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Anatomia - Tórax e abdomen

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Transcrição das aulas referentes à Prova 2 de Anatomia, ministradas no ano de 2018. 
 
CAIXA TORÁCICA 
Estruturas externas que formam a caixa torácica: ​osso esterno anteriormente, ​arcos costais anterolateralmente e a 
coluna vertebral ​posteriormente. Essa caixa torácica é completada pelos músculos e fáscias. Há nos espaços intercostais 
há um feixe neurovascular formado por uma artéria, uma veia e um nervo. Dentro da faixa torácica existem as vísceras: 
os órgãos torácicos. 
 
A cavidade torácica possui três compartimentos: ​duas cavidades pulmonares (direita e esquerda), que contêm os 
pulmões e as pleuras e o ​mediastino central​, que contém o coração, os grandes vasos, as artérias, o esôfago, o timo, 
nervos e o pericárdio. 
 
 
Tiago Marques — ATM2023 1 
 
As ​pleuras são uma serosa mesotélica que revestem os pulmões e a cavidade pleural. Na vida embrionária, os 
revestimentos das cavidades pleurais são formados por mesoderma e recebem o nome de ​serosa​. Essa serosa vem 
junto ao pulmão e é denominada pleura. Além de vir junto ao pulmão, a pleura se reflete num espaço no tórax 
denominado cavidade pleural. Logo, a pleura reveste internamente a caixa torácica. A pleura é dividida em pleura 
visceral e pleura parietal. A ​pleura visceral ​está junto às vísceras e se reflete no mediastino, não podendo ser separada 
do pulmão. A ​pleura parietal é aderida à estrutura óssea e reveste a parede da cavidade. O ​saco pleural ​ou ​cavidade 
pleural ​é o espaço virtual entre as pleuras, que contém o ​líquido pleural​, uma serosa que ​evita o atrito entre o pulmão 
e a caixa torácica quando o pulmão se enche de ar na inspiração. Uma pessoa com pneumonia (processo inflamatório e 
infeccioso do parênquima pulmonar) tem diminuição de líquido do saco pleural e, ao inspirar, sente dor, devido ao 
atrito gerado entre as pleuras e a parede da cavidade. 
 
Nas partes mais inferiores da base pulmonar, a reflexão pleural forma espaços maiores, que são mediais e laterais ((o 
pulmão não prenche completamente a cavidade pleural) e não são preenchidos pelas vísceras do pulmão (somente na 
inspiração profunda). Trata-se dos ​recessos​, que são importantes para acomodar alterações do volume pulmonar 
durante a respiração. A caixa torácica é formada pelos arcos costais. Inferiormente o músculo diafragma separa a 
cavidade torácica da cavidade abdominal. O ​recesso costodiafragmático situa-se inferolateralmente entre a parede 
torácica e o diafragma e possui grande importância clínica. Em um processo inflamatório e infeccioso como a 
pneumonia, pode haver um aumento da produção de líquido pleural, o que fazer com que o recesso encha de 
líquido. Nesse caso, quando o paciente inspira e faz o raio X, os recessos ficam esbranquiçados (apagados), indicando 
derrame pleural (água no pulmão). Há também o recesso costomediastinal, um espaço virtual que acompanha a pleura, 
ao contrário do recesso costodiafragmático, cujo espaço realmente existe. Uma pessoa que sofre trauma torácico 
(​pneumotórax​) pode ter seu parênquima pulmonar rompido; nesse caso, podem do sair do pulmão ar e sangue, que 
serão coletados entre as pleuras, no saco pleural, que deverá ser drenado. 
 
Tiago Marques — ATM2023 2 
Stefanie Claire
Nota
???
Stefanie Claire
Nota
??? 
PULMÕES 
 
 
O ​ápice projeta-se acima da costela I e entra na raiz do pescoço e é mais alto do lado direito. A ​base ​fica sobre a cúpula 
diafragmática. Possui dois ou três lobos, com uma ou duas fissuras, três faces conforme encoste nas regiões da caixa 
torácica: face costal, face diafragmática e face mediastinal (mais medial). Não existem vísceram nas cavidades pleurais, 
além do pulmão: elas passam pelo mediastino. O pulmão possui três margens: ​inferior​, ​anterior e ​posterior​. O ​hilo 
pulmonar ​é o local de entrada e saída de estruturas da raiz do pulmão (todas as vísceras possuem hilo). A ​raiz ​fixa o 
pulmão ao mediastino (portanto, é medial) e é contornada pelo hilo. São estruturas da raiz pulmonar: ​brônquios​, ​vasos 
brônquicos​, ​artérias pulmonares​, ​veias pulmonares superior ​e inferior​, ​plexos pulmonares de nervos ​(fibras aferentes 
simpáticas, parassimpáticas e viscerais) e ​vasos linfáticos​. 
O pulmão é dividido em lobos, cada um dos quais possui um segmento, que recebe estruturas específicas. 
Tiago Marques — ATM2023 3 
 
PULMÃO DIREITO 
Duas fissuras: ​fissura oblíqua direita ​e ​fissura 
horizontal​. 
Três lobos: ​lobo superior​, ​lobo médio​, ​lobo inferior​. 
PULMÃO ESQUERDO 
Possui uma fissura: ​fissura oblíqua esquerda​. 
Dois lobos: ​lobo superior ​e ​lobo inferior​. 
 
 
O pulmão direito é maior, mais pesado, mais curto e mais largo que o pulmão esquerdo. O pulmão esquerdo fica em 
maior contato com o coração, uma vez que o coração é voltado para a esquerda. Desse modo, o lobo superior possui 
uma expansão na parte inferior denominada ​língula (remanescente do lobo médio), acima da qual existe uma marca 
deixada pelo coração denominada ​incisura cardíaca profunda​. 
 
Tiago Marques — ATM2023 4 
ÁRVORE TRAQUEOBRÔNQUICA 
 
Estrutura localizada abaixo da laringe e consiste na traqueia com seus brônquios. Localiza-se no meio da caixa torácica e, 
portanto, pertence ao mediastino. Essa árvore é formada por anéis de cartilagem hialina em formato de ferradura ou 
“C” e compõe as vias respiratórios inferiores (ou infraglóticas ou sublaríngeas). A traqueia é o tronco dessa árvore, que 
se divide na ​altura do ângulo esternal ​(ou ângulo de Louis) em dois brônquios: ​brônquio principal direito ​e ​brônquio 
principal esquerdo​, que se dirigem aos pulmões direito e esquerdo respectivamente. A carina da traqueia possui cílios, é 
sensível a corpos estranhos e altamente irritativa, gerando reflexos de tosse com a chegada de corpos estranhos. O 
brônquio principal direito é mais largo, mais curto e ​mais vertical ​e entra diretamente no hilo pulmonar. O brônquio 
principal esquerdo é mais horizontalizado e sua localização é inferior ao arco da aorta, anterior ao esôfago e à parte 
torácica da aorta. Na aspiração de um corpo estranho, o local mais propável de sua instalação é no brônquio direito, 
devido à sua maior verticalização. Os brônquios principais (ou primários) são divididos em ​brônquios lobares ​(ou 
secundários), e cada um dos quais supre um lobo. Os brônquios lobares se subdividem em ​brônquios segmentares ​(ou 
terciários), que suprem os segmentos broncopulmonares. 
 
SEGMENTOS BRONCOPULMONARES 
Segmentos piramidais do pulmão, separados por septos de tecido conjuntivo (menor região funcionalmente 
independente de um pulmão e a menor área do pulmão que pode ser isolada e removida sem afetar regiões 
adjacentes). São supridos por um ​brônquio segmentar ​e um ​ramo arterial pulmonar terciário​. Cada segmento recebe o 
nome de acordo com o brônquio segmentar que o supre. Existem, geralmente, de 18 a 20 segmentos 
broncopulmonares nos pulmões. A partir desses segmentos, há cerca de 20 a 25 bronquíolos condutores ramificados, 
que vão se terminar em brônquíols terminais (não possuemcartilagem, glândulas nem alvéolos e apenas transportam 
ar), que originam os bronquíolos respiratórios, que terminam nos alvéolos. 
 
