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CCJ0053-WL-B-RA-04-Teoria Geral do Processo-O Poder Judiciário Brasileiro

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Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria Geral do Processo 
Prof.: Rodrigo Duarte de Melo 
Disciplina: 
CCJ0053 
Aula: 
004 
Assunto: 
O Poder Judiciário Brasileiro 
Folha: 
1 de 7 
Data: 
13/08/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0053/Aula-004/WLAJ/DP 
Plano de Aula: A estrutura do Poder Judiciário Brasileiro 
TEORIA GERAL DO PROCESSO 
Título 
A estrutura do Poder Judiciário Brasileiro. 
Número de Aulas por Semana 
Número de Semana de Aula 
4. 
Tema 
O Poder Judiciário Brasileiro. Estrutura. Justiça Comum e Especializada. Tribunais Superiores. Tribunais 
inferiores. Órgãos jurisdicionais de primeira instância: Juízos, Juizados Especiais (Cíveis e Penais), Federais e 
Fazendários. 
Objetivos 
●- Conhecer a estrutura do Poder Judiciário no Brasil. 
●- Reconhecer a diferença de atuação entre as diversas esferas da Justiça. 
●- Diferenciar a atuação em primeira instância e em instância superior. 
Estrutura do Conteúdo 
1. O Poder Judiciário Brasileiro 
 
2. Estrutura 
2.1. As Justiças Especiais e a Comum Federal e a dos Estados. 
2.2. Tribunais Superiores. 
2.3. Tribunais inferiores. 
2.4. Órgãos jurisdicionais de primeira instância: Juízos, Juizados Especiais (Cíveis e Penais), Federais e 
Fazendários. 
Aplicação Prática Teórica 
Questão nº 1 
 
Gustavo ajuíza demanda em face da União cujo pedido tem conteúdo econômico equivalente a 40 
(quarenta) salários mínimos. A ação foi distribuída perante a 1ª Vara Federal do Rio de Janeiro cujo magistrado, 
de ofício, proferiu decisão interlocutória declinando da sua competência em prol de um dos Juizados Especiais 
Federais localizados na mesma cidade. Vale dizer que esta decisão foi objeto de recurso, ocasião em que o 
impugnante objetou que é amplamente admitida, tanto na doutrina quanto na jurisprudência, a possibilidade 
conferida ao demandante de optar entre o juízo comum ou o juizado especial. Indaga-se: 
 
a) Assiste razão a Gustavo? Justifique a resposta. 
 
RESPOSTA: NÃO. Não assiste razão a Gustavo, trata-se em seu texto expressamente que a competência do 
Juizado Especial Federal é absoluta, sem possibilidade de escolha pelo interessado, quando naquela base 
territorial o mesmo já tiver sido instalado. 
 
b) Eventual conflito de competência entre Vara Cível Federal e Juizado Especial Federal, localizados na 
mesma cidade, deve ser decidido por qual Tribunal? Justifique a resposta. 
 
RESPOSTA: Compete ao Tribunal Superior de Justiça, processar e julgar originalmente os conflitos de 
competência entre quaisquer Tribunal como diz o art.105, I, d, da CRFB/88. 
 
Questão nº 2 
 
Acerca da Lei dos Juizados Especiais Cíveis (JEC), Lei n.º 9.099/1995, assinale a opção correta: 
 
A) Segundo os princípios da simplicidade e da informalidade que regem o julgamento nos juizados especiais, 
qualquer que seja o valor da causa, a parte vencida, ainda que não possua capacidade postulatória, pode 
recorrer da decisão monocrática e requerer a sua revisão pela turma recursal; 
B) O pedido do autor e a resposta do réu podem ser feitos por escrito ou oralmente; as provas orais 
produzidas em audiência, entretanto, devem ser necessariamente reduzidas a termo escrito, pois nessas 
demandas não se exige a obediência ao princípio da identidade física do juiz; 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria Geral do Processo 
Prof.: Rodrigo Duarte de Melo 
Disciplina: 
CCJ0053 
Aula: 
004 
Assunto: 
O Poder Judiciário Brasileiro 
Folha: 
2 de 7 
Data: 
13/08/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0053/Aula-004/WLAJ/DP 
C) Como regra, deve ser decretada a revelia do réu que não compareça à audiência de instrução e 
julgamento, ainda que compareça o seu advogado ou que seja apresentada defesa escrita, pois a 
presunção de veracidade dos fatos alegados no pedido inicial decorre da ausência do demandado à 
sessão de conciliação ou à audiência de instrução; 
D) No sistema recursal dos juizados especiais, contra as decisões interlocutórias é cabível o agravo na forma 
retida, que impede a interrupção da marcha do processo, atendendo aos princípios da celeridade e 
concentração dos atos processuais, com a finalidade de assegurar a rápida solução do litígio. 
 
