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Relatório de estagio em bioquímica analises clinicas

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3. SETOR DE BIOQUIMICA 
3.1. INTRODUÇÃO
A bioquímica clinica é uma ciência que mede a química e a patologia, responsável por investigar sangue, urina, líquidos pleurais e entre outros, apresentando os testes bioquímicos mais de um terço de todas as investigações laboratoriais de uma clínica (COMPRI-NARD). 
A bioquímica é responsável também principalmente por desenvolver reações cinéticas, enzimáticas, que promovem reações de hidrolises, transferências de grupos de um substrato a outro, formação de complexos colorimétricos, medidas através do espectrofotômetro (MOTTA, 2003).
O setor de bioquímica é o setor que tem um aproveitamento de variações e observações de diversas substancias que sempre vão estar presente no organismo humano, é através de exames laboratoriais que podem ser analisados e comparadas com alterações de provas funcionais, enzimáticas e metabólicas. As dosagens são através de soro, plasma, urina e liquor. As patologias que são causadas por bactérias e vírus são diagnosticadas através das dosagens de glicose, triglicérides, colesterol total e frações (HDL, LDL e VLDL), provas de funções hepáticas como: transaminases (TGO, TGP), gama GT, fosfatase alcalina, proteína total, albumina, bilirrubina, provas renais como: ureia, creatinina, ácido úrico, Eletrólitos: cálcio, e outros como: ferro, fosforo, sódio e potássio (WALLACH, 2009). 
3.2. OBJETIVO E FINALIDADE DE DIAGNOSTICO
Medir, expressar e interpretar quimicamente as variações normais de cada ser vivo por meio de uma automatização. O objetivo é observar as alterações através de reações de dois pontos, de ponto final, cinética, podendo ter o auxílio no diagnóstico de cada paciente e onde tem a condições de comparar as alterações que o organismo humano expressa dentre as diversas patologias. 
3.3. TECNICAS UTILIZADAS PARA DIANOSTICOS
3.3.1 	PREPARAÇAO DO CHIRON EXPRESS PLUS
3.3.1.1. OBJETIVO E FINALIDADE DE DIAGNOSTICO
Calibrar o aparelho de acordo com os intervalos definidos no teste. O bom uso de reagentes adequadamente preparados, armazenados e com características capazes de serem aplicados em sistemas automatizados que é um dos fatores importantes para obter um resultado de exatidão. 
3.3.1.2. PRINCIPIO 
O Chiron Express Plus é um aparelho automatizado. Realiza 22 testes. O seu princípio é a espectrofotometria. 
O princípio da espectrofotometria é baseada na absorção da luz por moléculas dispersas em uma solução. As radiações eletromagnéticas, que compõem a luz, com comprimento de onda entre 380 e 750 nm são visíveis ao olho humano, constituindo numa pequena parcela do espectro eletromagnético. A zona do espectro cujas radiações possuem um comprimento de onda abaixo de 380 nm é denominada ultravioleta (UV), já aquelas que possuem comprimento de onda acima de 750 nm correspondem à zona infravermelha ( PAIVA; DE OLIVEIRA, 2012 apub MOTTA, 2009, p.16).
3.3.1.3. METODOLOGIA
Antes de ligar o Chiron Express Plus deve-se realizar um enxague de todos os sistemas de fluidos, checar o posicionamento do track, tracks de cubetas, diluidor e descartar as cubetas em que estiverem no track trocando por cubetas limpas.
O armazém de cubetas mantem as cubetas de reação a leitura para serem tomadas automaticamente pelo Express. Próximo à entrada do track as cubetas são pré-aquecidas à temperatura de reação. O carregamento de tiras com cubetas com limpas é feito através da abertura frontal do armazém. As bombas peristálticas são as responsáveis pelo fluxo de água destilada que passa pela agulha de aspiração e diluidor e retirada de água para descarte. Existem dois tipos de bomba peristálticas. A bomba direita é de água destilada e a bomba da esquerda é a bomba de descarte. Esses tubos das bombas recomendam- se ser trocados a cada 6 meses para evitar lavagens ineficaz da agulha de aspiração e falhas reportadas. 
São as agulhas de aspiração que realizam as pipetagens dos reagentes e amostras. Nessa agulha os reagentes e amostras são pré-aquecidas à temperatura de reação devido a um banho circulante de polietilenoglicol que vai fluir através da agulha. Esta agulha deve ser calibrada. Onde a agulha realiza as lavagens são na estação de lavagens entre a pipetagem de reagentes e amostra ou entre pipetagens de mais de um reagente para a mesma reação. 
A água que chega à estação de lavagem entra em movimento de turbilhão para a limpeza eficiente da agulha de aspiração. Existem três tipos de bandejas de amostras. A bandeja para corpos de amostras com 40 posições numeradas onde são colocados água para calibração de brancos dos reagentes, calibradores padrões, soros controles e amostras para análise. A bandeja para tubos primários com 20 posições numeradas onde são colocadas apenas as amostras para analises em tubos de coleta. A Bandeja de reagentes tem 13 posições numeradas onde são colocados os frascos com os reagentes a serem empregados nas análises. 
O diluidor digital é uma seringa controlada pelo microprocessador que controla a tomada dos volumes de amostras e reagentes. 
Os reservatórios estão localizados na parte inferior do Express podem ser acessos abrindo- se a tampa frontal inferior. Da esquerda para a direita temos: 
O reservatório de água destilada com capacidade para 1000ml de agua destilada, que possui um sensor de nível que irá sinalizar quando o volume do reservatório for crítico e deve ser preenchido. Trabalha na faixa de 3 a 40 μl. 
O reservatório de esgoto com capacidade para 1000ml de água de esgotamento, possui um sensor de nível que sinaliza quando o volume for crítico e deverá ser desprezado. 
Gaveta de descarte de cubetas é onde as cubetas são descartadas dentro de um saco de biossegurança. Um contador que é controlado pelo software conta o número de cubetas as quais são introduzidas na gaveta até o máximo de 195. Quando essa quantidade é atingida o aparelho Express ira sinalizar para que as cubetas sejam descartadas. Ao retornar a gaveta, o aparelho sinaliza para as cubetas serem descartadas. Ao retornar para a gaveta, o Express solicita uma confirmação do descarte das cubetas. 
No início do dia, liga se o aparelho, esperar cerca de 20 minutos para o aquecimento do track, a tela inicial aparecerá algumas solicitações como: preencher o reservatório de água destilada; esvaziar o reservatório de agua de esgoto; carregar o reservatório com cubetas limpas e descartar as cubetas usadas. Depois aparecerá o menu principal. 
Feito todo o procedimento deverá dar início ao cadastro do paciente com o número de identificação, em seguida selecionar os tipos de teste a serem realizados, confirmar e esperar alguns minutos para a conclusão dos testes e depois anotar- los.
3.3.2. GLICOSE
3.3.2.1. OBJETIVO E FINALIDADE DE DIAGNOSTICO
Determinar a glicose no sangue, liquor e líquidos asciticos, pleural e sinovial. Útil no diagnóstico de diabetes. 
3.3.2.2. PRINCIPIO
A glicose é oxidada enzimaticamente pela glicose-oxidase (GOD) a ácido glucônico e água oxigenada que, na presença da peroxidase (POD), produz a copulação oxidativa do fenol com a 4- aminoantipirina, dando lugar à formação de um cromógeno vermelho cereja, com um máximo de absorção a 505 nm.
3.3.2.3. METODOLOGIA 
Método utilizado por automação pelo aparelho Chiron Express Plus. O kit utilizado foi: Glicose PAP Liquiform da Labtest, segundo as normas do fabricante. 
3.3.2.4. VALORES DE REFERENCIA 
O valor de referência para a glicemia em jejum é considerado normal a partir de 70- 100 mg/dL em crianças e adultos. 
3.3.2.5. SIGNIFICADO CLÍNICO E INTERPRETAÇÃO LABORATORIAL
A glicemia pode se elevar depois de ingestão de alimentos em excesso, depois de alguns minutos e horas pode-se ser alterada em processos patológicos. A glicose faz parte de um dos principais substratos energéticos no sistema nervoso central que o nosso corpo produz, porém não é capaz de armazenar a glicose em quantidades suficientes para reserva orgânica. Quando a taxa de glicemia é elevada pode ocasionar a hiperglicemia queacontece quando o organismo tem pouca insulina e o corpo não consegue usa-la. É caracterizada como a diabetes mellitus. A Hiperglicemia pode ser causada por dose incorreta de insulina, caso o paciente tenha diabetes do tipo 1, pacientes diagnosticados com o tipo 2, o corpo resiste a insulina que o organismo produz, tendo a dificuldade de utilizar a insulina que o corpo produz. Outros motivos pela causa da hiperglicemia é o stress, e o excesso de alimentação e falta de exercícios físicos (NEMER, 2000). 