 
 
Tiago Marques — ATM2023 5 
 
No lobo superior do pulmão direito, há os segmentos: ​apical​, ​anterior ​e ​posterior​. 
No lobo médio do pulmão direito, há os segmentos: ​medial​ e ​lateral​. 
No lobo inferior do pulmão inferior, há os segmentos: ​basilar anterior​, ​basilar lateral​, ​basilar medial ​e ​basilar posterior​. 
 
No lobo superior do pulmão esquerdo, há os segmentos: ​ápico-posterior​, ​anterior​, ​lingular superior ​e ​lingular inferior​. 
No lobo inferior do pulmão esquerdo, ha os segmentos: ​basilar anterior​, basilar medial​, ​basilar lateral ​e ​basilar 
posterior​. 
 
VASCULARIZAÇÃO DOS PULMÕES 
 
Tiago Marques — ATM2023 6 
 
Cada pulmão tem uma grande ​artéria pulmonar​, que conduz sangue pouco oxigenado do ventrículo direito para o 
pulmão. As artérias pulmonares têm origem no ​tronco pulmonar​, na altura do nível do ângulo do esterno, e vão se 
dividir em ​artérias lobares secundárias ​e ​terciárias​, ficando anteriores ao tronco e aos brônquios. A artéria pulmonar 
direita passa sob o arco da aorta para chegar ao pulmão direito, enquanto a artéria pulmonar esquerda situa-se 
completamente à esquerda do arco. A cor trocada das artérias pulmonares (azuis) indica o sangue pobre em oxigênio e 
a das veias pulmonares (vermelhas) indica sangue rico em oxigênio. 
 
Duas ​veias pulmonares de cada lado, uma superior e uma inferior ​conduzem sangue rico em oxigênio para o átrio 
esquerdo do coração. A ​veia do lobo médio ​é tributária da ​veia pulmonar direita superior​. As veias da pleura visceral e 
bronquiais drenam para as veias pulmonares e o volume relativamente pequeno de sangue pobre em oxigênio se junta 
ao grande volume de sangue rico em oxigênio que retorna ao coração. As veias da pleura parietal unem-se às veias 
sistêmicas da parede torácica. A pleura visceral tem a mesma irrigação do pulmão, enquanto a pleura parietal tem a 
mesma irrigação da parede (veias sistêmicas). 
 
As ​artérias bronquiais ​nutrem estruturas que formam a raiz pulmonar, os tecidos de sustentação dos pulmões e a 
pleura visceral. Há duas ​artérias bronquiais esquerdas​, que têm origem na aorta torácica e uma única ​artéria bronquial 
direita​, que pode originar-se diretamente da aorta. A ​veia bronquial direita ​drena para a veia ázigo, enquanto a ​veia 
bronquial esquerda​ drena para a veia hemiázigo acessória ou veia intercostal superior esquerda. 
 
Os ​linfonodos broncopulmonares recebem a linfa da parte superficial, ou seja, da pleura visceral, da raiz pulmonar, dos 
brônquios etc. Os ​linfonodos pulmonares drenam a linfa da parte profunda, ou seja, do parênquima pulmonar. Tanto os 
Tiago Marques — ATM2023 7 
linfonodos broncopulmonares quanto pulmonares drenam para os ​linfonodos traqueobronquiais superiores e 
inferiores​. A linfa dos linfonodos traqueobronquiais segue para os ​troncos linfáticos broncomediastinais direito e 
esquerdo​, e daí para os ​ductos linfáticos direito e esquerdo​, que terminam no​ ducto torácico​. 
 
INERVAÇÃO DOS PULMÕES E DA PLEURA 
Os ​pulmões e a ​pleura visceral recebem ​inervação autônoma​, ou seja, fibras aferentes simpáticas, parassimpáticas e 
viscerais. As ​fibras parassimpáticas ​são fibras pré-ganglionares do ​nervo vago​, e serão motoras para o músculo liso da 
árvore bronquial (broncoconstritoras), inibidoras para os vasos pulmonares (vasodilatadoras) e secretoras para as 
glândulas da árvore traqueobrônquica (secretomotoras). O nervo vago, portanto, é broncoconstritor, vasodilatador e 
secremotor no pulmão. As ​fibras simpáticas ​são fibras pós-ganglionares e são inibitórias para o músculo brônquico 
(broncodilatadoras), motoras para vasos pulmonares (vasoconstritoras) e inibitórias para as glândulas alveolares 
(secretoinibidoras). As ​fibras aferentes viscerais ​são reflexas (conduzem sensações subconscientes associadas aos 
reflexos que controlam a função) ou nociceptivas (conduzem impulsos gerados em resposta a estímulos dolorosos). A 
pleura parietal​ possui a mesma inervação da caixa torácica: ​nervos intercostais​ e ​nervo frênico​. 
 
MEDIASTINO 
 
Espaço central e largo que separa as duas cavidades pleurais localizadas lateralmente. É limitado anteriormente pelo 
esterno​, posteriormente pelos ​corpos vertebrais​, superiormente pela ​primeira costela (abertura torácica superior) ​e 
inferiormente pelo ​diafragma. ​É conteúdo do mediastino: glândula timo, pericárdio, coração, traqueia, grandes artérias 
e veias, linfonodos, ductos linfáticos, vasos linfáticos e gordura. A partir de um plano transverso (uma linha imaginária 
Tiago Marques — ATM2023 8 
no ângulo do esterno), o mediastino é dividido em ​superior e ​inferior​. O mediastino inferior é subdividido em 
mediastino anterior​, ​médio ​e ​posterior​. 
 
MEDIASTINO SUPERIOR 
O mediastino superior é limitado ​superiormente pelo plano 
oblíquo que passa acima da incisura jugular e 
posteriormente à margem superior da vértebra T1, 
inferiormente ​pelo plano transverso que passa do ângulo 
do esterno ao disco intervertebral entre as vértebras T4 e 
T5 e ​lateralmente ​pela parte mediastinal da pleura parietal. 
É conteúdo do mediastino superior artérias, veias e 
estruturas viscerais que se dirigem à cavidade abdonimal. 
Em sintopia ântero-posterior, temos ​GlaVARDiNe​: o timo 
(glândula - ​Gla​), as veias braquiocefálicas direita e 
esquerda, a veia intercostal superior, a veia cava superior 
(veias - ​V​), o arco da aorta (artéria - ​A​), a traqueia 
(respiratório - ​R​), o esôfago (digestório - ​Di​), os nervos 
frênicos, os nervos vagos, ramo laríngeo recorrente do 
nervo vago (nervos - ​Ne​) e ducto torácico. 
 
 
Tiago Marques — ATM2023 9 
O nervo frênico localiza-se entre a pleura visceral e o pericárdio (serosa que envolve o coração). O nervo laríngeo 
recorrente passa por baixo do arco aorta. 
 
 
TIMO 
Estrutura assimétrica bilobar, que é grande na criança e atrofia após a puberdade. É irrigado pelas artérias torácicas 
internas e a drenagem é feita pela veia braquiocefália esquerda e veias torácicas internas. A drenagem linfática drena 
para os linfonodos paraesternais e traqueobronquiais. 
 
VEIAS BRAQUIOCEFÁLICAS DIREITA E ESQUERDA 
Localizadas posteriormente ao timo e drenam para a ​veia cava superior​. Drenam para as veias braquiocefálicas 
(tributárias): as veias vertebrais direita e esquerda, a primeira veia intercostal posterior, a veia torácica interna direita e 
esquerda, a veia tiroidea inferior e as veias tímicas. Formam as veias braquiocefálicas a ​veia jugular interna ​e a ​veia 
subclávia​. 
 
