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Distúrbios Genéticos GENÉTICA Professor Weber Camisassa Dornas email: weber.dornas@estacio.br "Crie filhos em vez de herdeiros." "Dinheiro só chama dinheiro, não chama para um cineminha, nem para tomar um sorvete." "Não deixe que o trabalho sobre sua mesa tampe a vista da janela." "Não é justo fazer declarações anuais ao Fisco e nenhuma para quem você ama." "Para cada almoço de negócios, faça um jantar à luz de velas." "Por que as semanas demoram tanto e os anos passam tão rapidinho?" "Quantas reuniões foram mesmo esta semana? Reúna os amigos." "Trabalhe, trabalhe, trabalhe. Mas não se esqueça, vírgulas significam pausas..." "...e quem sabe assim você seja promovido a melhor ( amigo / pai / mãe/ filho / filha / namorada / namorado / marido / esposa / irmão / irmã.. etc.) do mundo!" "Você pode dar uma festa sem dinheiro. Mas não sem amigos." E para terminar: "Não eduque seu filho para ser rico, eduque-o para ser feliz. Assim, ele saberá o valor das coisas e não o seu preço." FISIOTERAPIA GENÉTICA 2 TIPOS DE DOENÇAS GENÉTICAS Estima-se que cada ser humano possua aproximadamente de 30.000 a 40.000 genes diferentes. Alterações nesses genes, ou combinações deles, podem produzir distúrbios genéticos. Esses distúrbios são classificados em vários grupos principais: I. Distúrbios cromossômicos, nos quais cromossomos inteiros (ou grandes segmentos (deles) estão ausentes, duplicados ou alterados. Esses distúrbios incluem doenças como síndrome de Down e síndrome de Turner. GENÉTICA 3 FISIOTERAPIA II. Distúrbios nos quais um único gene está alterado; tais distúrbios são frequentemente denominados condições "mendelianas" ou distúrbios monogênicos. Exemplos bem conhecidos incluem fibrose cística, anemia falciforme e hemofilia. III. Distúrbios multifatoriais, que resultam de uma combinação de múltiplas causas, genéticas e ambientais. Muitos defeitos congênitos, tais quais fenda labial e/ou fenda palatina, bem como muitos distúrbios do adulto, incluindo doença cardíaca e diabetes, pertencem a essa categoria. IV. Distúrbios mitocondriais, um número relativamente pequeno de doenças causadas por alterações no pequeno cromossomo citoplasmático mitocondrial. GENÉTICA 4 FISIOTERAPIA A Tabela abaixo relaciona alguns exemplos de cada um desses tipos de doenças: GENÉTICA 5 FISIOTERAPIA A Tabela abaixo relaciona alguns exemplos de cada um desses tipos de doenças (continuação): GENÉTICA 6 FISIOTERAPIA Dentre essas classes principais de doenças, os distúrbios monogênicos provavelmente receberam a maior atenção. Esses distúrbios são classificados de acordo com o modo pelo qual eles são herdados na família: autossômicos dominantes, autossômicos recessivos ou ligados ao X. em 1966, a lista possui apenas 1.368 características autossômicas e 119 características ligadas ao X. Hoje, a lista apresenta mais de 14.000 verbetes, dos quais mais de 13.000 são autossômicos, 788 são ligados ao X, 43 são ligados ao Y e 60 estão no genoma mitocondrial. GENÉTICA 7 FISIOTERAPIA A maioria dessas características corresponde a doenças genéticas, e até agora mutações causadoras de doenças foram identificadas para aproximadamente 1.500 delas. Com a continuação dos avanços, esses números decerto crescerão. Embora alguns distúrbios genéticos, particularmente as condições monogênicas, sejam fortemente determinados por genes, muitos outros são resultantes de múltiplos fatores, genéticos e não- genéticos. GENÉTICA 8 FISIOTERAPIA Pode-se então pensar nas doenças genéticas como “dispostas em uma linha contínua”, com distúrbios como fibrose cística e distrofia muscular Duchenne situados em uma extremidade (fortemente determinados por genes) e condições como o sarampo situadas na extremidade oposta (fortemente determinadas pelo ambiente). GENÉTICA 9 FISIOTERAPIA Muitos dos distúrbios mais prevalentes, incluindo muitos defeitos congênitos e doenças comuns, como diabetes, hipertensão, doença cardíaca e câncer, situam-se em algum ponto entre uma extremidade e outra. Essas doenças são produtos de vários graus de influências, tanto genéticas quanto ambientais. GENÉTICA 10 FISIOTERAPIA O IMPACTO CLÍNICO DAS DOENÇAS GENÉTICAS Considera-se algumas vezes que as doenças gené- ticas são tão raras que dificilmente seriam encon- tradas pela média dos profissionais de saúde. Menos de um século atrás, doenças de causas não- genéticas (por exemplo, aquelas causadas por má nutrição, condições insalubres e patógenos) respondiam pela grande maioria das mortes de crianças. Durante o século XX, entretanto, a saúde pública progrediu enormemente. Como resultado, as doenças genéticas passaram a uma proporção crescente das mortes entre crianças nos países desenvolvidos. GENÉTICA 11 FISIOTERAPIA Por exemplo, a porcentagem de mortes pediátricas devido