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1ª AULA HIDRÁULICA Sistemas Hidráulicos INTRODUÇÃO A HIDRÁULICA INTRODUÇÃO A HIDRÁULICA O termo Hidráulica derivou-se da raiz grega Hidro, que tem o significado de “água” e aulor “condução”, por essa razão entendem-se por Hidráulica todas as leis e comportamentos relativos à água ou outro fluido, ou seja, Hidráulica é o estudo das características e uso dos fluidos sob pressão. INTRODUÇÃO A HIDRÁULICA FLUIDO Qualquer substância capaz de escoar e assumir a forma do recipiente que o contém. Como estamos tratando apenas de sistemas hidráulicos, o fluido que nos interessa é o óleo hidráulico. TRANSMISSÃO DE ENERGIA HIDRÁULICA A hidráulica pode ser definida como um meio de transmitir energia, pressionando um líquido confinado. O óleo hidráulico é o meio. O óleo é um líquido quase incompressível. A hidráulica se divide em duas ciências: Hidrostática: mecânica dos fluidos estáticos, teoria das condições de equilíbrio dos fluidos sob pressão. Hidrodinâmica: é a ciência dos líquidos em movimento. Um sistema hidráulico ou turbina representa um dispositivo hidrodinâmico. A energia é transmitida pelo impacto do fluido em movimento contra pistões, lâminas ou palhetas. DEFINIÇÕES BÁSICAS : Aplicações da hidráulica: - Hidráulica Industrial (fixa) : prensas; basculamento de fornos, conformação mecânica (metalúrgica laminação; máquinas- ferramentas). - Hidráulica em construções fluviais, lacustres e marítimas : comportas e eclusas; acionamento de pontes; aplicações em plataformas de petróleo. -Hidráulica em aplicações máquinas de uso geral: retro-escavadeiras; dragas; gruas; máquinas rodoviárias e agrícolas; mecânica automobilística. - Hidráulica em aplicações técnicas especiais: acionadores de telescópios; antenas; trens de aterrissagem e controle de aeronaves. -Hidráulica na Indústria Naval: acionamento de lemes; guindastes de bordo; gruas; plataformas; escotilhas de cargas. VANTAGENS: 1. Velocidade: consegue-se uma variação contínua e precisa de velocidade, seja cilindro ou motor hidráulico, bastando para isto mudar a vazão da bomba ou controlá-la através da válvula adequada. 2. Reversibilidade: sem desligar a máquina, bastando apenas alterar a posição da válvula direcional, ocorre a inversão do movimento do atuador; 3. Proteção contra sobrecarga: quando a carga excede os limites de trabalho ocorre o aumento da pressão do fluido a um valor limitado pela válvula de segurança, que nessa situação se abre impedindo qualquer dano ao sistema. 4. Limitação de força (ou torque): há possibilidade de se limitar a força máxima de um cilindro, ou torque máximo de um motor, pela válvula de segurança, e se existir a necessidade de um limite mais baixo para um movimento do que para outro, pode-se utilizar uma válvula limitadora ou redutora de pressão. 5. Dimensões reduzidas: como a força e a velocidade dos atuadores dependem apenas de pressão e vazão respectivamente, o peso e o tamanho dos componentes hidráulicos são reduzidos em relação aos equivalentes equipamentos mecânicos e elétricos da mesma potência. 6. Parada instantânea: as máquinas não podem ser paradas bruscamente e ter seu sentido de rotação invertido. Entretanto, um atuador hidráulico pode ser parado sem danos quando sobrecarregado. Durante a parada, a válvula de segurança simplesmente desvia a vazão da bomba ao tanque. 