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Desenvolvimento e organização de Comunidade e Serviço Social

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Universidade Federal do Rio de Janeiro 
Centro de Filosofia e Ciências Humanas 
Escola de Serviço Social 
 
 
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AUTORA: Bruna Stephem Da Motta 
 
 ORIENTADORA: Gabriela M. Lema Icasuriaga 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2009 
 2 
 
Bruna Stephem Da Motta 
 
 
 
 
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
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso de Graduação, 
da Escola de Serviço Social da Universidade 
Federal do Rio de Janeiro. 
 
 
 
Orientadora: Prof. ª Dr. ª Gabriela M. Lema 
Icasuriaga 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2009 
 
 3 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. ª Dr. ª Gabriela Maria Lema Icasuriaga (ESS-UFRJ) 
Orientadora Presidente da Banca 
 
 
 
 
 
 
Profª Dr.ª Maristela Dal Moro (ESS-UFRJ) 
 
 
 
 
 
 
Profª Dr.º Luis Eduardo Acosta Acosta (ESS-UFRJ) 
 
 
 
 
Assistente Social Lucélia Ambrózio Irmão Marques 
(Fundação Bento Rubião e NIAC) 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro, _____ de agosto de 2009. 
 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aos meus pais, Valdir Motta e Fátima Regina, que 
me proporcionaram a oportunidade de ter chegado 
até aqui. Ao meu irmão, Thiago Motta pelo carinho. 
E ao meu amor Rodrigo Novaes pelo apoio e pelo 
amor demonstrado. 
 
 
 5 
AGRADECIMENTOS 
 Agradeço primeiramente à Deus, por cada instante ter me proporcionado coragem e 
determinação forças para realizar esse trabalho. 
Agradeço aos familiares que também acreditaram em mim, minha avó pelas 
orações, pela preocupação em sempre me amparar, muito obrigada! 
Agradeço à minha família pelo amor e apoio, já que têm sido meu alicerce de 
sustentação. O exemplo que me deram foi responsável pela concretização dessa conquista. 
À minha mãe agradeço pela dedicação e confiança que sempre depositou em mim. Sempre 
acreditou em mim e sabia que eu não a decepcionaria. Ao meu pai agradeço pelo exemplo 
de perseverança, de grande pai de família deixando que nunca nos faltasse nada, e de sua 
inabalável firmeza em todos os momentos. Foram imensos os gastos com transporte, 
alimentação, material escolar, escolas particulares – escolha mantida com muito custo, mas 
que acabou viabilizando-me ingressar em uma universidade pública. Após o ingresso na 
universidade os gastos foram ainda maiores. Me manter no Rio de Janeiro para que pudesse 
estudar exigiu muitos esforços, e por isso só tenho muito a agradecer. Obrigado mãe! 
Obrigado pai! Sem vocês dois, não sei se conseguiria chegar até onde cheguei. 
Não posso esquecer também de meu irmão Thiago, que quando iniciei a 
universidade e tive que morar longe, sentiu minha falta como ninguém. Meu irmão te 
agradeço, por ter sido sempre compreensivo em me ceder mais tempo no computador para 
terminar minha monografia. Saiba que você também foi muito importante na construção 
deste trabalho. 
Agradeço ao meu amor Rodrigo que, nesses últimos anos, esteve ao meu lado e 
nessa fase tão decisiva sempre respeitou meus momentos de estudo sem reclamar. 
Agradeço seu companheirismo, incentivos, por acreditar em mim, as soluções que arranjou 
 6 
para os problemas com o meu computador – rsrsrs - pelo seu amor,...Obrigada por me dizer 
sou capaz de realizar meus sonhos e por fazer que todos os meus dias sejam repletos de 
felicidade. Te Amo!!! 
Aos amigos, agradeço a todos que participaram desta fase da minha vida, às 
companheiras de estágio que me ajudaram a compreender tudo que estava acontecendo 
naquele período de descobertas de nossa graduação. Agradeço, em especial, a Lud, Gabi e 
Pierre que me ajudaram durante o curso, nas disciplinas e nos trabalhos. Trabalhos estes 
que nem sempre foram tranqüilos por culpa do Pierre que sempre arranjava um jeito de 
fazer alguma coisa errada fazendo todos se desentenderem – rsrsrsrs. Mas como todo fim 
tudo acabava dando certo e unindo-nos cada vez mais. Lud e Gabi muito obrigada por me 
socorrerem nas horas de sufoco. Espero um dia poder retribuir. Abrigada mesmo Amigos! 
Não posso esquecer das amigas do tempo do colégio, agradeço a Juliana, minha fiel amiga, 
que está sempre disponível para me aconselhar. Obrigada também pelo auxílio nas 
correções de português, como é estudante de Letras da UFRJ, tenho certeza que fez uma 
ótima contribuição para o meu trabalho e que será uma excelente profissional. 
À minha supervisora de campo de estágio, Lucélia Ambrósio que sempre me 
permitiu vivenciar a prática profissional de forma reflexiva, depositando sua confiança no 
meu trabalho e além de ter me orientado com suas palavras de incentivo. 
À minha orientadora Gabriela Lema, apesar do contato apenas nas aulas de 
Orientação e Treinamento Profissional, acreditou em mim quando pedi para me orientar. 
Obrigada pela oportunidade de realizar esse estudo. 
Enfim, todos aqueles que, de alguma forma, me ajudaram, chegar até aqui e 
alcançar essa conquista que para mim é muito valiosa. 
 7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“O futuro tem muitos nomes. 
Para os fracos é o inalcançável. 
para os temerosos, o desconhecido. 
Para os valentes é a oportunidade.” 
(Vitor Hugo) 
 8 
 
RESUMO 
 
Este trabalho propõe realizar um estudo histórico da inserção e formação 
profissional do serviço social, em atividades voltadas para o desenvolvimento de 
comunidade no Brasil, além de levar em consideração os movimentos de mudanças dentro 
da categoria profissional do Serviço Social. Pretende-se também neste trabalho realizar uma 
análise das reformas curriculares do curso de Serviço Social, mais precisamente na Escola 
de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Através desta analise, se 
problematizará a pertinência da disciplina Desenvolvimento de Comunidade no currículo 
atual ou a apresentação de uma nova proposta de associação entre teoria e prática no trato 
das intervenções em comunidade. Para o andamento deste trabalho, utilizaram-se alguns 
procedimentos metodológicos como: pesquisa bibliográfica, pesquisa documental realizada 
no setor de Protocolo/Arquivo Morto, pesquisa na Sessão de Ensino da ESS/UFRJ e 
entrevista com professores e alunos da ESS/UFRJ . 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 9 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO 11 
CAPÍTULO I: ORIGEM DO DESENVOLVIMENTO DE COMUNIDADE E 
INSERÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL. 
13 
 
1.1. A proposta do Desenvolvimento de Comunidade 13 
1.2. O Desenvolvimento de Comunidade no Brasil 16 
1.3. Inserção do Serviço Social. 20 
1.4. Movimentos de Mudança no Serviço Social 25 
CAPITULO II: DESENVOLVIMENTO DE COMUNIDADE E FORMAÇÃO DO 
SERVIÇO SOCIAL: AS REFORMAS CURRICULARES NA ESCOLA DE SERVIÇO 
SOCIAL DA UFRJ. 
28 
2.1. Mudanças Curriculares do Curso de Serviço Social na Escola de Serviço Social /UFRJ 28 
2.2. Currículo implementado na ESS/UFRJ em 1970 31 
2.3. Currículo implementado na ESS/UFRJ em 1983 34 
2.4. Currículo implementado na ESS/UFRJ em 1994 39 
2.5. Currículo implementado na ESS/UFRJ em 2001 42 
2.6. Currículo implementado na ESS/UFRJ em 2008 46 
CAPITULO III: PERTINÊNCIA DA DISCIPLINA DESENVOLVIMENTO DE 
COMUNIDADE NO ATUAL CURRÍCULO DA ESS/UFRJ. 
49 
3.1. Demarcação das Entrevistas 49 
3.2. Colocações dos professores sobre a disciplina Desenvolvimento de Comunidade e a 
intervenção em comunidade.49 
3.3. Colocações dos alunos sobre a intervenção em comunidade e a formação profissional. 54 
3.4. Observações e análise sobre as entrevistas. 57 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 60 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 63 
Hemerografia 64 
Entrevistas 65 
 
 
 10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANEXOS 66 
Anexo 1 66 
Anexo 2 68 
 11 
INTRODUÇÃO 
 