É considerado o diagnóstico para diabetes mellitus uma glicemia superior a 200 mg/dL, 2 ou mais horas após uma refeição mista. Níveis abaixo de 140 mg/Dl, praticamente excluem o diagnóstico de glicemia pós-prandial (ANDRIOLO, 2008).
Os critérios atuais, preconizados pela American Diabetes Association, consideram como diabéticos os pacientes que apresentam glicemia igual ou superior a 200 mg/dL aos 120 minutos após a sobrecarga. Valores entre 140 e 200 mg/dL são considerados como tolerância à sobrecarga de glicose, classificada também como pré- diabetes (ANDRIOLO, 2008). 
A diabetes mellitus é um conjunto de distúrbios metabólicos que possuem em comum a característica de subutilizarem a glicose, resultando em hiperglicemia. Esses distúrbios podem ser classificados com a finalidade de diferenciar as etiologias, as manifestações clinicas e as abordagens terapêuticas. O diabetes tipo 1 resulta na destruição, mediada por anticorpos das células beta das ilhotas pancreáticas, que são responsáveis pela produção, armazenamento e liberação de insulina. O tipo 2 resulta da secreção inadequada de insulina associada ao desenvolvimento de resistência à sua atuação nos tecidos periféricos. (ANDRIOLO, 2008). A diabetes mellitus gestacional pode ser ocasionada pela diminuição da tolerância à glicose, produzindo pouca insulina no organismo para ela e o bebê, de magnitude variável, que pode ser diagnosticada na gestação pela primeira vez, que pode ser persistida ou não depois do parto (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES). 
Já quando a taxa de glicemia é diminuída pode ser diagnostica como uma hipoglicemia que normalmente é caracterizada com um nível muito baixo de glicose, abaixo de 70 mg/dL. Uma das causas é a falta de refeição fora do horário, ingere pouca quantidade de alimentos, consumo de bebidas alcoólicas, vômitos ou diarreias e outros tipos de infecções (NEMER, 2000). 
3.3.3. PROTEINAS TOTAIS
 
3.3.3.1. OBJETIVO E FINALIDADE DE DIAGNOSTICO
Determinar as proteínas totais em amostras de sangue e outros líquidos biológicos, é útil também para avaliar o estado nutricional e as alterações proteicas nas doenças. Útil no diagnóstico e no tratamento de diversas doenças que envolvem o fígado, os rins ou a medula óssea. 
3.3.3.2 PRINCIPIO 
O cobre do reagente de biureto reage com as proteínas séricas, em meio alcalino, formando um complexo cobre- proteína de cor roxa (cor purpura), que tem absorbância máxima de 545 nm. A intensidade de cor produzida é proporcional ao número de ligações peptídicas que estão reagindo a quantidade de proteínas presente. 
3.3.3.3 METODOLOGIA
Método utilizado por automação pelo aparelho Chiron Express Plus. O kit utilizado foi: Proteínas Totais da Labtest, segundo as normas do fabricante.
3.3.3.4. VALORES DE REFERENCIA 
Proteína total do soro é de 6,4 a 8,3 g/ dL, de um adulto em descanso é de 6,0 a 7,8 g/dL. 
Albumina: 4 a 5,3 g/ dL
Globulinas: 1 a 3 g/ dL
Reação albumina/ globulinas: 2 a 5 g/ Dl
3.3.3.5. SIGNIFICADO CLÍNICO E INTERPRETAÇÃO LABORATORIAL
A presença de proteínas no sangue conceitua-se proteinemia, quando há o aumento do teor de proteínas é denominado como hiperproteinemia, o a diminuição do teor de proteínas é conceituada como hipoproteinemia. As proteínas são introduzidas através dos alimentos no organismo, dividindo- se para formar novas proteínas que desempenha que as funções do corpo humano funcionem corretamente. As proteínas possuem três tipos principais, sendo que cada uma possui uma função diferente. Os tipos são: Albumina, globulina e fibrinogênio (ANDRIOLO, 2008).
A Albumina tem como função regular a pressão osmótica. Caso as proteínas diminuírem a pressão osmótica também irá diminuir. É raro a elevação da albumina que consiste na desidratação podendo ser um aumento relativo, síntese hepática deficiente, hemorragias e queimaduras. A diminuição pode ser ocasionada pela ingestão inadequada (desnutrição), absorção diminuída, necessidades aumentadas (hipertireoidismo, gravidez), síntese comprometida (doenças hepáticas, infecções crônicas), degradação aumentada (neoplasias, traumatismos), perda aumentada (edema, ascite, queimaduras, hemorragias, síndrome nefrótica), diluicional (líquidos IV, diabete psicogênico, intoxicação hídrica) e deficiências congênitas (NAOUM, 2007). 
A Globulinas tem um papel importante no sistema imunológico, e estão presentes no plasma, podendo ser subdivididas em alfa, beta e gama. A partir dessas subdivisões encontra- se as imunoglobulinas constituídas de IgG, IgE, IgM, IgD, e IgA. Elas tem a capacidade de produzir imunidades de certas doenças (OLIVEIRA, 2010). 
Já o fribinogenio, é uma proteína de maior concentração do plasma, que esta envolvido na concentração de coagulação sanguínea (ANDRIOLO, 2008).
3.3.4. ACIDO URICO 
 3.3.4.1. OBJETIVO E FINALIDADE DE DIAGNOSTICO
Determinar a dosagem do ácido úrico, em amostras de sangue, urina, líquidos amniótico e sinovial. Útil no diagnóstico da gota, leucemias, disfunção renal.
3.3.4.2. PRINCIPIO
O ácido úrico é oxidado pela uricase e a alantoina, com a produção de dióxido de carbono e água oxigenada. A água oxigenada gerada na oxidação produz a copulação oxidativa do DHBS com a 4- aminoantipirina, esta reação é catalisada pela peroxidase resultando na formação da antirilquinonimina de cor vermelha. A intensidade da cor vermelha formada é diretamente proporcional à concentração do ácido úrico na amostra. 
3.3.4.3. METODOLOGIA
Método utilizado por automação pelo aparelho Chiron Express Plus. O kit utilizado foi: Ácido úrico liquiform da Labtest, segundo as normas do fabricante. 
3.3.4.4. VALORES DE REFERENCIA 
	Faixa etária 
	Masculino
	Feminino
	1 a 30 dias 
	1,2 a 3,9 mg/dL
	1 a 4,6 mg/dL
	1 mês a 11 meses
	1,2 a 5,6 mg/dL
	1,1 a 5,4 mg/dL
	1 a 3 anos
	2,1 a 5,6 mg/dL
	1,8 a 5 mg/dL
	4 a 6 anos
	1,8 a 5,5 mg/dL
	2 a 5,1 mg/dL
	7 a 9 anos
	1,8 a 5,4 mg/dL
	1,8 a 5,5 mg/dL
	10 a 12 anos
	2,2 a 5,8 mg/dL
	2,5 a 5,9 mg/dL
	13 a 15 anos
	3,1 a 7 mg/dL
	2,2 a 6,4 mg/dL
	16 a 18 anos
	2,1 a 7,6 mg/dL
	2,4 a 6,6 mg/dL
	Adultos 
	2,5 a 7,0 mg/dL
	1,5 a 6,0 mg/dL
3.3.4.5. SIGNIFICADO CLÍNICO E INTERPRETAÇÃO LABORATORIAL
O ácido úrico é o principal produto do catabolismo das purinas. A concentração é variada de acordo com alguns fatores como: gênero, dieta, constituição genética, gravidez entre outros (SOCIEDADE BRASILEIRA DE ARTROSCOPIA E TRAUMATOLOGIA DE ESPORTE). 
