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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE FI´SICA FI´SICA III - 2010/2 SEGUNDA CHAMADA 21/12/2010 PROBLEMA 1 (Casca esfe´rica e part´ıcula pontual) [ 2,5 ponto(s)] Na Figura 1, uma casca esfe´rica na˜o condutora (com constante diele´trica κ = 1), de raios interno a e externo b, tem uma densidade de carga volumar ρ = A/r, onde A e´ uma constante e r e´ a distaˆncia desde o centro da casca. Ale´m disso, uma part´ıcula pontual, de carga q, esta´ localizada no centro. Que valor deve ter A para que o campo ele´trico na casca (ou seja, a ≤ r ≤ b) tenha mo´dulo constante? a b Figura 1: Problema 1. Casca esfe´rica e part´ıcula pontual. • Soluc¸a˜o 1 Por simetria esfe´rica e pela lei de Gauss, temos que o campo ele´trico E(r), num ponto r dentro da casca, so´ tem componente r, que deve obedecer Er(r)4πr 2 = q + ∫ r r′=a(A/r ′)4πr′2dr′ ǫ0 = q + 2πA(r2 − a2) ǫ0 . Logo, Er(r) = q − 2πAa2 4πǫ0r2 + A 2ǫ0 . Portanto, para que o mo´dulo de E seja constante, devemos ter q = 2πAa2 , ou seja, A = q 2πa2 . PROBLEMA 2 (Treˆs distribuic¸o˜es de mesma carga) [ 2,5 ponto(s)] Nas situac¸o˜es a seguir, tome sempre o potencial como zero no infinito. (a) Na Figura 2a, qual e´ o potencial no ponto P devido a` part´ıcula de carga Q a uma distaˆncia R de P? [0,3 1 ponto] (b) Na Figura 2b, a mesma carga Q foi espalhada uniformemente sobre um arco circular de raio R e aˆngulo central de 60o. Qual e´ o potencial no ponto P , o centro de curvatura do arco? [0,6 ponto] (c) Na Figura 2c, a mesma carga Q foi espalhada uniformemente sobre um c´ırculo de raio R. Qual e´ o potencial no ponto P , o centro do c´ırculo? [0,6 ponto] (d) Ordene, justificando, as treˆs situac¸o˜es, de acordo com o mo´dulo do campo ele´trico que se estabelece no ponto P , do maior para o menor. [1,0 ponto] R Q 60o P (b) RQ P (a) P R Q (c) Figura 2: Problema 2. Treˆs distribuic¸o˜es de mesma carga. • Soluc¸a˜o 2 (a) O potencial de uma part´ıcula (pontual) e´ simplesmente V (P ) = 1 4πǫ0 Q R . (b) Obviamente, por superposic¸a˜o, o potencial continua exatamente o mesmo: V (P ) = ∫ arco 1 4πǫ0 dq R , ou seja, V (P ) = 1 4πǫ0 Q R . (c) Continua, de novo, por superposic¸a˜o, tendo o mesmo valor: V (P ) = 1 4πǫ0 Q R . (d) Agora, temos resultados diferentes. Na figura (a), temos, obviamente, E(a)(P ) = 1 4πǫ0 |Q| R2 . Ja´ na figura (c), por simetria, temos E(c)(P ) = 0 . Por fim, na figura (b), so´ sobrara´ a componente ao longo da bissetriz do aˆngulo mostrado; ou seja, sem necessidade de ca´lculo, temos 0 = E(c) < Eb) < E(a) . 2 PROBLEMA 3 (Tira de corrente) [ 2,5 ponto(s)] A Figura 3 mostra uma sec¸a˜o reta de uma tira muito longa e fina, de largura w, portando uma corrente I, uniformemente distribu´ıda para fora da pa´gina. Calcule o mo´dulo, direc¸a˜o e sentido do vetor campo magne´tico B em um ponto P no plano da tira, a uma distaˆncia L de sua borda. (Sugesta˜o: imagine a tira como constru´ıda a partir de muitos fios longos, finos e paralelos.) P w L Figura 3: Problema 3. Tira de corrente • Soluc¸a˜o 3 A tira pode ser pensada como uma superposic¸a˜o de retas (infinitas) de corrente, com espessura infinitesimal dz, cada uma das quais possuindo corrente de intensidade dI = Idz/w. Como o campo magne´tico de uma reta de corrente e´ proporcional ‘a sua corrente e inversamente proporcional a` distaˆncia, podemos escrever dB = µ0 2π dI L+ w − z ϕˆ . Enta˜o, B = ∫ w z=0 µ0I 2πw dz L+ w − z ϕˆ , ou seja, B = µ0I 2πw ln ( L+ w L ) ϕˆ . PROBLEMA 4 (Fio encurvado) [ 2,5 ponto(s)] Um fio e´ encurvado em treˆs segmentos circulares de raio R, como mostra a Figura 4. Cada segmento e´ um quadrante de c´ırculo, ab situado no plano XY , bc no plano Y Z e ca no plano ZX . (a) Se um campo magne´tico B uniforme aponta no sentido xˆ, qual e´ o mo´dulo da fem induzida no fio quando B cresce a uma taxa dB/dt = C = const > 0. [2,0 pontos] (b) Qual e´ o sentido da corrente no segmento bc (b→ c ou c→ b)? [0,5 ponto] • Soluc¸a˜o 4 (a) O fluxo do campo magne´tico atrave´s da superf´ıcie esfe´rica que o fio encurvado naturalmente define e´ Φ[S] = BπR2/4 . Logo, a fem sera´ E = − dB dt πR2/4 , ou seja, E = − πCR2 4 . 3 (b) Como o campo cresce em mo´dulo, pela lei de Lenz, deve surgir uma fem induzida, cuja correspondente corrente produza um campo magne´tico induzido oposto (tanto quanto poss´ıvel) ao pre´-existente. Isto significa que a corrente induzida deve, no segmento bc, ser no sentido de c para b: c→ b . Y X Z a b c Figura 4: Problema 4. Fio encurvado. 4
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