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EXERCÍCIOS COMPLEMENTARS Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 1) Durante investigação para apurar a prática de roubos a agências bancárias ocorridos em Volta Redonda/RJ, agentes da polícia civil, embora desconfiados que Pedro Rocha esteja envolvido nos crimes, não conseguiram reunir provas suficientes para apontá-lo como um dos assaltantes de banco. Diante disso, deliberaram que um dos policiais iria passar a frequentar os mesmos lugares do investigado Pedro Rocha para com ele estabelecer relação de confiança. Ao manter reiterados contatos com Pedro Rocha, o agente policial se passa por assaltante e convence o investigado a praticar um roubo em determinada agência bancária. Diante disso, no dia 15 de outubro de 2012, previamente engendrados, o policial disfarçado e o investigado dirigem-se ao banco e, no instante que ingressaram na agência bancária e anunciaram o assalto, diversos policiais, que monitoravam toda a ação, prenderam Pedro Rocha em flagrante, sob a acusação da prática do crime de roubo majorado tentado. Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, na qualidade de advogado de Pedro Rocha, responda os itens a seguir: a) Qual peça, exclusiva de advogado, é cabível no que tange à liberdade de seu cliente? b) Qual o fundamento pode ser invocado para buscar a soltura de Pedro Rocha? Gabarito Comentado: a) A peça cabível é relaxamento de prisão, com base no art. 5º, LXV, da CRFB/88, e/ou art. 310, I, do CPP. b) O auto de prisão em flagrante é ilegal, porque se trata de hipótese de flagrante preparado, conforme Súmula 145 do STF. 2) Wilson, jovem que jamais sofreu condenação criminal, foi flagrado transportando perfumes e garrafas de vinho adquiridos em Rivera, Uruguai, cujos valores somados ultrapassam a quantia de R$ 8.000,00. Ao ser abordado, disse que não tinha o documento comprovando a importação regular dos produtos, razão pela qual o Delegado da Polícia instaurou inquérito policial e, após, remeteu ao Ministério Público Estadual, que, por sua vez, ofereceu denúncia contra Wilson pela prática do delito de descaminho, previsto no artigo 334 do CP. A denúncia foi recebida e Wilson citado. Atento ao caso apresentado, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. a) Qual o meio de impugnação cabível à defesa de Wilson e qual o prazo previsto em lei para ser apresentado? b) Quais teses deverão ser alegadas e o pedido que deve ser formulado? Gabarito Comentado: a) A peça cabível é a resposta à acusação, com base no artigo 396 e/ou 396-A do CPP. Prazo de 10 dias. b) Desenvolvimento sobre a incompetência do Juízo, já que envolve interesse da União, porque não recolhido tributo federal, bem como acerca do princípio da insignificância, com pedido de absolvição sumária, com base no artigo 397, inciso III, do Código Penal. EXERCÍCIOS COMPLEMENTARS Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 3) Para 'resolver' anterior desavença, Juca Graxa e Toninho Moicano pactuaram procurar e agredir o desafeto Jacinto Dores, com o preordenado dolo de machucá-lo seriamente. Juca Graxa e Toninho Moicano, ao encontrarem a vítima, de forma simultânea, atacaram-na a golpes de artes marciais, além de socos e pontapés convencionais. Enquanto estava em desenvolvimento o ataque referido, James Rocha, amigo dos atacantes, chegou ao local e interveio, espontaneamente, aderindo aos agressores, também batendo a socos em Jacinto Dores, com a intenção de causar lesões na vítima, mas não de lhe causar a morte. Entretanto, por conta da violência dos golpes proferidos por Juca Graxa e Toninho Moicano, Jacinto dores acabou falecendo. O Ministério Público ofereceu denúncia contra Juca Graxa, Toninho Moicano e James Rocha, imputando-lhes a prática do delito do artigo 121, § 2º, inciso I (motivo torpe), do Código penal, sendo, após regular instrução, pronunciado, nos exatos termos da denúncia. Diante do fato hipotético, pergunta-se: a) Qual o meio de impugnação cabível, o prazo fatal, considerando como data da intimação o dia 20.05.2013 (segunda-feira), e a quem deverá ser endereçado? (0,60) b) Qual(is) o(s) argumento(s) e o pedido a ser formulado em favor de James Rocha? (0,65) Gabarito Comentado: a) cabe recurso em sentido estrito, com base no artigo 581, inciso IV, do CPP. Prazo de 05 dias, com base no artigo 586 do CPP, endereçado ao Juiz da Vara do Tribunal do Júri. Último dia: 27.05.2013. b) O candidato deverá abordar a tese de que James Rocha pretendeu praticar crime menos grave, qual seja, lesão corporal grave, devendo responder por esse crime, nos termos do artigo 29, § 2º, do CP, OU que James Rocha agiu sem a intenção de praticar doloso contra a vida. Pedido de desclassificação, com base no artigo 419 do CPP. 4) No dia 10 de fevereiro de 2006, por volta das 03h, na Rua Fina Estampa, nº 24, na Cidade de Niterói/RJ, o denunciado Tício Mévio, agente reincidente, constrangeu a vítima Cidinha Coitada, criança de 11 anos, a conjunção carnal, praticando, assim, o crime previsto no artigo 217-A do Código Penal, considerado hediondo, nos termos do artigo 1º, inciso VI, da Lei 8.072/90. Após implementar 1/6 da pena, Tício formulou pedido de progressão de regime, sendo indeferido pelo Juízo da Execução, sob o fundamento de que, na condição de reincidente, deveria implementar 3/5 da pena para obter o benefício postulado. Diante do fato hipotético, pergunta-se: a) Qual o meio de impugnação cabível, o último dia do prazo fatal, considerando como data da intimação o dia 08.03.2011 (terça-feira), e a quem deverá ser endereçado? (0,60) b) Qual(is) o(s) argumento(s) pode(m) ser alegado(s) em favor de Tício? (0,65) Gabarito Comentado: a) cabe agravo em execução, com base no artigo 197 da Lei 7.210/84. Prazo de 05 dias, com base na Súmula 700 do STF, endereçando a peça de interposição ao Juiz da Vara de Execução Penal e as razões ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Último dia: 14.03.2011. b) O candidato deverá abordar a tese de que a Lei 11.464/2007, que alterou a redação do artigo 2º, § 2º, da Lei 8.072/90, entrou em vigor após a data do crime praticado. Logo, deve prevalecer a lei mais benéfica, considerando-se o lapso temporal de 1/6 para obtenção da progressão de regime, nos termos do artigo 112 EXERCÍCIOS COMPLEMENTARS Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase da Lei 7.210/84. Admite-se, ainda, a invocação da Súmula Vinculante 26 do STF e Súmula 471 STJ. 5) No dia 15 de janeiro de 2012, por volta das 21 horas, Ziah Mansur subtraiu, para si, coisa alheia móvel, consistente numa TV de plasma, avaliada em R$ 2.000,00 (dois mil reais), ingressando na residência, prevalecendo-se da porta aberta deixada de forma descuidada pela vítima. A autoridade policial instaurou inquérito policial, indiciando Ziah Mansur como incurso no crime do art. 155, “caput”, do Código Penal. O Ministério Público, por sua vez, ofereceu denúncia contra Ziah, atribuindo-lhe a prática do delito do artigo 155, § 1º (furto durante o repouso noturno), do Código Penal. Após regular instrução, o Magistrado proferiu sentença, julgando procedente a denúncia, para condenar Ziah nas penas do artigo 155, § 1º, do CP. Na primeira fase da aplicação da pena, o juiz considerou todas as circunstâncias judiciais favoráveis, fixando a pena-base no mínimo legal, qual seja, 01 ano. Na segunda fase, agravou a pena em 06 meses, em razão da reincidência. Na terceira fase, aumentou a pena em 1/3 por força da majorante do repouso noturno, tornando a pena definitiva em 02 anos de reclusão. Após, o juiz fixou o regimeinicial de cumprimento de pena como sendo o fechado, em razão da reincidência. Diante disso, pergunta-se: A) Considerando entendimento adotado na Jurisprudência, agiu corretamente o Magistrado ao fixar o regime inicial de cumprimento de pena como sendo o fechado? Justifique. B) Considerando que a reincidência decorreu da condenação anterior pela prática do crime de estelionato, haveria possibilidade de Ziah obter a substituição da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos? Justifique Padrão de resposta: No item “A”, o candidato deverá responder que o Magistrado agiu equivocadamente, porquanto, segundo a Súmula 269 do STJ, é admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos reincidentes condenados à pena igual ou inferior a 04 anos se favoráveis as circunstâncias judiciais. No item “B”, o candidato deverá responder que Ziah faz jus à substituição da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos, pois preenche os requisitos do artigo 44 do CP (crime praticado sem violência ou grave ameaça e pena inferior a 04 anos) e a reincidência não é pela prática do mesmo crime, sendo, ainda, socialmente recomendável a substituição, nos termos do artigo 44, § 3º, do CP. 6) No dia 26 de março de 2013, Alessandra Maia foi flagrada vendendo cocaína. Após regular instrução do processo, Alessandra Maia foi condenada como incursa nas sanções do artigo 33, § 4º, da Lei nº 11.343/2006, sendo-lhe aplicada a pena de 02 anos e 06 meses, uma vez que o Magistrado considerou que a ré era primária, de bons antecedentes, não se dedicava às atividades criminosas nem integrou organização criminosa. A seguir, o Magistrado fixou o regime inicial fechado, não substituindo a pena privativa de liberdade em restritiva de direitos, sob o fundamento de que o artigo 33, § 4º, e o artigo 44, ambos da Lei 11.343/2006, vedam expressamente a substituição da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos aos condenados por tráfico ilícito de entorpecentes. Diante do fato hipotético, o Magistrado agiu corretamente? Justifique. EXERCÍCIOS COMPLEMENTARS Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase Padrão de resposta: O candidato deverá responder que o Magistrado agiu equivocadamente, porquanto recentemente o STF declarou inconstitucional a parte do artigo 44 da Lei de Drogas que vedava a substituição da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos. Além disso, o Senado Federal editou a Resolução nº 05, suspendendo a execução do referido dispositivo. 