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Aula 16
Direito Constitucional p/ Polícia Federal
(Delegado) Com videoaulas - 2020.2 -
Pré-Edital
Autor:
Nelma Fontana
Aula 16
22 de Outubro de 2020
 
Sumário 
Considerações Iniciais ........................................................................................................................................ 2 
Da Ordem Econômica e Financeira .................................................................................................................... 4 
1 – Princípios Gerais Da Atividade Econômica ............................................................................................... 5 
2 – Exploração de atividade econômica pelo Estado ................................................................................... 10 
3 – Prestação de serviço público .................................................................................................................. 14 
4 – Jazidas, recursos minerais e potenciais de energia hidráulica ............................................................... 15 
5 – Monopólio da União ............................................................................................................................... 17 
Da Política Urbana ............................................................................................................................................ 18 
Da Política Agrícola e Fundiária e da Reforma Agrária .................................................................................... 22 
Da Sistema Financeiro Nacional ....................................................................................................................... 25 
Resumo ............................................................................................................................................................. 26 
Destaques da Legislação .................................................................................................................................. 28 
Questões Comentadas ..................................................................................................................................... 34 
Lista de Questões ............................................................................................................................................. 62 
Gabarito............................................................................................................................................................ 73 
 
 
Nelma Fontana
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DA ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Ordem econômica é um conjunto de normas jurídicas que regulam o comportamento dos agentes 
econômicos e a relação destes com a sociedade. 
A ordem econômica (mundo do dever ser – normas jurídicas) é o que vai definir o campo econômico-social 
e a possibilidade de intervenção estatal nas relações sociais. Essas normas jurídicas retratam as concepções 
políticas dominantes no momento de sua criação e norteiam a organização socioeconômica do Estado. 
No Brasil, a ordem econômica tem base no Estado Democrático de Direito, mas ainda preserva alguns 
pressupostos do Estado Liberal e do Estado Social, motivo pelo qual faremos um breve panorama histórico 
de surgimento do modelo adotado pela Constituição Federal. Vejamos. 
Do século XVIII a meados do século XX prevaleceu a ideia de Estado abstencionista (Liberal) em matéria 
econômica firmado no mercado como principal instituição político-econômica e na internacionalização da 
economia e do comércio. 
No Liberalismo econômico, a principal característica é a solidificação do mercado natural, autorregulado, 
sem a intervenção estatal, embora alguns Estados tivessem primado por um modelo de liberalismo jurídico, 
que buscava preservar direitos individuais e limitar abusos estatais. 
A ordem instaurada pelo Estado Liberal buscava proteger a livre empresa e a inciativa privada. Nesse 
período, surgiram os institutos denominados negócios jurídicos e contratos (inclusive de trabalho), 
embasados na igualdade formal e na plena liberdade. 
No Estado Liberal, a liberdade individual precede ao próprio Estado, motivo pelo qual não pode por este ser 
limitada. Vale o Estado de Direito, o Estado regulado por leis e estas devem garantir aos indivíduos a proteção 
contra qualquer investida estatal. Deve prevalecer a liberdade, sob diferentes aspectos: contratual, de 
propriedade, de comércio e de indústria. 
Nesse período, as Constituições apenas buscavam dar amparo jurídico-político à burguesia, motivo pelo qual 
os conflitos sociais foram inevitáveis, notadamente, porque os camponeses e o proletariado viviam em 
condição de absoluta miséria, embora representassem a maioria. 
A Primeira Guerra Mundial abalou fortemente as concepções liberais, momento em que surgiram as bases 
de um Estado de Bem-Estar (Estado Social), que provocaram mudanças na ordem jurídico-econômica. 
A propriedade individual dos meios de produção deu lugar às sociedades por ações. A liberdade contratual 
foi limitada, especialmente no que tange ao contrato de trabalho. O Estado passou a intervir na ordem 
social e econômica, notadamente para amparar os mais pobres. 
Nelma Fontana
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É de se notar que a nomenclatura “Estado Social” não se dá por um acaso, uma vez que seu objetivo foi o de 
fazer a mudança do individualismo clássico liberal para a realização de objetivos de justiça social, por meio 
da implementação de direitos sociais inspirados numa igualdade material. 
A Segunda Guerra Mundial foi o marco de surgimento do Estado Democrático de Direito, que representa 
uma evolução do Estado Social, embora parte da doutrina pátria não faça nenhuma distinção entre Estado 
de Direito e Estado Democrático de Direito (é o caso de Cretella Júnior, por exemplo – página 135). 
Discordamos. O Estado de Direito Liberal não teve qualquer preocupação com as desigualdades sociais, que 
é o cerne do Estado Democrático de Direito. O Estado de Direito é o que se submete ao império das leis e 
busca preservar as conquistas liberais, mormente aquelas voltadas à liberdade. Ora, a democracia não é 
parte indispensável ao desenvolvimento do capitalismo, como bem demonstrou o período ditatorial pelo 
qual passou nosso Brasil entre 1964 e 1985. 
O Estado Democrático de Direito soma alguns dos pressupostos do Estado Liberal e do Estado Social. Há a 
garantia da liberdade, da livre inciativa, da propriedade, mas há também uma preocupação social que obriga 
o Estado a desenvolver políticas que proporcionem a vida digna, conforme os ditames da justiça social. 
Canotilho (2001) ensina que a expressão “Estado Democrático de Direito” inova ao pautar a atuação do 
Estado na Constituição e nas estratégias nela contidas de justiça política, para transformação do status quo. 
A Constituição, nessa linha, impulsiona a mudança social, a erradicação da pobreza. Daí falar-se em 
Constituição Dirigente, uma vez que a Lei Maior assume o papel de orientar a mudança social. 
Perceba que estamos tratando de uma evolução histórica: 
 
