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Indicadores comportamentais 2

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Indicadores comportamentais 2 
Módulo 7 
 
Objetivos de aprendizagem 
Reconhecer e interpretar indicadores comportamentais do bem-estar animal 
Aprender como identificar possíveis causas de comportamento anormal 
 
Sumário do conteúdo 
Como: 
Reconhecer comportamento “normal” 
Identificar uma gama de indicadores comportamentais 
Interpretar indicadores comportamentais mostrados por animais 
Identificar possíveis causas de comportamento anormal 
 
Introdução 
O Módulo 6 abordou como indicadores comportamentais são usados pela ciência do 
bem-estar animal para identificar como o animal se sente a respeito de mudanças e 
escolhas dentro de seu ambiente 
 
Nesta seção veremos como você pode usar indicadores comportamentais para entender o 
estado de bem-estar dos animais 
Experimentos que exploram o comportamento e a motivação animal têm de ser realizados sob 
condições rigorosamente controladas para que forneçam evidência válida. Isso leva à ciência de 
qualidade, porém muitas vezes essas situações experimentais são bastante diferentes da “vida real”. Por 
exemplo, os animais podem precisar ser treinados para aprender como ganhar suas recompensas em 
testes de motivação. Eles podem ser mantidos em grupos muito pequenos enquanto submetidos aos 
experimentos. 
Evidências geradas dessa forma têm de ser cuidadosamente interpretadas quando observadas na 
fazenda, no ambiente doméstico ou no laboratório. 
Esta seção se concentrará em uma observação muito mais direta do comportamento animal. 
 A intenção é que qualquer pessoa que observa animais de perto possa ser capaz de avaliar o seu 
comportamento. Uma vez feita essa avaliação, exploraremos como interpretar as observações para 
julgar o estado de bem-estar de animais em situações práticas. 
É importante reconhecer que isso não é uma ciência exata, como a ciência do bem-estar animal que é 
desenvolvida sob condições controladas. O comportamento animal é altamente complexo e 
influenciado por muitos fatores, tanto intrínsecos como externos. No entanto, quanto mais familiar você 
se torna com animais melhor você deve poder reconhecer quando algo está errado. (Donos de animais 
sabem que normalmente é muito fácil notar quando algo não está certo.) 
 
