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EXERCÍCIOS EBRADI - Módulo 6

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ATIVIDADES POS GRADUAÇÃO EBRADI
· POS GRADUAÇÃO EM DIREITO PENAL E PROCESSO PENAL APLICADO
· MÓDULO 06
· CONCURSO DE CRIMES, ERROS E CONSEQUÊNCIAS DA CONDENAÇÃO
· TEMA 01
· CONCURSO DE CRIMES
· Concurso Material
1 - Imagine um sujeito condenado à pena de 1 ano e 2 meses de reclusão, em regime aberto, e 6 meses de detenção, em regime aberto, em concurso material. O juiz, ao analisar os requisitos constantes do artigo 44, do Código Penal, concluiu pela possibilidade de substituição da pena privativa de liberdade.
Proceda à substituição.
RESPOSTA - Conforme previsão constante da parte final do artigo 69, do Código Penal, a substituição deve ser feita separadamente, não obstante resultar em situação desfavorável ao acusado.
Assim, a pena referente à reclusão, por se tratar de pena superior a 1 ano, deverá ser substituída por uma restritiva de direito e multa ou duas restritivas de direitos.
A pena referente à detenção, por ser inferior a 1 ano, deverá ser substituída por multa ou uma restritiva de direito.
Ao final, ter-se-ão três restritivas de direitos, ao passo que, se somadas fossem, resultariam em apenas duas restritivas.
·  Concurso Formal
2 - Réu foi condenado por homicídio doloso e lesão corporal culposa porque, desejando a morte de João, efetuou um disparo de arma de fogo contra ele, causando-lhe a morte, mas, em razão da potência da arma, o projétil atravessou o corpo da vítima, atingindo, de raspão, terceira pessoa.
Suponha que, após a individualização da pena de cada crime, atingiu-se 6 anos para o homicídio e 2 meses para a lesão.
Analisar qual a espécie de concurso de crimes e o sistema de aplicação de pena cabíveis.
RESPOSTA - O caso em apreço retrata a formação do concurso formal heterogêneo perfeito, pois o agente, mediante uma única ação, atingiu dois resultados, um a título doloso e, o outro, a título culposo.
Porém, o caso em apreço reclama a incidência do cúmulo material.
Senão, vejamos: pena de 6 anos de reclusão; aplicando o sistema da exasperação no percentual mínimo de um sexto, por força do concurso formal com o delito de lesão, teríamos uma pena de 7 anos. Caso fosse aplicado o cúmulo material, a pena seria menor: 6 anos e 2 meses de reclusão.
·  Crime Continuado I
3 - João abusava sexualmente de sua enteada, sem haver conjunção carnal, desde os seus 8 anos de idade, incorrendo na tipificação constante do artigo 217-A, do Código Penal (estupro de vulnerável). Os abusos continuaram, com pequenos intervalos entre cada conduta. Quando a vítima já possuía 14 anos de idade, mais precisamente em 25 de setembro de 2011, mediante violência, João submeteu a vítima à prática de relação sexual, infringindo o disposto no artigo 213, do Código Penal.
Os fatos foram comprovados judicialmente sobrevindo a condenação pelos delitos acima mencionados.
Indaga-se: qual a espécie de concurso de crimes amoldável ao caso?
RESPOSTA - Assim como ocorria com o estupro e o atentado violento ao pudor, os delitos de estupro (artigo 213, CP) e de estupro de vulnerável (artigo 217-A, CP) não são considerados crimes da mesma espécie, não se enquadrando nos requisitos exigidos pelo artigo 71, do diploma penal. Dessa forma, não há continuidade delitiva entre as condutas, devendo ser considerado o concurso material.
· Crime Continuado II
4 - João foi condenado porque, em 1º de dezembro de 2016, ingressou em um ônibus e, após anunciar o assalto, subtraiu bens de três passageiros. Dois dias após esses fatos, em 3 de dezembro de 2016, João, novamente, ingressou em um ônibus e, após anunciar o assalto, subtraiu bens de dois passageiros. Por fim, na data de 24 de dezembro de 2016, João ingressou em um ônibus, anunciou o assalto, logrando subtrair bens de cinco passageiros.