Tiago Marques — ATM2023 10 
VEIA CAVA SUPERIOR 
Começa posterior à margem inferior da primeira cartilagem costal direita (onde as veias braquiocefálicas se unem) e 
termina na margem da terceira cartilagem costal direita, onde se une ao átrio direito). Tem como tributárias: a veia 
ázigo, as veias pericárdicas e veias mediastinais. 
 
ARTÉRIA AORTA 
A parte torácica da aorta pode ser dividida em ​aorta ascendente​, ​arco da aorta ​e ​aorta torácica (​descendente​). Apenaso arco da aorta está contido no mediastino superior. São ramos do arco da aorta: o ​tronco braquiocefálico​, a ​artéria 
carótida comum esquerda ​e a ​artéria subclávia esquerda​. O tronco braquiocefálico, localizado à direita, divide-se em 
artéria carótida comum direita​, a ​artéria subclávia direita e a ​artéria tireoidea ima ​(ocasionalmente). À esquerda, os 
ramos do arco da aorta (a. carótica comum esquerda e artéria subclávia esquerda) originam-se imediatamente do arco. 
Outra estrutura presente no mediastino superior é o ​ligamento arterial​, entre a artéria aorta e o tronco pulmonar 
(ambos saem do coração), o qual - durante a vida embrionária - permite a passagem de sangue pulmonar do tronco para 
a aorta, desviando-o da pequena circulação. Ao nascimento, ele se fecha por diferença de pressão. 
 
 
Tiago Marques — ATM2023 11 
NERVOS DO MEDIASTINO SUPERIOR 
O ​nervo vago (direito e esquerdo, mais medial) passa o sulco traqueoesofágico, dá a volta no arco da aorta (lado 
esquerdo) e origina o ​ramo laríngeo recorrente​, que sobe, dá a volta na artéria subclávia direita (lado direito) e inerva a 
laringe. Após passar no arco da aorta e originar o ramo laríngeo recorrente, o nervo vago desce e se ramifica, formando 
plexos (cardíaco, pulmonar, esofágico) e se dirige para o abdome, passando pelo ​mediastino posterior​. No ​mediastino 
médio ​(entre o pericárdio e a pleura visceral), é possível encontrar o ​nervo frênico (direito e esquerdo; mais lateral), 
que sai das raízes de C3, C4 e C5, lateralmente ao pericárdio e vai até o diafragma, inervando-o. O nervo frênico é motor 
para o diafragma e sensitivo para o pericárdio (ramo pericárdicofrênico) e pleura. No pescoço, o nervo vago encontra-se 
na ​bainha carotídea​, entre a a. carótida comum e a a. jugular interna; e o n. frênico, na frente do m. escaleno anterior. 
 
 
Tiago Marques — ATM2023 12 
 
DUCTO TORÁCICO 
É responsável pela drenagem linfática da maior parte do corpo. Origina-se de uma estrutura denominada ​cisterna do 
quilo​, na região abdominal, passa do abdome para o tórax pelo hiato aórtico e segue até a raiz do pescoço. Recebe as 
veias lombares inferiores, sobe até a região torácica e drena na junção entre a veia jugular interna e a veia subclávia 
esquerda. Drena a linfa dos membros superiores, da pelve e do abdome da metade inferior do tórax direito e de toda a 
metade do tórax esquerdo e do membro superior esquerdo. O ducto linfático direito drena para junção entre a veia 
jugular interna e a veia braquiocefálica esquerda e as estruturas da cabeça, do pescoço e do membro superior direito. 
 
MEDIASTINO POSTERIOR 
Localiza-se posteriormente ao pericárdio e ao diafragma e anteriormente aos corpos das vértebras torácicas médias e 
baixas. É limitado ​superiormente ​por um plano transverso que vai do ângulo do esterno ao disco intervertebral entre as 
vértebras T4 e T5, ​inferiormente pelo diafragma e ​lateralmente ​pela parte mediastinal da pleura parietal. É conteúdo 
do mediastino posterior: ​esôfago e seu plexo nervoso​, ​aorta torácica e seus ramos​, ​sistema ázigo de veias​, ​ducto 
torácico e linfonodos associados​, ​troncos simpáticos ​e ​nervos esplâncnicos torácicos​. 
 
ESÔFAGO 
Tubo muscular que liga a faringe ao estômago. Começa na margem inferior da cartilagem cricoidea, na altura de C6 
(​esôfago torácico​), atravessa o hiato esofágico no músculo diafragma, passando a se chamar ​esôfago abdominal ​e 
termina na abertura do cárdia do estômago, na altura de T11. A maior parte do esôfago fica na região torácica. 
 
AORTA TORÁCICA 
É a continuação do arco da aorta. Situa-se posteriormente à raiz do pulmão esquerdo, pericárdio e estômago. Termina 
anteriormente à margem inferior de T12 e entra no abdome através do ​hiato aórtico no diafragma, quando passa a se 
chamar ​aorta abdominal​. Dá origem aos ramos viscerais (nutrem os órgãos): ​pericárdicos​, ​bronquiais​, ​esofágicos e 
Tiago Marques — ATM2023 13 
mediastinais​, e aos ramos parietais (nutrem a parede dos órgãos): ​intercostais posteriores​, ​artérias frênicas superiores 
(irrigam o diafragma) e ​artéria subcostal​. 
 
SISTEMA ÁZIGO DE VEIAS 
Consiste numa série de vasos longitudinais, a cada lado do corpo, que drenam sangue do tórax e têm direção cranial, 
desembocando na veia cava superior​. O sangue de algumas vísceras torácicas também pode entrar no sistema e há 
conexões anastomóticas com veias abdominais. Os vasos longitudinais podem ou não ser contínuos e estão conectados 
entre si de lado a lado em vários pontos durante todo o seu trajeto. O sistema ázigo de veias é capaz de fazer o retorno 
do sangue venoso da parte inferior do corpo ao coração se a veia cava inferior estiver bloqueada. As principais veias do 
sistema são: a ​veia ázigo à direita; e a ​veia hemiázigo e a ​hemiázigo acessória à esquerda. A veia hemiázigo atravessa o 
tórax do lado esquerdo para o lado direito e drena na veia ázigo. É possível visualizar a veia hemiázigo até certa altura e 
depois atravessando o tórax e indo para a veia ázigo. 
 
. ​Pelo hiato aórtico passam, além da artéria aorta torácica, as veias ázigo e hemiázigo e o ducto torácico. 
 
NERVOS/TRONCOS SIMPÁTICOS 
São importantes componentes da parte simpática da divisão autônoma do sistema nervoso periférico, considerados um 
componente do mediastino posterior quando atravessam o tórax. São nervos paravertebrais (encontram-se de cada 
lado da coluna vertebral). Os nervos esplâncnicos torácicos são formados por ramos dos gânglios que formam os 
troncos simpáticos. 
 
MEDIASTINO ANTERIOR 
É limitado ​posteriormente ​pelo osso esterno e ​anteriormente ​pelo pericárdio. Possui como conteúdo: glândula timo 
(em parte), gordura, tecido conjuntivo, linfonodos, ramos dos vasos torácicos internos e ligamentos esternopericárdicos, 
que fixam o pericárdio. 
Tiago Marques — ATM2023 14 
MEDIASTINO MÉDIO 
Localiza-se centralmente na cavidade torácica. É conteúdo do mediastino médio: ​pericárdio (membrana que envolve o 
pericárdio delimita o mediastino anterior), o ​coração​, a ​origem dos grandes vasos​, vários ​nervos ​e os ​pequenos vasos​. 
 
