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RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA Taborda 2015.1

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PARA AS AULAS DE ESPLANCNOLOGIA 
 
 
 
 
 Matheus Hideki Taborda 
 
 
 
 
Turma 2015.1 
Medicina - UFPR 
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
2 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
3 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
SUMÁRIO 
Vísceras do pescoço ............................................................................................................... 7 
Laringe ................................................................................................................................ 7 
Esqueleto da laringe ...................................................................................................... 7 
Músculos da laringe ...................................................................................................... 9 
Artérias da laringe ....................................................................................................... 10 
Nervos da laringe......................................................................................................... 11 
Traqueia ........................................................................................................................... 11 
Faringe ............................................................................................................................. 12 
Nasofaringe.................................................................................................................. 12 
Orofaringe .................................................................................................................... 12 
Laringofaringe .............................................................................................................. 12 
Deglutição .................................................................................................................... 12 
Músculos da faringe .................................................................................................... 13 
Nervos da faringe ........................................................................................................ 14 
Esôfago ............................................................................................................................. 14 
Constrições .................................................................................................................. 15 
Vascularização do esôfago .......................................................................................... 15 
Tireoide ............................................................................................................................ 15 
Paratireoide ..................................................................................................................... 17 
Vísceras do tórax .................................................................................................................. 17 
Cavidades pulmonares .................................................................................................... 17 
Pleuras ......................................................................................................................... 17 
Pulmões ....................................................................................................................... 19 
Árvore traqueobronquial ............................................................................................ 21 
Vascularização dos pulmões e pleuras ....................................................................... 22 
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
4 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
Inervação dos pulmões e pleuras ............................................................................... 23 
Mediastino ....................................................................................................................... 23 
Divisão Anatômica ....................................................................................................... 24 
Conteúdos viscerais..................................................................................................... 24 
Pericárdio ......................................................................................................................... 25 
Coração ............................................................................................................................ 27 
Átrio direito ................................................................................................................. 28 
Ventrículo direito ........................................................................................................ 29 
Átrio esquerdo ............................................................................................................. 30 
Ventrículo esquerdo .................................................................................................... 30 
Vascularização do coração .......................................................................................... 31 
Inervação ..................................................................................................................... 34 
Vísceras abdominais ............................................................................................................. 36 
Peritônio........................................................................................................................... 37 
Estômago ......................................................................................................................... 39 
Vascularização ............................................................................................................. 41 
Intestino Delgado - Duodeno .......................................................................................... 42 
Intestino Delgado - Jejuno e Íleo .................................................................................... 44 
Intestino Grosso .............................................................................................................. 46 
Ceco e Apêndice .......................................................................................................... 46 
Colo .............................................................................................................................. 47 
Fígado e vias biliares ........................................................................................................ 51 
Baço .................................................................................................................................. 55 
Pâncreas ........................................................................................................................... 56 
Vascularização do abdome ............................................................................................. 57 
Rins, Ureteres e Suprarrenais ......................................................................................... 59 
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
5 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
Rins ............................................................................................................................... 59 
Ureteres ....................................................................................................................... 62 
Suprarrenais................................................................................................................. 62 
Vísceras Pélvicas ................................................................................................................... 63 
Cavidade Pélvica .............................................................................................................. 63 
Bexiga Urinária................................................................................................................. 68 
Uretra Masculina ............................................................................................................. 69 
Uretra Feminina ............................................................................................................... 70 
Reto e Canal anal ............................................................................................................. 70 
Períneo ............................................................................................................................. 72 
Trígono Urogenital ...................................................................................................... 72 
Trígono Anal................................................................................................................. 75 
Órgãos genitais externos masculinos ......................................................................... 76 
Órgãos genitais externos femininos ........................................................................... 78 
Órgãos genitais internos masculinos .............................................................................. 80 
Ducto deferente .......................................................................................................... 80 
Glândulas seminais ...................................................................................................... 80 
Ductos ejaculatórios .................................................................................................... 81 
Próstata ........................................................................................................................ 81 
Glândulas bulbouretrais .............................................................................................. 82 
Órgãos genitais internos femininos ................................................................................ 82 
Ovários e tubas uterinas ............................................................................................. 82 
Útero ............................................................................................................................ 83 
Vagina .......................................................................................................................... 89 
Resumo de Inervação da pelve ....................................................................................... 90 
Resumo da vascularização da pelve e períneo .............................................................. 87 
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
6 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
 
NOTAS 
Esse resumo foi realizado no segundo semestre de 2015 e é baseado nas aulas teóricas 
de Esplancnologia. A literatura base utilizada foi o Atlas de Anatomia Humana – Frank H. 
Netter e Anatomia Orientada para a Clínica – Moore. Quaisquer erros que sejam encon-
trados ou futuras adequações nos textos podem e devem ser corrigidos, sintam-se à 
vontade. 
Para um melhor resultado, imprima este resumo ou use-o como e-book, e tenha sem-
pre em mãos o Atlas do Netter para visualizar a parte teórica. IMPORTANTE: as estrutu-
ras que estiverem em negrito de cor vermelha são importantes para as provas práticas 
diretamente ou indiretamente (atráves de questões teórico-práticas). Portanto se estive-
rem no desespero, foquem nestas palavras. Entretanto, todo o restante do conteúdo é 
importante e poderá cair nas questões teóricas 
 
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
7 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
 
VÍSCERAS DO PESCOÇO 
São dispostas em três camadas nomeadas de acordo com sua função: 
 Camada endócrina (tireoide e paratireoide); 
 Camada respiratória (laringe e traqueia); 
 Camada alimentar (esôfago e faringe). 
LARINGE 
A Laringe é um órgão tubular situado na região anterior do pescoço (no nível de C3 a 
C6) e é uma das vísceras respiratórias do pescoço. Suas principais funções são a condu-
ção do ar para a traqueia e a produção da voz, além de proteger as vias aéreas durante 
a deglutição. 
ESQUELETO DA LARINGE 
A laringe é formada por 9 cartilagens: 3 são pares (aritenóidea, corniculada e cuneifor-
me) e 3 ímpares (tireóidea, cricóidea e epiglótica). 
 
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
8 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
A cartilagem tireóidea é a maior das cartilagens e sua margem superior se encontra no 
nível de C4. Estruturas: 
 Proeminência laríngea: também conhecida como pomo de adão, é for-
mada pela fusão dos dois terços inferiores das duas lâminas. É mais pro-
eminente em homens do que em mulheres. 
 Incisuras tireóideas: situada acima (IT superior) da prominência laríngea 
e abaixo (IT inferior), sendo aquela bem mais definida e visível. 
 Cornos superiores: projeções das margens posteriores superiores de ca-
da lâmina, ligadas ao osso hioide pela membrana tireo-hióidea (perfurada 
pelo nervo laríngeo interno, ramo do vago), que é formada pelos liga-
mentos tireo-hióideos laterais e mediano. 
 Cornos inferiores: projeções das margens posteriores inferiores de cada 
lâmina que se articulam com a cartilagem cricóidea na articulação cricoti-
reóidea. 
A cartilagem cricóidea é a única estrutura que envolve a via respiratória completamente 
devido ao seu formato de anel (sinete). É composta pela parte posterior (lâmina) e pela 
parte anterior (arco). Une-se à cartilagem tireóidea pelo ligamento cricotireóideo medi-
ano e ao primeiro anel traqueal pelo ligamento cricotraqueal. Nas partes laterais da 
margem superior da cartilagem cricóidea encontram-se as cartilagens aritenóideas. 
 
As cartilagens aritenóideas são pares, piramidais e com 3 lados: 
 Ápice: orientado superiormente, se articula com a cartilagem corniculada 
e se fixa à prega ariepiglótica; 
 Processo vocal: voltado posteriormente, é o local de fixação do ligamento 
vocal que, juntamente com o músculo vocal (lateral ao ligamento), forma 
a prega vocal; 
 Processo muscular: Local de fixação dos músculos cricoaritenóideos pos-
terior e lateral, que alavancam as pregas vocais para a fonação; 
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
9 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
Cone elástico: formado pelo ligamento cricotireóideo lateral e pelo ligamento vocal, fun-
de-se anteriormente com o ligamento cricotireóideo mediano para fechar a abertura da 
traqueia, exceto pela rima da glote (ver no Netter- Prancha 80). 
A cartilagem epiglótica é coberta por túnica mucosa e confere flexibilidade à epiglote. 
Localizada anteriormente ao ádito da laringe e posteriormente à raiz da língua. Possui 
formato de folha, com sua extremidade superior (larga) livre e extremidade inferior, o 
pecíolo epiglótico, contínuo com o ligamento tireoepiglótico. 
Ligamento vestibular: é a região inferior da membrana quadrangular que, quando cober-
to por mucosa, forma a prega vestibular (ou prega vocal falsa), situada superiormente 
às pregas vocais. 
Ligamento ariepiglótico: formado pela região superior da membrana quadrangular que, 
quando coberta por mucosa, forma a prega ariepiglótica. 
As cartilagens corniculadas se fixam ao ápice das cartilagens aritenóideas, já as cartila-
gens cuneiformes “flutuam” na mucosa. Não possuem nenhuma função interessante, 
mas formam tubérculos (tubérculos cuneiformes e tubérculos corniculados) no ádito da 
laringe. 
A parte interna da laringe pode ser dividida em: 
 Vestíbulo: espaço entre o ádito da laringe e as pregas vestibulares; 
 Ventrículo: espaço entre as pregas vestibulares e vocais; 
 Sáculo: bolsa cega que se abre no ventrículo da laringe e contém glându-
las mucosas. 
 Cavidade infraglótica: espaço entre as cordas vocaise a margem inferior 
da cartilagem cricóide. 
MÚSCULOS DA LARINGE 
Divididos em músculos extrínsecos (supra e infra-hioideos), que abaixam ou elevam a 
laringe como um todo, e os intrínsecos, que alteram a tensão e comprimento das pregas 
vocais, além de determinarem o formato da rima da glote. Atentar para as exceções: (1) 
todos os músculos intrínsecos são inervados pelo laríngeo inferior (ramo terminal do 
laríngeo recorrente), exceto o m. cricotireóideo, que é inervado pelo laríngeo externo, 
(2) o único músculo abdutor das cordas vocais é o m.cricoaritenóideo posterior e (3) o 
único músculo intrínseco visível na hemicabeça é o m. aritenóideo transverso, imedia-
tamente acima da lâmina da cartilagem cricóide. 
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
10 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
 