7. Outras vantagens: O óleo hidráulico é um excelente condutor de calor. Oferece grande flexibilidade, inclusive em espaços reduzidos. São sistemas auto lubrificados. LIMITAÇÕES: 1. seu custo inicial é mais alto em comparação aos sistemas mecânicos e elétricos; 2. perigos de incêndios, pois o óleo, normalmente é inflamável. Atualmente tem-se empregado em certos casos fluidos resistentes ao fogo que, na realidade, apenas evitam a propagação do fogo; 3. o rendimento global de um sistema hidráulico, sem levar em consideração o rendimento do motor que aciona a bomba, varia, em função dos componentes especificados, de 80% a 90%. São três os fatores responsáveis pela variação do rendimento: 1. parte do óleo irá promover a lubrificação das partes móveis dos diversos componentes. 2. perda de energia provocada pelas perdas de carga nos tubos e válvulas, com o conseqüente aquecimento do óleo. 3. várias transformações do estado da potência, a bomba recebe em seu eixo potência mecânica, a transforma em potência hidráulica e o atuador recebe a potência hidráulica e a transforma novamente em mecânica. . Fluido Hidráulico FUNÇÕES DO ÓLEO HIDRÁULICO: 1. meio de transmissão de energia; 2. Lubrificante; 3. refrigeração 4. veículo de transferência de calor ou de dissipação de calor; 5. vedação; 6. amortecimento de oscilações ; 7. proteção contra corrosão. EXIGÊNCIAS QUE DEVEM PREENCHER O LIQUIDO SOB PRESSÃO: 1. A estabilidade da viscosidade, principal característica, deve estar dentro de determinadas faixas de temperatura e pressão; ex : a viscosidade cinemática padrão para óleos hidráulicos situa-se entre 10 mm²/s ( mínimo) e 750 mm²/s ( máximo). 2. A película de lubrificação deve resistir a ruptura; 3. A resistência ao envelhecimento se traduz em resistência a oxidação; 4. O ponto de combustão não pode ser ultrapassado: temperatura na qual a superfície do óleo queima espontaneamente ( em geral ocorre a partir de 220 a 240 º C) 5. Ter facilidade de separação da água livre, ou seja, poder demulsificante. Influencia da temperatura na viscosidade do Fluido Hidráulico RESISTÊNCIA AO ENVELHECIMENTO O primeiro requisito para manter limpo um sistema hidráulico em operação prolongada, é que o óleo apresente alta estabilidade química, isto é, que tenha alta resistência a oxidação. Entretanto, o óleo está sujeito a aquecimento e agitação na presença do ar, o qual não pode ser eliminado completamente do sistema, além da presença de catalisadores metálicos como o cobre e suas ligas, presentes em quase todos os sistemas hidráulicos. A oxidação intensa e a temperatura provocam aumento da viscosidade, aumento de borra no sistema e diminui a capacidade do óleo de se separar da água e do ar. A vida do lubrificante depende, das condições de operação, particularmente da temperatura de trabalho. A vida útil do óleo hidráulico padrão, em funcionamento normal, está em torno de 3.000 horas, mas em situações severas pode se degradar em 500 horas. Inibidores de Oxidação A oxidação do óleo ocorre por causa de uma reação entre o óleo (hidrocarbonetos não- saturados) e o oxigênio do ar. Há também a possibilidade da polimerização, situação em que ocorre combinações químicas de moléculas para a formação de macromoléculas, formando sedimentos e alteração da viscosidade. A oxidação resulta em baixa capacidade de lubrificação, na formação de ácido, na geração de partículas de carbono e no aumento da viscosidade do fluido. A viscosidade diminui devido à contaminação por solvente ou óleos de menor viscosidade. A viscosidade aumenta devido à oxidação, presença de insolúveis, água e contaminação por óleos de maior viscosidade. A oxidação do óleo é aumentada por três fatores: 1. alta temperatura do óleo. 2. catalisadores metálicos, tais como cobre, ferro ou chumbo. 