabilidade ilimitada
b) sociedade em comandita simples -> sócios com responsabilidade ilimitada
c) sociedade em comandita por ações -> sócios com responsabilidade ilimitada
d) sociedade limitada -> os sócios têm responsabilidade limitada
e) sociedade anônima -> os sócios têm responsabilidade limitada
Sociedades não personificadas:
- sociedade em comum
- sociedade em conta de participação (SCP)
Sociedade simples -> sociedade que tem objeto não empresarial (sociedade de médicos, de advogados, de professores, etc)
Capacidade
O empresário, para se registrar em nome próprio, tem de ser capaz.
Há a hipótese da pessoa que se registrou, sendo capaz, mas que se torna incapaz (incapacidade superveniente). Ela deixa de ser empresária? Nomeia-se um curador para continuar o exercício da atividade empresária.
A regra geral é que o incapaz pode ser sócio de uma sociedade.
Mas na sociedade limitada isto depende de dois requisitos:
1) o incapaz não pode assumir cargo de administração.
2) o capital social deve estar totalmente integralizado.
Capital social: montante que os sócios colocam dentro da sociedade para sua constituição.
Ele pode ser integralizado pela transferência de quaisquer bens suscetíveis de avaliação. E a integralização do capital social pode se dar de forma parcelada.
Art 1052 do CC -> "Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social."
Isto é, até a completa integralização do capital social os sócios respondem solidariamente (em caso de falência, p/ex) numa sociedade limitada.
O mesmo se aplica à EIRELI. Requisitos:
1) o incapaz não pode assumir cargo de administração.
2) o capital social deve estar totalmente integralizado.
Na sociedade anônima (S/A) - Lei 6404/76:
- cada acionista é responsável por suas ações. Por isso, não há nenhum óbice para o incapaz ser sócio de uma S/A.
Regras para a sociedade entre cônjuges:
Serve para todas as sociedades contratuais (todas menos a S/A)
Art.977 -> "Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória."
Ou seja, só podem contratar sociedade se forem casados pelo regime da comunhão parcial ou separação que não seja a total.
A comunhão universal é proibida para evitar a confusão patrimonial.
A vedação à constituição de sociedade entre cônjuges casados no regime da separação obrigatória é para coibir que os cônjuges burlem a separação que a lei impõe.
Regimes de casamento:
- comunhão parcial de bens ->regime legal; os bens que a pessoa adquire até o casamento não se comunicam com o outro cônjuge. Durante o casamento todos os bens adquiridos se comunicam, salvo os adquiridos por herança ou doação.
- comunhão universal (total)de bens -> tudo se comunica.
- separação de bens -> nada se comunica, nem os da constância do casamento.
Separação obrigatória -> a lei impõe o regime da separação para pessoas acima dos 70 anos.
Proibidos
1 - Magistrados -> juízes não podem ser empresários nem administradores de sociedade empresária. Ser sócio o juiz pode. Ele pode constituir uma EIRELI, mas não pode ser administrador dela. Isso vem da LOMAN.
2 - Membros do MP -> membros do MP não podem ser empresários nem administradores de sociedade empresária. Ser sócio o membro do MP pode. Ele pode constituir uma EIRELI, mas não pode ser administrador dela.
a lei que rege o MP também proíbe.
3 - Deputados e Senadores -> art.54, II, "a", da Constituição Federal. Não podem ser sócios, acionistas, controladores (acionistas majoritários) ou diretores (administradores) de empresa que goze de favor decorrente de contrato com empresa pública.
4 - Servidores públicos -> pode ser sócio, mas não pode ser empresário nem administrador.
5 - Falidos -> a sociedade é a falida, mas o juiz pode decretar a falência das pessoas físicas. Assim, uma das consequências é que elas não poderão ser sócias nem administradoras. Elas serão impedidas até que se declare extintas as obrigações da falência. Há circunstâncias que só o administrador sofre a restrição. A prescrição é a melhor maneira para poder extinguir as obrigações decorrentes da falência.
A falência é causa de suspensão da prescrição. A prescrição só volta a correr após o encerramento da falência. E as falências demoram muito tempo. Na prática, o falido não vai poder ser mais empresário.
ESTABELECIMENTO
Não existe empresário sem estabelecimento. É elemento indissociável ao empresário.
Conjunto de bens que o empresário reune para o exercício da atividade empresarial, aí incluído o lugar, as máquinas, os equipamentos. Atualmente, há empresários sem endereço físico, mas isso não significa que ele não tenha estabelecimento.
Natureza jurídica do estabelecimento -> universalidade de fato; art.90; é a pluralidade de bens singulares
Podem ser:
- bens materiais (corpóreos) -> máquinas e utensílios; imóvel; veículos; estoque; móveis
- bens imateriais (incorpóreos):
Domínio -> internet
Título do estabelecimento -> designação que se dá ao local onde o empresário exerce sua atividade; não tem proteção legal, qualquer um pode usar o nome. Para que ele tenha proteção legal, eu tenho de transformá-lo em marca.
Patente/Marca
Marca: tem de se fazer o registro no INPI; a marca pode se referir tanto ao produto quanto ao nome do estabelecimento. Tem vinculação com o nicho de negócio exercido pelo empresário. Quando a marca é de grande renome a proteção é para toda atividade. Contrafação é a infração quando uma pessoa usa a marca de outra.
Patente: pode ser de invenção (diz respeito a um produto criado pelo empresário que seja inovador) ou de utilidade (utilidade que se faz de um produto que já entrou em domínio público)
Tem de ser registrado também no INPI; passados 50 anos entra em domínio público.
