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Resumo de Fisiologia A2 Fisiologia Gastrointestinal 1.0 Principios Gerais da função gastrointestinal - Motilidade; controle nervoso e circulação sanguínea - O TGI fornece ao corpo suprimento contínuo de água; eletrólitos; vitaminas e nutrientes; - É necessário: - Movimento da comida pelo TGI; - Secreção dos sucos digestivos e digestão dos alimentos; - Absorção de água; eletrólitos; e produtos digestivos; - Circulação do sangue para transporte das substâncias absorvidas; - Controle Nervoso e Hormonal de todas essas funções; - Camadas do TGI: - Mucosa; - Submucosa; - Muscular circular; - Muscular Longitudinal; - Serosa* - Esófago cicatriza mais lentamente, por não ter revestimento seroso; - Tumores no esófago disseminam mais fácil por não ter a serosa e as cirurgias são mais complexas; 1.1 Motilidade, controle nervoso - As funções do músculo liso gastrointestinal como um sincício: - Sincício: Funcionam como apenas uma célula multinucleada; - Em cada feixe as células musculares são conectadas entre si por junções abertas ou tipo gap permitindo a passagem de ions —> Sinais elétricos que chegam a uma célula, passam facilmente para as outras; 1.2 Atividade Elétrica do Músculo Liso Gastrointestinal - Ondas Lentas: O ritmo da maior parte das contrações no TGI é determinado pela freqüência de ondas lentas no potencial de membrana do músculo liso; - Essas ondas não são potenciais de ação, são lentas —> podem ser resultadas da atividade da bomba de sódio e potássio de maneira lenta; - Potenciais de pico —> potenciais de ação verdadeiros que causam contração muscular; - Causam contrações; 1.3. Alterações no potencial de repouso da membrana A) Fatores que despolarizam a membrana: - Distensão do músculo; - Estimulação por acetilcolina; - Estimulação por nervos parassimpático (secretam de acetilcolina nas suas terminações); - Estímulos por hormônios gastrointestinais B) Fatores que hiperpolarizam a membrana - Efeito da epinefrina e norepinefrina sobre a membrana muscular; - Estimulação dos nervos simpáticos (secretam norepinefrina nas suas terminações) *Acetilcolina estimula o TGI e norepinefrina contrabalanceia inibindo-o; * Pacientes diabéticos, normalmente, sofrem neuropatias devido a concentração aumentada de açúcar —> podem alterara o controle nervoso do TGI e levar a constipação 1.4 Controle neural da função gastrointestinal - O controle neural do TGI ocorre por um sistema nervoso entérico —> Os plexos mioentérico e submucoso; - Porém, esse controle pode ser influenciado pelo SN simpático e parassimpático - (* parassimpático —>nervo vago) - O sistema nervoso entérico situa-se totalmente na parede intestinal —> começa no esófago e estende-se até o ânus; A) Plexo Mioentérico (de Auerbach) - Localizado entre as camadas musculares (externo); - Sua estimulação causa: - Aumento do tônus da parede do intestino; - Aumento da intensidade de contração rítmica; - Aumento da taxa de contração; - Aumento da velocidade de condução; Page � of �1 27 - Inibe o esfíncter pilórico (que controla o esvaziamento gástrico); - Inibe a válvula ileocecal (controla o esvaziamento do intestino delgado no ceco); - Inibe o esfíncter inferior do esófago (permite a entrada de alimentos no estômago); B) Plexo Submucoso (de Meissner) - Localizado na submucosa (interno); - Exercem suas funções de controle no interior da parede de cada segmento do intestino: - Sinais sensoriais originados no epitélio gastrointestinal são integrados no plexo submucoso e ajudam a: - Controlar a secreção intestinal local; - Absorção local; - Contração local do músculo submucoso —> controlam o pregueamento da mucosa 1.5 Controle autonômico A) Parassimpático (aumenta a atividade do TGI) - Aumenta a atividade do sistema nervoso entérico —> que aumenta a atividade da maior parte das funções gastrointestinais; - Parassimpático craniano inervam: - Esôfago; - Estômago; - Pâncreas; - Intestino Delgado; - Primeira metade do intestino grosso; - Parassimpático sacrais inervam: - Parte distal do intestino grosso - Reflexo da defecação: - As áreas sigmóide; retal; e anal são mais bem inervadas por fibras parassimpáticas do que no resto do intestino —> importante para o reflexo da defecação - ** Grande parte da inervação parassimpática é originada no nervo vago, enquanto apenas a parte distal do intestino grosso é inervada pelos nervos sacrais —> lesões no caminho do nervo vago ocasionariam diminuição na função de quase todo o TGI B) Simpático (inibe atividade do TGI) - Normalmente inibe as atividades do TGI levando a efeitos opostos aos do parassimpático; - Exerce suas funções de duas maneiras: - 1) Em pequeno grau —> ação direta que inibe o músculo liso; - 2) Em maior grau —> efeito inibitório sobre os neurônios do Sistema nervoso entérico - As fibras simpáticas que inervam o TGI originam-se da coluna vertebral entre T5 e L2; 1.6 Reflexos Gastrointestinais - Três tipos de reflexos essenciais: - 1) Reflexos inteiramente no sistema nervoso entérico: - Controlam a secreção gastrointestinal; peristaltismo; contrações de mistura; - Controlam efeitos inibitórios locais; - 2) Reflexos entérico-glânglio simpático-entérico: - Reflexos entre o intestino o glânglio simpático e do sistema nervoso simπático de volta para o intestino; - Tipos: - Reflexo gastrocólico: Sinais provenientes do estômago que causam evacuação do cólon; - Reflexo enterogástrico: Sinais provenientes do cólon e intestino delgado —> inibem a motilidade e secreção gástrica; - Reflexo colonoileal: reflexos provenientes do colon inibem o esvaziamento do conteúdo do ileo para dentro do cólon - 3) Reflexos do intestino para a medula ou para o tronco cerebral que retornam para o intestino: - 1) Controlam a atividade: motora gástrica e secretora: - Reflexos provenientes do estômago e duodeno para o tronco cerebral e de volta par ao estômago; - 2) Reflexos de dor que causam inibição geral do TGI - 3) Reflexo de defecação que chegam a medula espinhal e retornam novamente para produzir contrações colônicas, retais e abdominais necessárias para a defecação 1.7 Hormônios gastrointestinais - Os 5 principais hormônios gastrointestinais são: secretina; gastrina; colecistocinina; peptídeo gástrico inibitório; e motilina; Page � of �2 27 - São liberados na circulação porta e tem ações específicas nas células alvo; 1.8 Movimentos Funcionais do Trato Gastrointestinal - Dois tipos de movimento: - 1) Propulsivo (peristaltismo): - Peristaltismo trata-se de um movimento no qual um anel contrátil é formado ao redor do intestino que move-se em direção ao ânus em seguida —> conteúdo que estiver na frente do anel, move-se em direção ao ânus; - Estímulo em qualquer parte do intestino causa a formação de um anel contrátil - A distensão de qualquer parte do intestino (por presença de alimentos) leva a formação desse anel contrátil; - Peristaltismo também pode ser estimulado por estímulos químicos/ irritantes - Ao mesmo tempo que ocorre a contração, ocorre relaxamento alguns centímetros abaixo (relaxamento receptivo) em direção ao anus - O peristaltismo não ocorre na ausência do plexo mioentérico: - Por isso é chamado de reflexo mioentérico ou peristáltico: - O reflexo peristáltico e a direção do movimento em direção ao ânus são chamados de lei do intestino; - 2) De mistura - Em algumas áreas, a maior parte da mistura é causada pelo próprio peristaltismo —> principalmente em regiões nas quais a movimentação é bloqueada por um esfincter, de maneira que os alimentos misturam-se ao invés de serempropelidos para frente; - Em alguns momentos, podem haver contrações constritivas intermitentes —> ocorrem em cada uma das pequenas porções do intestino; - Duração entre 5 e 30 segundos; - Outras constrições ocorrem em outras partes do intestino —> quebrando e misturando o conteúdo; 1.9 Fluxo sanguíneo gastrointestinal 1.9.1 Circulação esplâncnica - Estômago + Intestinos delgado e grosso + Baço + Pâncreas —> Veia porta —> fígado —> sinusóides hepáticos —> veias hepáticas —> Veia cava inferior —> Átrio direito; - Fluxo sanguíneo no TGI é proporcional a atividade local —> durante a absorção ativa de nutrientes, o fluxo vai ser muito maior; - Causas para o aumento da circulação durante a atividade do TGI: - 1) Substâncias vasodilatadoras são liberadas pela mucosa durante o processo digestivo —> colecistocina; gastrina; secretina; peptídeo intestinal Page � of �3 27 vasoativo —> hormônios que também controlam outras atividades do TGI; - 2) Cininas —> bradicinina; calidina: secretadas por algumas glândulas do TGI. São potentes vasodilatadoras; - 3) Hipóxia —> leva a aumento do fluxo sanguíneo. A maior atividade metabólica do intestino leva a maior consumo de oxigênio —> abaixando a pO2, provavelmente, de maneira suficiente para causar vasodilatação; 1.9.2 Controle nervoso do fluxo sanguíneo gastrointestinal - Estimulação parassimpática —> vasodilatação —> aumento do fluxo sanguíneo; - O maior fluxo resulta, provavelmente, do aumento secundário da atividade glandular e não como efeito direto da estimulação nervosa; - Estimulação simpática —> efeito direto sobre a vasculatura —> leva a vasoconstrição —> diminuição do fluxo sanguíneo; - Escape auto-regulador: Mecanismo que faz o fluxo sanguíneo voltar a quase o normal após alguns minutos da vasoconstrição —> Vasodilatadores metabólicos locais (liberados em resposta a isquemia) tornam-se preponderantes em relação ao estímulo simpático. - Vasoconstrição simpática —> importante quando outras partes do corpo precisam de fluxo sanguíneo extra. 