 Este trabalho tem como objetivo realizar uma análise acerca da formação do curso 
de Serviço Social da Escola de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro a 
respeito da intervenção em comunidade. Nesse sentido, o trabalho se concentrará em 
efetuar uma reflexão histórica sobre o Desenvolvimento de Comunidade e o Serviço Social, 
um levantamento das mudanças curriculares na ESS/UFRJ e analisar as entrevistas com 
professores e alunos desta unidade de ensino com o intuito de fomentar a discussão sobre a 
formação curricular correlacionada a intervenção em comunidade. 
Este trabalho originou-se de questionamentos pessoais e de discussões mantidas 
com companheiros do curso de Serviço Social desta unidade de ensino sobre a formação 
profissional e o vínculo teoria e prática nas intervenções em comunidades. Neste sentido, se 
coloca com particular pertinência a proposta de se realizar um estudo da formação 
profissional da ESS/UFRJ. 
A importância do estudo se apóia no fato de está pautada em depoimentos de alunos 
que estão inseridos em campos de estágio na área da intervenção em comunidade, onde 
estão vivenciando a prática e apontando suas dificuldades teórico-metodológicas e prático-
interventivas. 
Assim, o Capítulo I deste trabalho - “Origem do Desenvolvimento de Comunidade e 
inserção do Serviço Social brasileiro” - busca, através de um resgate histórico, relatar no 
item 1.1 a origem das experiências de Desenvolvimento de Comunidade, o contexto 
histórico, as propostas e conceitos iniciais. O item 1.2 irá expor como se originou o 
Desenvolvimento de Comunidade no Brasil. No item 1.3 a inserção do Desenvolvimento de 
Comunidade no Serviço Social brasileiro e no item 1.4 os movimentos de mudança 
ocorridos na categoria profissional do Serviço Social. Para construção deste capítulo foi de 
 12 
extrema relevância a abordagem de autores como Balbina Ottoni Vieira, Manuel Manrique 
Castro, Safira Bezerra Ammann e entre outros acerca do processo histórico que culminou 
na origem do Desenvolvimento de Comunidade. Ao tratar sobre a abordagem do processo 
de renovação do Serviço Social, utilizaram-se os estudiosos José Paulo Netto, Maria 
Ozanira da Silva e Silva e Rosa Lúcia Prédes Trindade. 
 No Capítulo II - denominado “Desenvolvimento de Comunidade e Formação do 
Serviço Social: As Reformas Curriculares na Escola de Serviço Social da UFRJ.” - intenta-
se, recuperar os currículos utilizados na ESS/UFRJ desde sua autonomia até os dias atuais 
apontando a inclusão e a exclusão das disciplinas relacionadas ao Desenvolvimento de 
Comunidade e a intervenção comunitária. Tal meta será alcançada através da obordagem 
metodológica fundamentada em pesquisa bibliográfica e pesquisa documental (realizada no 
setor de Protocolo/Arquivo Morto e na Sessão de Ensino da Escola de Serviço 
Social/UFRJ). 
O último capítulo, cujo título é “Pertinência da Disciplina Desenvolvimento de 
Comunidade no Atual Currículo da ESS/UFRJ”, fundamenta-se em reflexões críticas das 
entrevistas realizadas com os professores que ministraram a disciplina Desenvolvimento de 
Comunidade e com alunos da ESS/UFRJ que estão em processo de estágio em 
comunidades, expondo a perspectiva da formação profissional no âmbito da intervenção em 
comunidade. 
Logo, é nesta intenção que se desenvolve esse trabalho: abordar à formação 
curricular da ESS/UFRJ em relação a intervenção em comunidade associada a visão dos 
alunos inseridos em atividades de estagio voltadas para intervenção em comunidade. E a 
partir de então oferecer sugestões a ESS/ UFRJ para aperfeiçoar o processo de formação 
profissional dos futuros assistentes sociais. 
 13 
 
CAPÍTULO I 
ORIGEM DO DESENVOLVIMENTO DE COMUNIDADE E INSERÇÃO DO 
SERVIÇO SOCIAL. 
 
1.1 A proposta do Desenvolvimento de Comunidade. 
 
 Para que seja possível entender as origens do Desenvolvimento de Comunidade, é 
importante ressaltar as transformações e as mediações de forças existentes no contexto 
histórico mundial. Surgiu após a II Guerra Mundial em um momento marcado pela disputa 
entre EUA e União Soviética, os quais almejavam o domínio da hegemonia política, 
econômica e militar no mundo, na chamada “guerra fria”. Nesse cenário de tensões 
políticas, econômicas e ideológicas, a Organização das Nações Unidas (ONU) emerge 
buscando estratégias para garantir a ordem mundial, levantando a bandeira da ideologia de 
um mundo democrático. Manifestou-se então, nos anos 50, uma das primeiras definições do 
Desenvolvimento de Comunidade, segundo a ONU (apud AMMANN, 1992, p. 32), trata-se 
de: 
Um processo através do qual os esforços do próprio povo se unem aos das 
autoridades governamentais, com o fim de melhorar as condições econômicas, 
sociais e culturais das comunidades, interagir essas comunidades na vida 
nacional e capacitá-las e contribuir plenamente para o progresso do país. 
 
 
 
A ONU e as agências internacionais, durante o período de 1956 a 1961, 
concentraram programas de Desenvolvimento de Comunidade na Ásia, Afeganistão e 
Filipinas. 
 
 14 
 O Desenvolvimento de Comunidade inicialmente era empregado pelos países 
colonizadores - como a Inglaterra – os quais possuíam a intensão de organizar as 
populações dominadas utilizando métodos de capacitação educacional e profissional, 
buscando a integração das colônias com o sistema capitalista, assegurando uma maior 
dominação das mesmas após sua independência. 
 Nos EUA, eram aplicadas ações não muito diferentes, mas com destaque para o 
aparato técnico que tinha maior vinculação com o serviço social e utilizava como 
denominação para esse processo o termo “Organização de Comunidade”. Embora, quase 
não se conhecesse o termo “Organização de Comunidade” nos países europeus, o 
Desenvolvimento de Comunidade e a Organização de Comunidade compartilhavam de 
elementos comuns como métodos e técnicas que almejavam o mesmo objetivo de promover 
a melhoria de vida da comunidade, cujo a própria comunidade se torna agente de seu 
progresso. Contudo é imprescindível destacar que essas aproximações e comparações entre 
o Desenvolvimento de Comunidade e a Organização de Comunidade geraram muitos 
debates. (VIEIRA, 1981) 
A partir de então, o Desenvolvimento de Comunidade ganha força pela Europa e 
pelos EUA surgindo uma série de conceitos advindos de conferências e seminários. Sobre 
as atividades e intervenções nas colônias africanas, o Departamento Colonial do Governo 
Inglês organizou o seminário “Desenvolvimento da Iniciativa nas Sociedades Africanas”, 
que em seu relatório (apud VIEIRA, 1981, p.248) informou que: 
 
O Desenvolvimento de Comunidade se preocupa com a educação dos povos para 
que se tornem os agentes de seu próprio progresso; não é portanto, melhoria das 
condições de vida por uma ação direta externa que se almeja; não somos de 
opinião que melhores condições fazem melhores cidadãos; o que desejamos são 
melhores cidadãos promovendo melhores condições. 
 
 15 
 
 Para Baptista (1976), o Desenvolvimento de Comunidade deve provocar mudanças 
na estrutura dinâmica da comunidade para constituir-se como um: 
 Processo interprofissional de mobilizaçãoe capacitação da comunidade para 
integrar-se no processo de desenvolvimento nacional participando consciente e 
organizadamente nos planos governamentais e de iniciativa privada com vistas 
mais particularmente ao aumento da produtividade, elevação dos níveis de vida da 
população e entendimento de suas aspirações. 
 
Em Osaka no Japão no ano de 1958, o Desenvolvimento de Comunidade foi 
definido pelo Grupo de Trabalho da Pré-Conferência da IX Conferência Internacional de 
Serviço Social1 como: 
 
Processo consciente pelo qual as pequenas comunidades geograficamente 
próximas se associam à comunidade mais desenvolvida e mais ampla (nacional e 
internacional) para elevar os padrões de vida econômica e social. Isto se consegue 
primordialmente, através da participação da comunidade local em todas as etapas 
da seleção de metas, da mobilização de recursos e da execução de projetos, 
habilitando assim estas comunidades a se tornarem cada vez mais autoconfiantes. 
(apud VIEIRA, 1981, p.250) 
 
O Desenvolvimento de Comunidade primeiramente foi aplicado em áreas rurais 
visando incitar a agricultura, introduzir novas culturas e instalar a industrialização de 
produtos agrícolas tendo a finalidade de buscar uma integração e dinamização da 
comunidade rural, no sentido de uma maior adaptação as exigências do sistema capitalista. 
Porém, o Desenvolvimento de Comunidade tem suas experiências em zonas urbanas, pois, 
na medida em que a cidade cresce, possui como objetivo organizar as zonas periféricas e de 
 
1
 A conferencia foi instituída em 1932 como entidade permanente destinada a proporcionar a todos os países 
um foro para debates sobre problemas de bem-estar social. Foi organizada pelo secretario da Liga da Cruz 
Vermelha, Dr. René Sand, a primeira conferencia foi realizada em Paris em 1928 e a segunda no Canadá em 
1930. 
 16 
favelas, buscando os trabalhos urbanísticos, a melhoria das condições de moradia e 
reinvidicações de serviços públicos. 
 
1.2 O Desenvolvimento de Comunidade no Brasil. 
 
Os EUA aplicavam suas ações nos países latinos americanos, pois,de acordo com 
Ammann (1982, p.30), acreditavam que a “melhoria das condições sociais e econômicas 
em qualquer parte do mundo livre redundaria em benefícios dos EUA”. Sendo assim, os 
EUA investiam em seus vizinhos pobres em busca de fortalecer a ideologia capitalista no 
continente americano implantando, então, uma política de bloqueio à expansão comunista 
nesse período de Guerra Fria. 
Logo após a II Guerra Mundial, o Brasil e os EUA selaram um acordo de 
crescimento, que tinha como proposta promover a educação rural no Brasil e estabelecer 
um intercâmbio de educação, idéias e métodos entre os dois países. A partir desta aliança, o 
Brasil recebeu investimentos dos EUA para criação da Comissão Brasileiro-Americana de 
Educação das Populações Rurais (CBAR)2, além de bolsas de estudos para a especialização 
de brasileiros nos EUA. Dessa forma, os norte-americanos garantiam a inserção de seus 
interesses visando a reprodução de seu modelo de extensão agrícola em um país com 
grande potencial para o progresso econômico em áreas rurais. 
 
2
 A CBAR foi implantada em 1947e tinha por objetivo investigar e pesquisar as condições econômicas, 
sociais e culturais da vida rural brasileira; contribuir para o aperfeiçoamento dos padrões educativos, 
sanitários, assistenciais, cívicos e morais das populações do campo; preparar técnicas para atender às 
necessidades da educação de base. Sua vigência foi até 1948, porém muitas das atividades por ela inauguradas 
tiveram prosseguimento. 
 