7) Bruno Salvador praticou um crime de apropriação indébita, previsto no artigo 168 do Código Penal em 08.10.2003, sendo processado e condenado a 02 (dois) anos de prisão. A sentença transitou em julgado no dia 05.03.2005. Dias depois, o mandado de prisão foi cumprido, tendo Bruno cumprido integralmente a pena em 08.04.2007. No dia 15.12.2011, Bruno praticou o delito de roubo (Art. 157 do CP). Diante do fato hipotético, na aplicação da pena pela prática do delito de roubo, deve ser considerada a agravante da reincidência? Padrão de resposta: O candidato deverá indicar que há reincidência, porque Bruno praticou o crime de roubo em período de tempo inferior a 05 anos da data do cumprimento da pena. Deverá, ainda, invocar o artigo 64, I, do CP. 8) No dia 18/10/2005, Eratóstenes praticou um crime de corrupção ativa em transação comercial internacional (Art. 337-B do CP), cuja pena é de 1 a 8 anos e multa. Devidamente investigado, Eratóstenes foi denunciado e, em 20/1/2006, a inicial acusatória foi recebida. O processo teve regular seguimento e, ao final, o magistrado sentenciou Eratóstenes, condenando-o à pena de 1 ano de reclusão e ao pagamento de dez dias-multa. A sentença foi publicada em 7/4/2007. O Ministério Público não interpôs recurso, tendo, tal sentença, transitado em julgado para a acusação. A defesa de Eratóstenes, por sua vez, que objetivava sua absolvição, interpôs sucessivos recursos. Até o dia 15/5/2011, o processo ainda não havia sido definitivamente julgado. Nesse sentido, considerando apenas os dados narrados no enunciado, responda aos itens a seguir. a) No caso apresentado, é possível extrair alguma tese favorável à Eratóstenes? b) Se Erastótenes fosse reincidente, incidiria no caso o acréscimo de 1/3 do prazo prescricional previsto na parte final do artigo 110, “caput”, do Código Penal? Gabarito Comentado: a) O candidato deverá indicar que Eratóstenes não cumprirá a sentença condenatória, pois incidiu, no caso, a prescrição da pretensão punitiva intercorrente ou superveniente, já que entre a data da publicação da sentença condenatória até eventual decisão proferida pelo Tribunal de Justiça decorreram mais de 04 anos, nos termos do artigo 110, § 1º, c/c o artigo 109, inciso V, ambos do Código Penal. Logo, incidiu causa extintiva da punibilidade, prevista no artigo 107, inciso IV, do CP b) Não, pois o aumento de 1/3 dos prazos prescricionais, previsto na parte final do art. 110, “caput”, incide somente nas hipóteses de prescrição executória, não se aplicando, portanto, à prescrição da pretensão punitiva, conforme Súmula 220 do STJ. EXERCÍCIOS COMPLEMENTARS Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 9) (Adaptado X EXAME OAB)- Maria, mulher solteira de 40 anos, mora no Bairro Paciência, na cidade Esperança. Por conta de seu comportamento, Maria sempre foi alvo de comentários maldosos por parte dos vizinhos; alguns até chegavam a afirmar que ela tinha “cara de quem cometeu crime”. Não obstante tais comentários, nunca houve prova de qualquer das histórias contadas, mas o fato é que Maria é pessoa conhecida na localidade onde mora por ter má- índole, já que sempre arruma brigas e inimizades. Certo dia, com raiva de sua vizinha Josefa, Maria resolve quebrar a janela da residência desta. Para tanto, espera chegar a hora em que sabia que Josefa não estaria em casa e, após olhar em volta para ter certeza de que ninguém a observava, Maria arremessa com força, na direção da casa da vizinha, um enorme tijolo. Ocorre que Josefa, naquele dia, não havia saído de casa e o tijolo após quebrar a vidraça, atinge também sua nuca. Josefa falece instantaneamente. Nesse sentido, tendo por base apenas as informações descritas no enunciado, responda justificadamente: É correto afirmar que Maria deve responder por homicídio doloso consumado? Justifique a resposta: Gabarito comentado Na presente questão cabe ao examinando identificar o instituto por ela versado, qual seja, o erro de tipo acidental, na modalidade do resultado diverso do pretendido, previsto no art. 74 do Código Penal. Referido instituto traz como consequência, para o caso sob exame, a punição do agente por crime doloso em relação ao objetivo por ele almejado (que no caso foi o crime de dano previsto no art. 163 do Código Penal), bem como a sua punição na modalidade culposa pelo resultado não intencional por ele alcançado, desde que o tal delito admita a modalidade culposa. Nesse sentido, observa-se que o outro resultado alcançado foi o crime de homicídio, que admite a modalidade culposa, de acordo com o art. 121, § 3º, do CP. Sendo assim, uma vez tendo, Maria, alcançado os dois resultados, deverá ser punida por ambos (dano doloso e homicídio culposo) na forma do art. 70 do Código Penal, ou seja, em concurso formal próprio, que determina a majoração da pena do crime mais grave de 1/6 até 1/2. 10) Wilson, irado e nervoso, entra em sua casa, após séria e acirrada discussão com Tobias, seu vizinho, com quem tem profunda desavença. Exasperado, apanha a primeira arma que visualiza. Na sequência, sai ao encalço do vizinho e, tomado por violenta emoção, aponta-lhe a arma, acionando o gatilho várias vezes.Porém, nenhum disparo é detonado, sendo Wilson detido por populares, que chamaram a polícia. Instaurado inquérito policial, a arma foi apreendida e encaminhada a perícia, que constatou que a arma não deflagraria qualquer tiro, porque apresentava defeito. O Ministério Público ofereceu denúncia contra Wilson, pela prática do delito de tentativa de homicídio. Após regular instrução, o Magistrado pronunciou Wilson como incurso no delito do artigo 121, “caput”, c/c o art. 14, inciso II, ambos do Código Penal. Analise o caso narradoe, com base apenas nas informações dadas, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir. A) Qual a peça cabível contra a decisão proferida pelo Magistrado e a quem deve ser endereçado? B) Qual tese defensiva deve ser invocada e o pedido correspondente? EXERCÍCIOS COMPLEMENTARS Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase Gabarito Comentado: a) cabe recurso em sentido estrito, com base no artigo 581, inciso IV, do CPP. Prazo de 05 dias, com base no artigo 586 do CPP, endereçado ao Juiz da Vara Criminal do Tribunal do Júri. b) O candidato deverá abordar a tese do crime impossível, pela ineficácia absoluta do meio, nos termos do artigo 17 do Código Penal. Pedido de absolvição sumária, com base no artigo 415, inciso III, do CPP. 11) Wilson, desesperado com a gravidade do estado de saúde de Mariazinha, que acabara de sofrer um infarto, resolve levar a enferma até o hospital com o seu veículo. Diante da urgência da situação, Wilson desenvolve no seu veículo velocidade excessiva e incompatível com o local, vindo, em razão disso, a perder o controle do veículo e atropelar uma pessoa que atravessava, de forma inesperada, a via de rolamento, causando-lhe a morte. Diante disso, o Ministério Público ofereceu denúncia contra Wilson, imputando-lhe a prática do delito previsto no artigo 302 da Lei 9.503/97. O Magistrado recebeu a denúncia, sendo Wilson citado no dia 15.08.2014 (sexta-feira) e o mandado juntado aos autos no dia 20.08.2014. Analise o caso narrado e, com base apenas nas informações dadas, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir. A) Qual o meio de impugnação a defesa de Wilson deverá utilizar e qual o último dia do prazo para apresentá-lo? B) Qual tese defensiva deve ser invocada e o pedido correspondente? Gabarito Comentado: a) cabe resposta à acusação, com base no artigo 396/396-A do CPP. Prazo de 10 dias. Último dia: 27.08.2014. b) O candidato deverá abordar a tese do estado de necessidade. Pedido de absolvição sumária, com base no artigo 397, inciso I, do Código Penal. 12) Wilson recebeu do amigo de infância Félix Solano um embrulho em papel opaco e, sem qualquer razão para desconfiar do amigo, atende seu pedido para levar o pacote, que considerava conter medicamento, até a cidade de Niterói/RJ, para onde se encaminha, com o fito de entregá- lo no local indicado por Félix. Durante o trajeto, Wilson é abordado por policiais rodoviários federais, que, valendo-se de cães farejadores, procederam a uma revista no automóvel. Diante da agitação dos cães, ao se aproximarem do pacote, os agentes policiais resolveram verificar o conteúdo, constatando que se tratava de cocaína, substância entorpecente. Diante disso, Wilson foi preso em flagrante e, após conclusão do respectivo inquérito policial, denunciado pela prática do crime previsto no artigo 33 da Lei nº 11.343/2006. Após regular instrução, o Magistrado julgou procedente a ação, condenando Wilson como incurso nas sanções do artigo 33 da Lei nº 11.343/2006. A defesa foi intimada no dia 19.08.2014 (terça-feira). Analise o caso narrado e, com base apenas nas informações dadas, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir. A) Qual o meio de impugnação a defesa de Wilson deverá utilizar e qual o último dia do prazo para apresentá-lo? B) Qual tese defensiva deve ser invocada e o pedido correspondente? Gabarito Comentado: a) cabe apelação, com base no artigo 593, inciso I, do CPP. Último dia: 25.08.2014. EXERCÍCIOS COMPLEMENTARS Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase b) O candidato deverá abordar a tese do erro de tipo essencial, artigo 20, “caput”, do Código Penal. Pedido de absolvição, com base no artigo 386, inciso III, do Código Penal. 