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Indicadores comportamentais 1

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Indicadores comportamentais 1 
 
• Objetivos de aprendizagem 
 Ao fim desta seção você será capaz de: 
• Entender os fatores que influenciam o comportamento animal 
• Compreender como os indicadores comportamentais contribuem para o 
nosso entendimento do bem-estar animal 
 
• Sumário do conteúdo 
• Fatores que influenciam o comportamento animal 
• Escolhas do animal 
• O valor dos indicadores comportamentais para a compreensão do bem-estar 
animal 
• Lições que podemos aprender 
 
• Introdução (1) 
• O comportamento é útil no estudo do bem- estar animal pois dá indicações de 
como os animais se sentem: 
• Escolhas feitas pelo animal 
• Reação a uma variedade de estímulos 
• Avaliações do comportamento são, portanto, muitas vezes usadas como 
indicadores do bem-estar 
 
O propósito central da ciência do bem-estar animal é desenvolver a compreensão do 
bem-estar de animais individuais. 
 
O comportamento dos animais está freqüentemente relacionado aos seus sentimentos, 
por isso suas escolhas e reações a diferentes estímulos nos indicam o seu estado mental. 
 
Por essa razão, avaliações do comportamento são freqüentemente utilizadas como 
indicadoras do bem-estar. 
 
• Introdução (2) 
• Cientistas do bem-estar animal usam indicadores comportamentais para 
identificar fatores que são importantes para animais 
• Indicadores comportamentais podem ser usados para o reconhecimento de bem-
estar pobre/bom 
 
É impossível saber com certeza como os animais sentem o seu ambiente – como eles 
percebem a dor, como se sentem ao serem isolados ou ao serem privados do livre 
movimento. 
 
Não podemos nem mesmo ter certeza de que outros seres humanos sentem as coisas da 
mesma maneira que nós mesmos – no entanto, com eles podemos nos comunicar 
através da fala. No caso dos animais temos de observar outros sinais, particularmente 
sinais comportamentais, para entender como se sentem. 
 
• O que é comportamento animal? 
São as escolhas feitas pelo animal como resultado da análise dos estímulos ambientais 
(freqüentemente muitos). 
 
Essas escolhas são influenciadas por: 
– Experiência 
– Estado fisiológico (ex.: idade, prenhez) 
– Respostas inatas (ex.: espécie, raça) 
 
O comportamento animal consiste das suas escolhas, feitas como resultado da análise 
dos estímulos vindos do seu ambiente. Freqüentemente há uma série de estímulos, 
conflitantes às vezes, que um animal tem de processar antes de fazer uma escolha. Essas 
escolhas são influenciadas pela experiência do animal, seu estado fisiológico (idade, 
gestação, etc.) e por respostas inatas (ex.: espécie, raça). 
Bezerros transferidos para um novo cercado, por exemplo, podem correr e explorar o 
novo ambiente por um tempo. 
Se considerarem o novo ambiente ameaçador, eles podem ficar perto uns dos outros, 
especialmente se sua experiência anterior os ensinou que algo desagradável pode ser a 
seqüência de novidades. 
Se estiverem com fome, vão rapidamente tratar de comer, se estiverem cansados (por 
exemplo após o transporte) vão deitar. 
Algumas raças de gado são geneticamente mais tímidas, ex.: Limousine. 
 
• Indicadores comportamentais na ciência do bem-estar 
1.Observação do comportamento 
2. Escolhas 
3. Trabalho que um animal fará para obter o que necessita 
4. Trabalho que um animal fará para escapar de um estímulo desagradável 
5. Desvios do comportamento normal 
 
O número de métodos desenvolvidos já sugere que nenhum indicador ou sinal 
comportamental usado isoladamente fornece uma medida definitiva do bem-estar de um 
animal. 
Em combinação, porém, esses métodos podem dar indícios valiosos do bem-estar. 
A seguir, examinaremos cada um desses métodos. 
 
1.Observação do comportamento 
 
Observe como animais utilizam o seu tempo em um ambiente natural 
Registre o comportamento animal em um ambiente restrito 
 
Os cientistas registram a variedade de atividades desenvolvidas por um animal e o 
tempo gasto com cada uma delas em um etograma. Para obter uma visão precisa do 
modo de viver do animal, as observações precisam ser feitas sem incomodar o animal 
ou o grupo e durante um período prolongado. 
 