Ponto comercial -> é o instituto jurídico vinculado a um contrato de locação. Direito ao ponto comercial é o direito de renovar o contrato de locação. Traz a garantia de o locatário renovar seu contrato, ainda que o proprietário do imóvel não queira. O contrato deve ser escrito (não pode ser contrato verbal), por prazo determinado, o contrato (ou contratos) deve dar 5 anos de locação ininterruptos, e o empresário deve exercer a atividade por pelo menos 3 anos. A ação é a renovatória de locação. O aluguel, agora, tem de ser de mercado. A ação deve ser ajuizada nos primeiros 6 meses do último ano, e o prazo é decadencial.
Se é um bem, é passível de oneração (impor sobre um bem um ônus; venda). Como se precifica o patrimônio (estabelecimento empresarial)? Não adianta somar o valor dos bens. As características do estabelecimento influem no valor do patrimônio, como a localização, a freguesia, a organização. Elas podem e devem ser levadas em consideração no momento da precificação do estabelecimento. A organização é a forma como o empresário organiza seu mister.
O conjunto dessas características é chamado de aviamento. É também chamado de "goodwill".
Todo estabelecimento tem o aviamento? Não necessariamente. O aviamento é uma característica do estabelecimento, mas nem sempre agrega valor. Nem sempre eu tenho o sobrevalor.
Venda do estabelecimento
Existe um contrato específico que regula o estabelecimento. É chamado de contrato de trespasse. Trespasse significa venda de estabelecimento. É um contrato típico.
A venda do conjunto de tudo que está no local é a venda do trespasse. É diferente de vender os bens separadamente. Venda de filial também é trespasse.
A existência de crédito está lastreada no patrimônio. O patrimônio do devedor é a garantia do credor. Se eu desfaço do meu patrimônio tendo dívidas, este ato pode ser desfeito.
O empresário é titular de um estabelecimento, e quer vendê-lo.
Requisitos pro contrato de trespasse:
1o) O vendedor do estabelecimento tem de conseguir a anuência de todos os seus credores.
2o) este contrato tem de ser publicado em jornal de grande circulação (publicização)
3o) e registrado na junta comercial do vendedor e do comprador
Consequências do contrato de trespasse:
1) cláusula implícita do contrato, que é a de não-restabelecimento -> pode ser retirada ou modificada se as partes não quiserem. Se elas não se manifestarem ela está presente. O vendedor não pode adquirir um novo estabelecimento para fazer concorrência com o comprador pelo prazo de 5 anos.
2) o comprador do estabelecimento empresarial torna-se sucessor de todas as dívidas do vendedor. O credor vai ter a faculdade de cobrar tanto do comprador quanto do vendedor (eles estão em solidariedade).
Franquia -> ocorre quando alguém paga para utilizar a marca de franqueador, enquanto o franqueado fornece mercadorias.
Quando um empresário se encontra em recuperação judicial, uma das maneiras de ele sair da situação é vender seu estabelecimento.
Lei 11.101/05 -> lei de recuperação judicial; quem compra os estabelecimentos quando o devedor está em recuperação judicial não herda as dívidas. É uma exceção.
O contrato de cessão de quotas pode, eventualmente, produzir os mesmos efeitos práticos do contrato de trespasse. Mas não tem os mesmos efeitos jurídicos. Nesta hipótese o que é vendido são as quotas dos sócios da pessoa jurídica que é dona dos estabelecimentos.
Obrigações dos empresários
- Registro
Regulado pela lei 8934/1994; a lei que regula o registro é anterior ao código civil, surgindo, portanto, sob a égide da segunda fase do direito comercial.
Prevê um sistema de registro de empresários. Este está construído na previsão da existência de 2 órgãos na feitura desses registros: Departamento Nacional de Registro do Comércio (DNRC; órgão federal) e as Juntas Comerciais (autarquias estaduais).
O DNRC normatiza, supervisiona e fiscaliza os atos de registro. Cria as regras para as juntas aplicarem, e supervisiona e fiscaliza as juntas comerciais. As Juntas Comerciais executam os registros.
Atos de registro (que a junta executa)
1) matrícula - ato de registro referente a profissionais conhecidos como auxiliares do comércio. São aqueles que exercem atividades úteis ao comércio, mas não são comerciantes.
* Leiloeiros: nas vendas públicas
* Tradutores (juramentados): paga-se o diploma por linha (ou palavra); documento em língua estrangeira para ser válido no Brasil deve ser traduzido por tradutores juramentados.
* Intérpretes
* Trapicheiros: administrador de armazém em porto (trapiche)
* Administrador de armazéns-gerais: administrador de armazém
2) arquivamento - atos praticados na junta que dizem respeito a empresários; a constituição de qualquer das empresas se dá por meio de ato de constituição. Arquivamento é espécie de registro. Ato de alteração muda algo originário do ato de constituição. Tudo isso deve ser arquivado na junta. Ato de transformação muda o tipoempresarial (empresa individual, EIRELI ou sociedades empresárias). Numa reunião (até 10 sócios) ou assembleia, lavra-se uma ata, que deve ser levada para ser arquivada na junta (atas de assembleias e reuniões). Enfim, todos atos DEVEM ser arquivados na junta para ter valor perante terceiros. Todos atos são vinculados a um número (chamado de NIRE, que é formado no momento do ato de constituição)
3) autenticação - referente a instrumentos de escrituração; a ata, para ter validade, deve ser autenticada na junta comercial.
Estrutura das J.C. (juntas comerciais; dupla vinculação hierárquica - administrativamente ao governo do Estado e com relação às atividades exercidas ao Governo Federal)
- presidência -> função administrativa; gerenciamento da junta comercial; não cumpre nenhuma atividade de registro. É nomeado pelo Governador do Estado.