a causas genéticas em vários hospitais no Reino Unido cresceu de 16,5% em 1914 para 50% em 1976. TABELA - Porcentagens de Mortes na Infância em Hospitais do Reino Unido Atribuídas a Causas Não- Genéticas (p. ex., Infecciosas) e Genéticas: Extraído de: Rimom DL, Connor JM, Pyeritz RE, Korf BR (2002) Emery and Rimoin's Principles and Practice of Medical Genetics. Churchill Livingstone, London. GENÉTICA 12 Causa Londres 1914 Londres 1954 Newcastle 1966 Edimburgo 1976 Não-genética 83,5 62,5 58,0 50,0 Genética Monogênica 2,0 12,0 8,5 8,9 Cromossômica 2,5 2,9 Multifatorial 14,5 25,5 31,0 38,2 FISIOTERAPIA Além de contribuir para uma grande proporção de mortes na infância, as doenças genéticas também respondem por urna grande parte das admissões em hospitais pediátricos. Por exemplo, um levantamento nos hospitais de Seattle (2002) mostrou que 27% de todos os pacientes pediátricos internados apresenta- vam uni distúrbio genético, e um levantamento das admissões em um dos principais hospitais pediátricos no México mostrou que 37,8% envolviam uma doença genética ou "parcialmente genética". GENÉTICA 13 FISIOTERAPIA Uma outra maneira de avaliar a importância das doenças genéticas é perguntar: “Que proporção dos indivíduos na população será diagnosticada com uma doença genética?” Isso não é apenas uma simples pergunta, como pode parecer. Uma variedade de fatores pode influenciar a resposta. Por exemplo, grupos étnicos: A fibrose cística é particularmente comum entre europeus; a anemia falciforme é encontrada especialmente entre os africanos; algumas doenças são mais comuns em indivíduos mais velhos. GENÉTICA 14 FISIOTERAPIA Por exemplo, câncer de cólon, câncer de mama e doença de Alzheimer são causados por genes dominantes em uma pequena proporção de casos (5% a 10%), mas em geral não se manifestam até a vida madura. A prevalência estimada para essas doenças genéticas seria mais alta em uma população mais idosa. Variações no diagnóstico e na manipulação dos registros podem levar também a uma variação na estimativa de prevalência. GENÉTICA 15 FISIOTERAPIA Dessa forma, os números de prevalência mostrados na Tabela 1.3 são dados como limites um tanto amplos. GENÉTICA 16 * O limite superior dessa variação é obtido quando são usadas técnicas de bandeamento cromossômico mais novas. + "Congênito" significa "presente ao nascimento". A maioria das malformações congênitas é considerada multifatorial e, desse modo, provavelmente possui componentes tanto genéticos quanto ambientais. FISIOTERAPIA Tendo em mente essas fontes devariação, é digno de nota que de 3% a 7% da população irão, em algum ponto, ser diagnosticados com alguma doença genética reconhecida. Essa classificação não inclui a maioria dos casos das doenças mais comuns do adulto, como doença cardíaca, diabetes e câncer, embora se saiba que elas também possuem componentes genéticos. Se essas doenças forem incluídas, o impacto clínico da doença genética é de fato considerável. GENÉTICA 17 FISIOTERAPIA HERANÇAS AUTOSSOMICAS DOMINANTE E RECESSIVA Muitas doenças genéticas importantes e bem compreendidas são o resultado de uma mutação em um único gene. A página online de Mendelian Inheritance in Man (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/Omim/) lista mais de 14.000 características conhecidas de gene único, ou monogênicas, definidas até hoje nos seres humanos. Destas, mais de 13.000 estão localizadas nos autossomos, 788 estão localizadas no cromossomo X e 43 estão localizadas no cromossomo Y. GENÉTICA 18 FISIOTERAPIA Características monogênicas têm sido o foco de boa parte do progresso feito até hoje na genética médica. Em muitos casos esses genes foram mapeados em locais específicos do cromossomo, clonados e sequenciados. Essa pesquisa levou a novas e excitantes visões não apenas em genética, mas também em fisiopatologia básica da doença. GENÉTICA 19 FISIOTERAPIA CONCEITOS BÁSICOS DE GENÉTICA FORMAL Contribuições de Mendel Características monogênicas são também conhecidas como características mendelianas. A variação de cada uma das características estudadas por Mendel é causada pela presença de diferentes alelos em loci individuais. Dois princípios centrais surgiram do trabalho de Mendel. O primeiro é o princípio da segregação, que estabelece que organismos que se reproduzem sexualmente possuem genes que ocorrem em pares e que apenas um membro desse par é transmitido à prole (i. e., ele se segrega). GENÉTICA 20 FISIOTERAPIA O pensamento prevalente durante a época de Mendel era que os fatores hereditários dos dois genitores são "misturados" no filho. Em contraste, o princípio da segregação estabelece que os genes permanecem intactos e distintos. Um alelo de formato de semente "liso" pode ser transmitido a uma prole na geração seguinte, que pode, por sua vez, transmitir