• Observação do comportamento: exemplos 
 
Exemplo 1: urso em vida livre/ ursos em confinamento 
Exemplo 2: suínos em vida livre/ em confinamento(gaiola) 
 
1.Observação do comportamento 
 
AMBIENTE AO AR LIVRE/ABERTO 
• 60 comportamentos diferentes em codornizes de peito azul 
• Grande diversidade de comportamentos sexuais, parentais e contra predadores 
em galinhas domésticas 
 
AMBIENTE RESTRITO 
 
• Frangos de corte mostraram 11 e 19 comportamentos em diferentes estudos 
• Galinhas em gaiolas mostraram 18 diferentes comportamentos 
 
A simples observação do comportamento é um primeiro passo essencial na investigação 
do bem-estar animal. Essas observações formam a base dos dados. Na tentativa de 
identificar os sentimentos dos animais com mais exatidão, foram desenvolvidas técnicas 
mais sofisticadas, mas a observação do comportamento continua sendo uma ferramenta 
essencial. 
Citando um exemplo, este método foi utilizado em um estudo extenso do 
comportamento de aves domésticas em diferentes ambientes. A projeção mostra o 
número de comportamentos observados em ambientes abertos em comparação ao 
número de comportamentos em ambientes restritos. 
Esses métodos foram revisados por Nicol C. J. (1996), concluindo que “certamente 
parecem existir muitos comportamentos que não são desenvolvidos por aves 
confinadas”. A pesquisadora ainda sugere que o próximo passo deverá ser investigar 
porque os animais não realizam certos padrões comportamentais. 
 
• Observação do comportamento 
Resultado: comportamento muito limitado em ambientes restritos 
 
Conclusão: o bem-estar é comprometido por um ambiente restrito 
Muitos chegaram à conclusão de que o bem-estar está comprometido quando um animal 
é impedido de desenvolver a variedade de comportamentos que expressaria em um 
ambiente livre. 
Outros, no entanto, questionaram esta conclusão. 
 
• A observação do comportamento não indica a importância de determinadas 
restrições para um animal 
• Por isso, foram desenvolvidos outros métodos 
 
O pesquisador precisa saber se um animal é capaz de adaptar-se às restrições impostas e 
se pode estar perfeitamente satisfeito sem ter acesso à variedade de estímulos e 
atividades dos quais desfrutaria em um ambiente natural. 
 
Uma galinha criada em gaiolas industriais, por exemplo, não pode bater as asas devido 
ao pouco espaço disponível. Em um ambiente natural, bater as asas faria parte do seu 
repertório de comportamentos. Sem outras evidências, no entanto, não seria possível 
saber se a galinha apenas não tem motivação para bater as asas como faria se não 
estivesse confinada em uma gaiola. 
 
É preciso entender a força da motivação que estimula um animal a desempenhar 
atividades. Isso permitirá entender se existe comprometimento de bem-estar quando um 
animal não as pode desempenhar. 
 
• 2. Escolhas 
 
 Ofereça ao animal uma diversidade de opções e o deixe escolher 
 
Este método vem sendo usado para explorar as preferências de um animal quanto a: 
• um cercado com cama em comparação a piso de cimento 
• postura de ovos em ninho em comparação a gaiola de arame 
• determinados tipos de alimentos. 
As respostas do animal irão variar conforme fatores ambientais, como temperatura, e 
fatores internos, como idade ou sexo. 
 
• Escolhas: exemplo 
 
Poedeiras com acesso a ninhos em sacos de feijão (SF) e no piso puro (PP)O número de 
vezes que elas escolheram cada tipo de ninho foi registrado em 16 oviposturas. 
 
 
Foifeito um experimento para investigar a seleção de ninhos por galinhas domésticas. 
Este trabalho foi publicado por DUNCAN, I.J.H. e KITE V.G., 1989: em Animal 
Behaviour 37 p. 215-231. 
Foram usadas 22 galinhas híbridas, a partir de duas semanas antes do início da fase de 
postura. 
 
Foram testados dois tipos de ninhos. O ninho com piso puro era uma simples superfície 
lisa. Os sacos de feijão formaram ninhos macios, que podiam ser moldados ao redor da 
ave. 
Inicialmente as poedeiras foram treinadas, através da familiarização das mesmas com os 
galinheiros experimentais, por um período de duas semanas. 
Cada galinha foi testada até que pusesse 16 ovos em um ou outro dos ninhos 
disponíveis. Os ovos na região central não foram considerados. 
O interesse demonstrado pelas galinhas para cada um dos tipos de ninho foi registrado 
como olhares, exame e entrada nos ninhos. 
 