 
A evolução para o paradigma do Estado Democrático de Direito revela a superação dos modelos do Estado 
Liberal e do Estado Social, embora tenha mantido algumas de suas características. Com efeito, o Estado 
Democrático de Direito não permite que o Direito seja justificado a partir da autonomia privada (Estado 
de Direito ou Liberal), nem a partir de uma autonomia pública ao nível do Estado (Estado Social). 
O Estado Liberal representou o término do Estado absolutista (pautado no abuso de poder do soberano), 
mas primou por uma busca da liberdade individual burguesa, o que provocou graves desigualdades 
socioeconômicas e culturais. 
O EstadoSocial superou o Estado Liberal e buscou a liberdade e a igualdade de todos os homens, a partir do 
estabelecimento de direitos sociais e de liberdades positivas, mas causou uma hipertrofia do que é público 
e uma atrofia do privado. Esse paradigma social entrou em crise e não conseguiu atender a todas as 
demandas sociais, o que levou ao endividamento público e a crises democráticas. 
Estado Soberano Estado Liberal Estado Social
Estado 
Democrático de 
Direito
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O Estado Democrático de Direito trouxe a ideia de que o público e o privado são esferas complementares 
e fundamentais para a conformação e o aperfeiçoamento do regime democrático. 
O Estado Democrático de Direito pressupõe: 1) a separação de Poderes; 2) o protagonismo da cidadania no 
que tange ao processo de tomada de decisões; 3) a proteção aos direitos difusos, notadamente, o meio 
ambiente e os direitos do consumidor; 4) a garantia de direitos individuais e direitos coletivos; 5) a 
universalização de direitos fundamentais. 
Com efeito, é irrefutável que o Estado não pode se manter totalmente inerte quanto às questões 
econômicas, uma vez que as forças econômicas se livres de quaisquer limitações ou regramentos provocarão 
a extinção da livre iniciativa e da livre concorrência, fato que concentrará a riqueza e a produção nas mãos 
de um grupo diminuto de pessoas e, consequentemente, causará gravíssimos problemas sociais. 
A riqueza produzida no Estado deve ser meio de prover a vida digna a todos, de modo que é papel do Estado, 
nos limites definidos pela Constituição, intervir no setor econômico, a fim de que se obtenha uma 
sociedade pautada na justiça social. 
Duas são as formas de intervenção do Estado na economia: intervenção direta e intervenção indireta. 
A intervenção direta é a que se dá quando o Estado exerce o papel de agente econômico na produção de 
bens ou de serviços de conteúdo econômico. Essa forma de atuação pode ocorrer em regime de monopólio 
ou em concorrência com o setor privado. 
A intervenção indireta do Estado na economia objetiva garantir a livre concorrência e combater práticas 
contrárias ao interesse público, ao meio ambiente, e à própria economia, como por exemplo, a formação de 
cartéis. Essa atuação do Estado pode ocorrer por meio da fiscalização, pelo exercício do poder de polícia da 
Administração, ou por meio do direcionamento dos agentes econômicos a partir de estímulos públicos de 
determinadas atividades ou de desestímulo de outras (indução). 
No Brasil, a ordem econômica foi constitucionalizada e organizada aos moldes dos preceitos do Estado 
Democrático de Direito. Estão prescritos a livre iniciativa, o pleno emprego e a propriedade privada, mas a 
finalidade da ordem econômica é assegurar a existência digna, conforme os ditames da justiça social. 
A primeira Constituição brasileira a separar a ordem econômica da ordem social foi a de 1988. A 
Constituição de 1934 foi a primeira a tratar do assunto (ordem econômica), mas o tema foi explorado junto 
com a ordem social. As demais Constituições que surgiram na sequência reproduziram o modelo de 1934. 
 
DA ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA 
A Constituição Federal reservou o seu Título VII para dispor sobre a ordem econômica e financeira. Os artigos 
de 170 a 192 da Lei Maior retratam o tema em quatro capítulos: 
✓ Capítulo I: Princípios Gerais da Atividade Econômica; 
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✓ Capítulo II: Da Política urbana; 
✓ Capítulo III: Da Política Agrícola e Fundiária e da Reforma Agrária; 
✓ Capítulo IV: Do Sistema Financeiro Nacional. 
A atividade econômica contempla prestação de serviço público e atividades privadas comerciais, industriais 
e de prestação de serviço. 
 