Indicadores comportamentais 
- o animal “normal” 
Estado de alerta 
Curiosidade 
Gama de atividades 
Interação com os outros membros do rebanho/grupo 
Interação com humanos / Aversão a humanos 
Brincar 
O animal normal, dependendo da sua espécie, do ambiente etc., apresenta uma série de 
comportamentos conforme a projeção. Precisamos estar familiarizados com o animal normal para 
poder: 
• Identificar desvios do normal que podem indicar que o bem-estar do animal está comprometido 
e/ou que o animal está mostrando sinais de doença 
• Perceber indicações positivas de bem-estar (não apenas de sofrimento) 
• Identificar sinais de bons ou maus-tratos por humanos. 
Estes são os aspectos que iremos explorar. 
O animal “normal”: estado de alerta 
Em termos evolucionários, vigília é essencial. As presas evoluíram constantemente no sentido 
de detectar sinais de perigo no ambiente para que possam reagir rapidamente para evitá-lo. 
Apesar de carneiros terem sido domesticados por centenas de anos, eles continuam vigilantes 
e atentos a qualquer mudança no ambiente. 
A sobrevivência das espécies caçadoras depende igualmente do monitoramento ativo e atento 
do ambiente. Um cão dormindo em frente à lareira normalmente responderá na hora a um ruído 
estranho. 
O animal “normal”: curiosidade 
Animais introduzidos a um novo ambiente irão explorá-lo. Muitas vezes, a fase de exploração é 
precedida por um período (fase lag) durante o qual os animais avaliam se há riscos associados ao seu 
novo ambiente. O nível de curiosidade muda com a idade. Gado ou cavalos adultos, por exemplo, 
rapidamente se põem a pastar, enquanto animais novos podem passar muito tempo explorando o 
ambiente. Respostas individuais podem variar com a experiência – animais que foram maltratados ou 
que nunca foram sujeitos a uma mudança podem levar muito tempo para mostrar sinais de curiosidade 
em relação ao seu ambiente. 
Isto provavelmente é o resultado de mudança evolucionária – os animais silvestres evoluíram para 
explorar novos ambientes enquanto procuravam por alimento, água e habitats para construir ninhos ou 
procriar. 
O animal “normal”: gama de atividades 
Muitos fatores afetam a variedade de atividades observadas: 
• Espécie (as atividades de um cão, por exemplo, são muito diferentes das de uma 
galinha). 
• Raça 
• Idade – animais novos são mais ativos, mais dispostos a brincar e passam mais tempo 
dormindo. 
• Ambiente – pode estar limitado ao que se encontra disponível em um cercado. Animais 
silvestres podem ter se adaptado a novos ambientes urbanos. 
• Tamanho do grupo e interação (ex. presença de um macho dominante e de machos 
novos) 
• Temporada (ex. procriação e migração) 
O animal “normal”: interação com outros membros do rebanho/grupo 
A interação entre membros de um grupo é influenciada por um número de fatores. 
• Espécie: algumas são solitárias ou formam pequenos grupos familiares como raposas, 
tigres e onças; outras, como cães selvagens, carneiros e gado, vivem em grupos 
• Raça 
• Tamanho do grupo: em uma fazenda, o tamanho do grupo pode ser muito extenso (ex. 
frangos de corte ou gado de leite). Animais se tornam familiares a indivíduos em grupos 
pequenos, não em grupos muito grandes. A hierarquia pode ser estabelecida muito 
melhor em grupos menores 
• Presença ou ausência de machos reprodutores ou de fêmeas adultas dominantes para 
assumir a liderança 
Faixa etária: pode haver competição entre animais de diferentes idades dentro de um grupo. Vacas mais 
velhas, por exemplo, podem ameaçar novilhas que entram no rebanho e impedi-las de se alimentar 
O animal “normal”: interação com humanos 
O comportamento de um animal “normal” varia com sua experiência anterior: 
• Se nunca antes manejado ou silvestre, o animal tende a ser medroso e pode demonstrar 
agressividade quando se sentir acuado 
• Se a experiência anterior com humanos foi positiva, o animal tende a ser amigável, curioso e se 
aproximará de uma pessoa imóvel depois de um tempo 
• Se a experiência anterior com um humano foi negativa, o animal pode mostrar medo, inquietação 
ou agressividade 
O animal “normal”: brincar 
Animais novos tendem a brincar mais que adultos e nós associamos o brincar com uma sensação de 
bem-estar. 
Possíveis razões para brincar incluem: 
• Desenvolver atividades que os animais precisarão quando mais velhos. Gatos novos, por exemplo, 
aprendem a caçar quando tentam pegar outros membros do grupo ou o rabo da mãe 
• Desenvolver e fortalecer os músculos (necessários para voar, caçar, lutar etc.) 
• Fortalecer os laços com outros membros do grupo 
• Como sinal de bem-estar, por prazer, diversão 
O animal “normal”: comportamento influenciado por espécie, idade, raça e sexo 
Conforme explicado acima, devemos nos tornar familiarizados com cada espécie e com animais de 
diferentes idades antes de entendermos verdadeiramente o animal normal. Isso requer muita prática e 
tempo empenhado na observação de animais em diferentes situações. 
O tratador experiente 
A pessoa que mais sabe sobre um grupo de animais é o tratador responsável por eles. Isto pode ser 
valioso na investigação de um problema particular, mas também pode ser um caminho muito eficaz 
para aprender sobre animais em sua região. A criação, experiência, etc. desses animais podem ser 
específicas de sua região. 
Indicadores comportamentais de bem-estar comprometido 
Gama de atividades limitada 
Ofegar ou suar 
Amontoar-se outremer 
Depressão 
Medo ou agressividade anormais em relação a humanos 
Estereotipias e outras anormalidades comportamentais 
Como podemos ver nesta projeção, quando buscamos indicadores comportamentais de bem-estar 
comprometido, procuramos pela ausência de sinais comportamentais indicando normalidade. Isto 
porque é muito mais fácil familiarizar-se com o que é normal que categorizar todas as possíveis formas 
de comportamento animal anormal. 
 