Na fixação da pena, o magistrado deve considerar as condutas como praticadas em qual(is) espécie(s) de concurso de crimes?
RESPOSTA - O caso em apreço retrata a formação de três roubos simples em concurso formal, todos ligados pelo crime continuado. Na tipificação, teremos uma condenação pelo artigo 157, caput, por 3 vezes, na forma do artigo 70, do Código Penal, c.c. o artigo 157, caput, por 2 vezes, na forma do artigo 70, do Código Penal, c.c. o artigo 157, caput, por 5 vezes, na forma do artigo 70, do Código Penal, todos na forma do artigo 71, do Código Penal.
· TEMA 02
· ERRO NA EXECUÇÃO E RESULTADO ADVERSO DO PRETENDIDO
·  Erro na Execução
1 - Leia o seguinte texto e responda:
Celanor depois de anos, soube que voltou para a cidade seu ex-sócio, que lhe havia causado um grande prejuízo financeiro, ao se apropriar de todo o dinheiro da empresa de que eram sócios. Em razão disso, ele passou por imensas dificuldades financeiras e grande sofrimento emocional.
Assim que soube da volta de seu sócio, ele decidiu matá-lo. Quando o encontrou, Celanor disparou cinco tiros contra o ex-sócio, mas não acertou nenhum. Todavia, um dos disparos acertou uma criança, que estava em seu quarto, em uma casa que se localizava cerca de 70 metros do local dos disparos. A criança morreu. Como se dará a punição de Celanor?
RESPOSTA - A situação é de aberratio ictus com resultado simples. Celanor responderá por homicídio, como se tivesse praticado contra seu ex-sócio, a pessoa visada (art. 73, CP). Assim, serão consideradas as condições de seu ex-sócio, de modo que não se aplica a agravante de crime cometido contra criança (art. 61, II, h, CP) e poderá ser reconhecido o privilégio do § 1º, do art. 121, CP, por ter sido o crime cometido por motivo de relevante valor moral.
· Modalidades do Erro
2 - Leia o seguinte texto e responda:
João foi com uma faca em punho para matar Pedro. Diante da iminência da agressão, Pedro disparou um tiro, que acertou Abelardo, que caminhava perto da briga. Abelardo morreu e João fugiu do tiro, sem ser ferido. Como se soluciona a responsabilidade de Pedro?
RESPOSTA - Aberratio ictus com resultado único, Pedro responderá como se tivesse atingido João, que foi a pessoa visada. Como em relação a este havia legítima defesa, pois ele estava na iminência de sofrer agressão mortal, Pedro será absolvido por legítima defesa.
· Resultado Diverso do Pretendido
3 - Célio pretendia, em um protesto em uma avenida da cidade, destruir a vitrine da loja de uma multinacional. Contudo, ao arremessar a pedra, ele atingiu a cabeça, causando um corte profundo, de um companheiro de manifestação. A vitrine não foi atingida.
Com base na situação narrada, indique por qual crime responderá o agente, informando se estamos diante de uma situação de aberratio delicti ou aberratio ictus.
 
RESPOSTA - Situação de fácil solução, houve aberratio delicti, o agente pretendia cometer crime de dano e causou resultado diverso do pretendido, lesão corporal. Responderá por lesão corporal culposa (art. 129, § 6º, CP), de acordo com o que estabelece o art. 74, CP.
· Modalidades do Resultado Diverso
4 - Leia o seguinte texto e responda:
Após viver o rompimento de um relacionamento amoroso, uma pessoa pretende matar seu excompanheiro. Sabendo que a vítima está trabalhando em um andaime, na restauração de uma capela, considerada por lei como patrimônio cultural por sua importância histórica, o agente dirige um caminhão até o local e desce a ladeira atingindo violentamente a parede da capela, causando grande dano patrimonial, além de atingir o restaurador, seu ex-companheiro.