PERICÁRDIO 
É um saco fibro-seroso (tecido conjuntivo) que envolve o coração e a raiz dos grandes vasos. É dividido em ​pericárdio 
fibroso e ​pericárdio seroso​. O ​pericárdio fibroso é uma camada resistente e densa de tecido conjuntivo que contém os 
nervos pericárdico-frênicos (ramos do nervo frênico) e os vasos pericárdico-frênicos (ramos dos vasos torácicos 
internos). É a camada mais externa do pericárdio. O ​pericárdio seroso ​é uma serosa fina, que contém uma ​lâmina 
parietal (em contato com o pericárdio fibroso) e uma ​lâmina visceral (em contato com o coração). Entre as lâminas 
existe a ​cavidade do pericárdio ou ​saco pericárdico​, que está preenchida por um líquido pericárdico em pequeno 
volume, responsável por minimizar o atrito do coração com o pericárdio fibroso em seu exercício contrátil. 
 
 
O pericárdio seroso se reflete posteriormente no coração e forma dois seios (sulcos na parte posterior do coração): o 
seio oblíquo e o ​seio transverso​.O ​seio transverso ​é um sulco situado na origem dos vasos da base do coração 
(posteriormente à aorta e ao tronco pulmonar), enquanto o ​seio oblíquo ​é um sulco situado posteriormente ao átrio 
esquerdo, entre as aberturas das quatro veias pulmonares. 
 
Tiago Marques — ATM2023 15 
Nervos somáticos possuem função motora para a musculatura esquelética e de sensibilidade períferica; enquanto 
nervos autônomos (componentes simpáticos e parassimpáticos) possuem função motora para a musculatura lisa 
(visceral) e de sensibilidade inespecífica. O pericárdio seroso é inervado pelo nervo vago (autônomo parassimpático), 
pelos troncos simpáticos e pelo nervo frênico. O nervo frênico é ​somático e tem função motora para o diafragma e 
sensitiva para a pleura mediastinal, pericárdio fibroso e lâmina parietal do pericárdio seroso. 
 
O pericárdio é irrigado por ramos das ​artérias torácica interna​, ​pericárdicofrênica ​(ramo terminal da artéria torácica 
interna), ​musculofrênica ​e ​frênica inferior ​(ramo da aorta abdominal; primeiro ramo após o hiato aórtico, irriga o 
diafragma, o pericárdio fibroso e a lâmina parietal do pericárdio seroso), além da ​aorta torácica​. As veias do pericárdio 
entram no ​sistema ázigo de veias​ e nas ​veias torácica interna​ e ​frênica inferior​. 
 
ORIGEM DOS GRANDES VASOS 
O coração possui um ápice e uma base, da qual saem os grandes vasos. O ápice do coração é voltado para a esquerda, 
na altura do 5º espaço intercostal, entre uma linha que passa pelo mamilo e a linha axilar anterior. O pericárdio também 
envolve estruturas da base do coração: ​tronco pulmonar (origina as artérias pulmonares esquerda e direita), a ​parte 
ascendente da aorta (os primeiros ramos são as artérias coronárias), ​veia cava superior​, ​veia cava inferior (mais 
posterior) e ​veias pulmonares​. 
 
CORAÇÃO 
Possui faces, conforme sua posição no mediastino médio: a ​face diafragmática ​(VE e VD), a ​face esternocostal ​(anterior; 
VD, AD e VE), a ​face pulmonar direita ​(AD e VD) e a ​face 
pulmonar esquerda ​(VE e AE mais posterior). As 
partições internas dividem o coração em quatro câmaras 
e produzem sulcos externos: o ​sulco coronariano​, que 
separa os átrios dos ventrículos (circunda a base, onde se 
encontra o sistema venoso) e os ​sulcos 
interventriculares anterior ​e ​posterior​, que separam os 
ventrículos. 
 
 
Tiago Marques — ATM2023 16 
ÁTRIO DIREITO 
❖ o ​óstio atrioventricular direito​ (abertura entre o átrio direito e o átrio esquerdo); 
❖ o ​sulco terminal (separa a veia cava superior da veia cava inferior) ​com a crista terminal ​(dobra no sulco 
terminal; depressão entre as veias cavas); 
❖ o ​seio das veias cavas​ (abertura de cada veia cava); 
❖ os ​músculos pectíneos​ (localizados na aurícula do átrio direito); 
❖ o ​óstio do seio coronário (o sangue venoso proveniente das veias cardíacas é drenado no ​seio coronário​, que 
circunda o sulco coronário e se abre no óstio do seio coronário); 
❖ o ​óstio da veia cava inferior​; 
❖ a ​válvula do seio coronário​ (​de Tebésio​) e ​da veia cava inferior ​(​de Eustáquio​); 
❖ o ​septo interatrial ​(separa o átrio direito do átrio esquerdo); 
❖ a ​fossa oval ​(marca a localização do ​forame oval embrionário​, que é uma parte importante da circulação fetal, 
permitindo que o sangue oxigenado que entra no coração através da veia cava inferior passe diretamente ao 
átrio esquerdo e, portanto, desvie-se dos pulmões, que não são funcionais antes do nascimento); 
❖ o ​limbo da fossa oval​ (margem proeminente da fossa oval); 
❖ a ​abertura das veias cardíacas mínimas ​(veias cardíacas mínimas são veias que não drenam para o óstio do seio 
coronário, e sim diretamente para o átrio direito). 
 
Tiago Marques — ATM2023 17 
VENTRÍCULO DIREITO 
❖ o ​cone arterial ​(dilatação do tronco pulmonar); 
❖ as ​trabéculas cárneas​ (fibras musculares que se entrelaçam); 
❖ os ​músculos papilares​ (expansões do músculo cardíaco; divididos em anterior, posterior e septal); 
❖ as ​cordas tendíneas​ (fixam-se nos músculos papilares); 
❖ a ​trabécula septomarginal​ (formada a partir do músculo papilar anterior e do septo interventricular); 
❖ o ​septo interventricular​; 
❖ a ​valva atrioventricular direita ​(tricúspide; formada pelas válvulas anterior, septal e posterior, cada uma se 
ligando a uma projeção dos músculos papilares por meio de cordas tendíneas); 
❖ a ​valva do tronco pulmonar (formada por três válvulas semilunares: esquerda, direita e anterior; contém seio, 
nódulo, lúnula). 
 
 
Tiago Marques — ATM2023 18 
ÁTRIO ESQUERDO 
Recebe as quatro veias pulmonares (duas superiores e duas inferiores) e contêm: 
❖ músculos pectíneos ​(poucos; somente na aurícula; o resto da parede é lisa); 
❖ septo interatrial​; 
❖ válvula do forame oval ​(fossa oval com a válvula fechada). 
 
 
VENTRÍCULO ESQUERDO 
❖ o ​óstio atrioventricular esquerdo​; 
❖ o ​vestíbulo da aorta ​(abertura da aorta); 
❖ trabéculas cárneas​; 
❖ músculos papilares anterior ​e ​posterior​; 
❖ valva atrioventricular esquerda ​(bicúspide ou mitral; formada pelas válvulas anterior e posterior, cada uma se 
ligando a uma projeção dos músculos papilares por meio de cordas tendíneas); 
❖ valva da aorta​ (formada por três válvulas semilunares: direita, esquerda e posterior). 
 
Tiago Marques — ATM2023 19 
ESQUELETO CARDÍACO 
É constituído por quatro anéis de tecido 
conjuntivo fibroso que contornam as 
aberturas do coração (​óstios 
atrioventriculares e os ​óstios do tronco 
pulmonar e ​da aorta​). Nele se inserem as 
valvas dos orifícios atrioventriculares. O 
esqueleto cardíaco ajuda a manter a 
integridade das aberturas que circunda e dá 
pontos de fixação para as válvulas. Também 
separa a musculatura atrial da ventricular. 
Além disso, uma importante função dele está 
no potencial de ação. Como o esqueleto 
fibroso não tem condutância elétrica, ele 
funciona como um isolante, impedindo que o 
impulso elétrico dos átrios chegue até o 
ventrículo antes de passar pelo nódulo atrioventricular. 
 