Os sinais comportamentais aqui relacionados são simplesmente aqueles mais freqüentemente 
observados. Outros sinais, como aumento de vocalização, podem ou não indicar um problema. 
Pode parecer mais lógico explorar a questão em termos dos sistemas prejudiciais ao bem-estar que 
tendem a resultar nos sinais comportamentais aqui relacionados. No entanto, vocês, como médicos 
veterinários, verão animais expressando comportamento anormal. Caberá a vocês investigar as causas 
desse comportamento anormal – algumas das quais serão resultado de bem-estar comprometido. 
1a) Gama de atividades limitada 
Pode afetar animais individuais ou o grupo inteiro e envolve: 
Espaço restrito em sistemas de produção intensiva ou na manutenção em laboratório 
Amarras curtas 
Claudicação 
Maior tempo deitado (devido à claudicação, doença, obesidade ou fraqueza) 
No Módulo 6 (Indicadores comportamentais 1) abordamos experimentos científicos da área do 
bem-estar animal, onde a variedade de comportamentos normais expressados por animais foi registrada 
em um etograma. Observando animais normais durante um certo tempo, vocês verão todo tipo de 
comportamento (dormir, coçar-se, brincar, espreguiçar-se, comer, pastar, beber, andar, etc.). Em 
alguns sistemas de produção, os animais apenas podem desempenhar um número muito restrito de 
atividades. Muitas vezes, os animais podem ser vistos não fazendo nada – entretanto, animais 
“normais” dificilmente não fazem nada. Acredita-se que quando vacas de leite ficam por muito tempo 
em estado de “inércia” (sem comer, beber, dormir nem ruminar) o seu ambiente, provavelmente, esteja 
ruim. 
1b) Gama de atividades limitada devido ao cativeiro 
Um animal como um orangotango deveria desempenhar uma grande variedade de atividades. Ele 
passaria muito tempo passeando pela floresta, buscando alimentação adequada. Quando confinado a 
uma jaula, o animal tem poucas opções comportamentais. Podemos, intuitivamente, assumir que 
animais privados da possibilidade de desempenhar a maior parte das suas atividades irão sofrer. 
No entanto, conforme discutido no Módulo 6 (Indicadores comportamentais 1), não podemos ter 
certeza. Assim, outras técnicas de avaliação fisiológica e comportamental foram usadas para explorar as 
implicações para o bem-estar de fatores como o cativeiro (veja módulos 3, 4 e 6). 
Todas as pessoas engajadas no bem-estar animal provavelmente concordarão que deve ser concedido o 
benefício da dúvida aos animais. A “Liberdade para expressar comportamento normal” é uma das 
Cinco Liberdades que foram revisadas pelo FAWC em 1993. 
1c) Gama de atividades limitada devido a amarras curtas 
Amarras curtas também privam os animais da expressão de muitas formas de comportamento natural. 
Amarrar porcas está sendo proibido nos países da União Européia (a lei entrará em vigor em 2006). 
O animal na foto pode estar mostrando sinais de “adaptação adquirida ao desespero” como resultado 
de amarras curtas. Trata-se de uma condição na qual animais perdem a responsividade a estímulos por 
terem sido impedidos de desempenhar atividades normais por muito tempo. Webster (1994) sugere 
que a adaptação adquirida ao desespero representa “o estado de espírito de um animal que desistiu”, e 
chama isso de “ausência de esperança”. Outros sugeriram que poderia haver algum benefício adaptativo 
nesse estado (no sentido do animal não sentir mais o seu estado de privação), apesar disso ser um 
ponto de vista controverso. 
1d) Gama de atividades limitada devido à claudicação 
Animais mancos sofrem porque: 
Sentem dor 
Não interagem normalmente com os outros membros do rebanho 
São muitas vezes magros porque não podem se mover facilmente para o cocho 
Podem sofrer de queimaduras urinárias ou desenvolver feridas pelo fato de ficarem 
deitados por longos períodos 
Claudicação é um assunto de bem-estar muito importante porque: 
• Indica sofrimento severo. Espécies que pastam, como carneiros, se adaptaram para mostrar 
sinais de dor somente em casos severos. Assim, uma vaca ou um carneiro que manca está, 
provavelmente, sofrendo de dor muito forte 
• Claudicação é muito comum. Em alguns sistemas, como na criação de frangos de corte, algum 
grau de claudicação é a norma em vez de uma anormalidade e taxas de incidência de 25% ou mais são 
comuns em muitos sistemas de produção 
• É possível que animais de trabalho mancos sejam forçados a trabalhar. Isto aumenta o sofrimento 
e pode agravar o estado. 
 