13) Ao sair do trabalho, Wilson costumava passar a pé por uma estrada onde comumente aconteciam assaltos, razão pela qual, por cautela, sempre andava armado. Certo dia, percebe estar sendo seguido por três pessoas. Ao atingir o local mais ermo da estrada, Wilson nota que uma pessoa se encaminha em sua direção, em atitude suspeita. Supondo se tratar de um assalto, saca da sua arma e atira contra o indivíduo, no exato momento em que ele leva, abruptamente, a mão para dentro do agasalho que vestia, matando-o. Ao se aproximar do indivíduo morto, Wilson verifica que ele pretendia pegar um cigarro. Diante disso, Wilson foi denunciado e pronunciado pela prática do delito de homicídio, previsto no artigo 121, “caput”, do Código Penal. Analise o caso narrado e, com base apenas nas informações dadas, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir. A) Qual o meio de impugnação a defesa de Wilson deverá utilizar e qual o último dia do prazo para apresentá-lo, considerando a intimação no dia 24.09.2014 (quarta-feira)? B) Qual tese defensiva deve ser invocada e o pedido correspondente? Gabarito Comentado: a) cabe recurso em sentido estrito, com base no artigo 581, inciso IV, do CPP. Prazo de 05 dias, com base no artigo 586 do CPP, endereçado ao Juiz da Vara Criminal do Tribunal do Júri. Último dia do prazo: 29.09.2014. b) O candidato deverá abordar a tese da legítima defesa putativa, nos termos do artigo 20, § 1º, do Código Penal. Pedido de absolvição sumária, com base no artigo 415, inciso III, do CPP. Admite-se o artigo 415, inciso IV, do CPP 14) No dia 24/03/2006, Jaime subtraiu um aparelho de telefone celular que havia sido esquecido por Lara em cima do balcão de uma lanchonete. Todavia, sua conduta fora filmada pelas câmeras do estabelecimento, o que motivou o oferecimento de denúncia, por parte do Ministério Público, pela prática de furto simples (art. 155, caput, do CP). A denúncia foi recebida em 14/06/2006, e, em 18/10/2006, Jaime foi condenado à pena de 1 (um) ano de reclusão e 10 (dez) dias-multa, sendo-lhe fixado o regime aberto para o cumprimento da pena privativa de liberdade, com sentença publicada no mesmo dia. Suponha que ambas as partes tivessem se conformado com o decreto condenatório, de modo que o trânsito em julgado definitivo teria ocorrido em 24/10/2006 (inclusive para acusação), mas Jaime fugiu tão logo teve ciência do conteúdo da sentença, sendo capturado somente em 05/12/2010. Nesse caso, considerando o tema prescrição, Jaime deve cumprir a pena a ele imposta? Responda fundamentadamente. Padrão de resposta O candidato deverá responder que Jaime não cumprirá a pena imposta, pois, neste caso, incidiu a prescrição da pretensão executória, já que decorreram mais de 04 anos entre o trânsito em julgado para a acusação até a sua captura, com base no artigo 109, inciso V, c/c artigo 110, “caput”, ambos do Código Penal. EXERCÍCIOS COMPLEMENTARS Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 15) No dia 15 de dezembro de 2011, por volta das 18 horas, na Rua Boa Sorte, nº 254, São Luiz Gonzaga/RS, Tadeu Lombardi, por meio de golpes de barra de ferro, ofendeu a integridade física de Jacinto Dor, causando-lhe lesão corporal grave, consistente na impossibilidade de exercer ocupações habituais por mais de 30 dias. Após regular instrução, o Magistrado proferiu sentença, condenando Tadeu Lombardi, que é réu primário, como incurso nas sanções do artigo129, § 1º, inciso I, do Código Penal, fixando-lhe a pena de 01 ano e 08 meses de reclusão. Como o crime foi praticado com violência, o Magistrado não substituiu a pena privativa de liberdade em restritiva de direitos. Diante do fato hipotético, responda se cabe ao Juiz aplicar outra medida alternativa à pena privativa de liberdade. Em caso positivo, qual? Fundamente a resposta, apontando o respectivo dispositivo legal. Padrão de Resposta: O candidato deverá indicar que o juiz poderá conceder ao condenado o benefício do sursis, já que se trata de pena não superior a 02 anos, o réu é primário e não é cabível ou recomendável a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, nos termos do artigo 77 do Código Penal. 16) No dia 02.01.2004, NILO ABREU furta vários relógios de ouro e outros objetos de uma Joalheria, localizada na Praça da Matriz na Cidade de São Luiz Gonzaga. Após longa instrução para apurar os fatos, a autoridade policial conclui o Inquérito Policial em 02.06.2011. No dia 28.06.2011, o representante do Ministério Público ofereceu denúncia, atribuindo NILO ABREU a prática do crime previsto no artigo 155, “caput”, do Código Penal. Até o dia 24.06.2012, a denúncia ainda não havia sido recebida pelo Magistrado. Pergunta-se: o crime está prescrito? Justifique a resposta, apontando o fundamento legal. Padrão de resposta: O candidato deverá indicar que ocorreu a prescrição da pretensão punitiva em abstrato, porquanto entre a data do fato e a do recebimento de eventual denúncia já decorreram 08 anos, nos termos do artigo 109, inciso IV, do Código Penal. Pedido de extinção da punibilidade, com base no artigo 107, inciso IV, do CP. 17) No dia 15 de março de 2013, SILAS GRAÇA efetuou um disparo contra MAX NOVAES, acertando, todavia, LELECO, que acaba falecendo. Em razão disso, após a conclusão do inquérito policial, o Ministério Público ofereceu denúncia contra SILAS, imputando-lhe a prática do delito do artigo 121, “caput”, do Código Penal. Durante a instrução, SILAS afirmou que, para se defender da agressão a faca perpetrada por MAX NOVAES, sacou de seu revólver e efetuou um disparo contra o agressor, atingindo, no entanto, LELECO. Tal versão foi confirmada pelas testemunhas anteriormente ouvidas pelo Magistrado. Encerrada a instrução, após manifestação do Ministério Público, a defesa de SILAS foi intimada no dia 10 de julho de 2015 (sexta-feira) para apresentar a peça correspondente. Analise o caso narrado e, com base apenas nas informações dadas, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir. a) Qual o meio de impugnação cabível e o último dia do prazo para apresentá-lo? b) Qual(is) o(s) argumento(s) e o pedido a ser formulado em favor de Silas? (0,65) EXERCÍCIOS COMPLEMENTARS Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase Padrão de Resposta: a) O meio de impugnação é memoriais escritos, com base no artigo 403, § 3º, do CPP, devendo ser apresentado no dia 17.07.2015. b) Trata-se o presente caso em erro de execução (art. 73, 1ª parte), atendendo-se, conforme o citado artigo, ao disposto no parágrafo 3º do artigo 20 do Código Penal. Por outro lado, verifica-se que SILAS GRAÇA ao efetuar o disparo agiu em legítima defesa (art. 25 do CP) própria e real. Entretanto, por um erro acertou pessoa diversa (LELECO) do agressor (MAX). Mesmo assim, não fica afastada a legítima defesa, posto que, de acordo com o art. 20, § 3º do CP. Pedido de absolvição sumária, com base no artigo 415, inciso IV, do CPP. 18) Jaime, brasileiro, solteiro, nascido em 10/11/1982, praticou, no dia 30/11/2000, delito de furto qualificado pelo abuso de confiança (art. 155, parágrafo 4º, II, do CP). Devidamente denunciado e processado, Jaime foi condenado à pena de 4 (quatro) anos e 2 (dois) meses de reclusão. A sentença transitou definitivamente em julgado no dia 15/01/2002, e o término do cumprimento da pena se deu em 20/03/2006. No dia 24/03/2006, Jaime subtraiu um aparelho de telefone celular que havia sido esquecido por Lara em cima do balcão de uma lanchonete. Todavia, sua conduta fora filmada pelas câmeras do estabelecimento, o que motivou o oferecimento de denúncia, por parte do Ministério Público, pela prática de furto simples (art. 155, caput, do CP). A denúncia foi recebida em 14/04/2006, e, em 18/10/2006, Jaime foi condenado à pena de 1 (um) ano de reclusão e 10 (dez) dias-multa. Considerando que Jaime é reincidente, foi fixado o regime inicial semiaberto para o cumprimento da pena privativa de liberdade, com sentença publicada no mesmo dia. Suponha que ambas as partes tivessem se conformado com o decreto condenatório, de modo que o trânsito em julgado definitivo teria ocorrido em 24/10/2006 (inclusive para acusação), mas Jaime, temeroso de ficar mais uma vez preso, fugiu tão logo teve ciência do conteúdo da sentença, sendo capturado somente em 25/10/2010. Nesse caso, considerando o tema prescrição, Jaime deve cumprir a pena a ele imposta? Responda fundamentadamente. Padrão de resposta Sim, pois neste caso não haveria prescrição da pretensão executória nem outra modalidade qualquer. Considerando a pena aplicada de 01 ano, o prazo prescricional é de 04 anos. Como Jaime é reincidente, já que o 2º furto foi cometido após o trânsito em julgado definitivo de sentença que lhe condenou pelo 1º furto (art. 63 do CP), a prescrição da pretensão executória tem seu prazo acrescido de 1/3, de acordo com a parte final do artigo 110 do CP, ficando, portanto, o prazo prescricional em 05 anos e o4 meses. Assim, o Estado teria até 23/02/2012 para capturar Jaime, nos termos dos arts. 110, caput, e 112, I, do CP. 19) No dia 18/10/2005, na Cidade de Porto Alegre/RS, Toninho