• Escolhas: exemplo 
PP 
 PP 
SF 
SF 
alimento 
 
água 
 
 Saco de feijão Piso puro 
Olhares 0,66 0,25 
Exames 0,72 0,28 
Entradas 0,81 0,15 
 
A tabela acima mostra a proporção entre os padrões de comportamento dirigidos aos 
ninhos com saco de feijão e piso puro. 
Trata-se de um valor de escala logística = log (P/1-P), sendo P a proporção de aves 
demonstrando cada comportamento (olhar, examinar, entrar). 
Os resultados mostraram que as galinhas demonstraram mais interesse nos ninhos com 
material solto. 
 
• Escolhas 
Resultado: galinhas preferem pôr ovos em ninhos com material solto, que elas possam 
manipular com seus corpos e patas 
 
Conclusão: animais escolhem muito espaço, cama confortável, a oportunidade de 
controlar o seu ambiente e de interagir com os outros 
 
Os pesquisadores realizaram uma série de outros experimentos para observar as 
escolhas feitas pelas galinhas com mais detalhe. Eles concluíram que as galinhas 
preferem ninhos com sacos de feijão, que elas podem adaptar ao contorno do seu corpo. 
Outro experimento mostrou que as galinhas aceitam um ninho pré-moldado 
acompanhando a forma do seu corpo. No entanto, elas preferem os ninhos com material 
solto aos pré-moldados. 
Em muitos casos, esse método é usado para identificar preferências bastante específicas 
de animais. Em termos gerais no entanto, animais preferem fatores como espaço, cama 
confortável, a oportunidade de controlar seu ambiente e de interagir com os outros. 
 
• Este método fornece ao cientista informação sobre as escolhas ou preferências 
de um animal 
 
• No entanto, ele não responde se o bem-estar do animal fica prejudicado caso ele 
não consiga o que prefere 
Para dar um exemplo, poderíamos dizer que você prefere sorvete de baunilha a sorvete 
de chocolate, mas ficaria plenamente satisfeito com qualquer um dos dois. 
De fato, seu bem-estar não estaria comprometido se você ficasse sem nenhum sorvete. 
Da mesma forma, precisamos identificar até que ponto as preferências de um animal 
podem ser consideradas luxo, em contraste com as necessidades cuja satisfação seja 
essencial para se atingir uma qualidade de vida razoável. 
 
• 3. Trabalho que um animal fará para obter o que necessita 
• Faça o animal trabalhar por recompensas, como alimento ou areia para se 
banhar 
 
• A quantidade de trabalho que o animal fará indica a importância da recompensa 
para o animal 
Esses experimentos tentam avaliar o nível de motivação de um animal. 
Eles são muito mais complexos do que etogramas ou livres escolhas (um etograma é 
uma listagem descritiva dos padrões de comportamento de um animal como variáveis 
discretas, chamados atos). 
Experimentalmente, pode ser ensinado a um animal que trabalho realizar para ganhar 
uma recompensa. O trabalho pode envolver pressionar uma placa com o bico ou a pata. 
Em alguns casos, o trabalho é aumentado de forma que o animal tenha de repetir a ação 
mais vezes antes que ganhe a recompensa. Outras vezes, o animal tem de empregar mais 
força, por exemplo, para abrir uma porta para ter acesso a alimentos. 
Os experimentos normalmente têm de ser repetidos muitas vezes e com muitos animais 
individuais para a obtenção de resultados confiáveis. 
 
 Um experimento avaliou o trabalho que uma porca estava disposta a fazer para: 
 
1. Obter acesso a palha para a construção de ninho 
 
 2. Obter acesso a alimentos 
 
Já se sabia que porcas domesticadas são altamente motivadas para construir ninhos 
antes do parto. 
Esse experimento (AREY, D. S., 1992: Applied Animal Welfare Science 33 pp 217-
226) comparou o trabalho feito por porcas para ganhar acesso ao que precisavam. A 
motivação para obter acesso a alimentos é alta e serve para comparar a motivação em 
relação a outras necessidades. 
 