Claudicação é uma condição facilmente reconhecível, mesmo por pessoas não treinadas. 
1e) Maior espaço de tempo deitado devido à fraqueza, doença, obesidade 
Fraqueza pode ser o resultado de inanição crônica 
Muitas doenças causam exaustão ou colapso 
Obesidade é uma questão importante em animais de estimação 
Como médicos veterinários, muitas vezes encontraremos estes casos. 
Inanição tão profunda que chega a resultar em fraqueza implica mais problemas de bem-estar 
que apenas variedade limitada de atividades. Entretanto, animais cronicamente sem alimentos 
podem simplesmente não conseguir desempenhar seu repertório normal de atividades, 
principalmente limpar-se, brincar e explorar o ambiente. 
A maior parte das doenças está associada a sofrimentos, além da simples perda da atividade 
normal. No entanto, o primeiro sinal de doença pode ser o animal não reagir normalmente 
dentro do grupo. 
Em alguns países, a obesidade é comum e associada à elevada incidência de doenças 
crônicas, tanto em animais quanto no homem. Animais obesos podem ter dificuldade de se 
levantar e se movimentar, tornar-se relutantes para fazer exercício e estar altamente 
suscetíveis ao estresse causado por calor. Apesar da obesidade ser um indicador de bem-estar 
comprometido, os donos de animais de estimação obesos muitas vezes querem “cuidar bem 
demais” dos seus animais, de modo que pode ser difícil para o médico veterinário contornar o 
problema 
2. Ofego e/ou suor 
 Estresse causado por calor 
 Febre 
 Superlotação 
 Medo 
 
Identifique a causa medindo a temperatura do ambiente, densidade de lotação e realizando 
exame clínico para verificação de outros sinais de doença. 
Identifique as causas de ofego e/ou suor: 
· Verifique a temperatura ambiente e a ventilação 
· Verifique a densidade de lotação (área disponível para o plantel dividida pelo número de animais 
mantidos) 
· Meça a temperatura dos animais afetados para verificar se estão com febre 
· Providencie exame clínico completo para identificar doença (por exemplo problema respiratório 
ou cardíaco que possa levar a ofego) ou o foco de dor 
· Verifique possíveis causas de medo 
3. Amontoar-se ou tremer 
Frio 
Não costuma afetar a maioria dos animais, exceto em ambientes extremos 
Muitas vezes afeta animais muito novos 
Mais provável em animais molhados, expostos ao vento 
Mais provável quando animais novos não foram alimentados 
Medo 
Frio e medo podem fazer animais tremer. 
Mamíferos e aves são capazes de regular sua temperatura corporal com muita eficiência. Eles fazem isso 
usando uma mistura de mecanismos internos (como suar quando está fazendo calor demais, tremer e 
eriçar a penugem/pelagem no frio) e métodos externos (como ir para a sombra, revolver-se na lama ou 
nadar quando está quente demais, procurar um abrigo no frio). 
 Diferentes espécies estão adaptadas a diferentesambientes (um urso polar com seu casaco de lã grossa 
e camadas de gordura subcutânea sentiria calor excessivo no deserto e uma raposa do deserto sentiria 
frio na Antártida). 
A zona “termoneutra” (faixa de temperatura ambiente onde animais podem manter sua temperatura 
corporal normal sem precisar regulá-la ativamente) é bastante ampla (aproximadamente entre 10oC e 
30oC) para ruminantes adultos, mas muito mais estreita (aproximadamente entre 20oC e 25oC) para 
animais como porcos e galinhas. Animais mantidos em sistemas de produção intensa não podem se 
movimentar para procurar um ambiente mais confortável (para um banho de lama ou abrigo, por 
exemplo). 
Animais novos são menos eficientes na regulação da sua temperatura corporal. 
Hipotermia é uma causa de morte muito comum em cordeiros no Reino Unido. Ocorre quando os 
cordeiros não conseguem mamar e se resfriam. 
4. Depressão 
Depressão pode ser um sinal clínico de doença causado pela febre, dor, toxemia ou inanição. É 
caracterizada pelos seguintes sinais: 
•Orelhas caídas 
•Cabeça baixa 
•Dorso encurvado (corcunda) quando em pé, esgotamento 
•Indiferente, sem interesse pelo ambiente 
•Isolamento dos outros membros do grupo 
•Parada na ingestão de alimentos 
Esses sinais clínicos gerais não permitem ao médico veterinário identificar a causa de uma doença. 
Não é difícil perceber que animais mostrando esses sinais estão sofrendo. 
O burro na foto está muito magro, seu pelo está em más condições (talvez um sinal de infestação por 
carrapatos ou de outra doença) e parece estar manco (pata dianteira direita). Pode também estar 
exausto. 
Não demonstra interesse pelo grupo de pessoas atrás dele, nem pelos outros burros (no fundo da foto). 
As orelhas não estão em pé, nem estão seguindo ruídos ativamente (sinais de um animal alerta). Os 
olhos estão estáticos. O animal mostra muitos sinais consistentes com depressão. 
5. Medo anormal ou agressividade em relação a humanos 
O que é “normal” depende da espécie, raça e dos contatos anteriores com humanos 
Animais aprendem por experiência: medo ou agressividade anormais podem indicar 
crueldade sofrida anteriormente 
É bastante normal que animais que tiveram pouco contato com humanos mostrem sinais de 
medo. Eles podem mostrar agressividade quando se sentem acuados. 
Determinados indivíduos ou certas raças podem estar particularmente inclinados a mostrar 
agressividade. 
No entanto, animais domésticos ou de companhia que têm muito contato com humanos não 
deveriam mostrar medo ou agressividade em circunstâncias normais. Cientistas do 
bem-estar animal descobriram que animais aprendem rapidamente a desconfiar de 
humanos quando maltratados. As próximas duas projeções darão exemplos. 
 