ARTÉRIAS DA LARINGE 
 Artéria laríngea superior, ramo da artéria tireóidea superior, perfura a 
membrana tireo-hióidea juntamente com o nervo laríngeo interno, ramo 
do n. laríngeo superior, para suprir o interior da laringe. É ramo da arté-
ria tireóidea superior (primeiro ramo da A. carótida externa); 
 Artéria cricotireóidea, também ramo da a. tireóidea superior, supre o m. 
cricotireóideo. Lembre que esse músculo é exceção de inervação e vas-
cularização. 
 Artéria laríngea inferior, ramo da a. tireóidea inferior, segue o nervo la-
ríngeo inferior (ramo terminal do n. laríngeo recorrente) para suprir a 
mucosa inferior da laringe e os músculos intrínsecos. É ramo da tireóidea 
inferior, que é ramo do tronco tireocervical. 
OBS: As veias da laringe possuem mesmo nome e trajeto das artérias. 
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
11 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
 
NERVOS DA LARINGE 
 Nervo laríngeo superior, ramo do nervo vago, divide-se em nervo laríngeo 
externo (motor), que inerva o m. cricotireóideo, e nervo laríngeo interno 
(sensitivo e autônomo), que inerva a túnica mucosa do interior da laringe 
(perfura a membrana tireo-hióidea e passa no recesso piriforme). 
 Nervo laríngeo inferior, parte terminal do nervo laríngeo recorrente (ra-
mo do vago), inerva todos os músculos intrínsecos da laringe, exceto o 
m. cricotireóideo. Passa no recesso piriforme. 
 
OBS: O nervo laríngeo INterno e o nervo laríngeo INferior passam pelo recesso pirifor-
me, na laringofaringe, podendo ser lesionados caso algum objeto fique preso neste. 
Caso ocorra, o paciente apresentará rouquidão característica. 
TRAQUEIA 
A traqueia é um órgão tubular fibrocartilagíneo que se estende da laringe (C6) até o 
tórax (T4-T5), onde se divide em dois brônquios principais. Sua função é transportar o 
ar que entra e sai do pulmão para expulsão pela boca. É composto por vários anéis tra-
queais incompletos posteriormente, onde são contínuos com o esôfago. O músculo tra-
queal se encarrega de ligar as duas extremidades dos anéis traqueais. A ligação entre 
anéis é feita pelos ligamentos anulares. A carina é uma crista cartilaginosa que separa os 
dois orifícios dos brônquios e marca o fim da traqueia. 
 
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
12 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
FARINGE 
A faringe é a parte superior do sistema digestório, posterior às cavidades nasal e oral, se 
estendendo da base do crânio até a margem inferior da cartilagem cricóidea. A faringe 
é dividida em três porções: nasofaringe, orofaringe e laringofaringe; ambas muitos ricas 
em tecido linfoide, formando um anel tonsilar. 
NASOFARINGE 
É a parte mais superior da laringe, estendendo-se da base do crânio até o palato mole, e 
possui função respiratória. Estruturas: 
 Toro tubário: é a junção das pregas salpingofaríngeas e salpingopalatinas 
na abertura do óstio da tuba auditiva. Possui, em sua camada mucosa, 
tonsilas tubárias; 
 Óstio faríngeo da tuba auditiva: faz a conexão da nasofaringe com a cavi-
dade timpânica a fim de manter as pressões internas semelhantes; 
 Recesso faríngeo: espaço posterior à prega salpingofaríngea, semelhante 
a uma fenda; 
 Tonsila faríngea: localizada no teto e na parede posterior da nasofaringe, 
também chamada de adenoide quando aumentada; 
OROFARINGE 
Parte da faringe que pertence ao sistema digestório, estendendo-se do palato mole até 
a margem superior da epiglote. A única estrutura importante é a tonsila palatina (ou 
amígdalas), localizada na loja tonsilar. Esta é formada pelo músculo constritor superior 
da faringe e pela fáscia faringobasilar e é delimitada anterior e posteriormente pelos 
arcos palatoglosso e palatofaríngeo, respectivamente. 
LARINGOFARINGE 
Estende-se da epiglote até a margem inferior da cartilagem cricóidea, onde se torna 
contínua com o esôfago. O recesso piriforme é uma leve depressão em cada lado do 
ádito da laringe, separado deste pela prega ariepiglótica. 
DEGLUTIÇÃO 
É dividida em três estágios, através dos quais o bolo alimentar passa da cavidade oral 
para o esôfago: 
 Estágio 1: único estágio voluntário, no qual o bolo é comprimido contra o 
palato e levado até a orofaringe por movimentos dos músculos da língua 
e do palato; 
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
13 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
 Estágio 2: ocorre muito rapidamente; o palato mole é elevado, fechando 
a nasofaringe, alargamento da faringe e elevação da laringe (mm. supra-
hióideos e faríngeos longitudinais) 
 Estágio 3: contração sequencial dos 3 músculos constritores da faringe, 
criando uma onda peristáltica que leva o alimento ao esôfago. 
 
MÚSCULOS DA FARINGE 
 
 
 
 
 
 
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
14 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
 
NERVOS DA FARINGE 
A inervação sensitiva e motora da faringe deriva do plexo nervoso faríngeo, composto 
por fibras motoras do nervo vago (inervação muscular) e fibras sensitivas do nervo glos-
sofaríngeo. Recebem ainda fibras motoras do nervo mandibular (para o m. tensor do 
véu palatino) e do nervo glossofaríngeo (para o m. estilofaríngeo) e fibras sensitivas do 
nervo maxilar (para a nasofaringe). 
 
ESÔFAGO 
É um tubo fibromuscular que possui como principal função transportar o bolo alimentar 
da faringe ao estômago. Tem início na faringe, na junção faringoesofágica, onde possui 
musculatura estriada (1/3 superior) e acaba na linha Z (transição com o estômago), onde 
possui musculatura lisa (2/3 inferiores). As fibras musculares lisas estão organizadas ex-
ternamente de maneira longitudinal e internamente de maneira circular. 
 Por percorrer 3 regiões do corpo, o esôfago possui três regiões diferentes: cervical, 
torácico e abdominal. Na região cervical, o órgão encontra-se levemente deslocado à 
esquerda. Na região torácica fica levemente deslocado à direita, voltando ao hemicorpo 
esquerdo na porção abdominal. 
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
15 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
Em repouso, o esôfago se assemelha a uma fenda (tubo colabado, sem luz), preso à 
traqueia por TC frouxo. Durante a deglutição, o bolo alimentar expande o tubo, produ-
zindo peristalse reflexa, que empurra o alimento para o estômago. Esse reflexo é con-
trolado pelos plexos mioentéricos de Meissner-Auerbach. No TC frouxo que une a tra-
queia ao esôfago estão o músculo traqueal e os nervos laríngeos recorrentes, que cami-
nham nos sulcos traqueoesofágicos. 
No hiato esofágico do diafragma há um esfíncter fisiológico (não muscular) que controla 
a passagem de alimento, o esfíncter esofagiano inferior, para evitar refluxos. Esse esfínc-
ter é composto pelos pilares diafragmáticos, ângulo de His (formado pelo fundo gástri-
co) e pela membrana freno-esofágica. 
CONSTRIÇÕES 
Durante seu trajeto, o esôfago sofre 3 constrições, que nada mais são do que áreas nas 
quais as paredesesofágicas ficam mais estreitas devido à sua relação com outra estru-
tura: 
 Constrição faringoesofágica: na parte superior do esôfago, realizada pelo 
m. constritor inferior da faringe na altura do esfíncter esofágico superior; 
 Constrição bronco aórtica: na parte torácica do esôfago, ao passar pelo 
arco da aorta e brônquio principal esquerdo. 
 Contrição diafragmática: ocorre na passagem pelo hiato esofágico. 
Nas regiões com constrições, o esôfago é mais propenso a ser perfurado por técnicas 
cirúrgicas, exames (endoscopia) ou por objetos estranhos. 
VASCULARIZAÇÃO DO ESÔFAGO 
 Suprimento arterial da parte cervical: ramos provenientes das artérias ti-
reóideas inferiores (ramos da artéria subclávia). 
 Suprimento arterial da parte torácica: artérias esofágicas e ramos brôn-
quicos (ramos da aorta). 
 Suprimento arterial da parte abdominal: artéria gástrica esquerda (ramo 
do tronco celíaco) e artéria frênica inferior esquerda (ramo da aorta). 
A drenagem venosa acompanha em nome e trajeto o suprimento arterial. 
TIREOIDE 
A glândula tireoide localiza-se na parte anterior do pescoço (C5 a T1), profundamente 
ao músculo esterno-hióideo e esterno-tireóideo. É composto por dois lobos, esquerdo e 
direito, com formato de asa e ligados pelo istmo. Os lobos ainda são divididos em polo 
superior (região anterossuperior) e polo inferior (região posteroinferior) de cada lado. 
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
16 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
Todo o órgão é revestido por uma cápsula fibrosa fina de TC frouxo, que envia septos 
fibrosos internamente para dividi-lo em lóbulos. 
 
