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História da Enfermagem aula 05

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Florence Nightingale, considerada a fundadora da Enfermagem Moderna. 
Bela, poderosa, nascida em uma família rica da Inglaterra, Nightingale 
estudou Filosofia, grego, Matemática, música, pintura e Arquitetura. 
 
Vivia um conflito interno, por considerar mesquinhas as atitudes da sua família, em não deixar 
que aplicasse seu saber e inteligência em algo útil. 
 
Após completar 17 anos, depois de ouvir a voz de Deus, passou a estudar relatórios 
hospitalares secretamente e a escrever sugestões para melhorá-los. 
 
Por ter um caráter contrário às convenções de sua época, recusou vários casamentos, por 
acreditar ser predestinada a cumprir uma missão importante. 
Florence acreditava que a essência da ciência e da arte de cuidar da 
Enfermagem estava em atender o doente com assistência adequada. 
Para isso, sistematizou o cuidado focalizando os seguintes pontos: 
 Iluminação; 
 Limpeza dos alojamentos e das paredes; 
 Cama e roupas de cama limpas; 
 Higiene pessoal; 
 Observação do doente; 
 Seleção e preparo dos alimentos; 
 Esperanças e conselhos. 
Passou também a ajudar com seus próprios recursos e de amigos. Essa 
atitude, em seis meses, reduziu a mortalidade de 42% para 2%. 
 
1859 - Fundou a Escola de Enfermagem no Hospital Saint Thomas, com aulas 
teóricas e práticas com duração de um ano. 
 
Você, certamente, conhece o símbolo da enfermagem, representado pela lâmpada à óleo. Mas, 
saberia dizer como esse objeto se tornou um símbolo tão importante? Após o recolhimento de 
todos, Florence fazia sua ronda solitária nos alojamentos dos soldados. Para isso, usava uma 
pequena lâmpada para iluminar o caminho e observar as condições dos enfermos. Desde 
então, a lâmpada tornou-se o símbolo da Enfermagem no mundo. 
 
O cuidado cientifico está pautado em: 
* Ventilação: ar fresco, sem correntes de ar. Conservar o ar que o paciente respira tão puro 
quanto o ar exterior, sem deixá-lo sentir frio. É o primeiro e último princípio sobre o qual a 
atenção da enfermeira deve fixar-se, sem o que, todo o restante que possa fazer por ele, não 
terá nenhum valor. 
 
* Iluminação: Os doentes têm, depois do ar puro, a necessidade de iluminação. Não é apenas a 
claridade que desejam, mas a luz solar direta. 
 
* Calor: A enfermeira deve observar atentamente o paciente, a fim de evitar que ele se resfrie, 
prevenindo a perda de calor vital, essencial à recuperação. 
 
* Alimentaação: Essencial ao processo de cura, deve ser minuciosamente observada pela 
enfermeira. 
 
* Odores: O odor resultante da doença deve ser removido do corpo. Ao ventilar-se o quarto do 
doente, deve-se evitar o ar proveniente de esgoto; os utensílios de quarto devem ser mantidos 
limpos, livres de odores e guardados em local apropriado. 
 
* Limpeza: Refere-se ao ambiente, pois um quarto sujo é fonte certa de infecções, ao paciente, 
de quem a higiene cuidadosa remove matérias nocivas do sistema. Além de proporcionar alívio 
e conforto, a enfermeira deve estar sempre limpa e ter o cuidado de lavar as mãos 
frequentemente durante o dia. 
 
* Ruídos: Elemento ambiental ao qual a enfermeira deve estar atenta. Qualquer sacrifício é 
válido para assegurar o silêncio, pois nem um bom arejamento nem uma boa assistência serão 
benéficos para o doente sem o necessário silêncio. 
 
+ Três componentes que fazem parte da Teoria de Florence: 
 
* Ambiente físico: A higiene constitui uma noção inclusa, relacionada com todos os aspectos do 
ambiente físico em que se encontra o paciente. 
 