Socorrida, a vítima não morreu, apesar de ter se ferido bastante. Por qual crime responde o agente?
RESPOSTA - No caso concreto, não houve o aberratio delicti, pois verifica-se a presença de dolo direto de primeiro grau, em relação ao homicídio e dolo direto de segundo grau em relação ao dano de patrimônio cultural, já que o agente sabia que como consequência certa de sua ação de arremessar o veículo contra o andaime em que estava seu ex-companheiro, ocorreria o dano ao patrimônio cultural. Desse modo, se há dolo nos dois resultados, não se configura o aberratio delicti. Dessa forma, o agente responderá por tentativa de homicídio, já que o resultado morte não ocorreupor razões alheias a sua vontade e dano doloso contra o patrimônio cultural (art. 62, da Lei 9.605/1998).
· TEMA 03
· LIMITE DE PENAS E UNIFICAÇÃO
· Limite de Penas
1 - Juvenal foi condenado a 110 anos, ficou preso durante 20 anos e, no curso da execução da pena, sobreveio uma doença mental. Com base no art. 183 da LEP, foi instaurado incidente de insanidade e detectou-se que o condenado era portador de esquizofrenia, convertendo-se a pena privativa de liberdade em medida de segurança. Cumpridos 30 anos e feito o pedido de liberdade, o juiz da execução decidiu pela manutenção da internação do condenado em razão da não cessação de sua periculosidade. Como advogado de defesa, indique a providência cabível.
RESPOSTA - O advogado de defesa deverá interpor “Habeas Corpus” vez que o limite de 30 anos para cumprimento de pena determinado no art. 75 do CP também se aplica à execução de medida de segurança, consoante precedentes do STF (RHC 100383/AP, HC 107432/RS e HC 97621/RS).
·  Fundamentos e Visão Crítica
2 - Caetano, condenado a penas que somam 56 anos de reclusão, já cumpriu 30 anos. Feito pedido de liberdade pelo advogado, o juiz da execução negou sob argumento de que o réu é psicopata. Como advogado de defesa, indique a providência cabível.
RESPOSTA - O advogado de defesa deverá interpor “Habeas Corpus” indicando que a argumentação do juízo da execução sobre eventual diagnóstico de psicopatia não é motivo idôneo para negar a liberação do condenado após o cumprimento de 30 anos de reclusão.
· Unificação das Penas I
3 - Gilmar, condenado a penas que somam 154 anos de reclusão, continua preso após o cumprimento de 30 anos e 6 meses de prisão. Como advogado de defesa, indique a providência cabível.
RESPOSTA - O advogado de defesa deverá interpor “Habeas Corpus” com fundamento na necessária observância do limite de cumprimento de pena determinado pelo art. 75 do CP (máximo de 30 anos).
· Unificação das Penas II
4 - Giuliano foi condenado em três processos distintos, em comarcas contíguas, por delitos da mesma espécie, cometidos em condições semelhantes de tempo, lugar e maneira de execução. Por ocasião do início da execução, o juiz não procedeu à unificação das penas. Como advogado de defesa, indique a providência cabível.
RESPOSTA - O advogado de defesa deverá interpor “Habeas Corpus” para requerer a unificação com reconhecimento de crime continuado.
· TEMA 04
· UNIFICAÇÃO
· Suspensão Condicional da Pena I
1 - Ednaldo foi absolvido impropriamente, pois subtraiu uma jaqueta, um frasco de perfume e uma caixa de chocolates, bens avaliados em R$ 325,00, do estabelecimento comercial denominado Lojas Litorâneas, conforme reconhecido mediante a prova testemunhal coligida através dos depoimentos de dois funcionários, que ali trabalham como seguranças de loja, e disseram ter acompanhado ostensivamente toda a ação delitiva, desde o momento do ingresso, até a passagem do mesmo pelos caixas, sem pagar pelas mercadorias, detendo-o ainda na porta da referida loja. Considerando que a decisão que a decisão foi proferida ontem, como deve proceder e o que deve argumentar o advogado de Ednaldo?