o mesmo alelo para a sua própria descendência. Se, ao contrário de permanecerem distintos, os genes fossem de algum modo misturados na prole, seria impossível acompanhar a herança genética de uma geração para a próxima. Assim, o princípio da segregação foi um progresso essencial na genética moderna. GENÉTICA 21 FISIOTERAPIA O princípio da distribuição independente de Mendel foi sua segunda grande contribuição para a genética. Esse princípio estabelece que genes em diferentes loci são transmitidos independentemente. Considere os dois loci mencionados previamente. Um locus pode ter ou o alelo "liso" ou "rugoso", e o outro pode ter tanto o alelo "alto" quanto o alelo "baixo". Em um evento reprodutivo, um genitor transmite um alelo de cada locus para a sua prole. O princípio da distribuição independente impõe que o alelo transmitido em um locus ("liso" ou "rugoso") não tem efeito sobre qual alelo é transmitido no outro locus ("alto' ou "baixo"). GENÉTICA 22 FISIOTERAPIA Os experimentos de Mendel também demonstraram que os efeitos de um alelo podem mascarar os efeitos do outro. Ele realizou cruzamentos (reproduções) entre ervilhas homozigotas para o gene "alto" (i. e., possuindo duas cópias idênticas de um alelo que vamos chamar de H) e plantas homozigotas para o gene "baixo" (possuindo duas cópias de um alelo denominado h). Esse cruzamento, que produz apenas prole heterozigota (Hh), é ilustrado no quadrado de Punnett. GENÉTICA 23 FISIOTERAPIA Mendel observou que a prole desses cruzamentos, embora fosse heterozigota, era toda alta. Isso reflete o fato de que o alelo H é dominante, enquanto o alelo h é recessivo. O termo "recessivo" deriva de uma raiz latina que significa "ocultar". Isso descreve bem o comportamento dos alelos recessivos: nos heterozigotos, as consequências de um alelo recessivo estão ocultas. Enquanto um alelo dominante exerce seu efeito tanto nos homozigotos (HH) quanto nos heterozigotos (Hh), a presença do alelo recessivo é detectada somente quando ele ocorre na forma homozigota (hh). GENÉTICA 24 FISIOTERAPIA Assim, as ervilhas de caule baixo podem ser criadas somente pelo cruzamento entre plantas genitoras que sejam portadoras, cada uma, de pelo menos um alelo h. Um exemplo seria o cruzamento heterozigoto x heterozigoto. GENÉTICA 25 FISIOTERAPIA Mitose A mitose é um processo de divisão celular, característico de todas as células somáticas vegetais e animais. É um processo contínuo que é dividido didaticamente em 5 fases: Prófase, metáfase, anáfase, telófase e interfase nas quais ocorrem grande modificações no núcleo e no citoplasma. Interfase: A interfase é o período de maior metabolismo celular, quando ocorre a síntese e a duplicação do DNA e de todas as outras substâncias e estruturas da célula. Está subdividida, respectivamente, em: GENÉTICA 26 FISIOTERAPIA Período G1: é o período de produção de enzimas, proteínas e consequentemente, síntese de RNA. Nesse período a célula aumenta de tamanho. Período S: período em que ocorre a síntese e produção do DNA. Período G2: assemelha-se ao período G1, porém, neste período o DNA está duplicado. GENÉTICA 27 FISIOTERAPIA Prófase Inicia a condensação (espiralização / compactação) dos cromossomos duplicados na interfase; Desaparecimento do nucléolo em consequência da paralisação do mecanismo de síntese; Duplicação do centríolo e migração desses para os polos opostos da célula, formando microtúbulos, fibras do fuso e do haster. As do fuso unir-se-ão ao cinetócoro, região do centrômero (ponto de intersecção entre os braços cromossômicos), e as do haster darão suporte (fixação) juntamente à face interna da membrana plasmática. GENÉTICA 28 FISIOTERAPIA Metáfase Fase de máxima condensação dos cromossomos e desfragmentação total da carioteca (membrana nuclear), havendo: Deslocamento e disposição linear dos cromossomos na placa equatorial (metafásica) da célula. Ligação dos centrômeros às fibras do fuso. GENÉTICA 29 FISIOTERAPIA Anáfase Fase da divisão onde ocorre a separação dos cromossomos duplicados, migrando cada cromátide irmã em direção aos polos opostos, em razão do encurtamento dos microtúbulos, consequente à retirada de tubulinas. GENÉTICA 30 FISIOTERAPIA Telófase Última etapa da divisão mitótica, caracterizada pelo agrupamento e descompactação dos cromossomos (genoma) em extremidades opostas, recomposição da carioteca e nucléolo, finalizando o processo com a citocinese (individualização do citoplasma em duas células-filhas). GENÉTICA 31 FISIOTERAPIA Mecanismos regulatórios da Mitose 32 Divisão celular uma série de eventos sequenciais; duas maneiras de ser alcançada: cada etapa requer um produto da etapa anterior para seu início ou há um mecanismo regulatório de feedback. As células eucarióticas desenvolveram mecanismos de controle de qualidade, chamados de checkpoints função assegurar a correta execução dos eventos do ciclo celular garante a estabilidade genética. O checkpoint é um mecanismo de feedback que monitora a execução do ciclo celular e inibe o início de eventos subsequentes até que os processos da etapa anterior sejamexecutados com sucesso. GENÉTICA FISIOTERAPIA 33 GENÉTICA FISIOTERAPIA Checkpoints descritos: checkpoint de dano do DNA, que está apto a bloquear o ciclo celular nas fases G1, S, G2 e mitose; checkpoint de replicação do DNA, que monitora a progressão através da fase S; checkpoint do fuso mitótico (“mitotic spindle checkpoint”), que monitora a ligação dos cromossomos aos microtúbulos (descrito pela primeira vez em 1991). 