Mão de Seda subtraiu um relógio pertencente à Fabinho Lano. Diante disso, o Ministério Público ofereceu denúncia contra Toninho, imputando-lhe a prática do crime previsto no artigo 155, “caput”, do Código Penal, que prevê pena de 01 a 04 anos de reclusão. A denúncia foi recebida no dia 15/09/2008. Após regular instrução, o Magistrado proferiu sentença, condenando Toninho Mão de Seda a 01 ano e 08 meses de reclusão. A sentença foi publicada no dia 10/10/2012. O Ministério Público não interpôs EXERCÍCIOS COMPLEMENTARS Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase recurso. Diante do fato hipotético, pergunta-se: a) Qual o meio de impugnação cabível, o último dia do prazo fatal, considerando como data da intimação o dia 17.10.2012 (sexta-feira), e a quem deverá ser endereçado? (0,60) b) Além de eventual tese absolutória, há outra tese a ser arguida em favor de Toninho? Fundamente a resposta. Gabarito Comentado: a) cabe recurso de apelação, com base no artigo 593, inciso I, do CPP. Prazo de 05 dias, com base no artigo 593 do CPP, devendo a peça de interposição ser endereçada ao Juiz da Vara Criminal de Porto Alegre e as razões ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Último dia: 24.10.2012. b) O candidato deverá abordar a tese da prescrição da pretensão punitiva retroativa. Isso porque, considerando a pena aplicada, o prazo prescricional é de 04 anos, nos termos do artigo 109, inciso IV, do CP. Assim, considerando que entre a data do recebimento da denúncia (15.09.2008) até a data da publicação da sentença (10.10.2012) decorreram 04 (quatro) anos, incidiu a prescrição da pretensão punitiva retroativa, devendo ser declarada extinta a punibilidade, nos termos do artigo 107, inciso IV, do Código Penal. 20) No dia 15 de outubro de 2010, Félix, após breve discussão por causa de Anjinho, armou-se de uma faca e, sem a intenção de matar, desferiu um golpe contra Eron, atingindo-lhe a região do tórax, causando-lhe perigo de vida. Ao ser conduzido aohospital para tratar o ferimento, o carro que transportava Eron desgovernou-se, vindo a se chocar frontalmente com um caminhão, resultando na sua morte exclusivamente em razão de traumatismo craniano decorrente do acidente. Diante disso, Félix foi denunciado e pronunciado como incurso no crime previsto no artigo 121, “caput”, do Código Penal. Contra essa decisão, a defesa de Félix interpôs recurso em sentido estrito, que, por maioria, foi improvido pelo Tribunal de Justiça. Diante do fato hipotético, responda justificadamente as assertivas a seguir expostas: Com base somente nas informações acima, responda, apontando a base legal: a) Qual é o recurso cabível contra essa decisão e para quem deve ser endereçado? b) Qual a(s) tese(s) pode(m) ser arguida(s) pela defesa de Félix? Padrão de resposta: No item “A”, o candidato deve apontar o recurso de embargos infringentes, com base no artigo 609, parágrafo único, do CPP, devendo ser endereçado ao Desembargador Relator do Acórdão recorrido. No item “B”, o candidato deverá responder que o fato se amolda, em tese, ao crime de lesão corporal grave, porquanto a morte decorreu de causa superveniente relativamente independente, devendo, portanto, responder somente em relação aos fatos anteriores que deu causa, nos termos do artigo 13, § 1º, do Código Penal. 21) IX EXAME OAB: Wilson, extremamente embriagado, discute com seu amigo Junior na calçada de um bar já vazio pelo avançado da hora. A discussão torna-se acalorada e, com intenção de matar, Wilson desfere quinze facadas em Junior, todas na altura do abdômen. Todavia, ao ver o amigo gritando de dor e esvaindo-se em sangue, Wilson, desesperado, pega um taxi para levar Junior ao hospital. Lá chegando, o socorro é eficiente e Junior consegue recuperar-se das graves EXERCÍCIOS COMPLEMENTARS Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase lesões sofridas. Analise o caso narrado e, com base apenas nas informações dadas, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir. A) É cabível responsabilizar Wilson por tentativa de homicídio? B) Caso Junior, mesmo tendo sido socorrido, não se recuperasse das lesões e viesse a falecer no dia seguinte aos fatos, qual seria a responsabilidade jurídico-penal de Wilson? Padrão de resposta: A. Não, pois Wilson será beneficiado pelo instituto do arrependimento eficaz, previsto na parte final do Art. 15 do Código Penal. Assim, somente responderá pelos atos praticados, no caso, as lesões corporais graves sofridas por Júnior. Obs.: A mera indicação de artigo legal não garante atribuição de pontos. Também não serão pontuadas respostas contraditórias. B. Nesse caso, como não houve eficácia no arrependimento, o que é exigido pelo Art. 15, do Código Penal, Wilson deverá responder pelo resultado morte, ou seja, deverá responder pelo delito de homicídio doloso consumado. 22) Tício, com 21 anos de idade e dotado de pleno discernimento, decide dar cabo à sua vida. Para tanto, dirige-se até local ermo a fim de viabilizar o propósito preconcebido. Contudo, no trajeto, e antes de cometer o ato, encontra Caio, verbalizando a sua intenção. Caio, então, verificando naquele momento derradeiro, ínfima hesitação de Tício, instiga e reforça o propósito inicial já existente, alcançando-lhe, inclusive, uma corda destinada a auxiliar no ato originariamente pretendido. Caio, embora nas circunstâncias pudesse demover Tício da idéia preconcebida, não faz qualquer esforço nesse sentido, máxime porque, ambos, tinham um pequeno comércio de eletrodomésticos na localidade, sendo concorrentes e rivais (a morte de Tício, inclusive, acarretará vantagem financeira em favor dele Caio). Em decorrência, Tício, utilizando-se, inclusive, da corda recebida, acabou consumando o intento destinado ao extermínio pessoal, vindo, em decorrência, a sofrer lesões graves, conforme auto de exame de corpo de delito. Considerando apenas os fatos apresentados, responda, de forma justificada, aos seguintes questionamentos: A) Caio cometeu algum crime? B) Caso Tício viesse a sofrer lesões corporais de natureza leve em decorrência do ato, a condição jurídica de Caio seria alterada? Padrão de resposta: O candidato deve responder, no item ‘A’, que Caio cometeu o crime de induzimento ao suicídio, com a pena aumentada pelo motivo egoístico, nos termos do artigo 122, parágrafo único, inciso I, do Código Penal. No item “B”, o candiato deve responder que Caio não cometeu qualquer crime, pois o delito descrito no art. 122 do CP, o qual prevê a conduta de instigação, auxílio ou induzimento ao suicídio, não admite a forma tentada (art. 14, II do CP), sendo certo que tal delito somente se consuma com a ocorrência de lesões corporais graves ou morte. EXERCÍCIOS COMPLEMENTARS Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 23) O comentarista Clóvis V., por três vezes afirmou, em meios de comunicação distintos, sabendo não serem verdadeiras as afirmações, que Rodolfo T., dirigente do o clube LX F.C., havia se “apropriado, indevidamente, de R$ 5 milhões pertencentes ao LX F.C., na condição de seu diretor-geral, quando da venda do jogador Y, ocorrida em 20/12/2008". Tal afirmação foi proferida durante o programa de televisão Futebol da Hora, em 7/1/2010, às 21h30m, no canal de televisão VX. Prosseguindo a empreitada ofensiva, o jornalista Clóvis V. disse, em 13/1/2010, em seu blog pessoal na Internet, que o dirigente não teria condições de gerir o clube porque seria "um burro, de capacidade intelectual inferior à de uma barata". Como se não bastasse, na última edição do blog, em 15/1/2010, afirmou que "o dirigente do clube está tão decadente que passou a sair com homens", por isso "a mulher o deixou". Em face dessa situação hipotética, na condição de advogado(a) contratado(a) por Rodolfo T., ofereceria queixa-crime por qual(ais) crime(s)? Justifique a resposta. Padrão de resposta: O aluno deverá responder que no dia 07.01.2010, Clóvis teria praticado o crime de calúnia, previsto no artigo 138 do Código Penal, pois imputou ao ofendido, falsamente, fato definido como crime. No dia 13.01.2010, Clóvis praticou o crime de injúria, previsto no artigo 140 do Código Penal, pois, ao chamar a vítima de burro, ofendeu sua dignidade e decoro. Por fim, no dia 15.01.2010, Clóvis praticou crime de difamação, previsto no artigo 139 do Código Penal, pois imputou fato ofensivo à honra da vítima. 