- secretaria-geral -> órgão que executa os registros
- plenário -> dividido em turmas, que são compostas por vogais; o vogal é uma pessoa física nomeada pelo Governador e indicada por um órgão de representação de classe; uma turma é composta por 3 vogais; se o documento for de muita complexidade, fica a cargo de uma turma. Na prática, todavia, quem dá o parecer é a secretaria-geral. Mas teoricamente, um vogal dá o parecer sobre o documento, podendo-se recorrer, sucessivamente, a uma turma, plenário e ao DNRC.
- procuradoria -> dupla função: representação judicial da junta comercial (advoga para a junta) e fiscalização dos atos praticados pela secretaria-geral (zelar pela observância das normas; análise da forma, não entra no mérito)
Procedimento de Arquivamento
- regime de tramitação singular (analisado por um único vogal) -> prazo de 2 dias úteis para a secretaria-geral dar parecer sobre o registro. Ela pode devolver ato com pendência.
- regime de tramitação colegiada (analisado por uma turma de vogais; casos mais complexos) -> prazo de 5 dias úteis
Se a junta não der o parecer nos prazos acima, o ato se considera registrado por decurso de prazo.
A lei dispõe que todos atos devem conter data de celebração. Celebrado o ato (qualquer que seja ele), o empresário tem o prazo de 30 dias corridos para levá-lo a junta comercial. Se ele observar esse prazo, ainda que o registro se dê após ele, quando o ato for registrado ele vai produzir efeitos desde a sua celebração. O registro retroage desde a sua celebração (ato que produz efeitos ex tunc). Se não respeitados os 30 dias, o registro terá apenas efeitos ex nunc.
Consequências da falta de registro (geral; quando o empresário não se registra):
O empresário não foge dos ônus que a lei impõe aos empresários, mas não recebe os benefícios.
- não tem direito a pedir recuperação judicial.
- não pode pedir a falência de outro empresário.
- se for uma sociedade onde os sócios têm responsabilidade limitada, os sócios passam a ter responsabilidade ilimitada.
-  se não tem registro, não tem CNPJ, e, portanto, não emite nota fiscal. Não tem acesso também a qualquer tipo de financiamento público ou privado.
- não ter registro não é tipificado como crime. Todavia, ainda que ele esteja registrado, podem pedir a falência dele. Sendo decretada a sua falência, surge um crime. Faz parte dos chamados crimes falimentares, regulados pela lei de falência. 
1994 - Inatividade -> instituto jurídico que prevê que se o empresário ficar mais de 10 anos sem levar um ato a registro na junta, a junta abre um procedimento administrativo para cancelamento desse registro. Este procedimento começa com a intimação desse empresário. Se o empresário responder que está em exercício, o procedimento finda. Se o empresário não responder, a junta cancela o registro.
- Escrituração regular
Forma de controle sobre a atividade empresarial. Instituiu-se essa prática de registrar os atos num local de fácil localização. É o que se chama hoje de escrituração regular. Surgiu com a função gerencial, do próprio comerciante gerenciar a sua atividade.
Com o passar do tempo, ela passou a ter uma função documental, isto é, ser prova perante terceiros. E esse valor de prova dos livros se tornou tão forte, que hoje eles têm uma função fiscal. 
Se cada um adotasse um critério para fazer a escrituração, seria uma loucura. Então lá no século XII surgiu um método universal (método universal das partidas dobradas). Numa contabilidade, sempre que se for lançar um crédito, lança-se também um débito.
Todo empresário, no último dia do exercício fiscal do ano, que, em geral, coincide com o final do ano, deve lançar um balanço patrimonial.
Bens e direitos são listados no lado esquerdo do balanço (ATIVO). No lado direito fica tudo que é obrigação (PASSIVO).
O ativo pode ser dividido em circulante e imobilizado. No ativo circulante estão os bens que o empresário pretende dispor no próximo exercício. Os bens que ele não pretende dispor ou não pode dispor figuram no ativo imobilizado.
Dentro da recuperação judicial, a empresa só pode vender os bens do ativo imobilizado (permanente) se os credores permitirem.
No lado do passivo, pode-se subdividir, dentre tantas, entre passivo exigível a curto prazo e passivo exigível a longo prazo. São as obrigações do empresário para com terceiros.
O balanço tem de ter no valor do ativo o mesmo valor do passivo.
A subtração do passivo pelo ativo seria o valor devido aos sócios (patrimônio líquido). O patrimônio líquido representa a obrigação da empresa com relação aos sócios. O PL se encontra no passivo. Por isso sempre o ativo tem de ser igual ao passivo no fim. A - P = PL.
A escrituração regular é feita em livros, chamados de livros comerciais. Hoje em dia podem ser físicos ou digitais.
Podem ser:
-> livros contábeis - contém informações financeiras, que dão origem ao balanço no fim do ano.
* diário -> livro que mantém informações financeiras dia a dia.
* caixa -> livro que tem a informação de entrada e saída de dinheiro. Pode ser diário, semanal, mensal, etc.
* razão -> livro que detalha os créditos e débitos lançados. É o livro mais detalhado.
* entrada/saída de mercadorias -> livro que contém o estoque da empresa
* registro de duplicatas -> duplicata é título de crédito emitido exclusivamente por empresário decorrente de uma venda ou prestação de serviço para pagamento a prazo. Isto é, registro de duplicatas é livro que detalha as duplicatas.
-> livros memoriais -> contém informações que não sejam de cunho financeiro.