O aumento da produção do ácido úrico ou a diminuição de sua excreção são características da gota. A gota é uma doença que é uma definida pelo excesso de ácido úrico no organismo. É uma manifestação clínica da hiperuricemia que pode ser classificada como primaria, secundaria e idiopática. A gota sempre irá ocorrer devido a hiperuricemia (NEMER, 2000). 
A gota primaria se deve aos efeitos de enzimas que participam do metabolismo das purinas, o excesso de purinas pode induzir a superprodução de ácido úrico que pode ter excreção normal, aumentada ou diminuída. Já a gota secundaria é associada a doenças que podem elevar a produção de ácidos nucleicos, como as leucemias, erros inatos do metabolismo e insuficiência renal crônica (ANDRIOLO, 2008).
O ácido úrico se deposita em forma de cristas dentro das articulações e o paciente passa a apresentar inchações, dores intensas e impossibilidades de movimentar a articulação (NAOUM, 2007). 
A hiperuricemia é o aumento da produção de ácido úrico, que pode ser ocasionado porcausas primarias que como: deficiência da enzima hipoxantina fosforibosiltransferase, síndrome de Lesh-Nyhan, doença de armazenamento de glicogênio tipo 1, causas secundarias como: ingestão dietética aumentada, aumento da renovação de ácidos nucleicos e degradação de ATP aumentada, que pode estar associada também a hipertensão, diabetes, obesidade e cardiopatias aterosclerotica. Já a hipouricemina é a diminuição da excreção do ácido úrico que é decorrente da diminuição na velocidade da síntese de urato ou o aumento na depuração renal de ácido úrico. A causa primaria é idiopática e as segundarias são: insuficiência renal, aumento de ácido láctico, baixas doses de diuréticos de tiazida, ácido acetilsalicílico e cetonas (MD, 2009). 
3.3.5. CREATININA 
3.3.5.1. OBJETIVO E FINALIDADE DE DIAGNOSTICO
Determinar a creatinina em amostras de sangue e soro para avaliação de função renal. Teste colorimétrico, somente para uso diagnostico in vitro. 
3.3.5.2. PRINCIPIO
A creatinina e outros componentes do soro reagem com a solução de picrato em meio alcalino, formando um complexo de cor vermelha que é medido fotometricamente. A adição de um acidificante abaixa o pH para 5,0, promovendo a decomposição do picrato de creatinina, permanecendo inalterada a cor derivada dos cromogênios, que também é medida fotometricamente. A diferença entre as duas leituras é a que fornece o valor da creatinina. 
3.3.5.3 METODOLOGIA
Método utilizado por automação pelo aparelho Chiron Express Plus. O kit utilizado foi: Creatinina da Labtest, segundo as normas do fabricante.
3.3.5.4. VALORES DE REFERENCIA 
Recém- nascidos 0,3 a 1,0 mg/dL
Crianças 0,3 a 0,7 mg/ dL
Adolescentes 0,5 a 1,0 mg/ dL
Adultos < 1,5 mg/ dL
3.3.5.5. SIGNIFICADO CLÍNICO E INTERPRETAÇÃO LABORATORIAL
A creatinina é um produto metabólico que é formado a partir da desidratação da creatina, é eliminada pelos rins através da filtração glomerular e excreção tubular ativa (COMPRI-NARD, 2007). 
A constância formação e excreção faz a creatinina como um marcador muito útil para avaliar a função renal, principalmente da filtração glomerular, em virtude da sua relativa independência de fatores. A determinação da creatinina é um marcador de função renal mais seguro comparando com a ureia. A creatinina não deve ser usada separadamente para avaliar o ritmo de filtração glomerular ou detectar a presença de doenças renais cronicas, pois ela é afetada pela taxa de filtração glomerular e por alguns fatores independentes como idade, sexo, massa muscular e métodos analíticos laboratoriais. (LABTEST). 
O aumento da creatinina no sangue é devido a alguns fatores como: insuficiência renal, que é quando a taxa de ureia já se encontra aumentada e nefrite insipiente e na glomerulonefrite crônica. Outros fatores como: ingestão de creatinina na carne assada, doença muscular, azotemia pré e pós renal e alguns comprometimentos da função renal. Diminuiçao como: gravidez, secreção de creatinina, que é inibida por certos medicamentos e redução de massa muscular (NAOUM, 2007). 
3.3.6. BILIRRUBINA 
3.3.6.1. OBJETIVO E FINALIDADE DE DIAGNOSTICO
Determinar a bilirrubina direta e total. Teste colorimétrico, somente para uso diagnostico in vitro, detectando doenças hepato- celulares e da árvore biliar.
3.3.6.2. PRINCIPIO
A bilirrubina reage com o ácido sulfanilico diazotado ( reação de Van den Bergh) originando azobilirrubina de cor vermelha que tem absorção a 530 nm. A bilirrubina direta é dosada em meio aquoso, enquanto a total é por ação de potente solubilizador de ação catalizadora. 
3.3.6.3 METODOLOGIA
Método utilizado por automação pelo aparelho Chiron Express Plus. O kit utilizado foi: Bilirrubina da Labtest, segundo as normas do fabricante.
3.3.6.4. VALORES DE REFERENCIA 
Bilirrubina direta: Até 0,3 mg/ dL.
Bilirrubina total: Até 1,2 mg/ dL.
Bilirrubina Indireta: 0,2 a 0,6 mg/ dL.
3.3.6.5. SIGNIFICADO CLÍNICO E INTERPRETAÇÃO LABORATORIAL
A bilirrubina é o principal produto de degradação da protoporfirina IX, que é um dos componentes da hemoglobina, mioglobina, citocromos e outros tipos de hemoproteinas. As células da bilirrubina englobam as hemácias mais velhas fazendo-as sofrer a lise e liberar a hemoglobina, depois catabolizam e formam o pigmento. A bilirrubina que é formada em nossos órgãos é liberada para circulação sanguínea e captada pelos hepatócitos (ANDRIOLO, 2008).
A elevação da bilirrubina no organismo é caracterizada como icterícia, que pode ser a primeira ou a única manifestação de hepatopatia, tem uma condição de coloração amarelada do plasma, pele e mucosas, podendo ser determinada pelo acumulo de pigmentos biliares (SPIRITO, 2009). 
A bilirrubinemia está em excesso quando a produção de bilirrubina é elevada e atinge o máximo da capacidade de ligação do pigmento pela albumina, sai da circulação e dirige-se para vários tecidos, em especial fígado, rins, pulmões, coração, glândulas suprarrenais e cérebro. As concentrações elevadas de bilirrubina, quando depositadas na pele e esclerótica, nem sempre significam que a bilirrubina sérica reflita realmente a concentração do composto acumulado. (REVISTA MED. 2012).
Os níveis da bilirrubina pode aumentar por algumas razoes como: hemólise, é caracterizada pelo aumento da degradação da hemoglobina que produz a bilirrubina, sobrecarregando o mecanismo de conjugação, incapacidade do mecanismo de conjugação no interior do hepatócito e a obstrução no sistema biliar (COMPRI-NARD, 2007).
3.3.7. TRIGLICERIDES 
3.3.7.1. OBJETIVO E FINALIDADE DE DIAGNOSTICO
 
Determinar os triglicerídeos no sangue através de sistema enzimático. Útil no diagnostico, tratamento e prevenção de doenças cardiovasculares. 
3.3.7.2. PRINCIPIO
A lipase da lipoproteína promove a hidrolise dos triglicérides liberando glicerol, que é convertido, pela ação da glicerolquinase, em glicerol-3-fosfato. Este é oxidado a dihidroxiacetona e peróxido de hidrogênio na presença da glicerolfosfato oxidade. Em seguida, ocorre uma reação de acoplamento entre peroxido de hidrogênio, 4- aminoantipirina e 4- clorofenol, catalisada pela peroxidade, produzindo uma quinoneimina que tem máximo de absorbância em 505 nm. A intensidade da cor vermelha formada é diretamente proporcional à concentração dos triglicérides na amostra. 
3.3.7.3 METODOLOGIA
Método utilizado por automação pelo aparelho Chiron Express Plus. O kit utilizado foi: Triglicérides do Labtest, segundo as normas do fabricante.