IRRIGAÇÃO DO CORAÇÃO 
As artérias que irrigam o coração são ramos de duas artérias principais, as ​artérias coronárias direita ​e ​esquerda​. Elas 
são os ​primeiros ramos da aorta ​e têm origem nos ​seios das válvulas semilunares da aorta ​(do seio da válvula 
semilunar esquerda, surge a artéria coronária esquerda e, do seio da válvula semilunar direita, a artéria coronária 
direita). São ramos da artéria coronária direita: ​ramo do nó sinoatrial​, ​ramo marginal direito​, ​ramo do nó 
atrioventricular e ​ramo interventricular posterior ​(ou ​descendente posterior​). São ramos da artéria coronária 
esquerda: ​ramo interventricular anterior (ou ​descendente anterior​, que irriga o VE) e ​ramos diagonais ​(podem se 
formar diretamente da artéria coronária esquerda ou a partir do ramo interventricular anterior), ​ramo circunflexo 
(cincurda o seio coronariano) e ​ramo marginal esquerdo​. 
 
Tiago Marques — ATM2023 20 
VEIAS CARDÍACAS 
As veias cardíacas acompanham as artérias, drenam para o ​seio coronariano (circunda o sulco coronariano), que 
desemboca no átrio direito. O seio coronariano recebe quatro grandes tributárias: ​veia cardíaca magna ​ou ​veia 
interventricular anterior ​(acompanha a artéria interventricular anterior), ​veiacardíaca média ou ​veia interventricular 
posterior ​(à direita), ​veia cardíaca parva ​(posterior) e ​veia cardíaca posterior​. A veia cardíaca parva acompanha a 
artéria coronária direita e recebe as tributárias da veia marginal direita. Também estão envolvidas na drenagem venosa 
do coração: ​veias posteriores do ventrículo esquerdo​, ​veias anteriores do ventrículo direito ​(podem drenar para o seio 
coronariano)​ ​e ​veias cardíacas mínimas​. 
 
 
Tiago Marques — ATM2023 21 
DRENAGEM LINFÁTICA DO CORAÇÃO 
Os vasos linfáticos coronarianos drenam para linfonodos braquiocefálicos (superficiais) e linfonodos traqueobraquiais 
(profundos). 
 
INERVAÇÃO CARDÍACA 
A divisão autônoma do sistema nervoso periférico é diretamente responsável por regular a ​frequência cardíaca​, a ​força 
de cada contração e o ​débito cardíaco​. O coração é inervado pelo ​plexo cardíaco​, um emaranhado de fibras que 
possuem componentes do SNA simpático e parassimpático e fibras aferentes viscerais (autônomas). A ​inervação 
simpática ​é feita pelos ​nervos simpáticos​, que estimulam a atividade cardíaca (aumentam frequência cardíaca e força 
de contração). A ​inervação parassimpática ​é feita pelo ​nervo vago​, que inibe a atividade cardíaca (diminui a frequência 
cardíaca) e induz à constrição das artérias coronárias. As ​fibras aferentes são responsáveis por captar estímulos, p. ex., a 
dor. 
 
ABDOME 
O abdome é uma câmara aproximadamente cilíndrica que se estende da margem inferior do tórax até a margem 
superior da pelve. O limite superior da cavidade abdominal é o ​diafragma​, na abertura torácica inferior. Inferiormente, a 
parede abdominal profunda é contínua com a parede pélvica na ​abertura pélvica​, ou seja, o limite inferior da cavidade 
abdominal não é fechado; é uma linha imaginária traçada entre uma espinha ilíaca ântero-superior e outra. 
Superficialmente, o limite inferior da parede abdominal é a margem superior do membro inferior. A partir do ​5º espaço 
intercostal já é o abdome (gradil costal osteocartilaginoso), que se estende ​até o 11º espaço intercostal​, com os arcos 
costais até a 12ª costela e os músculos da parede abdominal ântero-lateralmente. 
 
É conteúdo da cavidade: ​cavidade peritoneal e ​órgãos gastrointestinais​. O peritônio é uma serosa que reveste os 
órgãos abdominais, desdobrando-se em pregas e sinuosidades para acompanhar o contorno das vísceras. Esse 
revestimento (peritônio visceral) é continuação direta do peritônio que forra o interior da cavidade abdominal, como 
um saco hermeticamente fechado (peritônio parietal). Além de constituir importante defesa para cada uma das 
vísceras, veda completamente a cavidade abdominal (exceto no organismo da mulher, em que as trompas comunicam a 
cavidade abdominal com o exterior, através do útero e vagina). 
 
A parede do abdome se estende da ​caixa osteocartilaginosa ​até a ​pelve​, sendo sua maior parte muscular. A parede é 
dividida em ​parede abdominal anterior​, ​paredes laterais direita e esquerda ​(regiões lombar e flancos) e ​parede 
abdominal posterior​. 
 
PAREDE ABDOMINAL 
São camadas da parede 
abdominal, de fora para dentro: 
pele​, ​tecido celular subcutâneo 
(​fáscia superficial ​ou ​de 
Camper​), ​fáscia profunda ​(ou 
de Scarpa​), ​músculos ​(3 
camadas), ​fáscia transversal​, 
gordura extraperitoneal​, 
peritônio parietal ​e, finalmente, 
a cavidade abdominal, onde 
estão as vísceras. No tecido 
celular subcutâneo, há uma 
lâmina superficial, denominada 
fáscia de Camper, com um 
tecido mais frouxo (contém 
mais gordura), e uma lâmina profunda, denominada fáscia de Scarpa, com um tecido mais fibroso (denso) e menos 
gordura. A fáscia de Scarpa é contínua à fáscia lata (no membro inferior) e à fáscia de Colles (no períneo). 
Tiago Marques — ATM2023 22 
ANATOMIA DE SUPERFÍCIE 
Há uma linha mediana bem delimitada denominada ​linha alba​, que em mulheres grávidas fica mais aparente por ação 
hormonal, além de uma retração denominada ​cicatriz umbilical (localizada na altura de L4/L5). Na lateral, existem as 
linhas semilunares ​(sulcos convexos, da 9ª cartilagem costal até o tubérculo púbico, que demarcam as bordas do 
músculo reto abdominal). Separando os ventres do músculo reto anterior do abdome encontram-se depressões 
denominadas ​intersecções tendíneas​. A ​linha arqueada (ou ​arcada de Douglas​), é uma região de transição no abdome 
na qual há mudança na disposição das aponeuroses dos músculos que formam a parede abdominal. Abaixo da linha, há 
maior fragilidade da parede, possibilitando maior ocorrência de herniações. O sulco inguinal é onde está situado o 
ligamento inguinal. Podem também ser vistos na anatomia de superfície a sínfise púbica, a crista púbica, o tubérculo 
púbico e o tubérculo ilíaco. 
 
 
Tiago Marques — ATM2023 23 
PLANOS, REGIÕES E QUADRANTES ABDOMINAIS 
A parede abdominal é dividida em quatro planos e nove regiões, com aplicações clínicas, de modo a identificar as 
estruturas dentro da cavidade. São planos abdominais: o ​plano subcostal​, o ​plano intertubercular ​(linha acima dos 
tubérculos ilíacos à altura de L5), os ​planos sagitais ​(linhas medioclaviculares - saem da metade da clavícula) e o ​plano 
transumbilical ​(passa na altura de L3 e L4. O ​plano transpilórico é um plano cirúrgico localizado um pouco abaixo do 
plano subcostal, na metade da distância entre a incisura jugular e a sínfise público, que passa pelo piloro e contêm: 
piloro​,​ 9 cartilagens costais​, ​junção duodenojejunal​, ​colo do pâncreas ​e ​hilos renais​. 
 