24) No dia 22 de agosto de 2010, por volta de 09h20min, na Rua São João, nº 500, São Luiz Gonzaga/RS, Antônio Juvêncio, conhecido por “Toninho Mão de Seda”, em plena via pública, enfiou a mão no bolso da calça de Oscar Damião, subtraindo-lhe a carteira sem que a vítima percebesse. Duas horas depois, policiais militares, em patrulhamento de rotina, avistaram e prenderam o delinquente na posse da referida carteira. Analise o caso narrado e, com base apenas nas informações dadas, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir. A) Qual a responsabilização de Toninho Mão de Seda em relação ao fato narrado? Justifique a resposta B) Se a vítima tivesse detido em flagrante o delinquente, qual seria o delito praticado por Toninho Mão de Seda? Padrão de Resposta: No item “A”, O estudante deverá responder que Toninho Mão de Seda praticou o delito de furto qualificado pela destreza, nos termos do art. 155, § 4, inciso II, do CP, porquanto a vítima não percebeu a ação do agente, que se valeu de especial habilidade para consumar o delito de furto. No item “B”, o estudante deverá responder que Toninho Mão de Seda praticou o delito de tentativa de furto simples, porquanto deu início à execução do crime, mas não consumou por circunstâncias alheias à sua vontade, já que foidetido pela vítima. Deverá argumentar, ainda, que não se trata de qualificadora pela destreza, já que o agente não teve habilidade suficiente para evitar que a vítima percebesse sua ação. 25) Xenóbio, com o propósito de subtrair um automóvel, convidou Terto para auxiliá-lo no empreendimento subtrativo, declinando a Terto, inclusive, que a investida seria facilitada por EXERCÍCIOS COMPLEMENTARS Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase conta de uma arma de fogo que pretendia utilizar na empreitada deletéria. Após Terto anuir com a proposta, dirigiram-se até um parque, ensejo em que abordaram um casal que estava no interior de um veículo. Nessa conjuntura, enquanto Xenóbio, com um revólver calibre 38, devidamente municiado, abordou o motorista e proprietário do respectivo veículo, exigindo a entrega daquele automóvel, o assecla Terto ficou ao lado da passageira, controlando-a, verbalizando, ainda, que, caso houvesse reação, tiros seriam efetuados. Em seguida, e depois de intimidadas as vítimas, fugiram os malfeitores na posse do respectivo veículo. Cinco minutos depois, as vítimas encontraram aleatoriamente uma viatura da Brigada Militar, comunicando o fato. Os milicianos, então, deram início à atividade persecutória, encontrando os agentes delituosos cerca de 15 (quinze) minutos depois da comunicação recebida, bebendo num bar, estando o veículo subtraído, ainda, próximo a esse estabelecimento, porém, já sem o rádio, o qual não foi mais localizado. A) Nesse caso, tendo em vista que a arma, submetida à perícia, apresentou potencialidade lesiva, deverão os agentes ser enquadrados (para fins de denúncia) por qual crime? Justifique. B) Caso a arma utilizada fosse de brinquedo, a condição jurídica dos agentes seria alterada? Justifique Padrão de resposta: No item “A”, o aluno deverá responder que ambos os agentes deverão responder pelo crime de roubo consumado, majorado pelo emprego de arma e concurso de agentes, nos termos do artigo 157, § 2º, incisos I e II, do Código Penal. No item “B”, o aluno deverá responder que ambos os agentes deverão responder pelo crime de roubo consumado, majorado apenas pelo concurso de pessoas, pois a arma de brinquedo, ou simulacro de arma de fogo, não se enquadra no conceito de arma, para fins de majoração da pena, mas é suficiente para intimidar a vítima e, assim, configurar a grave ameaça. 26) Tício aborda, com emprego de arma de fogo, Cândido Coitado na saída de um supermercado, exigindo, sob ameaças de que iria matá-lo, que o acompanhe até um caixa eletrônico existente num shopping próximo ao local, saque com cartão magnético certa quantia em dinheiro e lhe entregue. Cândido, intimidado com as ameaças, dirige-se dirige ao caixa eletrônico, retira dinheiro e entrega a Tício. Posteriormente, com a chegada da polícia, Tício é preso no cinema do Shopping. O dinheiro retirado do caixa eletrônico é devolvido e a vítima é libertada sem sofrer quaisquer lesões corporais. Diante do fato hipotético, responda: a) Qual crime Tício deve responder? Justifique a resposta, apontando, ainda, o fundamento legal. b) A situação seria diferente se Tício tivesse, mediante ameaça com emprego de arma de fogo, subtraído o relógio, o celular e a carteira de Cândido Coitado, trancando-o no banheiro do Shopping Center, a fim de viabilizar a fuga? Gabarito Comentado: a) Tício responde pelo crime de extorsão qualificada, previsto no artigo 158, § 3º, do Código Penal. b) Sim, nesse caso, Tício responde pelo crime de roubo majorado com emprego de arma de fogo e restrição EXERCÍCIOS COMPLEMENTARS Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase à liberdade da vítima, previsto no artigo 157, § 2º, incisos I e V, do CP. 27) Eron Fragoso, residente no município de São Paulo, é convidado por seu pai, senhor de 55 anos de idade, Nico Lamas, morador da cidade de Belo Horizonte, para passar o feriadão de Páscoa em sua residência. Eron aceita o convite e comunica que levará sua namorada, Amarilys, junto. Após jantar de confraternização, Nico Lamas se recolhe ao seu quarto, pegando, logo em seguida, no sono. Valendo-se da situação, Eron e Amarilys subtraem uma joia preciosa pertencente a Nico, saindo do local. Após dar falta da joia, Nico se encaminha até a Delegacia de Polícia e registra ocorrência, manifestando sua desconfiança em relação ao próprio filho. Após o encerramento do Inquérito Policial, o Ministério Público oferece denúncia contra Eron e Amarilys como incursos nas sanções do crime do artigo 155, § 4º, inciso II (abuso de confiança) e IV (concurso de pessoas), do CP. Analise o caso narrado e, com base apenas nas informações dadas, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir. A) Qual tese pode ser invocada a favor de Eron? B) Essa tese alcança também Amarilys? Gabarito Comentado: a) O candidato deverá desenvolver resposta fundamentada acerca da escusa absolutória em favor de Eron, prevista no artigo 181, inciso II, do CP, segundo a qual se o crime foi praticado contra ascendente, o agente é isento de pena. b) O candidato deverá desenvolver resposta fundamentada, afirmando que Amarilys responde pelo delito, uma vez que não terá direito à isenção de pena, com base no artigo 183, inciso II, do Código Penal. 28) Filomeno foi arrolado como testemunha de um crime de estupro. Ao ser inquirido em juízo, Filomeno faz afirmação falsa, relatando ao Magistrado que no dia e horário dos fatos ele e o acusado estavam num bar confraternizando. Descoberta a mentira, Filomeno, antes da sentença se retrata dizendo a verdade. Não obstante isso, o Ministério Público oferece denúncia imputando a Filomeno a prática do delito previsto no artigo 342 do CP, sendo o réu citado. Diante do fato hipotético, responda os seguintes itens: a) Qual peça cabível no caso e o prazo legal para oferecê-la? b) O fato de ter se retratado antes da sentença favorece Filomeno? Explique Gabarito comentado: a) Resposta à acusação, com base no artigo 396 ou 396-A. Prazo de 10 dias. b) O candaito deverá desenvolver resposta fundamentada no sentido de que Filomeno terá extinta sua punibilidade, pois se retratou antes da prolação da sentença no processo em que foi prestado o falso testemunho, nos termos do artigo 342, § 2º, do Código Penal. Pedido de Absolvição Sumária, com base no artigo 397, inciso IV, do CPP. EXERCÍCIOS COMPLEMENTARS Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 29) No dia 11 de fevereiro de 2013, por volta das 04h da madrugada, em pleno carnaval, policiais militares, em patrulhamento de rotina, perceberam um veículo estacionado no final de uma rua escura. Ao chegarem próximo ao veículo, constataram que Osnar Abreu e Lucinda Maia mantinham relação sexual. Os policiais determinaram que o casal se recompusesse e saísse do veículo. Ao solicitarem os respectivos documentos, verificaram que Lucinda possuía 13 anos de idade. Em razão disso, prenderam em flagrante Osnar Abreu pela prática de estupro de vulnerável, previsto no artigo 217-A do Código Penal. Ao ser interrogado pela autoridade policial, Osnar relatou ter conhecido Lucinda no baile de carnaval, cujo acesso era vedado a menores de 18 anos. Disse, ainda, que Lucinda estava acompanhada de amigas todas maiores de idade. Acrescentou que não tinha condições de perceber a idade da menina, pois, além de ter ingerido bebida alcoólica, a compleição física de Lucinda indicada que ela tinha mais idade. A autoridade concluiu o inquérito policial e encaminhou ao Ministério Público, que ofereceu denúncia contra Osnar Abreu, imputando-lhe a prática do crime previsto no artigo 217-A. A denúncia foi recebida e o réu citado. Atento ao caso apresentado, respondaaos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. a) Qual o meio de impugnação cabível à defesa de Osnar Abreu e qual o prazo previsto em lei para ser apresentado? b) Quais os fundamentos deverão ser alegados e o pedido que deve ser formulado? Gabarito Comentado: a) A peça cabível é a resposta à acusação, com base no artigo 396 e/ou 396-A do CPP. Prazo de 10 dias. b) Desenvolvimento sobre o erro de tipo invencível e absolvição sumária, com base no artigo 397, inciso III, do Código Penal. 30) No dia 05 de dezembro de 2010, por volta das 16 horas, na Rua São João, nº 254, São Luiz Gonzaga/RS, Herculano Quintanilha, que possuía 20 anos de idade à época dos fatos, foi acusado de ter subtraído, mediante violência, a bicicleta que pertencia a seu vizinho, avaliada em R$ 70,00. Após o encerramento do inquérito policial e o respectivo indiciamento, o Ministério Público ofereceu denúncia contra Herculano Quintanilha, imputando-lhe a prática do delito de roubo simples, previsto no artigo 157 do Código Penal, arrolando a vítima e duas testemunhas. Durante a audiência de instrução, a vítima reconheceu Herculano como sendo o autor da subtração da sua bicicleta, acrescentando que o réu o empurrou no momento da ação. EXERCÍCIOS COMPLEMENTARS Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase Em seu interrogatório, Herculano negou ter praticado violência contra a vítima. Ao cabo da instrução, considerando o teor das declarações da vítima, o Magistrado, entendendo não ter sido perfectibilizada a violência descrita na denúncia, proferiu sentença, condenando Herculano como incurso nas sanções do artigo 155, “caput”, do Código Penal. Nesse sentido, atento(a) ao caso narrado e considerando apenas as informações contidas no texto, responda fundamentadamente, aos itens a seguir. A) Estamos diante de hipótese de mutatio libelli ou de emendatio libelli? Qual dispositivo legal deve ser aplicado? B) Ao condenar o réu pelo delito de furto, previsto no artigo 155, “caput”, do Código Penal, sem adotar outras providências, agiu corretamente o Magistrado? Fundamente a resposta. Padrão de resposta: a) Trata-se de emendatio libelli, previsto no artigo 383 do CPP. b) Não agiu corretamente, pois o Magistrado deveria observar o disposto no artigo 383, § 1º, do CPP, concedendo vista ao MP para oferecimento da proposta da suspensão condicional do processo, previsto no artigo 89 da Lei 9.099/95. 