RESPOSTA: C. Como regra, deve ser decretada a revelia do réu que não compareça à audiência de instrução e 
julgamento, ainda que compareça o seu advogado ou que seja apresentada defesa escrita, pois a presunção de 
veracidade dos fatos alegados no pedido inicial decorre da ausência do demandado à sessão de conciliação ou à 
audiência de instrução. 
 
Aplicação Prática Teórica (OUTRAS QUESTÕES) 
1ª Questão 
 
Determinada sociedade empresarial promove demanda visando compelir a demandada a se abster de 
utilizar indevidamente marca cuja titularidade confere à autora o Direito de utilização exclusiva. Pleiteia, ainda, a 
condenação da ré ao pagamento de indenização por perdas e danos. A Ação foi proposta no foro da sede da 
autora com fundamento no artigo 100, parágrafo único, do Código de Processo Civil. A ré oferece exceção de 
incompetência, por considerar competente para o processo e julgamento da causa o juízo da comarca onde possui 
sua sede, devendo ser aplicada a regra geral do artigo 94 do Código de Processo Civil. Considerando o disposto 
nos artigos 129 da Lei 9.279/96, bem como a certidão constante dos autos de que não há processo criminal 
instaurado para apuração de eventual cometimento do delito previsto no artigo 189 da referida Lei 9.279/96, 
pergunta-se: deve ser acolhida a aludida tese defensiva? 
 
RESPOSTA: SIM. Como não houve ação criminal, a devida ação deveria obedecer à regra geral de competência 
do art. 94 CPC, domicílio do réu. Art. 94 CPC: A ação fundada em direito pessoal e a ação fundada em direito real 
sobre bens móveis serão propostas, em regra, no foro do domicílio do réu. 
 
2ª Questão 
 
Guilherme propõe uma demanda em face de Rodolfo. Ocorre que o magistrado ao analisar a petição inicial 
percebe que a questão trazida nos autos é exclusivamente de direito, também já tendo sido anteriormente 
proferidas pelo mesmo juízo várias outras sentenças de total improcedência em casos semelhantes. Por este 
motivo, o mesmo profere sentença liminar, julgando improcedente o pedido antes mesmo de determinar a citação 
do demandado. Assinale a alternativa correta: 
 
a) O juiz se equivocou, pois não poderia sentenciar com resolução do mérito sem antes determinar a citação 
do demandado; 
b) O juiz se acertou, pois se trata de uma hipótese de tutela de evidência, o que motiva resolução liminar do 
mérito do processo; 
c) O juiz acertou em parte, pois somente poderia ter resolvido o mérito liminar se fosse hipótese de 
procedência do pedido; 
d) Todas as alternativas estão equivocadas. 
 
RESPOSTA: B. O juiz se acertou, pois se trata de uma hipótese de tutela de evidência, o que motiva resolução 
liminar do mérito do processo. 
 
Aplicação Prática Teórica (OUTRAS QUESTÕES) 
1ª Questão 
 
O Ministério Público Federal ofereceu denúncia em face de Alan Cunha, em virtude do mesmo ter 
supostamente praticado o crime previsto no art. 171, parágrafo 3º do CP, já que vinha recebendo benefício 
previdenciário manifestamente indevido. O processo criminal tramitou perante uma das Varas Federais Criminais 
da Seção Judiciário do Rio de Janeiro, culminando pela prolação de uma sentença penal condenatória. Neste 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria Geral do Processo 
Prof.: Rodrigo Duarte de Melo 
Disciplina: 
CCJ0053 
Aula: 
004 
Assunto: 
O Poder Judiciário Brasileiro 
Folha: 
3 de 7 
Data: 
13/08/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0053/Aula-004/WLAJ/DP 
mesmo ato decisório, o magistrado determinou que o denunciado deveria ressarcir o INSS (autarquia federal) da 
importância de R$ 122.820,00, queseria o montante indevidamente recebido em virtude da sua conduta 
criminosa. Indaga-se: pode o magistrado, lotado em juízo especializado em matéria criminal, efetuar a liquidação 
dos prejuízos cíveis sofridos? 
 