3.3.7.4. VALORES DE REFERENCIA 
Desejável < 150 mg/dL
Limiar Alto 150 e 199 mg/dL
Elevado 200 e 499 mg/dL
Muito Elevado >500 mg/dL
3.3.7.5. SIGNIFICADO CLÍNICO E INTERPRETAÇÃO LABORATORIAL
Os triglicérides são os tipos de lipídeos mais simples que são formados pela esterificação do glicerol por três moléculas de ácidos graxos. Estão presentes em vários tipos de alimentos, a síntese que o organismo humano realiza, denominada como síntese endógena, consistindo em uma das mais importantes formas de armazenamento e transporte de todo excesso de nutrientes, a maior parte dos triglicerídeos costuma ser produzida no fígado que recolhe os açúcares a mais e os transforma em triglicerídeos, para que possam ser armazenados em tecidos adiposos, servindo a reserva energética (MOTTA,2003).
O aumento de triglicérides é denominada como hiperlipidemias, que pode está associada com algumas alterações genéticas, presença de lesões hepáticas, obstrução biliar ou até mesmo quando a velocidade de destruição dos glóbulos vermelhos estão aumentados (NAOUM, 2007). 
Outros fatores que podem provocar a hiperlipidemia são: obesidade, diabetes mellitus, hipotireoidismo, insuficiência renal crônica, síndrome nefrótica, dieta hipercalórica, distúrbios de deposito de glicogênio tipos I, III e IV, anorexia nervosa, excessos diabéticos. E drogas como: tamoxifeno, corticoides, betabloqueadores, diuréticos, anticoncepcionais, ciclosporinais, antirretrovirais, isotretinoina, dizepan, estrogênios(ANDRIOLO, 2008).
A dosagem de triglicérides após 12 a 14 horas de jejum alimentar continua sendo o referencial, mas tem-se dado uma atenção especial à trigliceridemia pós-prandial, a partir da demonstração da existência de um retardo na remoção de lipoproteínas após a sobrecarga oral, em pacientes portadores de coronariopatia. A provável etiopatologenia dos triglicérides no processo aterosclerótico não está totalmente esclarecida, mas é admissível que sua participação seja indireta, ao interferir no transporte reverso do colesterol esterificado deslocado da lipoproteína HDL para partículas mais ricas em triglicérides, mantendo-se assim, por mais tempo em circulação (ANDRIOLO, 2008). 
3.3.8. UREIA
3.3.8.1. OBJETIVO E FINALIDADE DE DIAGNOSTICO
Determinar a dosagem de ureia no sangue e urina através de um sistema enzimático, é apropriado para avaliar doenças renais e hepáticas. 
3.3.8.2. PRINCIPIO
A ureia é hidrolisada pela uréase a íons amônia e CO2. Em meio alcalino, os íons amônia reagem com salicilato e hipoclorito de sódio, sob a ação catalisadora do nitroprussiato de sódio, para formar indofenol. A absorbância do complexo azul formado, medida em 600 nm, é diretamente proporcional à concentração de ureia na amostra analisada. 
3.3.8.3 METODOLOGIA
Método utilizado por automação pelo aparelho Chiron Express Plus. O kit utilizado foi: Ureia UV liquiform da Labtest, segundo as normas do fabricante.
3.3.8.4. VALORES DE REFERENCIA 
Soro ou plasma: 15 a 40 mg/dL.
Urina: 26 a 43 g/24 horas.
Valores críticos: > 100 mg/dL.
3.3.8.5. SIGNIFICADO CLÍNICO E INTERPRETAÇÃO LABORATORIAL
A ureia é formada no fígado, é a principal forma excretora do nitrogênio que vem do metabolismo proteico. Os grupos amina (-NH2) são liberados dos aminoácidos e são transformados em amônia por desaminaçao oxidativa e depois, essa amônia é transformada em ureia no fígado (LABTEST).
A ureia é livremente filtrada e não secretada pelas células tubulares, mas de 40 a 70% da quantidade filtrada é reabsorvida nos túbulos e retorna para a corrente sanguínea. Dessa foma, a dosagem de ureia subestima a taxa de filtração glomerular. (ANDRIOLO,2008). 
A elevação da ureia (hiperuremia) tem compromete a função renal, podendo ocasionar: azotemia pré-renal que é a causa de fluxo sanguíneo reduzido, insuficiência cardíaca congestiva, depleção de sal e agua (vômitos, diarreia, diurese, sudorese). Azotemia pós- renal que é a obstrução das vias urinarias podendo ocasionar o aumento do catabolismo proteico e interferências metodológicas. (WALLACH,2009). Já a diminuição da ureia (hipouremia) pode estar relacionada com insuficiência hepática grave, aumento da diurese, redução do catabolismo proteico, gravidez normal e em indivíduos submetidos a dietas com baixo valor proteico e alto teor glicídico, síndrome nefrotica (COMPRI- NARD, 2007). 
3.3.9. ALBUMINA
3.3.9.1. OBJETIVO E FINALIDADE DE DIAGNOSTICO
Determinar a albumina em amostras de soro e plasma por reação colorimétrica. Somente para uso de diagnostico “ in vitro”. É útil na avaliação do estado nutricional, das funções hepática e renal e na avaliação de doenças crônicas. 
3.3.9.2. PRINCIPIO
A albumina tem a propriedade de se ligar à uma grande variedade de ânions orgânicos e moléculas complexas de corantes. A albumina interage com o verde de bromocresol tamponado, devido ao erro proteico dos indicadores, ocorre a formação de cor verde, proporcional à concentração de albumina na amostra. Sob o pH controlado o verde de bromocresol forma um complexo colorido com a albumina. A intensidade de cor medida em 630 nm é diretamente proporcional à concentração de albumina presente na amostra. 
3.3.9.3 METODOLOGIA
Método utilizado por automação pelo aparelho Chiron Express Plus. O kit utilizado foi: Albumina da Labtest, segundo as normas do fabricante.
3.3.9.4. VALORES DE REFERENCIA 
Recém-nascidos (2 a 4 dias): 2,8 a 4,4 g/dL.
4 dias a 14 anos: 3,8 a 5,4 g/dL. 
Adultos: 3,5 a 5,0 g/dL.
Maior de 60 anos: 3,4 a 4,8 g/dL.
3.3.9.5. SIGNIFICADO CLÍNICO E INTERPRETAÇÃO LABORATORIAL
A albumina é a proteína mais importante do plasma sintetizada pelo fígado possuindo meia vida de aproximadamente duas semanas. Os níveis plasmáticos da albumina tem uma relação com o aporte de proteína e à produção do fígado e são usados como parâmetro para avaliar o estado nutricional e função hepática. Também possui um papel vital na preservação e na distribuição de água pelo organismo (LABTEST). 
A elevação da albumina é ocasionada somente pela desidratação e infecções de albumina IV, estado de choque e hemoconcentração. Já a diminuição é ocasionada por doenças hepáticas, síndrome nefrotica, queimaduras, síndrome de má absorção, deficiência congênita (WALLACH,2009).
A microalbuminúria tem sido utilizada no acompanhamento de pacientes diabéticos e hipertensos, e a sua presença indica comprometimento renal inicial. A presença de albumina é identificada em pacientes com proteinúria, porem mais da metade dos pacientes com microalbuminúria não é evidenciada a presença de proteinúria. (NEMER, 2000)
3.3.10. COLESTEROL TOTAL
3.3.10.1. OBJETIVO E FINALIDADE DE DIAGNOSTICO
Determinar o colesterol total em amostras de soro, pelo sistema enzimático por reação de ponto final. É útil na investigação das dislipidemias e faz parte da avaliação do risco de doença coronariana isquêmica. 
3.3.10.2. PRINCIPIO
Os ésteres de colesterol são hidrolisados pelo colesterol esterase a colesterol livre e ácidos graxos. O colesterol livre é oxidado pelo colesterol oxidase e colest-4-em-ona e peroxido de hidrogênio. Na presença de peroxidase e peroxido de hidrogênio, o fenol e a 4-aminoantipirina são oxidados formando a antipirilquinonimina que tem absortividade máxima em 500nm. 
3.3.10.3 METODOLOGIA
Método utilizado por automação pelo aparelho Chiron Express Plus. O kit utilizado foi: Colesterol Liquiform da Labtest, segundo as normas do fabricante. 
3.3.10.4. VALORES DE REFERENCIA 
Adultos
Desejável Menor que 200 mg/dL.
Limiar elevado 200 a 239 mg/dL.
Elevado Maior ou igual a 240 mg/dL.
Crianças e Adolescentes
2 a 19 anos 
Desejável Menor que 170 mg/dL.