 17 
Após esta iniciativa, surgem várias estratégias para a divulgação do 
Desenvolvimento de Comunidade como o Seminário Interamericano de Educação de 
Adultos3, o Manual de Educação de Adultos, a Campanha Nacional de Educação de 
Adolescentes e Adultos (CEAA)4, a Associação Brasileira de Crédito e Assistência Rural 
(ABCAR)5 que são inspirados nas experiências norte-americanas. Decorrente das 
recomendações do Seminário Interamericano de Educação de Adultos, despontou, para o 
Ministério da Educação e Agricultura, a incumbência de organizar um ensaio de educação 
de base em área rural com base no método de organização de comunidade. Partindo desta 
incumbência, a experiência de Itaperuna (1950) foi o primeiro passo concreto do Brasil em 
Desenvolvimento de comunidade. Em crítica a Missão de Itaperuna Ammann (1992, p.45) 
coloca que a atuação da equipe técnica foi: 
Pautada em orientações da sociedade política e reproduzindo no coração do senso 
comum a ideologia das classes dominantes, promove a modernização do meio 
rural, sem questionar a estrutura agrária brasileira: camufla as relações de 
dominação vigentes no campo - e pretende que autoridades, fazendeiros, colonos 
e assalariados se sintam reunidos em igualdade de condições – e encontrem a 
solução para os problemas locais; diagnostica as condições sociais do município, 
tratando apenas do seu índice de socialização, dos recursos vinculados à 
instrução, ao lazer e à religião e da estabilidade do grupo familiar, sem 
estabelecer qualquer articulação com a problemática estrutural brasileira. 
(AMMANN, 1992, p.45) 
 
 
Sendo assim, vê-se que essa experiência tem suas deficiências, porque avaliou os 
problemas numa dimensão local, apontando soluções pontuais, sem questionar a 
 
3
 Seminário Interamericano de Educação de Adultos para o ano de 1949, realizado no Brasil sob o patrocínio 
da própria UNESCO e da Organização dos Estados Americanos (OEA), tendo reunido especialistas em 
educação de vários países que desenvolviam, à época, campanhas de educação de Adultos, como o México, 
Venezuela e Guatemala (Paiva, p. 222, 2003) 
4
 A CEAA funcionou durante o período de 1947 a 1963. 
5
 Segundo Ammann (1992) “a ABCAR tinha como objetivo assistência as famílias rurais, principalmente 
através de atividades do crédito supervisionado e de atividades de “extensão- educação”. Segundo Silva, M.L. 
(apud AMMANN, 1982, p35) no Brasil a extensão rural é conceituada como um processo de ação 
educacional que visa provocar mudanças no comportamento das pessoas em relação aos seus conhecimentos, 
atitudes, hábitos e habilidades”. 
 
 18 
problemática nacional e fomentar uma discussão que oriente a comunidade na formação de 
uma opinião pública e na organização de uma representação política que assegure o preparo 
para luta da cidadania e dos direitos. 
A partir de então, foram surgindo caminhos para uma série de programas de 
Desenvolvimento de Comunidade, com destaque ainda em áreas rurais. Assim, pode-se 
observar a preocupação com a existência de um grande desequilíbrio no Brasil. O país 
passava por um período de expansão industrial e contava com o esforço de uma população 
que sofria com grandes dificuldades para se integrar a essa expansão. 
O contexto político nesse período foi muito importante na abertura dos caminhos 
para o Desenvolvimento de Comunidade. O Brasil era regido pelo Governo Juscelino 
Kubitschek (JK), que em seu “Plano de Metas” almejou a intenção de desenvolver o país 
cinqüenta anos em cinco anos. O objetivo do plano consistiu em investir em áreas que 
levassem o país ao crescimento econômico. Com isso, existiu uma política de incentivo ao 
desenvolvimento industrial, implantando fábricas de bens de consumo duráveis e a 
expansão agropecuária. Na perspectiva de progredir economicamente, a defesa de um 
sistema educacional forte também passou a ser foco da política de JK. O analfabetismo da 
população rural era considerado uma barreira para o desenvolvimento econômico. Issoporque, sem o acesso a educação, o analfabeto acabava por vegetar a margem da sociedade, 
uma vez que não tinha participação econômica no sistema, além de não possuir crédito. Tal 
fato justificou os seminários e programas com foco na educação para adultos em áreas 
rurais. 
No Governo Kubitschek a Campanha Nacional de Educação Rural (CNER), criada 
em 9 de maio de 1952 durante o período Vargas, foi definitivamente regulamentada e 
passava a dispor de verbas próprias, sustentadas pelos Decretos números 38.955 e 39.871 
 19 
(AMMANN, 1992, p.48). Para Ammann (1992), a CNER ao invés de abordar a questão 
rural no contexto estrutural societário, a qual reside as verdadeiras raízes da problemática 
ela a deslocava para o nível dos indivíduos e da comunidade local. A autora ainda afirma 
que a CNER deixou: 
Propositadamente intocável o problema da exploração da força de trabalho 
agrícola, fato plenamente explicável, pois, na qualidade de instrumento do 
Estado, comprometido com a ideologia da classe fundamental dominante, cabe à 
CNER a tarefa de preservar as estruturas e favorecer a consolidação do 
capitalismo no Brasil, pela via da modernização do meio rural. (AMMANN, 
1992, p.49). 
 
Apesar da CNER ter como base ideológica o Desenvolvimento de Comunidade, 
seus verdadeiros objetivos estavam voltados para a modernização do meio rural o que 
contribui para a expansão do sistema capitalista e para internacionalização econômica do 
Brasil a interesses dos países monopolistas. Isso faz com que, os projetos de 
Desenvolvimento de Comunidade fossem em grande parte financiados pelos norte-
americanos. 
Na promessa de desenvolver a região Nordeste, que sofria com os problemas da 
seca das graves tensões sociais e políticas. O Governo JK criou, em 1959, a 
Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) que foi o primeiro 
programa de âmbito regional e tinha como meta promover e coordenar o crescimento da 
região Nordeste. Entre os reais motivos que levaram a criação da SUDENE, Ammann 
(1992, p.143), afirma que estes são: 
A emergência e a proliferação das Ligas Camponesas como veículo de 
mobilização e da ação política da classe trabalhadora rural – em uma área 
marcada pelo problema das secas, pelos altos índices de desemprego e 
concentração da renda, bem como por tão elevada densidade demográfica – são 
encaradas como uma ameaça para os grupos no poder em escala nacional e 
internacional, que temem a irrupção de uma nova Cuba na América Latina. 
 
 20 
Desse modo, percebe-se que uma das grandes funções da SUDENE seria deter a 
proliferação das Ligas Camponesas6 evitando o enfrentamento da oligarquia rural, 
camuflando as questões referentes ao problema rural e favorecendo a expansão do capital 
monopolista7 advindo das regiões desenvolvidas. 
 
1.3 Inserção do Serviço Social. 
 
 Em consonância com o período de definição do desenvolvimento de comunidade, 
iniciaram-se as vinculações com o Serviço Social. Segundo Castro (1986): 
 
 Os assistentes sociais foram integrados aos planos de desenvolvimento 
comunitário, já que se considerava que neste campo a sua intervenção seria de 
grande valia – quer porque mostrassem múltiplas aptidões coincidentes com 
programas, quer porque na sua formação profissional prévia estavam 
contemplados conhecimentos acerca de trabalho com grupos e, em muitos casos, 
acerca da administração de serviços comunitários. (CASTRO, 1986, p.150-151) 
 
Desta maneira, a inserção dos assistentes sociais em programas de Desenvolvimento 
de Comunidade aconteceu devido ao histórico e ao conhecimento da profissão em relação a 
trabalho com grupos e acerca de administração de serviços comunitários. A experiência de 
contato com comunidades e populações foi considerada como fator relevante para a 
vinculação aos programas de Desenvolvimento de Comunidade. 
A conexão dos assistentes sociais com o Desenvolvimento de Comunidade abriu 
expectativas para o campo de atuação profissional. O caráter assistencialista da profissão 
 
6
 As Ligas Camponesas foram associações de trabalhadores rurais criadas inicialmente no estado de 
Pernambuco, posteriormente na Paraíba, no Rio de Janeiro mais precisamente em Campos dos Goytacases e 
em outras regiões do Brasil. Em poucos anos, as Ligas Camponesas passaram a atuar em mais de 30 
municípios. Foram lideradas por Francisco Julião, deputado do Partido Socialista Brasileiro (PSB) com apoio 
do Partido Comunista (PC) e de setores da Igreja Católica. Reuniram milhares de trabalhadores rurais na 
defesa dos direitos do homem do campo e da reforma agrária, sempre enfrentando a repressão policial e a 
reação de usineiros e latifundiários. 
7
 O capitalismo monopolista eleva o sistema de contradições da ordem burguesa nos seus traços de 
exploração, alienação e transitoriedade histórica, segundo a crítica marxista. (NETTO, 1992). 
 21 
perdeu fôlego e a possibilidade de registrar esforços em prol da superação dos problemas de 
origem estrutural ganhou espaço. Os assistentes sociais tentaram adequar sua prática a sua 
formulação idealista, entretanto a dinâmica de trabalho era baseada em normas de 
funcionamento que impediam a concretização de seus ideais. 
No Brasil o estudo do Desenvolvimento de Comunidade foi introduzido nas 
disciplinas do Curso de Serviço Social após o fim da segunda Guerra Mundial. O Regresso 
dos Assistentes Sociais enviados aos EUA após os acordos assinados entre Brasil e EUA 
contribuiu para desenvolver essa iniciativa (VIEIRA, 1981). 
O Serviço Social esteve historicamente ligado aos Seminários e Congressos de 
âmbito internacional, que consecutivamente desencadearam influências no progresso da 
profissão. De acordo com Castro (1986), os Seminários Regionais realizados pela 
Organização dos Estados Americanos (OEA) (1950 e 1951), e os Congressos Pan-
Americanos (1945) impulsionaram o reordenamento do Serviço Social na direção do 
Desenvolvimento de Comunidade. Em Seminários Regionais de Assuntos Sociais, foi 
concluído: 
Que o Serviço Social deveria cumprir no futuro uma importante função no 
desenvolvimento de programas vinculados a [...] cooperativismo, educação 
operária, habitação e planejamento, inserindo-os na ótica da Organização e do 
Desenvolvimento de Comunidade. (CASTRO, 1986, p.161) 
 
A OEA influenciava na formação profissional e na prática do Serviço Social nos 
países da América latina, viabilizando a ideologia da proposta norte-americana do 
Desenvolvimento de Comunidade. Sobre os interesses norte-americanos, Castro (1986) 
corroba que: 
Tudo isto deve ser visualizado como integrante da ampla estratégia com o qual os 
países desenvolvidos – e especialmente os Estados Unidos – procuravam criar as 
condições (políticas, administrativas e culturais) mas propícias para integrar e 
dinamizar o desenvolvimento do capitalismo. (CASTRO, 1986,p. 134-135) 
 22 
 