RESPOSTA - Não é cabível a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, vez que o roubo envolve a prática de violência ou grave ameaça contra pessoa. Conforme o art. 44 do Código Penal, "as penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo” (grifo nosso). Porém, em tese é possível a suspensão condicional da pena, pois preenchidos os requisitos do art. 77 do Código Penal.
·  Suspensão Condicional da Pena II
2 - Elenilton foi absolvido impropriamente, em razão da prática de lesão corporal leve, sendo fixada sua internação por prazo mínimo de 1 ano, cujo início se deu em dezembro de 2014. De acordo com exames de cessão de periculosidade, realizados anualmente, Elenilton é portador de oligofrenia em grau intermediário e ostenta periculosidade persistente. Considerando que, ao avaliar o último exame (realizado em dezembro do ano passado), o magistrado das execuções entendeu, por bem, prorrogar a internação de Elenilton e sendo a decisão que a decisão foi proferida ontem, como deve proceder o seu advogado?
RESPOSTA - De acordo com os Tribunais Superiores, constatado o descumprimento de condição imposta durante o período de prova da suspensão condicional da pena, é cabível a revogação do benefício, ainda que a decisão venha a ser proferida após o término do período de prova. Porém, é possível alegar que, uma vez julgada extinta a pena privativa de liberdade por sentença transitada em julgado, não é mais possível a revogação do sursis. Nesse sentido: “Inexiste constrangimento ilegal quanto à revogação do benefício da suspensão condicional da pena em razão de condenação pelo cometimento de outro crime durante o período de prova, desde que não tenha sido extinta a punibilidade do agente mediante sentença transitada em julgado, nos termos do inciso I do art. 81 do Código Penal” (grifo nosso)(STJ, Rel. Min. Laurita Vaz, 5ª T., j. 04/10/11,v.u.).
· Livramento Condicional I
3 - Dogival foi absolvido impropriamente, pois, ante a ausência de distribuição de seu medicamento pela rede pública de saúde, vivenciou momento de surto psicótico e acabou praticando lesão corporal grave contra Alfredo. O prazo mínimo de internação foi fixado em 2 anos, cujo início se deu em julho de 2017. Atualmente, após receber tratamento medicamentoso, Dogival apresentou nítida melhora e reestabelecimento de suas faculdades mentais, razão pela qual foi requerida a antecipação do exame de cessação de periculosidade, cujo pleito foi indeferido pelo juízo das execuções, sob o fundamento de que deve aguardar o escoamento do prazo mínimo fixado em sentença. Considerando que a decisão que a decisão foi proferida ontem, como deve proceder e o que deve argumentar o advogado de Dogival?
RESPOSTA - De acordo com entendimento sumulado do STJ, a prática de falta grave não interrompe o prazo para a obtenção de livramento condicional (súmula 441). Porém, interrompe o prazo para a progressão de regime, o qual se reinicia a partir do cometimento dessa infração (súmula 534).
·  Livramento Condicional II
4 - Claudino foi absolvido impropriamente, posto ter perpetrado o furto da bicicleta de seu vizinho, mediante o rompimento de obstáculo, consistente no arrombamento de um pequeno portão de acesso ao quintal da residência deste. Ao fixar a medida de segurança, o magistrado sentenciante descartou o reduzido grau de periculosidade apontado no exame de insanidade mental de Claudino e estabeleceu sua internação por prazo mínimo de 2 anos, nos moldes do art. 97 do Código Penal. Considerando que a sentença será publicada no próximo dia útil, como deve proceder o advogado de Claudino?
RESPOSTA - Tratando-se de condenac¸a~o irrecorri´vel por infração praticada antes do livramento, Pedro poderá receber novo livramento condicional, inclusive quanto à mesma pena; as penas podem ser somadas para obtenc¸a~o de novo livramento; e o tempo de liberdade condicional e´ computado como pena cumprida.