* livro de atas de assembleia geral -> livro que vai conter todas as atas que assembleia geral
* livro de atas de reuniões de sócios -> para as sociedades limitadas
* livro de atas do conselho de administração -> na S/A
* livro de atas do conselho fiscal -> na S/A
* livro de transferência de ações -> na S/A
O livro diário é de escrituração obrigatória para todos os empresários.
Classificação tributária
Microempreendedor individual -> empresário que tem faturamento anual de 60 mil reais (firma individual necessariamente)
Microempresa -> empresário que tem faturamento de 60 a 360 mil
Empresa de pequeno porte -> empresário que tem faturamento de 360 a 3600 m
Essas pessoas só são obrigadas a escriturar o livro caixa, segundo a lei tributária. A lei empresarial diz que todos devem escriturar o livro diário. Existe um conflito. Na prática a lei tributária que se sobrepõe.
A obrigatoriedade da escrituração de um livro depende de 3 aspectos:
1) Tipo do empresário
2) Tributação que ele está submetido
3) Atividade exercida por ele
Existem requisitos para a escrituração ser REGULAR. São divididos em 2 modalidades:
Requisitos intrínsecos
1) inexistência de rasuras, borraduras, intervalos, entrelinhas e emendas (este requisito só faz sentido se for livro físico)
2) as informações tem de estar em ordem cronológica
3) há que se usar o vernáculo (língua oficial)
Requisitos extrínsecos
1) termo de abertura
2) termo de encerramento
3) autenticação -> feita pela Junta Comercial
Faltou UM requisito a escrituração não é regular. E ela também só é regular se abrangeras escriturações obrigatórias.
Se perdeu um livro, ele deve recompor as informações que ele tinha.
Exibição (dos livros)
Os livros do empresário são sigilosos. A princípio, só ele tem acesso aos livros dele. Mas há exceções em que eles terão de ser exibidos.
- Autoridades fiscais -> o acesso delas está condicionado a uma ordem de serviço.
- Judicial
* parcial -> é a regra, o que acontece na maioria dos casos.
* integral -> só nos casos que a lei determina (ações de dissolução de sociedade, ações que versem sobre sucessão por morte de sócio, falência).
Qual é a consequência da exibição desses livros?
Hipótese 1: os livros do empresário são favoráveis a ele. Essa prova que foi feita é relativa em favor dele.
Hipótese 2: os livros do empresário são desfavoráveis a ele. Essa prova que foi feita é absoluta contra ele.
Hipótese 3: o empresário não tem o livro que é de escrituração obrigatória no momento que o credor pede judicialmente. A falta de livro obrigatório faz presumir os fatos alegados contra o empresário. É prova absoluta.
Se o livro não for obrigatório, não é prova favorável nem desfavorável.
As consequências da falta de escrituração (que abrange a escrituração irregular)
1) presunção de veracidade de fatos alegados contra o empresário
2) o impedimento de requerer a recuperação judicial
3) a falta de escrituração vinculada à falência constitui crime
Teoria Geral do Direito Societário
Sociedades -
Toda sociedade é pessoa jurídica? 
Art.981 -> ao celebrar a constituição de uma sociedade não necessariamente torna-se uma pessoa jurídica. Para tornar-se uma pessoa jurídica é necessário que ela se registre. O surgimento da pessoa jurídica está vinculado ao registro da sociedade. Antes do registro a sociedade não é pessoa jurídica.
O Código Civil divide as sociedades em 2 grupos:
- sociedades não personificadas -> não possuem registro
* sociedade em comum -> é uma sociedade que foi constituída sob a forma de uma sociedade personificada mas que não teve registro ou o teve cancelado. Ser sociedade em comum é uma consequência da falta de registro de uma sociedade qualquer.
* sociedade em conta de participação (SCP)
- sociedades personificadas -> possuem registro
efeitos da personificação:
• titularidade obrigacional -> a obrigação é assumida pela pessoa jurídica (a PJ passa a ser a titular das obrigações assumidas)
• titularidade processual -> se a obrigação foi assumida pela PJ, ela que será demandada pelo Poder Judiciário, será a PJ que responderá processualmente.
• responsabilidade patrimonial -> tanto na sociedade simples quanto na sociedade empresária os sócios têm de fazer um aporte de patrimônio para transferir à pessoa jurídica (capital social). A pessoa jurídica tem uma responsabilidade patrimonial, é seu patrimônio (capital social) que será atingido pelo descumprimento de uma obrigação.
* sociedade simples -> aquela que tem como objeto uma atividade não empresarial; o CC diz que ela pode ser constituída sob a forma de uma sociedade empresária; pode-se optar por constituir uma sociedade simples sob a forma de uma sociedade limitada para se ter responsabilidade limitada (a sociedade simples tem responsabilidade ilimitada inicialmente). Há uma exceção, todavia, e se refere às sociedades anônimas. Toda sociedade anônima, independentemente do objeto, é sociedade empresária. É S/A, é empresária.
* sociedades empresárias
-> sociedade em nome coletivo
-> sociedade em comandita simples
-> sociedade em comandita por ações
-> sociedade limitada
-> sociedade anônima
Classificação das sociedades:
1) quanto ao grau de dependência da sociedade em relação ao (s) sócio (s):
- de pessoas -> aquela que um sócio (ou os sócios) é essencial para o funcionamento da sociedade.
- de capital -> o que importa é o capital, a pessoa do sócio não importa.
A sociedade limitada pode ser tanto de pessoas quanto de capital (depende das cláusulas do contrato social).
Já a sociedade anônima tende a ser uma sociedade de capital. Porém, há S/As que podem ser sociedades de pessoas (S/As de capital fechado).