Por influência norte-americana o Serviço Social brasileiro utilizava como método 
“Organização de Comunidade”, todavia, devido à repercussão dos seminários e 
conferências internacionais que utilizavam o método do “Desenvolvimento de 
Comunidade”, despontou nas escolas de Serviço Social do Brasil a iniciativa de estudar a 
diferença entre o “Desenvolvimento de Comunidade” e “Organização de Comunidade”. Em 
1960, muitas escolas consideraram oportuna a unificação de ambos os conceitos. A partir 
de então, adotou-se o nome “Desenvolvimento e Organização de Comunidade” (DOC) 
(VIEIRA, 1981). 
Em 1964, instaurou-se no Brasil a ditadura militar, que buscava eliminar os 
movimentos sociais que lutavam por reformas de base, particularmente, os setores de 
esquerda, garantindo com essa eliminação a permanência do Brasil na áreade influência 
dos EUA. O regime militar afetou profundamente a vida da população, dos movimentos 
sociais, das Ligas Camponesas e das experiências de desenvolvimento de comunidade, 
porque todos foram desmobilizados ou paralisados. 
Originou então, uma nova correlação de forças neste período, instaurada pela classe 
dominante. Logo, os movimentos sociais, os programas e projetos passaram a obedecer às 
novas regras, uma vez que os movimentos sociais representavam uma ameaça para o 
sistema capitalista. 
 Os programas e projetos de desenvolvimento de comunidade apesar das 
dificuldades instauradas durante o período populista8 encontrava espaço para integrar as 
classes subalternas as lutas de classe devido as conquistas da classe trabalhadora. 
 
8
 O Governo Vargas buscava a extinção dos partidos políticos e investia em uma série de medidas para 
reprimir as oposições e controlar a opinião pública8. Essa política buscava anular as influências da esquerda, 
 23 
 No contexto do golpe militar de 1964, vários assistentes sociais que atuavam em 
programas e projetos de Desenvolvimento de Comunidade são demitidos ou tem suas 
atividades controladas. Os Movimentos de Educação de Base (MEB)9, tiveram seus 
objetivos redefinidos e seu assessoramento aos sindicatos rurais e suas atividades políticas 
controladas. Com isso o MEB assumiu um caráter de movimento evangelizador com 
propósito de alfabetização e catequese. Após essa redefinição das metas, o MEB é 
deslocado para o Norte do país. Essa estratégia visava retomar as condições iniciais do 
movimento, visto que na região Norte nem os profissionais nem a população tiveram 
contato com o MEB que desenvolvia seu caráter político. Essa estratégia do regime militar 
demonstra com clareza a finalidade de eliminar os movimentos sociais e implantar a 
dominação das classes dirigentes. 
Nesse período, o Desenvolvimento de Comunidade é adotado com grande 
freqüência, tanto no âmbito regional quanto no âmbito nacional, mas sempre com suas 
atividades controladas. O Projeto Rondon - criado a partir de uma experiência piloto 
informal em 1967, sendo formalizado a partir de janeiro de 1968 o Projeto Rondon/1 
(PR/1) - de âmbito nacional ganha destaque. Devido à proporção atingida, o projeto passa 
a exigir cada vez mais estrutura como uma coordenação geral (âmbito nacional) e 
 
desejando transformar o operariado num setor sob seu controle para ser usado na disputa política. Apesar da 
repressão, conquistou o apoio das massas populares garantindo: a estabilidade do emprego depois de dez anos 
de serviço; o descanso semanal; a regulamentação do trabalho de menores; da mulher e do trabalho noturno; a 
criação da Previdência Social; a instituição da carteira profissional para maiores de 16 anos que exercessem 
um emprego e a jornada de trabalho que foi fixada em 8 horas de trabalho. Essa política buscava anular as 
influências da esquerda, desejando transformar o operariado num setor sob seu controle para ser usado na 
disputa política. 
9
 Os Movimento de Educação de Base (MEB) tinham como objetivos: a alfabetização de base das populações 
rurais e despertar com métodos do desenvolvimento de comunidade,a iniciativa de organização e a preparação 
para receber a modernização do meio rural. Segundo Ammann (1992), “à medida que evolui e se aprofunda 
seu contato com a problemática dos trabalhadores rurais, à medida ainda, que se vai maturando o sentimento” 
nacional-popular “[...], os princípios e objetivos do MEB se vão tornando menos religiosos e mais políticos, 
menos comprometidos com a hierarquia católica e mais engajados às reinvidicações e ações da classe 
trabalhadora. 
 24 
coordenações regionais. Sendo assim, em 06 de novembro de 1970, pelo Decreto 
67.505/70, o "Projeto Rondon" é transformado em "Órgão da Administração Direta", 
subordinado ao Ministério do Interior. 
Segundo Ammann (1992), o objetivo do Projeto Rondon consistia em: 
Proporcionar a compreensão pela juventude, da realidade nacional em toda a sua 
problemática e complexidade, a fim de conscientizar as futuras lideranças, 
criando uma mentalidade nacional de participação comunitária favorável às 
mudanças necessárias. (AMMANN, 1992, p.119) 
 
 
 Nas ações realizadas pelo Projeto Rondon, as equipes de professores e universitários 
aproximavam-se de pequenas localidades no interior e identificavam seus problemas locais 
e tentavam solucioná-los. Dessa forma apresentava a mesma característica de muitos outros 
projetos de desenvolvimento de comunidade, realizando apenas ações locais e deixando 
inalteradas as estruturas básicas condicionantes da problemática global da exploração das 
classes subalternas interioranas. (AMMANN, 1992) 
 O Projeto Rondon pode ser considerado uma tentativa do governo militar de tentar 
integrar a juventude e os profissionais, no caso os assistentes sociais, que lutavam pelas 
reformas estruturais, a participarem dos projetos de desenvolvimento que visavam manter a 
mesma estrutura e crescer em prol da sociedade capitalista. 
 Ao inserir-se em programas e projetos de Desenvolvimento de Comunidade, o 
Serviço Social sofreu mudanças no eixo da intervenção profissional: a atuação era uma 
prática voltada para atendimentos individuais e grupais objetivando o tripé: ordem, moral e 
higiene. Quando a profissão foi engajada ao Desenvolvimento de Comunidade, ganhou-se 
uma modalidade de atuação mais abrangente. (TRINDADE, 2002) 
 Os processos educativos até então assumidos pelos assistentes sociais atingem 
indivíduos e pequenos grupos; com o desenvolvimento de comunidade os 
profissionais se engajam num trabalho voltado a parcelas mais abrangentes da 
 25 
população. Isso traz algumas inovações aos procedimentos interventivos do 
Serviço Social. (TRINDADE, 2002, p.31) 
 
 Em 1967, é realizado o seminário de Araxá, que contou com a participação de 38 
assistentes sociais de vários Estados e, em 1970, o Seminário de Teresópolis, que contou 
com a participação de 35 assistentes sociais de vários Estados, ambos realizados pelo 
Centro Brasileiro de Cooperação e Intercâmbio de Serviços Sociais – CBCISS. Do 
Seminário de Araxá, derivou o Documento de Araxá que apresentou uma síntese do 
Serviço Social, no momento, e a necessidade de uma revisão teórica e metodológica da 
prática dos Assistentes Sociais. Segundo Aguiar (1989): 
O Documento, quando analisa a questão do Desenvolvimento de Comunidade, 
colocam quais seriam as funções do Serviço Social nesse processo, afirmando no 
§ 95: “As funções do Serviço Social em DC são principalmente orientadas para 
deflagração dos processos de conscientização, motivação e engajamento de 
lideranças individuais, de grupos, e instituições no sentido do 
desenvolvimento”.(AGUIAR, 1989, p. 133) 
 
1.4 Movimentos de Mudança no Serviço Social. 
 
Embora já houvesse uma tendência de renovação da profissão e questionamento do 
seu conservadorismo desde os anos 50 até os anos 70, o projeto profissional hegemônico do 
Serviço Social continuava sendo de cunho conservador tradicionalista. A partir de então, os 
movimentos de mudança no Serviço Social começam a ganhar fôlego, mais precisamente 
com a Reconceituação do Serviço Social e com a Intenção de Ruptura. 
O movimento de Reconceituação caracteriza-se em seus primeiros momentos pelo 
distanciamento da profissão com a Igreja Católica, pois havia a necessidade de ruptura com 
o caráter conservador da profissão e a construção de uma nova proposta para a mesma. A 
Reconceituação constituí-se de três vertentes que objetivavam mudaras bases do Serviço 
 26 
Social: 1) a Perspectiva Modernizadora que buscava resgatar os vieses do desenvolvimento 
enfatizando uma operativa embasada nas Ciências Sociais de lastro neopositivista.; 2) 
Reatualização do Conservadorismo que recusa a modernização em função do seu valor 
neopositivista, é inspirada na fenomenologia, mas originalmente travada por valores 
católicos convencionais, esta corrente buscava resgatar traços inteiramente tradicionais da 
profissão. 3) Intenção de Ruptura busca uma ruptura com a herança conservadora - teórico-
ideológica e prático-profissional do Serviço Social.(SILVA E SILVA, 2006) 
Segundo Silva e Silva (2006), as duas primeiras vertentes não diferiam muito do 
que se propunha a profissão originalmente, elas foram maneiras de prosseguir com o que 
estava posto. A autora ainda destaca que a única perspectiva que realmente pretende algo 
novo no fazer e no pensar profissional é a vertente da Intenção de Ruptura. 
A construção da perspectiva da Intenção de Ruptura originou-se através do trabalho 
de um grupo de profissionais, que ganhou hegemonia na Escola de Serviço Social da 
Universidade Católica de Minas Gerais, e derivou o Método BH. 
O Método BH foi a primeira formulação brasileira da Intenção de Ruptura, que 
reunia critérios teóricos, metodológicos e interventivos articulando a profissão de forma 
orgânica com os interesses das classes exploradas e subalternas. Segundo Netto, “eles 
elaboraram uma crítica teórico-prática ao tradicionalismo profissional e propõem [...] uma 
alternativa que procura romper com o tradicionalismo no plano teórico – metodológico, no 
plano da concepção e da intervenção profissionais e no plano da formação.” (NETTO, 
1994, p.262-263). 
Contudo, esse processo foi interrompido por uma crise em 1975. Tal fato direcionou 
os esforços para elaboração da intenção de ruptura a ser visto de modo “marginal ao 
 27 
desenvolvimento do Serviço Social no Brasil” (NETTO, 1994, p. 263). Apenas no final dos 
anos 70 e inicio dos anos 80, esta recupera-se e emerge em Belo Horizonte. 
A intenção de ruptura emerge no âmbito universitário por meio do acúmulo e 
direcionamento de forças para a produção teórica, norteando a profissão a sua maturidade 
teórica. Após esse período em que a intenção de ruptura se consolidou academicamente, 
iniciou então um terceiro momento “que ainda vivemos”, no qual a intenção de ruptura “se 
espraia para o conjunto da categoria profissional” (NETTO, 1994, p. 266). 
 Segundo Trindade (2002) o Serviço Social se laiciza e se moderniza assumindo 
atividades de planejamento, avaliação de programas, coordenação e acompanhamento. 
Assim novos instrumentos de intervenção passam a fazer parte do cotidiano profissional, 
exigindo o domínio de um arsenal técnico mais sofisticado. A autora ainda complementa 
que: 
Apesar das transformações ocorridas a renovação profissional do serviço social 
estava sintonizada às exigências e demandas postas pelas propostas e praticas 
“desenvolvimentistas” dos vários governos ditatoriais. A principio, os 
profissionais “modernizadores” propõem superar as limitações da prática 
profissional consolidada ao longo das décadas de 30 a 60; no entanto, o máximo 
que conseguem é imprimir aos tradicionais métodos de Caso, Grupo e 
Comunidade um revestimento teórico-técnico mais sofisticado. (TRINDADE, 
2002, p.33) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 28 
 