2.0 Propulsão e mistura do alimento no trato gastrointestinal - Período que o alimento permanece em cada segmento do TGI e a mistura são críticos para que o processamento dos alimentos ocorram de maneira adequada; 2.1 Ingestão do alimento 2.1.1 Estágio Voluntário - Boca: - Voluntária; - Promove trituração dos alimentos; - Quando o alimento está pronto para ser deglutido —> a compressão e propulsão pela lingua levam os alimentos para a parte posterior da faringe; 2.1.2 Estágio faríngeo involutário: - Passagem do alimento para o esófago - Involuntário (controlado pelos nervos trigêmeo e glossofaríngeo, do centro da deglutição); 2.1.3 Estágio Esofágico - Esôfago: - Normalmente o esôfago tem dois tipos de movimentos peristálticos: - Primário: continuação da onda peristáltico que começa na faringe. Mediado pelo nervo vago. Passa por todo o caminho desde a farínge até o estômago; - Continuação do reflexo peristáltico com abertura da faringe e esfíncter inferior do esófago (cárdia); - Secundário: Resulta da distensão do esôfago quando o peristaltismo primário falha em mover o alimento para o estômago —> não requer inervação do nervo vago; - Ondas peristálticas (reflexo mioentérico/reflexo de relaxamento receptivo); - Esfíncter esofágico inferior: normalmente, permanece em contração tônica até a onda peristáltica da deglutição passar pelo esôfago; 2.2 Função motora do estômago - Há três funções motoras do estômago: 1) Armazenamento: até que seja processado no duodeno; 2) Mistura do alimento com secreções gástricas: até a formação do quimo; 3) Esvaziamento: esvaziamento do alimento para o intestino delgado com velocidade adequada para digestão e absorção eficientes no intestino delgado Passos da função motora do estômago 1) Estômago relaxa com a entrada do alimento —> reflexo vago-vagal do estômago até o tronco cerebral que volta para a parede do estômago —> reduz o tônus da parede muscular estomacal; A parede pode distender-se progressivamente até 1,5L Page � of �4 27 2) Retropulsão —> importante mecanismo de mistura do estômago. As ondas peristálticas passam pelo antro em direção ao piloro, impulsionando os alimentos em direção ao piloro, mas levam também a contração do piloro impedindo a passagem da maioria do conteúdo —> maior parte do conteúdo é espirrado para trás de volta para o estômago; 3) Piloro —> importante para controlar o esvaziamento. Permanece contraído a maior parte do tempo, o que evita a passagem de partículas de alimento até que elas estejam misturadas com o quimo. - Esvaziamento gástrico é inibido pelo reflexo enterogástrico do duodeno —> quando o alimento penetra no duodeno, múltiplos reflexos nervosos são iniciados na sua parede. - Fatores que podem iniciar o reflexo enterogástrico: - Grau de distensão do duodeno; - Irritação da mucosa duodenal; - Acidez do quimo duodenal; - Osmolalidade do quimo; - Presença de produtos de degradação de proteínas no quimo - Ingestão de gorduras —> também inibe o esvaziamento gástrico: - A entrada de gorduras (principalmente) no duodeno leva a liberação de hormônios; - A colecistocinina é liberada em resposta a presença de gordura no quimo —> potente hormônio que inibe a motilidade gástrica; - **Mecanismo importante, pois a digestão de gorduras é mais lenta que dos outros nutrientes; 2.3 Movimentos do Intestino Delgado - Contrações segmentares —> fragmentam o quimo e misturam com secreções do intestino delgado; - Contrações concêntricas com aspecto de fileira de salsichas; - Ocorrem cerca de 2 a 3 vezes por minuto — > promovem mistura progressiva de partículas sólidas com secreções do intestino delgado; - Quimo é propelido pelo intestino delgado por ondas peristalticas de 0,5cm/s e 2cm/s —> o bolo alimentar movimenta-se com cerca de 1cm/minuto (cerca de 3 a 5 horas entre piloro e válvula ileocecal) 2.3.1 Sinais nervosos - 1) Reflexo Gastroentérico —> distensão do estômago leva a um aumento do peristaltismo no intestino delgado —> condução ocorre principalmente pelo plexo mioentérico (do estômago até o duodeno); - 2) Distensão do duodeno —> aumento do peristaltismo com a chegada do quimo no duodeno; 2.3.2 Sinais hormonais - Gastrina, colesistocinina e insulina —> liberados após a refeição —> aumenta a motilidade intestinal; - Secretina e glucagon —> inibem a motilidade intestinal; Page � of �5 27 2.3.3 Descarga peristáltica - Peristaltismo forte e rápido causado por irritação da mucosa intestinal —> contrações peristálticas percorrem grandes distâncias em alguns minutos; - Envolve: 1) reflexo do sistema nervoso autônomo; 2) aumento da atividade do plexo mioentérico 2.3.4 Válvula ileocecal e esfíncter ileocecal - A válvula íleocecal é projetada para dentro do lumen do ceco de maneira que se fecha com o aumento da pressão no ceco —> impede o refluxo do colón para ileo; - Esfíncter ileocecal —> localizado logo acima da válvula e retarda a passagem de conteúdo do íleo para o ceco. ** Após a refeição, reflexo gastroileal —> aumenta o peristaltismo ileal —> facilita o esvaziamento do íleo no ceco; 2.4 Movimentos do cólon - Funções do colon: - absorção de água e eletrólitos do quimo (metade proximal); - armazenamento da matéria fecal até que possa ser expelida (metade distal); - Movimentos de mistura —> ocasionados pela contração do músculo circular e longitudinal do intestino grosso; - As porções não estimuladas formam as haustrações —> projeções em forma de saco para fora; - Movimento de massa —> importantes para propelir o conteúdo fecal atravésdo intestino grosso. Tipo modificado de peristaltismo; - Eventos: - 1) Anel constritivo —> normalmente em resposta a distensão ou irritação no cólon (reflexo gastrocólico); - 2) Perda das haustrações em cerca de 20cm abaixo no cólon —> contração em unidade de toda a extensão —> movimentação em massa da matéria fecal em direção ao ânus; - Capaz de deslocar grande quantidade de matéria fecal (10 a 30 minutos para percorrer todo o cólon); - É facilitado pelos reflexos gastrocólico e duodenocólico —> distensão do estômago e duodeno —> reflexo mediado pelo sistema nervoso autônomo; 2.4.1 Defecação - Fezes no reto —> distensão da parede —> reflexo mioentérico —> peristaltismo e propulsão das fezes contra o anus —> expulsão das fezes (esfincter anal externo deve estar voluntariamente relaxado); - Esfíncter anal internal —> reflexo; - Esfíncter anal externo —> voluntário; - O reflexo mioentérico intrínseco é, normalmente, fraco para promover a defecação —> um reflexo nervoso parassimpático (segmentos sacrais da espinha) é necessário para que a defecação seja efetiva - Em neonatos e indivíduos com transsecção da espinha —> falta de controle do esfincter, pode permitir defecação em horários inconvenientes. 3.0 Introdução à terapia nutricional - Terapia nutricional —> conjunto de procedimentos terapêuticos para a manutenção ou recuperação do estado nutricional por meio de nutrição oral, enteral ou parenteral; 4.0 Funções secretoras do Trato Alimentar - Em todo o TGI, glândulas servem os propósito de secretar: 1) enzimas digestivas; 2) muco; - Contato do epitélio com o alimento estimula a secreção por estímulos: - Tátil; - Químico; - Distensão da parede muscular; 4.1 Estímulo autônomo da secreção Parassimpático: - Estímulo parassimpático aumenta a taxa de secreção glandular; Simpático - Efeito dual: - 1) Se houver apenas estímulo simpático —> aumenta levemente a secreção; - 2) Se já houver estímulo parassimpático e hormonal —> diminui a secreção, normalmente, por diminuir o suprimento sanguíneo; 4.2 Secreção da Saliva - Contém secreção: - Serosa —> com alfa-amilase (inicia a digestão do amido); - Mucosa —> contem mucina (para lubrificar e proteger a mucosa); Page � of �6 27 - Controlada principalmente por sinais nervosos parassimpáticos —> por influência de estímulos táteis e paladar (da lingua; boca e faringe); cheiro; visão e reflexos originários do estômago e delgado proximal; - Também pode ser afetada por centros superiores do cérebro —> sentir cheiro da comida; 4.3 Secreção Gástrica - Dois tipos importantes de glândulas tubulares: 1) Oxínticas: - Secretam ácido clorídrico; pepsinogênio; fator intrínseco; e muco; - Células mucosas —> muco; - Principais (pépticas)—> pepsinogênio (em contato com HCl se torna pepsina, enzima digestiva); - Células G (do antro) —> gastrina; - Parietais (oxínticas) —> ácido clorídrico e fator intrínseco (absorção de vitamina B12 no íleo) **Ácido clorídrico é tão necessário quanto a pepsina para a digestão de proteínas —> permite a ativação do pepsinogênio em pepsina; ** Destruição das células parietais —> ocorre frequentemente na gastrite crônica — > leva a acloridria e anemia perniciosa (falha na maturação dos eritrócitos) - 2) Pilóricas: - Secretam principalmente muco para proteção da mucosa pilórica; - Também secretam gastrina; 4.3.1 Fatores que estimulam a secreção gástrica - Acetilcolina (neurotransmissor) —> excita as: - Células pépticas a produzir pepsinogênio; - Células parietais a produzir ácido clorídrico; - Células mucosas —> muco - Gastrina e histamina: também estimulam as células parietais, mas com efeito menos intenso (gastrina tem mais efeito que a histamina); - Os sinais nervosos provenientes do nervo vago e os reflexos entéricos locais causam secreção da gastrina pelas células G; - Histamina —> é um co-fator para estimulação da secreção ácida —> sempre que a gastrina e acetilcolina estiverem estimulando, a histamina aumenta a secreção; - Secreção de pepsinogênio: - Estimulada por acetilcolina (liberada pelo nervo vago e nervos do plexo gastroentérico) e ácido gástrico (provavelmente, de maneira indireta); - A secreção gástrica é inibida pelo excesso de ácido no estômago; - **Quando o pH do suco gástrico diminui para menos 3 —> secreção de gastrina reduzida, pois a alta acidez estimula a liberação de somatostatina (células delta) que deprime as céuulas G; e porque o ácido causa um reflexo nervoso inibitório; - Fases da secreção gástrica: - I) Cefálica: - Ocorre antes da comida chegar no estômago (antecipação); - Transmitida principalmente pelo nervo vago para o estômago; - Responsável por 30% da secreção gástrica - II) Gástrica: - Responsável por 60% da resposta ácida a uma refeição; - Iniciada pela distensão do estômago —> leva a estimulação nervosa e secreção gástrica; - Mecanismos: 1) reflexo vago-vagal; 2) reflexos entéricos locais; 3) gastrina; - Causam secreção enquanto o alimento está no estômago; - Nessa fase, a presença do quimo no intestino delgado —> inibe a secreção gástrica** —> influência do reflexo enterogástrico reverso e de hormônios (secretina e peptídeo gástrico inibitório) - III) Intestinal: - 10% da resposta; - Associada com a distensão da porção superior do intestino delgado —> presença de alimento; - Presença de produtos de digestão protéica no intestino —> estimula secreção de gastrina que faz estimulo gástrico por via humoral Page � of �7 27 4.4 Secreção pancreática - Enzimas digestivas são secretadas pelo ácino pancreático; Enzimas importantes para a digestão de proteínas: - Tripsina; - Quimiotripsina; - Carboxipolipetidase; - * Secretadas na forma inativa; Enzimas importantes para a digestão de carboidratos: - Amilase pancreática (hidrolisa amido, glicogênio e a maioria dos carboidratos, exceto celulose); Enzimas importantes para a digestão de gordura - Lipase pancreática (hidrolise de triglicerídeos em ácidos graxos e monoglicerídeos); - Colesterol esterase (hidrolisa ésteres de colesterol; - Fosfolipase (cliva ácidas graxos dos fosfolipídeos); - Secreção de ions bicarbonato e água - São secretados pelas células epiteliais dos ductos e dúctulos que vão até os ácinos; - Permite a neutralização do ácido esvaziado do estômago —> otimiza a digestão; **Estímulo da secreção pancreática: - 1) Acetilcolina: liberada por terminações nervosas (principalmente parassimpática do vago) —> secreção de enzimas digestivas - 2) Colecistocinina (CCK): secretada pela mucosa duodenal e jejunal inicial quando há entrada de comida —> secreção de enzimas digestivas - 3) Secretina: também secretada pela mucosa duodenal e jejunal quando ocorre acidificação do conteúdo—> estimula secreção de bicarbonato; 4.4.2 Fases da secreção pancreáticas 1) Cefálica: - Os mesmo estímulos que aumentam a secreção gástrica, também estimulam a cefálica —> também há liberação de acetilcolina pelas terminações vagais no pâncreas; - Há aumento moderado na secreção das enzimas digestivas (20% da secreção) 2) Gástrica: - Também ocorre por estimulação nervosa; - 5 a 10% da secreção pancreática; 3) Intestinal: - Quimo deixa o estômago e chega no intestino delgado —> liberação de secretina (principalmente) —> estimula secreçãopancreática (maioria dela); 4.5 Secreção da Bile - Importante para: - Digestão e absorção de gorduras: - Sais biliares ajudam a emulsificar as grandes partículas de gordura em pequenas —> essas partículas pequenas podem, então, ser atacadas pelas lipases secretadas no suco pancreático - Sais biliares também ajudam no transporte e na absorção de gordura digerida e produtos finais para e através da membrana da mucosa intestinal; - Remoção de produtos residuais do sangue: - Excreção da bilirrubina (produto da degradação da hemoglobina); - Excesso de colesterol sintetizado no fígado Estágios da secreção - Estágio inicial —> secretada pelos hepatócitos, contém grandes quantidades de ácidos biliares; colesterol e outros constituintes orgânicas; - Estágio restante —> bile flui para o canalículo —> septo interlobular —> ductos biliares terminais —> —> ducto hepático — > ducto biliar comum —> a partir daí pode Page � of �8 27 ser armazenada na vesícula biliar ou ser secretada diretamente no intestino; - *Bile é armazenada e concentrada na vesícula biliar 4.5.1 Estímulo da contração da vesícula pela colecistocinina - Colecictocinina (CCK) —> estimula a contração da vesícula biliar; - Entrada de alimentos (principalmente gordurosos) —> estimula a secreção de CCK pelas células I locais - CCK causa contrações rítmicas da vesícula biliar e relaxamento do esfíncter de Oddi; ** Colecistectomia —> retirada da vesícula biliar. Tem indicação em casos específicos de cálculos biliares, que são formados quando há precipitação do colesterol (em condições como, aumento da absorção de água ou ácido da bile; aumento dos níveis de colesterol na bile; inflamações e infecções); 4.6 Secreções do intestino delgado - Glândulas de Brunner da parede intestinal —> secretam um muco alcalino; - Essa secreção é estimulada por: - 1) Estímulo tátil ou irritante da mucosa duodenal; - 2) Estimulo vagal —> aumenta secreção das glândulas de Brunner (além de aumentar a secreção gástrica); - 3) Hormônios gastro-intestinais —> principalmente a secretina - O muco protege a parede duodenal pela digestão pelo suco gástrico - * A glândula de Brunner reage rapidamente a agentes irritantes; - Secreção mucosa das glândulas de Brunner —> também tem ions bicarbonato que é adicionado aos da secreção pancreática e hepática; 4.6.1 Secreção de suco intestinal pelas criptas de Liberkühn - Sucos digestivos; - Tipos de células no epitélio das criptas e vilos: - Células caliciformes —> secretam muco que lubrifica e protege a mucose; - Enterócitos —> Secretam água e eletrólitos (também reabsorvem também água e eletrólitos junto com produtos finais da digestão); 4.6.1 Absorção - Os enterócitos que recobrem os vilos e possuem a borda em escova voltada para luz —> responsáveis pela absorção; - Esses enterócitos contém enzimas digestivas para nutrientes específicos: - 1) Peptidases (para quebrar pequenos peptídeos em aminoácidos) - 2) Sucrase; maltase; isomaltase; e lactase —> degradação de dissacarídeos em monossacarídeos; - 3) Lipase intestinal —> digestão de gorduras —> monoglicerídeos e ácidos graxos difundem pelo enterócito e são excretados na forma de quilomicrons nos ductos linfáticos; 4.6.2 Regulação - O principal controle no intestino delgado é o - local —> reflexos nervosos entéricos locais —> iniciados, principalmente, por estímulos táteis do quimo no intestino - Também há estímulo hormonal; *Doença celiaca: - Nessa condição, há perda das vilosidades do intestino delgaldo. As vilosidades tem grande importância na absoção de nutrientes —> a perda ocasiona um distúrbio absortivo; *Gastroenterocolite aguda (GECA) Page � of �9 27 4.7 Intestino grosso - Contem criptas de Lieberkühn, mas não contém vilosidades; - Maior parte da sua secreção é muco pelas células epiteliais (quase não há secreção de enzimas); - Muco —> protege a parede contra escoriações; fornece um meio aderente para manter a matéria fecal unida; protege a barreira intestinal contra ação bacteriana; protege a parede intestinal dos ácidos formados nas fezes; - *pH de 8 —> por conta da presença de bicarbonato - O segmento proximal do intestino grosso é responsável pela absorção de água e eletrólitos (5 a 7 litros por dia); 4.7.1 Regulação da secreção e função do intestino grosso - Estímulo parassimpático pelos nervos pélvicos —> aumento da secreção mucosa e motilidade peristáltica; - *Estímulo parassimpático muito intenso (emocional) —> grande secreção de muco e movimentação muito frequente, podendo ser apenas movimentação de muco, sem fezes; - **Fezes: 75% água e 25% matéria sólida (30% bactérias mortas, 30% pigmentos biliares e células descamadas, 40% alimentos não digeridos 4.7.2 Diarreia - Causada pelo excesso de secreção de água e eletrólitos em resposta a irritação —> essa secreção dilui o agente irritativo e promove movimento rápido para expulsar esses agentes 5.0 Digestão e absorção no trato gastrointestinal - Carboidratos, lipídios e proteínas são as principais classes de alimentos que compõem os alimentos —> os macronutrientes; - Esses compostos não podem ser absorvidos em suas formas nativas, devendo, portanto, ser digeridos para que ocorra, então, a absorção - Micronutrientes são as vitaminas, outras moléculas menores e sais - A comida é quebrada quimicamente (enzimas do TGI) e mecanicamente (mastigação; deglutição; movimentos do TGI); - Produtos da digestão - O amido é digerido até glicose - A maltose é digerido em glicose - A lactose é digerida em glicose e galactose - A sacarose é digerida em glicose e frutose - As proteínas são digeridas em AA e pequenos peptídios (di, tri) - Cada triglicerídio é digerido até monoglicerídio e dois ácidos graxos - Absorção: - Processo de passagem dos nutrientes através da mucosa gastrointestinal para o sangue ou