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CCJ0129 – PORTUGUÊS INSTRUMENTAL AULA 6: INTERTEXTUALIDADE Português Instrumental INTERTEXTUALIDADE AULA 6: Intertextualidade 1. Intertextualidade 2. Paráfrase 3. Paródia 4. Alusões 5. Estilizações 6. Citações Português Instrumental INTERTEXTUALIDADE AULA 6: Intertextualidade A intertextualidade é uma espécie de conversa entre textos; esta interação pode aparecer explicitamente diante do leitor ou estar em uma camada subentendida, nos mais diferentes gêneros textuais. Para compreender a presença deste mecanismo em um texto, é necessário que a pessoa detenha uma experiência de mundo e um nível cultural significativos. A Intertextualidade é o diálogo que o usuário da língua estabelece com outros textos. Esse diálogo pode ser estabelecido não só entre textos verbais, escritos, mas também entre os imagéticos. Português Instrumental INTERTEXTUALIDADE AULA 6: Intertextualidade Canção do exílio Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores. Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer eu encontro lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá; Em cismar sozinho, à noite Mais prazer eu encontro lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Sem que disfrute os primores Que não encontro por cá; Sem qu'inda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabiá. Gonçalves Dias De Primeiros cantos (1847) Relações Intertextuais Nas relações intertextuais sempre temos um texto original, chamado texto matriz. Português Instrumental INTERTEXTUALIDADE AULA 6: Intertextualidade PRINCIPAIS TIPOS DE INTERTEXTUALIDADE Paráfrase Paródia Alusão Estilização Citação Português Instrumental INTERTEXTUALIDADE AULA 6: Intertextualidade • Tradução interpretativa de um texto, sem prestar muita atenção à sua forma original. Na paráfrase, as palavras são mudadas, porém a ideia do texto é confirmada pelo novo texto. • Reprodução explicativa de um texto, no qual se mantêm basicamente as ideias originais, podendo acrescentar-se a elas algumas ideias e impressões de quem o parafraseia. É dizer com outras palavras o que já foi dito. Paráfrase Meus olhos brasileiros se fecham saudosos Minha boca procura a 'Canção do Exílio'. Como era mesmo a 'Canção do Exílio'? Eu tão esquecido de minha terra... Ai terra que tem palmeiras onde canta o sabiá! Carlos Drummond de Andrade Português Instrumental INTERTEXTUALIDADE AULA 6: Intertextualidade • Recriação de um texto com nítido objetivo de satirizar, contestar ou ridicularizar um discurso específico. Embora mantenha alguma coisa do significado do texto original, ela constitui um desvio em relação a este. • Leva o leitor a uma reflexão crítica das verdades incontestadas anteriormente. Paródia Minha Canção Minha terra não tem palmeiras... E em vez de um mero sabiá, Cantam aves invisíveis Nas palmeiras que não há. Minha terra tem refúgios, Cada qual com a sua hora Nos mais diversos instantes... Mas onde o instante de agora? Mas a palavra "onde"? Terra ingrata, ingrato filho, Sob os céus de minha terra Eu canto a Canção do Exílio. Mario Quintana - Antologia poética Português Instrumental INTERTEXTUALIDADE AULA 6: Intertextualidade • Referência explícita ou implícita a uma obra de arte, um fato histórico ou um autor, para servir de termo de comparação. • Apela à capacidade de associação de ideias do leitor. • Depende fortemente do contexto em que está inserida. Alusão Português Instrumental INTERTEXTUALIDADE • A estilização ocorre quando um texto baseia-se em outro, complementando o seu sentido. Não há a exata manutenção do sentido do texto original, reorganizado com outras palavras, como na paráfrase, tampouco a inversão de sentido, como na paródia. Há apenas uma complementação da ideia. É uma maneira de recriar uma obra, trazendo a ela “estilo” próprio, renovando-a. Estilização “Dom Casmurro” – Último capítulo do livro Agora, por que é que nenhuma dessas caprichosas me fez esquecer a primeira amada do meu coração? Talvez porque nenhuma tinha os olhos de ressaca, nem os de cigana oblíqua e dissimulada. Mas não é este propriamente o resto do livro. O resto é saber se a Capitu da praia da Glória já estava dentro da de Matacavalos, ou se esta foi mudada naquela por efeito de algum caso incidente. Jesus, filho de Sirach, se soubesse dos meus primeiros ciúmes, dir-me-ia, como no seu cap. IX, vers. 1: “Não tenhas ciúmes de tua mulher para que ela não se meta a enganar-te com a malícia que aprender de ti”. Mas eu creio que não, e tu concordarás comigo; se te lembras bem da Capitu menina, hás de reconhecer que uma estava dentro da outra, como a fruta dentro da casca. E bem, qualquer que seja a solução, uma cousa fica, e é a suma das sumas, ou o resto dos restos, a saber, que a minha primeira amiga e o meu maior amigo, tão extremosos ambos e tão queridos também, quis o destino que acabassem juntando-se e enganando-me... A terra lhes seja leve! Vamos à “História dos Subúrbios”. Machado de Assis Cena final da minissérie “Capitu”: https://www.youtube.com/watch?v=jN6jbI58mzQ, Português Instrumental INTERTEXTUALIDADE AULA 6: Intertextualidade • Reprodução de uma enunciação pertencente a outro processo enunciativo. • Reprodução exata do discurso citado. • A citação normalmente vem indicada por pontuação específica e referência ao autor do enunciado original. Citação Do que a terra mais garrida Teus risonhos, lindos campos têm mais flores "Nossos bosques têm mais vida" "Nossa vida" no teu seio "mais amores“ Hino Nacional – 1909 Letra de Joaquim Osório Duque Estrada VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS? 1. Mecanismos de coesão textual; 2. Referências (anafóricas e catafóricas) e as reiterações; 3. Substituições lexicais: relação de sinonímia, antonímia, hiponímia ou hiperonímia, repetição da mesma unidade lexical ou da mesma palavra; 4. Conectores: conjunções, preposições e advérbios; 5. Coesão e emprego dos pronomes relativos.
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