 
CAPÍTULO II 
DESENVOLVIMENTO DE COMUNIDADE E FORMAÇÃO DO SERVIÇO 
SOCIAL: AS REFORMAS CURRICULARES NA ESCOLA DE SERVIÇO SOCIAL 
DA UFRJ 
 
 
2.1. Desenvolvimento e Organização de Comunidade e o histórico curricular do Curso 
de Serviço Social na Escola de Serviço Social /UFRJ. 
 
 O curso de Serviço Social foi criado no Rio de Janeiro de 1936 vinculado à Escola 
de Enfermagem Ana Néri que, naquele instante estava recém integrada à Universidade do 
Brasil. Naquela época, prevalecia a idéia de que o Serviço Social tinha muito em comum 
com a enfermagem. De acordo com Pougy, a Escola Ana Néri passou a reunir duas frentes 
de ensino: Enfermagem e Serviço Social, cujo “ambos os cursos tinham um estudo básico 
comum” (POUGY, 1993, p. 62). 
A organização das disciplinas oferecidas à primeira turma do curso de Serviço 
Social vinculado à Escola Ana Néri, obedeceu a seguinte estrutura: 
 
QUADRO 1 
Disciplinas da primeira turma do Curso de Serviço Social de 1937-Escola Ana Néri 
 
1º Ano 2º Ano 3º Ano 
Anatomia e Filosofia Alimentação ou Nutrição 
Estágios em diferentes 
Instituições e Obras Sociais 
Higiene Anatomia e Filosofia Trabalhos Práticos 
Higiene Mental Direito 
 29 
 
 
 
 
Essas disciplinas retratavam bem o ensino que era aplicado, com destaque para a 
grande influência da Igreja Católica na formação do Assistente social. A formação deveria 
levar em conta vários aspectos que se faziam presente na vida do homem tais como a vida 
mental, física, moral10, econômica e jurídico-social. Em 1947, registrou-se a inclusão de 
disciplinas mais próximas da natureza temática do Serviço Social: 
• Introdução ao Serviço Social; 
• Social, Técnicas e Estágios; 
• Administração em Serviço Social; 
• Tratamentos Individuais de Casos; 
 
10
 A formação pessoal deveria dar ao Assistente Social uma formação moral muito sólida. 
Microbiologia Ética 
Patologia Geral Fisiologia 
Problemas da Maternidade Microbiologia 
Primeiros Socorros Oftalmologia 
Serviço Social Otorrinolaringologia 
Sociologia Primeiros Socorros 
Técnica de Enfermagem Patologia 
Técnica de Serviço Social Puericultura 
 Serviço Social 
 Sociologia 
 Técnica de Enfermagem 
 Biblioteconomia 
 Demografia e Estatística 
 
Direito Civil e 
Constitucional 
 Direito Comercial e Penal 
 Direito de Menores 
 Legislação Social 
 Economia Política 
 Psicologia 
 Pedagogia 
FONTE: Silvia Regina Romano Arienti. Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de 
Educação/UFRJ. Ago. 1989. 
 
 30 
• Serviço Social de Grupo; 
• Serviço Social de Comunidade. 
O ensino do Serviço Social foi regulamentado pela Lei nº 1.889, de 11 de junho de 
1953, onde é mencionada a inclusão de varias disciplina no curso. 
 
QUADRO 2 
 
Disciplinas que compunham o currículo do curso de Serviço Social de acordo com a 
Lei de Regulamentação do Ensino de Serviço Social de 1953 
 
1. Sociologia 2. Higiene Mental 
3. Psicologia 4. Pesquisa Social 
5. Estatística 6. Economia Social 
7. Ética Geral 8. Política Social 
9. Direito Civil 10. Serviço Social do Trabalho 
11. Direito Constitucional 12. Técnicas Auxiliares 
13. Higiene 14. Moral Profissional 
15. Medicina e Saúde no Trabalho 16. Serviço Social da Família 
17. Atividades de Grupo 18. Puericultura 
19. Introdução ao Serviço Social 20. Economia Domestica 
21. Círculos de Estudos 22. Administração de Obras 
23. Legislação Social 
24. Aspectos PsicoPedagógicos do 
Comportamento do Menor 
25. Serviço Social do Menor 26. Trabalho de Conclusão do Curso 
27. Supervisão de Pesquisa 
 
O primeiro currículo mínimo surgiu após a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional de 1961. Em 1962, o Conselho Federal de Educação (CFE) aprovou o currículo 
 31 
mínimo do Serviço social através do parecer CFE 286/62 de 19 de outubro de 1962 e 
portaria do MEC de 04 de dezembro de 1962 (ARIENTI, 1989, p. 56). 
A portaria Ministerial 519 de 14/06/65 estabeleceu que o curso de Serviço Social 
passaria a ter duração em horas-aula de 3 para 4 anos de duração11 a partir de 1966. 
Por meio do Decreto nº 60.455 de 13 de março de 1967, o curso de Serviço Social 
ganha autonomia, originandoa Escola de Serviço Social da UFRJ – ESS/UFRJ. Esta, nos 
primeiros anos, aderiu ao currículo que foi aprovado em 1967. No ano de 1968, 
aconteceram novas alterações nesse currículo, sendo acrescentadas as seguintes matérias: 
• Política e Desenvolvimento; 
• Aspectos Médico-Social; Filosofia; 
• Antropologia; 
• Problemas Sociais; 
• Administração; 
• Psicologia Social. 
 
2.2. Currículo implantado na ESS/UFRJ em 1970. 
 
Em 1970, a ESS/UFRJ implementou um novo currículo, que foi resultado da 
implementação da Reforma Universitária12. Esse currículo foi muito discutido, já que a 
Reforma Universitária abrangia todo o Brasil, ou seja, surgiram perspectivas advindas de 
 
11
 A partir de 1969, a Escola passou a ser organizada em Departamentos: I– Fundamentos do Serviço Social; 
II – Métodos e Técnicas de Serviço Social; III – Política Social e Serviço Social Aplicado. 
 
12
 O objetivo do governo militar, ao consolidar as propostas da lei nº 5.540/68, era desenvolver um modelo 
amplamente difundido na Europa e em universidades dos Estados Unidos (como Harvard e Yale): o 
humboldtiano, entendendo que o ensino deveria vir acompanhado da pesquisa de forma a sistematizar a 
produção de novos conhecimentos por meio da investigação. 
 32 
todas as partes do país. Representantes do Nordeste defendiam que fossem mantidas as 
disciplinas Serviço Social de Caso, Serviço Social de Grupo e Serviço Social de 
Comunidade. Nesse o período o Movimento de Reconceituação do Serviço Social estava 
em andamento, mas as alterações no currículo de 1970 sofreram maior influência do MEC 
que do Movimento. O currículo dividiu-se entre disciplinas do primeiro ciclo - que eram 
integrantes do currículo unificado ao Centro de Filosofia e Ciências Humanas - e 
disciplinas do ciclo profissional - Política Social, ética Profissional, Serviço Social de Caso, 
Serviço Social de Grupo e Serviço Social de Comunidade - que foram fixadas pelo CFE no 
Parecer 242/70. As demais correspondem as matérias adicionadas pela ESS/UFRJ. 
 