A glândula é altamente vascularizada e suprida pelas: 
 A. tireóidea superior: é o primeiro ramo da artéria carótida externa 
(TFLOFAMT), que vasculariza a região anterossuperior. 
 A. tireóidea inferior: ramo do tronco tireocervical (ramo da A. subclávia), 
que vasculariza a região posteroinferior. 
 A. tireóidea ima: inconstante (90 % da população não a tem), supre o 
istmo e pode ser ramo de várias artérias. 
 V. tireóidea superior: acompanham as artérias tireóideas superiores e 
drenam na VJI. 
 V. tireóidea média: acompanham as artérias tireóideas inferiores, dre-
nando para a VJI. 
 V. tireóidea inferior: seguem um trajeto independente, drenando para as 
veias braquiocefálicas. 
A inervação da tireoide é simpática (vasoconstritora, não secretomotora), derivada dos 
gânglios cervicais superiores, e chega à tireoide pelos plexos cardíacos e periarteriais 
tireóideos inferiores e superiores. 
 
 
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
17 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
PARATIREOIDE 
As glândulas paratireoides são pequenas, ovais e chatas e situam-se na metade medial 
na face posterior de cada lobo, em um total de 4, embora variações anatômicas quanto 
à posição e número são frequentes. A inervação é semelhante a da glândula tireoide, 
assim como sua vascularização, que é realizada pela artéria tireóidea inferior e veias 
paratireóideas. 
OBS: Após uma tireoidectomia, as paratireoides podem ser reimplantadas em outra 
região (nas axilas, por exemplo) para que continuem exercendo sua função. 
VÍSCERAS DO TÓRAX 
As vísceras torácicas são divididas em três cavidades: duas cavidades pulmonares e um 
mediastino. 
CAVIDADES PULMONARES 
As cavidades pulmonares são compartimentos bilaterais que contém ambos os pulmões 
e pleuras, separadas uma da outra pelo mediastino. 
 
PLEURAS 
Cada pulmão é revestido pelo saco pleural, uma membrana contínua constituída por 
duas partes: a pleura visceral (não inervada) e a pleura parietal (inervada), com uma fina 
camada de líquido entre elas, o líquido pleural seroso, importante para que as pleuras 
deslizem entre si durante a respiração. 
A pleura parietal recobre toda a cavidade pulmonar, sendo dividida em: parte costal, 
parte diafragmática, parte mediastinal e cúpula da pleura; de acordo com a sua localiza-
ção. É mais espessa que a visceral, possuindo ajuda para sua fixação da fáscia endotorá-
cica (dependendo de sua localização, essa fáscia pode ser chamada de membrana su-
prapleural ou fáscia frênico pleural). A pleura parietal tem inervação sensitiva feita pe-
los nervos intercostais e nervo frênico. Na região do hilo do pulmão, a pleura parietal 
reflete-se para envolvê-lo, dessa vez na forma de pleura visceral, mais fina e muito ade-
rida com o órgão. 
 
 
 
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
18 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
Durante a expiração, o pulmão retrai e deixa de ocupar a cavidade pulmonar como um 
todo, formando recessos (cavidades) revestidos de pleura. Os recessos são: recessos 
costodiafragmáticos e recessos costomediastinais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
19 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
PULMÕES 
Os pulmões são órgãos elásticos, semelhantes a bexigas, que realizam a troca gasosa 
necessária para a manutenção da vida. Devido à assimetria do mediastino, os pulmões 
não são idênticos anatomicamente, sendo o pulmão esquerdo mais estreito e mais 
comprido que o pulmão direito, que é mais largo e mais curto. Cada pulmão possui um 
ápice, uma base, 2 ou 3 fissuras, três faces (costal, diafragmática e mediastinal) e 3 
margens (anterior, posterior e inferior). As particularidades e estruturas de cada pulmão 
estão no esquema a seguir. 
 
 
O hilo do pulmão é o local de entrada e saída das estruturas que formam a raiz dos pul-
mões. Todas as estruturas do hilo estão envolvidas pela bainha pleural, o ponto de tran-
sição entre pleura visceral e pleura parietal, que inferiormente forma uma estrutura 
alongada, “pendendo” da raiz, o ligamento pulmonar. Dois importantes nervos, que até 
então tinham os caminhos semelhantes, separam-se na altura do hilo. O nervo frênico 
passa anteriormente a ele e segue para o diafragma, enquanto o nervo vago passa pos-
teriormente em direção ao hiato esofágico, através do qual deixa o tórax para inervar as 
vísceras abdominais. As estruturas do hilo são: artérias pulmonares, veias pulmonares, 
brônquio principal, vasos brônquicos e linfonodos broncopulmonares. Os segmentos 
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
20 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
broncopulmonares (SBP), as maiores subdivisões de um lobo, são cirurgicamente resse-
cáveis, pois são separados entre si por tecido conectivo frouxo. Neste tecido estão as 
veias pulmonares intersegmentares (diferente das artérias pulmonares, que são intra-
segmentares), que fazem a drenagem dos SBPs. 
 
 
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
21 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
 
 
 
 
ÁRVORE TRAQUEOBRÔNQUICA 
A traqueia, uma estrutura do mediastino superior, divide-se em brônquios principais 
direito e esquerdo primários na carina (bifurcação) na altura do ângulo do esterno (ou 
plano transverso do tórax), sendo o direito mais largo, mais curto e mais vertical que o 
esquerdo. Assim que entram no pulmão pelo hilo, os brônquios principais se ramificam 
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
22 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
em brônquios lobares secundários e são nomeados de acordo com o lobo que suprem 
(brônquio lobar superior, brônquio lobar médio, etc.). 
Cada brônquio lobar se divide em brônquios segmentares, cujos nomes correspondem 
ao segmento broncopulmonar (SBP) que suprem. Estes então se dividem em 20 a 25 
bronquíolos condutores (ausência de glândulas e alvéolos), que se ramifica em bron-
quíolos terminais. Estes, por sua vez, dão origem aos bronquíolos respiratórios, uma 
bolsa alveolar de parede fina. Os alvéolos são as unidades funcionais do pulmão, envol-
tos por finos capilares para as trocas gasosas. Estima-seque um adulto possua cerca de 
300 milhões de alvéolos pulmonares (curiosidade). 
OBS: Bronquíolos não possuem cartilagem em sua parede, mas são revestidos por mús-
culo liso (músculo brônquico) para a broncodilatação (simpático) ou broncoconstrição 
(parassimpático). 
 