34 ESTRUTURA dos Checkpoints GENÉTICA FISIOTERAPIA um sensor, que monitora o processo um transdutor, que sinaliza quando um processo não se completa adequadamente um alvo, que responde ao sinal, inibindo eventos subsequentes 35 GENÉTICA FISIOTERAPIA PRINCIPAIS COMPONENTES DOS CHECKPOINTS Família MAD (“mitotic arrest deficient”), composta por MAD1, 2 e 3 BUB1, uma proteína com atividade GTP-ase, localizado no cromossomo 2q12-14 MAD2, uma pequena proteína composta por 205 aminoácidos, localizado no cromossomo 4q27. é encontrada associada aos cinetócoros não-ligados aos microtúbulos durante a metáfase. A interação entre a MAD2 e outros componentes adicionais do checkpoint com os cinetócoros não-ligados permite o bloqueio do início da anáfase, prevenindo a segregação cromossômica desigual. Família BUB (“budding uninhibited by benzimidazole”), composta por BUB1, 2 e 3. interage diretamente com a MAD2, na sinalização para o atraso da anáfase. 36 No início da divisão celular, uma proteína denominada cinetócoro, localizada no centrômero, captura os microtúbulos que vêm de cada um dos pólos opostos da célula. A duplicação do material genético e a separação em duas células-filhas são eventos críticos na divisão celular. Para a manutenção da integridade do genoma, todas as cromátides- irmãs têm que estar ligadas, através de seus cinetócoros, a microtúbulos do fuso oriundos de pólos opostos da célula. GENÉTICA FISIOTERAPIA COMO FUNCIONA O CHECKPOINT DO FUSO MITÓTICO monitora a ligação dos cromossomos aos microtúbulos durante a divisão celular segregação idêntica do material genético e preservar a integridade do genoma em nível cromossômico. 37 A separação concomitante das cromátides permite a herança de um conjunto idêntico de cromossomos para cada célula-filha. Se a célula inicia a anáfase e começa a segregação cromossômica sem que todos os pares de homólogos tenham estabelecido conexões com ambos os pólos do fuso, algumas células irão herdar duas cópias de um cromossomo, enquanto outras, nenhuma. GENÉTICA FISIOTERAPIA • Um único cinetócoro que não esteja ligado adequadamente ao microtúbulo correspondente gera um sinal inibitório, que atrasa a progressão da mitose, até que haja ligação correta. Também, se o microtúbulo ligado ao cinetócoro não estiver exercendo tensão adequada neste, é ativado o mecanismo de controle. 38 Para que a célula entre na anáfase, duas condições devem ser satisfeitas: 1) o conjunto completo de microtúbulos deve estar ligado aos cinetócoros, garantindo a captura de todos os cromossomos pelo fuso; 2) deve haver ligação adequada entre os cinetócoros das cromátides-irmãs, garantindo que o cromossomo esteja alinhado na placa metafisária. GENÉTICA FISIOTERAPIA 39 Proteínas responsáveis pela manutenção das cromátides-irmãs unidas: Coesina (une as cromátides-irmãs); Separase (lisa subunidades de coesina); Securina (associada à separase, inativando-a). FISIOTERAPIA CONTROLE MOLECULAR DA MITOSE início da mitose checkpoints do DNA da fase G2 ativação do complexo MPF (“mitosis promoting factor”). quebra da membrana nuclear, separação dos centrossomos, formação do fuso mitótico, condensação dos cromossomos e fragmentação do complexo de Golgi. desencadeia No final da metáfase, há ativação do complexo APC (“anaphase promoting complex”) controla a separação dos homólogos e sua migração para pólos opostos da célula GENÉTICA 40 Para a progressão da anáfase, o APC conjuga ubiquitina às securinas. Assim, as securinas perdem sua função e não irão mais inativar a separase. A separase, então, estará livre para lisar as subunidades de coesina, permitindo a separação das cromátides-irmãs e migração das mesmas para pólos opostos da célula, com finalização da mitose. GENÉTICA FISIOTERAPIA Intérfase: ativação do Fator Promotor da Mitose (MPF) Início da Mitose (prófase à metáfase) Ativação do Complexo Promotor da Anáfase (APC/Cdc20) Início da Anáfase e progressão da divisão celular Fim do ciclo de divisão à Intérfase 41 GENÉTICA FISIOTERAPIA MECANISMO MOLECULAR DO CHECKPOINT MITÓTICO não há ligação dos microtúbulos aos cinetócoros