31) Em 10 de janeiro de 2007, Eliete foi denunciada pelo Ministério Público pela prática do crime de furto qualificado por abuso de confiança, já que, na qualidade de empregada doméstica, teria subtraído a quantia de R$ 50,00 de seu patrão Cláudio. Após a instrução criminal, o Magistrado proferiu sentença condenando Eliete à pena final de dois anos de reclusão, em razão da prática do crime previsto no artigo 155, §4º, inciso II, do Código Penal. Após a interposição de recurso de apelação exclusivo da defesa, o Tribunal de Justiça entendeu por bem anular toda a instrução criminal, ante a ocorrência de cerceamento de defesa em razão do indeferimento injustificado de uma pergunta formulada a uma testemunha. Novamente realizada a instrução criminal e apresentação de novos memoriais pelas partes, em 9 de fevereiro de 2011, foi proferida nova sentença penal condenando Eliete à pena final de 2 (dois) anos e 6 (seis) meses de reclusão. Em suas razões de decidir, assentou o magistrado que a ré possuía circunstâncias judiciais desfavoráveis, uma vez que se reveste de enorme gravidade a prática de crimes em que se abusa da confiança depositada no agente, motivo pelo qual a pena deveria ser distanciada do mínimo. Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, responda, de forma fundamentada, se o Magistrado que proferiu a segunda sentença agiu de forma correta. Gabarito: O candidato deverá argumentar que a segunda sentença violou a proibição à reformatio in pejus – configurando-se caso de reformatio in pejus indireta –, contida no artigo 617 do CPP, de modo que, em razão do trânsito em julgado para a acusação, a pena não poderia exceder dois anos de reclusão. EXERCÍCIOS COMPLEMENTARS Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 32) No dia 25 de janeiro de 2011, Roniquito Vieira foi preso sob a acusação de estar vendendo cocaína. Ao consultar os registros policiais, a autoridade policial verificou que não havia nenhum procedimento policial ainda instaurado contra Roniquito. Não obstante isso, deu início à lavratura do auto de prisão em flagrante pela prática do delito de tráfico ilícito de entorpecentes, previsto no artigo 33 da Lei nº 11.343/2006. O inquérito policial foi concluído e encaminhado ao Ministério Público, que ofereceu denúncia imputando a Roniquito a prática do delito do artigo 33 da Lei 11.343/2006, arrolando duas testemunhas. Ao longo da instrução, uma das testemunhas da acusação não foi ouvida. Em seu interrogatório, Roniquito negou a prática do delito, afirmando que jamais teve a posse ou comercializou substância entorpecente. Ao final, o juiz proferiu sentença absolutória, com base no art. 386, VII, do CPP, uma vez que considerou não haver prova suficiente para a condenação. O Ministério Público, por sua vez, interpôs recurso de apelação, buscando exclusivamente a reforma da sentença e, por conseguinte, a condenação do réu. O Tribunal de Justiça, no julgamento, negou provimento ao apelo, mas determinou a anulação do processo (desde o ato viciado, inclusive), sob o argumento de que uma das testemunhas do Ministério Público não foi inquirida. Nesse sentido, tendo como base apenas as informações contidas no enunciado, responda justificadamente se a decisão do Tribunal de Justiça está correta? Gabarito comentado O examinando deve lastrear sua resposta no sentido de que não foi correta a atitude do Tribunal de Justiça. Isso porque, de acordo com o Verbete 160 da Súmula do STF, o Tribunal de Justiça não pode acolher, contra o réu, nulidade não aventada pela acusação em seu recurso. Assim agir significaria desrespeito ao princípio da veda a reformatio in pejus indireta. O enunciado da questão foi claro ao informar que o recurso do Ministério Público não alegou nenhuma nulidade. Destarte, levando em conta que o réu foi absolvido em relação ao delito de tráfico, o reconhecimento de nulidade implicar-lhe-á em prejuízo. 33) Caio, professor do curso de segurança no trânsito, motorista extremamente qualificado, guiava seu automóvel tendo Madalena, sua namorada, no banco do carona. Durante o trajeto, o casal começa a discutir asperamente, o que faz com que Caio empreenda altíssima velocidade ao automóvel. Muito assustada, Madalena pede insistentemente para Caio reduzir a marcha do veículo, pois àquela velocidade não seria possível controlar o automóvel. Caio, entretanto, respondeu aos pedidos dizendo ser perito em direção e refutando qualquer possibilidade de perder o controle do carro. Todavia, o automóvel atinge um buraco e, em razão da velocidade empreendida, acaba se desgovernando, vindo a atropelar três pessoas que estavam na calçada, vitimando-as fatalmente. Realizada perícia de local, que constatou o excesso de velocidade, e ouvidos Caio e Madalena, que relataram à autoridade policial o diálogo travado EXERCÍCIOS COMPLEMENTARS Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase entre o casal, Caio foi denunciado pelo Ministério Público pela prática do crime de homicídio na modalidade de dolo eventual, três vezes em concurso formal. Após regular instrução, o Magistrado proferiu decisão de pronúncia nos exatostermos da denúncia. Com base somente nas informações acima, responda, apontando a base legal: a) Qual é o recurso cabível contra essa decisão e Qual é o prazo para a interposição e oferecimentos das razões do recurso? b) O recurso tem efeito regressivo? c) Qual tese pode ser abordada e qual o pedido a ser formulado? Gabarito: a) O candidato deverá desenvolver resposta fundamentada no sentido de que o recurso cabível é o recurso em sentido estrito, com base no artigo 581, inciso IV, do Código Penal; que o prazo de interposição é de 05 dias e de razões 02 dias; b) Há efeito regressivo, nos termos do artigo 589 do Código de Processo Penal. c) A tese consistente na desclassificação do dolo eventual para culpa consciente. Pedido de desclassificação, com base no artigo 419 do CPP. 34) (Adaptado do XIV EXAME DA OAB) Cristiano foi denunciado pela prática do delito tipificado no Art. 171, do Código Penal. No curso da instrução criminal, o magistrado que presidia o feito decretou a prisão preventiva do réu, com o intuito de garantir a ordem pública, “já que o crime causou grave comoção social, além de tratar-se de um crime grave, que coloca em risco a integridade social, configurando conduta inadequada ao meio social.” O advogado de Cristiano, inconformado com a fundamentação da medida constritiva de liberdade, impetrou Habeas Corpus perante o Tribunal de Justiça, no intuito de relaxar tal prisão, já que a considerava ilegal, tendo em vista que toda decisão judicial deve estar amparada em uma fundamentação idônea. O Tribunal de Justiça, por unanimidade, denegou a ordem, entendendo que a decisão que decretou a prisão preventiva estava corretamente fundamentada. De acordo com a jurisprudência atualizada dos Tribunais Superiores, responda aos itens a seguir. A) Qual o recurso que o advogado de Cristiano deve manejar visando à reforma do acórdão? B) Qual o prazo e para qual Tribunal deverá ser dirigido? GABARITO COMENTADO De acordo com a jurisprudência atualizada, tanto do STJ como do STF, bem como com o mandamento descrito no Art. 105, II, “a”, da Constituição Federal, em Habeas Corpus caberá Recurso Ordinário. O Art. 30, da Lei nº 8.038/90, determina ser de 05 (cinco) dias o prazo para interposição de recurso ordinário contra decisão denegatória de Habeas Corpus proferida pelos Tribunais dos Estados. No caso narrado no enunciado, o EXERCÍCIOS COMPLEMENTARS Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase recurso deve ser dirigido ao Superior Tribunal de Justiça, conforme informa o Art. 105, II, “a”, da Constituição Federal, já que se trata de decisão proferida pelo Tribunal de Justiça. 