linfa; - Substâncias lipossolúveis difundem facilmente pela membrana dos enterócitos; - Substâncias hidrossolúveis —> são transportadas proteínas em transporte ativo ou passivo 5.1 Digestão de carboidratos - Começa na boca e estômago —> na boca, o alimento é mastigado e misturado com ptialina (alfa-amilase) —> hidrolisa menos de 5% do amido antes da deglutição; - Hidrólise pela alfa-amilase continua no estômago por até 1 hora (antes da atividade da amilase salivar ser bloqueada pelo ácido gástrico); - A atividade da ptialina é ideal em pH~7, como o da boca - *A alfa-amilase consegue hidrolizar em maltose de 30% a 40% do amido dos alimentos; 5.1.1 Digestão dos carboidratos no intestino delgado - Pela amilase pancreática: - Há uma alfa-amilase na secreção pancreática de atividade semelhante a da saliva, mas mais potente —> entre 15 e 30 minutos após o esvaziamento do quimo, todos os carboidratos já são digeridos; - **Conversão de quase todos os carboidratos em maltose e outros polímeros de pequenos de carboidratos; - Hidrólise issacarídeos e pequenos polímeros de glicose: - Esses carboidratos são hidrolisados em monossacarídeos pelas enzimas presentes nos enterócitos que Page � of �10 27 recobrem o epitélio intestinal (lactase; sucrase; maltase e alfa-dextrinase); 5.2 Digestão de proteínas - Proteínas são ingeridas em longas cadeias de aminoácidos; Início da digestão de proteínas no estômago: - Pepsina —> é mais ativa entre pH 2 e 3, de forma que tem atividade junto com a secreção gástrica (quando se torna ácida). A pepsina digere o colágeno —> é muito importante, pois o colágeno faz parte da estrutura das carnes, deve ser digerido para que as outras enzimas digestivas tenham acesso ao interiordo alimento; - **Pepsina inicia o processo de digestão protéica (apenas de 10% a 20%); Digestão pelas enzimas proteolíticas pancreáticas - Maior parte da digestão de proteínas ocorre no duodeno e jejuno; - Principais enzimas proteolíticas da secreção pancreática: - Tripsina e quimiotripsina —> quebra a proteína em polipeptídeos pequenos; - Carboxipeptidades —> Retira aminoácidos sozinhos da extremidade carboxi dos peptídeos; - Proelastase (convertida em elastase) —> digere fibras de elastina parcialmente; - Nesse passo, maioria da proteína é digerida até formar dipeptídeos e tripeptídeos (apenas uma pequena porcentagem se torna aminoácidos separados); Digestão pelas enzimas peptidases dos enterócitos que recobrem as vilosidades - Passo final da digestão de proteína —> faz com que 99% do conteúdo proteíco seja digerido em aminoácidos separados; 5.3 Digestão de Lipídeos - Maioria dos lipídeos da dieta —> triglicerídeos; - A maioria da digestão ocorre no duodeno (há a lipase lingual, mas tem pouca importância); A) Emulsificação: - É o primeiro passo da da digestão, no qual há quebra física dos glóbulos de gordura em fragmentos menores; - A emulsificação começa com o movimento do estômago e pelo movimento de segmentação do intestino, mas a maior parte ocorre pela ação da bile: - Sais biliares e lecitinas (principalmente) são importantes por terem características detergentes; - *As porções lipossolúveis dos sais biliares e lecitinas ficam dissolvidas na gordura ingerida e a parte hidrossolúvel fica voltada para fora —> formando uma micela; - As lipases são enzimas liposolúveis, de forma que só podem fazer sua ação na parte externa da gordura —> com a emulsificação há aumento da área de contato, de forma que as lipases podem exercer melhor sua função; - Triglicerídeos são digeridos pela lipase pancreática —> monoglicerídeos e ácidos graxos livres; - Sais biliares também circulam ácidos graxos livres —> também formam macelas e permitem a continuação da digestão; 5.4 Absorção - Estômago —> órgão de pouca absorção, por não ter vilosidades e pelo fato de sua mucosa ter junções muito estreitas entre as células; - Dobras, vilosidades e microvilosidades —> no intestino delgado —> aumentam em até 1000 vezes a capacidade absortiva; - *A organização vascular no interior das vilosidades é importante para a absorção Page � of �11 27 - Ocorre transporte dos nutrientes e sais com o auxílio de proteínas transportadoras, podendo ocorrer simporte: 5.4.1 Absorção de água - Ocorre apenas por difusão através do epitélio —> de acordo com a osmose —> passa para o lado em que estiver maior a concentração de solutos —> faz com que a luz intestinal e o plasma cheguem à isoosmolaridade; - Pode ocorrer de maneira: transcelular (por dentro do citoplasma do enterócito) ou para celular (entre os enterócitos) 5.4.2 Absorção de íons - Sódio é transportado de maneira ativa; - É bombeado (ativamente) por transportador na membrana basolateral —> retira sódio do enterócito em direção ao interstício —> torna-se menos concentrado no enterócito —> sódio entra por transporte passivo, sendo co- transportado com glicose; aminoácidos e ions hidrogênio; - Aldosterona —> aumenta a absorção de água através do epitélio intestinal; - **Água segue o Na+ passivamente por osmose - Ions Cloro (Cl-) são absorvidos por difusão na parte inicial do intestino delgado (por causa do gradiente eletroquímico criado pelo transporte de sódio). Sódio também é transportado por proteínas por antinorte com os ions bicarbonato; - *Cl- sai da célula para o interstício (pela membrana basolateral) por canais de cloro; - **Cálcio: - Os ions cálcio são absorvidos ativamente para o sangue; - Absorção ocorre principalmente no duodeno; - Deve ser bem controlada para fornecer a quantidade de cálcio diária necessária — > ** a quantidade de cálcio no sangue é resultado da 1) absorção de cálcio da alimentação; 2) deposição de cálcio nos ossos através da produção de matriz óssea pelos osteoblastos; 3) reabsorção de cálcio pelos osteoclastos; - Controle da absorção depende do paratormônio e da vitamina D: - **O Paratormônio promove a ativação da vitamina D e a vitamina D aumenta a absorção de cálcio no intestino 5.4.2 Absorção de carboidratos - São absorvidos principalmente como monossacarídeos (glicose, galactose ou frutose); - **Glicose é o mais abundante (sobretudo por conta do amido digerido); - Glicose e galactose os monossacarídeos são absorvidos por transporte ativo (de maneira secundária, em cotransporte, dependente de um primeiro passo de transporte ativo); Glicose - É dependente de sódio** (—> soro caseiro**); - O sódio é retirado do enterócito pela membrana basoateral por transporte ativo —> diminuição da concentração de sódio na célula —> sódio entra pela membrana luminal juntamente com a glicose (depende da ligação da glicose) por uma proteína transportadora; Galactose - Transportada por mecanismos semelhante ao da glicose Frutose - Não é transportada junto com o sódio, é transportada por difusão facilitada —> seu Page � of �12 27 transporte ocorre em menor quantidade que o de glicose; - A frutose é fosforilada e convertida em glicose ao entrar na célula —> em seguida é transportada como glicose pela membrana basolateral e para o sangue 5.4.3 Absorção de proteínas (em forma de aminoácidos, di- e tripeptídeos) - A maioria do transporte de aminoácidos e pequenos peptídeos é feita com co- transporte com sódio; - Há vários tipos de transportadores para aminoácidos, di- e tripeptídeos; - Alguns aminoácidos são transportados por difusão facilitada (não precisam desse transporte ativo secundário); 5.4.4 Absorção de lipídeos - Maiora dos lipídeos —> forma monoglicerídeos e ácidos graxos livres; - Os produtos da digestão de lipídeos estão no interior de micelas, solubilizados no quimo; - As micelas são transportadas para próximo as vilosidades e, então, ocorre passagem dos monoglicerídeos e ácidos graxos por difusão pela membrana celular (**são lipossolúveis); - Após serem interiorizados nos enterócitos, os produtos da degradação de lipídeos são utilizados para produzir novos triglicerídeos e são exportados como quilomicrons; 5.4.5 Absorção no intestino grosso - Nem as secreções nem as células do intestino grosso tem função digestiva importante; - *Pode ocorrer digestão de alguns carboidratos (não digeridos no intestino delgado) pela ação de enzimas de bactérias simbióticas; - No colon já é absorvida a maior parte de água e eletrólitos que chega no quimo (principalmente na metade proximal do cólon); - O cólon distal é responsável principalmente por armazenar as vezes até o momento propício para a defecação; - Absorção de sódio (Na+), ion cloreto entre outros ions, ocorre de forma semelhante que no intestino delgado; - Há absorção de 5 a 8 litros de fluido (com eletrólitos) no intestino grosso, por dia —> concentração das fezes; - **Cólera —> pode fazer com que haja secreção de até 10 litros de água pelas criptas no íleo terminal (intestino delgado) —> gera uma diarreia severa e até mortal; Atividade das bacterias intestinais - Tem importante relevância (tanto no intestino delgado como no grosso) na saúde do indivíduo —> fazem reações enzimáticas importantes, modulam a imunidade e controlam colonização por outras bactérias; - Vitamina do complexo B e vitamina K são produtos importantes do metabolismo das bactérias intestinais do cólon 6.0 Fisiopatologias do Distúrbios Gastrointestinais 6.1 Distúrbios da deglutição e do esôfago Paralisia dos mecanismosda deglutição - Pode ocorrer parcialmente ou totalmente levando a: - 1) Total impossibilidade de deglutir; - 