QUADRO 3 
Currículo de 1970 da Escola de Serviço Social/ UFRJ 
Primeiro Ciclo Ciclo Profissional 
Iniciação 
Universitária I Serviço Social de Caso I 
Política Social e Serviço 
Social 
Iniciação 
Universitária II Serviço Social de Caso II Síntese em Serviço Social 
Filosofia I Serviço Social de Grupo I Ética Profissional 
Filosofia II Serviço Social de Grupo II Métodos de Pesquisa 
Sociologia I 
Serviço Social de 
Comunidade I Pesquisa em Serviço Social 
Sociologia II 
Serviço Social de 
Comunidade II 
Recursos Sociais 
Econômicos da Comunidade 
Psicologia I Estágio de Serviço Social I Direito I- Constitucional 
Psicologia II Estágio de Serviço Social II Direito II -Civil 
Antropologia 
Cultural Estágio de serviço Social III 
Direito III- Trabalho e 
Previdência 
Estudo dos 
Problemas 
Brasileiros I Estagio de Serviço Social IV Direito IV- Penal e do Menor 
Economia Estágio de Serviço Social V Estatística I 
 33 
Teoria do Serviço 
Social I Estágio de Serviço Social VI Estatística II 
Teoria do Serviço 
Social II 
Serviço Social Aplicado I 
Família Ética Geral 
 
Serviço Social Aplicado II 
Menor Psicologia Social SS 
 
Serviço Social Aplicado III 
Saúde 
Sociologia do 
Desenvolvimento SS 
 
Serviço Social Aplicado IV 
Trabalho Introdução à Ciência Política 
 
Administração em Serviço 
Social I 
Estudo de Problemas 
Brasileiros II 
 
Administração em Serviço 
Social II 
 
QUADRO 4 
 Disciplinas Eletivas do Currículo de 1970 da ESS/UFRJ 
Eletivas do Primeiro Ciclo Eletivas do Ciclo Profissional 
História Econômico-Social do 
Brasil Serviço Social Aplicado IV 
Meios de Comunicação 
Serviço Social e Instituições de bem-
Estar 
Dinâmica de Grupo Serviço Social e Patologia Social 
Demografia Serviço Social e Educação de Base 
Canto Orfeônico e/ ou outras que 
viessem a ser aprovadas 
segundo regulamentação 
própria. 
Medicina Social 
 Psicopatologia 
 
Sociologia do Desenvolvimento 
 
Organização Racional do Trabalho 
 
Direito do Menor e Projetos de 
Serviço Social 
 
A política desenvolvimentista instituída no Brasil por Juscelino Kubitschek e 
posteriormente pela Ditadura Militar influenciava os programas sociais e o estabelecimento 
dos programas que fomentavam o Desenvolvimento de Comunidade. O governo neste 
período mantinha a preocupação em preparar os assistentes sociais para a implementação 
dos programas sociais do governo (ARIENTI, 1989). Em vista disso, no currículo 
 34 
implementado pela ESS/UFRJ em 1970 (Quadro 3) nota-se a presença das disciplinas 
Serviço Social de Comunidade I, Serviço Social de Comunidade II e Recursos Sociais 
Econômicos da Comunidade. Em tais disciplinas, era acentuada a preocupação em 
capacitar o Assistente Social para eliminar o mau funcionamento social das comunidades, 
fundamentando a prática do Serviço Social com base funcionalista/positivista. 
Sendo assim, os currículos da década de 1970 (não apenas o da ESS/UFRJ, mas 
também de outros cursos de Serviço Social) apenas incitaram a formação técnica e o 
distanciamento dos Assistentes Sociais do campo político. 
Até então, a ESS/UFRJ tinha caráter homogêneo, o corpo docente ainda estava 
vinculado a formação profissional do Serviço Social Tradicional. A partir de 1975, a 
abertura de concurso público para novos docentes e a chegada dos novos docentes de 
formação variada com diferentes ideologias e com novas propostas fazem com que a 
ESS/UFRJ perca sua homogeneidade, emergindo novas tensões e disputas por hegemonia 
na condução e direção do curso. 
 
2.3. Currículo implantado na ESS/UFRJ em 1983. 
 
A ESS/UFRJ implementou um novo currículo, em 1983, que sofreu grande 
influência das mudanças que estavam acontecendo na sociedade brasileira, assim como das 
ocorridas no Serviço Social através dos movimentos de mudança da categoria. O novo 
currículo foi sugerido pela Associação Brasileira de Ensino de Serviço Social (ABESS), 
que questionava sobre o currículo vigente na ESS/UFRJ. O atual currículo adotou 
nitidamente uma linha de transformação social sob influência do ingresso de Cientistas 
 35 
Políticos e Assistentes Sociais de orientação Marxista que entraram para o quadro de 
docente. 
 
QUADRO 5 
Currículo de 1983 adotado pela ESS/UFRJ 
 
1º PERÍODO 2º PERÍODO 3º PERÍODO 4º PERÍODO 
Antropologia Cultural Sociologia I 
Estrutura de Classes 
e Estratificação 
Social 
Pratica do Serviço 
Social II 
Sociologia Geral Filosofia II Ideologia e Instituições 
Metodologia 
Reconceituada SS 
Filosofia I Ética Geral Introdução a Ciência Política (SS) 
Desenvolvimento da 
Comunidade 
Form Soc Econ e Polit: 
Brasil Economia 
Direito e Legislação 
Social Política Social I 
Psicologia I CB Psicologia Social SS 
Ética Profissional em 
Serviço Social 
Administração em 
Serviço Social I 
Metodologia do 
Trabalho Cientifico 
Historia do Serviço 
Social 
Pratica do Serviço 
Social I 
Atividades 
Acadêmicas Optativas 
Teoria do Serviço Social 
I 
Teoria do Serviço 
Social II 
Metodologia 
Clássica do SS 
5º PERÍODO 6º PERÍODO 7º PERÍODO 8º PERÍODO 
Métodos Quant Aplic ao 
SS 
Política Social e 
Marginalidade 
Seminário de 
Trabalho de 
Conclusão de Curso 
I 
Teoria do Serviço 
Social III 
Pesquisa em Serviço 
Social 
Metodologia 
Aplicada II 
Metodologia 
Aplicada III 
Seminário de 
Trabalho de 
Conclusão de Curso II 
Movimentos Sociais, 
Cidadania e Serviço 
Social 
Estagio em Serviço 
Social II 
Estagio em Serviço 
Social III 
Metodologia Aplicada 
IVAdministração em 
Serviço 
 Social II 
Atividades 
Acadêmicas de 
Livre Escolha 
Atividades 
Acadêmicas 
Optativas 
Trabalho de 
Conclusão de Curso 
Planejamento e Proj 
Sociais 
Atividades 
Acadêmicas 
Optativas 
 
Estagio em Serviço 
Social IV 
Política Social II Atividades Acadêmicas Optativas 
Metodologia Aplicada I 
Estagio em Serviço 
Social I 
 36 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O currículo de 1983 foi marcado pela perspectiva de uma formação profissional 
com maior presença de traços políticos e vinculação aos movimentos populares. O mesmo 
evidencia uma base filosófica marxista, que pode ser percebida no Manual de Estudante de 
1993, que propõe no seguinte trecho que: “ o Assistente Social problematize a realidade 
social e busque sua transformação num esforço conjunto com setores populares” (apud 
ARIENTI, 1989, p.145). 
Realizando uma comparação entre o currículo de 1970 e de 1983, foi possível 
constatar que houve uma grande reestruturação no curso e no currículo. O curso passou a 
ser dividido em períodos e não mais em ciclos. As disciplinas introdutórias que no currículo 
de 1970 localizavam-se no primeiro ciclo sofreram algumas alterações. As disciplinas 
Disciplinas Eletivas 
Educação Física Desportiva I Práticas Educativas e Serv Soc 
Educação Física Desportiva II Tópicos Esp na Metodol do SS 
Fundamentos do Serv Social D Serv Soc e Pesq Participante 
Fundamentos do Serv Social E Tendência Funcionalista no SS 
Serv Soc e Proc de Comunicação Tendência Fenomenológica no SS 
Métodos Qualit Aplic ao SS Teoria Psicanalítica e SS 
Top Esp de Pesq em Fund do SS Serv Soc e Dinâmica de Grupo 
Filosofia e Serviço Social Projetos de Serviço Social 
Fundamentos do Serv Social A Política Social A 
Fundamentos do Serv Social B Política Social da Família 
Filosofia do Serviço Social B Política Social da Saúde 
Fundamentos do Serv Social C Política Social do Trabalho 
Tendência Histor-Estrut no SS Pol Soc da Ocupação Esp Urbano 
Top Esp em Mov Sociais e SS Política Social da Educação 
Práticas Educativas e Serv Soc Top Esp em Política Social 
Tópicos Esp na Metodol do SS 
 37 
Iniciação Universitária I, Iniciação Universitária II, Sociologia II, Estudos dos Problemas 
Brasileiros I foram excluídas. As disciplinas Psicologia I e Psicologia II foram substituídas 
por Psicologia I CB e Psicologia Social e Serviço Social. 
As disciplinas que, no currículo de 1970, estavam localizadas no Ciclo Profissional 
também sofreram alterações. As disciplinas Serviço Social Aplicado I Família, Serviço 
Social Aplicado II - Menor, Serviço Social Aplicado III - Saúde, Serviço Social Aplicado IV 
- Trabalho, Serviço Social de Caso I, Serviço Social de Caso II, Serviço Social de Grupo I, 
Serviço Social de Grupo II foram excluídas. As disciplinas Direito I - Constitucional, 
Direito II – Civil, Direito III – Trabalho e Previdência e Direito IV – Penal e do Menor 
também foram excluídas, cedendo lugar a disciplina Direito e Legislação Social. Estas 
alterações revelam no novo currículo uma perspectiva de formação profissional sem ênfase 
em ações interventivas específicas. 
 O conteúdo da disciplina Política Social e Serviço Social foi realocado em Política 
Social I, Política Social II e Política Social e Marginalidade. Para complementar a 
discussão em torno das Políticas Sociais foram oferecidas disciplinas eletivas relacionadas 
a essa temática. Já as disciplinas Ética Profissional e Ética Geral cederam lugar a Ética 
Profissional em Serviço Social. 
Em relação as disciplinas ligadas a intervenção comunitária, ocorreu a exclusão da 
disciplina Serviço Social de Comunidade I, Serviço Social de Comunidade II e a inclusão 
das disciplinas Desenvolvimento de Comunidade e Movimentos Sociais, Cidadania e 
Serviço Social, levando em consideração que o novo currículo busca uma formação 
profissional mais próxima dos movimentos sociais, então é justificável a inclusão de 
disciplinas que almeja traçar uma formação profissional em sintonia com a proposta do 
 38 
currículo, legitimando então o questionamento dos Assistentes Sociais junto às 
comunidades. 
Acrescentaram-se neste currículo as disciplinas Metodologia Clássica do Serviço 
Social, Metodologia Reconceituada do Serviço Social, Metodologia Aplicada I, 
Metodologia Aplicada II, Metodologia Aplicada III e Metodologia Aplicada IV que 
remetem em seu conteúdo teorias, métodos e técnicas do Serviço Social Tradicional e 
teorias, métodos, técnicas e outras construções emergentes no Serviço Social da época. 
Os níveis de Estágio também modificaram-se, no currículo antigo eram divididos 
em Estagio I, II, III, IV, V e IV. No novo currículo houve uma pequena redução passando 
para 5 níveis de estágio. Não constava no currículo anterior disciplinas dedicadas a 
trabalhar a realização de entrevistas e observação direta, a participação em reuniões de 
grupos sociais e organizações populares, o registro das informações em diário de campo, a 
sistematização e interpretação dos dados e a elaboração de relatório. No currículo de 1983, 
esse ponto foi solucionado com a inclusão das Disciplinas Prática do Serviço Social I e 
Pratica do Serviço Social II. 
A disciplina Planejamento e Projetos Sociais também ganhou espaço no novo 
currículo, pois o assistente social neste período deixou de ser mero executor de Projetos 
Sociais ganhando destaque profissional como Formulador de Projetos Sociais. 
Assim, percebe-se que no currículo de 1970, existiam muitas disciplinas 
metodológicas, privilegiando a técnica como eixo principal da formação profissional. No 
currículo de 1983 a formação profissional perdeu um pouco a especificidade, deixando para 
as disciplinas eletivas a preocupação de aprofundar algumas questões especificas. Contudo, 
as mudanças no novo currículo provocaram uma efervescência no aspecto político da 
formação do assistente social. 
 39 
 