RESPOSTA: Conforme art. 63, § único do CPP a sentença penal condenatória transitada em julgado tem valor de 
título executivo judicial passível de execução em varas civis. 
 
2ª Questão. Assinale a alternativa correta: 
 
a) A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do 
fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal; 
b) Se tiver sido proferida sentença absolutória no juízo criminal, por qualquer que seja o seu fundamento, não 
se afigura possível o ajuizamento de qualquer ação civil objetivando a reparação do dano; 
c) A sentença penal condenatória não é título executivo hábil a permitir a instauração de uma execução 
perante o juízo de competência cível; 
d) A responsabilidade civil é independente da criminal e por este motivo é possível questionar sobre a 
existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, ainda que estas questões já tenham sido decididas no 
juízo criminal. 
 
RESPOSTA: A. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a 
existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal. 
 
 
==XXX== 
 
 
RESUMO DE AULA (WALDECK LEMOS) 
 
4ª AULA – Conceito, Fontes e Princípios do Processo 
 
Teoria Geral do Processo - Prof. Rodrigo Duarte de Melo – Aula-03 
 
CONCEITO, FONTES E PRINCÍPOIS DO PROCESSO 
 
PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO 
 
12 – Princípio da investidura: 
 
O processo deverá ser julgado por quem for regularmente inserido no cargo de juiz, através de concurso 
público. Deve possuir o poder jurisdicional. 
 
Não exercem atividade jurisdicional: 
 
a) Juiz de paz (não utilizamos). 
b) Juiz leigo. 
c) Conciliador. 
 
13 – Princípio da inafastabilidade da função jurisdicional – Também chamado de Acesso à Justiça. 
 
Art. 5º, XXXV da CF/88 "a lei não excluirá da apreciação do poder judiciário lesão ou ameaça a direito". 
 
O cidadão não pode sofrer nenhuma limitação para ter acesso à justiça. (Ex: custas, espaço físico, 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria Geral do Processo 
Prof.: Rodrigo Duarte de Melo 
Disciplina: 
CCJ0053 
Aula: 
004 
Assunto: 
O Poder Judiciário Brasileiro 
Folha: 
4 de 7 
Data: 
13/08/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0053/Aula-004/WLAJ/DP 
localização e etc...). 
O princípio pressupõe a possibilidade de que todos, indistintamente, possam pleitear as suas demandas 
junto aos órgãos do Poder Judiciário, desde que obedecidas às regras estabelecidas pela legislação processual 
para o exercício do direito. 
 
14 – Princípio da indelegabilidade: 
 
Proibição do “non liquet”. 
O magistrado não pode deixar de decidir. O judiciário sendo provocado, não pode deixar de proferir a 
decisão. (Jurisdição não pode ser delegada). 
 
15 – Princípio da aderência: (Relacionado à COMPETÊNCIA) 
 
O magistrado se vincula ao território de abrangência da lei processual (vincula a uma determinada área de 
atuação). 
 
 
 
 
==XXX== 
 
 
RESUMO DE AULA (PROFESSOR - AULA MAIS - ESTÁCIO) 
 
4ª AULA – Espécies de Jurisdição e Relação entre a Jurisdição Penal e Não Penal 
 
Teoria Geral do Processo 
Professor Rodolfo Kronemberg Hartmann 
Aula 04 
 
Aula 4 – ESPÉCIES DE JURISDIÇÃO E RELAÇÃO ENTRE A JURISDIÇÃO PENAL E NÃO PENAL 
 
Conteúdo Programático desta aula 
 
1. Espécies de jurisdição: 
1.1. de equidade e de direito; 
1.2. superior e inferior; 
1.3. contenciosa e voluntária; 
1.4. penal e não penal. 
2. Relação entre a jurisdição penal e não penal: 
2.1. Abordagem dos efeitos civis da sentença penal condenatória e seu paralelo com o transporte in 
utilibus da sentença coletiva para os pedidos individuais de liquidação e execução dos danos 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria Geral do Processo 
Prof.: Rodrigo Duarte de Melo 
Disciplina: 
CCJ0053 
Aula: 
004 
Assunto: 
O Poder Judiciário Brasileiro 
Folha: 
5 de 7 
Data: 
13/08/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0053/Aula-004/WLAJ/DP 
pessoalmente sofridos. 
2.2. A liquidação dos efeitos civis na própria sentença penal condenatória. 
 