35) Pedro e Marilda iniciaram uma paquera no Bar X na noite de 17 de janeiro de 2011. No dia 19 de janeiro do corrente ano, o casal teve uma séria discussão, e Marilda, nitidamente enciumada, proferiu diversos insultos contra Pedro no dia de sua festa de formatura, perante seu amigo Paulo, afirmando ser ele “covarde”, “corno” e “frouxo”. A requerimento de Pedro, os fatos foram registrados perante a Delegacia de Policial, onde a testemunha foi ouvida. Pedro comparece ao seu escritório e contrata seus serviços profissionais, a fim de serem tomadas as medidas legais cabíveis. Você, como profissional diligente, após verificar não ter passado o prazo decadencial, interpõe Queixa-Crime ao juízo competente no dia 18/7/11, imputando a Marilda a prática do crime de injúria, previsto no artigo 140 do Código Penal. O magistrado ao qual foi distribuída a peça processual profere decisão rejeitando-a, afirmando tratar-se de clara Decadência, confundindo-se com relação à contagem do prazo legal. A decisão foi publicada dia 25 de julho de 2011. Com base somente nas informações acima, responda: a) Qual é o recurso cabível contra essa decisão? b) Qual é o prazo para a interposição do recurso? c) A quem deve ser endereçado o recurso e qual tese deve ser abordada? Gabarito a) Como se trata de crime de menor potencial ofensivo, o recurso cabível é Apelação, de acordo com o artigo 82 da Lei 9099/95. b) 10 dias, de acordo com o §1º do artigo 82 da Lei 9099/95; c) Turma Recursal, consoante art. 82 da Lei 9099/95; 36) Theo Lombardi praticou um crime de estelionato (Art. 171 do CP) em 08.10.2003, sendo processado e condenado a 02 (dois) anos de prisão. A sentença transitou em julgado no dia 05.03.2005. No dia 15.02.2004, Theo Lombardi praticou o delito de roubo (Art. 157 do CP). Diante do fato hipotético, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. a) na aplicação da pena pela prática do delito de roubo, deve ser considerada a agravante da reincidência? b) na aplicação da pena pela prática do delito de roubo, a sentença do crime de estelionato pode ser considerada como antecedentes criminais? Padrão de resposta: a) O candidato deverá indicar que não há reincidência, porque Theo Lombardi praticou o crime de roubo EXERCÍCIOS COMPLEMENTARS Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória pelo delito de estelionato, não se adequando, portanto, ao disposto no artigo 63 do Código Penal. b) O candidato deverá indicar que a sentença anterior pode ser considerada para fins de antecedentes criminais, já que não gerou reincidência, aplicando-se, no caso, a Súmula 241 do STJ. 37) No dia 05.11.2006, Félix Salvador, após manobra imprudente, atropelou Cidinha Coitada, causando-lhe lesões corporais. Diante disso, após representação da vítima, a autoridade instaurou o respectivo termo circunstanciado pela prática do crime de lesão corporal culposa na condução de veículo automotor, previsto no artigo 303 do Código de Trânsito Brasileiro, que prevê pena mínima de 06 (seis) meses e pena máxima 02 (dois) anos de detenção. No dia 05.04.2009, a autoridade policial encaminhou o termo circunstanciado ao Poder Judiciário. Os autos foram remetidos ao Ministério Público, que ofereceu denúncia contra Félix Salvador, imputando-lhe a prática do crime previsto no artigo 303 do Código de Trânsito Brasileiro. A denúncia foi recebida em 10.04.2009. Até o dia 24.06.2013, a instrução ainda não foi concluída. No caso retratado, pode-se falar em prescrição? Justifique a resposta. Padrão de resposta: Sim, porque incidiu a prescrição da pretensão punitiva em abstrato. Considerando a pena máxima de 02 anos, previsto para o delito do artigo 303 do CTB, o prazo prescricional é de 04 anos, nos termos do artigo 109, V, do CP. Diante disso, levando-se em conta que entre a data do recebimento da denúncia (10.04.2009) até o dia 24.06.2013 passaram-se mais de 04 anos, incidiu, no caso, a prescrição da pretensão punitiva em abstrato, prevista no artigo 109, “caput”, do Código Penal. Logo, deve ser declarada extinta a punibilidade de Félix, com base no artigo 107, inciso IV, do CP. 38) João e Maria iniciaram uma paquera no Bar X na noite de 17 de janeiro de 2011. No dia 19 de janeiro de 2011, o casal teve uma séria discussão, e Maria, nitidamente enciumada, passou a proferir diversos insultos contra João perante seu amigo Paulo, afirmando ser ele “covarde”, “corno” e “frouxo”, praticando, assim, o crime de injúria, previsto no artigo 140 do Código Penal. No dia 20 de janeiro de 2011, Paulo conta a João os insultos proferidos por Maria. João comparece ao seu escritório e contrata seus serviços profissionais, a fim de serem tomadas as medidas legais cabíveis. Diante do fato hipotético, responda às seguintes indagações: a) qual a espécie de ação penal prevalece para o crime de injúria? Fundamente a resposta: b) Aponte o último diado prazo para propor a ação penal? Padrão de resposta: Na assertiva “a”, o aluno deverá indicar que a ação penal que prevalece é a ação penal privada, já que o artigo 145 do CP refere que os crimes contra a honra se procedem mediante queixa-crime. Na assertiva “b”, o aluno deverá indicar que o prazo máximo é de 06 meses a contar da ciência da autoria do fato, nos termos do artigo 103 do Código Penal, devendo ser ajuizada a queixa-crime até o dia 19.07.2011. EXERCÍCIOS COMPLEMENTARS Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 39) O Ministério Público ofereceu denúncia contra Zé Alfredo e João Lisca, imputando-lhes a prática da conduta descrita no Art. 155, “caput”, do CP. Narrou, a inicial acusatória, que, no dia 18/10/2012, Zé Alfredo e João Lisca subtraíram, sem violência ou grave ameaça, de um grande estabelecimento comercial do ramo de venda de alimentos, vários produtos, que totalizaram a quantia de R$ 150,00. Todas as exigências legais foram satisfeitas: a denúncia foi recebida, foi oferecida suspensão condicional do processo, que não foi aceita pelos réus, e apresentada resposta à acusação. Após regular instrução, o Magistrado proferiu sentença condenando os réus como incursos nas sanções do artigo 155, “caput”, do CP. João Lisca e seu defensor deixaram transcorrer o prazo recursal. Zé Alfredo, por sua vez, interpôs recurso de apelação, buscando sua absolvição. O Tribunal de Justiça deu provimento ao recurso de apelação de Zé Alfredo, absolvendo-o sob o fundamento de que incidiu, na espécie, o princípio da insignificância, sendo, pois, o fato atípico. Nesse sentido, tendo como base apenas as informações contidas no enunciado, responda, justificadamente, se a decisão proferida pelo Tribunal de Justiça tem repercussão em relação ao réu João Lisca. Gabarito Resposta fundamentada no sentido de que a decisão proferida pelo Tribunal de Justiça tem efeito extensivo ao réu que não interpôs recurso de apelação, nos termos do artigo art. 580 CPP. 40) No dia 25 de janeiro de 2011, Roniquito Vieira foi flagrado vendendo razoável quantidade de cocaína. Ao consultar os registros policiais, a autoridade policial que não havia nenhum procedimento policial ainda instaurado contra Roniquito. Não obstante isso, deu início à lavratura do auto de prisão em flagrante pela prática do delito de tráfico ilícito de entorpecentes, previsto no artigo 33 da Lei nº 11.343/2006. Ao tomar conhecimento da prisão, a mãe de Roniquito procurou um advogado, informando-o que o filho trabalhava como pedreiro e residia com a esposa e o filho pequeno, acrescentando que nunca havia sido processado, embora seja dependente de substância entorpecente. O advogado disse que nada poderia ser feito, já que se tratava de prisão pela prática do delito de tráfico ilícito de entorpecentes. Naturalmente insatisfeita com a resposta do advogado, imediatamente a mãe de Roniquito procurou outro advogado. Considerando que o auto de prisão em flagrante regularmente lavrado está na mesa do Magistrado para apreciação, à luz da jurisprudência do STF, responda fundamentadamente se há algum meio de impugnação voltado à soltura de Roniquito. Gabarito comentado: a) O meio de impugnação é o pedido de liberdade provisória, nos termos do artigo 310, III, CPP e art. 5º, LXVI, CF/88, e/ou art. 321 do CPP. B) Desenvolvimento fundamentado acerca da inconstitucionalidade do artigo 44 da Lei 11.343/2006 da parte que veda a concessão da liberdade provisória por ofensa ao princípio da presunção da inocência, previsto no artigo 5º, inciso LVII, da CF/88, OU do devido processo legal, previsto, no artigo 5º, LIV, da CF/88, OU da dignidade da pessoa humana, previsto no artigo 1º, inciso III, do CPP, bem como porque ausentes os pressupostos do artigo 312 do CPP que autorizam a prisão preventiva. EXERCÍCIOS COMPLEMENTARS Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase 41) (VIII EXAME DA OAB) João e José foram denunciados pela prática da conduta descrita no art. 316 do CP (concussão). Durante a instrução, percebeu-se que os fatos narrados na denúncia não corresponderiam àquilo que efetivamente teria ocorrido, razão pela qual, ao cabo da instrução criminal e após a respectiva apresentação de memoriais pelas partes, apurou-se que a conduta típica adequada seria aquela descrita no art. 317 do CP (corrupção passiva). O magistrado, então, fez remessa dos autos ao Ministério Público para fins de aditamento da denúncia, com a nova capitulação dos fatos. Nesse sentido, atento(a) ao caso narrado e considerando apenas as informações contidas no texto, responda fundamentadamente, aos itens a seguir. A) Estamos diante de hipótese de mutatio libelli ou de emendatio libelli? Qual dispositivo legal deve ser aplicado? B) Por que o próprio juiz, na sentença, não poderia dar a nova capitulação e, com base nela, condenar os réus? C) É possível que o Tribunal de Justiça de determinado estado da federação, ao analisar recurso de apelação, proceda à mutatio libelli? (Valor: 0,25) Gabarito comentado: Para garantir pontuação à questão, o examinando deverá, no item “A”, responder, nos termos do questionado, que a hipótese tratada é de mutatio libelli, instituto descrito no art. 384 do CPP. Não serão admitidas respostas que tragam emendatio libelli, tendo em vista que o enunciado da questão é claro ao dispor que “os fatos narrados na denúncia não corresponderiam àquilo que efetivamente teria ocorrido”. Tal expressão, por si só, ainda afastaria a incidência do disposto no art. 383, do CPP, uma vez que aquele dispositivo legal traz explicitamente restrição à sua utilização para hipóteses em que não ocorra modificação na “descrição do fato contida na denúncia ou queixa”. Quanto ao item “B”, para garantir a pontuação pertinente, o examinando deverá responder