VASCULARIZAÇÃO DOS PULMÕES E PLEURAS 
As artérias pulmonares direita e esquerda (uma de cada lado), originadas do tronco pul-
monar, levam o sangue venoso do ventrículo direito para os alvéolos pulmonares. O seu 
trajeto é semelhante ao feito pelos brônquios e bronquíolos, com ramificações simultâ-
neas a estes. 
As veias pulmonares direita e esquerda (inferior e superior de cada lado) conduzem san-
gue rico em oxigênio dos alvéolos para o átrio esquerdo do coração. As veias pulmona-
res não seguem os mesmo caminhos das artérias pulmonares e brônquios. Em vez dis-
so, elas se localizam entre SBPs, recebendo sangue destes durante seu trajeto. 
Brônquio 
principal 
Brônquio 
lobar 
Brônquio segmentar 
Bronquíolo condutor 
Bronquíolo terminal 
Bronquíolo respiratório 
Alvéolos 
 
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23 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
OBS: Algumas veias pobres em oxigênio da pleura visceral e de regiões periféricas (tra-
zidas pelas artérias bronquiais) são drenadas para a veia pulmonar direita, misturando 
sangue “venoso” com “arterial”. 
As artérias bronquiais (duas esquerdas e uma direita) originam-se da parte torácica da 
aorta e irrigam as estruturas que formam a raiz do pulmão e seus tecidos de sustenta-
ção, além das pleuras viscerais. As pleuras parietais são irrigadas por vasos que suprem 
a parede torácica interna. 
As veias bronquiais drenam apenas parte do sangue levado pelas artérias bronquiais 
(outra parte é drenada pelas veias pulmonares) para a veia ázigo (direita) e para a veia 
hemiázigo acessória (esquerda) 
INERVAÇÃO DOS PULMÕES E PLEURAS 
A inervação do pulmão e da pleura visceral são derivados dos plexos pulmonares anteri-
ores e posteriores com fibras aferentes simpáticas, parassimpáticas e viscerais. 
A inervação parassimpática do pulmão é feita por fibras pré-ganglionares do nervo vago 
(X), fazendo sinapse nos plexos pulmonares. O sistema parassimpático age no pulmão 
fazendo: 
 Contração dos músculos bronquiais (broncoconstrição) 
 Relaxamento dos músculos dos vasos sanguíneos (vasodilatação) 
 Secreção das glândulas da árvore bronquial (secretomotoras) 
A inervação simpática é feita por fibras pós-ganglionares que fazem sinapse nos gânglios 
simpáticos paravertebrais. O estímulo simpático faz: 
 Broncodilatação 
 Vasoconstrição 
 Inibição da secreção das glândulas da árvore brônquica. 
As fibras aferentes viscerais podem ser reflexas, com corpo celular no gânglio sensitivo 
do nervo vago X (reflexos como a tosse, por exemplo), ou nociceptivas. 
A inervação da pleura parietal provém dos nervos intercostais e frênicos. 
MEDIASTINO 
O mediastino é a porção central da cavidade torácica, estendendo-se da abertura supe-
rior do tórax até o diafragma e limitado lateralmente pelas faces mediastinais da pleura 
parietal. O mediastino contém todas as estruturas do tórax, exceto os pulmões e é pre-
enchido por tecido adiposo. Esse preenchimento confere certa flexibilidade ao medias-
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
24 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
tino in vivo (no cadáver fica ressecado), importante para que as estruturas próximas 
realizem seus movimentos (expansão, pulsação, contração, etc). 
DIVISÃO ANATÔMICA 
O mediastino é dividido em superior e inferior pelo plano transverso do tórax (plano 
horizontal que passa entre T4 e T5), que coincide também com as raízes dos grandes 
vasos e com a carina. O mediastino inferior contém o pericárdio, que o divide ainda em 
mediastino anterior, médio ou posterior. 
CONTEÚDOS VISCERAIS 
Mediastino superior: 
 Timo - sofre involução durante a puberdade; 
 Veias braquiocefálicas; 
 Veia cava superior; 
 Arco da aorta e seus ramos; 
 Traqueia; 
 Esôfago; 
 Ducto torácico. 
Mediastino anterior: 
 Vasos torácicos internos; 
 Gordura pré-pericárdica; 
 Vasos linfáticos e linfonodos; 
 Ligamentos esternopericárdicos; 
 Língula do pulmão esquerdo. 
Mediastino médio 
 Raízes dos grandes vasos; 
 Pericárdio e coração; 
 Nervos frênicos 
Mediastino posterior 
 Esôfago e plexo esofágico; 
 Aorta torácica; 
 Ducto torácico; 
 Sistema ázigos (ázigos, hemiázigos e hemiázigos acessória); 
 Linfonodos mediastinais; 
 Gânglios e troncos simpáticos; 
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
25 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
 Nervo vago. 
RELEMBRANDO: Pelo hiato aórtico passam a aorta, ducto torácico e veia ázigos. Pelo 
hiato esofágico passam o esôfago e o nervo vago. 
 
PERICÁRDIO 
 O pericárdio é uma membrana fibrosserosa que envolve o coração e as raízes dos gran-
des vasos em formato de um saco fechado. Pode ser dividido em pericárdio fibroso e 
pericárdio seroso. 
O pericárdio fibroso é a mais externa das membranas e a primeira a ser vista em uma 
toracotomia. É continuo com a túnica adventícia dos grandes vasos, com o centro ten-
díneo do diafragma (ligamento pericárdicofrênico), liga-se ao esterno pelos ligamentos 
esternopericárdicos e é conectado às estruturas do mediastino posterior por TC frouxo. 
É, portanto, muito importante para a fixação do coração na cavidade torácica, além de 
evitar um superenchimento súbito graças à sua inflexibilidade. 
Na face interna do pericárdio fibroso há outra membrana de aspecto espelhado: o peri-
cárdio seroso. A lâmina parietal do pericárdio seroso (a que está em contato com o fi-
broso) se reflete na região dos grandes vasos para cobrir o coração na forma de lâmina 
visceral do pericárdio seroso, também conhecido como epicárdio. O espaço entre as 
duas lâminas é denominado cavidade do pericárdio, o qual é preenchido por um líquido 
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
26 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
para evitar atrito durante os batimentos. As raízes dos grandes vasos deixam ainda pas-
sagens no pericárdio durante o desenvolvimento, denominados seio transverso do peri-
cárdio e seio oblíquo do pericárdio, ambos de importância cirúrgica. Note que o seio 
transverso é anterior à veia cava superior e posterior ao tronco pulmonar e aorta. 
 
A irrigação arterial do pericárdio recebe ramos da artéria pericardicofrênica (ramo da 
torácica interna), artéria musculofrênica (ramo da torácica interna), artérias coronárias, 
a. esofágica, a. bronquial e a. frênica superior (ramos da aorta). 
A drenagem venosa é feita para as Vv. Torácica interna, braquiocéfalicas ou ázigos pelas 
veias pericardicofrênicas. 
A inervação do pericárdio é feito pelos nervos frênicos e pelos gânglios simpáticos. A 
sensação de dor transmitida pelo nervo frênico é referida nos dermátomos C3-C5 (de-
vido à sua origem), geralmente na região supraclavicular ipsilateral. Esse fato é impor-
tante na semiologia da angina instável, que é geralmente referida como uma dor toráci-
ca pouco delimitada que pode se irradiar para as regiões supraclavicular esquerda, pes-
coço, ombro esquerdo e parte da mandíbula. 
 
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
27 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
 
CORAÇÃO 
O coração é um músculo especializado de contração dupla, auto ajustável e rítmica que 
bombeia sangue para todo o corpo. É composto de quatro compartimentos, que rece-
bem e bombeiam sangue para lugares específicos com o auxílio de quatro valvas. 
O ciclo cardíaco é composto por dois momentos: a sístole e a diástole. Na ausculta, es-
ses momentos possuem dois sons diferenciáveis referidos como um tum e um tá (bu-
lhascardíacas), respectivamente, relacionados aos fechamentos das valvas AVs e semi-
lunares. 
 Endocárdio: camada mais interna e em contato com o sangue, composta de en-
dotélio e tecido conjuntivo. 
 Miocárdio: camada muscular, a mais espessa de todas e composta por músculo 
cardíaco. 
 Epicárdio: mesotélio fino que recobre o coração (pericárdio seroso) 
Além dessas camadas, o coração possui um esqueleto fibroso que dá sustentação as 
valvas e às fibras de músculo cardíaco e serve de isolante elétrico, separando os impul-
sos elétricos sistólicos e diastólicos. 
 
Externamente, o coração parece uma pirâmide, cujo ápice está voltado para a esquer-
da. Os átrios são separados externamente dos ventrículos pelo sulco coronário (para as 
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
28 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
aa. coronárias) e os ventrículos estão separados entre si (externamente) pelos sulcos 
interventriculares anterior e posterior (para as artérias de mesmo nome). 
O ápice, formado pela parede inferolateral do ventrículo esquerdo, permanece imóvel 
durante todo o ciclo cardíaco. O ápice é o local de ausculta do foco mitral, no 5º espaço 
intercostal esquerdo na linha hemiclavicular. 
A base é formada principalmente pelo átrio esquerdo e um pouco pelo átrio direito. É o 
local de saída/entrada dos grandes vasos. 
 
