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O ESTADO CONSTITUCIONAL
CONCEITO: Criação moderna que surgiu na mesma época que o Estado Democrático;
CONTEXTO HISTÓRICO: O Constitucionalismo nasceu com o fim do sistema político medieval passando por uma evolução que iria culminar no século XVIII quando surgem os documentos legislativos a que se deu o nome de Constituição.
Em 1215, os barões da Inglaterra obrigaram o Rei João Sem Terra a assinar a Magna Carta jurando obedecê-la e aceitando a limitação de seus poderes. Foi com isso que chegou bem perto da ideia "o Estado deve ter um governo de leis e não de homens."
Ocorreu também a influência da razão, do Iluminismo.
TRIPÉ DA CONSTITUIÇÃO:
Três grandes objetivos que conjugados iriam resultar no constitucionalismo:
1º Supremacia do Individuo;
2º Limitação do Poder;
3º Racionalização do Poder.
A Primeira Constituição escrita foi a do Estado da Virginia em 1776;
A Primeira Constituição posta em prática foi a dos EUA em 1787;
A Constituição francesa teve maior repercussão, 1789;
O período da Constituição foi uma era de racionalismo;
O Constitucionalismo teve caráter revolucionário. Com efeito, a limitação dos poderes dos monarcas sempre se faria contra a vontade destes;
MATERIAL/FORMAL:
A preservação dos sistemas absolutistas, mesmo com a Constituição, se deve por um desdobramento do próprio conceito de Constituição que se dividiu em Material e Formal 
MATERIAL: 
- Evitar a concentração do poder nas mãos de um só individuo;
- Cooperação dos diversos detentores do poder/ distribuição do exercício do poder;
- Evitar bloqueio respectivos entre os detentores do poder a fim de evitar que qualquer se sobreponha aos demais;
- Método racional de reforma constitucional;
- A Constituição deve conter o reconhecimento expresso de certas esferas de auto determinação individual prevendo sua proteção contra a interferência de um ou de todos os detentores do poder;
FORMAL:
Lei fundamental de um povo/ conjunto de regras jurídicas dotadas de máxima eficácia;
*A Constituição autentica será sempre uma conjunção de valor individuais e valores sociais que o próprio povo selecionou através de suas experiencias passadas.*
Resultado da conjunção do sentido formal e material = Poder Constituinte (é o poder que emana do povo)
A Constituição é tida como padrão jurídico fundamental e que não pode ser contrariado por qualquer norma integrante do mesmo sistema jurídico;
As normas constitucionais, em qualquer sistema, são as que tem o máximo de eficacia;
Atuando como padrão jurídico fundamental que se impõe ao Estado, aos governantes e aos governados, as normas constitucionais condicionam todo o sistema jurídico.
A DECLARAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS
CONCEITO: Documento que afirma os Direitos fundamentais que nascem com o homem e que estão acima de qualquer governantes;
CONTEXTO HISTÓRICO: Na Antiguidade, revela-se uma preocupação com os Direitos Humanos. Nos documentos antigos, mesclavam-se preceitos jurídicos, morais e religiosos.
Durante a Idade Media também não se encontram certos comportamentos que visam a criação de um suposto documento com normas de Direito Natural.
Foi a Inglaterra, na ultima fase da Idade Media que teve a iniciativa de afirmação que podem ser consideradas precursoras das futuras Declarações de Direitos. O que ela consagrou, de fato, foram os direitos dos barões restringindo o poder absoluto do monarca (na época, Rei João Sem Terra).
O seculo XVIII foi considerado o século das Declarações. Os mesmos fatores que inspiraram a elaboração de Declarações fixando valores e preceitos  que deveriam ser acolhidos por todas as Constituições.
As Declarações não dependem de um processo legal, sua base está nos Direitos Naturais que nascem com o homem e é inseparável da natureza humana. 