Tiago Marques — ATM2023 24 
Existe outro plano que se traça entre linha média e no plano transumbilical que, no lugar de dividir o abdome em nove 
regiões, divide-o em quatro quadrantes, sendo, portanto, mais abrangente. 
 
 
 
 
Tiago Marques — ATM2023 25 
MÚSCULOS DA PAREDE ABDOMINAL 
Há três músculos ântero-laterais e um músculo anterior. São eles: 
❖ músculo oblíquo externo​: é o músculo mais externo, que vem lateralmente pelos arcos costais e se insere no 
ligamento inguinal, na linha pectínea e no ligamento lacunar (reforça o ligamento inguinal), estruturas do osso 
do púbis. Possui fibras no sentido “mão no bolso” e tem função de lateralizar o tronco (rotação); 
❖ músculo oblíquo interno​: forma um ângulo reto com o músculo oblíquo externo e curva-se sobre o funículo 
espermático no canal inguinal, formando o ​tendão conjunto (quando a aponeurose do músculo oblíquo Interno 
se funde à aponeurose do músculo transverso do abdome. É um ponto de referência para a correção das 
hérnias inguinais. Compõem o tendão conjunto: as aponeuroses dos músculos oblíquo interno e transverso do 
abdome). Possui fibras no sentido contrário à “mão no bolso” (“mão nos peitos”) e tem função de lateralizar o 
tronco (rotação); 
❖ músculo transverso do abdome​: é o músculo mais interno e possui fibras em sentido horizontal; 
❖ músculo reto do abdome​: são duas faixas musculares que ficam na região mais anterior da parede abdominal. 
É dividido em gomos pelas intersecções tendíneas. Suas bordas laterais formam as linhas semilunares e sua 
aponeurosecentral forma a linha alba. As faixas musculares estão envoltas pela bainha dos retos. Tem função 
motora de flexão do tronco. 
 
 
 
LINHA ARQUEADA ​ou ​ARCADA DE DOUGLAS 
A bainha desses músculos termina de maneira diferente na sua inserção. Abaixo da linha arqueada, as bainhas 
terminam-se aneriormente, o que enfraquece a parede abdominal, possibilitando maior ocorrência de hérnias, 
principalmente nos homens, devido à existência do funículo espermático, uma abertura no canal inguinal que pode 
facilitar a passagem de uma víscera. 
 
Tiago Marques — ATM2023 26 
Acima do umbigo, há um reforço de aponeurose muscular na frente e atrás do músculo reto do abdome, uma vez que as 
aponeuroses dos músculos ântero-laterais se entrecruzam ao redor dele. Isso faz com que a parede abdominal acima do 
umbigo seja mais forte, contendo as vísceras na cavidade em caso de esforço físico. Abaixo do umbigo, porém, as 
aponeuroses dos músculos passam todas pela frente do músculo reto do abdome, de modo que a parede abdominal é 
mais fraca. 
 
 
 
 
 
Tiago Marques — ATM2023 27 
BAINHA DO MÚSCULO RETO DO ABDOME 
Formada por aponeuroses, tem como conteúdo: os ​músculos retos​, os vasos que suprem os músculos retos e a parede 
abdominal (​vasos epigástricos superiores​, que são ramos terminais da artéria torácica interna, e ​inferiores​, que são 
ramos da artéria ilíaca externa), ​5 vasos e nervos intercostais inferiores ​e ​subcostal ​(12º), a ​fáscia transversal 
(revestimento interno), que forma a bainha femoral e a fáscia espermática e o ​peritônio​. 
 
 
TRIÂNGULO DE PETIT 
Postero-lateralmente, há o músculo latissimo do dorso e os músculos oblíquos. Existe um ângulo que se forma na borda 
superior da crista ilíaca com esses músculos, na região lombar, denominado ​triângulo de Petit​. Quanto o intestino 
atravessa essa região, forma-se a hérnia lombar inferior ou de Petit. 
 
Tiago Marques — ATM2023 28 
NERVOS TORACOABDOMINAIS 
Situados no plano neurovascular entre os músculos oblíquo interno e transverso do abdome. Os nervos vão se tornando 
superficiais conforme se aproximam da linha média. São eles: os ramos ventrais de 6 nervos torácicos inferiores 
denominados ​nervos intercostais inferiores ​(de T7 a T11) e ​nervo subcostal (T12). Há também participação do ​primeiro 
nervo lombar ​(L1), ramo lombar que vai formar os ​nervos íliohipogástrico (vai para a região do hipogastro; é conteúdo 
do canal inguinal e sai pelo anel inguinal superficial) e ​ílioinguinal (vai para região inguinal). Na medida em que se 
tornam superficiais, os nervos toracoabdominais formam os nervos cutâneos superiores e nervos cutâneos laterais. 
 
ESQUEMA DA DIVISÃO EM DERMÁTOMOS 
 
 
ARTÉRIAS DA PAREDE ABDOMINAL 
As artérias que irrigam a parede abdominal são: 
❖ artérias intercostais posteriores​, que vêm da aorta e vão originar ramos anteriores e colaterais; 
❖ artérias subcostais​, que vão originar ramos anteriores; 
❖ artérias lombares superiores​; 
❖ artérias epigástricas superiores​,​ ​que vêm da artéria torácica interna e irrigam parede anterior; 
❖ artérias epigástricas inferiores​, que vêm da artéria ilíaca externa e irrigam parede anterior; 
❖ artéria circunflexa profunda do Ílio​, que vêm da artéria ilíaca externa; 
❖ artéria pudenda externa​, no hipogastro. 
As duas faixas musculares do reto do abdome são irrigadas pelas artérias epigástricas superior e inferior, que se 
anastomosam. Se uma delas for seccionada, ainda há vascularização compensada pela outra, mas se ambas forem 
seccionadas, há isquemia com necrose da parede abdominal anterior. 
 
Tiago Marques — ATM2023 29 
DRENAGEM VENOSA DA PAREDE ABDOMINAL 
As veias que drenam a parede abdominal são: 
❖ veias epigástricas superficiais​; 
❖ veia torácica lateral​; 
❖ veias inguinais superficiais​, que acompanham as artérias. P. ex., artéria pudenda externa + veia pudenda 
externa; artéria circunflexa superficial do ílio + veia superficial do ílio. Drenam para a ​v. safena magna​. 
 
DRENAGEM LINFÁTICA DA PAREDE ABDOMINAL 
É feita através de vasos linfáticos que drenam linfa para os linfonodos axilares, inguinais superficiais, lombares e ilíacos 
comuns. 
 
CANAL INGUINAL 
Área de fraqueza da parede abdominal anterior, local de hérnias e rupturas. É uma passagem músculo-aponeurótica, de 
trajeto oblíquo, que acompanha o ligamento inguinal. No adulto, possui comprimento de 4 cm. Pode herniar-se na 
região a alça do intestino delgado. O canal possui dois anéis: sai do ​anel inguinal profundo (abertura interna) ao ​anel 
inguinal superficial ​(abertura externa). O anel superficial é reforçado pelo tendão conjunto e pela aponeurose dos retos 
abdominais. 
 
 
Tiago Marques — ATM2023 30 
 
 
 
Tiago Marques — ATM2023 31 
CAVIDADE PERITONEAL 
O ​peritônio é uma fina membrana serosa e transparente (mesotélio) que reveste a camada abdominal internamente. É 
dividido em duas lâminas: o peritônio parietal, que reveste a parede, e o peritônio visceral, que reveste as vísceras. 
Entre as lâminas do peritônio existe um espaço virtual (a cavidade peritoneal), que é preenchida pelo ​líquido peritoneal​, 
que lubrifica as superfícies e facilita o deslizamento. As reflexões do peritônio (cavidade peritoneal) formam o ​saco ​(ou 
bolsa​) ​peritoneal maior ​(ou epíplon maior) ​e o ​saco ​(ou ​bolsa​) ​peritoneal menor​. A bolsa peritoneal menor é também 
chamada de ​bolsa omental​, e é posterior ao estômago e ao omento menor. Ela possui uma abertura, denominada 
forame de Winslow ​ou ​forame omental ​ou ​forame epiploico​, a partir de onde se pode fazer o pinçamento dos vasos 
hepáticos. 
 