2) quanto ao regime de constituição e dissolução da sociedade:
- contratuais -> é aquela que é constituída por meio de um contrato. Ou seja, precisa de no mínimo duas pessoas. Além do contrato ser a forma de constituição, serão aplicadas as regras dos contratos, entre elas, a de que ninguém é obrigado a contratar. Assim como a vontade é preponderante para contratar, ela é também preponderante para distratar.
A dissolução pode ser total (sociedade acaba) ou parcial (apenas sai o sócio, a sociedade continua)
- institucionais -> é aquela que pode depender da vontade de uma única pessoa para ser constituída. Ela só se dissolve com a unanimidade dos sócios. As sociedades institucionais são sempre anônimas ou em comandita por ações. Se uma única pessoa quiser a dissolução basta que ela venda as suas ações. Contudo, é preciso que alguém compre as ações, não basta a vontade.
3) quanto à responsabilidade dos sócios:
- limitada -> o instituto da limitação da responsabilidade surgiu junto com o liberalismo, foi uma forma de diminuir o risco do investidor e aumentar o risco de todos os outros. Há uma socialização do risco. Nos preços dos produtos está inserido o prejuízo dos custos. Isso incentiva as pessoas a serem empresárias.
Na sociedade limitada a responsabilidade é limitada à integralizacao total do capital social subscrito, de forma solidária.
Na sociedade anônima os sócios são responsáveis pelo valor de suas ações subscritas. Não há solidariedade entre os sócios.
- ilimitada -> significa que o socio responderá com seu patrimônio pessoal de forma subsidiária. Somente terá o atingimento do sócio depois que o patrimônio da sociedade tiver exaurido. São sociedades de responsabilidade ilimitada subsidiária: sociedade simples e sociedade em nome coletivo.
Na sociedade em comum, aquela que foi constituída sob a forma de sociedade personalizada mas que não foi registrada, os sócios têm responsabilidade ilimitada e solidária.
- mista -> tem, ao mesmo tempo, sócios que assumem responsabilidade limitada e sócios que assumem responsabilidade ilimitada. As sociedades com responsabilidade mista são as sociedades em comandita simples e em comandita por ações. O sócio comanditado tem responsabilidade ilimitada, enquanto o sócio comanditário tem responsabilidade limitada.
Na sociedade limitada o capital social é dividido em quotas, e quem as integraliza são os sócios. Por ser um ente fictício, esta pessoa jurídica tem de ser representada por alguém, que é o administrador. Antigamente o administrador era chamado de gerente. O administrador pode ou não ser sócio.
Na S/A o capital social é dividido em ações, e quem as subscreve é chamado de acionista. E quem representa esta pessoa jurídica é o diretor. O diretor pode ou não ser acionista.
3 hipóteses de responsabilização de terceiros (há outras):
1) responsabilização pela prática de atos "ultra vires societatis"
Ultra -> além
Ato "ultra vires societatis" -> Ato praticado além das forças da sociedade (além do que a sociedade suporta); é praticado pela sociedade, representada pelo seu administrador; todavia, foi praticado além do que ela comporta. Há 2 critérios para definir esse excesso por parte do administrador. O que o administrador pode fazer ao representar a sociedade? Se o contrato não fizer nenhuma vedação, ele pode fazer tudo, desde que esse tudo diga respeito ao objeto social. Qual é o limite para se dizer se o ato está ou não atrelado ao objeto social?
Outro critério é observar se o ato contraria o contrato social. O contrato social pode prever restrições ao administrador e ele mesmo assim pratica esses atos restritos. É muito comum haver proibição de "atos de favor" nos contratos sociais, por exemplo. Exemplos de "atos de favor" são a fiança, o aval. Até porque não faz muito sentido uma sociedade empresária prestar favor a alguém.
O art.1015, parágrafo único, dispõe que a sociedade pode se recusarao cumprimento da obrigação se for um ato ultra vires societatis. O contrato social, para tanto, deve estar registrado. O contratante da sociedade teria, portanto, que saber da restrição. Se se aplica o art.1015, o administrador tem de pagar.
Em muitos casos o Judiciário tem aplicado a teoria da aparência e manda a sociedade pagar assim mesmo.
2) responsabilização pelo pagamento de créditos tributários
Tributo é gênero. Impostos, contribuições, taxas são espécie.
A Constituição traz o arcabouço sobre quais tributos podem ser instituídos, etc. Lá estão as possibilidades de tributos que podem ser criados.
O Código Tributário Nacional (lei complementar, CTN) traz as regras aplicáveis a todos tributos instituídos no país. Como ele é lançado, sua prescrição, etc.
Tem de se olhar as hipóteses de incidência dos tributos (as circunstâncias que o tributo pode ser cobrado). Toda norma que institui um tributo tem de dizer as hipóteses de incidência. Para que o tributo seja exigível, além de sua hipótese de incidência, tem de ocorrer um fato gerador. 
Se ocorrido o fato gerador, faz surgir uma obrigação tributária.
Sociedade -> pessoa jurídica; obviamente a sociedade será contribuinte de tributos.
Em que circunstâncias que um terceiro pode ser responsável sobre tributos que incidem sobre a pessoa jurídica?
Art.135 do CTN -> "São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos:
III - os diretores, os gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado."
Diretor é o administrador das S/As, gerente é o administrador das sociedades anônimas. Hoje usa-se administrador no lugar de gerente.
É o administrador que pode ser responsabilizado eventualmente pelas obrigações tributárias. Ela só existe se a obrigação tributária for resultante de ato praticado com excesso de poder ou infração de lei, contrato social ou estatuto. Aqui o que se investiga é o que deu origem à obrigação tributária.