3. o aumento no fornecimento de oxigênio. Obs: o óleo hidráulico também envelhece quando o equipamento está fora de serviço. Aditivos Inibidores de Corrosão protegem as superfícies do metal do ataque por ácidos. Este inibidor forma um filme protetor sobre as superfícies do metal e neutraliza o material corrosivo ácido à medida que ele se forma. Aditivos paradiminuir a compressibilidade do óleo. A compressibilidade depende da pressão e em menor escala da temperatura. O óleo comprimido sob pressão( por aumento de pressão de 100 bar se produz uma redução do volume de 0,7 %), expande novamente ao ser aliviado. Pode ocorrer golpes metálicos de alívio ou de descompressão, causando deformação ou desgaste em sedes de válvulas, mangueiras e tubulações. Aditivos antiespumantes Ar significa envelhecimento e aumento da compressibilidade. A causa de formação de espuma é sempre a admissão de ar em conseqüência de: turbulência no tanque de óleo ou baixa capacidade do tanque (baixo volume). Se a bomba aspira ar é porque há falha na vedação da bomba ou da tubulação. Fluidos resistentes ao fogo Uma característica inconveniente do fluido mineral proveniente do petróleo é sua inflamabilidade. Portanto, no caso de riscos elevado de incêndio, utiliza-se líquidos de pouca inflamabilidade, ou seja, eles apenas evitam a propagação de fogo. São usados em ambientes industriais onde há metais muito quentes ou incandescentes, por exemplo, em sistemas cuja temperatura de operação ultrapassam 100 ºC (forjas e instalações siderúrgicas). Ex: Fluidos de silicone que operam até 380 º C. óleos sintéticos resistentes ao fogo São sintetizados em laboratório, como por exemplo : os éster de fosfato, os hidrocarbonatos clorados ou ainda suas misturas com óleos minerais, que devido as suas estruturas químicas oferecem resistência a propagação do fogo, possuem boas características de lubrificação e resistem bem ao tempo de uso. Um dos grandes inconvenientes é o alto custo de aquisição. São incompatíveis com vedações comuns, sendo necessário a utilização do “viton”, etilenopropileno . Fluidos resistentes ao fogo FLUXOGRAMA GERAL DE UM SISTEMA HIDRÁULICO: De acordo com o tipo de aplicação, existe uma grande infinidade de tipos de circuitos hidráulicos, porém, todos eles seguem sempre um mesmo esquema, que poderíamos dividir em três partes principais. Sistema de Geração Sistema de distribuição e controle Sistema de aplicação de energia Reservatório Filtros Bombas Motor de acionamento acumulador Tubulações, válvulas controladoras De pressão, válvulas direcionais, Válvulas reguladoras de pressão. Cilindros, atuadores simples ou dupla ação. TRANSMISSÃO DE ENERGIA HIDRÁULICA: O componente de entrada de um sistema hidráulico chama-se bomba e o de saída atuador. O sistema hidráulico não é uma fonte de energia. A fonte de energia é o acionador, tal como, o motor que gira a bomba. Circuito hidráulico básico VELOCIDADES NAS TUBULAÇÕES: A velocidade com que o fluido hidráulico passa pela tubulação é um fator importante de projeto, pois a velocidade provoca um atrito com as paredes da tubulação. Geralmente, a faixa de velocidade de fluxo recomendada pelos fabricantes é: SEGUNDO O FABRICANTE VICKERS - Linha de sucção = 6 a 12 dm/s - Linha de pressão e retorno = 20 a 60 dm/s SEGUNDO O FABRICANTE RACINE - Sucção : 60,96 a 121,92 cm/s - Retorno : 304,8 a 457,20 cm/s - Para pressão abaixo de 210 bar: 762,2 a 914,14 cm/s - Para pressão acima de 