* Ambiente psicológico: Um ambiente negativo poderia causar estresse físico, daí afetando o 
emocional do paciente. Recomenda-se que se ofereça ao paciente uma variedade de 
atividades para manter sua mente estimulada, enfatizando a necessidade de comunicação; 
 
*Ambiente social: É visto como essencial na prevenção de doenças e refere-se especialmente 
à coleta de dados, na qual a enfermeira deve empregar todo o seu poder de observação. 
 
A partir da Teoria Ambientalista, passamos a ter um novo entendimento do cuidado. 
* Cuidado empírico (saber popular): Requer algum ensino prático e tem por objetivo a 
prevenção de doenças e pode ser praticada por todos. 
 
* Cuidado científico: Ciência que requer uma educação formal, organizada e científica para 
cuidar dos que sofrem com a doença. 
 
Para a Teoria Ambientalista, a doença é vista como um processo restaurador, que traduz um 
esforço da natureza para corrigir um processo de desgaste. Assim, o papel da enfermeira é 
ajudar o doente a manter suas forças vitais a fim de prevenir a doença. Nesse contexto, a 
saúde é entendida por Nightingale como o resultado da interação de fatores ambientais, e não 
apenas como o contrário da doença. 
 
Segundo Florence, o ser humano tem habilidades e responsabilidade de alterar sua situação 
existencial. E a enfermagem tem a função de colocar o indivíduo nas melhores condições para 
a natureza agir, o que seria obtido basicamente pela ação sobre o ambiente. 
 
Nightingale entende a sociedade e o ambiente como condições externas que afetam a vida e o 
desenvolvimento do indivíduo. Ainda, caracteriza o ambiente como um elemento externo à 
pessoa que afeta tanto a saúde do doente quanto a pessoa saudável. 
 
- Aspectos críticos: 
 
* Desigualdade social: Traço inevitável de qualquer sociedade e responsável pelas 
transformações da História, a partir de conflitos entre dominantes e dominados. 
 
* Poder: Fenômeno que atinge a todas as dimensões do convívio humano e nas organizações 
sociais. Possui características como: soberania, liderança e obediência, hierarquia e 
subordinação, influência, prestígio e autoridade. É encontrada em todas as relações sociais. 
 
* Discurso formal da Enfermagem: Baseado na transformação da pobreza e em princípios de 
saneamento e compromisso institucional, propondo a mudança do comportamento dos pobres 
em casa ou nos hospitais. 
 
* Ambiguidade da prática: Florence propôs a divisão social do fazer em Enfermagem. O fazer 
intelectual para as moças de origem social destacada (lady-nurses) e o fazer manual para as 
moças de origem simples (nurses). 
 
* Sobre a escola fundada por Florence: Deveria primar pela disciplina e moral das alunas, pois 
era preciso moralizar o perfil da enfermeira da época, já estereotipado por serem mulheres de 
reputação questionável e que bebiam durante o trabalho. 
 
* Registro oficial: Florence liderou um movimento de enfermeiras inglesas que objetivava a 
obtenção do registro oficial e o reconhecimento do curso de Enfermagem. Ela argumentava 
que o registro não era necessário, uma vez que o real significado da profissão era o seu 
espírito vocacional e de submissão. Postura que, de certa forma, mostrava seu compromisso 
com as elites. Sua destacada posição social servia como meta para a ascensão da mulher na 
sociedade ocidental no início do século. Como consequência, a profissão saiu da fase de 
desmoralização social e passou para a fase autoritária e preconceituosa. O ingresso das 
moças no Hospital Saint Thomas exigia o máximo de elevação moral contra o mínimo de 
condições educacionais. As disciplinas eram rígidas e, por qualquer deslize, a candidata era 
afastada do curso. Perfil este que também existiu no Brasil na implantação da profissão, que 
perdurou por muitos anos.

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