3) responsabilização pela aplicação da teoria da desconsideração da personalidade jurídica
Limitação de responsabilidade -> surgimento no século XIX; benefício para que houvesse a atividade econômica. Mas há sempre aqueles que utilizam isso para se enriquecer ilicitamente. Começou a surgir decisões nos EUA e no Reino Unido dizendo que se a limitação de responsabilidade for usada para prejudicar os credores, a limitação não pode prevalecer e, portanto, haverá a desconsideração da personalidade jurídica da sociedade (com o patrimônio dos sócios sendo atingidos).
Rolf Serick criou a teoria da desconsideração, após analisar as decisões isoladas sobre a desconsideração. Ela possui algumas premissas.
1) o juiz, diante do abuso de forma da pessoa jurídica, pode, para impedir a realização do ilícito, desconsiderar a separação patrimonial entre sociedade e sócios. Abuso de forma da pessoa jurídica seria a utilização da pessoa jurídica como meio de prejudicar terceiros (com uma intenção de prejudicar). O ilícito, nesse caso, seria a consolidação da intenção de prejudicar. O ato em si não precisa ser ilícito.
2) não basta a insatisfação de um crédito para aplicação da desconsideração da personalidade jurídica.
A teoria é conhecida como Teoria Maior ou Teoria Subjetiva (é subjetiva porque o juiz tem de analisar a intenção que os agentes tiveram, que era prejudicar). É fraude, é um ato praticado com o intento de prejudicar e trazer prejuízo. É prejuízo + má-fé. DEVE existir fraude, é o requisito.
Aqui no Brasil o primeiro a falar sobre isso foi Rubens Requião. O CDC (art.28) e o CC (art.50) prevêem a desconsideração da personalidade jurídica.
Ela foi sendo difundida, e, assim, surgiram variações.
- Teoria Objetiva -> o requisito é a confusão patrimonial. O objetivo desta é pegar o patrimônio de outra pessoa jurídica. A confusão patrimonial pode ou não ter se dado por má-fé, mas não é um requisito.
- Teoria Inversa -> desconsidera-se o sócio para pegar o patrimônio da pessoa jurídica. Será aplicada quando o sócio esvazia seu patrimônio dentro de uma pessoa jurídica para "protegê-lo". Essa teoria surgiu no Direito de Família, mas não é exclusivo.
- Teoria Menor ->  basta o prejuízo; basta a insatisfação do crédito. É a negação da personalidade jurídica. É utilizada apenas no Direito do Trabalho. Se o empregador não paga, se não acharem bens na PJ, o juiz, de ofício, inclui os sócios na demanda e penhora bens deles. A justificativa para isso é a relação de hipossuficiência entre empregador e empregado.
Análise econômica do Direito -> vem da Universidade de Chicago. Numa relação econômica busca-se que as relações sejam equilibradas. Analisar economicamente o direito é analisar a norma no seguinte sentido: essa interpretação traz um equilíbrio na sociedade, traz uma quase perfeição para a sociedade? É analisar se a norma alcança o objetivo de equilíbrio entre as partes atingidas por ela.
A limitação da personalidade jurídica não traz uma relação equilibrada para a relação trabalhista, tira o equilíbrio entre empregador e empregado.
Sociedade Simples (aqui se refere a todas as sociedades contratuais)
As regras para constituir uma sociedade contratual devem seguir as regras gerais para criação da sociedade simples.
O que faz duas ou mais pessoas constituirem uma sociedade? Aglutinar esforços (tanto econômico como know-how)
Que tipo de sociedade eu vou constituir?
Se o objeto for intelectual ou rural, ela será simples.
Se o objeto for uma atividade empresária organizada para circulação ou serviço de bens, ela será empresária.
A S/A, para funcionar, depende de muito dinheiro. Ela tem instrumentos de fiscalização, governança, compliance que a Limitada não tem. Dá uma maior credibilidade aos acionistas. Por isso, é utilizada, mas não tão frequentemente.
Requisitos para constituição de sociedade simples
Requisitos gerais (comuns a todos os negócios jurídicos)
*Licitude do objeto
*Determinação do objeto
*Capacidade
*Possibilidade do objeto
Requisitos específicos
* contribuição de todos os sócios para a formação do capital social (na sociedade simples é possível que um sócio contribua com serviços - é o chamado sócio industrial; na sociedade empresária isso não é possível)
Na sociedade empresária o sócio tem de contribuir com bem que possua valor (passível de avaliação).
Na sociedade simples, caso haja um sócio industrial, os serviços deste não terão representação financeira no capital social.
* todos os sócios terão de participar nos lucros e nas perdas -> por isso, não se pode dispor no contrato social que sócio x não vai participar dos lucros. Pode-se, por outro lado, convencionar forma desproporcional na distribuição dos lucros.
Se o contrato social não dispor explicitamente sobre a distribuição dos lucros, ela se dará de acordo com a proporção na integração do capital social. Esta mesma proporção será utilizada numa deliberação de sócios.
Nas perdas, quando ocorre incorporação do prejuízo, se o contrato não dispuser algo em contrário, cada um perde proporcionalmente à divisão no capital social.
Na sociedade simples, quando há sócio industrial, este recebe a média dos lucros dos outros sócios, salvo se o contrato dispuser de forma diversa. O sócio de serviço absorve o prejuízo ficando sem receber lucro.
Pressupostos de existência
Quais são os requisitos para que ela continue existindo?