 
 O experimento foi realizado com cinco porcas gestantes 
• Trabalho que um animal fará para obter o que necessita 
 
 
O experimento foi montado de acordo com o esquema. As porcas têm de pressionar as 
placas para ter acesso a palha ou alimentos. 
Primeiro, os animais são treinados com as portas destravadas e a porca aprende a abrir a 
porta para receber recompensa na forma de alimentos. 
A seguir, as portas são travadas e a porca é obrigada a pressionar as placas várias vezes 
para as destravar. 
A quantidade de trabalho pode ser aumentada através do aumento do número de vezes 
que as placas precisam ser pressionadas antes que as portas se abram. 
 
• Trabalho que um animal fará para obter o que necessita 
 
 
 
Nº entradas 
alimentos 
Nº entradas palha 
Pouco trabalho 
(uma pressão) 
21,4 17 
Muito trabalho (150 pressões) 
(2 dias antes do parto) 
11,4 2,6 
Muito trabalho (1 dia antes do 
parto) 
17 16,4 
Os resultados mostram que, quando pouco trabalho é exigido (a placa tem de ser 
pressionada apenas uma vez para abrir a porta), porcas no centésimo dia de gestação 
pressionarão a placa muitas vezes para ter acesso tanto a alimentos quanto a palha. 
Dois dias antes do parto, com muito trabalho exigido (a placa tem de ser pressionada 
150 vezes para abrir a porta), as porcas pressionarão a placa para abrir a porta que dá 
acesso a alimentos muito mais freqüentemente do que para abrir a porta que dá acesso a 
palha para construir um ninho. 
Área 
com 
alimentos 
Área 
com 
palha 
Portas de vaivém 
Placas 
Trava Trava 
Água 
No entanto, um dia antes do parto, as porcas trabalham quase tanto para obter acesso a 
palha quanto a alimentos. 
 
 Resultado: estes resultados mostram que a motivação da porca para construir 
um ninho é muito forte no último dia da gestação 
 Conclusão: o animal trabalha mais duro para conseguir alimento como 
recompensa, mas em determinados momentos do ciclo reprodutivo, por 
exemplo, outras motivações podem estar muito fortes 
 
O experimento quantifica o trabalho que uma porca está disposta a fazer para ganhar 
acesso ao que ela necessita. 
Isso nos leva à conclusão de que dar a porcas material para a construção de um ninho 
nos últimos dias de gestação é muito vantajoso para o seu bem-estar. 
Um pequeno número de fatores, tais como comida, água e reprodução, são essenciais 
para a sobrevivência. A motivação para desempenhar atividades relacionadas com essas 
necessidades (dependendo da fome, sede e do estágio do ciclo reprodutivo) é a mais 
forte. 
A motivação para o desempenho de outras atividades pode ser comparada com a 
motivação para satisfazer necessidades essenciais como alimento e água. 
 
• 4. Trabalho que um animal fará para escapar de um estímulo desagradável 
 Meça quanto um animal trabalhará para evitar uma situação estressante ou 
dolorosa 
 
Esses experimentos são muitas vezes delineados de forma semelhanteà descrita antes, 
com o animal pressionando uma placa ou abrindo uma porta para escapar de um 
estímulo desagradável. 
O estímulo sob teste pode ser comparado com estímulos adversos como leves choques 
elétricos. 
 
Tempo Tempo parapara ovelhasovelhas passarempassarem porpor
um um corredorcorredor
100
200
300
400
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Eletroimobilização completa
Conexão - fios
Contenção
Livre
Tempo 
no 
corredor
(s)
0
 
 
Neste experimento, foi registrado o tempo que um grupo de ovelhas levou para passar 
por um corredor. 
As ovelhas que foram direcionadas ao corredor levaram mais tempo para o percorrer ao 
associarem o corredor a um evento negativo (nocivo). 
Elas primeiro foram soltas livremente pelo corredor e passaram por ele rapidamente. 
1. Em seguida, um jogo de fios (como os utilizados para causar o choque 
elétrico na eletroimobilização) foi posicionado nas ovelhas (mas nenhum 
choque foi dado). As ovelhas passaram pelo corredor mais devagar 
(provavelmente porque o manejo as deixou desconfiadas ou nervosas). 
2. Em seguida, os animais foram contidos por uma pessoa no corredor. Eles 
passaram pelo corredor na mesma velocidade que quando foram atados 
aos fios elétricos. 
3. As ovelhas foram imobilizadas eletricamente. Elas então passaram pelo 
corredor muito mais lentamente. 
Esses resultados foram utilizados para indicar que a eletroimobilização é altamente 
aversiva para ovelhas. 
 