2) Falha no fechamento da glote —> comida pode passar para o estômago; - 3) Falha no fechamento da úvula e palato mole —> comida sai pelo nariz - A deglutição pode ser prejudicada devido a patologias que acometam a inervação e musculatura envolvidas no ato de deglutir, por causar paralisia: - Lesões nos pares de nervos cranianos V, IX e X; - Danos aos centros da deglutição no tronco cerebral —> podem ser causador por encefalite ou poliomielite; - Paralisia dos músculos da deglutição —> pode ocorrer em distrofia muscular - Falha na transmissão neuromuscular —> miastenia grave (doença) e botulismo (intoxicação); - **Em casos de anestesia —> situações mais serias de paralisia da deglutição. Podem ocorrer vômitos que são aspirados para a traqueia devido a falha no reflexo de fechamento da glote Acalasia e Megaesôfago - Acalasia —> Falha no relaxamento do esfíncter esofágico inferior e —> alimentos deglutidos não passam do esôfago para o estômago (podem ficar por horas); - *Em situações severas, pode permanecer por horas no esôfago; Page � of �13 27 - Pode ocorrer por danos no plexo mioentérico das partes mais inferiores do esôfago —> prejudicando o reflexo de relaxamento receptivo, esfíncter permanece contraído espasticamente; - Condição mantida por muito tempo —> grande aumento do esôfago —> megaesôfago: - Ocorre estase; putrefação do conteúdo, o que pode propiciar ulcerações e infecções; - Tratamento: - Antiespasmódicos: isosorbitol; nifedipina; toxina botulínica; - Dilatação (com um balão); - Cirurgia 6.2 Distúrbios do estômago - Barreira gástrica: - Trata-se do epitélio que recobre o estômago e é composto por células altamente resistentes e capazes de produzir uma secreção mucosa importante com capacidade de recobrir e proteger a mucosa. Além disso, as células epiteliais dessa mucosa são unidas por junções que impedem a passagem até mesmo dos ions H+ ácidos. Gastrite - Pode tratar-se de uma inflamação superficial ou mais profunda na mucosa —> variando a gravidade e intensidade dos sintomas; - Inflamações mais profundas podem chegar a causar atrofia quase completa da mucosa - Causada por eventos que causem ulceração, irritação ou inflamação na mucosa gástrica, como: - Hipercloridria —> aumento da produção ácida; - Drogas e outros irritantes da mucosa (como acido acetilsalicílico); - Infecções —> comum por Helicobacter pylori; - Refluxo biliar duodenogástrico - Gastrite crônica: - Pode ser causada por vários fatores, influindo: infecções crônicas, auto- imunidade, ulcerações repetidas - Pode levar a atrofia gástrica e perda das secreções gástricas: - Hipocloridria e acloridria —> perda da secreção ácida; - Anemia perniciosa —> pode ocorrer por perda da secreção de fator intrínseco (pela células parietais) - *Também pode ser resultado de gastrectomias; ressecções do íleo terminal; - Úlcera Peptica: - Área escoriada da mucosa gástrica (normalmente por ação disgestiva da secreção gástrica ou duodenal); - Ocorre mais frequentemente próxima ao piloro; - Locais mais frequentes: 1) Duodeno e região pilorica; 2) Pequena curvatura; 3) cárdia; 4) Bocas anastomóticas; - Causas: - Imbalanço entre as secreções gástricas (ácido e pepsina) e a proteção dada pela: 1) barreira gástrica (epitélio e muco produzido), e 2) neutralização pela secreção duodenal; - Hiperssecreção gástrica; - Irritação por fármacos ou outras substâncias (como álcool); - Isquemia; - Produção ineficiente de muco; - Infecção; - Tratamento: - Antibióticos —> controle de infecções que causem a inflamação; - Supressão ácida —> controle dos efeitos da hiperprodução ácida/diminuição da produção ácida: - Antiácidos; - Anticolinérgicos; - Antihistamínicos; - Inibidor da bomba de protons; - Tratamento cirúrgico (normalmente não utilizados atualmente): - Vagotomias —> impedir estimulo parassimpático sobre as glândulas gástricas —> baixa eficácia; - Antrectomias; - Gastrectomias; 6.3 Distúrbios do Pâncreas - Podem levar a diminuição da secreção pancreática no intestino delgado, em casos de: - Pancreatite; - Bloqueio do ducto pancreático por cálculos; - Retirada da cabeça do pâncreas - Perda da secreção pancreática —> deficiência de várias enzimas —> mal absorção de grande parte dos lipídeos; Page � of �14 27 carboidratos e proteínas —> desnutrição e fezes gordurosas Pancreatite - 90% dos casos são devido a: 1) alcoolismo; ou 2) bloqueio da papila duodenal maior/ ampola hepatopancreatica; - Em casos de bloqueios por cálculos —> acúmulo das secreções pancreáticas no interior do pâncreas —> quantidade de tripsina torna-se maior do que de anti- tripsina —> tripsina e outras enzimas digerem o pâncreas —> inflamação/dano - Pancreatite aguda: - Destruição celular rápida —> liberação de enzimas pancreáticas no sangue — > aumento dos níveis séricos de amilase e lipase - Pancreatite crônica: - Deficiencia na produção de enzimas; - Malaborção; - Esteatorreia —> mais de 6 g/dia de gordura nas fezes 6.4 Atrofia do intestino delgado - Pode haver má absorção no intestino apesar de estar ocorrendo digestão adequadamente —> podem ser causadas pelas doenças denominadas Espru: - A malabsorção pode levar a: - 1) Deficiencia nutricional; - 2) Osteomalacia (desmineralização dos ossos); - 3) Deficiência na coagulação (falta de vitamina K); - 4) Anemia macrocítica —> diminuição na absorção de vitamina B12 e ácido fólico Espru não-tropical - A mesma patologia pode ser denominada: 1) espru idiopático; 2) doença celíaca (em crianças); ou 3) enteropatia do glúten; - Doença na qual o gluten tem efeito tóxico em indivíduos susceptíveis —> ocorre destruição dos microvilos até os vilos —> diminuição da superfície absortiva (variável de acordo com a intensidade da doença); - Remoção da farinha e outros alimentos com gluten, normalmente, leva a cura, principalmente em crianças. Espru tropical - Malabsorção causada por agentes infecciosos e a inflamação causada por eles na mucosa; - Normalmente é tratável com antibióticos 6.5 Constipação intestinal - Movimentação lenta das fezes pelo intestino grosso; - Pode ocorrer por: Hipomotilidade: - Funcional —> a motilidade no colon é fraca —> pequenos espasmos podem atrapalhar a movimentação do conteúdo - Megacolon —> constipação severa —> pode ocorrer por deficiência em neurônios ganglionares no plexo mioentérico em algum segmento do colon; - Lesões raquimedulares - **Impedir voluntariamente o reflexo da defecação ao longo de vários anos ou uso de laxantes —> leva a diminuição nesses reflexos —> aumenta a probabilidade de constipação Obstruções parciais: - Aderências; - Tumores; - Úlceras e inflamações; - Infestações por parasitos 6.6 Diarreia - Resulta de movimentação rápida das fezes pelo intestino; - Causas variadas Por hipermotilidade - Funcional; - Hábitos alimentares; - Doenças sistêmicas; - Diarreia psicogênica —> causada pelo estado psicológico do indivíduo Por infecção - Viral ou bacteriana - Onde ocorrem infecções —> irritação da mucosa —> secreção aumentada —> aumento da quantidade de fluidos (lavar a infecção) —> também há aumento dos movimentos propulsívos - Especialmente colera —> infecção importante Por parasitoses - Diminuição da absorção; irritação; - Cobertura das vilosidades no caso de giardíase Page � of �15 27 Por doenças inflamatórias intestinais - Retocolite ulcerativa: - Área extensa das paredes intestinais tornam-se inflamadas e ulceradas; - Motilidadeaumentada —> diarreia; - Pode ser alérgica, autoimune ou de causa desconhecida - Doença de Crohn: - Inflamação crônica e severa; - Perda de vilosidades —> malabsorção — > diarreia 7.0 Introdução à Fisiologia do Sistema Endócrino - É um sistema envolvido na coordenação e orientação do organismo —> atuação semelhante a do sistema nervoso (em alguns aspectos); - Permite a comunicação celular por meios de mensageiros extracelulares —> hormônios; - O controle do organismo depende de diversos mensageiros que atuam de formas distintas: 1) neurotransmissores; 2) hormônios endócrinos; 3) hormônios neuroendócrinos; 4) mediadores paracrinos; 5) mediadores autocrinos; 6) citocinas; - **Hormônios endócrinos: São liberados por glândulas ou células especializadas para a circulação sistêmica —> influenciam o funcionamento de células (alvo) em outras partes do corpo - Glândulas endócrinas: Não tem ductos — > secretam hormônios para para o sangue diretamente - Glândulas exócrinas: tem ductos —> liberam sua secreção para superfície de determinado local; - O sistema de hormônios controla o metabolismo; crescimento; desenvolvimento; reprodução; manutenção do meio interno; reações a ambientes hostis; resposta física e emocional ao estress; 7.1 Feedback negativo (retroalimentação negativa) - Mecanismo de controle da liberação de hormônios; - Previne a super-atividade de alguns sistemas de hormônios; - Concentração de hormônios varia de acordo com vários estímulos, mas deve ser controlada finamente —> concentração da maioria dos hormônios é controlada por feedback negativo; - Em resumo —> após a liberação de um determinado hormônio (estímulo pra sua liberação), a concentração dos seus produtos (liberados pela célula alvo) interfere na liberação do hormônio, inibindo sua liberação; - * O produto pode tratar-se de outro hormônio; 7.2 Classificação dos hormônios (de acordo com estrutura química) Peptídeos (e proteínas): - Peptídeos ou proteínas de 3 a 