Buscar

Apostila Irrigação

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 77 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 77 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 77 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

MINISTERIO DA EDUCAÇÃO 
UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI 
DIAMANTINA – MINAS GERAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA 
 
 
 
 
Irrigação e Drenagem 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Dr. Cláudio Márcio P. de Souza 
 
 
 
 
 
Diamantina-MG Agronomia Janeiro/2013 
 
Irrigação e Drenagem Parte 1 Página 2 de 77 
2 
Relações água solo planta 
 
O manejo da irrigação é uma etapa muito importante na produção agrícola. A aplicação 
de água no momento e quantidade adequados para o desenvolvimento das culturas envolve 
uma série de conhecimentos sobre os parâmetros de solo e a relação destes com a água. O 
estudo destas relações é muito importante para que o manejo inadequado da irrigação 
(excesso ou deficiência hídrica) não seja fator limitante da produção. 
 
1.0 Conteúdo de água no solo. 
 
1.1 Densidade1 absoluta ou Massa especifica do solo (Ds) 
 
É a relação entre a massa das partículas do solo seco e o volume total da amostra. 
)(..
)(sec...
).(
3
3
cmcilindrodovolume
gosolodemassa
cmgDs 
 
 
1.2 Densidade2 de partículas ou Massa especifica do solo (Dp) 
 
É a relação entre a massa das partículas do solo seco e o respectivo volume das 
partículas (excluído os poros). 
)(...
)(sec...
).(
3
3
cmparticulaspelasocupadovolume
gosolodemassa
cmgDp 
 
 
1.3 Porosidade3 do solo ( α ) 
Calculada em função da densidade do solo e da densidade de partículas, refere-se ao 
volume de vazios existentes no solo. 
100*1(%) 






Dp
Ds
 
 
1
 Obs: varia de 0,7 g cm
-3
, até 1,8 g cm
-3 
para solos arenosos. 
2
 Obs: a densidade das partículas dos solos é quase constante e igual a 2,6 g cm
-3
. 
3
 Obs: em geral a porosidade dos solos minerais varia entre 25% e 60%, normalmente 40-50%. 
 
 
Irrigação e Drenagem Parte 1 Página 3 de 77 
3 
1.4 Umidade do solo 
 
É a quantidade de água contida numa amostra de solo. Pode ser expressa com 
base em massa de solo (gravimetricamente) ou com base no volume de solo 
(volumetricamente). Pode ser determinada por vários procedimentos: 
 
Gravimetria (Padrão de Estufa): consiste em tomar uma amostra de solo 
úmido, pesar e secá-lo a 105
o
C até peso constante. O conteúdo de água se calcula 
por diferença de peso, é o procedimento mais exato, também usado para calibração 
de outros.O inconveniente é o tempo gasto para secar a amostra. 
 
Método dos blocos de resistência elétrica (Bouyoucos): Baseia-se na medida 
da resistência elétrica do solo, por meio de dois eletrodos inseridos em um bloco de 
gesso, nylon ou fibra de vidro. 
 
Sonda de nêutrons: Este método se baseia na propriedade do H de reduzir a 
velocidade dos nêutrons rápidos (cuja massa e tamanho são parecidos com o H) 
emitidos por uma fonte radioativa. 
 
Reflectometria: Também conhecido como TDR (Time Domain Reflectometry), 
se baseia na relação que existe entre o conteúdo de água no solo e sua constante 
dielétrica. Aplica-se uma onda eletromagnética de alta freqüência ao solo e mede-se 
a velocidade de propagação. 
 
 
1.4.1 Umidade gravimétrica 
 
100*
)(sec...
)(..
(%)
gosolodemassa
gaguademassa
Ug 
 
 
 
 
Irrigação e Drenagem Parte 1 Página 4 de 77 
4 
1.4.2 Umidade volumétrica 
 
100*
)(......
)(.....
(%)
3
3
cmnaturalestruturasuacomsolodevolume
cmamostranacontidaaguadevolume
Uv 
 
Obs: conhecendo-se a densidade do solo (Ds), é possível calcular a umidade 
volumétrica (Uv) com o uso da expressão: 
 
Uv (cm
3
 cm
-3
) = Ug (%) * Ds (g cm
-3
) 
 
Logo o volume de poros ocupados por ar (Ea) = α – Uv 
Obs: Também chamado de volume de vazios. 
 
A lamina de água (h), a umidade volumétrica (Uv) e a profundidade do solo (p) 
estão relacionados pela expressão: 
100
* pUv
h 
 
 
 
Infiltração da Água no Solo 
 
 É o nome dado ao processo pelo qual a água penetra no solo, através de sua 
superfície. É um fator muito importante na irrigação, visto que ela determina o tempo em 
que se deve manter a água na superfície do solo ou a duração da aspersão, de modo que se 
aplique uma quantidade desejada de água. É expressa em termos de lâmina de água mm h
-1
, 
cm h
-1
 ou l h
-1
. 
A velocidade de infiltração (VI) depende diretamente da textura e da estrutura dos 
solos. Em um mesmo tipo de solo a VI varia em função: da umidade do solo na época da 
irrigação; a porosidade do solo; existência ou não de camadas permeáveis, ao longo do 
perfil. 
Há vários métodos e varias maneiras de determinar a VI de um solo. Para que seu 
valor seja significativo, o método de determiná-la deve ser condizente com o tipo de 
 
Irrigação e Drenagem Parte 1 Página 5 de 77 
5 
VI inicial 
VI básica 
(VIB) 
VI 
(cm h
-1
) 
4 
 
3 
 
2 
 
 
1 
0,5 1,0 1,5 2,0 Tempo (hora) 
Figura: Velocidade de infiltração de água no solo versus tempo. 
irrigação que será usado naquela área. Portanto podemos classificar os diversos tipos de 
irrigação, segundo a infiltração, em dois grupos: 
-Infiltração somente na vertical (aspersão e inundações). 
-Infiltração ocorrendo na vertical e na horizontal: (sulco). 
 
Sendo assim, ao se fazer 
irrigação em sulco, a VI deve ser 
determinada pelo método da “Entrada-
Saída” de água no sulco, pelo método 
do “Infiltrômetro de Sulco”, ou pelo 
método do balanço de água no sulco. 
No caso de irrigação por 
aspersão ou por inundação deve-se 
determinar a VI pelo método das 
“Bacias”, do “Infiltrômetro de Anel” ou do “Infiltrômetro de Aspersor”. 
 
Segundo a VIB de um solo, pode-se classificá-lo em: 
Classificação da VIB em função da velocidade de infiltração. 
Muito alta > 3,0 cm h
-1
 
Alta 1,5-3,0 cm h
-1
 
Media 0,5-1,5 cm h
-1
 
baixa <0,5 cm h
-1
 
 
OBS: Na irrigação por 
aspersão a intensidade de 
precipitação dos aspersores 
não deve ultrapassar a 
velocidade básica de 
infiltração do solo, para 
evitar encharcamento do 
terreno e escoamento 
superficial. 
 
 
Irrigação e Drenagem Parte 1 Página 6 de 77 
6 
Lista 1 
Exercício 1: Solo Ds=1,4g cm
-3
. Qual será sua porosidade? Resp. 46% 
 
Exercício 2: Supondo a 1m de profundidade, quanto pesa 1ha de solo do exemplo 1, 
quando está totalmente seco? E quando saturado? 
Resp.: Massa = 14000 ton. ha
-1
. E quando saturado 18600 ton. ha
-1
. 
 
Exercício 3: No solo dos exemplos anteriores considere Uv=15%. Choveu 20mm que se 
infiltraram em 40cm de profundidade. Calcular as novas umidades (Ug e Uv). 
 
Exercício 4: Um solo de Ds=1,25g cm
-3
, Dp=2,6g cm
-3
 se encontra saturado, pretende-se 
drenar a 80cm de profundidade. Considerando Ea=20%. Pergunta-se: 
Qual a umidade (Uv) do solo? Resp.: 32%. 
Quanto de água vai ser eliminado por ha? Resp.: 1600m
3
 de água ha
-1
. 
 
Exercício 5: Se colocar um volume de 150L de água em um reservatório de base 60x80cm, 
qual será a lamina formada? Resp.: 312,5mm. 
 
Exercício 6: Se 1L de água for colocado em um recipiente de base 100x100cm, qual será a 
altura de água (lamina)?. Resp.: 1mm. 
 
Exercício 7: Preciso irrigar uma área de 8ha com uma lamina de 10mm, qual seria o 
volume de água necessário? Resp.: 800m
3
. 
 
Exercício 8: Um tanque classe A evaporou 10mm em 2 dias. Qual o volume de água em 
litros evaporado por dia? Resp.: 22,8L. 
 
Exercício 9: Qual o volume de um tanque classe A? Resp.: 285 L. 
 
 
Irrigação eDrenagem Parte 1 Página 7 de 77 
7 
Exercício 10: Qual o armazenamento de água à profundidade de 60cm para as umidades 
Uv% 35,8; 42,3; 44,1; respectivamente para as profundidades 0-20, 20-40 e 40-60cm. 
Resp.: 244,4mm. 
Ou seja, cada m
2
 desse solo ate a profundidade de 60cm contem 244,4L de água. 
 
Exercício 11: Qual a composição ideal dos solos visando o desenvolvimento vegetal? 
 
Exercício 12: O que são textura e estrutura? 
 
Exercício 13: Através de um anel amostrador de diâmetro interno igual a 7cm, de altura de 
5cm determinou-se o peso de um solo seco em estufa igual a 198,19g. Qual a densidade 
desse solo? Resp.: Ds=1,03 g cm
-3
 
 
Exercício 14: A densidade aparente de um solo é 1,3g cm
-3 
e o peso da amostra seca em 
estufa 105-110
o
C é 150g. Determinar a porosidade desse solo. Considerando a umidade 
volumétrica média do exercício 7, determinar o volume de vazios. 
 
Exercício 15: Quais solos são mais pesados: os argilosos ou os arenosos? Por quê? 
 
Exercício 16: Supondo-se um teor de umidade volumétrica de 0,25 numa camada de 
profundidade de solo de 40cm, quanto de água está armazenado no solo? Resp.: 100mm. 
 
 
 
Obs: Valores de VIB em função da textura do solo 
Arenosa: 25 a 250 mm h
-1
. 
Franco arenosa: 13 a 76 mm h
-1
. 
Franco arenosa argilosa: 5 a 20 mm h
-1
. 
Franco argilosa: 2,5 a 15 mm h
-1
. 
 
 
 
Irrigação e Drenagem Parte 1 Página 8 de 77 
8 
Estado energético da Água no Solo 
 
 Depois da umidade, o estado de energia da água é, provavelmente, a característica 
mais importante do solo. A água sempre se movimenta dos pontos de maior energia para os 
de menor energia, ou seja, a tendência universal de toda matéria na natureza a assumir um 
estado de menor energia. 
 
 
 
 
 
 
Formas de energia 
 
Para definir o estado da energia da água, podem-se utilizar as seguintes formas de 
expressão: 
Energia Cinética: a energia cinética na maioria dos casos é desprezível 
g
Vm
Ec
.2
. 2

 
Sendo Ec= Energia cinética da água em kg m, m= massa da água em kg, V= 
velocidade da água, m.s
-1
; g= aceleração da gravidade em ms
-2
. 
 
Energia Potencial: é de suma importância na caracterização do estado de energia 
(função de posição e condição interna da água no ponto em consideração). 
 