ÁTRIO DIREITO 
O átrio direito recebe sangue da VCS, VCI e seio coronário e bombeia-o para o ventrícu-
lo direito. Vale lembrar que boa parte do sangue que entra nos átrios passa diretamen-
te para os ventrículos de maneira passiva, pois as valvas AVs estão abertas e a pressão 
nos ventrículos é menor (devido ao relaxamento, durante a diástole). É separado do 
átrio esquerdo pelo septo interatrial e pela fossa oval (ao redor da fossa está o limbo da 
fossa oval, mas apenas no AD). Na vida uterina, a fossa oval é um forame que liga os 
dois átrios, pois não há necessidade do sangue ir para os pulmões. 
A parte interna do AD possui uma parede posterior lisa, na qual se abrem os vasos (ós-
tios), uma parede anterior rugosa muscular (músculos pectíneos) e um óstio atrioventri-
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
29 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
cular, no qual está a valva atrioventricular direita (tricúspide). As paredes anterior e pos-
terior são separadas pela crista terminal. 
Externamente, a crista terminal deixa uma impressão negativa, o sulco terminal. A aurí-
cula direita é uma bolsa muscular cônica que se abre no átrio direito e aumenta a capa-
cidade de contração deste. 
A valva atrioventricular direita é composta por três válvulas: septal, anterior e posterior; 
estas se ligam aos músculos papilares do ventrículo direito através de cordas tendíneas. 
CUIDADO: valva em anatomia é um conjunto de três válvulas! O contrário é incorreto. 
VENTRÍCULO DIREITO 
O ventrículo direito recebe sangue do átrio direito pela valva tricúspide e contrai, levan-
do o sangue de sua cavidade até os pulmões para as trocas gasosas pelas artérias pul-
monares após passar pela valva pulmonar. Externamente, forma a maior parte da face 
esternocostal e um pouco da face diafragmática. 
Em sua porção superior, na região do cone arterial, o ventrículo se torna mais delgado e 
sua parede muscular fica lisa, sendo contínua com a valva pulmonar. Na face interna, o 
miocárdio possui várias irregularidades (trabéculas cárneas) que se separam do cone 
arterial pela crista supraventricular, uma crista muscular espessa. 
Três projeções musculares cônicas estão fixadas na parede interna do ventrículo, os 
músculos papilares. Esses músculos tem a função de segurar as válvulas (anterior, pos-
terior e septal) da valva mitral durante a sístole através das cordas tendíneas, evitando o 
prolapso desta. Os músculos papilares, assim como as válvulas, são divididos em anteri-
or, posterior e septal, de acordo com a posição das projeções cônicas, porém suas cor-
das tendíneas não vão somente para a válvula homônima. 
 Músculo papilar anterior: se fixam às válvulas anterior e posterior e é o mais 
proeminente de todos. 
 Músculo papilar posterior: válvulas posterior e septal 
 Músculo papilar septal: válvulas anterior e septal. 
O septo interventricular, dividido em parte muscular (muito maior) e parte membraná-
cea (menor), divide os dois ventrículos. A trabécula septomarginal é um feixe muscular 
que cria um “atalho” através da câmara para que fibras do nó AV cheguem antes aos 
músculos papilares, especialmente o anterior, provocando sua contração momentos 
antes da contração do miocárdio ventricular. 
A valva pulmonar é composta de três válvulas semilunares: anterior, esquerda e direita. 
São semelhantes a bolsas, que se enchem de sangue e impedem o retorno de sangue 
para o ventrículo durante a diástole (segunda bulha cardíaca). 
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
30 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
 
ÁTRIO ESQUERDO 
O átrio esquerdo é muito semelhante ao átrio direito. Recebe o sangue oxigenado dos 
pulmões através de quatro veias pulmonares e o bombeia para o ventrículo esquerdo 
através da valva AV esquerda (mitral). Possui também uma aurícula esquerda, cuja fun-
ção e morfologia são as mesmas da direita. A valva AV esquerda possui apenas duas 
válvulas (anterior e posterior), ambas ligadas ao músculo papilar anterior e ao músculo 
papilar posterior do ventrículo esquerdo. No septo interatrial encontra-se o assoalho da 
fossa oval. 
VENTRÍCULO ESQUERDO 
Anatomicamente, o ventrículo esquerdo é semelhante ao esquerdo, porém possui al-
gumas diferenças. Como a pressão da circulação sistêmica é maior que a pressão da 
circulação pulmonar, o ventrículo esquerdo possui uma parede duas a três vezes mais 
larga de miocárdio que o esquerdo. As trabéculas cárneas são mais finas e numerosas, 
entretanto não são separadas da saída do coração (vestíbulo da aorta) por uma crista. 
O sangue faz um trajeto de U dentro do ventrículo, passando do óstio AV esquerdo (lo-
cal da valva mitral) para o óstio da aorta (local da valva da aorta). Possui também mús-
culos papilares anterior e posterior, conforme a figura. 
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
31 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
A valva da aorta é composta de três válvulas semilunares: posterior, esquerda e direita. 
Dos seios das válvulas semilunares direita e esquerda saem as artérias coronárias direita 
e esquerda, respectivamente; os primeiros ramos da aorta. Tanto as válvulas semiluna-
res da valva aórtica quanto da valva pulmonar possuem pequenas estruturas que po-
dem se diferenciadas: a lúnula, o nódulo e a comissura (ver na imagem abaixo). 
 
 
VASCULARIZAÇÃO DO CORAÇÃO 
A vascularização do coração é feita pelas artérias coronárias e veias cardíacas, que nu-
trem e drenam o miocárdio e epicárdio. As ramificações e distribuições das artérias co-
ronárias são muito susceptíveis a variações anatômicas, complicando o seu estudo. 
A artéria coronária esquerda tem origem do seio da aorta esquerdo, passa entre a aurí-
cula esquerda e o lado esquerdo do tronco pulmonar e continua no sulco coronário. 
Quando chega no sulco interventricular anterior, a artéria coronária se divide em artéria 
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
32 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
interventricular anterior e artéria circunflexa. A artéria IV anterior dá a artéria diagonal, 
segue em direção ao ápice do coração e se anastomosa com a artéria IV posterior em 
67% dos casos. A artéria circunflexa possui, em 40% das pessoas, um ramo do nó SA. O 
próximo ramo da artéria circunflexa é a artéria marginal esquerda. Em 15% dos casos a 
artéria IV posterior é originada do final da artéria circunflexa (nesse caso, dominância 
esquerda). 
Tipicamente, a ACEsupre: 
 AE 
 Maior parte do VE 
 2/3 do septo interventricular, incluindo o fascículo AV 
 O nó SA (40%) 
 Parte do VD. 
A artéria coronária direita origina-se do seio da aorta direito e segue no sulco coronário 
após passar pelo lado direito do tronco pulmonar. Próximo de sua origem, a ACD emite 
o ramo do nó SA em 60% dos casos. Um pouco depois, emite o ramo marginal direito e o 
ramo do nó AV. Quando o indivíduo possui dominância da ACD (85% dos casos), esta 
emite também o ramo IV posterior, que se anastomosa com o ramo IV anterior da ACE. 
Essa última ramificação acontece na crux cordis, local de encontro dos septos interatrial, 
interventricular e sulco coronário. 
A ACD supre tipicamente: 
 AD 
 Maior parte do VD 
 Parte do VE 
 Terço posterior do SIV 
 Nó SA (60%) 
 Nó AV (80%). 
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
33 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
 
 
A drenagem venosa do coração é feita principalmente pelo seio coronário, que recebe 
as veias parva, magna, IV posterior e veia posterior do ventrículo esquerdo. Algumas 
pequenas veias podem se abrir direto nas câmaras do coração. 
A veia IV anterior ascende com a artéria IV anterior e se junta à veia marginal esquerda e 
forma a veia magna. A veia cardíaca parva acompanha a ACD e desemboca no seio coro-
nário. A veia IV posterior acompanha a artéria de mesmo nome até se abrir no seio co-
ronário. 
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
34 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
INERVAÇÃO 
A inervação do coração atua somente no ritmo cardíaco e no diâmetro dos vasos, pois o 
estímulo para a contração muscular vem das células marca-passo do nó SA. A inervação 
é dividida em simpática (dos 5 troncos simpáticos torácicos superiores) e parassimpáti-
ca (do nervo vago), que compõe juntas o plexo cardíaco. 
A inervação simpática aumenta a contratilidade muscular, a condução do impulso, a 
frequência cardíaca e a vasodilatação coronária (via receptores adrenérgicos β2) via 
estimulação adrenérgica. 
A inervação parassimpática causa os efeitos contrários da inervação simpática e aconte-
ce por estimulação colinérgica e receptores muscarínicos. 
OBS: Atente-se às relações anatômicas que as estruturas do mediastino possuem umas 
com as outras (anterior, posterior, lateral, etc), especialmente nervos, vasos da base e 
hilo do pulmão (a imagem abaixo ajuda). Isso é muito cobrado nas provas teóricas!! 
 
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
35 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
 
 
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
36 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
VÍSCERAS ABDOMINAIS 
O abdome é a parte do tronco situada entre tórax e pelve. É uma região flexível prote-
gida por três camadas musculares (Mm. oblíquo externo, oblíquo interno e transverso) 
que contém as vísceras do sistema digestivo e parte dos sistemas urinário e reprodutor. 
Os componentes da parede abdominal estão esquematizados abaixo. 
A cavidade abdominal estende-se superiormente até o 4º espaço intercostal e torna-se 
contínuo com a cavidade pélvica inferiormente. Comporta órgãos peritoneais e retrope-
ritoneais, como veremos adiante, classificados de acordo com a relação destes órgãos 
com a membrana serosa que reveste a cavidade: o peritônio. 
Na parede anterior interna da cavidade abdominal há cinco pregas umbilicais (ver ima-
gem no final para localização): 
 Mediana: estende-se do ápice da bexiga até o umbigo, remanescente do úraco. 
 Mediais: artérias umbilicais ocluídas. 
 Laterais: contêm os vasos epigástricos inferiores 
Clinicamente, o abdome é dividido em quadrantes e regiões, como mostra a figura 
abaixo. Uma dor no hipocôndrio direito, por exemplo, poderia estar relacionada a um 
quadro de colecistite aguda por colelitíase. 
 