- Affectio societatis -> é a vontade de ser sócio, o interesse de ser sócio. Em regra só se aplica às sociedades contratuais. Nas S/As de capital aberto isso não se aplica. Nas S/As de capital fechado se aplica de certa maneira.
Basta notificar os outros sócios para avisar que sairá.
- Pluralidade de sócios -> considerando que é uma sociedade contratual, tem de haver pelo menos dois sócios. Se ficar apenas um sócio, a sociedade se dissolve de pleno direito. A unipessoalidade leva à dissolução de pleno direito. Todavia, para o legisladorisso não pode ser de imediato, pois pode ir de encontro ao princípio da preservação da empresa. Verificada a unipessoalidade, o outro sócio tem 180 dias para recompor a pluralidade de sócios.
Se o sócio remanescente quiser, ele pode se transformar em empresário individual ou transformar a sociedade em EIRELI (esta última depende do capital social).
Cláusulas contratuais
1) qualificação dos sócios -> nome do sócio, profissão, estado civil, endereço, etc. Pode haver pessoas jurídicas sócias com outras pessoas jurídicas
2) nome da sociedade -> nome é um gênero que comporta duas espécies: denominação ou firma. A sociedade simples só pode ter a denominação como nome.
3) objeto -> qual será a atividade que a sociedade exercerá, e é nesta cláusula que será determinante se a sociedade será simples ou empresária.
4) sede -> onde a sociedade vai funcionar.
5) prazo da sociedade -> de acordo com o CC, as sociedades podem ter prazo determinado ou indeterminado. Este prazo pode ser transformado. Se não se altera esse prazo, e chega a data-limite, a sociedade se dissolve de pleno direito.
A prática profissional criou uma variação da sociedade de prazo indeterminado que é a chamada sociedade de propósito específico, conhecida como SPE.
Uma SPE é uma sociedade de prazo indeterminado com propósito indeterminado, que, uma vez exaurido, faz com que a sociedade se dissolva.
6) valor do capital social da sociedade (quantas quotas caberá a cada socio? como cada sócio irá realizar as quotas, isto é, como irá integralizar)
Realização tem de se dar mediante bens suscetíveis de avaliação. 
Todos os sócios são responsáveis pela avaliação, isto é, se houve uma avaliação manipulada, todos os sócios respondem por isso. 
Todos os sócios têm de participar da integralização. E esta pode se dar à prazo. 
Aquele sócio que utiliza um bem que sofre evicção responde pelo valor dele. 
Aquele sócio que utiliza um crédito para integralizaçao responde pela sua solvência. 
Sócio remisso -> aquele que não cumpre a obrigação de integralizar o capital social conforme convencionado no contrato social. 
O CC traz 3 soluções para esse sócio remisso, e todas devem ser precedidas de uma notificação, com a qual a sociedade constitui o sócio em mora, dando-o o prazo de 30 dias para cumprir a obrigação (para purgar a mora). Se o sócio não purgou a mora, há 3 opções: 
1a) cobrar judicialmente a obrigação 
2a) expulsar o sócio (com a consequente redução do capital social); será devolvida a parcela paga deduzindo os juros de acordo com a mora, caso ele tenha integralizado uma parte 
3a) redução do capital social 
Vale dizer que há a possibilidade de soluções amigáveis entre os sócios. 
7) Se a sociedade for simples e possuir um sócio industrial -> discriminação dos serviços que caberão ao sócio de indústria 
Salvo convenção em sentido contrário, o sócio só pode prestar esse serviço através dessa sociedade. 
8) Pessoas responsáveis pela administração da sociedade 
Hoje a lei só permite que pessoas físicas sejam nominadas. O administrador pode ser sócio ou não. Para ser um não sócio os sócios têm de concordar e nominar isso no contrato social. A administração pode ser fracionada, vale ressaltar. 
O administrador tem alguns deveres para com a sociedade. O principal deles é o dever de lealdade, isto é, o administrador tem de utilizar todos os critérios que ele teria ao administrar seus próprios bens. Por isso, ele não pode praticar atos de concorrência. Além disso, o administrador tem de ser um homem probo (honesto).
9) Participação de todos os sócios nos lucros e nas perdas
Salvo convenção em contrário, ela se dará de acordo com a participação do sócio no capital social. 
10) "Se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais" 
Essa cláusula não faz sentido, pois os sócios na sociedade simples não podem se eximir da responsabilidade subsidiária. Argumenta-se que o dispositivo deveria ter sido assim: se os sócios respondem, ou não, solidariamente, pelas obrigações sociais. 
Pode ainda haver cláusulas facultativas, que geralmente regulam as relações entre os sócios. 
Direitos dos sócios 
1) Participar nos lucros
2) Direito de retirada (art.1029 CC) -> direito de sair da sociedade, direito de se retirar da sociedade. É diferente em 2 circunstâncias: 
Prazo determinado: os sócios só podem se retirar se comprovarem judicialmente um justo motivo para sair da sociedade
Prazo indeterminado: os sócios podem se retirar quando bem quiser, basta notificar à sociedade da sua intenção para que ela o retire do seu contrato social. Há 3 hipóteses aqui: (1) altera o CS e paga; (2) altera o CS e não paga; e (3) não altera o CS e não paga. Nas duas últimas deve se ajuizar de ação de dissolução parcial.
No contrato social há a previsão de haveres (o quanto o sócio vai receber) em caso de retirada do sócio.
A ação de dissolução parcial cabe nas sociedades contratuais e nas institucionais de capital fechado.
3) Participação nas deliberações sociais 
Deliberação social =/= administração da sociedade 
Deliberação social é tudo o que vai impactar no contrato social, tudo que for concernente ao contrato social. Isto é, os sócios devem deliberar, o administrador não tem nada a ver com isso. 