E= m.g.h 
 
Sendo h = altura em que se encontra o corpo em m. 
 
 
 
Movimento da água 
Figura 1: Movimento água. 
 
Irrigação e Drenagem Parte 1 Página 9 de 77 
9 
Unidades de potencial 
 
 Os potenciais de água no solo, tendo sido definidos a partir do conceito de 
potencial químico de uma substância, têm como unidade energia por unidade de massa de 
água (J.kg
-1
) ou energia por unidade de volume (J.m
-3
). 
 
)..(
.
233
pressaodeunidadePa
m
N
m
mN
m
J
V
E
 
 
Além de serem expressos em Pascal, é muito importante e convencional expressar os 
potenciais da água em termos de altura de coluna de água. Neste caso considera-se que: 
 
hg
V
E
a .. portanto gV
E
h
a ..

 
 
Podemos facilmente deduzir que: 
 
gmV
VaE
h
a ..
.

 portanto gm
E
h
a .

 
 
Para converter energia com base em peso para energia com base em volume: 
 
m
E
V
E
a 
 
Algumas unidades: 
1 atm=760 mm de Hg = 1 kgf cm
-2
 = 10,33 metros de coluna d’água mca. 
1 bar= 10
5
 newtons.m
-2
 = 10
5
 Pa 
1 atm=101,354 kPa = 0,101354 M Pa que é a unidade atualmente recomendada. 
1 atm=1 013 548 baria 
1 PSI=0,068 atm = 0,68 mca 
 
Irrigação e Drenagem Parte 1 Página 10 de 77 
10 
Potencial total da água no solo (ψt) 
 
Do ponto de vista de extração de água do solo pelas plantas, não basta somente 
conhecer o conteúdo de água presente neste solo, e sim a energia com que esta água esta 
retida. Por definição ψt é “ Quantidade de trabalho que é preciso aplicar para transportar 
reversível e isotermicamente uma quantidade de água desde uma situação padrão de 
referencia a um ponto do solo considerado”. 
O estado de energia em que se encontra a água pode ser descrito pela função 
termodinâmica da “Energia Livre de Gibbs” que no sistema solo-planta-atmosfera recebe o 
nome de potencial total de água. 
Devido às baixas velocidades com que a água se desloca no solo, a energia cinética 
é desprezada. As diferenças de energia potencial ao longo dos diferentes pontos no sistema 
dão origem ao movimento da água no solo. 
 
Componentes do potencial total da água no solo 
 
 Composto basicamente por quatro componentes, e representados pela letra grega Ψ. 
Onde: 
Ψt= Potencial total; Ψm= Potencial matrico; Ψo= Potencial osmótico; Ψg= Potencial 
gravitacional; Ψp= Potencial de pressão. 
 
Ψt = Ψm + Ψos + Ψg + Ψp 
 
*A 
*B *C 
*D 
Se 
ψA>ψB logo A – B 
ψA<ψB logo B – A 
ψC>ψA logo C – A 
 
 
 
 
Figura 2: Representação esquemática do potencial total da água no solo 
 
Irrigação e Drenagem Parte 1 Página 11 de 77 
11 
Potencial gravitacional (Ψg). Está relacionado com a força da gravidade. 
 
 
 
Potencial matricial(Ψm). Refere-se aos estados de energia da água e suas interações 
com as partículas sólidas do solo. Depende da textura, estrutura, superfície específica, 
afinidade da água com as partículas do solo, etc. Na pratica é determinada pelo tensiômetro 
(campo), placas de Richards e Funis (Laboratório). 
 
O potencial matricial esta intimamente relacionado com os fenômenos de adsorção e 
capilaridade. 
*A 
Referencia 
- 
+ 
20 cm 
Logo ψg A=-20cm 
Figura 3: Potencial gravitacional. 
 
Irrigação e Drenagem Parte 1 Página 12 de 77 
12 
Os valores de potencial mátrico podem ser calculados pelas seguintes equações: 
-Tensiômetro com manômetro de mercúrio: Ψm= -12,6 * h + x + P 
Onde: Ψm = potencial matricial de água no solo (cmca) 
H = altura da coluna de mercúrio (cm). 
x = altura da cuba de mercúrio ate nível do solo (cm). 
P = centro da cápsula ate o nível do solo (cm). 
 
-Tensiômetro com manômetro de Bourbon Ψm= -L + 0,098 C 
Onde: Ψm= potencial matricial de água no solo em kPa 
C= distancia da cápsula ao manômetro (cm). 
L= é a leitura do manômetro em cbar ou kPa. 
 
-Tensiômetro com manômetro digital (Tensímetro) Ψm= L + 0,098 C 
Onde: Ψm= potencial matricial de água no solo em cbar ou kPa 
C= distancia da cápsula ao manômetro (cm). 
L= é a leitura do manômetro em cbar ou kPa. 
 A relação entre potencial matricial e o teor de umidade é dado pela curva 
característica de retenção de água no solo, fundamental no manejo da irrigacao (Figura 4). 
 
Figura 4. Curva característica de água no solo. 
 
Irrigação e Drenagem Parte 1 Página 13 de 77 
13 
Curva característica de água no solo. 
 
O tensiômetro é um equipamento que permite se determinar o potencial matricial da 
água no solo e não a umidade diretamente. Por isso, a sua utilização deve ser acompanhada 
de uma curva característica ou curva de retenção de água no solo, a qual relaciona valores 
de potencial matricial (ψm) com o conteúdo de água no solo. 
Conhecendo-se a curva característica de água do solo, pode-se estimar o potencial 
matricial conhecendo-se umidade e vice-versa. Existem vários modelos utilizados para se 
justar os dados de umidade do solo com potencial matricial, destacando-se entre os demais, 
o modelo de van Genuchen 1980: 
mn
m
rs
r
]).(1[ 




 
Sendo: 
ψ=Potencial matricial (cmca). 
θs= Umidade saturação (cm3.cm-3). 
θr= Umidade residual (cm3.cm-3). 
θ= Umidadeatual (cm3.cm-3). 
α, m, n= parâmetros de ajuste do modelo. 
Exemplo: Considere uma curva de retenção com os seguintes valores: θr=0,039, θs=0,484, 
ψm=50,8cmca, α, m, n=16,353; 0,2681; 0,213 respectivamente. Qual é a umidade do solo 
neste momento? Resp.: 0,325 cm
3
.cm
-3
 
 
Exemplo: Para um tensiômetro instalado a 30cm de profundidade, distancia da cuba ate o 
solo de 5cm e altura da coluna de mercúrio de 20cm, umidade volumétrica na capacidade 
de campo de 0,35 e ponto de murcha permanente de 0,20 (volume). Deseja-se saber se está 
no momento de proceder à irrigação. Obs considere: irrigar toda vez que a umidade atingir 
40% da água disponível. Obs: Ui=Ucc-40%(Ucc-Upmp). 
 
As plantas possuem diferentes capacidades de extrair água do solo, algumas são 
capazes de retirar água sob altas tensões (algodão). Outras retiram a baixas (alface). 
 
 
Irrigação e Drenagem Parte 1 Página 14 de 77 
14 
Tabela 1: Potenciais de água no solo indicado para algumas culturas: 
Cultura Tensão de água no 
Solo (kPa) 
Cultura Tensão de água no 
Solo (kPa) 
Alface 40-60 Couve-flor 60-70 
Batata 20-40 Melão 30-80 
Cebola 15-45 Tomate 30-100 
 
Obs: Os tensiômetros operam nas faixas de no máximo até 80kPa. Pegando a maioria das faixas de manejo 
das culturas, correspondendo a mais de 50% da água útil (CC e PMP) contida no solo, nos arenosos essa 
porcentagem pode-se elevar ate 75%. 
 
Potencial osmótico (Ψo): Está relacionado com o total de sais no solo. Muito importante 
em solos salinos. Dependendo do nível de salinidade do solo, 
 
Ψos=-0,36*CE 
Onde: 
Ψos= potencial osmótico, em atm. 
CE= condutividade elétrica do extrato de saturação do solo (mmhos/cm) 
determinado em laboratório. 
Potencial de Pressão (Ψp): Decorrente da pressão externa sobre a água, é uma pressão 
hidrostática, normalmente maior que a atmosférica, portanto maior que zero: é positiva em 
muitas células de plantas como, também, num solo saturado abaixo da linha do lençol 
freático. 
Nesse componente de pressão somente serão consideradas as pressões positivas, e, 
portanto elas só existem em condições de solos saturados na presença de uma lamina de 
água sobre a superfície do solo. 
Ψp = d g h 
Onde: d= densidade do fluido. 
 g= aceleração da gravidade 
 h= diferença entre o ponto considerado e a superfície do fluido. 
 
 
 
Irrigação e Drenagem Parte 1 Página 15 de 77 
15 
Exemplo: Qual o sentido de movimento da água? 
 
Sendo o caminhamento da água dos pontos de maior energia para os de menos: 
A-B, ΨA = ΨB; não existe movimento. B-C,ΨC > ΨB; C – B. 
D-B, ΨD > ΨB; D-B. 
C-D, ΨC > ΨD; C-D. 
 
Exemplo 1: Determinar o potencial total da água no solo a 1,20m de profundidade em atm, 
sabendo-se que há um lençol freático, cujo nível fica a 50cm da superfície.Resp.: -
50cmca=-0,048atm. 
Disponibilidade de água no solo 
 
 A freqüência de irrigação requerida para uma cultura, sob determinado clima, 
depende grandemente da quantidade d’água que pode ser armazenada no solo, após uma 
irrigação. 
Ponto Ψg(cm) Ψm(cm) Ψ(cm) 
A 0 -100 -100 
B -20 -80 -100 
C -40 -30 -70 
D -20 -60 -80 
A 
Referencia 
- 
+ 
20 cm 
Logo ψg A=-2cm 
B 
C 
D 
20 cm 
 
Irrigação e Drenagem Parte 1 Página 16 de 77 
16 
 
Saturação: 
Um solo está saturado quando todos os seus poros estão cheios de água. No estado 
de saturação o potencial matricial da água no solo é zero. 
 
Capacidade de campo (CC): 
Terminado o processo de drenagem chega um ponto em que o solo não perde mais 
água, neste estado disse-se que o solo esta na 
capacidade de campo “ou seja, é máximo de água 
que o solo pode reter sem que haja percolação”. 
 
 
Irrigação e Drenagem Parte 1 Página 17 de 77 
17 
Determinação no campo: 
O solo é completamente umedecido, até uma profundidade de mais ou menos 1,5m, 
por meio de irrigação normal ou de represamento d’água, em uma bacia de 2m de diâmetro, 
durante o tempo necessário. Após o umedecimento do solo, sua superfície é coberta com 
um plástico para evitar evaporação. O teor de umidade é então determinado, em intervalos 
de 24h por amostragens em cada camada de 5cm, até a profundidade desejada. A 
amostragem e determinação da umidade deve continuar ate que se note que a variação do 
teor de umidade, no período de 24h, tenha se tornado mínima, ao longo do perfil. Um 
gráfico de teor de umidade versus tempo ajuda a decidir qual é o teor de umidade que 
melhor representa a capacidade de campo. Este método é mais preciso e funciona como 
método padrão. Uma única amostragem, em determinado tempo, em geral após 24h, em 
solos arenosos e 48 em argilosos, é muito usado na prática, porém pode causar sérios erros. 
 