Porém, tratando-se de condenac¸a~o irrecorri´vel por infração praticada durante o livramento condicional, será inadmissível novo livramento em relac¸a~o a` mesma pena (em tese, poderá obter livramento condicional na segunda condenação); e o tempo de liberdade condicional não é computado como pena cumprida.
· TEMA 05
· EFEITOS DA CONDENAÇÃO
· Conceito e Natureza Jurídica
1 - João, réu inimputável, está sendo processado por fato típico e antijurídico. Finalizada a instrução processual, a magistrada decidiu por aplicar medida de segurança. Nesse caso, quais serão os efeitos da condenação aplicados a ele?
RESPOSTA - Deve-se ter em mente que em situações em que for aplicada uma medida de segurança parao réu inimputável, a sentença será absolutória, por absolvição imprópria, conforme estabelece o artigo 386, parágrafo único, inciso III do Código de processo penal: na sentença absolutória, o juiz aplicará medida de segurança, se cabível. Nesse caso, portanto, não há o que se falar em efeitos da condenação.
· Efeitos Genéricos e Automáticos
2 - Carlos Botelho Cereda, renomado empresário, foi condenado com trânsito em julgado, por violação de sigilo profissional (art. 169, LFR), razão pela qual seu advogado o informou que, diante da impossibilidade de recorrer da decisão, deveria cumprir a pena. Irresignado, por ter certeza de que não cometeu qualquer ilícito, Carlos questiona se existe alguma hipótese em que poderá perder a eficácia executiva o título oriundo de sentença penal condenatória transitada em julgado. Qual resposta deveria ser dada a Carlos?
RESPOSTA - Deve ser ventilado a Carlos, que após o trânsito em julgado, para que seja afastada a eficácia executiva do título, será necessário absolvição do réu por meio da revisão criminal, nesse caso será cessada a força executiva do título, ainda que já tenha sido iniciada a execução.
· Efeitos Específicos e não Automáticos
3 - O funcionário público municipal Tício foi condenado a uma pena de 5 (cinco) anos de reclusão pelo crime de peculato, depois de se apropriar de certa quantia pública de que tinha posse em razão do cargo que ocupava. Na sentença condenatória, poderá o juiz declarar algum efeito específico da condenação?
RESPOSTA - Sim. No caso de Tício, poderá o juiz, expressa e motivadamente, declarar, nos termos do art. 92, I do Código Penal, a perda do cargo como efeito específico da condenação, uma vez que a Tício foi aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos.
· Reabilitação
4 - Juca foi condenado à pena privativa de liberdade de três anos de reclusão pela prática do crime de tráfico ilícito de entorpecentes (art. 12 da Lei n.º 6.368/1976). Após o cumprimento de dois anos de reprimenda, Juca obteve a concessão do livramento condicional. Cumprido o período de prova, sem revogação, o juiz das execuções declarou extinta a pena.
Nessa situação, Juca poderá computar o período de prova do livramento condicional (um ano) para fins de preenchimento do requisito temporal da reabilitação?
RESPOSTA - Sim, pois o caput do art. 94 do Código Penal estabelece que a reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 (dois) anos do dia em que for extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar sua execução, computando-se o período de prova da suspensão e o do livramento condicional, se não sobrevier revogação.
· TEMA 06
· MEDIDA DE SEGURANÇA
· Conceito e Espécies
·  Execução, Prorrogação e Desinternação Progressiva
2 - Elenilton foi absolvido impropriamente, em razão da prática de lesão corporal leve, sendo fixada sua internação por prazo mínimo de 1 ano, cujo início se deu em dezembro de 2014. De acordo com exames de cessão de periculosidade, realizados anualmente, Elenilton é portador de oligofrenia em grau intermediário e ostenta periculosidade persistente. Considerando que, ao avaliar o último exame (realizado em dezembro do ano passado), o magistrado das execuções entendeu, por bem, prorrogar a internação de Elenilton e sendo a decisão que a decisão foi proferida ontem, como deve proceder o seu advogado?
