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SERVIÇO SOCIAL BRASILEIRO E A POLITICA DE ASSISTENCIA SOCIAL

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SERVIÇO SOCIAL BRASILEIRO E A POLITICA DE ASSISTENCIA SOCIAL
Maria Suzete Lopes
Carina Santos Andrade
Resumo 
O artigo objetiva explanar sobre “O Serviço Social e a Política de Assistência Social” e os desafios que esta relação apresenta para a intervenção profissional. Enfatiza o aprofundamento desse debate ao longo da trajetória histórica .Nessa perspectiva notamos a Política Social como um campo contraditório, permeado por interesses e projetos societários antagônicos, no qual se reatualizam questões diretamente articuladas à especificidade e à autonomia profissional. São considerados como campo de evidência empírica os documentos oficiais emitidos pelo Ministério do Desenvolvimento Social, e a bibliografia especializada e que expressam o acúmulo teórico da política de Assistência Social e do Serviço Social.
Palavras-chave: Serviço Social, Assistência Social, Política Social. 
1 Introdução
 Este presente artigo realiza um resgate histórico do serviço sociale corelacionando a política de assistência social. Pretende-se compreender por a proposta do SUAS, sua relação com a Assistência Social, nova forma de efetivação da mesma como política de proteção social, suas possibilidades e limites, considerando o contexto histórico da Assistência Social brasileira.
2 A origem do Serviço Social no Brasil
O Serviço Social no Brasil tem suas origens na primeira metade do século XX, com suas raízes cristãs de assistencialismo, a igreja Católica controlava todo processo de ajuda ao próximo e benefícios aos menos favorecidos, sendo patrocinada pela ordem burguesa vigente. Com o surgimento do Capitalismo na Europa, a gênese deste ideal assistencialista encontra-se embasada na contradição fundamental que demarca a sociedade capitalista burguesa, mais precisamente no Brasil, onde a produção é cada vez mais social e a apropriação do trabalho, suas condições e seus resultados, são cada vez mais privadas.
Em 1935 criou-se a lei n.º 2.497 para a formação do Departamento de Assistência Social do Estado. O presidente da república neste período era o Sr. Getúlio Vagas, que foi considerado o "pai dos pobres" e a "mãe dos ricos", criou leis em benefício aos trabalhadores, já que sua política social era forte e assistencialista neste cenário político outros fatores influenciaram para que estas leis fossem sancionadas, como podemos observar neste fragmento de Pellizzer 2008.
Em meio a pressões populares, reassume o governo Getúlio Vargas (1935), cuja opção pelo crescimento urbano – industrial fez emergir, na sua gênese capitalista, a Questão Social, que também decorre das pressões e dos questionamentos da sociedade da época, que passava por grandes transformações, no plano do conhecimento científico, sob a influência de Durkheim, Darwin, Marx, Freud e outros (PELLIZZER, 2008, p. 15).
A partir do reconhecimento de direitos do proletariado que foram criadas no governo de Getulio Vargas houve mudanças significativas na vida dos cidadãos. Dentre os benefícios garantido estão o salário mínimo, a carteira de trabalho, a jornada de oito horas, as férias remuneradas, a previdência social e o descanso semanal. A CLT regulamentou ainda o trabalho da mulher e do menor de idade e estabeleceu a obrigatoriedade do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). 
Então, segundo Iamamoto e Carvalho (1988, p. 129 “as Leis Sociais são, em última instância, resultantes da pressão do proletariado pelo reconhecimento de sua cidadania social, o Serviço Social origina-se numa demanda diametralmente oposta.”) podemos entender que estas leis foram conquistas ,só apartir da opressão da classe subalterna
No decorrer da história muitos fatos marcantes e significativos ocorreram e foram responsáveis por mudanças relevantes no Serviço Social. A partir dos anos 80 o Serviço Social continuo enfrentando lutas para quebrar paradigmas de compreensão da sociedade, discutindo questões políticas – teóricas.
Nos anos 90 essas questões perderam força com o fim da Guerra Fria (dissolução da bipolarização do mundo) e como o enfraquecimento das forças progressistas e as críticas ao modelo neoliberal. Entretanto, em contrapartida, aumenta a luta pela defesa dos direitos humanos. Começa a tomar dimensões gigantescas no mundo e no Brasil especialmente questões sociais e que ferem os direitos a cidadania, moral e ética.
	
3 SERVIÇO SOCIAL NA CONTEPORANEIDADE
A todo tempo deparamo-nos com diversas indagações, ligadas aos tempos difíceis em que vivemos como a Crise econômica e política , sobretudo diretamente relacionadas a um mundo, cheio de contradições e desigualdades, em que observa-se por exemplo, um alto índice de desemprego, pobreza, exclusão, e de luta diária pela sobrevivência. Como podemos ver no grafico a seguir :
Março de 2015 tem a maior taxa de desemprego desde 2011.
(Fonte) Instituto brasileiro de Geografia e estatistica (IBGE)
 E é exatamente este cenário que desafia o Assistente Social em sua atuação profissional. Partindo destes e muitos outros questionamentos propõem-se a discussão da prática profissional do Assistente Social na contemporaneidade. Iamamoto (2007, p. 18) aponta as contradições que chegaram atreladas aos grandes avanços revolucionários da globalização mundial. Revolução esta que, 97 
[...] Ao mesmo tempo, reduz-se a demanda de trabalho, amplia-se a população sobrantes, para as necessidades médicas do próprio capital, fazendo crescer a exclusão social, econômica, política, cultural de homens jovens, crianças, mulheres das classes subalternas, hoje alvo da violência institucionalizada. [...] 
Uma sociedade que se apresenta em constante busca por desenvolvimento, avanços nos meios de produção e que se esquece que por traz do desejo de crescimento há uma grande maioria que não se beneficia com tal proposta. Diante desse contexto, cabe ao Assistente Social ter uma visão critica de sua totalidade social, em que
 [...] O espaço privilegiado da ação profissional, continua sendo o do enfrentamento das manifestações da Questão Social – naturalmente, a partir de outros paradigmas-, em especial aquelas que expressam a relação pobreza-sociedade, na medida em que essa pobreza se gesta, se nutre e se amplia nas defasagens sofridas pelo pólo menos desfavorecido na relação capital-trabalho.” (BAPTISTA, 2009. p. 18- 19) 
Conforme a autora, o espaço de trabalho do profissional continua sendo o enfrentamento as expressões da Questão Social, inseridas em uma sociedade cada vez mais pautada na relação de exploração, que por sua vez, nasce da relação entre aqueles que são detentores dos meios de produção e aqueles que necessitam vender sua força de trabalho como forma de sobrevivência. O Assistente Social deve assumir valores éticos e morais dando suporte a sua prática profissional no sentido de que sua intervenção deve ser reflexiva e transformadora buscando a efetivação de seu Projeto Ético-Político. 
4 ASSISTENCIA SOCIAL QUANTO POLITICA PUBLICA
 