A APROVAÇÃO DA  DECLARAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS:
Foi na América que surgiu a 1º Declaração De Direitos em 1774;
A ideia de uma nova Declaração de Direitos surgiu no final da II Guerra Mundial; A Industrialização, da Revolução Industrial, com as condições sub-humanas dos trabalhadores também foi estopim para a criação da nova Declaração dos Direitos Humanos;
Após a II Guerra Mundial, o problema dos direitos fundamentais foi posto em debate novamente. Vale lembrar que aqui, o mundo estava com uma "ressaca moral" por conta das mortes que aconteceram na época: Guerras, Invasões, Bombas, Holocausto, etc. Em 10 de dezembro de 1948 foi aprovada em Assembléia Geral a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Os artigos da Declaração dos Direitos Humanos PROCLAMAM suas normas, isso significa que, a sua existência independe de qualquer vontade ou formalidade. Nenhum individuo ou entidade,nem os governos, os Estados ou a própria Organização das Nações Unidas tem legitimidade para retirá-los de qualquer individuo.
SEPARAÇÃO DOS PODERES E FUNÇÕES DO ESTADO
A teoria de separação dos poderes que através da obra de MONTESQUIEU. Se inspirando em Aristóteles, John Locke e Maquiavel, Montesquieu incorporou ao constitucionalismo a divisão de poderes em Poder Executivo, Poder Legislativo, Poder Judiciário. 
A separação de poderes foi concebida para assegurar a liberdade dos indivíduos. 
A exigência da separação dos poderes aparece ainda mais com a enfase na Declaração dos Direitos Humanos, na França declarando em seu artigo XVI: "Toda sociedade na qual a garantia dos direitos não está assegurada, nem a separação dos poderes determinada, não tem Constituição."
O sistema de separação dos poderes,consagrado nas Constituições de quase todo, foi associado à ideia de Estado Democrático e deu orgiem a uma engenhosa construção doutrinária, conhecida como sistema de freios e contrapesos. 
TEORIA DE FREIOS E CONTRAPESOS
O sistema de freios e contrapesos serve para que um poder não se sobreponha ao outro. É divido em atos gerais e atos especiais.
ATOS GERAIS:  Só podem ser praticados pelo Poder LEGISLATIVO, constituem a emissão de regras não se sabendo, no momento que são emitidas, a quem elas irão atingir.
Dessa forma, o poder legislativo, que só pratica atos gerais, não atua concretamente na vida social, não tendo meios para cometer abusos de poder nem para beneficiar ou prejudicar a uma pessoa ou a um grupo em particular. 
Só depois de emitida a norma geral, é que se abre a possibilidade de atuação do Poder EXECUTIVO, por meio dos atos especiais.
ATOS ESPECIAIS: O EXECUTIVO dispõe de meios concretos para agir, mas está igualmente impossibilitado de atuar discricionariamente porque todos os seus atos estão limitados pelos atos gerais praticados pelo LEGISLATIVO.
E se houver exorbitância de qualquer dos poderes surge a ação fiscalizadora do poder JUDICIÁRIO, obrigando cada um a permanecer nos limites de sua respectiva esfera de competência. 
*As novas Constituições não se apegam a teoria dos freios e contrapesos, embora mantenham a aparência de separação de poderes. Isso vem acontecendo, visando aumentar a competência do poder executivo*
FORMAS DE GOVERNO
CONCEITO: Organização das instituições que atuam o poder soberano do Estado e as relações entre essas instituições fornecem a caracterização das formas de governo. 
A expressão “forma de governo” é mais precisa quando se trata de estudar os órgãos de governo, através de sua estrutura fundamental e da maneira como estão relacionadas. 
As formas de governo são extremamente variáveis, não havendo um só Estado que não apresente em seu governo uma peculiaridade exclusiva. 