correspondentes ou quando não há tensão adequada na ligação os cinetócoros produzem um sinal que ativa o mecanismo de checkpoint interações moleculares entre MAD, BUB e o APC atrasando a segregação cromossômica MAD e BUB inativam o APC através de ligação direta ao Cdc20. O complexo MAD2/BUB1/Cdc20 que é formado constitui o MCC (“Mitotic Checkpoint Complex”) e impede o funcionamento do APC, retardando o início da anáfase até que todos os cinetócoros estejam adequadamente ligados aos microtúbulos 42 Abaixo, estão esquematizadas duas formas de inativação do APC por meio de sinal bioquímico emitido pelo cinetócoro não ligado a microtúbulos. GENÉTICA FISIOTERAPIA 43 Quando há ligação do último cinetócoro aos microtúbulos, cessa a sinalização bioquímica e também a produção de MCC, permitindo ao Cdc20 se dissociar de MAD2 e BUB1 e se ligar ao APC. O resultado final desse processo é a ativação do APC com consequente degradação das securinas, dando continuação ao ciclo celular à entrada em anáfase. GENÉTICA FISIOTERAPIA 44 Em suma, o processo é o seguinte: GENÉTICA FISIOTERAPIA 45 Rearranjos cromossômicos e aneuploidias são marcadores de células tumorais, sugerindo que a falha no ponto de checagem do fuso é um passo fundamental na conversão de uma célula normal em um câncer. GENÉTICA FISIOTERAPIA ERROS NO PONTO DE CHECAGEM DO FUSO por mutações em genes que codificam elementos que participam desse processo (ex: Mad2, Bub1) produzem elevadas taxas de eventos de segregação cromossômica desigual formando células portadoras de um conjunto cromossômico alterado 46 Além disso, perdas momentâneas de função do checkpoint em mitoses pós-zigóticas podem produzir mosaicismos cromossômicos para determinada trissomia (ex: Síndrome de Down). Apesar do maior interesse científico ao estudo do checkpoint mitótico (pela consequente produção de células neoplásicas), esse mecanismo também está presente durante a Meiose. E, da mesma forma, erros no ponto de checagem do fuso produzem alterações cariotípicas que, nesse processo de divisão celular, determinam a formação de gametas cromossomicamente alterados. Esses gametas aneuplóides poderão dar origem a crianças sindrômicas ou ser a possível causa de abortamentos espontâneos, pois o zigoto formado possui malformações incompatíveis com a vida (ex: 47, XX+16). GENÉTICA FISIOTERAPIA 47 Regulação da Meiose GENÉTICA FISIOTERAPIA 48 GENÉTICA FISIOTERAPIA Checkpoint durante a meiose inativação do ponto de checagem por uma mutação na MAD2 leva a um grande aumento na taxa de segregação cromossômica desigual durante a meiose I nãoaumenta significativamente a taxa de erro para a meiose II. provavelmente os cromossomos são mantidos unidos de maneiras diferentes nos dois processos 49 GENÉTICA FISIOTERAPIA Meiose II as cromátides-irmãs estão conectadas diretamente umas as outras pelos seus centrômeros Meiose I o par de homólogos é mantido unido pelos quiasmas ao longo de seus braços, em locais específicos. Quanto maior o cromossomo maior a distância entre o centrômero e o local de recombinação ligação mais flexível entre os cinetócoros dos dois homólogos 50 IMPLICAÇÕES CLÍNICAS As alterações no ponto de checagem do fuso estão relacionadas: ao início do processo neoplásico: altos níveis de instabilidade cromossômica relacionados a alterações no mecanismo do checkpoint mitótico foram encontrados em diversos tipos de células tumorais, entre elas, Adenocarcinoma e Carcinoma de pequenas células de pulmão, Adenocarcinoma Colorretal, Hepatocarcinoma e Carcinoma ductal invasor de mama. formação de zigotos com conjunto cromossômico alterado, levando a abortos espontâneos ou nascimento de crianças sindrômicas. GENÉTICA FISIOTERAPIA 51 CATÁSTROFE MITÓTICA Processo de morte celular que ocorre durante a mitose (precisamente na metáfase) e que resulta de uma combinação de checkpoints ineficientes (particularmente do checkpoint de dano do DNA e do checkpoint do fuso mitótico) e de dano celular. Este dispositivo molecular de morte da célula danificada previne a aneuploidia e, consequentemente, a oncogênese. A base molecular da catástrofe mitótica contempla a ativação de caspases pelo citocromo c. As caspases são responsáveis por interferir na permeabilidade da membrana mitocondrial, com desestruturação dessa organela. Há, então, falta de energia para a célula, que tem consequente retração do citoplasma celular, fragmentação nuclear e cromatinólise. GENÉTICA FISIOTERAPIA 52 O mecanismo de catástrofe mitótica também está sujeito a erros. Existem inibidores das caspases e agentes que inibem o aumento na permeabilidade da membrana mitocondrial que podem impedir o processo de catástrofe mitótica. Não havendo morte celular por meio deste mecanismo, estará favorecido o desenvolvimento neoplásico. GENÉTICA FISIOTERAPIA Meiose Diferentemente