1. Espécies de jurisdição: 
 
1.1. De equidade e de direito: 
 
Quanto ao critério “obediência ou não as fontes normativas primárias”, a jurisdição pode ser classificada em 
de “direito” ou de “equidade”. Na primeira delas, o magistrado que presta a jurisdição deve necessariamente 
observar os preceitos normativos, modelo este que é o adotado entre nós na maior parte das vezes. 
 
1.2. Superior e inferior: 
 
Quanto ao critério “órgão que aplica a jurisdição”, a jurisdição pode ser classificada em “superior” ou 
“inferior”. A distinção é singela, posto que a jurisdição “inferior” é aquela prestada por órgãos integrantes do Poder 
Judiciário em primeira instância, ao passo em que a jurisdição “superior” é prestada pelos Tribunais, estejam ele 
no exercício de competência originária ou mesmo recursal. 
 
1.3. Contenciosa e voluntária: 
 
Em linhas gerais, a jurisdição denominada “contenciosa” é aquela que apresenta os sinais mais visíveis da 
jurisdição. Em breve síntese, na jurisdição contenciosa: 
a) a parte interessada exerce direito de ação, pois o magistrado tem que ser provocado para prestar a 
jurisdição (coincide com a característica da “inércia”); 
b) é aplicada em um processo judicial em que foi deduzida uma pretensão; 
c) nela há a presença de partes com interesses contrapostos, ou seja, em litígio; 
d) a decisão que o magistrado vier a proferir será acobertada pelo manto da coisa julgada no aspecto 
formal e até mesmo material, conforme o caso (coincide com a característica da definitividade); dentre 
outras mais. 
 
Na jurisdição “voluntária”, ao revés, estas características se encontram ausentes, o que até mesmo leva ao 
questionamento se a mesma realmente decorre do exercício da atividade jurisdicional ou se a mesma se 
consubstancia em atividade meramente administrativa desempenhada eventualmente pelo magistrado. Com 
efeito, há quem defenda que, também na jurisdição “voluntária”, há o exercício de jurisdição, eis que se trata de 
atividade desempenhada por um membro do Poder Judiciário e, também, porque mesmo nos casos típicos de 
jurisdição “contenciosa” nem sempre todas as características acima estarão presentes. 
 
1.4. Penal e não penal 
 
Quanto ao critério “matéria”, a jurisdição pode ser classificada em “penal” ou “não penal”, diferenciando se a 
demanda deduzida pelo interessado pretende obter uma sanção punitiva, ou seja, se o demandante pretende que 
no processo seja discutida e julgada a prática ou não de um ilícito penal. 
 
2. Relação entre a jurisdição penal e não penal 
 
2.1. Abordagem dos efeitos civis da sentença penal condenatória e seu paralelo com o transporte in 
utilibus da sentença coletiva para os pedidos individuais de liquidação e execução dos danos 
pessoalmente sofridos: 
 
A sentença penal, proferida por um juízo que exerce competência criminal, pode gerar tanto efeitos penais 
(v.g. restrição ao direito de liberdade do acusado) como civis (v.g. condenação a reparar os danos causados). A 
vítima pode, portanto, optar entre dois caminhos: o primeiro, que seria promover uma demanda perante o juízo 
cível e aguardar a sentença para então executá-la e, o segundo, que seria aguardar o início e desenvolvimento do 
processo criminal (usualmente iniciado pelo Ministério Público), a prolação da sentença penal condenatória e, 
também, a preclusão das vias impugnativas (o inciso é bem objetivo ao não admitira “execução provisória” neste 
caso) para que somente, então, possa ser liquidada a sentença penal e, posteriormente, dado o início à sua 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria Geral do Processo 
Prof.: Rodrigo Duarte de Melo 
Disciplina: 
CCJ0053 
Aula: 
004 
Assunto: 
O Poder Judiciário Brasileiro 
Folha: 
6 de 7 
Data: 
13/08/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0053/Aula-004/WLAJ/DP 
execução. 
É o que consta no art. 64 do CPP: “Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, a ação para ressarcimento 
do dano poderá ser proposta no juízo cível, contra o autor do crime e, se for caso, contra o responsável civil”. 
No entanto, esta possibilidade de apreciação, concomitante, dos mesmos fatos em dois instrumentos 
processuais distintos pode gerar algumas situações extremamente complexas, que demandarão maior cuidado por 
parte do aplicador do direito. Por exemplo, a via penal e a civil são absolutamente distintas entre si, mas, por 
vezes, a segunda se curva ao que foi decidido na primeira. É o que ocorre quando no juízo criminal for 
reconhecida a inexistência material do fato, nos termos do art. 66 do CPP: “Não obstante a sentença absolutória 
no juízo criminal, a ação civil poderá ser proposta quando não tiver sido, categoricamente, reconhecida a 
inexistência material do fato”. 
Da mesma forma, se o juízo criminal definir a existência do fato e da autoria, isso não mais poderá ser 
discutido no juízo cível, conforme indica o art. 935 do CC: “A responsabilidade civil é independente da criminal, 
não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas 
questões se acharem decididas no juízo criminal”. 
 