A classificação mais antiga das formas de governo que conhecemos vem de Aristoteles, baseada no número de governantes. Distingue ele três espécies de governo:
REALEZA: Quando é só um indivíduo quem governa;
ARISTOCRACIA: Governo exercido por um grupo, relativamente reduzido em relação a todos;
DEMOCRACIA (REPÚBLICA): Governo exercido pela própria multidão no interesse geral;
Cada uma dessas formas de governo pode sofrer uma degeneração, quando quem governa deixa de se orientar pelo interesse geral e passa a e decidirsegundo suas conveniências particulares.
A realeza degenera em tirania;
A aristocracia degenera em oligarquia;
A democracia degenera em demagogia. 
Depois de Aristóteles, vem Maquiavel que vai aparecer com uma nova classificação. Em sua obra, “Discursos sobre a Primeira Década de Tito Lívio”, Maquiavel desenvolve a teoria de Ciclos de Governo. 
Sua teoria de Ciclo de Governos começa com um Estado Anárquico que teria caracterizado o início da vida humana em sociedade. Escolhiam um chefe de acordo com seus aspectos físicos mas logo perceberam que não era o suficiente para ser um bom líder. Essa monarquia seletiva logo se converteu em hereditária e depois os herdeiros começaram a degenerar surgindo a tirania. Para cobrir a tirania, os que tinham mais dinheiro organizaram-se e apoderaram-se do poder, instaurando a aristocracia. Depois, a aristocracia se tornou oligarquia, degenerou-se. O povo não suportando mais, resolveu governar por si mesmo, surgindo a democracia que também degenerou-se e tornou-se anarquia, voltando ao estágio inicial do ciclo e recomeçando sempre. A única maneira de quebrar o ciclo é a junção de todos os governos em um só. 
Mais tarde, Montesquieu em sua obra que tanto exerceu influencia apontaria três espécies de poder (legislativos, executivo e judiciário).
MONARQUIA
É a mais antiga forma de governo em vigor e é foi adotada há muitos séculos. 
Na monarquia, o chefe de Estado se mantém no poder até a sua morte ou a sua abdicação, sendo normalmente um regime hereditário.
O oficio real do governo, é sobretudo, o de reger e coordenar a administração da nação.
No final do século XVII, surgem as monarquias constitucionais: O rei continua governando, mas está sujeito as limitações jurídicas estabelecidas na constituição. 
As características fundamentais da monarquia:
Vitaliciedade: O governo não governa por um período limitado
Hereditariedade: A escolha do monarca se faz pela simples verificação da linha de sucessão. 
PARLAMENTARISMO
Sistema de governo democrático, onde o poder executivo baseia sua legitimidade democrática a partir do poder legislativo. Os ramos executivos e legislativos são interligados nessa forma de governo.
Em um sistema parlamentarista, o chefe de Estado é normalmente uma pessoa diferente do chefe de governo, em contraste ao sistema presidencial, onde o chefe de Estado também é o chefe de governo. 
O sistema parlamentarista distingue os papeis de chefe de Estado e chefe de governo, ao contrário do presidencialismo que concentra os dois papeis em uma pessoa. Os chefes de Estado desempenham papéis mais simbólicos, os chefes de governo trabalham efetivamente junto com o parlamento. 
PRESIDENCIALISMO
É um sistema de governo em que um chefe de governo também é o chefe de Estado e lidera o poder executivo, que é separado do poder legislativo e do poder judiciário. 
O legislador pode ter o direito, em casos extremos, de demitir o executivo, muitas vezes através de um processo de impeachment. 
O executivo pode vetar os atos legislativos e por sua vez, uma maioria de legisladores podem derrubar o veto. 
O presidente tem mandato fixo e as eleições são realizadas em períodos regulares e não podem ser desencadeadas por um voto de confiança ou por outros procedimento parlamentares. 
Um presidente pode geralmente direcionar membros do gabinete, militar ou qualquer funcionário ou emprego do executivo, mas não pode dirigir ou destituir juízes
O cargo de presidente não é exclusivo do sistema presidencialistas.