O cômputo dos votos nas deliberações se dá de acordo com o valor investido (percentual) no capital social, de acordo com a lei (é a regra geral). Mas isso pode ser contratado de maneira diferenciada entre os sócios. 
Na sociedade simples -> se a deliberação dos sócios for alterar uma cláusula obrigatória do contrato social, só será aprovada pela unanimidade dos sócios. Se for alterar uma cláusula facultativa a aprovação depende da maioria absoluta dos sócios. 
Penhora de quotas 
Penhora é um ato judicial que faz reservar um bem para quitação de dívidas (maneira de garantir do crédito).
É possível de penhora de quotas? O CC no art.1026 resolveu o problema que havia. As quotas podem ser penhoradas, nos seus lucros e haveres (isto é, nos direitos patrimoniais dos sócios).
Exclusão de sócio 
De acordo com o art 1030 do CC, os sócios podem excluir outro sócio se comprovarem judicialmente que aquele sócio que está sendo excluído está prejudicando a sociedade, por ação ou omissão. O legislador não diz quais atos seriam esses. O artigo ainda diz que quem tem a legitimidade para ajuizar a ação é quem tem maioria do capital social (ou seja, sócio majoritário).
Dissolução 
Hipóteses em que a sociedade se dissolve de pleno direito (art.1033): 
1) Com vencimento do prazo de duração 
2) Quando há prazo para a duração da sociedade 
3) Pela deliberação da unanimidade  dos sócios 
4) Pela deliberação da maioria absoluta do capital social se for uma sociedade constituída por prazo indeterminado 
5) Pela unipessoalidade se não reconstituída a pluralidade de sócios no prazo de 180 dias
6) Pela extinção da autorização para funcionar; existem algumas atividades que dependem de autorização governamental para serem exercidas.
Nome empresarial 
- Firma 
Princípio da veracidade das firmas ou Princípio da verdade -> a firma tem de espelhar a verdade; 
O grande problema do uso da firma é a necessidade de mudar o nome da firma caso um dos sócios mencionados no nome empresarial saia. 
- Denominação -> pode se utilizar qualquer palavra ou expressão (desde que não seja de baixo calão); há regras específicas para cada sociedade. 
Empresário -> firma; tem de se utilizar o nome civil da pessoa física (não necessariamente ele todo) 
Sociedade em nome coletivo -> firma; o nome da sociedade tem de conter o nome de todos os sócios; como recurso para não citar todos os sócios, pode-se mencionar apenas um dos sócios e adicionar "companhia" (fulano & companhia), "filhos", "irmãos" etc. 
Sociedade em comandita simples -> firma; só podem aparecer no nome empresarial os nomes dos sócios que têm responsabilidade ilimitada. Por isso, o uso de expressões como "companhia" é obrigatório. 
Sociedade emcomandita por ações -> pode utilizar firma ou denominação; se utilizar firma, só podem aparecer no nome empresarial os nomes dos sócios que têm responsabilidade ilimitada. Por isso, o uso de expressões como "companhia". Se utilizar denominação, deve ser da seguinte forma: qualquer palavra ou expressão + sociedade em comandita por ações 
Sociedade limitada -> pode utilizar firma ou denominação; se ela for usar a firma como nome, usa-se os mesmos critérios das outras, porém usa-se os nomes dos sócios, seguidos ou não de expressões como "companhia", com a palavra limitada ao final (por extenso ou abreviado). Se ela for usar a denominação como nome, deve-se acrescer à palavra ou expressão o objeto da sociedade + limitada (ltda). A necessidade de se colocar o objeto na denominação numa limitada só veio com o CC/02. 
EIRELI -> pode utilizar firma ou denominação; se utilizar a firma, é o nome do componente por extenso ou abreviado, seguido de EIRELI; se, por outro lado, utilizar-se a denominação, basta acrescentar à palavra ou expressão a palavra EIRELI. 
Sociedade anônima -> denominação; qualquer palavra ou expressão + S/A (pode vir antes, no meio ou depois da palavra ou expressão); pode se utilizar também a palavra "companhia", mas neste caso só pode ser utilizada no começo. 
O empresário tem a garantia do uso do nome empresarial. Somente um empresário pode ter aquele nome, por isso, quando um empresário ou empresa vai se registrar, eles devem fazer uma consulta na junta se aquele nome já foi utilizado por alguém (diz respeito à homografia e à homofonia). Esta exclusivadade só haverá enquanto a sociedade existir.
Não obstante todos os avanços tecnológicos, a exclusividade só terá garantia nas juntas comerciais averbadas. Ou seja, ela se restringe à junta da UF onde a sociedade/pessoa está registrada.
Isso não tem nada a ver com a MARCA. A marca tem de ser registrada no INPI. São direitos autônomos, distintos. Logo, nome empresarial NÃO é marca.
Sociedade em conta de participação - SCP 
É uma sociedade não personificada. Na verdade, não é uma sociedade, mas é tratada como uma. A SCP não contrai obrigações, não tem patrimônio, titularidade jurídica ou titularidade processual.
Há os sócios participantes (antigamente chamados de ocultos), que devem disponibilizar o uso de bens ou serviços para terceiros. Não assume risco patrimonial nenhum. Há também o sócio ostensivo, que necessariamente é empresário, que assume todos os riscos e vai partilhar os resultados do negócio com os sócios participantes.
O risco dessa sociedade é apenas do negócio não dar certo, sendo esse risco TODO do sócio ostensivo.
Não há a obrigatoriedade de se registrar esse contrato.

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