2.2. A liquidação dos efeitos civis na própria sentença penal condenatória: 
 
A Lei n° 11.729/2008, alterou a redação do parágrafo único, do art. 63 do CPP, passando a admitir que o 
magistrado lotado em juízo criminal já possa, na sua própria sentença penal condenatória, liquidar os prejuízos 
sofridos pela vítima, o que dispensaria uma nova liquidação perante o juízo de competência cível. A 
constitucionalidade deste dispositivo, contudo, é extremamente duvidosa por alargar a pretensão inicial do 
demandante (violação ao princípio da inércia), conferir legitimidade ao Ministério Público para a defesa de 
interesses individuais disponíveis (patrimônio), ampliar os limites objetivos da coisa julgada (ao incluir a obrigação 
de indenizar, ainda que seja por valor mínimo), dente outros motivos mais. Sobre o assunto, recomenda-se: 
CÂMARA, Alexandre Freitas. “Efeitos civis e processuais da sentença condenatória criminal. Reflexões sobre a 
Lei no 11.719/2008”. Revista da EMERJ – Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro, v. 12, no 46. 2009, 
p. 111. 
 
Caso Concreto 
 
1ª Questão 
 
O Ministério Público Federal ofereceu denúncia em face de Alan Cunha, em virtude do mesmo ter 
supostamente praticado o crime previsto no art. 171, parágrafo 3º do CP, já que vinha recebendo benefício 
previdenciário manifestamente indevido. O processo criminal tramitou perante uma das Varas Federais Criminais 
da Seção Judiciário do Rio de Janeiro, culminando pela prolação de uma sentença penal condenatória. Neste 
mesmo ato decisório, o magistrado determinou que o denunciado deveria ressarcir o INSS (autarquia federal) da 
importância de R$ 122.820,00, que seria o montante indevidamente recebido em virtude da sua conduta 
criminosa. Indaga-se: pode o magistrado, lotado em juízo especializado em matéria criminal, efetuar a liquidação 
dos prejuízos cíveis sofridos? 
 
RESPOSTA: De acordo com o art. 63, § único, CPP, a sentença penal condenatória transitada em julgado tem 
valor de título executivo judicial passível de execução nas varas cíveis. 
 
O parágrafo único do art. 63 do CPP estabelece que a sentença penal condenatória transitada em julgado 
tem valor de título executivo judicial passível de execução nas varas cíveis. 
 
2ª Questão. Assinale a alternativa correta: 
 
a) A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do 
fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal; 
b) Se tiver sido proferida sentença absolutória no juízo criminal, por qualquer que seja o seu fundamento, não 
se afigura possível o ajuizamento de qualquer ação civil objetivando a reparação do dano; 
c) A sentença penal condenatória não é título executivo hábil a permitir a instauração de uma execução 
perante o juízo de competência cível; 
d) A responsabilidade civil é independente da criminal e por este motivo é possível questionar sobre a 
 
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Teoria Geral do Processo 
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Disciplina: 
CCJ0053 
Aula: 
004 
Assunto: 
O Poder Judiciário Brasileiro 
Folha: 
7 de 7 
Data: 
13/08/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-04/CCJ0053/Aula-004/WLAJ/DP 
existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, ainda que estas questões já tenham sido decididas no 
juízo criminal. 
 
RESPOSTA: A. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a 
existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal. 
 
E chegamos ao fim da aula... 
 
 
 
Síntese do texto extraído de: 
HARTMANN, Rodolfo Kronemberg. Teoria Geral do Processo. 1ª Ed. Niteroi: Impetus, 2012. 
 
S.A.C: www.rodolfohartmann.com.br 
 
 
 
 
 
==XXX==

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