200 aminoácidos; - Normalmente são sintetizados no retículo endoplásmico rugoso —> estocados em vesículas para liberação posterior por exocitose; - Normalmente são sintetizados como moléculas maiores ainda não ativas —> pre-hormônios ou pre-prohormônios —> antes de serem liberadas ou depois, passam por uma clivagem e ganham atividade; - ** Em resumo: Retículo endoplasmático rugoso (como as proteínas) ! pré (pró) proteínas ! clivada e armazenada nos grânulos de secreção (nem todas) ! podem sofrer modificações adicionais ! exocitose ou difusão - Exemplos: - Hormônios da hipótese; glucagon; insulina; hormônio paratireoideano; Esteróides: - São produzidos por vias enzimáticas, normalmente, a partir do colesterol; - Normalmente não são armazenados (muito liposolúveis e pequenos) —> liberados assim que sintetizados; - Colesterol sintetizado na célula ou do plasma - Exemplos: - Cortisol; testosterona; aldosterona; estradiol; Page � of �16 27 Derivados da tirosina (aminoácido): - A tirosina passa por modificações por vias de síntese específica; - Principais: - Hormônios tireoideanos: - T4 e T4; - Tireoglobulina é uma cadeia de resíduos tirosinas que são, em seguida, iodados - Hormônios da medula da adrenal: - Epinefrina e norepinefrina; - Sintetizadas por modificações na tirosina; 7.3 Mecanismos de ação de hormônios - Ligam-se a receptores específicos na célula alvo —> interagem com esses receptores —> desencadeiam sinais intracelulares —> promovem alterações no funcionamento da célula alvo - Receptores são específicos para os hormônios; - Hormônios esteróides normalmente ligam- se a receptores intracelulares —> passam pela membrana e se ligam; 7.4 Dosagem no sangue - Encontram-se em concentração muito baixa no plasma; - **Hormônios tem função em concentrações muito baixas —> terapia hormonal também é difícil - Concentração baixa —> dificuldade em determinar a concentração; - É possível por imunoensaios —> quantidade conhecida de anticorpos se ligam ao hormônio especificamente —> permite a determinação da concentração, pois o anticorpo é marcado radiativamente (radioimunoensaio) ou está ligado a enzimas que promovem mudança de cor ou fluorescência (ensaio ligado a enzima) 7.5 Eixo Hipotálamo-Hipófise - Hipófise = pituitária (sinônimos); - Lobo anterior: adenohipófise —> tecido glandular; - Lobo posterior: neurohipófise —> tecido neural - Hipófise conecta-se ao hipotálamo pelo infundíbulo —> relação anatômica importante —> plexo capilar primário e secundário; e veias porta hipofisárias —> conexão vascular do sistema ; - Quase todas as secreções hipofisárias são controladas pelas secreções hipotalâmicas (prolactina —> exceção); - Secreções da hipófise posterior (neuro) —> normalmente controladas por estímulos nervosos do hipotálamo; - Secreções da hipófise anterior (adeno) — > normalmente controladas por hormônios liberados pela hipófise posterior - Hipotálamo recebe sinais de várias áreas do sistema nervoso; 7.5.1 Hormônios da Hipófise Posterior - É um tecido neural; - Estoca principalmente dois neurohormônios para a liberação: - ADH (vasopressina) —> atua sobre os túbulos renais estimulando a reabsorção de água; - Ocitocina —> atua sobre o miométrio uterino estimulando as contrações do parto; - São liberados como neurotransmissores —> na extremidade axionar; - Funcionam frequentemente como neurotransmissores, neuromoduladores ou parácrinos em outras partes do corpo 7.5.2 Hipotálamo-adenohipófise - Hormônios hipotalâmicos que controlam a secreção de hormônios da adenohipófise (anterior): Hormônio Hipotalâmico Hormônio adenohipofisário controlado TRH (hormônio liberador de tireotropina) TSH + (estimula liberação) GnRH (hormônio liberador de gonadotropinas) FSH e LH + (estimula liberação) CRH (hormônio liberador de corticotropina) ACTH + (estimula liberação) GHRH (hormônio liberador de hormônio do crescimento) GH + (estimula liberação) (SST) Somatostatina GH - (inibe liberação) PIH (dopamina —> hormônio inibidor de prolactina) Prolactina - (inibe liberação) Page � of �17 27 - Hormônios hipotalâmicos mantêm o trofismo da pituitária anterior que por sua vez mantêm o trofismo de outras glândulas endócrinas: - Ação dos hormônios da adenohipófise sobre as células alvo: 7.5.3 Interações Neuroendócrinas do Hipotálamo e Sistema nervoso autônomo - Partes da córtex, sistema límbico, núcleos da base, formação reticular e retina, projetam para o tálamo; - Dessa forma, emoções fortes; ingestão de alimentos estímulos dolorosos, trauma, infecção, extremos de frio/calor, e estímulos luminosos pela retina podem influenciar —> estimulam o hipotálamo por diversas vias —> hipotálamo modula o funcionamento do sistema endócrino (por controlar a adenohipófise e neurohipófise); - Exemplos: - Reflexo neuroendócrinorinos: - Sugar e chorar do bebê –> reflexo da lactação; - Estímulo sensorial —> estímulo sobre o hipotálamo —> estímulo da neurohipófise —> liberação de ocitocina —> glândulas mamárias — > liberação do leite. - Neurônios quimicamente sensíveis: - Alterações na osmolaridade sanguínea —> estimula osmorreceptores hipotalâmicos —> estímulo sobre a neurohipófise —> liberação de ADH —> atuação nos túbulos renais estimulando a reabsorção de água; - Ritmo circadiano: - Estímulos da luz sobre a retina —> ascende para os centros no SNC —> estímulo no hipotálamo —> liberação de CRH —> estímulo sobre a adenohipófise —> liberação de ACTH —> cortex adrenal —> cortisol - **Mais hormônios variam no ciclo circadiano —> cortisolé um exemplo Resumo em imagem: Hormônio Hipofisário da adenohipófise Célula Alvo - Função Hormônio estimulante da tireoide (tireotrofina) - TSH Tireoide —> produção de T3 e T4 Hormônio folículo estimulante (gonadotrofina) - FSH - Mulher —> crescimento dos folículos ovarianos e produção de estrogênio; - Homem —> estimula o testículo a produção de esperma Hormônio Luteinizante (gonadotrofina) - LH - Mulher —> age no folículo, desencadeia a ovulação e aumenta a secreção de progesterona.; - Homem —> estimula a produção de testosterona Hormônio adrenocorticotrófic o (corticotrofina)- ACTH Cortex da adrenal —> produção de cortisol (principalmente) Hormônio do crescimento - GH Atua na maioria das células —> promove aumento do crescimento e metabolismo Prolactina - PRL Mama —> Desenvolvimento e lactação Page � of �18 27 8.0 Funcionamento do Sistema Endócrino 8.1 Ativação das Células Alvo - A ativação das células alvo pelos hormônios depende de: 1) Níveis dos hormônios no sangue; 2) Número relativo de receptores expressos pela célula algo (na membrana ou no interior da célula); 3) Afinidade entre o hormônio e o receptor - As células podem regular a maneira como respondem ao hormônio. Exemplos de mecanismos para essa regulação: - Up-regulation —> células alvo expressam mais receptores para o hormônio em resposta a ligação do hormônio; - Down regulation —> células alvo diminuem a expressão do receptor em resposta a ligação do hormônio 8.2 Concentrações Sanguíneas dos Hormônios - Circulação dos hormônios: - A maioria circula livre no plasma —> hidrossolúveis; - Esteróides e hormônios tiroideanos —> ligam-se a proteínas para serem transportados - A concentração do hormônio encontrada no sangue depende de dois fatores: - 1) Taxa de liberação do hormônio pela glândula; - 2) Velocidade de inativação ou eliminação do hormônio; - A eliminação é feita por: - Metabolismo hepático, de maneira que depende da atividade das enzimas e da sua síntese; - Degradação por outras enzimas no plasma; - Excreção renal 8.3 Interações entre Hormônio e células alvo - Hormônios, em geral, interagem com receptores específicos para eles nas células, entretanto, as funções de alguns hormônios interagem. Os tipos de interação são: 1) Permissividade: Um hormônio não tem efeito sem outro hormônio. Exemplo: TH e Gonadotrofinas ! são necessários para maturação sexual 2) Sinergismo: Mais de um hormônio produzem o mesmo efeito na célula alvo. Exemplo: T3 e T4 3) Antagosnismo: Um ou mais hormônios tem ações opostas na célula alvo. Exemplo: Insulina e glucagon; 8.4 Controle da Liberação de Hormônios - O controle da liberação de hormônios é feito de maneira muito fina. Leva em consideração fatores relacionados com a atuação do hormônio —> liberados em resposta a estímulos humorais; neurais e de outros hormônios; - A oscilação da concentração de hormônio no plasma varia muito poucos; - Os níveis são controlados, normalmente, por mecanismos de feedback negativo —> impede que a concentração aumente muito; - Defeitos no controle por feedback negativo (receptor para o hormônio na própria célula produtora) —> aumento na concentração sanguínea; 8.4.1 Estímulos Humorais - Estímulos gerados por ions; nutrientes e outros componentes no sangue que causam aumento ou diminuição da produção de determinado hormônio; - Exemplo: - Concentração de ions Ca2+ no sangue e o paratormônio: - Diminuição do Ca2+ estimula as paratireóides a secretar PTH (hormônio paratireóide) —> PTH causa elevação do Ca2+ e o estímulo é removido; 8.4.2 Estímulos nervosos - Fibras nervosas estimulam diretamente a liberação de hormônios; - Exemplo; - Neurônios pré ganglionares do sistema nervoso simpático (SNS) estimulam a medula adrenal a secretar catecolaminas (adrenalina/noradrenalina); 8.4.3 Estímulos hormonais - Hormônio produzido por outra glândula, normalmente, estimula