 Resultado: estes resultados são úteis para medir agentes estressantes de curta 
duração. Não servem para medir sofrimento crônico. 
Note bem: estes testes causam sofrimento! 
 
Apesar destes estudos fornecerem informação sobre agentes estressantes de curta 
duração, a maioria das pessoas acha que este tipo de testes deveria ser reduzido a um 
mínimo, pois inevitavelmente causa sofrimento. 
Entretanto, outros acham que estes testes se justificam quando têm por objetivo mudar 
uma determinada prática de rotina na criação de animais a campo ou no laboratório. 
Ao invés de causar sofrimento em condições experimentais como neste exemplo, a 
observação do comportamento pode ser suficiente para indicar a adversidade de certos 
estímulos. 
 
• 5. Desvios do comportamento normal 
Animais podem desenvolver padrões de comportamento anormais como morder o rabo 
(porcos), bicar as penas ou estereotipias (estereotipias são padrões de comportamento 
repetitivos e sem propósito, como no caso do bezerro na foto que fica repetidamente 
mordendo as barras da baia). 
Interpretar comportamento anormal pode ser difícil. 
No entanto, padrões anormais de comportamento são mais freqüentes em ambientes 
restritos e podem ser o resultado de frustração. A maioria das pessoas os consideram 
indicadores de bem-estar comprometido. 
Estes comportamentos anormais podem não desaparecer, mesmo depois de eliminados 
os fatores causadores da restrição ou frustração. 
Estereotipia
Estereótipo ocasional
causado por leve
frustração
Estereótipo durante
5% do tempo ativo
Estereótipo durante
40% do tempo ativo
B
e
m
-
e
s
t
a
r
Muito bom
Muito mau
 
 
 
Esta escala que associa a freqüência de estereotipia (comportamento repetitivo sem 
finalidade aparente) ao bem-estar foi elaborada por Broom e Johnson (1993). 
 
Algumas pessoas argumentam que o animal consegue algum alívio da frustração através 
do comportamento estereotípico, mas a maioria considera este tipo de comportamento 
anormal um indício de bem-estar comprometido 
 
• Observação de girafas (1) 
• Foram comparados os investimentos do tempo de girafas em liberdade e em 
zoológicos 
 
• Diversos fatores ambientais foram registrados para investigar possíveis 
correlações com diferenças comportamentais 
Este método foi utilizado para comparar o comportamento de girafas em liberdade com 
o comportamento de girafas em quatro zoológicos no Reino Unido (VEASEY, J. S., 
WARAN, N. K. and YOUNG, R. J., 1996: Animal Welfare 5 pp139-153). 
Investimentos de tempo são registros do tempo gasto em diferentes atividades. 
Deve ser notado que foi muito mais fácil registrar o comportamento dos animais nos 
zoológicos que dos animais em liberdade. 
Diferenças ambientais incluem o tamanho do pasto (virtualmente irrestrito para animais 
em liberdade), restrição alimentar (mínima para girafas livres) e substrato (mata e 
arbustos para girafas em liberdade e capim e/ou chão de cimento para as girafas em 
zoológicos). 
 
• Observação de girafas (2) 
GIRAFAS EM LIBERDADE 
 
• Muito tempo gasto em locomoção 
• Nenhum estereótipo observado 
• Variações nos investimentos do tempo em locais diferentes 
GIRAFAS EM ZOOLÓGICOS 
 
• Pouco tempo gasto em locomoção 
• Todas mostram estereótipos, principalmente à noite 
• Em um dos zoológicos, mais de 60% das noites foram passadas desempenhando 
comportamentos estereotípicos 
Os pesquisadores observaram diferenças entre o comportamento das girafas em 
liberdade e em cativeiro. Entretanto, comentaram que foi difícil tirar conclusões devido 
à pequena amostragem e ao fato de que o método de observação utilizado para os 
animais selvagens foi diferente daquele utilizado para os animais em cativeiro. 
Apesar de existir diferença de ambiente e tamanho dos recintos, houve poucas 
diferenças significativas entre as girafas nos diferentes zoológicos. 
No entanto, o fato das girafas em liberdade não desenvolverem comportamentos 
estereotípicos e passarem muito tempo se locomovendo demonstra que as girafas em 
zoológicos não podem expressar comportamento normal, ao invés disso adotando 
comportamentos anormais. 
 