Interações táteis negativas 
Interações negativas durante 15 a 30 segundos diários tornam porcos menos dispostos a 
se aproximar de humanos parados 
Interações positivas tornam porcos mais inclinados a se aproximar de humanos parados 
Este foi um experimento usando porcos, realizado sob condições controladas. As interações negativas 
neste experimento incluíram tapas e breves choques elétricos. 
As interações positivas incluíram tratamento calmo e carícias. 
Exemplos do mesmo efeito podem ser observados todos os dias em animais em fazendas, cavalos de 
trabalho e animais de companhia. 
Interação de porcos com 
tratadores
0 50 100 150Tempo para 
interação (s)
(Gonyou et al., 1986)
negativa
nenhuma
positiva
 
Neste estudo mediu-se o tempo que um porco levou (em segundos) para interagir com um humano. A 
barra vermelha indica o tempo para interagir levado por porcos que foram golpeados pelos tratadores. 
A barra amarela indica o tempo para interagir com o tratador levado por porcos não sujeitos a quaisquer 
experiências, negativas ou positivas. A barra verde mostra o tempo decorrido para interagir em porcos 
que foram tratados de modo positivo. 
 O diagrama acima mostra que porcos que foram golpeados (reações negativas – barra vermelha) 
demoraram muito mais para se aproximar e interagir com o tratador do que aqueles que não tinham 
tido nenhuma interação (barra amarela) ou do que aqueles que tiveram tratamento positivo (barra 
verde). 
 
5. Medo ou agressividade anormais em relação a humanos 
“Normal” depende da espécie, raça e do contato prévio com humanos. Vacas leiteiras que 
são freqüentemente manejadas não devem ter medo das pessoas 
É importante enfatizar que existe uma ampla gama de comportamentos “normais” que podemos 
esperar de animais. Estas vacas estão alerta, amigáveis e curiosas. 
6. Estereotipias e outras anormalidades comportamentais 
Comportamento estereotípico foi abordado brevemente no Módulo 6 (Indicadores comportamentais 1). 
Estereotipias são padrões de comportamento repetitivos, sem propósito aparente. Outras 
anormalidades incluem automutilação em animais de companhia, bicar as penas (em galinhas) e morder 
o rabo (em porcos). 
Estes são comportamentos complexos cujas causas não são completamente compreendidas. Morder o 
rabo pode, por exemplo, ocorrer mesmo em porcos em ambientes livres e ricos. Automutilação em 
animais de companhia pode começar como resposta a uma irritação genuína, mas persistir após a 
eliminação (ou cura) da causa da irritação. 
Cavalos mostram uma variedade de estereotipias, incluindo balançar a cabeça, morder o cocho e ingerir 
ar. Esses comportamentos estão muitas vezes associados à perda de condição corporal e reduzem 
fortemente o valor econômico dos cavalos afetados. Muitos métodos foram experimentados para 
controlar esses comportamentos – a maioria não inteiramente eficaz. Alguns autores acham que os 
cavalos afetados tiram alguma satisfação desses comportamentos e, portanto, não devem ser 
impedidos de executá-los. 
Além de representarem, ao menos em parte, um sinal de frustração ou tédio, alguns desses 
comportamentos estão diretamente relacionados com sofrimento (ex. vítimas das mordidas de rabo e 
bicadas de penas, animais de companhia automutilados). 
Mesmo animais jovens podem desenvolver comportamento estereotípico se mantidos em um ambiente 
estéril. Esse comportamento pode persistir mesmo depois da mudança dos animais para um ambiente 
mais rico (por exemplo, elefantes em zoológicos podem continuar a se balançar mesmo quando ganham 
acesso a muito espaço e a um ambiente estimulante). 
Conclusões/Resumo 
O comportamento dos animais pode nos dizer muito sobre o seu bem-estar 
Quando o comportamento do animal estiver indicando bem-estar comprometido, temos de 
investigar as causas e identificar possíveis soluções

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