Limítrofe 170 a 199 mg/dL.
Elevado 200 mg/dL.
3.3.10.5. SIGNIFICADO CLÍNICO E INTERPRETAÇÃO LABORATORIAL
O colesterol é um lipídeo que está presente em todas membranas celulares e é o precursor dos hormônios esteroides e da síntese dos sais biliares (FAGHERAZZI et al, 2007).
É um componente da mielina a substancia gordurosa que atua como revestimento das fibras nervosas, é um componente das lipoproteínas plasmáticas (FAGHERAZZI et al, 2007). É útil na avaliação de risco de doença coroniana, que certamente os níveis elevados se associam ao maior risco de aterosclerose. (NEMER, 2000).
A dosagem do colesterol sérico total é muito utilizada para o diagnóstico de doenças coronianas onde níveis elevados são considerados o maior risco de aterosclerose. O colesterol é transportado via plasmática por meio de lipoproteinas , das quais a LDL (lipoproteína de baixa densidade) é a maior responsável por esse transporte. Aproximadamente 70% do colesterol plasmático estão esterificados principalmente pelo ácido linoleico e isso ocorre no plasma sobre a influência de uma enzima chamada a lecitina-colesterol aciltransferase, que é liberada do fígado. Em donças hepáticas graves, ocorre a diminuição da atividade enzimática no plasma e também da proporção de colesterol esterificado (COMPRI-NARD, 2007). 
Os valores aumentados são ocasionados pela nefrose, hipotireoidismo, doenças colestáticas do fígado e nas hiperliproteinemias do tipos IIa, IIb e III, diabetes melito, pós- menopausa, hipercolesterolemia familiar. Os valores diminuídos são os hipertireoidismo, doenças consuptivas, desnutrição crônica, anemia sideroblástica e talessemia, má absorção e má absorção, insuficiência pancreática exócrina, doençasdo parênquima hepático (hepatites tóxica e viral) (MD, 2009). 
3.3.11. COLESTEROL HDL
3.3.11.1. OBJETIVO E FINALIDADE DE DIAGNOSTICO
Determinar o colesterol HDL presente no sobrenadante utilizando o processo enzimático de determinação do colesterol total. Através de sistema de precipitação seletiva das lipoproteínas de baixa e muito baixa densidade (LDL e VLDL). Útil no diagnóstico de doenças artérias coronárias. 
3.3.11.2. PRINCIPIO
Os quilomicrons, as lipoproteínas de muita baixa densidade (VLDL) e as lipoproteínas de baixa densidade (LDL) são quantitativamente precipitadas com fosfotungsato e íons magnésio. Após a centrifugação, o sobrenadante contem as lipoproteínas de elevada densidade (HDL), cujo colesterol é quantificado fotometricamente mediante as reações acopladas. A absorbância do complexo formado (vermelho), medida em 500 nm, é diretamente proporcional à concentração de colesterol HDL da amostra. 
3.3.11.3 METODOLOGIA
Método utilizado por automação pelo aparelho Chiron Express Plus. O kit utilizado foi: Colesterol HDL da Labtest, segundo as normas do fabricante. 
3.3.11.4. VALORES DE REFERENCIA 
Adultos
Colesterol Total: 
Desejável: Menor que 200 mg/dL.
Limiar elevado: 200 a 230 mg/dL.
Elevado: 240 mg/dL.
Colesterol HDL: 
Baixo: Menor que 40 mg/dL.
Elevado (desejável): 60 mg/dL.
Colesterol LDL 
Otimo: Menor que 100 mg/dL.
Limiar ótimo: 100 a 129 mg/dL.
Limiar elevado: 130 a 159 mg/dL.
Elevado: 160 a 189 mg/dL.
Muito elevado: 190 mg/dL.
3.3.11.5. SIGNIFICADO CLÍNICO E INTERPRETAÇÃO LABORATORIAL
O transporte do colesterol no sangue é feito através das lipoproteínas, que são complexos de lipídeos e proteínas. Há cinco classes de lipoproteínas: HDL (lipoproteína de alta densidade), VLDL (lipoproteína de densidade muito baixa), LDL (lipoproteína de baixa densidade), IDL (lipoproteína de densidade intermediaria) e quilomicrons. As HDLs são sintetizadas no fígado e intestino e agem como catalisadores, facilitando o catabolismo da VLDL e quilomicrons. Alem disso, removem o excesso de colesterol dos tecidos e canalizam o colesterol para o fígado. O núcleo de colesterol não pode ser degradado e o fígado é o unido órgão que pode livrar o corpo de excesso de colesterol, secretando -o na bile para excreção nas fezes. As LDLs são constituintes normais do sangue. Elas são responsáveis pelo carregamento do colesterol do fígado e intestino para as membranas ou para a produção de esteroides. Porém, quando sua estrutura é modificada, torna-se agressiva e patogênica
(FORMAZARI et al, 2004).
Os valores baixos do HDL colesterol são encontrados em indivíduos obesos, de vida sedentária, fumante, diabéticos na colestase, hepatopatia, arteriosclerose, coronariopatia. Já os valores aumentados proporcionam risco de doenças coronarianas, estrogênio, álcool, redução de peso, exercícios fisicos. Algumas drogas como lovastatina, ácido nicotínico, ciclofenil, cimetidina, etanol (MOTTA,2003). 
3.3.12. FOSFATASE ALCALINA
3.3.12.1. OBJETIVO E FINALIDADE DE DIAGNOSTICO
Determinar a fosfatase alcalina em amostras de soro é útil para avaliar doenças hepáticas e ósseas. 
3.3.12.2. PRINCIPIO
A fosfatase alcalina do soro, em pH alcalino, hidrolisa a timolftaleina monofosfato liberando timolftaleina, que tem cor azul em meio alcalino. A cor formada, diretamente proporcional a atividade enzimática, é medida em 590 nm. O produto final da reação se constitui de uma mistura de cor azul e a cor própria do substrato. 
3.3.12.3 METODOLOGIA
Método utilizado por automação pelo aparelho Chiron Express Plus. O kit utilizado foi: Fosfatase Alcalina da Labtest, segundo as normas do fabricante.
3.3.12.4. VALORES DE REFERENCIA 
Adultos (acima de 13 anos): 13 a 43 U/L.
Crianças até 13 anos: 56 a 156 U/L.
3.3.12.5. SIGNIFICADO CLÍNICO E INTERPRETAÇÃO LABORATORIAL
A fosfatase alcalina é excretada pela bile. A elevação tende a ser maior nas obstruções extra-hepáticas (litíase e carcinoma de cabeça do pâncreas) do que nas intra-hepáticas (processos invasivos). Isso ocorre por uma combinação do aumento da produção associado à diminuição da excreção. A fosfatase alcalina é considerada um marcador muito importante para processos obstrutivos hepáticos. A via de excreção da fosfatase ácida ainda é desconhecida. (NAOUM, 2007). 
Doenças ósseas primarias ou secundarias que afetam a estrutura óssea, como consolidação de fratura, raquitismo, osteomalacia, acromegalia, osteossarcoma ou hiperparatireodismo, causam elevações da atividade da fosfatase alcalina, mais especificamente da isoenzima óssea. (ANDRIOLO, 2008).
Os valores diminuídos são hipotireoidismo, retardo de crescimento nas crianças, hipofosfasia (erro metabólico inato) e desnutrição grave, anemia permiciosa. (LABTEST).
3.3.13. GAMA-GLUTAMILTRANSFERASE (GAMA GT)
3.3.13.1. OBJETIVO E FINALIDADE DE DIAGNOSTICO
Determinar a y- glutamil transferase (Gama GT) no soro ou plasma por fotometria em modo cinético. É útil no diagnóstico de doenças hepáticas. 
3.3.13.2. PRINCIPIO
A Gama GT catalisa a transferência do grupamento glutamil da L-y-glutamil-3-carboxi-4-nitroanilida para a glicilglicina,formando L-y-glutamilglicilglicina e p-nitroanilina. A quantidade formada de p-nitroanilina, que apresenta elevada absorbância em 405 nm, é diretamente proporcional à atividade da Gama GT na amostra. 
3.3.13.3 METODOLOGIA
Método utilizado por automação pelo aparelho Chiron Express Plus. O kit utilizado foi: Gama GT Liquiform da Labtest, segundo as normas do fabricante. 