 
 
 
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
37 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
PERITÔNIO 
O peritônio é uma membrana serosa contínua dividida em duas lâminas: o peritônio 
parietal, que recobre a maior parte da parede abdominal internamente, e o peritônio 
visceral, que recobre quase completamente os órgãos intraperitoneais. As duas lâminas 
de peritônio delimitam a cavidade peritoneal, que contém nada além de uma fina ca-
mada de líquido para evitar aderências e facilitar o movimento dos órgãos. Dividem 
também os órgãos da cavidade abdominal e pélvica em: intraperitoneais, retroperitone-
ais, subperitoneais e extraperitoneais. 
O peritônio parietal é inervado e vascularizado pelos mesmos elementos da região da 
parede abdominal que reveste. A inervação é para dor, pressão, temperatura e lacera-
ções. O peritônio visceral e os órgãos revestidos por ele possuem a mesma inervação 
visceral e vascularização, embora sua inervação seja apenas para distensões (insensível 
à dor, temperatura, pressão e lacerações). 
As funções do peritônio são as seguintes: proteção (líquido peritoneal possui elementos 
de defesa), sustentação e nutrição (carregam os vasos até os órgãos intraperitoneais). 
O peritônio, em especial o visceral, possui um formato muito complexo, com diversas 
pregas e reflexões ao longo da parede abdominal. Essas reflexões compõem as forma-
ções peritoneais, descritas abaixo e melhor visualizada nas imagens. São divididas em 
mesentérios, ligamentos e omentos. É importante que você entenda as formações peri-
toneais e que as imagine, pois ajudará muito na localização de certas estruturas. 
 
 Mesentério: É uma dupla camada de peritônio visceral com tecido adiposo que 
liga órgãos intraperitoneais às paredes abdominais e transportam estruturas 
neurovasculares. São eles: mesentério do intestino delgado (ou simplesmente 
mesentério), mesocolo transverso, mesocolo sigmoide, mesogástrio, mesoesôfa-
go e mesoapêndice. 
 
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38 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
 Ligamentos: Dupla camada de peritônio visceral que une órgãos intraperitoneais 
entre si. Os principais ligamentos são gastroesplênico, gastrocólico, falciforme, 
redondo, entre outros. 
 Omento: Os omentos são pregas de peritônio que partem das curvaturas menor 
(omento menor) e maior (omento maior) do estômago. O omento menor é 
composto pelos ligamentos hepatogástrico e hepatoduodenal (contém a tríade 
portal: D. colédoco à direita, V. porta posteriormente e A. hepática própria à es-
querda) e forma a parede anterior da bolsa omental. O omento maior é uma 
prega com 4 camadas de peritônio em forma de avental que parte do estômago, 
desce, sobe e fica contínua ao peritônio do colo transverso, também chamada 
de ligamento gastrocólico. 
As formações peritoneais delimitam compartimentos da cavidade peritoneal: a bolsa 
omental, o compartimento supracólico e compartimento infracólico. 
A bolsa omental é uma cavidade delimitada anteriormente pelo omento menor e pelo 
estômago e posteriormente pelo peritônio parietal e mesocolo transverso, e possui dois 
recessos. O recesso superior é delimitado pelo diafragma e ligamento coronário do fí-
gado e o recesso inferior está entre as camadas do omento maior (ver figura). O forame 
omental é uma abertura que comunica a bolsa omental com a cavidade peritoneal loca-
lizada posteriormente ao ligamento hepatoduodenal. Posterior ao forame omental está 
a VCI e o pilar direito do diafragma, superiormente está o fígado e inferiormente a pri-
meira porção do duodeno. 
O mesocolo transverso delimita estruturas superiores a este, que estão no comparti-
mento supracólico, e estruturas inferiores ao mesentério, contidas no compartimento 
infracólico. 
 
 
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39 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
 
ESTÔMAGO 
O estômago é um órgão muscular intraperitoneal do tubo digestório entre esôfagoe 
duodeno, responsável por preparar química e mecanicamente o alimento para a diges-
tão. Possui formato de “J” voltado para direita, embora seu formato e posição na cavi-
dade abdominal variem de acordo com o biotipo da pessoa e a posição em que se en-
contra. É dividido em quatro partes: 
 Cárdia: em decúbito dorsal localiza-se no nível de T XI, posterior à cartilagem 
costal VI. É a parte que circunda o óstio cárdico, na junção gastroesofágica. 
 Fundo: Normalmente preenchido por ar, possui relação com a cúpula esquerda 
do diafragma e está localizado no V EI na LMC (linha medioclavicular) em decú-
bito dorsal. É limitado inferiormente pelo plano horizontal traçado a partir do 
óstio cárdico. 
 Corpo: É a principal e maior parte do estômago, entre o fundo e o antro pilórico. 
Na região do corpo são visualizadas pregas gástricas quando o estômago está 
vazio ou parcialmente vazio. O canal gástrico é uma região com poucas pregas 
destinada a passagem de líquidos para o duodeno. 
 Região pilórica: É a porção final do estômago, que faz conexão com o duodeno. 
Dividida em antro pilórico (porção mais dilatada, em contato com o corpo), canal 
pilórico (a região mais estreita) e o piloro (formado pelo músculo esfíncter do pi-
loro). Localizada no plano transpilórico, traçado na metade da distância entre in-
cisura jugular e sínfise púbica. 
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
40 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
 
Externamente, o estômago possui duas curvaturas e duas incisuras. A curvatura menor 
possui relação com o omento menor e, na sua parte inferior, é chamada de incisura 
angular. A incisura angular marca a transição do corpo gástrico para antro pilórico. A 
curvatura maior é o local de partida da lâmina anterior do ligamento gastrocólico, que 
forma o omento maior. A incisura cárdica é o espaço entre o esôfago e o fundo gástrico. 
 
Anteriormente ao estômago está o diafragma, o lobo hepático esquerdo e a parede 
abdominal. Posteriormente está a bolsa omental e o pâncreas. Inferiormente está o 
colo transverso e superiormente está o fígado. 
 
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
41 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
VASCULARIZAÇÃO 
A vascularização arterial do estômago tem origem no tronco celíaco e em seus ramos. A 
região da curvatura menor é irrigada pela anastomose das artérias gástrica direita (ramo 
da hepática comum) e gástrica esquerda (ramo do tronco celíaco). A região da curvatura 
maior é irrigada pela anastomose das artérias gastromental direita (ramo da gastroduo-
denal) e gastromental esquerda (ramo da a. esplênica). A parede posterior é irrigada 
pelas artérias gástricas curtas e artéria gástrica posterior, também ramos da artéria es-
plênica. 
A drenagem venosa acompanha as artérias. As veias gástricas direita e esquerda desem-
bocam na veia porta. As veias gastromentais esquerdas drenam para a veia esplênica e 
as direitas para a VMS. REVISÃO: A veia esplênica recebe a VMI e se junta a VMS para 
formar a veia porta. 
 
 
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
42 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
 
INTESTINO DELGADO - DUODENO 
O duodeno é a primeira parte do intestino delgado com aproximadamente 25 cm, tam-
bém sendo a mais larga e mais fixa. Faz um trajeto em C ao redor da cabeça do pân-
creas e é em quase toda a sua extensão retroperitoneal, exceto nos 2 cm distais ao pilo-
ro, ou ampola, que é intraperitoneal. Internamente possui pregas circulares, exceto na 
ampola. O duodeno é dividido em 4 segmentos: 
 Parte superior: é a continuação do piloro e está posterior ao fígado e vesícula bi-
liar ao nível de L1. Na parte proximal há o ligamento hepatoduodenal. 
 Parte descendente: situa-se à direita à frente da veia cava inferior e contorna a 
cabeça do pâncreas ao nível de L1 a L3. O peritônio parietal que cobre sua face 
anterior reflete-se no terço médio para formar o mesocolo transverso. Na região 
posteromedial o ducto colédoco e o ducto pancreático principal unem-se para 
formar a ampola hepatopancreática, que se abre na parte descendente na papila 
maior do duodeno, ou papila de Vater. 
 Parte inferior (ou horizontal): em seu trajeto para esquerda passa sobre a VCI, 
aorta, vértebra L3 e é cruzada pelos vasos mesentéricos superiores, que entram 
na raiz do mesentério. 
 Parte ascendente: segue superiormente ao lado da aorta ao nível de L3 a L2 e 
curva-se anteriormente na flexura duodenojejunal penetrando a cavidade peri-
toneal e tornando-se intraperitoneal novamente. Essa flexura, que determina o 
início do jejuno (importante para cirurgias), é sustentada pelo músculo suspen-
sor do duodeno (ou ligamento de Treitz), formado por uma alça de músculo do 
diafragma. 
 
 
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
43 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
A vascularização do duodeno é feita por ramos da AMS e do tronco celíaco. A artéria 
pancreatoduodenal superior posterior e anterior (ramos da artéria gastroduodenal) se 
anastomosam com os ramos anterior e posterior da artéria pancreático duodenal inferi-
or (ramo da AMS). Há também a artéria supraduodenal (ramo da hepática comum), que 
supre a parte superior do duodeno. As veias possuem mesmo nome e trajeto semelhan-
te às artérias, desembocando na veia porta diretamente ou indiretamente (via VMS ou 
veia esplênica). 
 