que o juiz não poderia, na sentença, dar nova capitulação (e com base nela condenar os réus) porque deve obediência aos princípios da imparcialidade e inércia da jurisdição. De maneira alternativa e com o fim de privilegiar a demonstração de conhecimento jurídico, será admitida resposta no sentido de que tal conduta, por parte do magistrado, feriria o sistema/princípio acusatório ou, ainda, no sentido de que tal conduta feriria o princípio da correlação/congruência entre acusação e sentença. Ressalte-se que no tocante ao item “B” a questão solicita análise acerca da conduta do magistrado que, na sentença, daria nova capitulação aos fatos em decorrência de elemento ou circunstância da infração penal não contida na acusação. Nesse sentido, cabe destacar que à luz do sistema acusatório adotado pela Constituição da República Federativa do Brasil, o julgador deve ser imparcial e, por isso, suas decisões devem estar balizadas pelo contexto fático descrito na peça acusatória (princípio da correlação entre acusação e sentença). Assim, caso o magistrado viesse a condenar os réus com fundamento em fatos não narrados na denúncia – tal como descrito no enunciado - não só estaria substituindo-se ao acusador (a quem pertence a atribuição de determinar quais fatos serão imputados aos acusados), mas também estaria violando as garantias do contraditório e ampla defesa dos réus, uma vez que lhes teria subtraído a possibilidade de debater as eventuais EXERCÍCIOS COMPLEMENTARS Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase provas de tais fatos. Por fim, para garantir a pontuação relativa ao item “C”, o examinando deverá responder que NÃO é possível que o Tribunal de Justiça, ao analisar o recurso de apelação, proceda à mutatio libelli pois, nos termos do verbete 453 da Súmula do STF, verbis: “não se aplicam à segunda instância o art. 384 (...).”. Tal conclusão, no item “C”,decorre do reconhecimento de que, advindo inovação no contexto fático que envolve a conduta imputada ao réu no curso da instrução, não pode haver julgamento com base nesse novo contexto fático antes que as partes possam exercer o contraditório em sua plenitude. Nessa esteira, cabe destacar que a sede própria do contraditório acerca dos fatos e das provas é o primeiro grau de jurisdição, sob pena de supressão de instância. Tomadas essas duas premissas, alcança- se a conclusão de que eventual modificação da definição jurídica do fato decorrente de elemento ou circunstância da infração penal não contida na acusação não pode ser realizada diretamente pelo segundo grau de jurisdição. 42) No dia 10 de outubro de 2011, por volta de 09h20min, Érica Lima, grávida de 06 meses, deu entrada no pronto atendimento do Hospital de São Luiz Gonzaga, apresentado forte hemorragia interna. Percebendo que Érica corria risco de vida, o Médico plantonista procedeu à intervenção cirúrgica que acarretou na interrupção da gravidez com a morte do feto, único recurso para salvar a vida da gestante. Indignado com a interrupção da gravidez, Theo, marido de Érica, registra ocorrência na Delegacia de Polícia mais próxima. Após conclusão do Inquérito Policial, os autos foram para o Ministério Público, que ofereceu denúncia contra o médico, imputando- lhe a prática do delito de aborto sem o consentimento da gestante, previsto no artigo 125 do Código Penal. Diante do fato hipotético, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir: A) denunciar o médico como incurso nas sanções do artigo 125 do Código Penal, agiu corretamente o membro do Ministério Público? B) Se a interrupção da gravidez de Érica tivesse sido praticada por uma enfermeira, incidiria o crime de aborto, previsto no artigo 125 do Código Penal? Padrão de resposta No item “A”, o candidato deverá responder que o membro do Ministério Público agiu de forma equivocada, porquanto, segundo o artigo 128, inciso I, do Código Penal não se pune o aborto praticado por médico, se não há outro meio para salvar a vida da gestante. No item “B”, o candidato deverá responder que não há crime de aborto, porquanto, no caso, a enfermeira agiu em estado de necessidade de terceiro, já que Érica estava em perigo de vida, nos termos do artigo 24 do Código Penal. 43) No dia 19 de dezembro de 2011, por volta das 20 horas, na Avenida Brasil, nª 500, São Luiz Gonzaga/RS, Max, pretendendo a morte de Tufão, desfere dois disparos de arma de fogo contra a vítima, acertando-o na região toráxica. Todavia, às 19 horas do mesmo dia, Tufão, com a intenção de suicidar-se, havia ingerido dose letal de veneno momentos antes de sofrer a agressão, o que foi comprovado durante a instrução processual. Nesse contexto, aponte o crime EXERCÍCIOS COMPLEMENTARS Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase praticado por Max, indicando o fundamento legal. Padrão de resposta: Tentativa de homicídio, com base no artigo 13, “caput”, já que a ação de Max não deu origem à morte de Tufão. Trata-se de concausa absolutamente independente preexistente. 44) No dia 11 de novembro de 2010, na Rua das Azaléias, nº 254, nas dependências da Loja Boa Sorte, em São Luiz Gonzaga/RS, terra de missioneiro, Neco Ligeiro obteve, para si, vantagem ilícita em prejuízo da vítima Salomão Ayala, induzindo e mantendo-o em erro, mediante fraude. Na ocasião, Neco Ligeiro convencionou a compra de uma camisa, marca USTOP, e um tênis CONGA, cor azul, com branco na ponta, no valor total de R$ 50,00. Como forma de pagamento, Neco Ligeiro emitiu, mesmo sabendo não haver provisão de fundos, o cheque nº 850008-8, do Banco do Brasil, agência 0001, da conta 9.999-8. Ao tentar descontar o cheque, a vítima obteve a informação de que não havia fundos. Diante disso, a vítima Salomão Ayala registrou ocorrência policial, dando ensejo à instauração do respectivo inquérito policial. Ao ser tomar conhecimento do Inquérito Policial, Salomão Ayala procura a vítima e repara o prejuízo causado, pagando o valor do cheque emitido sem provisão de fundos. Não obstante isso, o Ministério Público, após analisar o inquérito policial, ofereceu denúncia contra Salomão Ayala pela prática do delito do artigo 171, § 2º, inciso VI, do Código Penal, sendo, após, o réu citado no dia 06.11.2015(sexta- feira). Diante da situação hipotética, pergunta-se: a) Qual a peça cabível e o último dia do prazo para oferecê-la? b) Qual tese pode ser arguida e o pedido a ser formulado? Padrão de resposta: Na assertiva “A”, o candidato deverá afirmar que a peça cabível é resposta à acusação, com base no artigo 396 ou 396-A. Prazo: 18.11.2015. Na assertiva B, o candidato deverá afirmar que a reparação do dano antes do recebimento da denúncia constitui causa de extinção da punibilidade, nos termos da Súmula 554 STF, segundo a qual “O pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos, após o recebimento da denúncia, não obsta ao prosseguimento da ação penal”. Pedido de absolvição sumária, com base no artigo 397, inciso IV, do CPP. 45) No dia 19 de dezembro de 2013, por volta das 20 horas, na Rua Rui Ramos, nº 1000, São Luiz Gonzaga/RS, Félix Solano conduzia seu veículo BMW, ano 2013, quando Salustiano, trabalhador rural, na condução do veículo VW/Fusca, ano 75, cruzou a via preferencial, provocando a colisão e uma série de danos materiais no veículo de Félix. Indignado, Félix saltou do seu veículo e, munido de um bastão de madeira, investiu contra Salustiano para acertá-lo na região da cabeça. Ao desviar do golpe, Salustiano pegou o facão que sempre carregava no seu veículo e atingiu Félix. A Brigada Militar foi acionada e encaminhou Salustiano à Delegacia de Polícia. Após ouvir EXERCÍCIOS COMPLEMENTARS Prof. Nidal Ahmad OAB 2ª Fase os fatos, o Delegado Plantonista prendeu Salustiano em flagrante pelo crime de lesão corporal gravíssima, previsto no artigo 129, § 2º, inciso III, do Código Penal, já que o golpe de facão provocou a perda do antebraço de Félix. Após observar todas as formalidades legais, a autoridade policial encaminhou o auto de prisão em flagrante ao Magistrado. Diante do fato hipotético, responda os seguintes itens: a) na condição de advogado de Salustiano, qual peça privativa de advogado seria adequada ao caso narrado? (0,60) b) Quais os fundamentos fáticos e jurídicos adequados à situação exposta? (0,65) Padrão de resposta: a) O meio de impugnação adequado é o pedido de liberdade provisória, devendo ser endereçado ao Juiz da Vara Criminal de São Luiz Gonzaga/RS, com base no artigo 5º, LXVI, da CF/88 e/ou art. 310, inciso III, do CPP, e/ou art. 321 do CPP. b) Deve-se argumentar que se trata de hipótese de legítima defesa, prevista no artigo 25 do CP, sendo possível a liberdade provisória, conforme o artigo 310, parágrafo único, do CPP 46) Após longa investigação, a Delegacia de Repressão Fazendária de Bauru/SP apurou que Feliciana Santos teria praticado o delito previsto no artigo 1º, inciso II, da Lei nº 8.137/90, porque fraudou a fiscalização tributária, inserindo dados inexatos em documentos fiscais. Durante inquérito policial, a autoridade policial constatou que Feliciana foi autuada pela Fazenda Pública, mas que o tributo ainda não havia sido lançado. O Inquérito Policial foi encaminhado ao Ministério Público, que ofereceu denúncia contra Feliciana Santos como incursa nas sanções do artigo 1º, inciso II, da Lei nº 8.137/90. A denúncia foi recebida e Feliciana citada. Atento ao caso apresentado, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. a) Qual o meio de impugnação à disposição
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