3.3.13.4. VALORES DE REFERENCIA 
Mulheres
0- 6 meses: 15- 132 U/L.
6- 12 meses: 1- 39 U/L.
1- 12 anos: 4- 22 U/L.
13- 18 anos: 4 – 24 U/L.
Adultos: 5- 39 U/L.
Homens
0-6 meses: 12 – 122 U/L.
6- 12 meses: 1- 39 U/L.
1- 12 anos: 3- 22 U/L.
13- 18 anos: 2- 42 U/L.
Adultos: 5- 39 U/L.
3.3.13.5. SIGNIFICADO CLÍNICO E INTERPRETAÇÃO LABORATORIAL
A gama glutamil transferase (GGT) é uma enzima que tem uma maior concentração no tecido renal, tem sua importância clinica ligada ás doenças do fígado e vias biliares (colestase, lesões hepáticas inflamatórias e toxicas, principalmente). É encontrada no interior dos hepatócitos e nas células epiteliais biliares, sendo considerada marcadora de lesão hepatobiliar de alta sensibilidade, mas de pouca especificidade, uma vez que pode estar alterada por uso de medicações, álcool e várias doenças sistêmicas. (ARAUJO et al, 2005). 
Os valores aumentados podem ocasionar doenças hepáticas, pancreatites, infarto agudo do miocárdio, lúpus eritematosos sistêmicos, obesidade patológica, hipertireoidismo, estados pós-operatórios, carcinoma de próstata, cirrose biliar primaria, icterícia obstrutiva, colestase, uso de medicamentos hepatotóxicos ou capazes de ativar a indução enzimática (NAOUM, 2007). 
3.3.14. CALCIO 
3.3.14.1. OBJETIVO
Determinar o cálcio em amostras de sangue, soro e urina, por reação de ponto final. É útil no diagnóstico de desordens neuromusculares, esqueléticas, endócrinas, arritimias cardíacas.
3.3.14.2. PRINCIPIO
O Cálcio reage com a purpura de ftaleína em meio alcalino formando um complexo de cor violeta que é medido em 570 nm. 
3.3.14.3 METODOLOGIA
Método utilizado por automação pelo aparelho Chiron Express Plus. O kit utilizado foi: Cálcio Liquiform da Labtest, segundo as normas do fabricante. 
3.3.14.4. VALORES DE REFERENCIA 
Soro: 8,5 a 10,5 mg/dL.
Urina: 60 a 200 mg/dL.
3.3.14.5. SIGNIFICADO CLÍNICO E INTERPRETAÇÃO LABORATORIAL
No sangue, o cálcio é transportado por duas formas, uma delas é caracterizada pelo cálcio não ionizado e ligado a uma proteína (albumina), a outra em forma de fosforo. A concentração do cálcio total normalmente é entre 9 e 11 mg/100ml e a fração ionizada corresponde a 50% desses valores. A fração ionizada é distribuída através do fluido extracelular, mas nem a fração não ionizável ligada a proteína e nem a fração ionizável estão presentesem quantidades significativas no fluido intracelular (NAOUM, 2007).
A dosagem de cálcio total no soro é útil para avaliar o diagnóstico e o acampanhamento de distúrbios do metabolismo de cálcio e fosforo, entre os quais se incluem as doenças ósseas, renais e neoplásicas. Os valores elevados são encontrados no hipertiroidismo primário e terciário, em neoplasias com envolvimento ósseo, em particular tumores de mama, pulmões e rins e no mioloma múltiplo. Alguns tumores podem causar hipercalcemia sem desenvolvimento ósseo, por produzirem substancias semelhantes ao paratormônio. Também encontram hipercalcemia na tireotoxicose, na acromegalia, na intoxicação por vitamina D, no excesso de antiácidos e na fase diurética de necrose tubular aguda. A calcemia pode ser aumentada pela administração crônica de diuréticos, vitamina D e de antiácidos. Geralmente é observada a hipocalcemia no hipoparatireoidismo primário ou pós- cirúrgico, no pseudo- hipoparatireoidismo, na deficiência de vitamina D, na insuficiência renal crônica, na pancreatite aguda, na hipofunção hipofisária, na acidose e na hipoalbuminemia. Corticosteróides e o uso continuo de diuréticos e insulina podem reduzir os níveis de cálcio sérico. (ANDRIOLO, 2008).
3.3.15. ALT/GPT
3.3.15.1. OBJETIVO
Determinar a Alanina Amino Transferase (ALT) ou Transaminase Glutâmico Piruvica (GPT) em modo cinético, em amostras de sangue. Ùtil no diagnostico de certos tipos de doenças hepáticas, cardíacas. 
3.3.15.2. PRINCIPIO
A ALT catalisa especificamente a transferência do grupo amina da alanina para o cetoglutarato, com formação de glutamato e piruvato. O piruvato é reduzido à lactato por ação da lactato desidrogenase (LDH), enquanto que, a coenzima NADH é oxidada a NAD. A redução da absorbância em 340 nm, consequente à oxidação da coenzima NADH, é monitorada fotometricamente, sendo diretamente proporcional à atividade da ALT na amostra. 
3.3.15.3 METODOLOGIA
Método utilizado por automação pelo aparelho Chiron Express Plus. O kit utilizado foi: ALT/GPT Liquiform da Labtest, segundo as normas do fabricante.
3.3.15.4. VALORES DE REFERENCIA 
	Idade
	Masculino
	Feminino
	1 a 30 dias
	20 – 54 U/L
	21 – 54 U/L
	1 a 6 meses
	26 - 55 U/L
	26 – 61 U/L
	7 a 12 meses
	26 – 59 U/L
	26 – 55 U/L
	1 a 3 anos
	19 – 59 U/L
	24 – 59 U/L
	4 a 11 anos
	24 – 49 U/L
	24 – 49 U/L
	12 a 15 anos
	24 – 59 U/L
	19 – 44 U/L
	Adultos
	11 – 45 U/L
	10 – 37 U/L
3.3.15.5. SIGNIFICADO CLÍNICO E INTERPRETAÇÃO LABORATORIAL
A alanina-aminotransferase é uma enzima citoplasmática e é elevada mais precocemente na presença de lesão hepática, esta presente quase no tecido hepático e renal, o que lhe oferece elevada especificidade (ANDRIOLO,2008).
A ALT ou TGP com sua origem citoplasmática, faz com que se eleve rapidamente após a lesão hepática, tornando-a sensível marcador da lesão celular hepática, especialmente em patologias cm necrose do hepatócito. Aumentos discretos de sua concentração ocorrem em miocardite, infarto agudo no miocárdio e traumas da musculatura esquelética (NAOUM, 2007).
A elevação ocorre nas hepatites que podem ser virais ou toxicas, na mononucleose, cirrose, colestase, carcinoma hepático primário ou metastático, pancreatite, traumatismo externo e no choque prolongado. Valores de ALT são iguais aos de ALT, na maioria dos pacientes com hepatite viral, icterícia pos-hepatica ou colestase intra-hepatica. Outras elavaçoes de ALT como polimiosite, dematomiosite e rabdomiolise. (LABTEST)
3.3.16. AST/GOT
3.3.16.1. OBJETIVO E FINALIDADE DE DIAGNOSTICO
 
Determinar o Aspartato Amino Transferase (AST) ou Transaminase Glutâmico Oxalacetica (GOT), em amostras de sangue através do modo cinético. Útil no diagnóstico de doenças hepáticas e cardíacas. 
3.3.16.2. PRINCIPIO
A AST catalisa especificamente a transferência do grupo amina do ácido aspártico para o cetoglutarato com formação de glutamato e oxalacetato. O oxalacetato é reduzido a malato por ação da malato desidrogenase (MDH), enquanto que a coenzima NADH é oxidada à NAD. A redução da absorbância em 340 nm, consequente à oxidação da coenzima NADH, é monitorada fotometricamente, sendo diretamente proporcional à atividade da AST na amostra. 
3.3.16.3 METODOLOGIA
Método utilizado por automação pelo aparelho Chiron Express Plus. O kit utilizado foi: AST/GOT Liquiform da Labtest, segundo as normas do fabricante. 