da mitose, a meiose é um tipo de divisão celular em que uma célula diploide produz quatro células haploides (gametas), sendo por este motivo uma divisão reducional. GENÉTICA 53 Um fato que reforça o caráter reducional da meiose é que, embora compreenda duas etapas sucessivas de divisão celular, os cromossomos só se duplicam uma vez, durante a interfase. No início da interfase, os filamentos de cromatina não estão duplicados. Posteriormente, ainda nesta fase, ocorre a duplicação. FISIOTERAPIA Prófase I – É a etapa mais marcante da meiose. Nela ocorre o pareamento dos cromossomos homólogos e pode acontecer um fenômeno conhecido como crossing-over (também chamado de permuta) Como a prófase I é longa, há uma sequência de eventos que, para efeito de estudo, pode ser dividida nas seguintes etapas: GENÉTICA 54 Inicia-se a espiralização cromossômica. É a fase de leptóteno (leptós = fino), em que os filamentos cromossômicos são finos, pouco visíveis e já constituídos cada um por duas cromátides. FISIOTERAPIA Começa a atração e o pareamento dos cromossomos homólogos; é um pareamento ponto por ponto conhecido como sinapse (o prefixo sin provém do grego e significa união). Essa é a fase de zigóteno (zygós = par). A espiralização progrediu: agora, são bem visíveis as duas cromátides de cada homólogo pareado; como existem, então, quatro cromátides, o conjunto forma uma tétrade ou par bivalente. Essa é a fase de paquíteno (pakhús = espesso). GENÉTICA 55 FISIOTERAPIA Ocorrem quebras casuais nas cromátides e uma troca de pedaços entre as cromátides homólogas, fenômeno conhecido como crossing-over (ou permuta). Em seguida, os homólogos se afastam e evidenciam-se entre eles algumas regiões que estão ainda em contato. Essas regiões são conhecidas como quiasmas (que corresponde à letra “x” em grego). Os quiasmas representam as regiões em que houve as trocas de pedaços. Essa fase da prófase I é o diplóteno (diplós = duplo). GENÉTICA 56 FISIOTERAPIA Os pares de cromátides afastam-se um pouco mais e os quiasmas parecem “escorregar” para as extremidades; a espiralização dos cromossomos aumenta. É a última fase da prófase I, conhecida por diacinese (dia = através; kinesis = movimento). GENÉTICA 57 Enquanto acontecem esses eventos, os centríolos, que vieram duplicado da interfase, migram para os pólos opostos e organizam o fuso de divisão; os nucléolos desaparecem; a carioteca se desfaz após o término da prófase I, prenunciando a ocorrência da metáfase I. FISIOTERAPIA Metáfase I – os cromossomos homólogos pareados se dispõem na região mediana da célula; cada cromossomo está preso a fibras de um só pólo. Anáfase I – o encurtamento das fibras do fuso separa os cromossomos homólogos, que são conduzidos para pólos opostos da célula, não há separação das cromátides-irmãs. Quando os cromossomos atingem os pólos, ocorre sua desespiralação, embora não obrigatória, mesmo porque a segunda etapa da meiose vem a seguir. Às vezes, nem mesmo a carioteca se reconstitui. Telófase I – no final desta fase, ocorre a citocinese, separando as duas células-filhas haploides. Segue-se um curto intervalo a intercinese, que procede a prófase II. GENÉTICA 58 FISIOTERAPIA GENÉTICA 59 FISIOTERAPIA Meiose II (segunda divisão meiótica) Prófase II – cada uma das duas células-filhas tem apenas um lote de cromossomos duplicados. Nesta fase os centríolos duplicam novamente e as células em que houve formação da carioteca, esta começa a se desintegrar. Metáfase II - como na mitose, os cromossomos prendem- se pelo centrômero às fibras do fuso, que partem de ambos os pólos. Anáfase II – Ocorre duplicação dos centrômeros, só agora as cromátides-irmãs separam-se (lembrando a mitose). Telófase II e citocinese – com o término da telófase II reorganizam-se os núcleos. A citocinese separa as quatro células-filhas haploides, isto é, sem cromossomos homólogos e com a metade do número de cromossomos em relação à célula que iniciou a meiose. GENÉTICA 60 FISIOTERAPIA GENÉTICA 61 FISIOTERAPIA Mecanismos de reparo 62 Comparado com as moléculas de proteínas e com o RNA, que são, via de regra, constantemente reciclados (rapidamente degradas e substituídas por novas moléculas), o DNA é bastante estável. O DNA genômico, entretanto, não está isento de alterações graduais, quer na sua conformação quer na sua estrutura. Sua conformação pode se modificar à medida que ele sofre condensação e relaxamento, necessários para a realização de funções vitais, como a sua replicação in vivo e a sua expressão gênica via transcrição (síntese de RNA). Alterações estruturais podem surgir a partir lesões físicas ou químicas de bases nitrogenadas ou de ligações fosfodiéster. GENÉTICA FISIOTERAPIA Mecanismos de reparo 63 Erros também podem surgir como consequência de pareamentos incorretos durante a replicação, a