a produção de hormônios; - Exemplo: - Eixo hipotálamo-hipófise-glândulas Page � of �19 27 8.5 Hormônios 8.5.1 Hormônio do Crescimento (GH) - Produzido por células somatotróficas da pituitária anterior: - Estimula a maioria das células, principalmente, ossos e músculos esqueléticos; - Promove síntese proteica e lipólise, para produzir energia; - A maioria dos efeitos é mediada por intermediários, chamados somatomedinas (IgF); - Hormônios hipotalâmicos antagonistas regulam o GH - Hormônio liberador de GH (GHRH) estimula a liberação de GH - Hormônio inibidor de GH (GHIH) ou somatostatina, inibe a liberação de GH; - GH estimula o fígado, músculos esqueléticos, ossos e cartilagens a produzir fatores de crescimento semelhantes à insulina (IGFs) 8.5.2 Hormônio estimulante da tireoide (TSH / tireotrofina) - Hormônio trófico que estimula o desenvolvimento normal e atividade secretória da tireóide - Estimulado pelo hormônio peptídico hipotalâmico, fator liberador de tireotrofina (TRH) - A elevação dos níveis séricos de T3 eT4 inibem o hipotálamo e a pituitária anterior, bloqueando a liberação de TSH (feedback negativo) 8.5.3 Hormônio adrenocorticotrófico (ACTH / Corticotrofina) - Estimula a córtex adrenal a liberar corticosteróides; - Estimulado pelo hormônio liberador de corticotrofina do hipotálamo (CRH) (estímulo depende do rítmo circadiano); - Fatores externos e internos, como febre, hipoglicemia, ou estresse desencadeiam a liberação de CRH —> controle da inflamação pelo cortisol; - *Cortisol tem função hiperglicemiante; 8.5.4 Gonadotrofinas (FSH e LH) - Regulam as funções de ovários e testículos - FSH estimula a produção de gametas (óvulos e espermatozóides) - Ausentes antes da puberdade em meninos e meninas - Estimulados pelo hormônio liberador de gonadotrofina do hipotálamo (GnRH), durante e após a puberdade - Tem funções distintas em homens e mulheres: Mulheres: - LH junto com o FSH causa a maturação do folículo ovariano - LH sozinho desencadeia a ovulação (expulsão do óvulo do folículo ovariano) - LH promove a síntese e liberação de estrogênios e progesterona Homens: - LH estimula as células intersticiais dos testículos a produzir testosterona - LH é também conhecido como hormônio estimulante das células intersticiais (ICSH) 8.5.5 Prolactina (PRL) - Nas mulheres, estimula a produção de leite - Estimulado pelo hormônio liberador de prolactina do hipotálamo (PRH); - Inibido pelo hormônio inibidor de prolactina (PIH); - Os níveis sanguíneos sobem no final da gravidez; - A sucção estimula a liberação de PRH e mantém a produção contínua de leite 8.5.6 Hormônios da pituitária posterior e Hipotálamo - A pituitária (hipófise) posterior possui axônios de neurônios hipotalâmicos onde ficam estocados hormônios hipotalâmicos até a liberação; - Corpo do neurônio —> hipotâlamo —> local de produção; - Neurônio —> hipófise posterior —> local de armazenamento; - Principais: ocitocina e ADH; - Ambos desencadeiam na célula alvo uma via que depende da liberação inositol (IP3) que estimula a liberação de cálcio do retículo endoplasmático; 8.5.3.1 Vasopressina (ADH) - Influencia no balanço hídrico - ADH evita desidratação ou hiperhidratação - Participa da formação da urina; - Osmoreceptores monitoram a concentração de solutos no sangue: - Sangue mais concentrado —> o ADH é sintetizado e liberado, preservando água; Page � of �20 27 - Sangue menos concentrado —> o ADH não é liberado, causando perda de água; - O álcool inibe a liberação de ADH, causando diurese copiosa; 8.5.3.2 Ocitocina - Forte estimulante da contração uterina- Regulada por mecanismo de feedback positivo —> ocitocina no sangue aumenta a liberação dessa —> leva a aumento da intensidade das contrações uterinas, culminando no nascimento; - Também regulada por estímulos na cérvice uterina —> estimulo de fibras ascendentes para o hipotálamo —> passagem do feto estimula mais contrações mediadas por ocitocina - Ocitocina desencadeia a ejeção do leite, na mulher que amamenta; - A ocitocina natural ou sintética pode ser usada para induzir ou acelerar parto - Tem função no desejo sexual em homens e nas mulheres não lactantes 9.0 Resposta ao Estresse - Sistema nervoso e endócrino atuam em resposta à ameaças para garantir a vida; - Agentes estressantes: - Exposição prolongada a extremos de temperatura - Exercício extenuante - Ameaça - Cirurgia - Doença - Estresse emocional (felicidade ou infelicidade); - O estresse leva a alterações nervosas e hormonais, de maneira que é possível identificar a variação de alguns hormônios, como: - Níveis mais elevados de epinefrina e norepinefrina; - Níveis elevados de cortisol; - Passos resumidos da resposta ao estresse - A resposta estressante desencadeia estímulos nervosos, que chegam ao SNC e, por sua vez, transmite impulsos ao hipotálamo; - O hipotálamo libera hormônios que estimulam a secreção de hormônios hipofisários; - Sistema nervoso também atua sobre o resto do organismos através do SNA; 9.1 Resposta “luta ou fuga” - É a mais rápida - É mediada pelo sistema nervoso simpático; - Hipotálamo —> SNA simpático —> Medula adrenal —> liberação de epinefrina e norepinefrina - Norepinefrina desencadeiam: - Aumento do débito cardíaco - Aumento da ventilação - Aumento da PA - Redirecionamento do sangue para os músculos esqueléticos - Sudorese; - Epinefrina: - Reforço das funções da norepinefina; - Aumento da concentração de glicose no sangue —> necessário para resposta de luta/fuga; - **Esse aumento é mediado por: 1) mobilização de carboidrato dos depósitos; 2) por síntese de glicose a partir das moléculas que já temos (como lipídeos); Page � of �21 27 9.2 Resposta prolongada - Ocorre cerca de 30 minutos após o evento estressante; - Ocorre elevação nos níveis de cortisol —> também iniciado a nível de hipotálamo: - CRH (hipotálamo) —> ACTH (hipófise anterior) —> Cortisol (cortex adrenal); - O aumento do cortisol tem efeito sobre o metabolismo energético: 1. Aumenta a glicemia pois: 1) aumenta a gliconeogênese (formação de glicose a partir de outras moléculas); 2) diminui a presença de transportadores de glicose nas membranas das células (diminui a retirada de glicose do sangue); - **Diabetes adrenal —> situação em que a elevação da glicemia por cortisol é mantida prolongadamente e não pode ser controlada pela produção de insulina pelo pâncreas; 2. Aumenta a quantidade de aminoácidos no plasma —> inibe o transporte de aminoácidos para os músculos —> reparo de outros tecidos e direcionamento dos aminoácidos para o fígado; - Também causa vaso constrição esplâncnica (relacionada com o TGI); - Atua diretamente sobre o sistema imune —> efeito antiinflamatório e imunossupressor; - O efeito do cortisol em situações de estresse é benéfico, pois auxilia o organismo no reparo e volta a homeostase, sobretudo regula as respostas inflamatórias que podem ser iniciadas no estresse. Entretanto, situações de estresse prolongado ou repetido tem efeito maléfico, já que o cortisol causa muitas alterações no metabolismo energético, está relacionado com a mobilização de Ca2+ dos músculos e deixa o indivíduo imunodeprimido 9.3 Outros hormônios envolvidos - ADH (vasopressina): promove vasoconstrição; aumento da reabsorção renal —> controle da pressão arterial; - Aldosterona: Também promove controle da pressão arterial 9.4 Patologias associadas a hormônios do estresse 9.1 Epinefrina Hipossecreção - Não há doenças conhecidas - O sistema nervoso simpático supre a falta de secreção adrenal Hiperssecreção - -Feocromocitoma; - Tumor raro, secretor, originado das células da medula adrenal; - Sintomas: - PA elevada - Palpitações - Taquicardia - Sudorese - Hiperglicemia Page � of �22 27 Alívio 1. Gliconeogênese; 2. Mobilização de proteínas; 3. Mobilização de lipídeos; 4. Estabilização dos lisossomos 9.2 Cortisol Doença de Cushing: - Pode ser primária: normalmente associada a tumores na hipótese; - Pode ser secundária: hiperssecreção pelo próprio cortex adrenal (independente de ACTH); - Tratado com retirada do tumor Síndrome de Cushing: - Causada pela administração excessiva de glicocorticoides; - Tratada com ajuste da dose de glicocorticoides (ou retirada) - Sinais e sintomas são, normalmente, comuns a síndrome e doença de cushing - Face de lua cheia - Dorso de búfalo - Hiperglicemia —> leva a risco aumentado de diabetes mellitus - PA elevada - Cicatrização difícil - Susceptibilidade para infecções Hipossecreção - Doença de Addison: uma lesão adrenal ou pituitária com prejuízo na secreção; - Tratada com reposição de cortisol e aldosterona - Sinais e sintomas - Bronzeamento da pele - Hipoglicemia - PA baixa - Hiponatremia, desidratação - Pela diminuição da aldosterona 10.0 Regulação Endócrina da Calcemia - Hormônios envolvidos: - Paratireoideano (PTH); - Calcitonina (da tireoide); - Vitamina D (calcitriol) - Maioria do cálcio fica depositado nos ossos; 10.1 Orgãos envolvidos na regulação - Cálcio é ingerido com a alimentação e parte é absorvida no intestino; - Parte do cálcio sérico é secretado no intestino; - Parte do cálcio sérico é secretado nos rins; - A maioria do cálcio encontra-se armazenada nos ossos e há uma troca rápida entre os ossos e o sangue; 10.1 Controle pelo Paratormônio (PTH) - Secretado pelas paratireóides; - Aumenta a saída de Ca+2 dos ossos e também aumenta sua reabsorção pelos rins e