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Teoria Psicanalítica

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Teoria Psicanalítica
Freud (1856 - 1939) inicia o desenvolvimento de sua teoria a partir do trabalho com doentes histéricas , em torno do trauma psíquico através da “ cura pela conversa” – a Psicanálise.
Ele descobre que o ser humano tem uma determinada quantidade de energia, de excitação interna, que chamamos de impulsos. Descobre o inconsciente e a sexualidade.
Impulsos de:
 a) autoconservação – ligados a determinadas necessidades biológicas de base como comer, dormir, fugir de um perigo e cuja satisfação está ligada à sobrevivência.
b) sexuais não ligados a necessidades biológicas de base, porém são tão imperativos quanto os primeiros, mas sua não satisfação não implica em prejuízo da existência. 
A busca de amor, afeto, prazer que seriam a libido – a energia afetiva e sexual original, que é voltada para a obtenção do prazer. Os impulsos buscariam sua satisfação, o prazer.
 Desprazer é todo o aumento da quantidade de excitação interna, e
 Prazer é a redução ao nível mais baixo e constante possível da excitação interna.. Então os impulsos de conservação e sexuais tendem ao princípio do prazer. Para Freud, sexual é tudo que busca o prazer.
Este mundo dos impulsos que na medida que surgem devem ser imediatamente satisfeitos, onde tudo tem sentido absoluto, em que sentimentos opostos coexistem –amor e ódio, Freud chamou de Id.
O Ego seria uma instância do aparelho psíquico que faz a ponte entre o dentro e o fora, entre os impulsos e os meios de satisfazê-los na realidade. É o que adia a satisfação imediata das necessidades, é o responsável pela tolerância às frustrações (mecanismos reguladores ou de controle) – seria ser capaz de conter a força dos impulsos.
O Super Ego é a lei social e a moral que são internalizadas, são nossos conceitos morais. É o responsável pelo sentimento de culpa de pelo desejo de reparação.
Céfalo-caudal e próximo-distal ( direção SN Daí desenvolvimento da libido na mesma direção, fases:
Fase oral: no nascimento a boca é a estrutura sensorial mais organizada. Ao ser amamentado o bebê satisfaz impulsos de autoconservação e sexuais – é a sucção prazerosa do mamilo (desejo). Até praticamente o final do primeiro ano de vida a zona de prazer está na boca: mamar, chupeta, dedo na boca e mais adiante leva tudo à boca.
Ao nascer acontece a angústia ( etimologia = dificuldade para respirar). Ou deixo entrar o ar, o mundo dentro de mim, ou morro. É preciso por o mundo para dentro de mim. A fase oral marca a in-corporação. É através da relação com a mãe que a criança vai trazendo o mundo para dentro. É como se bastasse ele desejar e aí está a mãe. Chama-se esta fase de narcísica, na qual predomina o pensamento mágico, a onipotência. Ex de incorporação é a hóstia, que simboliza incorporar o corpo de Cristo. A incorporação dá a base da identificação . 
Se o desenvolvimento afetivo for normal o amor será o sentimento básico: como se ele pensasse “se tenho (ou recebo) coisas boas é porque sou bom”. Se o desenvolvimento for dominado por angústias – muita frustração, não vivência de onipotência, a agressividade, o ódio será predominante, i.é, o ambiente será sentido como invasor.
Fase anal: libido desce para a organização anal, porque houve um desenvolvimento neuro-muscular e a percepção da capacidade de controle de esfíncteres. Sentimento de que tem coisas suas, que ela produz e pode ofertar ou negar ao mundo . É a fase que se caracteriza pela produção, o fazer.
A criança tem no início satisfação em expulsar as fezes (projeção) – relação ambivalente com o objeto de amor:. Mais adiante o prazer se liga à retenção A criança aprendeu a renunciar a um prazer mais imediato para um prazer mais tardio e mais satisfatório: está aprendendo o controle. Quando o desenvolvimento é normal, i. é, quando ama e se sente amada, o que faz é sentido como bom e valorizado; aprende o controle e o sentimento básico é que ela é boa e que seus produtos são bons. Assim, estará sempre estimulada para produzir. Só podemos criar, se há sentimentos internos que nosso produto é bom. Fantasias são vivências que têm para mim o aspecto de realidade mas são uma construção.
Quando a angústia predomina sobre o amor os produtos infantis são sentidos como armas destrutivas e o mundo será mau e destruidor, ou, a criança terá necessidade de um grande controle sobre si mesma o que sacrificará a expressão de seus afetos.