Por toda cavidade peritoneal numerosas dobras (ou reflexões) do peritônio fixam os órgãos uns aos outros ou à parede 
abdominal. São elas: os ​mesentérios ​(víscera + parede), que envolvem um órgão e o conectam à parede e contêm 
tecido conjuntivo frouxo, vasos e nervos (p. ex., mesogástrio, mesocólon transverso); os ​ligamentos ​(víscera + víscera; 
víscera + parede), que conectam dois órgãos um ao outro ou fixam um órgão à parede do corpo (p. ex., ligamento 
esplenorrenal, ligamento esplenogástrico, ligamento hepatoduodenal) e os ​omentos ​(víscera + víscera), que são pregas 
com dupla lâmina que conectam um órgão ao outro. 
 
O omento se divide em ​omento menor e ​omento maior. ​O ​omento menor ​se fixa à pequena curvatura do estômago e 
ao fígado e forma os ligamentos hepatogástrico e hepatoduodenal. O ​omento maior ​se fixa à grande curvatura do 
estômago (borda inferior) e ao cólon transverso, formando um “avental” que liga as duas estruturas. O saco menor 
situa-se posteriormente ao estômago, separando-o das vísceras retroperitoneais na parede posterior e se comunica 
com o saco maior através do ​forame omental ​ou ​forame de Winslow​. O forame omental é limitado ​anteriormente ​pelo 
ligamento hepatoduodenal ​contendo veia porta (posterior), artéria hepática (direita) e ducto colédoco (esquerda) 
(tríade porta), ​posteriormente ​pela veia cava inferior e pelo pilar direito do diafragma, ​superiormente ​pelo fígado e 
inferiormente ​pela primeira parte do duodeno. 
 
Se as vísceras são completamente revestidas peloperitônio, diz-se que elas são ​intraperitoneais ​(p. ex., fígado, baço, 
vesícula, útero); se elas localizam-se atrás do peritônio, diz-se que elas são ​retroperitoneais ​(p. ex., suprarrenais, rins, 
ureteres, pâncreas, estômago). Se a víscera se localiza na frente do peritônio, ela é chamada de ​pré-peritonal (p. ex., a 
bexiga). 
 
 
Tiago Marques — ATM2023 32 
 
 
PREGAS PERITONEAIS ​ou ​UMBILICAIS 
Formam-se a partir da reflexão do peritônio parietal na parede abdominal internamente (externamente estão os 
músculos). Contém vasos e remanescentes fetais, além de depressões ou fossas por entre as pregas (fossa mediana, 
fossa medial e fossa lateral). Acima do umbigo e separando os lobos do fígado, há o ​ligamento falciforme​, uma ​grande 
prega mediana cuja borda livre contém o ​ligamento redondo (remanescente da veia umbilical). A ​prega mediana ​é 
remanescente do úraco (inativo; comunicava, no feto, o umbigo à bexiga); as ​pregas mediais ​são remanescentes das 
artérias umbilicais obliteradas (inativas) e as ​pregas laterais ​contêm os vasos epigástricos inferiores (ativos). 
 
Obs.: Em relação aos vasos epigástricos inferiores, o ​anel profundo ​(1) é ​lateral ​e o ​anel superficial ​(2) é ​medial​. 
Tiago Marques — ATM2023 33 
 
 
BOCA ​e​ DENTES 
É o local onde se inicia o processo de digestão e processamento do alimento ingerido. Existem algumas estruturas que 
são auxiliadoras nesse processo: glândulas, dentes etc. Os dentes são fixados nos ossos através de ​raízes ​(articulação 
gonfose​) e possuem duas arcadas, uma ​superior​, no ​maxilar​, e outra ​inferior​, na ​mandíbula​. Há dois tipos de dentição: 
uma ​primária​, que é caduca (“dentes de leite”), e outra ​permanente ​ou ​secundária​. Os dentes da frente são 
denominados ​incisivos ​centrais​, que são mediais aos ​incisivos laterais​. Laterais a estes, estão os ​caninos​, após os quais 
estão os dentes com a efetiva função de mastigação e trituração dos alimentos: os pré-molares e os molares. Os caninos 
e os incisivos têm como função apreender e cortar. Os incisivos apresentam uma raiz, enquanto os pré-molares e os 
molares apresentam mais de duas raízes. É através da raiz que o dente é nutrido, inervado e vascularizado. 
 
Tiago Marques — ATM2023 34 
GLÂNDULAS SALIVARES 
Existem, na boca, as glândulas ​parótidas​, ​submandibulares e ​sublinguais​, que auxiliam a formação de saliva. A saliva é 
eliminada na cavidade bucal e, ao misturar-se com o alimento, inicia o processo de digestão dos carboidratos através de 
enzimas. A glândula parótida localiza-se ântero-inferiormente ao pavilhão auricular de ambos os lados e possui um 
ducto principal que desemboca na cavidade bucal na altura do 3º molar superior (faz parte do exame físico da cavidade 
bucal a visualização do ducto). A glândula submandibular localiza-se abaixo da mandíbula de cada lado e seu ducto 
desemboca na base da língua. As glândulas sublinguais localizam-se lateralmente ao frênulo, onde se encontram seus 
óstios. 
 
 
FARINGE 
É o segundo segmento tubular por onde passa o alimento (após a deglutição). É dividida em três segmentos: a 
nasofaringe​, que se estende desde o fórnix faríngeo até a parte posterior do palato mole, a ​orofaringe​, que é 
diretamente ligada à cavidade bucal pela sua parte anterior e se estende até o apice da epiglote, e a ​laringofaringe​, que 
está ligada pela frente à laringe e por baixo ao esôfago e se estende da epiglote até a cartilagem cricoide. Portanto, 
pertencem ao aparelho digestório seus 2/3 inferiores (partes oral e laríngea). O ​óstio faríngeo da tuba auditiva 
comunica o meato auditivo à faringe, o que explica infecções no ouvido médio decorrentes da faringite. Existem, 
posteriormente à cartilagem cricoide, os ​recessos piriformes ​esquerdo e direito, que pode ser um local onde a comida 
fica presa, podendo ser perfurado por objetos pontiagudos. 
 
Tiago Marques — ATM2023 35 
ESÔFAGO 
O esôfago é uma estrutura músculo-mucosa sem serosa. Possui uma camada interna circular, dentro da qual há mucosa, 
e uma camada externa longitudinal. Estende-se da cartilagem cricoide (na altura de C6) até T11. Possui uma porção 
cervical, uma porção torácica e uma porção abdominal. A ​porção cervical ​possui relações com a traqueia, com o nervo 
vago (ramos esquerdo e direito do nervo laríngeo recorrente estão localizados no ​ângulo traqueoesofágico​), é irrigada 
por ramos da artéria carótida externa, aflui nas veias jugulares internas e inervada por pares cranianos e pelos troncos 
simpáticos e parassimpáticos. A ​porção torácica ​faz parte do mediastino posterior, é inervada principalmente pelo 
nervo vago (a rotação do nervo vago em sua porção final na caixa torácica, em sentido horário, faz com que seu par 
direito ​fique ​posterior​, e seu par ​esquerdo fique ​anterior​) e é irrigada por artérias esofágicas e frênicas superiores 
(ramos da aorta). A ​porção abdominal ​estende-se de uma abertura no diafragma denominada ​hiato esofágico ao óstio 
cardíaco do estômago (T11). Nessa região encontramos a ​junção esofagogástrica (onde deixa de ser esôfago e passa a 
ser estômago), o ​ângulo de Hiss (ângulo formado entre a parede do esôfago abdominal e a parede do fundo gástrico; 
deve ser agudo) e o sulco na face posterior (lobo esquerdo do fígado). A mucosa muda abruptamente para proteção na 
junção esofagogástrica na junção esofagogástrico (​linha Z​: linha de transição entre o tecido pavimentoso estratificado 
do esôfago e o tecido gástrico; ponto importante nas endoscopias e cirurgias gástricas). É irrigada por ramos das artérias 
frênicas inferiores e da artéria gástrica esquerda (ramo do tronco celíaco). 
 