Determinação no Laboratório: 
Método da curva de tensão (curva característica). A tensão, que foi considerada 
como equivalente a “CC”, é de 1/10 de atmosfera, para solo de textura grossa, e de 1/3 de 
atmosfera, para solos de textura fina. 
A tensão geralmente usada é de 1/3 de atmosfera, para qualquer tipo de solo. Esta 
curva de tensão é determinada em laboratório com “panela” e “membrana” de pressão ou 
funil de “Bukner”, podendo ser usados solos sem estrutura ou com estrutura natural, sendo 
este ultimo mais trabalhoso, porem mais preciso. 
O teor de umidade na “CC” pode variar de 8%, em peso, para solos arenosos, ate 
mais de 30%, em solo argilosos. 
 
Ponto de murcha permanente (PMP): 
Em condições de campo, é comum notar que pela tarde alguns 
vegetais murcham, mesmo estando o solo com teor de umidade 
relativamente alto. Eles recuperam a turgidez durante a noite e 
permanecem túrgidos até a tarde do dia seguinte. Este caso é chamado 
de “murchamento temporário”, e é mais comum durante os dias 
muitos quentes. 
 
Irrigação e Drenagem Parte 1 Página 18 de 77 
18 
PMP é aquele em que a planta que murcha durante a tarde não recupera a sua 
turgidez durante a noite, e na manhã seguinte permanece murcha. Somente recuperará sua 
turgidez após irrigação ou chuva. 
Este conceito é usado para representar o teor de umidade no solo abaixo do qual a 
planta não conseguira retirar água do solo na mesma intensidade que ela transpira, 
aumentando a cada instante a deficiência de água na planta, o que a levará a morte, caso 
não seja irrigada. “PMP” é o limite mínimo da água armazenada no solo que será usada 
pelas vegetais. 
 
Determinação do PMP: 
É muito difícil determiná-lo em condições de campo, porque o teor de umidade no 
solo, ou a sua tensão, varia com a profundidade, e sempre haverá movimente d’água de 
outros pontos para a zona do sistema radicular da planta indicadora do PMP. 
A pratica comum é cultivar girassol em vasos fechados. Quando as folhas inferiores 
murcham, as plantas são colocadas em câmara úmida e escura, ate que elas restabeleçam 
sua turgidez, sendo então recolocadas sob a luz. Este processo será repetido ate que as 
folhas inferiores não consigam restabelecer sua turgidez, sendo então determinado o teor de 
umidade do solo, o qual será o “ponto de murcha permanente”. 
Verificou-se em pesquisas que o teor de umidade de uma amostra de solo 
destorroado e submetido a uma tensão de 15 atmosferas é bem próximo do valor 
encontrado com o método de indicação do “PMP”, pelo girassol. 
A tensão de 15 atm é obtida colocando-se o solo em membrana de celulose 
(membrana de pressão) ou em prato de cerâmica poroso (panela de pressão) colocando-as 
na câmara e aumentando a pressão sobre a membrana ou prato até atingir 15 atmosferas. A 
amostra ficará sobre esta tensão até que dela não saia mais água, ou seja, a água retida pelo 
solo está com tensão igual ou maior doque 15 atmosferas. O teor de umidade determinado 
nestas amostras representa o Ponto de Murchamento. 
 
 
 
 
 
Irrigação e Drenagem Parte 1 Página 19 de 77 
19 
Água útil: 
 Independente das dificuldades encontradas nas determinações de CC e PMP, esses 
tem um grande significado agronômico, e representam os limites máximos e mínimos da 
umidade do solo que pode ser utilizada pelas culturas. A quantidade de água compreendida 
entre esses valores é definida como “Água Útil”. Pode ser expressa em termos de umidade 
gravimétrica ou volumétrica. 
PMPCCAu  
 
Exemplo: Uma análise de um solo tem as seguintes características: ds=1,45, dp=2,6, 
CC=36% e PMP=20%. Calcular os conteúdos de água nos estados de saturação, capacidade 
de campo e ponto de murchamento, expressando em mm e m
3
 ha
-1
 de água útil. 
Resp.: 
Estado θv(%) h (mm) m3 ha-1 
Saturação 44 220 2200 
CC 36 180 1800 
PMP 20 100 1000 
A.u 36-20 80 800 
 
Exemplo: Considerando que se queira drenar o solo do exemplo anterior, quanto de água se 
obteria? Resp.: 400m
3 
ha
-1
 ou 400mm. 
 
Exemplo: Um solo de 70cm de profundidade tem CC=28%, PMP=11%. Supondo uma 
evapotranspiração de 6mm dia
-1
. Se o solo esta na CC, quantos dias serão necessários para 
a umidade desse solo alcançar o PMP? Resp.: 20 dias. 
 
Exemplo: No solo do exemplo anterior pretende-se irrigar quando o conteúdo de água 
atingir 70% da água útil.Sem considerar eficiência da irrigação, calcule o intervalo de 
irrigação. Resp.: 6 dias. 
 
 
 
 
 
 
Irrigação e Drenagem Parte 1 Página 20 de 77 
20 
Disponibilidade Total de Água do Solo (DTA) 
 É uma característica do solo, a qual corresponde à quantidade de água que o solo 
pode reter ou armazenar por determinado tempo. 
ds
PMPCC
DTA *
10
( 
 
Onde: 
DTA: disponibilidade total de água, em mm cm
-1
 de solo; 
CC: capacidade de campo, % em peso. 
PMP: ponto de murchamento, % em peso. 
Ds: densidade aparente do solo, em g cm
-3
. 
 
Ou ainda: DsPMPCCV *)(  
Sendo V= m3 de água disponível, por ha, em cada cm de profundidade do solo. 
 
Capacidade Total de Água no Solo (CTA) 
 Tanto a quantidade de chuva quanto a irrigação só devem ser consideradas 
disponíveis para a cultura no perfil do solo que esteja ocupado pelo seu sistema radicular. 
 
ZDTACTA * 
Em que: 
CTA= capacidade total de água no solo em mm; 
 Z= profundidade efetiva
4
 do sistema radicular, em cm. 
 
 
 
Tabela: Profundidade efetiva das raízes crescendo em solos homogêneos (cm) 
Alfafa 90-180 Milho 30-100 
Feijão 30-60 Cana 50-150 
Citrus 50-150 Hortaliças 20-40 
 
4
 A profundidade efetiva do sistema radicular (Z) deve ser tal que, pelo menos, 80% do sistema radicular da 
cultura esteja nela contida. Ela depende da cultura e da profundidade do solo na área. 
 
Irrigação e Drenagem Parte 1 Página 21 de 77 
21 
Capacidade Real de Água no Solo (CRA) 
 
 Em irrigação, nunca se deve permitir que o teor de umidade do solo atinja o ponto 
de murchamento, isto é, deve-se somente usar, entre duas irrigações sucessivas, uma fração 
da capacidade total de água do solo, ou seja: 
fCTACRA * 
sendo: 
 
 CRA= capacidade real de água no solo, em mm; 
 f= fator de disponibilidade, sempre menor que 1. 
 
O fator de disponibilidade ( f ) varia entre 0,2 e 0,8. Os valores menores são usados 
para culturas mais sensíveis ao déficit de água no solo, e os maiores para as culturas mais 
resistentes. De modo geral, podem-se dividir as culturas irrigadas em três grandes grupos. 
 
Tabela: Fator de disponibilidade de água no solo ( f ) 
Grupo de culturas Valores de f 
Verduras e legumes 0,2-0,6 
Frutas e forrageiras 0,3-0,7 
Grãos e algodão 0,4-0,8 
 
 Dentro de cada grupo o valor de f a ser usado dependerá da maior ou menor 
sensibilidade da cultura ao déficit de água no solo e da demanda evapotranspirométrica da 
região. É comum o uso do valor fé f = 0,4 para verduras e legumes; f = 0,5 para frutas e 
forrageiras e f = 0,6 para grãos e algodão. 
 
 
Irrigação e Drenagem Parte 1 Página 22 de 77 
22 
Irrigação Real Necessária (IRN) 
 É a quantidade real de água que se necessita aplicar por irrigação, cada vez que se 
irriga. Pela definição de IRN, consideram-se dois casos distintos: 
 
Com irrigação total 
 Quando toda água necessária à 
cultura foi suprida pela irrigação. Neste 
caso a IRN deverá ser igual ou menor do 
que a capacidade real de água no solo. 
 
CRAIRN  
que substituindo nas equações anteriores 
fica: 
10
***)( fZDsPMPCC
IRN

 
 
Com irrigação suplementar 
 
 Quando parte da água necessária à 
cultura for suprida pela irrigação e outra 
parte pela precipitação efetiva (Pe). 
 
PeCRAIRN  
que substituindo nas equações anteriores 
fica: 
Pe
fZDsPMPCC
IRN 


10
***)(
 
 
Irrigação Total Necessária (ITN) 
 
 É a quantidade total de água que 
se necessita aplicar por irrigação, cada 
vez que se irriga, ou seja: 
Ea
IRN
ITN  
sendo: 
 ITN= quantidade total de irrigação 
necessária, em mm ou m
3
 ha
-1
. 
Ea= eficiência de aplicação da 
irrigação, em decimal. 
 
Exemplo: Calcular a disponibilidade de água para a seguinte condição: 
Local: Ribeirão Preto, Irrigação total, solo: CC=32% em peso, PMP=18% em peso, 
Ds=1,2gcm
-3
, cultura: milho, Z=50cm, f = 0,5. Resp.: IRN<=42mm. Ef.100%. 
 
Exemplo: Considerando que houve uma chuva de 14 mm, Qual seria a irrigação real 
necessária? Resp.: 28mm ou 280m
3
 ha
-1
. 
 
 
Irrigação e Drenagem Parte 1 Página 23 de 77 
23 
 A disponibilidade de água geralmente aumenta à medida que a textura do solo vai 
diminuindo. Na tabela abaixo se tem os limites comumente encontrados nas texturas 
básicas, em mm de água, por cm de solo. 
 
Tabela: Limites de disponibilidade total de água (DTA), em mm de água por cm de solo, 
para as diferentes texturas. 
Textura Disponibilidade total de água (DTA) 
mm cm
-1
 do solo m
3
 ha
-1
 por cm de solo 
Grossa 0,4-0,8 4-8 
Media 0,8-1,6 8-16 
Fina 1,2-2,4 12-24 
 
 
Necessidade Hídrica das Culturas 
 
A evapotranspiração - Coeficiente de cultivo 
 
O conhecimento dos fatores climáticos é de fundamental importância para o manejo 
racional da irrigação. Estes fatores permitem com uma aproximação bastante boa estimar a 
evapotranspiração, que é o consumo de água de um determinado local, através da 
evaporação da água do solo e pela transpiração das plantas, ocorrida durante o processo de 
fotossíntese. 
 É a somatória de dois termos: transpiração (a água que penetra pelas raízes das 
plantas, utilizada na construção dos tecidos ou emitida pelas folhas, reintegrando-se à 
atmosfera) e evaporação (a água é evaporada pelo terreno adjacente às plantas, por uma 
superfície de água ou pela superfície das folhas quando molhadas por chuva ou irrigação 
for evaporada sem ser usada pela planta). 
 Existem três formas ou conceitos de evapotranspiração da cultura geralmente 
empregados, que são: 
 
Evapotranspiração real ou efetiva (ETr): Quantidade de água realmente consumida por 
uma cultura determinada (conjunto solo-cultura) em um intervalo de tempo considerado 
 
 
Irrigação e Drenagem Parte 1 Página 24 de 77 
24 
Evapotranspiração potencial ou máxima (ETp): Quantidade de água realmente 
consumida, em um determinado intervalo de tempo pela cultura em plena atividade 
vegetativa, livre de enfermidades, em um solo cujo conteúdo de água se encontra próximo à 
capacidadede campo. 
 