RESPOSTA - O advogado de Elenilton deve ingressar com agravo em execução e pleitear a extinção da medida de segurança, nos moldes da súmula 527 do STJ, uma vez já extrapolado o prazo da pena máxima abstrata (1 ano), requerendo a imediata transferência de seu cliente à rede pública de saúde.
· Desinternação Condicional, Internação Provisória e Conversão de Pena
3 - Dogival foi absolvido impropriamente, pois, ante a ausência de distribuição de seu medicamento pela rede pública de saúde, vivenciou momento de surto psicótico e acabou praticando lesão corporal grave contra Alfredo. O prazo mínimo de internação foi fixado em 2 anos, cujo início se deu em julho de 2017. Atualmente, após receber tratamento medicamentoso, Dogival apresentou nítida melhora e reestabelecimento de suas faculdades mentais, razão pela qual foi requerida a antecipação do exame de cessação de periculosidade, cujo pleito foi indeferido pelo juízo das execuções, sob o fundamento de que deve aguardar o escoamento do prazo mínimo fixado em sentença. Considerando que a decisão que a decisão foi proferida ontem, como deve proceder e o que deve argumentar o advogado de Dogival?
RESPOSTA - O advogado de Dogival deve interpor agravo em execução, juntando cópia do pleito formulado e da decisão de indeferimento, alegando desnecessidade em aguardar o prazo mínimo e reiterando, com fulcro no art. 176 da LEP, a possibilidade de antecipação do exame de cessação de periculosidade, visto que, após receber tratamento medicamentoso, houve nítida melhora e reestabelecimento das faculdades mentais de seu cliente.
· Lei Antimanicomial (10.216/01) e Novos Contornos
4 - Claudino foi absolvido impropriamente, posto ter perpetrado o furto da bicicleta de seu vizinho, mediante o rompimento de obstáculo, consistente no arrombamento de um pequeno portão de acesso ao quintal da residência deste. Ao fixar a medida de segurança, o magistrado sentenciante descartou o reduzido grau de periculosidade apontado no exame de insanidade mental de Claudino e estabeleceu sua internação por prazo mínimo de 2 anos, nos moldes do art. 97 do Código Penal. Considerando que a sentença será publicada no próximo dia útil, como deve proceder o advogado de Claudino?
RESPOSTA - O advogado de Claudino deve ingressar com recurso de apelação e requerer a fixação do tratamento ambulatorial, nos moldes do disciplinado pelo art. 4 da Lei 10.216/01, visto que a internação é modalidade subsidiária e não está minimamente respaldada nas conclusões do exame de insanidade mental, que apontam reduzido grau de periculosidade de seu cliente.
· TEMA 07
· EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
· Conceito e Natureza Jurídica
1 - Armando matou seu colega de quarto dolosamente.
Diante da negligência do Estado, 21 anos separam a morte da vítima do recebimento da denúncia.
Armando, conhecedor do direito penal, em especial das causas extintivas da punibilidade, não mais teme ser responsabilizado pela morte dolosa de seu colega. Assim, em um programa ao vivo de televisão, confessa a morte dolosa de seu colega e desafia a polícia a prendê-lo publicamente.
Valendo-se apenas do conhecimento a respeito das causas extintivas da punibilidade, responda: Pode o Estado dar seguimento ao processo recém instaurado? Pode a polícia prendê-lo pela morte, após a confissão?
RESPOSTA - Mesmo com a confissão de Armando e sua petulância diante das câmeras no programa de televisão, o Estado perdeu o seu direito de investigar, prender, processar e punir o assassino confesso. Tal indiferença estatal de 21 anos deu causa à prescrição da pretensão punitiva, cujo patamar, para o crime de homicídio, é de 20 anos.
