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Matéria online LIBRAS

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AULA 1- Diferença, inclusão e identidade na sociedade contemporânea
A sociedade contemporânea reivindica uma revisão das próprias formas de se pensar a língua, o papel e lugar da(s) ciência(s) política(s) que a tomam como objeto. Nesse sentido, a sociedade é convocada a enfrentar as constantes incompletudes, provocadas por um mundo globalizado, onde o global e o local se interpenetram e as diferenças não se encaixam na “completude.” 
As novas formas de relacionamento (através da internet, chat etc.) e o intercâmbio cultural são significativamente mais velozes e dinâmicos do que no passado. Além da internet, o celular é hoje um aparelho quase que indispensável à sobrevivência na sociedade urbana. Este aspecto atinge inclusive as pessoas surdas, cujo uso do celular é bastante frequente, tornando-se um excelente meio de comunicação para esse grupo social. 
Esse fenômeno da crise de identidade pode ser observado em vários setores da sociedade. Em relação aos surdos e às comunidades sinalizantes não é diferente. Após vários anos de total exclusão, e subjugamento a padrões culturais inerentes a uma vida tipicamente ouvinte, os surdos - conduzidos pelas pesquisas na área da linguística, da educação e outras - puderam reconhecer-se como seres dotados de uma língua. Suas comunidades linguísticas apresentam peculiaridades culturais a elas inerentes. Os surdos passam, então, a afirmar suas identidades com base, principalmente, em características linguísticas e culturais. Devido aos longos anos de uma experiência não favorável ao seu reconhecimento, foi necessária a criação de associações diversas, a produção de discurso de defesa e luta, entre outros, que garantissem esse espaço na sociedade.
A identidade do surdo deve ser construída com base em suas capacidades, em suas peculiaridades linguístico-culturais.
AULA 2- Especificidades da língua de sinais e os parâmetros que regem a formação de sinais e o uso da libras
Por isso, podemos afirmar que os surdos, como qualquer ouvinte, possuem uma língua, na medida em que, dotados desta capacidade linguística, decodificam logicamente o mundo, organizando-o em suas mentes, através dos recursos físicos e mentais dos quais dispõem. Assim, sua capacidade linguística exterioriza-se, formando uma língua específica que, ao invés de sinais orais e auditivos, usa sinais espaciais e visuais, valendo-se do pleno funcionamento de sua visão, de suas mãos e do restante do corpo como um todo. 
Na LIBRAS, os níveis de descrição da língua são os já conhecidos sintático, semântico, pragmático. Em função da língua de sinais usar as mãos como principal canal de manifestação, temos ainda o nível quirológico que diz respeito justamente ao aspecto manual em si.
Percebeu-se que um sinal é produzido a partir da combinação de elementos espaciais, visuais e motores que determinam o lugar onde as mãos devem estar na hora da produção do sinal, como as mãos devem estar configuradas, para que direção elas devem estar apontando, se devem ou não estar se movimentando e como deve ser feito este movimento.
Expressão facial e/ou corporal, configuração das mãos, ponto de articulação, movimento e orientação são os cinco parâmetros que possibilitam entender a formação dos sinais e as bases para os seus usos durante a produção discursiva.
AULA -3 Políticas linguísticas e educacionais 
Pretende-se, na perspectiva das políticas linguísticas, uma ética que ultrapasse a ideia humanitária dos direitos humanos e dos direitos linguísticos e que permita superar o dualismo do sujeito-ético como vítima e sujeito ético como piedoso. Em outras palavras, a proposição de políticas linguísticas será eticamente efetiva se acompanhada de ações propositivas em torno do sujeito e da sociedade. Se, ao contrário, decorrer tão somente de consenso sobre a injustiça e preconceito, poderá representar apenas uma forma de "acalmar a consciência". Muito mais uma forma de "redimir-se de pecados", de autopunição do que de construir e de viver uma sociedade justa. 
Em termos da atuação pedagógica, é bom pensar sobre a necessidade de se estabelecer um olhar sobre os aprendizes que ultrapasse qualquer tipo de hierarquização. Interessa reconhecer a existência de alunos, pesquisadores, sujeitos que não podem se eximir, nem serem eximidos de suas responsabilidades, nem privados de seus direitos. Nesse sentido, deixa-se de lado a lógica de “atendimento ao aluno” e se passa à lógica e à dinâmica de extração e ampliação de suas potencialidades.
Nesse contexto não existiria “o surdo”, “o deficiente”. O problema está em não nos deixarmos levar uma identificação do sujeito feita a partir de uma “deficiência”. Seria apontar a surdez como único fator preponderante para identificar um sujeito. O sujeito surdo não é constituído única e exclusivamente de sua surdez, enquanto fato sensorial. Há milhões de outras facetas nesse sujeito para as quais frequentemente não se busca olhar.