intestino; - Excesso de PTH —> hipercalcemia; - Deficiência de PTH —> hipocalcemia - Mecanismos: 1) Fase Rápida (osteólise): Não depende de diferenciação de células ósseas; causa ativação de receptores em células ósseas que fazem o transporte de Ca2+ da matriz que as circundam para o fluido extracelular fora dos ossos; 2) Fase Lenta (reabsorção): Ativação da atividade de reabsorção dos osteoclastos; e estímulo a diferenciação de osteoclastos —> aumento da reabsorção e liberação de cálcio no sangue 10.2 Controle pelo Calcitriol (Vitamina D) - Promove elevação da calcemia - Forma ativa como hormônio —> 1, 25- hidroxicolecalciferol = Calcitriol - Passos envolvidos: 1) Ingestão de vitamina D3; 2) Produção vitamina D3 a partir de de precursores endógenos, por exposição a luz UV; 3) Conversão no fígado para vitamina D3 na forma de 25-OH-D3; 4) Conversão nos rins para vitamina D3 na forma de 1,25-OH-D3; 5) Atuação sobre o intestino —> Aumento da absorção de cálcio —> elevação da calcemia - O aumento da calcemia promovido pela Vitamina D3 (1,25-OH-D3) inibe liberação de paratormônio; Page � of �23 27 11.0 Diabetes Melitus 11.1 Controle da glicemia - Insulina está relacionada com a abundância de nutrientes; - ***Insulina permite o controle da glicemia - O controle da glicemia é importante, sobretudo para a função do cérebro —> órgão que utiliza apenas a glicose para seu metabolismo (sem que haja danos); - Ingesta excessiva de nutrientes —> armazenamento como glicogênio ou gordura; - Jejum —> promove mobilização de moléculas dos depósitos do corpo (na forma de gligogênio no fígado e músculos e na forma de tecido adiposo ); - A hipoglicemia ativa a liberação de hormônios relacionados com o aumento da glicemia: 1) adrenalina;2) glucagon; 3) glicocorticoides; 4) hormônio do crescimento; - **O jejum noturno leva a hipoglicemia —> pode aparecer hiperglicemia matinal em resposta a esse jejum; Relação com o Estresse - Eventos de estresse desencadeiam: 1) Inibição da liberação de insulina; 2) Ativação do SNA simpático —> liberação de adrenalina e norepinefrina —> inibe a liberação de insulina e aumenta a degradação de glicogênio —> aumento da glicemia 3) Estimulo hipotalâmico —> CRH —> aumento da liberação de ACTH —> aumento da liberação de cortisol —> aumento da glicemia - **Estresse cirúrgico —> inflamação gerada pelos danos teciduais e contato com microorganismos; 11.2 Insulina Efeito anabólico da insulina - Aumento da liberação em períodos de tranqüilidade, sem estresses e em resposta a ingesta de nutrientes; 1) Conserva moléculas nutrientes, pois facilita captação de moléculas de glicose, aminoácido e lipídeos; 2) Em resposta ao aumento agudo da glicemia —> reduz a glicemia; 3) Tem efeito sobre ions K+ —> favorece a entrada de K+ nas células —> diminuição de K+ plasmático **deve ser observado em emergências; Efeitos da falta de insulina - Lipodistrofia; - Macrossomia fetal ** O tecido cerebral não necessita de insulina para fazer o aporte de glicose; 11.3 Diabetes melitus - Definição: Síndrome causada pela deficiência no metabolismo de carboidratos, aminoácidos e gorduras. Causada por falta da insulina ou insensibilidade do tecido a insulina; - Grupo heterogêneo de manifestações: - Hiperglicemia; - Alterações lipídeos e proteínas; - Alterações em secreção ou ação da insulina; - Disfunção em diversos órgãos: rins; olhos; nervos; vasos sanguíneos; - Prevalência: - (1995) – 4% da população mundial. - Brasil (1980) – 8% da população entre 30-70 anos. - Riberão Preto (2006) ➔ 12% - Subgrupo de ascendência japonesa ➔ dobro - Metade dos indivíduos diagnosticados diabéticos desconhece sua condição - Causa principal de: - Insuficiência Renal - Amputações - Cegueira - Muito relacionado com o aparecimento de doenças cardiovasculares - Síndrome dos 4 Ps: - Poliúria; - Polidipsia (sede excessiva); - Polifagia; - Perda de peso Alterações metabólicas e sintomas - Polidpsia: - É de causa osmótica, principalmente; - Glicose torna o fluido extracelular mais concentrado —> células perdem água; - Está relacionada também com a poliúria —> há aumento da filtração glomerular para eliminação de mais glicose; - Polifagia e perda de peso: - Acontece principalmente na Diabetes tipo 1 —> com baixa insulinemia - Diminui captação de aminoácidos e ácidos graxos - Aumenta lipólise - Aumenta degradação de proteínas - Diminui síntese de proteínas - Injúria tecidual - Altos níveis de glicose por tempos prolongados causa lesões em diversos tecidos; Page � of �24 27 - Sobretudo importante no tecido vascular —> leva a isquemias; grangrena; acidentes vasculares; - Também causa lesões em outros órgãos —> importante nos rins (falência renal); retina (perda de visão); - Mecanismo não é bem estabelecido, mas a glicose é sabidamente tóxica em altos níveis. Um dos motivos é o fato de que se liga a diversas proteínas teciduais —> induz inflamação nos tecidos; estresse oxidativo e etc; - Cicatrização mais lenta —> por conta de danos teciduais em geral, e vasculares; 11.3.1 Diagnóstico da Diabetes Melitus Investigar: - > 45 anos; - Obesos (CC> 102 cm - 88 cm); - Familiares em 1º grau diabéticos; - Diabetes gestacional / História obstétrica suspeita: - Ganho excessivo de peso; - RN com peso > 4 kg; - Abortamentos repetidos - Hipertensos; - Hiperlipoproteinemias; - Dislipidemias; - Ovários policísticos - Usuários de medicamentos diabetógenos (corticosteróides) Exames e critérios diagnósticos - Glicemia causal —> Acima de 200mg/dL em pacientes com sintomas; - Glicemia em jejum —> Acima de 126mg/dL; - Teste de tolerancia oral a glicose (TTOG) —> ingestão de 75g de glicose anidra e realização da coleta do sangue após 2 horas —> acima de 200mg/dL; - Glicemia após 2 horas pos-prandial—> acima de 200mg/dL; **Risco de morte em pacientes com: 1) Tolerância diminuida a glicose; 2) Pacientes com hiperglicemia pos-prandial; 11.3.2 Diabetes melitus tipo 1 - Prevalência de 10%; - Células beta destruídas ➔ deficiência absoluta de insulina. - Tipos: - 1A: auto-imune (anticorpo anti- descarboxilase do ácido glutâmico:anti-GAD, ac anti-ilhota pancreática: anti-ICA, ac anti- insulina: anti-IAA) - 1B: idiopática - LADA (latent autoimmune diabetes of adults) : adultos com anti-GAD+ - 11.3.2 Diabetes melitus tipo 2 - 90% dos casos; - Tipo “Não dependente de insulina” - Normalmente causada por diminuição da sensibilidade do tecido à insulina; - “Deficiência relativa de insulina”: - Secreção diminuída - Deficiência no receptor - Alteração nos receptores - Mais comum em indivíduos acima dos 40 anos e obesos; - MODY —> em crianças —> genética —> não é considerada tipo 1 nem 2; 11.3.3 Outros tipos de DM - Alterações congênitas nas células beta - Alterações congênitas na forma de insulina - Alterações congênitas nos receptores - Doenças pancreáticas: pancreatite, fibrose cística... - Doenças endócrinas: Cushing, feocromocitoma - Fármacos: corticóides, beta-miméticos, tiazidas; - Infecções: rubéola, CMV 11.3.4 Diabetes Gestacional - É o diabetes que ocorre exclusivamente durante a gravidez; - Há tendência de diabetes após a gravidez; - Necessidade de fazer acompanhamento após o parto; **No diagnóstico de diabetes é necessário avaliar os riscos e complicações: 1) danos aos tecidos; 2) Outras doenças concomitantes e comprometimento cardiovascular; 3) Estilo de vida do paciente; ** Observar no exame físico: 1) cáries; 2) retinopatias; 3) feridas que não cicatrizam; 11.3.4 Tratamento - Envolve - Dieta; - Atividade física; - Fármacos —> evitam complicações agudas; - Acompanhamento e controle Page � of �25 27 - Tratamento diferente em indivíduos DM1 ou DM2 - DM1 —> insulina; - DM2 —> hipoglicemiantes 12.0 Hipertireoidismo - Definição: hiperfunção da glândula tiroide com aumento nos níveis dos hormônios TH (T3 e T4); - Tireotoxicose: quadro clínico apresentado pelo paciente —> condição que ocorre; Causas Comuns - Doença de Basedow-Graves: doença autoimune —> indivíduo produz anticorpos que ativam o receptor de TSH na tireoide - Bócio nodular tóxico: - Outras causas mais raras: - Adenoma hipofisário - Mutação congênita Quadro Clínico - Causado pelo hipertiroidismo comum causado pela doença de Basedow-Graves (auto-imune): - Bócio; - Exoftalmia; - Todos os sintomas relacionados com o aumento nas concentrações de T3 e T4; Diagnóstico Laboratorial e de imagem - O T4 livre (T4L) está aumentado em 95% dos pacientes - TSH suprimido - Anticorpos anti-tireóide presentes - Anti-tireoglobulina - Anti-peroxidase - Cintilografia - Aumento de tamanho - Hipercaptante para iodo radiativo; 12.1 Hipertiroidismo Secundário - Aumento nos níveis de T3 e T4 sem supressão de TSH; - Causa está no eixo hipotálamo-hipófise —> maior secreção de TSH leva a maior secreção de T3 e T4 12.2 Resistência aos Hormônios tiroideanos (TH) - Tecidos não respondem aos TH - T3 e T4 estão aumentados; - TSH pode estar aumentado ou normal 12.3 Tratamento (no caso de hipertiroidismo de Basedow-graves) - Drogas anti-tireoideanas (Anti-iodificação) - Radioterapia (radiação beta) - I 131 - Cirurgia (Tireoidectomia total ou quase total) 12.4 Fisiopatologia da Exoftalmia (etiopatogenia) - Processo inflamatório retro-orbital com proliferação de adipócitos e fibroblastos; - Acúmulo de líquido 12.5 Hipertiroidismo por Bócio nodular tóxico - Ocorre hiperfunção
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