Fase fálica (falo = pênis) – em torno de 3 anos, libido se desloca para os genitais; há interesse, preocupação com as diferenças sexuais, masturbação. A percepção identifica a presença ou ausência do pênis. O menino exibe-o e a menina diz que o seu ainda crescerá A menina fica numa condição de castrada. Para Freud, isso dá as bases das diferentes organizações psicológicas do masculino e do feminino. Ao menino se atribui uma superioridade pela posse do pênis, e daí em situações de conflito a ameaça de ser castrado. A tarefa desta fase é se identificar com os modelos masculino e feminino e de daí querer conquistar o pai do sexo oposto. Há fantasias de busca do parceiro, mas não a nível sexual genital; é ainda uma excitação difusa, não organizada. Estabelece-se a identificação sexual, mas a realização dela só acontecerá a partir da adolescência. O menino tem fantasias de se casar com a mãe, de ser seu namorado. O mesmo ocorre com as meninas, que fantasiam ter bebezinhos com seu pai. A fase fálica desemboca no Complexo de Édipo.
Na fase fálica o objeto de prazer é a mãe para o menino, e o pai para a menina. O pai é sentido pelo filho como um adversário, porque a mãe que ele possui no imaginário, no real lhe escapa, pois ela é do pai. No imaginário, o menino mata o pai , o que lhe provoca culpa. Na vida real, o pai odiado é o pai amado e então o menino renuncia a matar o pai. O pai é o Outro (significa a não posse da mãe); na prática quando não há um pai na casa, é a função paterna, ou seja, a não disponibilidade total da mãe para a criança, que significa a possibilidade dela (criança) resolver o Édipo, essa mãe deve frustrar esse filho, na medida em que se recusa a atendê-lo o tempo todo.
 O pai é a LEI. A base da resolução do Édipo é a ameaça de castração. A criança compreende que existem leis e que ela deve renunciar a seus desejos para se submeter às leis. Como não pode ter a mãe, vai se identificar com o pai para quando for grande ser como ele ( meninos na fase brincam de Super-heróis.
Identificar: - absorver as qualidades do outro e num segundo momento me transformo, tendo por modelo aquilo que absorvi. Só há identificação quando há o amoroso. 
O pai com quem a criança se identifica é internalizado e daí surge o Superego que responde pela repressão do desejo e pelas figuras de autoridade. Nesta época a criança está em torno dos 6 anos, entrando na fase escolar, com intenso desenvolvimento das funções cognitivas, e no social aparecem os clube do Bolinha e da Luluzinha, ou seja as crianças se agrupam com outras do mesmo sexo e predominam os jogos de regras. Este é o chamado período de Latência, em que a energia sexual é canalizada (sublimada) para o social. A sexualidade fica em recesso.
A nivel psicológico o que se desenvolve (engorda) e se reforça é o Ego. A partir dos 7 anos significa que o Ego conseguiu um nível de estruturação que permite a introdução do mundo externo dentro da criança (ela passa a incorporar a sociedade). Vai aprendendo a manejar o mundo dos objetos e das pessoas. Aprende a sobreviver dentro da sociedade – aprende suas leis, suas regras, treina seus papéis. Do seu interesse pela relação com as pessoas, passa a se interessar pela relação entre as coisas. Importância fundamental da escola ( a competição pela conquista do mundo se transforma em competição entre colegas, sentimentos de solidariedade são deixados de lado em função de sentimentos arbitrários. Até que em torno dos dez ou onze anos irrompe a puberdade.
Fase Genital:A puberdade é o conjunto das transformações psicofisiológicas ligadas à maturaçãosexual que traduzem a passagem progressiva da infância à vida adulta. A adolescência é a vertente psicológica desse processo e significa a necessidade e a dificuldade de abandonar o mundo infantil e entrar no mundo adulto. No início da adolescência o Complexo de Édipo é reeditado de uma maneira social. Agora o púbere já está genitalizado e pode realizar o Édipo. Sua boa resolução é desprender-se dos pais e se tornar um indivíduo apto para a reprodução psicológica e social e para o trabalho. A figura do pai vai ser substituída pela da autoridade e a figura da mãe vai ser buscada sob a forma de ideais sociais.
O Édipo culmina na genitalidade, ou seja, que o meu desejo e o desejo do Outro são diferentes e portanto se amo alguém e ele não me corresponde, nada posso fazer, i.é., tenho que respeitar as leis.
Num primeiro momento o jovem vai substituir os pais por pessoas ou grupos paralelos, amigos íntimos, parceiro de namoro, quadrilha; ou, por objetos – vestimenta, cigarro, droga, medicamento.

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