Evapotranspiração de referencia (ETo): Chamamos de evapotranspiração de referência 
(ETo), a evapotranspiração estimada através das diferentes fórmulas empíricas obtidas por 
diferentes autores. Essas fórmulas baseiam-se em dados meteorológicos e apresentam-se 
em grandes variações, necessitando desde poucos dados, até modelos mais complexos, que 
exigem um grande número de elementos climáticos. 
 
Uma maneira bastante prática e barata de se estimar a ETo, é através do Tanque 
Classe A. Trata-se de um evaporímetro (tanque) circular, com 1,21 metros de diâmetro, por 
0,254 metros de altura e construído em chapa galvanizada número 22. É assentado no solo 
sobre um estrado de caibros de 0,10 x 0,05 x 1,24 metros, nivelado sobre o terreno. O 
Tanque Classe A é cheio de água limpa até 5 cm da borda superior e se permite um nível 
mínimo de água de 7,5 cm, a partir da borda, ou seja, a cada 25 mm (2,5 cm) de evaporação 
devemos restaurar o volume do tanque. Sua operação é bastante simples e a variação do 
nível da água é medida com o auxílio de uma ponta de medida, tipo gancho, assentada em 
cima do poço tranquilizador, também devidamente nivelado, sendo a precisão da medida de 
cerca de 0,02 mm. A leitura do nível de água é realizada diariamente e a diferença entre 
leituras caracteriza a evaporação no período. 
Com as leituras diárias ainda não temos a evapotranspiração, portanto torna-se 
necessária a conversão da evaporação do Tanque Classe A, para evapotranspiração de 
referência (ETo). A ETo é definida como a perda de água sofrida por uma superfície 
coberta de vegetação rasteira, em fase de desenvolvimento ativo, cobrindo totalmente o 
terreno, no qual a umidade não limita o desenvolvimento ótimo da planta. Estas condições 
observadas determinam que somente os parâmetros externos à superfície (parâmetros 
climáticos) sejam os responsáveis pelo processo de evapotranspiração. Assim, a ETo pode 
ser calculada pela expressão: 
 
Irrigação e Drenagem Parte 1 Página 25 de 77 
25 
ETo = ECA x Kp Kp = f (vento, umidade relativa, bordadura) 
sendo: Kp = coeficiente de Tanque. 
O coeficiente do Tanque Classe A (Kp) depende da velocidade do vento, da 
umidade relativa e do tamanho da bordadura formada por grama batatais plantada em volta 
do Tanque Classe A. Para a nossa região, a maior parte do ano se apresenta com um Kp da 
ordem de 0,75. Para estufas adotar Kp=1. 
No entanto, o que realmente se deseja é a evapotranspiração da cultura, ou seja, 
devemos repor a água que foi consumida pela cultura de interesse econômico e este 
consumo varia em função do estágio de desenvolvimento da cultura e de cultura para 
cultura. Assim, a evapotranspiração da cultura é obtida multiplicando-se a 
evapotranspiração de referência pelo coeficiente de cultura (Kc). 
ETc=ETo x Kc 
Onde: Kc = f (espécie, estádio) 
O ciclo da cultura é dividido em fases fenológicas e cada fase assume valores 
distintos de Kc. Para a cultura da uva na região noroeste do Estado de São Paulo estes 
valores variam entre 0,3 e 0,7. Assim, estas fases são chamadas de período de crescimento 
(ou período vegetativo) cultura, floração, formação da colheita (aumento da tamanho dos 
frutos) e maturação. Os valores de Kc devem ser multiplicados pela ETo para a obtenção da 
evapotranpiração cultural (ETc). 
 
 
Irrigação e Drenagem Parte 1 Página 26 de 77 
26 
Exercício: Determinar a Etc (tomate) no período intermediário de desenvolvimento, 
considerando uma evaporação no tanque classe A de 5mm dia
-1
. E se a cultura do tomate 
estiver em estufa? Resp.: Etc=Eto*Kc=(ECA*Kp)*Kc=5*075*1,05= 
Resp.: tomate estufa só muda Kp de 0,75 para 1,0. 
Tabela: Coeficiente de cultura (Kc) 
Cultura FASES DE DESENVOLVIMENTO DA CULTURA 
 Inicial Desenvolvimento da 
Cultura 
Período 
Intermediário 
Final do 
Ciclo 
Colheita 
Algodão 0,4 0,7 1,05 0,8 0,65 
Amendoim 0,4 0,7 0,95 0,75 0,55 
Arroz 1,1 1,1 1,1 0,95 0,95 
Banana tropical 0,4 0,7 1,0 0,9 0,75 
Batata 0,4 0,7 1,05 0,85 0,7 
Cana-de-Açucar 0,4 0,7 1,0 0,75 0,5 
Citros com tratos 
culturais 
0,65 
Citros sem tratos 
culturais 
0,85 
Girassol 0,3 0,7 1,05 0,7 0,35 
Milho doce 0,3 0,7 1,05 1,0 0,95 
Milho grão 0,3 0,7 1,05 0,8 0,55 
Pimentão verde 0,3 0,6 0,95 0,85 0,8 
Tomate 0,4 0,7 1,05 0,8 0,6 
Trigo 0,3 0,7 1,05 0,65 0,2 
Uva 0,3 0,6 0,7 0,6 0,55 
 
 
Irrigação e Drenagem Parte 1 Página 27 de 77 
27 
Freqüência de Irrigação 
 Também conhecida como turno de rega, é a duração em dias entre as sucessivas 
irrigações: 
).(1
)(1
)(
1

diammN
mmL
diasFr
 
 A freqüência Fr, para cada período da campanha de irrigação , deve ser menor ou 
igual ao turno de rega máximo (Fmax.), dado pela equação: 
1
max 1
N
L
F m
 
Em que: Fmax= turno de rega máximo para o período considerado, em dias; 
 L1m= lamina de irrigação liquida máxima, em mm; 
 N1= necessidade de irrigação liquida, em mm dia
-1
. 
 
A freqüência, ou intervalo máximo de irrigação , é variável ao longo do ciclo da 
cultura, e seu mínimo valor corresponde ao período de Maximo déficit hídrico (período 
crítico), no qual a necessidade de irrigação liquida é máxima. 
 Os projetos de irrigação se realizam em função da freqüência de irrigação no 
período critico, quando a necessidade de irrigação liquida (N1) corresponde à 
evapotranspiração máxima da cultura. A freqüência máxima de projeto (Fmax) no período 
critico será: 
).(
)(
)max(
1
1


diammEtp
mmL
diasF m
 
Exemplo: determinar a freqüência de irrigação (Fmax) para um solo cultivado, cuja 
evapotranspiração máxima (ETp), no período critico (de máxima demanda), é igual a 
6,5mm.dia
-1
, e a lamina de irrigação máxima é de 50mm. Resp.: 7,7=7 dias 
 
 
Irrigação e Drenagem Parte 1 Página 28 de 77 
28 
Necessidade de Lixiviação 
Grande parte das águas utilizadas para irrigação contem sais dissolvidos de origem 
natural, que se acumulam no solo cultivado, aumentando a concentração dos minerais já 
existentes no mesmo, à medida que a água se evapora e é consumida pelas plantas. 
 Para se evitar prejuízos às culturas irrigadas, decorrentes da concentração excessiva 
de sais na solução do sol, é necessário se adotar um manejo adequado conjunto de irrigação 
e drenagem. A irrigação deve prover uma quantidade suplementar de água para drenar o 
excesso de sais, transportando-os para as camadas inferiores do solo não alcançadas pelas 
raízes da cultura. É indispensável também que exista um sistema de drenagem na área 
cultivada (natural ou artificial), para facilitar o escoamento da irrigação excedente e evitar a 
ascensão do lençol freático à zona radicular. 
 A fração de irrigação, que deve percolar para lavar ou lixiviar os sais acumulados no 
solo depende da salinidade da água de irrigação e da salinidade tolerada pela planta, sendo 
obtidas então pelas seguintes equações: 
-Para irrigação por aspersão de baixa freqüência ou por inundação: 
CEaCEe
CEa
LR


.5
 
 
- Para irrigação de alta freqüência (gotejamento e microaspersão): 
CEe
CEa
LR
.2

 
Onde: 
LR= fração de água mínima destinada a lavar os sai acumulados no solo. 
CEa = condutividade elétrica da água de irrigação em dS.m
-1
 (mmhos.cm
-1
), medida a 
25
o
C. 
CEe= valor estimado da condutividade elétrica do extrato do solo saturado em dS.m
-1
 
(mmhos.cm
-1
), que acarreta uma determinada redução no potencial da cultura considerada. 
Para irrigação por superfície e por aspersão convencional se recomenda que o valorde CEe a utilizar na equação seja o valor estimado da condutividade elétrica do extrato de 
saturação do solo que possa provocar uma redução máxima de 10% no rendimento 
potencial da cultura considerada. Para irrigação por gotejamento e microaspersão, 
recomenda-se admitir o valor estimado de CEe que reduz a zero o rendimento da cultura. 
 
Página 29 de 77 
29 
 A água de irrigação requerida para suprir a necessidade da cultura e a lixiviação dos 
sai se obtém por meio do quociente entre a necessidade de irrigação liquida (Nl) e o fator 1-
LR. 
 Se o valor de LR é menor do que 0,1 admite-se que as perdas por percolação 
profunda, que ocorrem anualmente na irrigação são suficientes para lavar os sais. Em tal 
caso não será necessário aumentar a lâmina de irrigação líquida para atender a lixiviação 
dos mesmos. Considera-se também que em zonas cultivadas abundantes, não será 
necessário lixiviar os sais com água de irrigação, já que as chuvas que caem com freqüência 
se encarregam de realizá-lo. 
Tabela: Valores estimados de CEe em dS m
-1
 
Cultura Redução no rendimento potencial 
abacate 1,8 6,0 
 alface 2,1 9,0 
batata 2,5 10,0 
feijão 1,5 6,5 
laranja 2,3 8,0 
milho 2,5 10,0 
tomate 3,5 12,5 
Obs.: millimhos per centimeter (mmhos/cm), 
deci-Siemens per meter (dS/m) or 
micromhos per centimeter (mmhos/cm) 
e 1000 mmhos/cm = 1 mmho/cm = 1 dS/m 
 
 
 
 
 
Página 30 de 77 
30 
Quantidade de água requerida para o 
sistema de irrigação 
 
A. 
10
*)( dapmpcc
DTA


 
 
 
 
 
 
 
B. CTA= DTA * Z 
CRA = CTA * f 
 
Onde: Z em cm 
f é fator disponibilidade da cultura. 
 
C. VIB 
 
D. Etpc = kc * Eto 
 
 
E. IRN <= CRA 
IRN <= CRA –Pe 
Pe= precipitação efetiva em projetos pode ser 
substituída pela precipitação provável com 
75-80 % de probabilidade de ocorrência. 
 
F. Turno de rega 
ETpc
CRA
TR 
 ou 
)( PeETpc
CRA
TR


 
 
G. Período de irrigação (PI) 
Numero de dias necessários para completar 
uma irrigação em determinada área. Deve ser 
igual ao TR, ou um dia menor. 
 
