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FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE

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INTRODUÇÃO
De acordo com o textoDireito Agrário: função social da propriedade; sua evolução e história, formulado pela advogada Paula Baptista Oberto, a burguesia, após a Revolução Francesa, tinha o objetivo de igualar todos os homens. Então, a propriedade privada passou a ser considerada como base estrutural nessa “nova sociedade”, desta forma a terra passou a ser mercadoria, com o avanço do capitalismo, que então reduziu as propriedades comuns de pastagens para dar lugar aos cercamentos, ou seja, a terra deixou de ser provedora de alimentos para ser reprodutora de capital. Foi desta forma que o Estado Moderno passou a garantir a igualdade, a liberdade e a propriedade aos povos.
No Brasil, isso foi concretizado com a primeira Lei de Terras, que surgiu em 1850. As constituições de 1967 e1969 mantiveram os princípios da função social da propriedade, como princípio da ordem econômica e social.
	Na Constituição Federal 1988, conhecida como a Constituição Cidadã, que visa a dignidade da pessoa humana, em seu Capítulo III trata da Política Agrícola e Fundiária e da Reforma Agrária (art 184 a 191), que ao mesmo tempo que defende o direito individual da propriedade como fundamental, também demonstra o interesse do Estado na utilização e aproveitamento de terras aos anseios sociais.
FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE
Em consequência do Capitalismo, a terra se tornou um objeto de direito de propriedade privada independente de função ou uso. A função social não é exercida pela propriedade em si, mas sim pela terra e a intervenção humana, sendo essa função entendida como relativa ao bem e ao uso, e não ao Direito.
	A Constituição de 1988, traz o exercício do direito a propriedade aos interesses sociais, não abrangendo somente a terra, mas sim, qualquer tipo de propriedade. O não cumprimentoda função social gera a desapropriação pelo Poder Público Federal, conforme descreve a Carta Magna:
CAPÍTULO III
DA POLÍTICA AGRÍCOLA E FUNDIÁRIA E DA REFORMA AGRÁRIA
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, ecuja utilização será definida em lei.
§ 1º As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro.
§ 2º O decreto que declarar o imóvel como de interesse social, para fins de reforma agrária, autoriza a União a propor a ação de desapropriação.
§ 3º Cabe à lei complementar estabelecer procedimento contraditório especial, de rito sumário, para o processo judicial de desapropriação.
§ 4º O orçamento fixará anualmente o volume total de títulos da dívida agrária, assim como o montante de recursos para atender ao programa de reforma agrária no exercício.
§ 5º São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária.
Art. 185. São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária:
I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não possua outra;
II - a propriedade produtiva.
Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à propriedade produtiva e fixará normaspara o cumprimento dos requisitos relativos a sua função social.
Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
Art. 187. A política agrícola será planejada e executada na forma da lei, com a participação efetiva do setor de produção, envolvendo produtores e trabalhadores rurais, bem como dos setores de comercialização, de armazenamento e de transportes,levando em conta, especialmente:
I - os instrumentos creditícios e fiscais;
II - os preços compatíveis com os custos de produção e a garantia de comercialização;
III - o incentivo à pesquisa e à tecnologia;
IV - a assistência técnica e extensão rural;
V -o seguro agrícola;
VI - o cooperativismo;
VII - a eletrificação rural e irrigação;
VIII - a habitação para o trabalhador rural.
§ 1º Incluem-se no planejamento agrícola as atividades agroindustriais, agropecuárias, pesqueiras e florestais.
§ 2º Serão compatibilizadas as ações de política agrícola e de reforma agrária.
Art. 188. A destinação de terras públicas e devolutas será compatibilizada com a política agrícola e com o plano nacional de reforma agrária.
§ 1º A alienação ou a concessão, a qualquer título, de terras públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares a pessoa física ou jurídica, ainda que por interposta pessoa, dependerá de prévia aprovação do Congresso Nacional.
§ 2º Excetuam-se do disposto no parágrafo anterior as alienações ou as concessões de terras públicas para fins de reforma agrária.
Art. 189. Os beneficiários da distribuição de imóveis rurais pela reforma agrária receberão títulos de domínio ou de concessão de uso, inegociáveis pelo prazo de dez anos.