·  Causas Gerais e Específicas
2 - Shirley, jornalista sensacionalista, publica em sua coluna semanal que Moisés, padeira da cidade, colocara veneno no pão, tendo sido responsável pela morte de 16 crianças do bairro. Ocorre que Shirley tem plena ciência de que essa imputação criminosa é mentirosa, tendo publicado isso apenas para conseguir mais audiência e faturar mais com publicidade.
Moisés, indignado com essa publicação, obviamente processa criminalmente a péssima jornalista por calúnia. Shirley, assustada com o fato de ser presa, retrata-se do que havia escrito, afirmando que mentiu e voltando atrás em seu comentário, nos mesmos moldes da publicação anterior.
Diante dessa retratação, pode Moisés não aceitá-la e continuar com o processo crime? Justifique a sua resposta.
RESPOSTA - Moisés não poderá continuar com a ação penal privada. A retratação da agente, nos crimes contra a honra, extingue a punibilidade. Assim, após a retratação, deverá o juiz reconhecer extinta a punibilidade da jornalista e enviar o processo ao arquivo.·  Comunicabilidade
3 - Dois amigos, Pedro e Henrique decidem ofender a honra subjetiva de Epifânea, ofendendo a sua postura social com palavras como biscate, limpa trilho, meretriz etc.
Profundamente abalada, Epifânea contrata um advogado para oferecer queixa-crime contra seus dois agressores.
Ocorre que, após o recebimento da queixa-crime, Epifânea perdoa Pedro, que aceita imediatamente, e ambos começam a namorar. Para a surpresa de todos, Epifânea não perdoa Henrique que continua sendo processado criminalmente pela injúria.
Como advogado de Henrique, adote a medida cabível.
RESPOSTA - O advogado de Henrique deverá fazer um pedido simples ao juiz do processo pedindo a extinção da punibilidade pelo perdão da ofendida, já que é uma hipótese em que a causa extintiva se comunica a todos os querelados. Se o magistrado continuar ignorando essa regra, o advogado de Henrique deverá impetrar uma ordem de habeas corpus, com liminar, pedindo a declaração da extinção da punibilidade do agente.
·  Morte do Agente
4 - Existe tentativa de extinção da punibilidade por força da tentativa de suicídio do réu? Justifique a sua resposta.
RESPOSTA - Não. Ou o réu morre efetivamente ou a sua punibilidade não será extinta. Não existe tentativa de extinção da punibilidade. Caso o réu consiga eliminar a sua própria vida com um suicídio, a punibilidade será extinta. Tal consequência jurídica seria idêntica caso o réu fosse assassinado ou viesse a falecer por morte natural.
· TEMA 08
· EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE II
·  Indulto Coletivo e Individual
1 - Na qualidade de advogado de reeducando que apresenta comportamento extremamente positivo, muito acima da média, inclusive ajudando outros condenados e agentes penitenciários, qual procedimento deve ser utilizado para requerer a concessão da graça propriamente dita?
Aula I – Indulto Coletivo e Individual
RESPOSTA - Deverá ser utilizado o procedimento previsto no art. 188 e seguintes da LEP, através de petição, acompanhada de documentos comprobatórios do alegado, devendo receber parecer favorável do Conselho Penitenciário.
·  Indulto Coletivo
2 - Victor foi condenado pela prática de tráfico privilegiado, tendo requerido a juiz da VEC o indulto da pena. O pedido foi indeferido sob o argumento de ser o tráfico crime equiparado a hediondo e, portanto, insuscetível de indulto.
Na qualidade de advogado de Victor, qual tese deve ser abordada em eventual recurso?
RESPOSTA - Deverá ser alegado que o STF já entendeu que o tráfico privilegiado não se caracteriza como crime hediondo. Portanto, pode-se requerer o indulto ou comutação para tal delito.