despeito dos mecanismos de autocorreção feitos pelas DNAs polimerases. Na ausência de detecção e de reparação correta, essas lesões podem ser incorporadas ao DNA. Igualmente, uma mutação em um gene de reparo pode inviabilizar o processo de reparação e provocaruma cascata de mutações. Ao contrário das proteínas e dos RNAs que são degradados após lesados, alterações do DNA de procariotos e eucariotos costumam ser reparadas por mecanismos que revertem diretamente a lesão ou substitui a região lesado. GENÉTICA FISIOTERAPIA 64 Se os processos de reparação fossem 100% eficazes, os agentes mutagênicos não seriam uma ameaça para o DNA. O reparo das mutações, entretanto, pode ser incorreto, levando a que a molécula perca sua atividade biológica. Desta forma, deve-se levar em consideração também a saturação dos sistemas de reparação devido a volumes elevados de danos que o DNA possa sofrer em um curto intervalo de tempo. Em função disso, poderá haver “replicação” de lesões não reparadas, perpetuando as mutações. GENÉTICA FISIOTERAPIA Mecanismo básico de reparo 65 GENÉTICA FISIOTERAPIA 66 Para sair de situações como essas, as bactérias utilizam sistemas não expressos em células não danificadas, não sendo, portanto, constitutivo e, sim, indutível. Um deles é o sistema de reparo SOS, que, por gerar muitos erros no DNA, enquanto procura reparar as lesões, é denominado propenso ao erro. GENÉTICA FISIOTERAPIA 67 Ele faz com que as DNAs polimerases, paradas em um bloqueio, prossigam incorporando um ou mais nucleotídeo até ultrapassarem a região danificada, atuando, dessa forma, como um mecanismo reparador de emergência. O fato de os erros induzidos pelo sistema SOS ocorrerem no local das lesões sugere que esse mecanismo insere nucleotídeos aleatórios no lugar dos nucleotídeos danificados. Em função disso, esse sistema indutível, que perpetua as mutações, só é utilizado quando todos os mecanismos “isentos” de erros de reparo (reparação constitutiva) não conseguem solucionar o problema, sendo, portanto, usado como último recurso. As células animais também são dotadas de sistema de reparo indutíveis. GENÉTICA FISIOTERAPIA 68 Trabalhos diversos têm demonstrado que a mutagênese, na sua grande maioria, decorre de uma relativa imprecisão dos processos de reparação. Essas imprecisões representam um dos principais meios pelos quais danos no DNA, causados por diferentes agentes mutagênicos, induzem a formação de tumores. Com base nisso, conclui-se que os processos de reparo do DNA estão relacionados, direta ou indiretamente, à proteção contra o desenvolvimento de cânceres e outras lesões degenerativas. GENÉTICA FISIOTERAPIA 69 PRINCIPAIS MECANISMOS DE REPARO São conhecidos vários tipos de mecanismos de reparo, que, provavelmente, se tornaram mais complexos com a progressiva diferenciação das estruturas biológicas. Embora eles tenham como finalidade precípua manter o patrimônio genético, preservando os caracteres, sua eficiência absoluta teria se constituído, sem dúvida, um obstáculo intransponível à evolução, que tem a mutação gênica como fonte primária de variabilidade genética. Entre os mecanismos de reparo, destacamos a fotorreativação, a reparação por excisão e a reparação pós-replicativa, que apresentam natureza poligênica (controlados por diversos genes). GENÉTICA FISIOTERAPIA 70 I. FOTORREATIVAÇÃO Este mecanismo, considerado o mais importante reparo direto utilizado pelas bactérias, foi descoberto em 1949 e consiste na eliminação de lesões provocadas pelos raios ultravioleta (UV) germicida no DNA, mais especificamente dos dímeros de timina que eles induzem. Esses dímeros, resultantes de ligações covalentes anormais entre pirimidinas adjacentes, levam à formação de uma saliência no DNA, que inibe a ação da DNA polimerase, impedindo a replicação semiconservativa e, da RNA polimerase-DNA dependente, interferindo na transcrição. Esses processos moleculares, a princípio, permanecem bloqueados até que lesão seja reparada. GENÉTICA FISIOTERAPIA 71 Nesse mecanismo, a remoção da lesão está condicionada à exposição do DNA irradiado com UV, à luz visível, sendo o processo mediado por uma enzima fotopendente chamada fotoliase ou enzima de fotorreativação, que rompe as ligações covalentes entre as timinas no interior do dímero, convertendo-o em monômeros. Essa enzima, encontrada em bactérias, eucariotos inferiores, insetos e plantas, tem a propriedade de se associar à lesão, mesmo na ausência da luz. A dissociação do complexo enzima-substrato, com a consequente reparação do DNA, só ocorre quando o sistema é iluminado. Do ponto de vista molecular, constata-se que na fotorreativação os dímeros de timina são clivados (desfeitos), levando ao restabelecimento das ligações A-T. GENÉTICA FISIOTERAPIA Fotorreativação 72 GENÉTICA FISIOTERAPIA 73 II. REPARAÇÃO