Parágrafo único. O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil, nos termos e condições previstos em lei.
Art. 190. A lei regulará e limitará a aquisição ou o arrendamento de propriedade rural por pessoa física ou jurídica estrangeira e estabelecerá os casos que dependerão de autorização do Congresso Nacional.
Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
É válidoressaltar também o Estatuto da Terra, Lei 4.504 de 30 de novembro de 1964, que regula os direitos e obrigações pertinentes aos bens imóveis rurais, para execução da Reforma Agrária e promoção da Política Agrícola.
A Função Social da Propriedade esta diretamente ligada com a capacidade produtiva da propriedade, ou seja, trata-se do poder de dar à propriedade um destino determinado e objetivo.
De acordo com o livro Direito Constitucional Esquematizado, formulado pelo jurista Pedro Lenza, o direito de propriedade é um direito fundamental, porém, deverá atender a função social, e isso é aplicado tanto na política urbana, como na área rural. Segundo Pedro Lenza, isso é consequência da livre-iniciativa, e também da livre concorrência. Porém, esses direitos são limitados pela justiça social e pela dignidade. Sendo assim, o Estado deverá reprimir os abusos, e fazer com que as regras sejam seguidas. São elas: Defesa do consumidor, a qual considera que os consumidores são partes frágeis da relação de consumo. Outra regra é a defesa do meio ambiente, a qual determina que a propriedade deverá seguir os ditames do desenvolvimento sustentável, e beneficiar com isenções as empresas que trabalham com produtos recicláveis, o que produzam baixo impacto ambiental. Outra regra que é imposta, é a regra da redução das desigualdades regionais e sociais, que é implementado pela lei que institui o plano plurianual. Outra regra que limita, é a busca do pleno emprego, a qual, visa a valorização do trabalho. E por fim, a regra do tratamento favorecido para empresas de pequeno porte, para limitar a livre concorrência, e trazer igualdade para que as microempresas, e empresas de pequeno porte também possam concorrer no mercado.
	De acordo com o artigo Função Social: Perda da Propriedade Imóvel Urbana, publicado pelo advogadoGezer Stroppa Moreira, as sanções possíveis são: exigir o parcelamento, edificação ou utilização de compulsórios. Se não for cumprido, aplicar o IPTU progressivo. E se não for o suficiente, é possível desapropriar o imóvel.
	EMENTA Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. IPTU. Progressividade. Inconstitucionalidade. Súmula 668/STF. Alíquota mínima. Destinação do imóvel. 1. A jurisprudência da Corte é pacífica no sentido de ser inconstitucional lei municipalque tenha estabelecido, antes da Emenda Constitucional nº 29/2000, alíquotas progressivas, salvo se destinadas a assegurar o cumprimento dafunção social da propriedadeurbana (Súmula nº 668/STF). 2. A declaração de inconstitucionalidade da exigência de alíquotas progressivas do IPTU não impede o prosseguimento da cobrança do imposto pela alíquota mínima fixada em lei, observada a destinação do imóvel (residencial, não residencial, não edificado). 3. Agravo regimental a que se nega provimento.
(ARE 951457AgR, Relator(a):  Min. DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, julgado em 28/10/2016, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-244 DIVULG 17-11-2016 PUBLIC 18-11-2016)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
OBERTO, Paula Baptista.Função Social da Propriedade; Sua Evolução e História. 2012. Disponível em: http://www.egov.ufsc.br/portal/conteudo/fun%C3%A7%C3%A3o-social-da-propriedade-sua-evolu%C3%A7%C3%A3o-e-hist%C3%B3ria. Acesso em: 02 nov. 2016
MOREIRA, Gezer Stroppa. Função Social: Perda da Propriedade Imóvel Urbana. 2012. Disponível em: http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=8493. Acesso em: 02 nov. 2016
LENZA, Pedro.Direito Constitucional Esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2015.
MARÉS, Carlos Frederico. A função social da terra. Porto Alegre: SAFabris, 2003.http://www.itcg.pr.gov.br/arquivos/File/LIVRO_REFORMA_AGRARIA_E_MEIO_AMBIENTE/PARTE_3_1_CARLOS_MARES.pdfAcesso em: 15 de Nov. 2016
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm
Acesso em: 18 de Nov. 2016.

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