 Conclusão: estes padrões anormais de comportamento são mais comuns onde 
animais são mantidos em ambientes estéreis, com pouca estimulação 
 
exemplos, como morder a manjedoura e balançar a cabeça em cavalos, andar para cima 
e para baixo em animais em gaiolas e mastigação simulada (ação de mastigar sem nada 
na boca) em porcos. 
 
Estes comportamentos foram estudados em certo detalhe. As motivações podem ser 
complexas, no entanto, muitas vezes podem ser ligadas a alguma atividade normal 
(forragear em porcos), que é frustrada em um determinado ambiente. 
 
Numerosos estudos demonstraram que estereótipos são mais comuns quando animais 
são colocados em ambientes estéreis, com pouca estimulação. 
 
• 6. Interação com humanos 
• Animais aprendem por experiência 
• Essa experiência com pessoas os torna capazes de associar humanos com prazer 
ou com dor e medo 
• Isto foi explorado na ciência do bem- estar animal 
 
A maioria das espécies de animais que, desde pouca idade, são manejados por humanos 
tornam-se muito dóceis e mansos. 
No entanto, quando suas experiências são negativas, os animais passam a ter medo do 
homem e estão menos dispostos a se aproximar dele. Animais também tendem a ter 
medo quando o comportamento humano em relação a eles for imprevisível. 
A ciência explorou estes fatos de três maneiras: 
• observando as interações das pessoas com os animais dos quais cuidam 
• observando as reações dos animais frente às pessoas 
• sujeitando animais a diferentes comportamentos humanos e avaliando 
sua reação 
 Os animais aprendem rapidamente a desenvolver medo após terem sofrido 
comportamento humano negativo. 
 
VariaVariaççãoão emem tratadorestratadores de de susuíínosnos
100100
5050
00
00 1010 2020 3030
% 
-ve 
interaction
% 
-ve 
interaction
StockpeopleStockpeople
% interação 
negativa
tratador
 
 
Essa pesquisa mostra a porcentagem de interações negativas (bater, gritar, chutar) entre 
suínos e 35 tratadores. A porcentagem de interaçõesnegativas variou entre 30% e 
100%. Somente nove tratadores tinham menos de 50% de interações negativas. Em 
algumas poucas fazendas existe uma porcentagem pequena de interações negativas com 
os porcos. Em muitas fazendas, mais de 50% das interações com os porcos são 
negativas. 
Em um pequeno número de fazendas, quase todas as interações com os porcos são 
negativas. 
 
VariaVariaççõesões no no medomedo queque osos susuíínosnos
têmtêm dos dos tratadorestratadores ((AustrAustráálialia))
Fazendas australianas
160
120
80
40
0
Tempo
para
interagir
(s)
 
 
Essa pesquisa mediu o tempo médio levado por porcos mantidos em cativeiro para 
interagir com humanos em várias fazendas na Austrália. Quanto maior a demora para 
interagir, maior o medo que os suínos têm dos humanos, ou seja, o tempo levado é uma 
medida do medo de humanos. 
Os resultados mostram variações no medo de humanos entre porcos. Alguns demoram 
quase o dobro do tempo que outros para interagir com humanos. 
O mesmo foi observado em novilhas leiteiras. 
 
• Indicadores comportamentais na ciência do bem-estar – comparação com 
indicadores fisiológicos 
 
Vantagens 
 
• Mais fácil/menos invasivo 
• Requer menos equipamento 
• Pode ser feito fora do laboratório 
Desvantagens 
 
• Difícil interpretação 
• Considerado menos rigoroso por alguns pesquisadores 
Vantagens das medidas comportamentais: são menos invasivas (i.e. mais favoráveis ao 
bem-estar), podem ser feitas fora do laboratório, requerem geralmente menos 
equipamento e são uma forma mais direta de avaliar o que um animal está fazendo. 
Qualquer pessoa interessada e familiarizada com animais pode observar seu 
comportamento para descobrir mais sobre o seu bem-estar. 
 
Desvantagens: têm de ser cuidadosamente delineadas para garantir resultados válidos. 
Alguns consideram os indicadores comportamentais menos rigorosos e objetivos que os 
indicadores fisiológicos. Às vezes, a interpretação pode ser difícil. 
 
• Conclusão/Resumo 
A observação do comportamento animal pode nos dizer muito sobre as escolhas e 
sua importância para o animal 
 
Cada um dos testes e experimentos descritos fornece alguma informação válida sobre o 
bem-estar de um animal. O conhecimento obtido, quando usado na prática, é uma 
ferramenta essencial na melhoria do bem-estar animal.

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