2.4. Currículo implantado na ESS/UFRJ em 1994. 
 
A ESS/UFRJ ainda passou por mais três mudanças de currículos em 1994, 2001 e 
2008/2. O currículo que começou a ser implantado em 1994 teve diversas influências, tanto 
de mudanças ocorridas na sociedade brasileira, quanto dos rebatimentos destas na categoria 
Profissional e as mudanças próprias ao amadurecimento da formação profissional. 
O grande destaque nas mudanças da categoria profissional acontece pela aprovação 
do Código de Ética Profissional de 1993, que adota como Princípios Fundamentais: 
O reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas 
políticas a ela inerentes (autonomia, emancipação e pleno desenvolvimento dos 
indivíduos sociais), a defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do 
arbítrio e do autoritarismo; ampliação e consolidação da cidadania; defesa do 
aprofundamento da democracia; posicionamento em favor da eqüidade e da 
justiça social; garantia do pluralismo e opção por um projeto profissional 
vinculado ao processo de construção de uma nova ordem societária, sem 
dominação-exploração de classe, etnia e gênero. (CRESS-7ª Região, 2000). 
 
 
QUADRO 6 
Currículo de 1994 adotado pela ESS/UFRJ 
 
1º PERÍODO 2º PERÍODO 3º PERÍODO 4º PERÍODO 
Antropologia 
Form Soc Econ e 
Polit: Brasil Ética Profissional 
Fundamentos Hist, Teor 
e Metod SS IV 
Cultural Sociologia I 
Fundamentos Hist, 
Teor e Metod 
Serviço Social II 
Fundamentos Hist, 
Teor e Metod 
Serviço Social III 
Pesquisa Social e 
Serviço Social II 
 Filosofia I 
Teoria Social e 
Serviço Social 
Pesquisa Social e 
Serviço Social I 
Movimentos Sociais, 
Cidadania e Serviço 
Social 
Economia 
Proc de Trabalho e 
Serviço Social 
Analise 
Institucional e 
Serv.Social Política Social III 
 40 
Psicologia I CB Política Social I 
Desenvolvimento 
da Comunidade 
Administração em 
Serviço Social 
Direito e Legislação 
Social Política Social II 
Metodologia do Serviço 
Social Aplicado I 
Fundamentos Hist, 
Teor e Metod 
Serviço Social I 
Seminário de 
Pratica do SS I 
Estagio Supervisionado 
em Serviço Social I 
5º PERÍODO 6º PERÍODO 7º PERÍODO 8º PERÍODO 
Fund Hist, Teor e 
Metod Serviço Social 
V 
Acumulação 
Capitalista e 
Decomposição 
Social 
Seminário de TCC 
I 
Seminário de Pratica do 
SS II 
Planejamento e Proj 
Sociais 
Metodologia do 
Serviço Social 
Aplicado III 
Metodologia do 
Serviço Social 
Aplicado IV Seminário de TCCII 
Previdência Social 
Estagio 
Supervisionado 
em Serviço Social 
III 
Estagio 
Supervisionado 
em Serviço Social 
IV 
Trabalho de Conclusão 
de Curso 
Metodologia do 
Serviço Social 
Aplicado II 
Atividades 
Acadêmicas 
Optativas 
Atividades 
Acadêmicas 
Optativas 
Atividades Acadêmicas 
Optativas 
Estágio 
Supervisionado em 
Serviço Social II 
Atividades 
Acadêmicas 
Optativas 
 
 
 
Disciplinas Eletivas 
Psicologia Social SS Política Social da Família 
Língua Portuguesa I Política Social da Saúde 
Top Esp de Pesq em Fund do SS Política Social do Trabalho 
Filosofia e Serviço Social Pol Soc da Ocupação Esp Urbano 
Fund Hist, Teor e Metod SS VI Política Social da Educação 
Teorias Antropológicas e SS Top Esp em Política Social 
Top Esp Fund Hist, Teor, MetodSS Política Social e Assistência 
Poder Local e Serviço Social Tópicos Especiais em SS I 
SS e Processo de Trabalho Tópicos Especiais em SS II 
Top Esp em Mov Sociais e SS Tópicos Especiais em SS III 
Praticas Educativa e Serv Soc Expressões Questão Social I 
Tópicos Esp na Metodol do SS Expressões Questão Social II 
Teoria Psicanalítica e SS Expressões Questão Social III 
Ideologia e Serviço Social Top Esp em Proc Sociais e SS 
 41 
Poder Local e Serviço Social Relações de Gênero e Serv Soc 
Proc de Form Identidade e SS Violência, Relações Soc e SS 
SS e Questão Fundiária SS e Questão Urbana 
 
Em relação ao currículo de 1983, as disciplinas que dizem respeito aos 
Fundamentos do Serviço Social também se transformaram. Foram incluídas as disciplinas - 
Fundamentos Históricos e Teóricos e Metodológicos do Serviço Social I, Fundamentos 
Históricos e Teóricos e Metodológicos do Serviço Social II, Fundamentos Históricos e 
Teóricos e Metodológicos do Serviço Social III, Fundamentos Históricos e Teóricos e 
Metodológicos do Serviço Social IV e Fundamentos Históricos e Teóricos e Metodológicos 
do Serviço Social V - substituíram respectivamente as disciplinas História do Serviço 
Social, Teoria do Serviço Social I, Teoria do Serviço Social II, Metodologia Clássica do 
Serviço Social, Metodologia Reconceituada do Serviço Social e Teoria do Serviço Social 
III. 
Aquelas dedicadas as técnicas de pesquisa também alteraram-se. Foram incluídas as 
disciplinas Pesquisa Social e Serviço Social I e Pesquisa Social e Serviço Social II em 
substituição as disciplinas Métodos Quantitativos Aplicados ao Serviço Social e Pesquisa 
em Serviço Social. 
As disciplinas de Políticas Sociais absorveram o conteúdo de outras disciplinas. A 
disciplina Política Social I absorveu o conteúdo da disciplina Introdução a Ciência 
Política, Política Social II somou-se como conteúdo da disciplina Política Social e a 
disciplina Política Social III juntou-se com o conteúdo da disciplina Política Social III. 
Ainda ocorreram substituições nas disciplinas relacionadas a prática profissional. As 
disciplinas Seminário da Prática do Serviço Social I e Seminário da Prática do Serviço 
Social II substituíram as disciplinas Prática do Serviço Social I e Prática do Serviço Social 
 42 
II. As disciplinas de Estágio também sofreram alterações, passaram de 5 níveis para 4 
níveis. 
As disciplinas Psicologia Social e Serviço Social e Ideologia e Instituições foram 
realocadas na grade curricular para qualidade de disciplinas eletivas. 
Foram acrescentadas ainda neste currículo as disciplinas Processo de Trabalho e 
Serviço Social e Acumulação Capitalista e Decomposição Social. A última tratava de 
questões sobre os impactos da crise econômica e as novas estratégias de sobrevivência nas 
grandes cidades, a economia informal, as novas formas de pobreza e manifestações da 
"questão social", as diversas formas de corrupção política, social e cultural, o fenômeno da 
exclusão social e a questão da violência. 
Percebe-se também que as Disciplinas relacionadas a intervenção em comunidade 
como Desenvolvimento de Comunidade e Movimentos Sociais Cidadania e Serviço Social 
não sofreram alterações, reafirmando a sua proposta no currículo anterior. 
 