AULA 4- Cultura em comunidades sinalizantes
Os sujeitos surdos são, em sua grande maioria, filhos de pais ouvintes. Situação que provoca, por maior a rejeição que tenha sofrido da família ou a falta de conhecimento sobre língua de sinais e surdez, algum tipo de interação com o que é conhecido como “cultura ouvinte”. Há também os casos em que pais surdos têm filhos ouvintes, o que pode provocar um redimensionamento de condutas e valores não no sentido de abandonar ou renegar a “cultura surda”, mas de estabelecer novas relações e interesses em relação à cultura ouvinte.
AULA 5- Aspectos sociolinguísticos da língua de sinais
Antes mesmo de falarmos pela primeira vez já possuímos, portanto, um sistema mental através do qual estruturamos nosso pensamento, nosso conhecimento de mundo. Dessa forma, cada povo desenvolve uma língua específica possibilitado pelas infinitas combinações permitidas pelas regras desse sistema inato. Isso quer dizer que se uma criança nasce no Japão, a faculdade de aprender japonês é a mesma de uma criança que nasce no Brasil. Apenas cada criança irá desenvolver a língua específica do meio em que vive.
AULA 6- Algumas categorias gramaticas da LIBRAS: pronomes, advérbios, adjetivos
O sistema pronominal da língua brasileira de sinais, a exemplo do português, é formado por três pessoas do discurso. Dependendo da configuração de mãos utilizada e da direção para qual aponta no espaço, as pessoas do discurso podem ser especificadas. Inclusive, podem aparecer tanto no singular quanto no plural.
	Pessoa do discurso
	Singular
	Plural
	Primeira pessoa
	Eu
	Nós
	Segunda pessoa
	Tu / Você
	Vós / Vocês
	Terceira pessoa
	Ele(a)
	Eles(as)
 Em LIBRAS, o sujeito da ação pode apontar alternadamente para o interlocutor e para si próprio, mãos formando o número dois, para significar "nós dois". Da mesma forma, pode-se especificar tanto a primeira quanto a segunda e terceiras pessoas em três pessoas, quatro pessoas, plural etc.
Nas frases em LIBRAS o sujeito pode ser omitido (no caso das primeira e segunda pessoas) desde que o contexto possibilite identificá-lo. No caso da terceira pessoa, essa não será apontada se, mesmo estando presente, não for intenção do usuário ressaltar a sua presença por motivos culturais como, por exemplo, isso ser ou não falta de educação.
AULA 7- Principios de estruração de uma sentença em LIBRAS 
Para estudar a construção de frases em LIBRAS, é preciso pensar que essa língua se estrutura a partir de recursos espaciais e visuais, ou seja, se utiliza do espaço para dar coerência e coesão às palavras que formam a sentença. Em LIBRAS, encontramos quatro tipos de frases. Veja: Afirmativa, Negativa, Interrogativa e Exclamativa.
As frases na língua portuguesa, seguem a ordem SVO (sujeito-verbo-objeto). Em LIBRAS, no entanto, as sentenças nem sempre seguem essa ordem, pois não seguem necessariamente uma sequência linear de ideias.
AULA 8- Categorias gramaticais da LIBRAS
Tanto em LIBRAS, quanto nas línguas orais, a ideia de verbo como ação pode ser mantida, assim como a de que é possível encontrarverbos que exigem ou não determinado tipo de concordância. Existem duas classificações: Direcionais- Verbos que têm concordância. A direção do movimento marca no ponto inicial o sujeito e no final o objeto. Não direcionais- Verbos que não têm concordância. Para os verbos não direcionais, existem duas subclasses:• Ancorados no corpo: são verbos que exigem proximidade em relação ao corpo. Os que melhor representam são os de estado cognitivo ou emotivo. A saber: gostar, odiar, pegar, falar.• Verbos que incorporam o objeto: quando o verbo incorpora o objeto, alguns parâmetros se modificam para especificar as informações. 
AULA 9- Compreensão de diálogos
 Quando pensamos em surdos, associamos sua imagem a pessoas limitadas, incapazes de realizar ações que nós ouvintes realizamos. Eliminar o preconceito é entender que essas pessoas são capazes de viver em sociedade.
AULA 10- Literatura em LIBRAS
As novas tecnologias permitiram que a informação fosse propagada de forma melhor e mais veloz. As comunidades surdas também se beneficiaram com as novas tecnologias. Além de recursos que ajudam a comunicação deste público com a sociedade ouvinte, as novas tecnologias também possibilitaram que produções de arte e literatura fossem acessadas por este nicho da sociedade. Com as inovões tecnologicas vieram esperanças de aumento da inclusão deste público na sociedade.

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