210 bar: 457,2 a 509,6 cm/s DETERMINAÇÃO DE V A velocidade do fluido deverá ser aquela recomendada, por exemplo, o valor de 838,17 cm/s ( valor médio) para linhas de pressão abaixo de 210 bar). As velocidades recomendadas pelos fabricantes conduzem a menor perda de carga nas instalações hidráulicas. VICKERS DIÂMETROS COMERCIAIS CLASSIFICAÇÃO DE SISTEMAS HIDRAULICOS : 1. QUANTO A PRESSÃO: • até 14 bar = baixa pressão • 14 - 35 bar = média pressão • 35 - 85 bar = média/alta pressão • 85 - 210 bar = extra-alta pressão 2. QUANTO AO TIPO DE BOMBA: A bomba utilizada pode ser de vazão constante ou vazão variável. 3. QUANTO À APLICAÇÃO: classificados em sistemaS hidráulicos para aplicações fixas e aplicações móveis. PERDA DE CARGA NA LINHA DE PRESSÃO DE UM SISTEMA HIDRÁULICO Durante o escoamento do fluido através do sistema hidráulico, pode ocorrer uma perda de pressão (mais comumente denominada perda de carga), que é devida a vários fatores. Todos esses fatores entram no cálculo de perda de carga no sistema hidráulico que é feito da seguinte maneira: DETERMINAÇÃO DO FATOR “f” Esse fator “f” é devido a temperatura do fluido e rugosidade interna do duto, isto é quanto mais rugoso for internamente o duto, maior dificuldade terá o óleo para escoar DETERMINAÇÃO DE LS, L1 E L Restrições, curvas, bifurcações, etc., causam perda de carga e aquecimento do fluido. Neste caso, damos o nome de perda de carga localizada. Podemos observar, então, que as curvas de 90,45° ou 30 °, bifurcações, cotovelos, etc., também fornecem certa resistência ao fluxo de óleo, ocasionando, portanto, outra perda de carga localizada. O que se costuma fazer é transformar, os acessórios em um “comprimento equivalente” de canalização retilínea, e para tal, existem tabelas que nos auxiliam nestas transformações. Cotovelos, curvas, registros, etc., são denominados de singularidades. Comprimentos Equivalentes a perdas localizadas (em polegadas de canalização retilínea) TABELA DE CONVERSÃO DE UNIDADES DE VISCOSIDADE DETERMINAÇÃO DE “D” O diâmetro da tubulação é determinado a partir do cálculo da área da seção do duto “A” obtido através da vazão e velocidade média do fluxo do fluido . PROCEDIMENTO DE CÁLCULO DA PERDA DE CARGA 1. Determine “f”. 2. Determine “Ls” e as perdas localizadas em válvulas , através dos catálogos do fabricante. Adicione “Ls” a “L1” para obter “L”. 3. Uma vez determinada a perda de carga total, verifique se a mesma não influirá no sistema. Por exemplo, se nosso sistema precisa de 190 bar para executar um determinado trabalho enquanto que fornecemos 210 bar e temos uma perda de carga de 30 bar a pressão útil disponível será: P = 210 - 30 = 180 bar, Portanto, insuficiente para o trabalho que o sistema hidráulico se propõe a fazer, pois é menor do que a pressão necessária de 190 bar. tanque Válvula de alívio Controle direcional Válvula de controle de fluxo Exercicios 1. Calcular a pressão necessária para se obter uma força de 15 toneladas-força no avanço de um cilindro de diâmetro igual a 10,16 cm. Resposta; 185,03 kgf/cm2 . 2. Calcular o cilindro de sistema de fechamento de forno que tenha de ter uma força de 5000 kgf no avanço e 2.000 kgf no retorno sendo a pressão máxima do sistema de 70 bar , ou 71,36 kgf/cm2. Resposta : Dpistão = 9,45 cm e Acoroa = 7,31 cm 3. Calcular o cilindro de uma prensa de chapa , sabendo que a força necessária a prensagem será de 150 toneladas força. Pressão de 210 bar = 214,07 Kgf/cm2 Resposta : Dpistão = 29,87 cm
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