No trajeto do esôfago até o estômago, durante a deglutição, ocorrem três compressões (​constrições​) que indicam mais 
provavelmente a localização dos possíveis objetos estranhos deglutidos e entalados: no seu início, na junção 
faringo-esofágica, a ​constrição cricofaríngea ​(esfíncter esofágico superior), causada pelo músculo constritor inferior da 
faringe, na ​constrição da aorta (torácica), onde ele é cruzado pelo arco da aorta e pelo brônquio principal esquerdo e no 
esfíncter esofágico inferior​, onde ele passa através do diafragma. 
* A incompetência valvular do pilar diafragmático direito pode levar à hérnia de hiato (estômago vai para tórax). 
* Principais aberturas no músculo diafragma: hiato esofágico, veia cava inferior e artéria aorta. 
 
Tiago Marques — ATM2023 36 
ESTÔMAGO 
Órgão sacular e musculoso, que apresenta dilatações e curvaturas que o demarcam na posição anatômica. Possui dois 
óstios: um de entrada, a ​cárdia​, e um de saída, o ​piloro​. Possui uma ​curvatura maior ​(ponto de fixação do ligamento 
gastrofrênico e do omento maior) e uma ​curvatura menor ​(ponto de fixação do ligamento hepatogástrico e do omento 
menor), além de duas incisuras, que são importantes pontos de reparo anatômico: a ​incisura cárdica ​(ângulo superior 
entre o esôfago e o fundo gástico - de Hiss) e a ​incisura angular ​(dobra na curvatura menor; limite do corpo doestômago e antro). O peritônio do estômago reveste suas paredes anterior e a posterior. São regiões do estômago: a 
cárdia (transição esofagogástrica; circunda o óstio cárdico), o ​fundo ​(acima da linha horizontal que passa no ângulo de 
Hiss), o ​corpo ​(parte principal, entre o fundo gástrico e o antro pilórico; compreende desde a cárdia até a incisura 
angular, onde se traça um plano pela artéria angular) e o ​piloro ​(região afunilada de saída do estômago; sua parte mais 
larga, o antro pilórico, leva ao canal pilórico, sua parte mais estreita). No interior do estômago há ​pregas gástricas​, que 
aumentam a superfície de contato interna. O estômago é um importante produtor de enzimas digestivas e de 
hormônios (p. ex., hormônios de saciedade, esvaziamento), os quais agem no sistema nervoso central. O estômago 
possui quatro camadas: ​mucosa​, ​submucosa​, ​muscular ​e ​serosa​. 
 
A vascularização do estômago é feita pelo ​tronco celíaco​, que possui três principais ramos (​artérias gástrica esquerda​, 
esplênica ​e ​hepática comum​). A pequena curvatura é vascularizada pela ​artéria gástrica direita​, um ramo da artéria 
hepática própria, que por sua vez é continuação da artéria hepática comum. A grande curvatura é vascularizada pelas 
artérias gastroepiploicas ​(ou ​gastro-omentais​) ​esquerda ​(ramo da artéria esplênica) e ​direita ​(ramo da artéria 
gastroduodenal, que por sua vez é ramo da artéria hepática comum). A ​artéria esplênica ​vasculariza o baço e é 
responsável por pequenos ramos diretos para a porção superior do pâncreas. A artéria hepática comum vasculariza o 
fígado e recebe nomes diferentes: nasce como artéria hepática comum, divide-se em artéria gastroduodenal e artéria 
hepática própria. Posteriormente lança outro ramo: artéria gástrica direita e, finalmente, vai em direção ao fígado. A 
drenagem venosa é feita pelas ​veias gástricas direita ​e ​esquerda ​(que drenam para a ​veia porta​), pela ​veia 
gastroepiploica direita ​(que drena para a ​veia mesentérica​) e pelas ​veia gastroepiploica ​(ou ​gastro-omental​) ​esquerda 
e ​veias gástricas curtas ​(que drenam para a ​veia lienal ​ou ​esplênica​). A drenagem linfática é feita pelos linfonodos 
gástricos e gastro-omentais, que drenam para os linfonodos celíacos. 
* As veias mesentérica superior e esplênica unem-se posteriormente à cabeça do pâncreas para formar a veia porta. 
 
Tiago Marques — ATM2023 37 
RELAÇÕES DO ESTÔMAGO 
 
 
A inervação parassimpática do estômago (estimula a secreção) é feita pelos troncos vagais anterior e posterior. O ​tronco 
vagal anterior ​vem do nervo vago esquerdo, fica anterior à parede estômago e origina ramos hepáticos, duodenais e 
gástricos anteriores. O ​tronco vagal posterior é maior e vem do nervo vago direito, fica na parede posterior do 
estômago e dá ramos anteriores e posteriores, originando o ramo celíaco e os ramos gástricos posteriores. A inervação 
simpática é feita pelos ​nervos esplâncnicos torácicos ​e ​abdominais (originados pelo segmento de T6 a T9 da medula 
espinhal; seguem para o plexo celíaco através do nervo esplâncnico maior da região torácica). 
Tiago Marques — ATM2023 38 
DUODENO 
Porção do intestino delgado em íntimo contato com o pâncreas. Possui quatro poções: a ​bulbar ​ou ​superior 
(peritonizada), a ​descendente ​(retroperitoneal), a ​transversa ​ou ​inferior (retroperitoneal) e a ​ascendente 
(retroperitoneal). 
 
 
PÂNCREAS 
Na segunda porção está localizado o ​pâncreas​, uma glândula mista formada por dois ventres e dois canais, o ducto 
pancreático principal (ou ducto de Wirsung) e o ducto pancreático acessório. O ducto de Wirsung começa na cauda do 
pâncreas e desemboca na segunda porção duodenal juntamente ao ducto biliar. O pâncreas consiste de cabeça, 
processo uncinado, colo, corpo e cauda. A ​cabeça do pâncreas ​repousa na concavidade, em forma de um C, do 
duodeno; projetando-se a partir da parte inferior da cabeça está o ​processo uncinado​, que passa posteriomente aos 
vasos mesentéricos superiores; o ​colo do pâncreas ​é anterior aos vasos mesentéricos superiores; a ​cauda do pâncreas 
termina ao passar entre as camadas do ligamento esplenorrenal. 
 
Tiago Marques — ATM2023 39 
 
 
 
 
 
Tiago Marques — ATM2023 40 
 
 
 
Tiago Marques — ATM2023 41 
Obs.: Assuntos que caíram em provas de outros anos 
 
 
- divisão do mediastino e conteúdo 
- espaços da cavidade torácica 
- recessos 
- anatomia do coração e vascularização do coração (artérias coronárias e seus ramos - circunflexa, interventricular 
anterior, interventricular posterior, diagonal,...) 
-segmentação pulmonar 
- composição da parede abdominal: envelopamento reto abdominal, composição da parede muscular, vascularização do 
reto abdominal 
- peritônio e as pregas (medial, lateral e o mediana-úraco) 
- ligamento hepatoduodenal e as três estruturas que o formam (veia porta, artéria hepática e ducto colédoco) 
- limites do forame de Winslow 
Tiago Marques — ATM2023 42

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