H. Irrigação total necessária (ITN) 
Ea
IRNmm
ITN 
 
 
I. Máxima demanda de irrigação. É a máxima 
demanda evapotranspirométrica da cultura. 
 
J. Intensidade de aplicação de água. IA<VIB 
)(2*)(1
3600*)/(
)/(
mSmS
slq
hmmIA 
 
 
K. Tempo por posição Ti (hora). O tempo de 
funcionamento do sistema por posição é 
função da ITN e da intensidade de aplicação. 
 
OBS: ideal é que cada linha lateral irrigue 1,2 ou 
3 posições por dia. 
 
L. No de horas de funcionamento por dia (H). 
Em geral os sistemas de irrigação por 
aspersão deveria trabalhar 18h por dia. Obs 
custo de energia. 
 
M. Numero de posições por dia. O no de posições 
que cada LL cobrira por dia é função do 
numero de horas em que o sistema funcionará 
por dia, e do tempo necessário por posição. 
 
N. Capacidade requerida para o sistema. 
 
PIHEcEa
IRNA
Q
***
*
*78,2
 
 
ou 
 
PIHEcEa
TRAPpETpc
Q
***
**)(
*78,2


 
 
onde: 
 Q= vazão necessária l/s; 
 A= área projeto em há; 
ETpc= evapotransp. Cultura no período 
de maior demanda, em mm/dia; 
Pp= precipitação provável, mm/dia; 
 TR= turno de rega, em dias; 
 IRN= irrigação real necessária, em mm; 
Ea= eficiência de aplicação de irrigação, 
em decimal; 
Ec= eficiência de condução da água, em 
decimal 
H= n
o
 de horas funcionamento do sistema 
por dia; 
 PI= período de irrigação , em dias. 
 
Em geral sistemas de irrigação por aspersão 
necessitam de 1 litro/s/ha (24 horas de 
funcionamento) ou 2 litros/s/há (12 horas de 
func.). 
 
 
 
Onde: DTA= em mm/cm de solo; 
 Cc % em peso; 
 Pmp % peso; 
 Da em g/cm
3
. 
 
Página 31 de 77 
31 
Irrigação por Aspersão 
 
1. Vantagens e Desvantagens 
 
2. Componentes do sistema: Bombas, tubulações, derivações, aspersores 
 
3. Características dos apersores 
3.1 Vazão (Q) 
3.2 Raio de Alcance ( R ) 
3.3 Pulverização (Pd, Ip) 
3.4 Índice de eficiência (Ie) 
3.5 Índice de precipitação (I) 
3.6 Índice de erodibilidade Id) 
 
4. Distribuição dos aspersores 
4.1 Disposição dos aspersores 
4.2 Espaçamentos convencionais 
4.3 Catálogo dos fabricantes 
 
5. Grau de uniformidade de precipitação 
 
6. Eficiência de Irrigação 
 
7. Distribuição das linhas laterais: Topografia, geometria da parcela, vento, fileiras das plantas, 
tomada d’água. 
 
8. Dimensionamento das linhas laterais e principais 
8.1 Conceitos básicos 
8.2 Equações da continuidade e da energia 
8.3 Cálculo da pressão na linha lateral 
8.4 Cálculo da pressão na linha principal 
 
1. Vantagens e Desvantagens do sistema de irrigação por Aspersão 
 
Vantagens: 
 não exige sistematização do terreno : economia 
 mantém a fertilidade natural do solo: não lixivia 
 pode ser empregada em qualquer tipo de solo, mesmo os com altas taxas de infiltração 
 terrenos com qualquer declividade (até 30%) 
 permite a aplicação de defensivos e de fertilizantes 
 permite uma maior economia de água : eficiência de 70 a 95% 
 elimina (praticamente) as perdas por condução 
 permite a irrigação durante à noite : economia energia elétrica 
 praticamente não prejudica a aeração do solo, resultando em melhor desenvolvimento 
radicular 
 é fácil de ser implantada em plantações permanentes já estabelecidas 
 
 
 
 
 
Página 32 de 77 
32 
Desvantagens: 
 requer mão de obra habilitada 
 exige bombeamento para atingir a pressão de serviço: gastos de energia 
 propicia uma evaporação mais intensa. Minorado com irrigação noturna (menor temperatura e 
menos vento) 
 impacto das gotas nas flores e frutos pode : 
propagar doenças 
prejudicar polinização 
queda flores e frutos no início desenvolvimento 
causar erosão no solo 
 pode lavar os defensivos aplicados na parte aérea 
 chuvas desuniformes (vento > 4 m/s), minimiza com irrigação a noite 
 custo inicial elevado 
 entupimento dos aspersores. Minimiza com filtros 
 
2. Componentes do sistema 
 Bomba: motor elétrico, diesel ou gasolina 
 Tubulações: tubulação de adução, tubulação de distribuição (linhas principais e laterais). 
Comprimentos fixos de 6m. Para sistemas convencionais móveis utiliza-se encaixes com 
engates rápidos e boa vedação (sem roscas nem colas). Para sistemas convencionais fixos 
utiliza-se juntas para união dos tubos. Estas juntas podem ser flexíveis ou rígidas (soldas, cola 
ou parafusos). 
Os tipos de materiais mais utilizados nas tubulações são: PVC (cloreto de polivinil), polietileno, 
cimento amianto, aço galvanizado, alumínio. 
- PVC. Diâmetros menores que 300 mm. Baixo peso (economia em transporte e melhor 
manejo), baixa rugosidade das paredes do tubo. Os engates de PVC não têm grande 
resistência. Uma alternativa é usar tubos de PVC com engates de aço galvanizado. 
- Polietileno. Tubulações flexíveis, uso limitado a diâmetros inferiores a 50 mm por 
questão econômica. Mais resistentes e fáceis de manejar que os de PVC. Empregados 
em microaspersão e gotejamento. 
- Cimento amianto. Diâmetros entre 250 e 800 mm. Rompem-se com facilidade quando 
submetidos a impactos. 
- Aço galvanizado e alumínio. Os de alumínio são mais leves que os de aço, mais 
resistentes à corrosão, mais caros e menos resistentes aos choques externos. Problema 
de esquentar muito com o sol, sendo necessário luvas para manejá-los. 
 
 Derivações: registros, curvas e cotovelos (mudança de direção das tubulações, podendo ter 
ângulos internos de 45
o
, 60
oe 90
o), Tê (une duas linhas de tubulação em forma de ‘T”, como a 
conexão da linha principal à lateral), redução (une um tubo de diâmetro maior com outro de 
diâmetro menor), cruzeta (une duas linhas de tubulação em forma de cruz), tampão (utilizado 
para tapar os trechos finais das linhas laterais e principais. 
 
 Aspersores: peças principais do sistema de irrigação por aspersão. Operam sob pressão, lançam 
o jato d’água no ar. Este é fracionado em gotas caindo no solo em forma de chuva. Eles podem 
ter giros completos (360
o
) ou parciais (90
o
, 180
o
).A velocidade de rotação é baixa (de 1 a 2 
rotações por minuto). A pressão de serviço do aspersor varia de 0,2 a 15 atm. A pressão de 
serviço não é cumulativa na linha. A pressão no aspersor 1 será igual a pressão no aspersor 10 
menos a perda de carga ao longo da linha. Diferente da vazão, que é cumulativa. Os aspersores 
podem tem 1 ou 2 bocais com diversos diâmetros. Quanto maior o diâmetro do boca, maior o 
 
Página 33 de 77 
33 
Raio de alcance do aspersor. O quadro abaixo mosta uma classificaçào dos aspersores quanto a 
sua pressão de serviço e algumas características. 
 
Classificação dos aspersores quanto a pressão de serviço 
Classe Ps (m.c.a.) No. bocais Raio de Alcance (m) 
Micro pressão 4 < Ps < 10 1 5 < R < 10 
Baixa pressão 10 < Ps < 20 1 6 < R < 12 
Média pressão 20 < Ps < 40 1 ou 2 12 < R < 36 
Alta pressão 40 < Ps < 80 1 ou 2 36 < R < 60 
Canhão 50 < Ps < 100 1 ou 2 40 < R < 140 
 
3. Características hidráulicas dos aspersores 
 
3.1 Vazão (Q) 
ghCdxSQ 2
, onde: 
 
Q = vazão do aspersor (m
3
/s) Cd = coef.descarga do bocal aspersor (0,65 a 0,95) 
S = Área da seção transversal do bocal ( S= d2/4, d = diâmetro do bocal em m) 
G = 9,8 m/s
2 
h = pressão de serviço (m.c.a) 
 
Exemplo: determinar o coeficiente de descarga de um aspersor dotado de um bocal de diamentro 
igual a 4mm, que lança uma vazão de 1,00m
3
/h, submetido a uma pressão de funcionamento de 2,8 
kg/cm
2
. 
Resp.: Cd=0,96 
 
3.2 Raio de Alcance ( R ) 
dhxR 35,1
, onde: 
R = raio de alcance do aspersor (m) 
d = diâmetro do bocal (mm) 
h = pressão de serviço do aspersor (m.c.a.) 
Exemplo: Estimar o alcance de um aspersor, submetido a uma pressão de 42mca, cujo diâmetro do 
bocal é de 7,14mm. 
 
3.3 Pulverização (Pd, Ip) 
Chuva normal tem gotas com diâmetros entre 0,1 e 1 mm 
Tormentas têm gotas com diâmetros > 3 mm 
 
Em irrigação por aspersão as gotas mais finas caem próximo ao aspersor. 
65% R  0,5 < d < 2 mm 
onde, R = Raio de alcance, 
d = diâmetro das gotas de chuva 
35% R  d>2 
 
a) Índice de Tanda (1957) (Pd) 
4,0)10( q
h
Pd


 onde: 
 
 
Página 34 de 77 
34 
h = pressão de serviço do aspersor (m.c.a.) 
q = vazão do aspersor (l/s) 
Quanto maior o Pd menor o tamanho das gotas 
Pd > 4  pulverização excessiva (gotas muito finas) 
2 < Pd < 4  pulverização adequada 
Pd < 2  gotas muito grossas 
 
 
b) Índice de pulverização (Ip) 
h
d
Ip 
 onde, d = diâmetro do bocal (mm) 
h = pressão de serviço do aspersor (m.c.a.) 
Quanto maior o Ip maior o tamanho das gotas 
Segundo Lozano (1965) 
Ip < 0,3 gotas finas : flores, hortaliças, algodão, fumo 
0,3 < Ip < 0,5 gotas médias: frutíferas 
Ip > 0,5 gotas grossas: milho, forrageiras 
 
3.4 Índice de eficiência (Oelher, 1964) (Ie) 
Parâmetro que representa a eficiência de um aspersor com relação ao seu alcance 
h
R
Ie 
 ou onde: R = alcance do aspersor 
IpIe 35,1
 h = pressão de serviço do aspersor (m.c.a.) 
 Ip = índice de pulverização 
 
Em termos econômicos quanto maior R maior Ie para uma determinada Pressão de serviço do 
aspersor. Mas, quanto maior Ie maoir o Ip (gotas são mais grossas). 
Uma alta eficiência do aspersor compromete a qualidade de irrigação devido a as gotas muito 
grossas. 
Ie varia entre 0,4 e 1,0 . 
Ideal Ie entre 0,7 e 0,8 (economia e qualidade de irrigação). 
 