 
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
44 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
INTESTINO DELGADO - JEJUNO E ÍLEO 
O jejuno representa 2/5 do comprimento da porção intraperitoneal do intestino delga-
do, que varia de 6 a 7 metros. Está localizado quase totalmente no QSE do abdome. O 
íleo corresponde aos outros 3/5 e está localizado no QID. A transição entre eles é pouco 
perceptível, embora algumas características permitam diferenciá-los em cirurgias, por 
exemplo: 
 
O mesentério é uma bicamada de peritônio em forma de leque que parte da raiz do 
mesentério para ligar o intestino delgado intraperitoneal à parede abdominal. A raiz do 
mesentério possui orientação inferior e para a direita, partindo da flexura duodenojeju-
nal (lado esquerdo da vértebra L2) e indo até a articulação sacrilíaca direita. Cruza, nes-
ta ordem, a parte ascendente e inferior do duodeno, aorta abdominal, VCI, ureter direi-
to, psoas maior direito e vasos gonadais direitos. 
 
 
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45 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
A vascularização é feita pela AMS (ramo da aorta no nível de L1, 1 cm inferior ao tronco 
celíaco) via artérias jejunais e ileais, que transitam entre as duas lâminas de peritônio do 
mesentério. As artérias jejunais e ileais se anastomosam entre si para formar arcos arte-
riais, dos quais partem os vasos retos para vascularizar o órgão. A drenagem é feita pela 
VMS, que está anteriormente e à direita da AMS, e desemboca na veia esplênica poste-
riormente ao colo do pâncreas para formar a veia porta. 
A inervação simpática é feita pelos segmentos T8 a T10 da medula por neurônios pós-
ganglionares localizados no gânglio celíaco e mesentérico superior. A inervação paras-
simpática é feita por fibras do tronco vagal posterior, que fazem sinapse com neurônio 
pós-ganglionares no plexo mioentérico (entre a camada muscular longitudinal e circular) 
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
46 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
de Auerbach e no plexo submucoso de Meissner. Ambos os plexos são compostos por 
neurônios motores, sensitivos, simpáticos e parassimpáticos. O de Auerbach é respon-
sável pela peristalse e cólica abdominal, enquanto o de Meissner atua na secreção das 
glândulas e na regulação do fluxo sanguíneo. O estímulo simpático reduz a velocidade 
da digestão e aumenta a disponibilidade sanguínea para outros tecidos, comoo múscu-
lo esquelético. Quando o estímulo simpático encerra o parassimpático atua e reestabe-
lece o equilíbrio. 
INTESTINO GROSSO 
O intestino grosso é dividido em ceco, apêndice vermiforme, colo, reto e canal anal, 
sendo parcialmente intraperitoneal e parcialmente retroperitoneal. Há algumas estru-
turas presentes no intestino grosso que permitem diferenciá-lo do intestino delgado: 
 Apêndices omentais: pequenas projeções adiposas que saem da parede do intes-
tino grosso; 
 Tênias: três faixas musculares longitudinais: tênia mesocólica (fixa os mesocolos 
transverso e sigmoide), tênia omental (fixa o omento maior) e tênia livre (não fi-
xa nada). 
 Saculações: projeções da parede entre as tênias. 
 
CECO E APÊNDICE 
O ceco é uma bolsa intestinal cega intraperitoneal que liga a porção terminal do íleo ao 
colo ascendente situada na altura da fossa ilíaca direita (QID). Não possui mesentério, 
mas é fixada à parede lateral do abdome por pregas cecais. Interiormente, o ceco possui 
dois óstios: óstio ileal (na face medial, delimitado pelo lábio ileocecal, lábio ileocólico e 
frênulos do óstio ileal) e o óstio do apêndice vermiforme (na porção posteromedial do 
ceco). 
A irrigação arterial do ceco é feita por ramos cecais da artéria ileocólica, ramo terminal 
da AMS. A drenagem é feita pela veia ileocólica, que desemboca na VMS. 
 
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47 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
O apêndice vermiforme é um divertículo de aproximadamente 10 cm com massas de 
tecido linfoide que pende da porção posteromedial do ceco. É intraperitoneal e ligado à 
parede posterior do abdome pelo mesoapêndice. É irrigado pela artéria apendicular, 
que é ramo da artéria ileocólica. A base do apêndice vermiforme esta na junção das três 
tênias cólicas. 
 
COLO 
O colo é dividido em quatro partes (ascendente, transverso, descendente e sigmoide) 
contínuas que contornam o intestino delgado. Lateralmente aos colos ascendente e 
descendente estão os sulcos paracólicos direito e esquerdo, respectivamente, de impor-
tância clínica. Os vasos que irrigam o colo formam um arco anastomótico que percorre 
paralelamente a margem do órgão, o arco justacólico. Apresenta duas flexuras: flexura 
direita do colo (ou hepática) e flexura esquerda do colo (ou esplênica); sendo a última 
mais superior, mais aguda e menos móvel que a primeira. 
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
48 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
Colo ascendente 
O colo ascendente é contínuo com o ceco, vai até a flexura esquerda do colo e fica re-
troperitonealmente na margem direita da cavidade infracólica, podendo possuir um 
pequeno mesentério em 25% das pessoas. A tênia livre é anterior, a mesocólica é medi-
al e a omental é lateral. 
A irrigação arterial é feita pela AMS via arteria cólica direta e arteria ileocólica que se 
anastomosam no arco justacólico. A drenagem é feita por veias de mesmo nome que as 
artérias, tributárias da VMS. 
Colo transverso 
É a mais longa e mais móvel parte do intestino grosso, uma vez que é intraperitoneal. 
Vai da flexura direita do colo até a flexura esquerda do colo, fixada à parede abdominal 
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
49 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
pelo mesocolo transverso e ao diafragma pelo ligamento frenocólico. A tênia livre é infe-
rior, a mesocólica é posterior e a omental é anterior (fixa o omento maior). 
A irrigação arterial é feita pela AMS via artéria cólica média, embora receba sangue das 
artérias cólicas direita e esquerda devido ao arco justacólico. A drenagem é feita pela 
veia cólica média, tributária da VMS. 
 
Colo descendente 
Após a flexura esquerda o colo volta a ser retroperitoneal, embora possua um pequeno 
mesentério em 33% das pessoas. A relação das tênias é idêntica a do colo ascendente. 
A vascularização provém da AMI via artéria cólica esquerda e a drenagem por veia ho-
mônima tributária da VMI. 
Colo sigmoide 
O colo sigmoide liga o colo descendente com o reto (junção retosigmoide - fim das tê-
nias) em formato de S. É ligado a parede posterior pelo mesocolo sigmoide, cuja raiz 
possui formato de V invertido com ápice anterior à bifurcação/junção dos vasos ilíacos 
comuns esquerdos e ao ureter esquerdo. 
A irrigação arterial é feita pelas artérias sigmoides, ramos da AMI, que também compõe 
o arco justacólico. A drenagem é feita por veia homônima tributária da VMI. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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50 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
 
 
 
 
 
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
51 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
 
 
FÍGADO E VIAS BILIARES 
O fígado é uma glândula intraperitoneal maciça localizada no hipocôndrio direito e se 
estendendo para a região epigástrica e QSE, profundamente às costelas direitas VII a XI. 
Possui cerca de 1500g e corresponde a aproximadamente 2,5% do peso corporal, de-
sempenhando amplas funções para diversos sistemas. Possui uma face diafragmática 
(lisa) e uma face visceral (acidentada). O recesso hepatorrenal é uma extensão postero-
superior do recesso sub-hepático e drena os líquidos da bolsa omental e da cavidade 
supracólica (ver imagem). Quando há líquido no peritônio e a pessoa está em decúbito 
dorsal, o recesso hepatorenal fica preenchido (detectável na ultrassonografia). 
 