·  Decadência
3 - Um cliente lhe procura após ter recebido citação de um processo criminal no qual é acusado do crime de difamação. Após ler o processo, você verifica que o prazo decadencial se esgotou no dia 20 de agosto de 2017 (domingo), porém a queixa-crime apenas foi ajuizada no dia 21 de agosto (segunda-feira).
Qual tese deve ser apresentada em favor de seu cliente?
RESPOSTA - Deverá ser alegado que o prazo decadencial é de natureza penal, portanto, ainda que o último dia caída em final de semana ou feriado, não poderá ser prorrogado até o próximo dia útil. O correto, portanto, seria ajuizar a queixa na sexta-feira.
·  Perempção
 4 - José, seu cliente, está processando a ex-esposa pelo crime previsto no art. 236 do CP.
Porém, no curso do processo José vem a falecer. Você, então, é procurado pelo filho do querelante para dar prosseguimento à ação penal.
Qual orientação jurídica deve dar ao filho de José?
RESPOSTA - Você deve explicar ao filho de José que o art. 236 exige ação penal personalíssima, que apenas pode ser promovida pelo cônjuge enganado.
Assim, com o falecimento do querelante, dá-se a perempção da ação, não podendo ser substituído pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
· TEMA 09
· EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE II
·  Renúncia e Perdão
1 - Você é advogado em Alberto, o qual ajuizou queixa-crime pelo delito de injúria contra Ambrózio. Alberto, então, optou por perdoar o crime cometido por Ambrózio, porém este, expressamente, não aceitou o perdão.
Não tendo mais interesse na ação privada, como deve proceder para pôr fim ao processo?
RESPOSTA - Embora o perdão seja ato bilateral, exigindo aceite, é possível ao querelante extinguir a punibilidade do querelado através da perempção, basta deixar de dar andamento ao processo por mais de 30 dias.
·  Retratação
2 - Seu cliente, Juvenal, foi vítima de calúnia praticada por Jorge, seu vizinho, através da rede social facebook. Após ser citado, Jorge retratou-se com Juvenal, enviando-lhe um longo e-mail de desculpas, o qual, inclusive, afixou no mural do condomínio no qual residem.
Como advogado de Juvenal, responda: deve ser extinta a punibilidade de Jorge?
RESPOSTA - Não.
A retratação de Jorge não teve a mesma abrangência da calúnia praticada. Para que possa ser extinta a punibilidade, sendo essa a vontade de Juvenal, deve-se exigir que a retratação seja feita através do mesmo meio de comunicação, conforme dispõe o art. 143, parágrafo único, do CP.
Aula II – Retratação
·  Perdão Judicial
3 - Amanda foi denunciada como incursa no art. 29, § 1º, III, da Lei dos Crimes Ambientais por manter em sua residência um Periquito sem a licença do órgão competente.
No decorrer da instrução apurou-se que o animal era mantido em ótimas condições, com alimentação, espaço e higiene adequada.
Como advogado de Amanda, o que pode ser requerido em seu favor?
RESPOSTA - Deve-se requerer a aplicação do perdão judicial previsto no § 2º do art. 29, pois o periquito não é espécie ameaça de extinção, e não há indícios de que Amanda mau trate o animal.
· Abolitio Criminis
4 - Heráclito, seu cliente, foi condenado pelos crimes de estupro e atentado violento ao pudor, por fatos praticados em 2008, tendo recebido as penas de 7 anos para cada crime.
Durante a execução da pena, sobreveio a Lei 12.015/09, sendo requerido ao juiz a aplicação da lei nova benéfica. O magistrado, porém, manteve a pena em 14 anos, sob o argumento de a nova redação do art. 213 ser tipo misto cumulativo.
Você foi contratado para defender os interesses de Heráclito. Como deve atuar?
RESPOSTA - Deve-se alegar que o STJ já firmou entendimento de ser o estupro tipo misto alternativo. Por esta razão, se faz necessário recalcular a pena de Heráclito, aplicando-se a pena de apenas um crime, ainda que possa ser elevada acima de 7 anos pela pluralidade de condutas.

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