 
3.5 Índice de precipitação (I) (intensidade precipitação, tx de aplicação da dose) 
Convencional 
 21 SxS
Q
I 
 , onde: I = m/s 
(distribuição dos aspersores retangular) Q=vazão do aspersor (m
3
/s) 
S1 = espaço entre os aspersores (m) 
 S2 = espaço entre as linhas laterais (m) 
2
15,1
3
xS
Q
I 
 (distribuição dos aspersores triangular) 
 
Página 35 de 77 
35 
4. Distribuição dos aspersores 
 
4.1 Disposição dos aspersores e espaçamentos 
 
 
 
A distribuição de um aspersor é desuniforme. A precipitação é mais concentrada no local do 
aspersor, no centro da área molhada. Por isso, devemos superpor as áreas molhadas pelos 
aspersores, para uniformizar mais a precipitação que chega ao solo. 
As disposições dos aspersores podem ser quadradas (S1 =S2), retangulares e triangulares. 
Dependendo do espaçamento entre aspersores (S1) e linhas laterais (S2), cada aspersor terá uma 
área molhada diferente. 
Para uma uniformidade aceitável da precipitação os seguintes espaçamentos são recomendados: 
 
 
 
Disposição S1 (distância entre aspersores, m) S2 (distância entre linhas, m) 
Quadrada 
2R
 
2R
 
Retangular R 1,3 R 
Triangular 
3R
 1,5 R 
 
A disposição retangular é usada para corrigir o efeito do vento. Dispõem-se as linhas laterais 
perpendiculares a direção predominante do vento. O vento tende a dar um formato elíptico à área 
molhada do aspersor. Diminui-se então o espaçamento entre os aspersores para compensar. 
 
4.2 Espaçamentos convencionais dos aspersores 
 
Comprimento dos tubos comercializados  6 metros 
 
Espaçamentos : S1 x S2 Pequenos espaçamentos: 6x6, 6x12 
Médios espaçamentos: 12x12, 24x24 
Grandes espaçamentos: 24x30, 24x36, 30x30, 30x36, .. 
 
Pequenos espaçamentos: boa uniformidade de precipitação, baixa pressão de serviço, baixo 
consumo de energia, em compensação mais mão de obra para deslocar as linhas laterais 
(convencional móvel) e maior investimento inicial em tubulações e aspersores. 
S1
S2
 
Página 36 de 77 
36 
Grandes espaçamentos: Menor uniformidade de precipitação, maior pressão de serviço, alto 
consumo em energia, em compensação necessita de menos mão de obra e menor gasto com 
tubulações. 
Médios espaçamentos: São mais empregados na prática. 
Espaçamentos recomendados em função da pressão de serviço do aspersor (Clément-Galant, 1986). 
 
Espaçamento (m) Pressão de serviço (m.c.a.) 
 6 x 6 15 
12 x 12 20 
18 x 18 25 
24 x 24 30 
30 x 30 35 
 42x42 40 
 
4.3 Catálogo dos fabricantes 
 
Os fabricantes de aspersores fornecem catálogos com características técnicas de cada tipo de 
aspersor. Em função do diâmetro do bocal e da pressão de serviço, as características se modificam 
(Q, R, P, S1xS2). Quanto maior a Pressão de serviço do aspersor (h), maior o alcance, maior a vazão. 
 
5. Grau de uniformidade de Precipitação (Coeficiente de precipitação ou Coeficiente de 
Christiansen, 1942 – Cuc) 












xn
xxi
xCuc 1100
 (%) onde, 
Cuc = coeficiente de uniformidade de precipitação (%) 
xi
= altura das precipitações (mm) 
x
 = média das alturas das precipitações (mm) 
n = número de observações 
 
xi = 
área
volume
 volume = volume de água captado no pluviômetro (mm
3
) 
área = área do bocal do pluviômetro (mm
2
) = A =d2/4, 
sendo d = diâmetro do bocal do pluviômetro 
 
Valores aceitáveis 85% < Cuc < 95%Cuc < 80% : aceitáveis para culturas de raízes longas, com 
chuva no período de irrigaçãoSegundo Pillsbury e Degan (1968) o Cuc pode ser aceitável para diferentes espaçamentos das 
plantas: 
 
Espaçamento entre plantas (m) cuc (%) mínimo 
0 – 2 85 
2 – 4 80 
4 – 6 75 
6 – 8 65 
 
 
 
 
Página 37 de 77 
37 
6. Eficiência de Irrigação 
 
Dose bruta: Precipitação que aplica-se na área. 
Dose líquida: Precipitação que é armazenada no solo e pode ser aproveitada pelas plantas. 
 
Dose bruta = Dose líquida + Perdas 
Dose bruta = Dose líquida/eficiência do sistema. 
 
 
 
A dose bruta é sempre maior que a dose líquida pois ocorrem perdas 
Perdas durante a aplicação: interceptação vegetal, evaporação direta das gotas da chuva antes de 
atingirem o solo, escoamento superficial, percolação, ... 
Perdas por condução: vazamentos nas linhas 
A eficiência do sistema de irrigação por aspersão varia entre 60 e 95%. 
 60% Irrigação durante o dia em regiões semi-áridas (alta evaporação) 
 75% Irrigação durante o dia em regiões de clima moderado 
 90% Irrigação a noite (minimiza perdas por evaporação) 
 95% Irrigação por microaspersão e gotejamento 
 
7. Distribuição das linhas laterais 
 
A distribuição das laterais deve ser feita considerando vários fatores. 
 
 Topografia: condição principal. As linhas laterais devem ser paralelas as curvas de nível, para 
evitar diferença grande de pressão na linha, devido as perdas de carga, evitando assim 
desuniformidade de precipitação. 
 Comprimento máximo da linha lateral: Ajusta-se o comprimento das linhas laterais de modo a 
obter-se as menores perdas de carga. 
- declividade descendente: O ganho de energia por diferença de cota tende a compensar as 
perdas de carga ao longo da linha. Em geral podem ser linhas mais compridas que as de 
declividade ascendente. 
- declividade ascendente: Laterais menores pois haverá uma perda de energia por diferença 
de cota que será somada as perdas de carga ao longo da linha. 
Critério de projeto: perda de carga máxima em uma linha menor ou igual a 20% da pressão de 
serviço requerida pela linha. 
 
Página 38 de 77 
38 
Para uma distribuição uniforme das Pressões ao longo da linha, adota-se o critério de aumentar a 
pressão (+ 25%) no início da linha e diminui-se no final da linha (-25%). Desta forma a linha terá 
pressão ideal no meio. 
 Geometria da parcela: Preferencialmente adotar parcelas retangulares para facilitar o manejo da 
irrigação. 
 Direção predominante do vento: As linhas laterais devem estar dispostas na direção 
perpendicular ao vento, para favorecer a uniformidade de irrigação. 
 Direção das fileiras das plantas: As plantas devem ser cultivadas na direção paralela as laterais 
para facilitar o deslocamento dos condutos portáteis. 
 Ponto de tomada d’água: O ponto de tomada d’água deve ser preferencialmente no interior da 
parcela quando a irrigação é feita somente nesta parcela, ou fora das parcelas, em posição 
intermediária quando a irrigação é feita em várias parcelas. 
 
 
8. Dimensionamento das laterais e linhas principais 
 
As tubulações (linhas) têm a função de transportar e abastecer em cada tomada d´água a vazão de 
projeto à pressão adequada para irrigação em cada aspersor, já posicionado. 
 
 
Equação da continuidade: 
 
Q = A.V = cte ao longo do conduto, onde: 
 
Q = vazão (m
3
/s) 
A = área da seção transversal do conduto (A=d2/4), 
d = diâmetro do Conduto (m
2
) 
V = Velocidade da água dentro do conduto (m/s) 
 
Dimensionamento da linha lateral 
 
 O diâmetro interno e o comprimento da linha lateral devem ser projetadas de forma que a 
diferença de vazão entre o primeiro e ultimo aspersor não exceda em 10%, isto representa uma 
variação da pressão em 20%. 
 Existem varias equações para dimensionamento de tubulações, entretanto, a de Hazen-
Willians é a mais utilizada no dimensionamento de linhas laterais, deverá ser utilizada para 
diâmetros acima de duas polegadas. 








87,4
85,1
641,10.
D
L
C
Q
LJhf
 
Onde: 
hf= perda de carga, mca 
J= perda de carga unitária, mca m
-1
; 
Q= vazão na linha lateral em m
3
 s
-1
; 
C= coeficiente de Hazen Willians, empírico; 
D= diâmetro interno da linha lateral, m; 
L= comprimento da linha lateral. 
 
 
 
 
Página 39 de 77 
39 
A perda de carga hf é função da perda de carga fictícia hf’, logo: 
hf=F.hf’ 
 
Resolvendo a equação de Hazen-Willians em função do diâmetro, tem-se: 
 
205,0
1
85,1
205,0
85,1
.
641,10
'
641,10






























Fhf
L
C
Q
hf
L
C
Q
D
 
 
O fator F pode ser calculado pela seguinte equação: 
 





2.6
1
.2
1
1
1
N
m
Nm
F
 
 
Em que 
m = coeficiente que depende do expoente da velocidade na equação em uso (se Hazen Willians, 
m=1,85, se Darcy Weisbach m=2) 
N = numero de saidas ao longo da tubulação. 
 
Dimensionamento de linhas laterais de dois diâmetros 
 
Visando simplificar e agilizar o dimensionamento de linha lateral com dois diâmetros Denículi et al 
1992 apresentam a seguinte equação: 
 
21
1
2
1
1
1
2
1
1
LLL
L
D
D
D
D
L
m
n
n




























 
 
Onde: 
L= comprimento total da linha lateral, m; 
L1= trecho da linha lateral correspondente ao maior diâmetro-D1, m; 
L2= trecho da linha lateral correspondente ao menor diâmetro-D2, m; 
D= diâmetro interno da linha lateral, m; 
D1= diâmetro interno comercial superior, m; 
D2= diâmetro interno comercial inferior, m; 
m= coeficiente de Hazen-Willians, m=1,85 
n= 4,87. 
 
Dimensionamento da Linha secundaria e principal 
 
 O principal objetivo no dimensionamento no dimensionamento da linha principal é 
selecionar os diâmetros das tubulações de modo que ela possa cumprir sua função (conduzir água 
em quantidade e pressão requeridas para o funcionamento das LL em qualquer posição) 
economicamente. 
 
Página 40 de 77 
40 
Dimensionamento baseado no Método do limite de velocidade 
 
 É o mais utilizado, devido a sua praticidade. Consiste em limitar a velocidade de 
escoamento na tubulação entre 1 e 2 m/s. uma vez fixada a velocidade, determina-se o diâmetro da 
linha principal utilizando a equação da continuidade. 
 
5,0
.
.4







V
Q
D

 
 
Obs. Existem ainda outros métodos para determinação do diâmetro de linha principal, por exemplo, 
método da analise econômica. 
 
 
Linhas de recalque e sucção 
 
 As linhas de recalque são dimensionadas semelhantemente à linha principal, logo, deverão 
ter o mesmo diâmetro do primeiro trecho da linha principal. Já as linhas de sucção devem ter o 
diâmetro comercial imediatamente superior ao da linha de recalque. 
 