3.3.16.4. VALORES DE REFERENCIA 
	Idade
	Masculino
	Feminino
	01- 07 dias
	26 – 98 U/L
	20 – 93 U/L
	08 – 30 dias
	16 – 67 U/L
	20 – 69 U/L
	01 – 06 meses
	16 – 62 U/L
	16 – 61 U/L
	07 – 12 meses
	16 – 52 U/L
	16 – 60 U/L
	01 – 03 anos
	16 – 57 U/L
	16 – 57 U/L
	04 – 06 anos
	10 – 47 U/L
	10 – 47 U/L
	07 – 15 anos
	10 – 41 U/L
	05 – 36 U/L
	Adultos
	11 – 39 U/L
	10 – 37 U/L
3.3.16.5. SIGNIFICADO CLÍNICO E INTERPRETAÇÃO LABORATORIAL
A aspartato amino transferase (AST) e alanina amino transferase (ALT) são enzimas úteis na avaliação da função hepática. Essas enzimas necessitam de uma coenzima denominada piridoxal fosfato e é derivada da vitamina B6, para que a atividade catalítica seja máxima, ou seja, para que toda enzima presente no soro esteja totalmente ativa. Os valores elevados ocorrem nas hepatites, na monoclueose, cirrose, colestase, carcinoma hepático primário ou metastático, pancreatite, traumatismo extensos e no choque prolongado. Nas hepatopatias agudas, o valor do ALT excede o da AST. Algumas drogas que estão relacionadas ao aumento do AST são: isoniazida, progesterona, esteroides anamolizantes, opiaceos, indometacina, halotano, metildopa e uso prolongado de aspirina. (INFOTEC; LABTEST).
3.3.17. FOSFORO
5.3.17.1. OBJETIVO E FINALIDADE DE DIAGNOSTICO
Determinar o fosforo inorgânico por fotometria em ultravioleta, em amostra de sangue e urina, com reação de ponto final. Útil no diagnóstico de função renal. 
3.3.17.2. PRINCIPIO
O Fósforo inorgânico reage com o molibdato de amônio na presença de ácido sulfúrico resultando na formação de um complexo fosfomolibdato não reduzido. A absorbância em 340 nm do complexo formado é proporcional à concentração de fósforo inorgânico na amostra. 
3.3.17.3 METODOLOGIA
Método utilizado por automação pelo aparelho Chiron Express Plus. O kit utilizado foi: Fósforo UV Liquiform da Labtest, segundo as normas do fabricante. 
3.3.17.4. VALORES DE REFERENCIA 
Soro 
Crianças 4,0 a 7,0 mg/dL.
Adultos 2,5 a 4,5 mg/dL.
Urina: 400 a 1300 mg/ 24 horas. 
3.3.17.5. SIGNIFICADO CLÍNICO E INTERPRETAÇÃO LABORATORIAL
O fosforo é um elemento de origem mineral que se encontra amplamente difundindo pelos alimentos, sejam de origem animal ou de vegetal, existindo em maior quantidade nos alimentos de origem animal. A absorção do fosforo pelo organismo chega a aproximadamente 70% de que existe nos alimentos. Nos casos de alimentação à base de carnes, existe um risco associado ao fosforo caso seja consumido em excesso (VIERA, 2010). 
A absorção do fosforo é proporcional à sua ingestão, quando se encontra dentro de valores normais. Quando o aporte dietético de fósforo é reduzido, ocorre um aumento na eficiência absortiva e, quando se encontra elevado, a absorção diminui. Essa resposta adaptativa ao fósforo dietético é especifica do co-transporte sódio/fosforo (LOGHMAN-ADHAM, 1993 apub OLIVEIRA, 2007). 
A dosagem de fosforo no soro é útil para o diagnóstico das hiperfosfatemias decorrentes do mieloma múltiplo, de metástases ósseas, da insuficiência renal crônica, do hipoparatireoidismo, da cetoacidose diabética e das hopofosfatemias observadas no hiperparatireoidismo, na síndrome da Fanconi, no alcoolismo agudo, na síndrome de má- absorção, na deficiência de vitamina D e na acidose tubular renal. (ANDRIOLO,2008).
Os valores diminuidos do fosforo é caracterizada como hiperfosfatemia que pode ocasionar o raquitismo, osteomalacia, hipovitaminose D, hipoparatiroidismo. Valores aumentados caracterizados comohipofosfatemia que pode ocasionar a hipervitaminose D, hiperparatiroidismo, neoplasias ósseas (MD, 2009). 
3.3.18. CK-NAC (CPK) 
3.3.18.1. OBJETIVO E FINALIDADE DE DIAGNOSTICO
Determinar a creatinina quinase total em amostras de sangue e urina que são testes de avaliação de função renal. A determinação da concentração de creatinina k no líquido amniótico é um dos parâmetros laboratoriais para a avaliação da maturidade fetal. 
3.3.18.2. PRINCIPIO
A CK catalisa a desfosforilaçao da creatina fosfato para produzir adenosina trifosfato (ATP), a qual reage com a glicose na presença da hexoquinase (HK) formando glicose-6-fosfato, na presença de glicose-6-fosfato desidrogenase (G-6-PDH), é oxidada a 6-fosfogluconato (6-PG) e reduz o NADP a NADPH. A velocidade de incremento na absorbância em 340 nm é proporcional à atividade da CK na amostra. 
3.3.18.3 METODOLOGIA
Método utilizado por automação pelo aparelho Chiron Express Plus. O kit utilizado foi: CK-NAC Liquiform da Labtest, segundo as normas do fabricante. 
3.3.18.4. VALORES DE REFERENCIA 
	Idade
	Masculino
	Feminino
	01- 03 meses
	29 – 303 U/L
	40 – 474 U/L
	04 – 12 meses
	25 – 172 U/L
	27 – 242 U/L
	13 – 24 meses
	28 – 162 U/L
	25 – 177 U/L
	02 – 10 anos
	31 – 152 U/L
	25 – 177 U/L
	11 – 14 anos
	31 – 152 U/L
	31 – 172 U/L
	14 – 18 anos
	34 – 147 U/L
	28 – 142 U/L
5.3.18.5. SIGNIFICADO CLÍNICO E INTERPRETAÇÃO LABORATORIAL
A creatina fosfoquinase (CPK) que também é conhecida por creatinoquinase (CK) e se encontra-se com uma vasta distribuição tissular, com uma importante atividade reguladora do metabolismo intracelular dos tecidos contráteis. E está presente principalmente na musculatura esquelética, no tecido cardíaco e no cérebro. A determinação da concentração de CPK (ou CK) no diagnóstico do infarto do miocárdio, doenças do musculo esquelético e lesões cerebrais são muito importante, e por meio do fracionamento eletroforético é possível identificar três isoenzimas caracterizadas por CK-BB, CK-MB e CK-MM, sendo que as letras M e B significam musculo e brain (cérebro) (NAOUM, 2007).
A creatinina quinase pode ser aumentada em necrose ou inflamação do musculo cardíaco, atrofia do musculo estriaco, distrofia muscular, distrofia miotônica, esclerose lateral amiotrófica, poliomielite, queimaduras térmicas e elétricas, rabdomiólise, exercícios intensos ou prolongados, estado de mal epiléptico, parto e geralmente nas ultimas semanas de gravidez, hipertermia maligna, hipotermia, paralisia periódica hopopotassêmica familial, doenças de McArdle. Alguns medicamentos e drogas pode elevar o CK como: cocaína, álcool, emetina, toxicidade por agentes químicos, compostos de anel de benzeno que despolarizam a membrana celular e deixam passar enzimas de baixo peso molecular com um aumento de lactato desidrogenase (COMPRI-NARD, 2007). 
A diminuição da CK pode ser ocasionada por massa muscular diminuída, artrite reumatoide, hipertiroidismo não-tratato, doença de Cushing, doença do tecido conjuntivo não- associada a atividade diminuída, várias substancias químicas, toxicas e inseticidas, tumor metastático no fígado, falência de múltiplos órgãos, pacientes em tratamento intensivo com infecção grave ou septicemia. (MD, 2009).
3.3.19. FERRO	
3.3.19.1. OBJETIVO E FINALIDADE DE DIAGNOSTICO
Determinar o ferro em amostras de sangue através de reação enzimática. Útil na abordagem laboratorial das anemias hipocrômicas e microciticas. 
3.3.19.2. PRINCIPIO
Os íons férrico são dissociados da tranferrina por ação de um tampão de pH ácido e reduzidos a íons férrico por ação da hidroxilamina. Após a adição do Ferrozine forma-se um complexo magenta brilhante cuja absorbância, medida entre 540 e 580 nm, é proporcional à quantidade de ferro na amostra. 