POR EXCISÃO Este mecanismo de reparo foi descrito por volta de 1964 e, ao contrário da fotorreativação, independe da luz para ocorrer, sendo, portanto, uma “reparação no escuro” (dark repair). É a forma mais geral de reparo de DNA e, provavelmente, o principal processo que ocorre na maioria dos seres vivos. Nele, as regiões defeituosas de uma fita são removidas e ressintetizadas, a partir da sequência contida na fita complementar intacta, que serve como molde. Uma deficiência nesse reparo pode levar a tumores letais. A reparação por excisão requer uma sequência de reações enzimáticas e pode ser dividida em três etapas. GENÉTICA FISIOTERAPIA 74 IIa – Reconhecimento e incisão da lesão: esta primeira etapa consiste no reconhecimento da alteração estrutural (b) e na incisão da cadeia polinucleotídica situada nas proximidades da lesão (c). Essa etapa é mediada por uma enzima denominada endonuclease dímero- específica. GENÉTICA FISIOTERAPIA 75 As pessoas portadoras de Xeroderma pigmentosum, doença autossômica recessiva, são incapazes de produzir a endonuclease específica para o dímero, evidenciando a importância clínica desse mecanismo de reparo. Os portadores dessa deficiência genética são muito sensíveis à luz solar, apresentando lesões pigmentadas em áreas da pele expostas ao sol e uma incidência elevada de cânceres de pele, como carcinoma basocelular, espinocelular carcinoma e melanoma.A capacidade reduzida de reparar o DNA lesado leva a mutações somáticas, que podem, por seu turno, causar transformações malignas. GENÉTICA FISIOTERAPIA 76 IIb. Excisão e replicação restauradora: nesta etapa, ocorre a remoção do fragmento da cadeia que contém a lesão e a ressíntese do segmento removido (d), tendo por base a sequência contida na cadeia complementar não afetada, no espaço correspondente à excisão. Essa etapa é catalisada pela DNA polimerase I ou polimerase de Kornberg, enzima dotada de atividade exonucleolítica e polimerásica. A fração removida contém cerca de 15 a 20 nucleotídeos. Lembramos que a enzima que atua na reparação do DNA, sintetizando o segmento faltante, é a DNA polimerase I (pol I) e a que participa da replicação é a DNA polimerase III (pol III). GENÉTICA FISIOTERAPIA 77 IIc. Ligação: o processo de restauração por excisão é finalizado pela ligação do segmento neossintetizado à extremidade livre da cadeia preexistente (e). Essa etapa, que restabelece o posicionamento do segmento, é mediada por uma enzima denominada polinucleotídeo- ligase. Vários estudos têm demonstrado uma série de vias alternativas do modelo mencionado acima. Um deles sugere a existência de uma endonuclease capaz de produzir duas incisões (uma em cada lado da região danificada) e não apenas uma como foi referido na primeira etapa (IIa) do modelo descrito. Nesse modelo alternativo, a remoção do segmento contendo a lesão poderia ser feita por simples quebra das pontes de hidrogênio, dispensando, dessa forma, aatividade exonucleolítica. GENÉTICA FISIOTERAPIA 78 III. REPARAÇÃO PÓS-REPLICATIVA Ao contrário do que se verifica nos tipos de reparo mencionados anteriormente, na reparação pós-replicativa a remoção da sequência lesada ocorre após a replicação semiconservativa. As lacunas deixadas nas moléculas-filhas, a exemplo do que ocorre na reparação por excisão, são preenchidas tendo por base a sequencia contida na fita complementar não modificada. Desse processo de reparação, também independente da luz, portanto “reparação no escuro” (dark repair), participam a endonuclease, a polimerase I (polimerase de Kornberg) e a polinuclotídeo-ligase, enzimas que também atuam no mecanismo de reparação por excisão. GENÉTICA FISIOTERAPIA 79 Lembramos que a cafeína interfere no mecanismo de reparo do DNA, inibindo a síntese das purinas e produzindo, consequentemente, quebras e deleções no material genético. GENÉTICA FISIOTERAPIA 80 A DNA POLIMERASE CORRIGE ERROS QUE ELA MESMA COMETE Se durante a replicação a DNA polimerase inserir, acidentalmente, um nucleotídeo incorreto, ela pode perceber a falha e não agregar novos nucleotídeos, interrompendo, temporariamente, o crescimento da cadeia. Esse erro pode ser corrigido, pela própria enzima, graças a uma função adicional que ela possui conhecida como leitura de provas. Dessa forma, a DNA polimerase, diante da presença de um nucleotídeo colocado de modo incorreto, “retrocede” e o elimina, utilizando, para isso, a atividade exonucleotídica 3’ → 5’ de uma de suas subunidades. Uma vez eliminado o nucleotídeo inserido incorretamente, a síntese do DNA prossegue normalmente. GENÉTICA FISIOTERAPIA “Estamos preocupados em deixar um mundo melhor para nossos filhos, mas estamos nos preocupando em deixar filhos melhores para o mundo?” Anônimo GENÉTICA 81 FISIOTERAPIA
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