Altura manométrica do sistema (Hm em mca) 
 
 A altura manométrica do sistema corresponde a pressão máxima que a bomba deve fornecer 
e pode ser assim determinada: 
 
Hm = Pin + hfp + DNp + hfr + DNr + hfs + DNs + hfl 
 
Onde: Pin = pressão no inicio da LL, mca; 
 hfp = perda de carga na LP, mca; 
 DNp = diferença de nível ao longo da LP,m; 
 hfr = perda de carga na tubulação de recalque, mca; 
 DNr = diferença de nível de recalque, m; 
 hfs = perda de carga na tubulação de sucção, mca; 
 DNs = altura de sucção, m; 
 hfl = perda de carga localizada, mca. 
 
Conjunto Motor-Bomba 
 
 As bombas centrifugas são as mais utilizadas em sistemas de irrigação,a seleção da bomba 
é feita com base na vazão a ser recalcada e na altura manométrica total da instalação. Com a vazão a 
a altura manométrica so sistema pode-se selecionar aquela que ofereça maior rendimento, usando o 
catalogo do fabricante. Geralmente, o catalogo traz a potencia necessária no eixo da bomba ou a 
potencia a ser fornecida pelo motor (Pm) 
.
.75
.
onde
Rb
HmQs
Pm  
Pm = potencia do motor, cv; 
Qs = vazão do sitema L.s
-1
; 
Rb = rendimento da bomba 
 
 
Página 41 de 77 
41 
Fonte de energia Unidade Consumo por cv hora
-1
 
Óleo diesel Litro 0,22 a 0,32 
Mono e bifásico Kilowatt-hora 0,96 a 1,13 
Trifásico Kilowatt-hora 0,82 a 1,01 
 
Para estimativa do consumo de energia por safra é necessário determinar o numero de horas 
provável (NHP) para o qual o sistema vai operar. 
 
3600...
.
QsEAEc
AETs
NHO 
 
 
Onde Ets= evapotranspiracao da cultura por safra, mm; 
A = área a ser irrigada, m
2
; 
Ec = eficiência de condução, decimal; 
Qs = vazão do sistema de irrigação, L.s
-1
. 
 
Motores fabricados ate o ano de 1996 necessitavam de um acréscimo de potencia de 10 a 30% em 
função da potencia do motor. Os motores fabricados após esta data não necessitam de tais folgas, 
pois já incorporam reserva de potencia, que multiplica a potencia nominal e permite que o motor 
suporte níveis de sobrecarga em regime continuo, cujo limite é denominado fator de serviço (FS). 
 
 A potencia consumida (Pc) pelo conjunto motobomba é função do rendimento do motor 
(Rm) e pode ser assim determinada: 
Rm
Pm
Pc 
 
 
 O consumo de energia (CTE) por ano ou por safra em kwh pode ser estimado por: 
 
CTE = Pc.NHP.0,736 Para determinar o custo de bombeamento é só multiplicar o 
consumo total de energia ou combustível pelos respectivos custos unitários. 
 
 
 
 
 
Página 42 de 77 
42 
Irrigação por superficie 
 
Os métodos de irrigação podem ser divididos em pressurizados 
e nao pressurizados. Nos não-pressurizados (irrigação por 
superficie) a agua é conduzida por gravidade diretamente sobre a 
superficie do solo até o ponto de aplicação, exigindo, portanto, 
areas sistematizadas e com declividades de 0 a 6 %, de acordo com 
o tipo de irrigação. 
A escolha do método de irrigação a ser utilizado em cada área 
deve ser baseada na viabilidade tecnicca, econômica, amiental do 
projeto e nos seus benefícios sociais. 
Os métodos de irrigação por tabuleiros e sulcos são os mais 
utilizados. Os tabuleiros consistem de quadras com tamanhos de ate 
0,8 ha onde a água fica contida por taipas (leiras de terra de 
cerca de 50 cm de altura e 50 cm de largura). Os tabuleiros podem 
ser em nivel ou desnível maximo equivalente a 2/3 da altura da 
amina de água no tabuleiro que por sua vez depende da planta a ser 
irrigada. A lamina permanente é em geral no maximo de 20 cm. Neste 
caso o desnível maximo n o tabuleiro seria de apenas 1 cm. 
A preparação dos tabuleiros requer o emprego do trator de 
laminas ou motoniveladoras. Como a superfície do terreno é em 
geral irregular, é preciso fazer um levantamento planialtimetrico 
detalhado e depois determinar os pontos onde haverá os cortes ou 
aterros. Este procedimento é conhecido como sistematização do 
terreno. 
 
 
 
 
Página 43 de 77 
43 
Os sulcos são preparados com sulcadores acoplados ao trator. 
Sua largura é de 25 a 30 cm e possuem profundidade de 20 a 30 cm. 
A vazão no sulco é em geral inferior a 3 l s
-1
 e a faixa molhada 
resultante tem largura que varia dependendo da textura do solo. Em 
geral varia de 0,9 a 2,0 metros. 
A velocidade da água no sulco não pode ser erosiva e pode ser 
estimada como: 
 
Qmax.(l s
-1
) = C / S
a
 onde: 
 
C e a são constantes (tabela abaixo)e S é a declividade 
longitudinal do sulco (%). 
Textura C a 
Muito fina (argiloso) 0,892 0,937 
Fina 0,988 0,550 
Media 0,613 0,733 
Grossa (arenoso) 0,644 0,704 
Muto grossa (arenoso) 0,665 0,548 
 
Por exemplo, para um sulco com declividade de 1% num solo de 
textura fina, 
Qmax.(l s
-1
) = C / S
a
 
Qmax.(l s
-1
) = 0,988 / 1
0,55
 = 0,99 l/s. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Página 44 de 77 
44 
TABELA 1. Profundidade efetiva do sistema radicular (Z) de algumas 
culturas no estágio de máximo desenvolvimento vegetativo. 
 
CULTURA Z (cm) CULTURA Z (cm) 
Abacate 60 - 90 Laranja 60 
Abacaxi 20 - 40 Linho 20 
Abóbora 50 Maçã 60 
Alcachofra 70 Mangueira 60 
Alface 20 - 30 Melancia 40 - 50 
Alfafa 60 Melão 30 - 50 
Algodão 60 Milho 40 
Alho 20 - 30 Morango 20 - 30 
Amendoim 30 Nabo 55 - 80 
Arroz 20 Pastagem 30 
Arroz 30 - 40 Pepino 35 - 50 
Aspargo 120 - 160 Pêssego 60 
Aspargo 120 - 160 Pimenta 50 
Aveia 40 Pimentão 30 - 70 
Banana 40 Rabanete 20 - 30 
Batata 25 - 60 Rami 30 
Batata-doce 50 - 100 Soja 30 - 40 
Berinjela 50 Tabaco 30 
Beterraba 40 Tomate 40 
Café 50 Trigo 30 - 40 
Café 40 - 60 Vagem 40 
Cana-de-açucar 40 Videira 60 
Cebola 20 - 40 
Cenoura 35 - 60 
Couve 25 - 50 
Couve – flor 25 - 50 
Ervilha 50 - 70 
Espinafre 40 - 70 
Feijão 40 
Fontes: Manual IRRIGA LP – TIGRE 
 CNPH/EMBRAPA 
 
 
 
 
 
 
 
 
Página 45 de 77 
45 
TABELA 2. Tensão de água no solo na qual deve-se promover a irrigação para obter-
se rendimento máximo em várias culturas. 
Cultura Tensão (kPa) Cultura Tensão (kPa) 
Abacate 50 Limoeiro 400 
Aipo 20 - 30 Mangueira 30 
Alface 40 - 60 Melão 30 - 80 
Alfafa 150 Milho 50 
Algodão 100 - 300 Morango 20 - 30 
Alho 15 - 30 Pepino 100 - 300 
Aspargo 50 Repolho 60 - 70 
Banana 30 - 150 Soja 50 - 150 
Batata 20 - 40 Sorgo 60 - 130 
Batata doce 240 Tabaco 30 - 80 
Batatinha 30 - 50 Tomate industrial 30 
Beterraba 40 - 60 Tomate salada 30 - 100 
Brócolos 40 - 70 Trigo 80 - 150 
Café 30 - 60 Vagem 25 - 70 
Cana-de-açúcar 25 - 30 Videira 40 - 60 
Cantaloupe 35 - 40 
Capim 30 - 100 
Cebola 15 – 45 
Cenoura 20 – 30 
Couve 30 - 70 
Couve–flor 60 - 70 
Ervilha 100 - 200 
Feijão 60 - 100 
Laranjeira 30 - 100 
Lentilha 200 - 400 
Fontes: 1. MILLAR (1984); 2. SILVA, PINTO & AZEVEDO (1996) 
 3.CNPH/EMBRAPA (1996); 4. JÚNIOR (1997) 
Obs.: (atmosférica técnica – usualmente empregada para transformações de unidades de 
pressão) 10 mca = 1.000 cmca = 100 kPa = 1 atm = 1 bar = 14,22 lb/in2 ou 14,22 psi = 1 kgf/cm2 = 
10.000 kgf/m
2
 
 
 
 
Página 46 de 77 
46 
TABELA 3. Fator de disponibilidade de água no solo (f) de acordo com grupos de 
culturas e evapotranspiração da cultura (Etc). 
Grupo Culturas 
1 cebola, pimenta, batata 
2 banana, repolho, uva, ervilha, tomate 
3 alfafa, feijão, cítricas, amendoim, abacaxi, girassol, melancia, trigo 
4 algodão, milho, azeitona, açafrão, sorgo, soja, beterraba, cana-de-açúcar, fumo 
 
Grupo da 
Cultura 
Etc (mm/dia) 
2 3 4 5 6 7 8 9 10 
1 0,500 0,425 0,350 0,300 0,250 0,225 0,200 0,200 0,175 
2 0,675 0,575 0,475 0,400 0,350 0,325 0,275 0,250 0,225 
3 0,800 0,700 0,600 0,500 0,450 0,425 0,375 0,350 0,300 
4 0,875 0,800 0,700 0,600 0,550 0,500 0,450 0,425 0,400 
 
 
Figura: Tanque Classe A. Figura: Infiltrômetro de anel. 
 
Figuras: Manometros e equipamentos para construçao da curva retenção de água no solo. 
 