3.3.19.3 METODOLOGIA
Método utilizado por automação pelo aparelho Chiron Express Plus. O kit utilizado foi: Ferro Sérico da Labtest, segundo as normas do fabricante.
3.3.19.4. VALORES DE REFERENCIA 
Recém-nascidos 100 – 250 μg/dL.
Lactante 40 – 100 μg/dL.
Pré escolar e escolar 50 – 120 μg/dL.
Adultos 
Homem 65 – 170 μg/dL.
Mulher 50 – 170 μg/dL.
3.3.19.5. SIGNIFICADO CLÍNICO E INTERPRETAÇÃO LABORATORIAL
O ferro é essencial para a maioria dos organismos vivos pois participa de numerosos processos vitais, desde os processos oxidativos celulares ao transporte de oxigênio para os tecidos. A hemostasia do ferro é regulada principalmente pela absorção e não pela excreção. É transportado no sangue por uma proteína, a transferina, e armazenado nos tecidos ligado à outra proteína chamada ferritina (LABTEST). 
A ferritina é uma proteína presente no plasma e em todos os tecidos corpóreos. É principal proteína intracelular responsável pela reserva de ferro no organismo, sendo que seu nível circulante tem relação direta com a quantidade de ferro armazenado. É diminuída a anemia ferropriva, porem pode estar reduzida mesmo antes de se instalar o quadro anêmico (COMPRI-NARD, 2007). 
É elevada em doenças inflamatórias causadas por aumento da síntese hepática e nas doenças com elevada disponibilidade de ferro, como anemia sideroblástica e hemocromatose. (ANDRIOLO, 2008).
3.4. ESTUDO DE CASO
Caso 1: 
Paciente com iniciais N.O.S do sexo feminino, de 37 anos, deu entrada no laboratório de análises clinicas, para exame médico de rotina, já constatados diabetes mellitus, foram detectados valores normais exceto por uma glicemia de jejum de 411 mg/dl, colesterol total de 270 mg/dl, ureia de 89 mg/dl, triglicérides de 239 mg/dl. Tais exames foram repetidos e confirmaram-se os valores anormais, sendo feito o diagnóstico de diabetes mellitus, hiperuremia comprometendo a função renal, a visão, lesão de órgãos- alvo demonstrada pela presença de insuficiência renal com proteinúria. Valores normais: ácido úrico de 4,74 mg/dl, cálcio de 9,8 mg/dl, creatinina de 1,60 mg/dl, potássio sérico de 131 mg/dl. Esse caso demonstra a associação de diabetes, desidratação e problemas renais.
Caso 2: 
Paciente com iniciais J.S.A do sexo masculino, de 43 anos, deu entrada no laboratório de análises clinicas, para exame de rotina, foram apresentados valores normais como: Ácido úrico: 4,25 mg/ dL, creatinina: 0, 9 mg/dL, ureia: 25 mg/dL, e contatados valores alterados como: colesterol hdl: 71 mg/dL, colesterol total: 287 mg/dl, glicose: 228 mg/dl, triglicérides: 156 mg/dl, sendo feito o diagnóstico de uma possível diabetes, problemas e lesões hepáticos, dislipidemias, risco de doenças isquêmicas, insuficiência cardíaca comprometendo o fígado, visões turva, com caso de perda de visão, excesso de gorduras no sangue.
Caso 3:
 Paciente com iniciais M.F.A do sexo masculino, 80 anos, deu entrada no laboratório de análises clinicas para ser realizado exames de rotina, apresentou- se valores normais como: potássio 4,4 mmol/l, e valores alterados como: creatinina: 1,29 mg/dl, glicose: 110 mg/dl, sódio: 132 mmol/l, ureia: 26 mg/l, sendo observado uma pré-diabete, complicações no fígado e rins, sintomas como diarreia, vômitos. Esses resultados têm como o diagnóstico de problemas de rins, fígado, coração como insuficiência cardíaca, doenças reais e hepáticas, desidratação.
3.5. DESCRIÇAO DA EXPERIENCIA E ATIVIDADES REALIZADAS POR SETOR E EXAME
O setor de bioquímica tem a oportunidade de analisar e interpretar cada exame, observando quais são os valores alterados e buscar a finalidade de cada alteração, realizando o seu diagnóstico, discutir sobre eles entre os colegas buscando também o princípio do equipamento, discutir como cada máquina funciona. Atividades realizadas como: observação das maquinas, pesquisando a finalidade, qual o método utilizado e realizar o preparo dos soros para ser analisado por automação. Fez- se também pesquisas e estudos sobre cada alteração de todas as dosagens, anotando- as. Elaboração e montagem de ata. Fora do setor realizamosleitura de laminas, lavagem de vidrarias, tipagem sanguínea, testes toxicológicos na coleta. 
3.6. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
ADAGMAR, Andriolo. Guias de medicina ambulatorial e hospitalar da unifesp-epm: Medicina laboratorial. 2.ed. São Paulo; Editora Manole Ltda, 2008. 
ARAUJO, Leila Maria Batista; LIMA, Daniela Seabra; DALTRO, Carla. Associação de Gama-Glutamil Transferase e a Síndrome Metabólica em Mulheres Obesas. Arq Bras Endocinol Metab vol 49 nº4 Agosto 2005. 
COMPRI-NARD, Mariane; STELLA, Mércia Breda; OLIVEIRA, Carolina de. Práticas de laboratório de bioquímica e biofísica: Uma visão integrada. São Paulo; Editora Lab, 2007.
FAGHERAZZI, Sanmira; DIAS, Raquel da Luz; BORTOLON, Fernanda. Impacto do Exercício Físico Isolado e Combinado com Dieta Sobre os Níveis Séricos de HDL, LDL, Colesterol Total e Triglicerídeos. Rev Bras Med Esporte vol.14, nº 4 Jul/Ago,2008. 
FORNAZARI, Maynara; SANNAZZARO, Maria Jul Bartocci; SANNAZZARO, Clemente Reinaldo. Comparação dos valores do colesterol total, LDL colesterol e HDL colesterol com os valores da porcentagem de gordura corporal. Rev. Fac. Ciênc. Méd. Sorocaba, v.6, n.1, p.15-20, 2004. 
MED, Golden. Analisados Bioquímico Ciba Corning, 550 Express/plus: Manual de treinamento de operados. 
MD, Jacques Wallach. Interpretação de exames laboratoriais. 8.ed. Rio de Janeiro; Editora Guanabara Koogan S.A, 2009. 
NAOUM, Paulo Cesar. Doenças que alteram os exames bioquímicos. 1.ed. São Paulo; Editora Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto, SP, 2007. 
NEMER, Aline Silva de Aguiar; NEVES, Fabricia Junqueira das; FERREIRA, Julia Elba de Souza. Manual de solicitação e interpretação de examines laboratoriais. Editora Revinter, 2000.
OLIVEIRA, Marcus Vinicius Paiva de. Aplicações de estudos bioquímicos quantitativos em ciências biológicas e da saúde. 2010. 28 f. Dissertação (Mestrado em Biologia) – Faculdade Araguaia, Goiânia, GO. 
PINTO, Samanta Pinto. Comparação entre as dosagens de AST (Aspartato Aminotransferase) e ALT (Alanina Aminotransferase) em presença e na ausência de pirodoxal fosfato. 2010. 34 f. - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. 
PUBLICAÇOES TECNICAS LABTEST INFOTEC. Disponível em: <http:// http://labtest.com.br/publicacoes/> Acesso em 26 de setembro de 2016. 
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SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. Tipos de diabetes. Disponível em: <http:// http://www.diabetes.org.br/para-o-publico/diabetes/tipos-de-diabetes> Acesso em 16 de setembro de 2016. 
SOCIEDADE BRASILEIRA DE ARTROSCOPIA E TRAUMATOLOGIA DO ESPORTE. O ácido úrico elevado no sangue- hiperuricemia. Disponível em: <http:// http://www.sbrate.com.br/?dicas&pagina=2&dado_id=76> Acesso em 20 de setembro de 2016. 
SPIRITO, Marcela Faulin; LOT, Rômulo Francis Estangari. Ictericia. Revista Cientifica eletrônica de medicina veterinária nº 12 jan 2009.

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