A Assistência Social é um direito do cidadão e dever do Estado, instituído pela Constituição Federal de 1988. A partir de 1993, com a publicação da Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS, é definida como Política de Seguridade Social, compondo o tripé da Seguridade , entretanto a politica de assistência social não é contributia , ou seja , atende a todos os cidadãos que dela necessita.
A Lei Orgânica da Assistência Social dispõe sobre a organização da assistência social. É o instrumento legal que regulamenta os pressupostos constitucionais, ou seja, aquilo que está escrito na Constituição Federal, nos Arts. 203 e 204, que definem e garantem os direitos à assistência social. Esta lei institui benefícios, serviços, programas e projetos destinados ao enfrentamento da exclusão social dos segmentos mais vulnerabilizados
A Assistência Social consiste em um sistema que tem na sua centralidade a proteção social. Organiza-se através de eixos estruturantes: matricialidade sócio-familiar, descentralizaçãoe territorialização – que são as novas bases de relação entre Estado e sociedade civil – participação do usuário e controle social. Os programas e serviços organizam-se por níveis de proteção: básica e especial, de média e alta complexidade, através de respectivos centros de referência: Centro de Referência de Assistência Social – CRAS e Centro de Referência Especializada de Assistência Social – CREAS.
As ações da Política de Assistência Social são organizadas por meio do SUAS. O SUAS constitui-se na regulação e organização em todo território nacional dos serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais, de caráter continuado ou eventual, executados e providos por pessoas jurídicas de direito público sob critério universal e lógica de ação em rede hierarquizada e em articulação com iniciativas da sociedade civil. Define e organiza os elementos essenciais e imprescindíveis à execução desta Política, possibilitando a normatização dos padrões nos serviços, qualidade no atendimento aos usuários, indicadores de avaliação e resultado, nomenclatura dos serviços e da rede prestadora de serviços socioassistenciais. Trata-se de um sistema público não contributivo, descentralizado e participativo que tem por função a gestão do conteúdo específico da assistência social no campo da proteção social brasileira.
5 Conclusão 
A sociedade brasileira historicamente tratou a Assistência Social a partir de relações de favor, de dependência, determinando ações clientelistas, distanciadas das reais necessidades da população. Predominou uma ética patrimonialista de apropriação do público para atender a interesses privados em detrimento de uma ética cidadã, construída a partir da noção do direito e não das compensações. A Constituição de 1988 ao alçar a Assistência Social à condição de política pública modifica a concepção e as ações nesta área. Assistência social possibilitou a promulgação da LOAS, momento decisivo na definição da política. Nesta perspectiva a implementação do SUAS representa significativo avanço na construção da política pública de Assistência Social por definir e organizar aqueles que são os elementos fundamentais para que aconteça o processo de execução da política de Assistência Social. O SUAS fortalece os instrumento de gestão, organiza os serviços, programas e projetos de modo articulado, possibilita que os fundos, planos e conselhos estabeleçam relações permanentes, define indicadores, regulamenta aplicação dos recursos conforme a necessidade dos municípios e estabelece que os recursos sejam repassados de fundo a fundo e ainda estabelece o monitoramento e avaliação da política. A Política Pública de Assistência Social e o Sistema Único de Assistência Social – SUAS. O grande desafio é romper com as práticas tradicionais com base na lógica do favor e integrar-se de forma efetiva à seguridade social para que se constitua neste âmbito, como um sistema amplo de proteção social, articulado as demais políticas sociais.
Referências
BRASIL. Lei nº 8742, de 07 de dezembro de 1993. Dispõe sobre a organização da Assistência Social e dá outras providências. Lei Orgânica da Assistência Social. Textos de apoios. Governo do Paraná. Secretaria de Estado do Trabalho e da Ação Social, Curitiba, 1994.
Norma Operacional Básica NOB/SUAS: construindo as bases para a implantação do Sistema Único de Assistência Social. Brasília, DF: [s. n.], 2005.
;MARTINELLI, Diego.O Serviço Social e O Sistema Único de Assistência Social (SUAS): desafios éticos ao trabalho profissional. Revista Argumentum, v. 1, n. 1 .Vitória:UFES, jul./dez. 2009 - p. 92-105.
PAIVA, Beatriz Augusto. O SUAS e os direitos socioassistenciais:a universalização da seguridade em debate. Serviço Social e Sociedade n.87. São Paulo:Cortez, 2006.
CFESS-Conselho Federal de Assistentes Sociais. Código de Ética. Disponível em: . Acesso em: 01 de dezembro de 2015

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