Página 47 de 77 
47 
TABELA 4. Coeficiente do tanque tipo classe “A” (Kt) para diferentes coberturas do 
terreno, níveis de umidade relativa média e velocidade total do vento em 24 horas. 
Vento(km/dia) 
Bordadura 
(m) 
Tanque colocado em área 
cultivada com grama verde de 
pouca altura 
Tanque colocado em 
área sem vegetação 
UR média (%) UR média (%) 
Baixa 
< 40 
Médi
a 40-70 
Alta 
> 70 
Baix
a < 40 
Méd
ia 40-70 
Alta 
 > 
70 
Fraco 
< 175 
1 0,55 0,65 0,75 0,70 0,80 0,85 
10 0,65 0,75 0,85 0,60 0,70 0,80 
100 0,70 0,80 0,85 0,55 0,65 0,75 
1000 0,75 0,85 0,85 0,50 0,60 0,70 
 
Moder
ado 175-
425 
1 0,50 0,60 0,65 0,65 0,75 0,80 
10 0,60 0,70 0,75 0,55 0,65 0,70 
100 0,65 0,75 0,80 0,50 0,60 0,65 
1000 0,70 0,80 0,80 0,45 0,55 0,60 
 
Forte 
425-
700 
1 0,45 0,50 0,60 0,60 0,65 0,70 
10 0,55 0,60 0,65 0,50 0,55 0,65 
100 0,60 0,65 0,70 0,45 0,50 0,60 
1000 0,65 0,70 0,75 0,40 0,45 0,55 
 
Muito 
forte 
> 700 
1 0,40 0,45 0,50 0,50 0,60 0,65 
10 0,45 0,55 0,60 0,45 0,50 0,55 
100 0,50 0,60 0,65 0,40 0,45 0,50 
1000 0,55 0,60 0,65 0,35 0,40 0,45 
 
 
 
 
Página 48 de 77 
48 
TABELA 5. Coeficiente de cultivo (Kc) 
 
Cultura 
Fases de desenvolvimento da cultura 
Período 
vegetativo 
total 
Inicial 
Desenvol-
vimento da 
cultura 
Período 
interme-
diário 
Final do 
ciclo 
Na 
colheita 
Alfafa 0,3-0,4 1,05-1,2 0,85-1,05 
Algodão 0,4-0,5 0,7-0,8 1,05-1,25 0,8-0,9 0,65-0,7 0,8-0,9 
Amendoim 0,4-0,5 0,7-0,8 0,95-1,1 0,75-0,85 0,55-0,6 0,75-0,8 
Arroz 1,1-1,15 1,1-1,5 1,1-1,3 0,85-1,05 0,95-1,05 1,05-1,2 
Banana 
Tropical 0,4-0,5 0,7-0,85 1,0-1,1 0,9-1,0 0,75-0,85 0,7-0,8 
Subtropical 0,4-0,65 0,8-0,9 1,0-1,2 1,0-1,15 1,0-1,15 0,85-0,95 
Batata 0,4-0,5 0,7-0,8 1,05-1,2 0,85-0,95 0,7-0,75 0,75-0,9 
Beterraba açucareira 0,4-0,5 0,75-0,85 1,05-1,2 0,9-1,0 0,6-0,7 0,8-0,9 
Cana-de-açúcar 0,4-0,5 0,7-1,0 1,0-1,3 0,75-0,8 0,5-0,6 0,85-1,05 
Cártamo 0,3-0,4 0,7-0,8 1,05-1,2 0,65-0,7 0,2-0,25 0,65-0,7 
Cebola 
Seca 0,4-0,6 0,7-0,8 0,95-1,1 0,85-0,9 0,75-0,85 0,8-0,9 
Verde 0,4-0,6 0,6-0,75 0,95-1,05 0,95-1,05 0,95-1,05 0,7-0,8 
Citros 
Com tratos culturais 0,65-0,75 
Sem tratos culturais 0,85-0,9 
Ervilha, verde 0,4-0,5 0,7-0,85 1,05-1,2 1,0-1,15 0,95-1,1 0,8-0,95 
Feijão 
Verde 0,3-0,4 0,65-0,75 0,95-1,05 0,9-0,95 0,85-0,95 0,85-0,9 
Seco 0,3-0,4 0,7-0,8 1,05-1,2 0,65-0,75 0,25-0,3 0,7-0,8 
Girassol 0,3-0,4 0,7-0,8 1,05-1,2 0,7-0,8 0,35-0,45 0,75-0,85 
Melancia 0,4-0,5 0,7-0,8 0,95-1,05 0,8-0,9 0,65-0,75 0,75-0,85 
Milho 
Doce 0,3-0,5 0,7-0,9 1,05-1,2 1,0-1,15 0,95-1,1 0,8-0,95 
Grão 0,3-0,5 0,7-0,85 1,05-1,2 0,8-0,95 0,55-0,6 0,75-0,9 
Oliveira 0,4-0,6 
Pimentão verde 0,3-0,4 0,6-0,75 0,95-1,1 0,85-1,0 0,8-0,9 0,7-0,8 
Repolho 0,4-0,5 0,7-0,8 0,95-1,1 0,9-1,0 0,8-0,95 0,7-0,8 
Soja 0,3-0,4 0,7-0,8 1,0-1,15 0,7-0,8 0,4-0,5 0,75-0,9 
Sorgo 0,3-0,4 0,7-0,75 1,0-1,15 0,75-0,8 0,5-0,55 0,75-0,85 
Tabaco 0,3-0,4 0,7-0,8 1,0-1,2 0,9-1,0 0,75-0,85 0,85-0,95 
Tomate 0,4-0,5 0,7-0,8 1,05-1,25 0,8-0,95 0,6-0,65 0,75-0,9 
Trigo 0,3-0,4 0,7-0,8 1,05-1,2 0,65-0,75 0,2-0,25 0,8-0,9 
Uva 0,35-0,55 0,6-0,8 0,7-0,9 0,6-0,8 0,55-0,7 0,55-0,75 
Primeiro valor: com umidade elevada (UR min > 70%) e vento fraco (U < 5 m/s). 
Segundo valor: com umidade baixa (UR min < 20%) e vento forte (U > 5 m/s). 
Obs.: Abacaxi (EPAMIG/Janaúba) de 60 a 150 dias Kc = 0,5, de 150 a 300 dias Kc = 0,7 e 
de 300 a 400 dias Kc = 0,5. 
 
Página 49 de 77 
49 
TABELA 6. Coeficiente de cultura (Kc) em diferentes estádios de desenvolvimento, 
em função da umidade relativa e velocidade do vento, para diversas hortaliças. 
Hortaliça 
Estádios de desenvolvimento 
I
*
 II III IV 
Abóbora 0,4-0,5 0,65-0,75 0,9-1,0 0,7-0,8 
Aipo 0,3-0,5 0,7-0,85 1,0-1,15 0,9-1,05 
Alcachofra 0,3-0,5 0,65-0,75 0,95-1,05 0,9-1,0 
Alface 0,5-0,6 0,7-0,8 0,95-1,05 0,9-1,0 
Batata 0,4-0,5 0,7-0,8 1,05-1,2 0,7-0,75 
Berinjela 0,3-0,5 0,7-0,8 0,95-1,1 0,8-0,9 
Beterraba 0,4-0,5 0,7-0,8 1,05-1,2 0,6-0,7 
Brássicas
**
 0,4-0,5 0,75-0,85 0,95-1,1 0,8-0,95 
Cebola 0,4-0,6 0,7-0,8 0,95-1,1 0,75-0,85 
Cenoura 0,5-0,6 0,7-0,8 1,0-1,15 0,7-0,85 
Ervilha seca 0,4-0,5 0,7-0,85 1,05-1,2 0,25-0,3 
Ervilha seca
***
 0,4-0,5 0,7-0,85 0,7-0,8 0,25-0,3 
Ervilha verde 0,4-0,5 0,65-0,75 1,05-1,2 0,95-1,1 
Espinafre 0,4-0,5 0,7-0,85 0,95-1,05 0,9-1,0 
Lentilha 0,4-0,5 0,75-0,85 1,05-1,15 0,25-0,3 
Melancia 0,4-0,5 0,7-0,8 0,95-1,05 0,65-0,75 
Melão 0,4-0,5 0,7-0,8 0,95-1,05 0,65-0,7 
Milho-doce 0,3-0,5 0,7-0,9 1,05-1,2 0,95-1,1 
Pepino 0,4-0,5 0,65-0,75 0,9-1,0 0,7-0,8 
Pimentão 0,4-0,5 0,60-0,65 0,95-1,1 0,8-0,9 
Rabanete 0,5-0,6 0,55-0,65 0,8-0,9 0,75-0,85 
Repolho 0,4-0,5 0,7-0,8 0,95-1,1 0,8-0,95 
Tomate 0,4-0,5 0,7-0,8 1,05-1,25 0,6-0,65 
Tomate indust
***
 0,5-0,6 0,6-0,65 0,75-0,85 0,6-0,65 
Vagem 0,3-0,5 0,65-0,75 0,95-,105 0,85-0,9 
Primeiro valor: sob alta umidade (URmin > 70%) e vento fraco (U < 5 m/s). 
Segundo valor: sob baixa umidade (UR min < 50%) e vento forte (U > 5 m/s). 
*
 Para turno de rega de 1 e 2 dias consultar item 3.2 para estimativa de Kc. 
**
 Brócolos, couve-flor, couve-de-bruxelas etc. 
***
 Para condições edofoclimáticas da região de cerrados do Brasil Central. 
Estádio I: germinação ate 10% do desenvolvimento vegetativo 
Estádio II: de 10 a 80% do desenvolvimento vegetativo 
Estádio III: 80% do desenvolvimento vegetativo até o inicio da maturação 
Estádio IV: do inicio do amadurecimento ate a colheita. 
Fonte: Adaptado de Doorenbos & Pruit (1977) e Doorenbos & Kassam (1979). 
 
Página 50 de 77 
50 
Tabela 7. Tubos de engate rápido para irrigação por aspersão. 
 
Tubos de Aço Zincado (ASBRASIL) 
Diâmetro externo (nominal) 
 (mm) 
Diâmetro Interno 
(mm) 
50 48 
70 68 
89 87 
108 106 
133 130 
159 156 
200 196 
 
Tubos de Alumínio 
Diâmetro externo (nominal) 
(polegada) 
Diâmetro Interno 
(mm) 
3 73,5 
4 98,5 
5 124,4 
 
Tubos de PVC 
Diâmetro externo (nominal) 
(polegada) 
Diâmetro Interno 
(mm) 
2 46,8 
3 70,7 
4 94,4 
 
Obs. Verificar catálogos para outros fabricantes. 
 
 
 
Tabela 8. Fator de múltiplas saídas (F) para correção da perda de carga em linhas 
laterais. 
 
Número da aspersores na linha 
(saídas) 
 
F 
Número da aspersores na 
linha (saídas) 
 
F 
1 1,000 9 0,408 
2 0,639 10 0,402 
3 0,534 11 0,397 
4 0,485 12 0,393 
5 0,457 13 0,390 
6 0,438 14 0,387 
7 0,425 15 0,385 
8 0,416 16 0,382 
 
 
 
 
Tabela 9. Acréscimo de potência para motores em relação à potência necessária na 
bomba. 
 
Potência necessária na bomba (CV) Acréscimo de potência para o motor(%) 
< 2 30 
2 a 5 25 
5 a 10 20 
10 a 20 15 
>20 10 
 
 
 
Página 51 de 77 
51 
Tabela 10. Valores coeficiente C da equação de Hazen-Williams para tubos usados em 
irrigação. 
 
Material do tubo Valor de C 
Aço Zincado 130 
Alumínio 140 
PVC 150 
 
Tabela 11. Tubos de polietileno de alta densidade (PEAD) utilizados em autopropelidos 
do tipo carretel enrolador (hidro-roll). 
 
Diâmetro externo (mm) Classe de Pressão de Serviço Diâmetro Interno (mm) 
75 PN - 08 63,8 
90 PN - 08 76,6 
110 PN - 08 93,8 
110 PN- 10 90,0 
125 PN - 08 106,4 
125 PN- 10 102,2 
125 PN - 12 98,2 
 Fonte - Tubos e Conexões TIGRE. 
 
 
Tabela 12. Diâmetros de mangotes “spiraflex - sucção leve”utilizados em sucção de 
bombas. 
 
Diâm. Externo Diâm. Interno Raio Curvatura Pressão Trabalho Vácuo 
(mm) (pol) (mm) (mm) (mca) (mca) 
32 1 25,40 95 63,3 20,4 
38 1 1/4 31,75 120 56,2 20,4 
44 1 1/2 38,10 130 56,2 20,4 
57 2 50,80 160 56,2 20,4 
73 2 1/2 63,50 210 53,0

Outros materiais