O peritônio que cobre o fígado reflete do diafragma, formando as duas lâminas (superi-
or e inferior) do ligamento coronário. Lateralmente, essas lâminas convergem para for-
mar o ligamento triangular direito e ligamento triangular esquerdo, próximo ao ápice do 
fígado. Anteriormente, o fígado é ligado à parede abdominal pelo ligamento falciforme 
(divide os lobos anatômicos esquerdo e direito), que é contínuo com o ligamento re-
dondo (veia umbilical obliterada). Os ligamentos coronários e triangulares delimitam 
uma área sem peritônio, a área nua do fígado, local da VCI e do sulco da VCI. 
A face visceral do fígado reflete diversas relações deste com os órgãos abdominais atra-
vés das áreas e impressões (ver figura). É coberta por peritônio, exceto na região da 
fossa da vesícula biliar e porta do fígado. O “H do fígado” é composto por duas fissuras 
sagitais: direita (sulco da veia cava e fossa da vesícula biliar) e esquerda (ligamento re-
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
52 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
dondo e ligamento venoso); separadas pela porta do fígado. Superiormente ao H está o 
lobo caudado e inferiormente está o lobo quadrado. 
O fígado é dividido em dois lobos anatômicos e dois lobos acessórios baseado nas pre-
gas de peritônio superficialmente. O lobo esquerdo e o lobo direito são divididos um do 
outro pelo ligamento falciforme e os lobos acessórios (quadrado e caudado) são delimi-
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
53 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
tados pelo H do fígado. O lobo caudado possui um processo caudado (do lado direito) e 
um processo papilar (do lado esquerdo) e é considerado um terceiro fígado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A divisão funcional do fígado difere um pouco da divisão anatômica. Funcionalmente o 
fígado é dividido em direito e esquerdo (pela linha imaginária entre VCI e vesícula biliar), 
pois cada um é suprido por um ramo primário da veia porta, artéria hepática e ducto 
hepático. Cada lado do fígado é ainda dividido em dois setores (pelas veias hepáticas) e 
quatro segmentos (pelo plano hepático transverso na bifurcação da veia porta) cirurgi-
camente ressecáveis que recebem ramos secundários e terciários da tríade portal, res-
pectivamente (ver imagem). A única exceção é o lobo caudado, que possui ramos pró-
prios da tríade portal parasupri-lo. 
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
54 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
A vascularização, drenagem e as vias biliares chegam e saem do fígado pelo ligamento 
hepatoduodenal, parte do omento menor. A veia porta traz 80% do sangue para o fíga-
do e a artéria hepática comum, 20%. O sangue do sistema porta é 40% mais oxigenado 
que o sangue venoso sistêmico, contribuindo consideravelmente na sustentação do 
parênquima hepático. As veias hepáticas (esquerda, direita e intermédia) drenam os 
sinusoides e desembocam na VCI. 
A bile é um líquido produzido pelo fígado e armazenado pela vesícula biliar que 
emulsifica as gorduras da digestão antes de ser absorvida. O líquido produzido pelos 
hepatócitos é recolhido pelos canalículos biliares, depois ductos bilares e por fim os 
ductos hepáticos direito e esquerdo. Estes se unem para formar o ducto hepático 
comum, que recebe o e forma o ducto colédoco (ou ducto biliar comum). A ducto cístico 
vascularização do ducto colédoco é feita pela artéria cística na parte proximal, artéria 
hepática direita na parte média e artéria pancreaticoduodenal superior posterior na 
parte distal. a drenagem proximal é feita diretamente para o fígado e a drenagem distal 
é feita pela veia pancreaticoduodenal superior posterior. Quando o músculo esfíncter da 
ampola hepatopancreática contrai, a secreção de bile é interrompida e desviada para a 
vesícula biliar pelo ducto cístico. 
A vesícula biliar é um órgão que armazena e concentra a bile localizado na fossa da 
vesícula biliar, colada ao fígado, superior e anterior ao duodeno. É dividida em fundo, 
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
55 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
corpo e colo, sendo o colo contínuo com o ducto cístico. A vascularização é feita pela 
artéria cística (ramo da artéria hepática direita em 75% das pessoas), que atravessa o 
trígono de Calot. Este é composto pelo ducto cístico, ducto hepático comum e artéria 
hepática direita. 
BAÇO 
O baço é um órgão intraperitoneal linfoide oval do tamanho aproximado de um punho, 
localizado na região do hipocôndrio esquerdo, repousando na flexura esquerda do colo. 
Não é um órgão vital, embora sirva de reservatório de hemácias e leucócitos, sendo 
recrutados em situações de stress. Possui cápsula de conjuntivo recoberta por peritônio 
visceral, exceto na região do hilo esplênico, local de entrada e saída dos vasos esplêni-
cos. 
 
Está situado superiormente ao colo, lateralmente ao rim esquerdo, posteriormente ao 
estômago e anterior ao diafragma, no nível das costelas IX, X e XI. 
O baço possui dois polos (anterior e posterior), duas margens (superior e inferior) e três 
áreas (renal, gástrica e cólica). A margem superior é entalhada com sulcos chamados 
chanfraduras. Há também dois ligamentos que saem da região do hilo (na reflexão do 
peritônio): o ligamento gastroesplênico (parte do omento maior, contém os vasos gás-
tricos curtos e gastromentais esquerdos) e o ligamento esplenorrenal (que contém va-
sos esplênicos e a causa do pâncreas). 
A vascularização do baço é feita pela artéria esplênica, maior ramo do tronco celíaco, 
que segue um trajeto tortuoso na margem superior do pâncreas, posteriormente à bol-
sa omental. A drenagem é feita pela veia esplênica (anterior à artéria esplênica), que 
recebe a VMI e se junta à VMS para formar a veia porta. 
 
 
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56 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
 
PÂNCREAS 
O pâncreas é uma glândula alongada retroperitoneal mista, cuja porção exócrina é aces-
sória da digestão, localizada na altura de L1 e L2. Possui relações com o estômago ante-
riormente, aorta e rim esquerdo posteriormente e está entre o duodeno e o baço. A 
raiz do mesocolo transverso está na margem anterior do pâncreas. 
O pâncreas é dividido em cabeça, colo, corpo e cauda: 
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
57 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
 A cabeça do pâncreas é uma porção expandida envolvida pelo C do duodeno, 
anterior a VCI e vasos renais esquerdos, que recebe o ducto colédoco. O proces-
so uncinado é uma projeção da parte inferior da cabeça que fica posterior aos 
vasos mesentéricos superiores. 
 O colo do pâncreas está situado anteriormente aos vasos mesentéricos superio-
res. A origem da veia porta é posterior ao colo. 
 O corpo do pâncreas é a maior porção do órgão e está em contato direto com 
aorta, AMS, suprarrenal e rim esquerdo e vasos renais esquerdos. 
 A cauda do pâncreas possui relação com o baço e é intraperitoneal, uma vez que 
está no interior do ligamento esplenorrenal junto com os vasos esplênicos. 
A porção secretora exócrina do pâncreas drena sua secreção através do ducto pancreá-
tico principal, que se une ao ducto colédoco na cabeça do pâncreas na ampola hepato-
pancreática. Esta se abre na parte descendente do duodeno na papila maior do duode-
no, ou papila de Vater. Os músculos esfíncteres do ducto pancreático principal, do duc-
to colédoco e da ampola hepatopancreática (músculo liso) controlam a saída de bile e 
suco pancreático e impedem o refluxo do conteúdo duodenal para a ampola. O ducto 
pancreático acessório (de Santorini) se abre na papila menor do duodeno e drena a par-
te superior da cabeça do pâncreas. 
A vascularização e drenagem da cabeça do pâncreas são feitas pelas mesmas artérias 
do duodeno (pancreatoduodenais superiores e inferiores). O colo, corpo e cauda possu-
em artérias específicas (pancreática dorsal, pancreática magna e artéria da cauda do 
pâncreas), que são ramos da artéria esplênica e se anastomosam inferiormente para 
formar a artéria pancreática inferior. As veias do colo, corpo e cauda correspondem às 
artérias e drenam em sua maioria para a veia esplênica. 
VASCULARIZAÇÃO DO ABDOME 
A parte teórica de vascularização já foi abordada em outros capítulos. Aqui é importan-
te decorar os principais ramos e o território de vascularização de cada uma das princi-
pais artérias do abdome. A maioria das questões de vascularização é relacionada aos 
ramos (qual é ramo de qual). Portanto, é interessante repetir um esquema como o 
abaixo para decorá-los. 
 
 
Matheus Hideki Taborda 2015.1 
58 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
 
Superiormente à papila maior do duodeno o território vascular pertence ao tronco celía-
co (incluindo fígado, baço, estomago e parte do pâncreas). Da papila maior ate a flexura 
esplênica do colo a vascularização é feita pela AMS. Da flexura em diante a vasculariza-
ção é feita pela AMI. 
 
 
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59 RESUMO DE ESPLANCNOLOGIA TEÓRICA 
RINS, URETERES E SUPRARRENAIS 
RINS 
Os rins (direito e esquerdo) são órgãos retroperitoneais ovais responsáveis pela produ-
ção de urina e manutenção da homeostasia. Estão localizados na parede posterior do 
abdome no nível de T12 a L3, sendo o esquerdo levemente superior ao direito. Deslo-
cam- se verticalmente aproximadamente 3 cm durante a inspiração e expiração força-
da. 
 
Externamente possuem dois polos (superior e inferior), duas faces (anterior e posterior), 
duas margens (lateral e medial) e um hilo renal, localizado na margem medial do rim. No 
hilo a veia renal está anterior, as divisões das artérias renais são posteriores (entre veia 
e ureter) e o ureter segue um trajeto inferior, em direção à bexiga. 
Internamente o rim é dividido em lobos (pirâmides renais + região cortical associada) e 
possui uma região cortical, uma região medular (pirâmides renais e colunas renais) e seio 
renal (espaço que contém gordura perirrenal e os cálices/pelve). A urina produzida num 
lobo passa da papila renal para os cálices menores, que se juntam e formam os cálices 
maiores. Estes se unem para formar a pelve renal, o início

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