2.5. Currículo implantado na ESS/UFRJ em 2001. 
 
A partir de 1997, a Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa de Serviço Social 
(ABEPSS) depois de várias reuniões e conferências chegou a conclusão da necessidade de 
uma nova revisão curricular. Iniciou-se um movimento de revisão curricular nas escolas e 
faculdades de Serviço Social de todo o país. A ESS/UFRJ aderiu a esse movimento 
designando uma Comissão de Revisão Curricular, que produziu uma série de documentos 
que foram levados para os departamentos e ao centro acadêmico e posteriormente 
discutidos em reuniões e plenárias entre os professores e os alunos. O novo currículo busca 
 43 
adaptar a formação profissional do Assistente Social as novas realidades da sociedade 
brasileira. 
QUADRO 7 
Currículo de 2001 adotado pela ESS/UFRJ 
 
1º PERÍODO 2º PERÍODO 3º PERÍODO 4º PERÍODO 
Teoria Sociológica e 
Serviço Social 
Direito e 
Legislação Social Serviço Social II Serviço Social III 
Introdução ao Serviço 
Social Serviço Social I Ética Profissional 
Identidades Culturais e 
Serviço Social no Brasil 
Filosofia e Serviço 
Social 
Antropologia Social 
e Serviço Social 
A Questão Social 
no Brasil 
A Questão de Gênero 
no Brasil 
Introdução ao Trabalho 
Cientifico no Serviço 
Social 
Estado, Classes e 
Movimento Sociais 
Psicologia Social e 
Serviço Social 
Direitos Humanos no 
Brasil 
Economia Política e SS Trabalho e Questão Social 
Pesquisa Social e 
Serviço Social 
Política Social e 
Serviço Social I 
Teoria Política e 
Serviço Social 
Economia do Brasil 
Contemporâneo e 
Serviço Social 
Pratica Profissional 
Orientação e 
Treinamento 
Profissional I 
 
Técnicas de 
Intervenção Social 
 
Estagio Supervisionado 
I 
5º PERÍODO 6º PERÍODO 7º PERÍODO 8º PERÍODO 
Serviço Social IV Serviço Social Contemporâneo 
Avaliação 
Monitoramento em 
Serviço Social 
Orientação de TCC II 
Administração e 
Orçamento em Serviço 
Social 
Analise Indicadores 
Sociais para o 
Serviço Social 
Orientação 
Treinamento 
Profissional IV 
Trabalho de Conclusão 
de Curso 
Política Social e 
Serviço Social II 
Planejamento e 
Projetos em 
Serviço Social 
Orientação de TCC 
I 
Atividades 
Extracurriculares 
Orientação 
Treinamento 
Profissional II 
Orientação 
Treinamento 
Profissional III 
Núcleo Temático III Atividades Acadêmicas Optativas 
Núcleo Temático I Núcleo Temático II Estagio Supervisionado IV 
Estagio Supervisionado 
II 
Estagio 
Supervisionado III 
Atividades 
Acadêmicas 
Optativas 
 
 
Atividades 
Acadêmicas 
Optativas 
 
 
 44 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Este currículo apresenta alterações importantes. Logo nas disciplinas introdutórias, 
foram acrescentadas as disciplinas Teoria Sociológica e Serviço Social, Introdução ao 
Serviço Social, Filosofia e Serviço Social, EconomiaPolítica e Serviço Social e Teoria 
Política e Serviço Social que incorporaram os conteúdos das respectivas disciplinas: 
Sociologia I e Serviço Social, Fundamentos Históricos, Teóricos e Metodológicos do 
Serviço Social I, Filosofia I, Economia e Política Social I. 
As disciplinas Serviço Social III e Serviço Social IV incorporaram os conteúdos das 
disciplinas Fundamentos Históricos, Teóricos e Metodológicos do Serviço Social IV e 
Fundamentos Históricos, Teóricos e Metodológicos do Serviço Social V. 
A disciplina Psicologia Social e Serviço Social voltou para grade curricular como 
disciplina obrigatória e absorveu o conteúdo de Psicologia I CB. Alguns conteúdos de 
disciplinas que estavam na qualidade de eletivas no currículo anterior foram incorporados a 
novas disciplinas do atual currículo. Isso aconteceu com as disciplinas eletivas Formação 
Social Econômica e Política do Brasil, Violência, Relações Sociais e Serviço Social e 
Relações de Gênero e Serviço Social. As mesmas tiveram seu conteúdo alocado na grade 
Disciplinas Eletivas 
Políticas Públ de Saúde Mental 
Língua Portuguesa I 
Poder Local e Serviço Social 
Ss e Processo de Trabalho 
Ss e Questão Urbana 
Ss e Questão Fundiária 
Tópicos Especiais em Ss I 
Tópicos Especiais em Ss II 
Tópicos Especiais em Ss III 
Expressões Questão Social I 
 Expressões Questão Social II 
Expressões Questão Social III 
Oficina Temática Serv Social 
 45 
curricular obrigatória nas disciplinas Economia do Brasil Contemporâneo e Serviço Social, 
Direitos Humanos no Brasil e A Questão de Gênero no Brasil. 
Em análise as disciplinas ligadas a prática profissional, nota-se a inclusão da 
disciplina Orientação e Treinamento Profissional – OTP em 4 níveis. As disciplinas de 
OTP devem oferecer suporte aos alunos em estágio, levantando questionamentos das 
demandas vivenciadas no campo de estágio. 
Neste currículo de 2001, identifica-se a exclusão da disciplina Desenvolvimento de 
Comunidade. As discussões voltadas para intervenção comunitária perdem espaço neste 
currículo. Algumas foram realocadas para disciplinas eletivas, e outras incorporadas em 
disciplinas que tratam do processo histórico do Serviço Social. 
O currículo de 2001, de acordo com o currículo pleno aprovado em 03/05/2001, 
pretendia formar assistentes sociais que desenvolvessem em seu perfil profissional uma 
perspectiva de criticidade13, competência14 e compromisso sóciocêntrico15, fazendo-se 
possível o entrecruzamento das mesmas: 
Para o projeto pedagógico da ESS/UFRJ, o assistente social a ser formado deve 
traduzir concretamente estas criticidade, competência e compromisso em termos 
 
13
 O traço crítico diz respeito tanto a uma posição em face da sociedade brasileira quanto diante dos desafios 
profissionais. No primeiro caso, trata-se de formar um profissional com a mais clara consciência da urgência 
de transformar a nossa sociedade, redimensionando as suas estruturas e instituições para responder às 
inadiáveis exigências de democratização social e econômica postas pela massa da população trabalhadora. No 
segundo caso, trata-se de formar um profissional capaz de identificar alternativas, avaliar prioridades e 
apreciar as implicações das soluções escolhidas - um assistente social apto a compreender o significado social 
da sua intervenção profissional. 
 
14
 A competência envolve três níveis distintos, embora interligados: o da competência teórica, consistente no 
domínio das principais matrizes teóricas das ciências sociais e humanas e da produção registrada do Serviço 
Social; o da competência técnica, supondo o conhecimento das técnicas de pesquisa e de intervenção; e o da 
competência política, implicando a qualificação para analisar conjunturas, instituições, relações de forças e 
possibilidades de implementação de projetos e intervenção. 
 
15
 O compromisso sociocêntrico relaciona-se a uma visão social de mundo assente numa concepção ética 
radicalmente humanista, racionalista e universalista – visão para a qual a liberdade e a cultura são valores em 
si, para a qual as possibilidades da genericidade humana têm primazia sobre quaisquer particularismos. 
 
 46 
de inquietação, sensibilidade e abertura para com a problemática social do Brasil 
tanto em termos profissionais imediatos (donde a importância de um tratamento 
sistemático da realidade que rebate diretamente no espaço geo-social onde incide 
a ação da UFRJ) quanto em termos de seu envolvimento com movimentos 
cívicos e estritamente profissionais (participação em organizações da sociedade 
civil e em entidades da categoria). (CURRICULO PLENO ESS/UFRJ , p. 8-9 , 
2001) 
 
2.6. Currículo implantado na ESS/UFRJ em 2008. 
 
Em 2008, ocorre uma nova mudança curricular com objetivo de adequar a grade 
curricular ao sistema de créditos adotados pelo Sistema Integrado de Gestão Acadêmica 
(SIGA) da UFRJ. Além disso, acomodaram-se neste currículo, as disciplinas que estavam 
com a carga horária considerada insuficiente para garantia do rendimento de seu conteúdo, 
como a disciplina Política social II, sendo dividida em Política Social II e Política Social 
III e esta subdividida em A,B e C. 
 
QUADRO 8 
Currículo de 2008 adotado pela ESS/UFRJ 
 
1º PERÍODO 2º PERÍODO 3º PERÍODO 4º PERÍODO 
Teoria Sociológica e 
Serviço Social 
Direito e 
Legislação Social 
Serviço Social II Serviço Social III 
Introdução ao Serviço 
Social 
Serviço Social I a Questão Social 
no Brasil 
Ética Profissional 
Filosofia e Serviço 
Social 
Antropologia 
Social e Serviço 
Social 
Psicologia Social 
e Serviço Social 
Identidades Culturais e 
Serviço Social no Brasil 
Introdução ao 
Trabalho Cientifico no 
Serviço Social 
Estado, Classes e 
Movimentos 
Sociais 
Direitos Humanos 
no Brasil 
Administração e 
Orçamento em Ss 
Economia Política e 
SS 
Trabalho e 
Questão Social 
Política Social e 
Serviço Social I 
Política Social e Serviço 
Social II 
Teoria Política e 
Serviço Social 
Economia do 
Brasil 
 Pratica Profissional 
 47 
Contemporâneo e 
Serviço Social 
5º PERÍODO 6º PERÍODO 7º PERÍODO 8º PERÍODO 
Serviço Social IV 
Serviço Social 
Contemporâneo 
Planejamento e 
Projetos em 
Serviço Social 
Avaliação 
Monitoramento em 
Serviço Social 
Pesquisa Social e 
Serviço Social 
Analise 
Indicadores 
Sociais para o 
Serviço Social 
Orientação e 
Treinamento 
Profissional III 
Orientação e 
Treinamento 
Profissional IV 
Política Social e 
Serviço Social III - A. 
a Questão de 
Gênero no Brasil 
Orientação de 
TCC I Orientação de TCC II 
Política Social e 
Serviço Social III - B. 
Orientação 
Treinamento 
Profissional II 
Núcleo Temático 
II 
Trabalho de Conclusão 
de Curso 
Política Social e 
Serviço Social III - C. Núcleo Temático I 
Estagio 
Supervisionado III 
Estagio Supervisionado 
IV 
Orientação 
Treinamento 
Profissional I 
Estagio 
Supervisionado II 
Atividades 
Acadêmicas 
Optativas 
Oficina Temática 
Serviço Social 
Técnicas de 
Intervenção Social 
Atividades 
Extracurriculares 
Estagio 
Supervisionado I 
 
Atividades Acadêmicas 
Optativas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Disciplinas Eletivas 
Políticas Públ de Saúde Mental 
Língua Portuguesa I 
Poder Local e Serviço Social 
Ss e Processo de Trabalho 
Ss e Questão Urbana 
Ss e Questão Fundiária 
Tópicos Especiais em Ss I 
Tópicos Especiais em Ss II 
Tópicos Especiais em Ss III 
Expressões Questão Social I 
Expressões Questão Social II 
Expressões Questão Social III 
 48 
Neste currículo atualmente em vigor não encontra-se uma disciplina que trate da 
intervenção em comunidade

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