1 – PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA 
A ordem econômica é fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa. Sua finalidade é a 
de assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social (artigo 170 da CF/88). 
O binômio trabalho humano e livre iniciativa como fundamentos da ordem econômica tem o propósito de 
garantir o equilíbrio entre os meios de produção e existência digna; a produção de riqueza e a dignidade da 
pessoa humana. 
Note que não há cisão entre trabalho e capital; antes, há integração. Perceba que o texto constitucional não 
faz a separação entre empregador e trabalhador; classe dominante e classe dominada. Há uma garantia aos 
meios de produção por meio da apropriação privada e da liberdade de empresa, mas, paralelamente, há a 
imposição de que o fruto do empreendimento seja a justiça social. 
O trabalho humano deve ser valorizado. O empreendedorismo só será legítimo se alçar o trabalho humano 
ao primeiro patamar. Nesse sentido, o texto constitucional aponta os valores sociais do trabalho e da livre 
inciativa como fundamentos da República Federativa do Brasil (artigo 1º, IV); a erradicação da pobreza e da 
marginalização como objetivos (artigo 3º, III); a igualdade material como direito individual (artigo 5º, caput). 
Acrescente-se ainda que o a Lei Maior constitucionalizou uma série de direitos trabalhistas (artigo 7º), com 
a finalidade de proteger o trabalhador e de garantir-lhe meios dignos de sobrevivência. Assim, a ordem 
econômica deve ser estudada, construída e materializada a partir da harmonização entre trabalho humano 
e capital. 
Com efeito, o exercício de atividades econômicas e profissionais por particulares deve ser protegido da 
coerção arbitrária por parte do Estado. Nesse sentido, o Supremo Tribunal Federal, no RE 1.054.110, decidiu 
que a proibição ou restrição da atividade de transporte privado individual por motorista cadastrado em 
aplicativo é inconstitucional, por violação aos princípios da livre iniciativa e da livre concorrência. 
A Constituição Federal expressamente assegura a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, 
independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei (artigo 170, § 
único). 
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A ordem econômica, além de ser fundamentada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, para 
assegurar a todos a existência digna, conforme os ditames da justiça social, é estruturada em nove princípios 
elencados no artigo 170 da Constituição Federal. São eles: 
1. soberania nacional 
A soberania nacional tem dupla acepção: 1) é fundamento da República Federativa do Brasil (artigo 1º, I, da 
CF/88) e 2) é também princípio da ordem econômica. 
Como princípio da ordem econômica, indica que a República Federativa do Brasil tem autodeterminação 
para definir as suas políticas econômicas, sem sofrer interferências externas. 
Nesse sentido, o artigo 172 da Constituição dispõe que a lei disciplinará, com base no interesse nacional, os 
investimentos de capital estrangeiro, incentivará os reinvestimentos e regulará a remessa de lucros. 
2. propriedade privada. 
3. função social da propriedade. 
O Estado brasileiro é capitalista, de forma que o sistema econômico é baseado na legitimidade dos bens 
privados. 
A propriedade, além de princípio da ordem econômica, é um dos direitos fundamentais individuais contidos 
no artigo 5º da Constituição Federal. Típico direito negativo de primeira dimensão, impõe ao Estado dever 
de inércia, o dever não agir em detrimento da proteção constitucional da propriedade privada. Daí a 
necessidade de fixar, por meio de norma declaratória, que é garantido o direito de propriedade (5º, XXII) e 
vedar, em regra, a desapropriação e o confisco. 
Por outro lado, como os direitos fundamentais não sãoabsolutos, o próprio texto constitucional impôs ao 
direito de propriedade uma limitação ao estabelecer que "a propriedade atenderá a sua função social" (XXIII) 
e ao fixar a função social também como princípio da ordem econômica. 
Ordem 
Econômica
Fundamentos
Valorização do trabalho 
humano
livre iniciativa
Finalidade
assegurar a todos a existência
digna, conforme os ditames
da justiça social.
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4. livre concorrência 
Pelo princípio da livre concorrência, o legislador quis assegurar a todos a liberdade para empreender e 
garantir os meios dignos de sobrevivência por meio do trabalho. 
O monopólio, a dominação de mercado pelo abuso do poder econômico, a fixação de preços exorbitantes e 
a concentração de renda são inconstitucionais, pois afetam a existência digna, provocam o empobrecimento, 
aumentam as desigualdades sociais e prejudica a economia. 
É papel do Estado atuar em defesa da livre concorrência, seja por meio da imposição de medidas 
sancionatórias ou por ações preventivas, a partir da regulação e da fiscalização da atividade de empresa. 
Nessa toada, o artigo 173 da Constituição Federal dispõe que a lei reprimirá o abuso do poder econômico 
que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros (§ 4º). 
Cabe, ainda, ao Estado, por meio de lei, estabelecer a responsabilidade da pessoa jurídica que praticar atos 
contra a ordem econômica e financeira e contra a economia popular (artigo 173, §5º, da CF/88). 
O Supremo Tribunal Federal, na Súmula Vinculante 49, para reprimir o desrespeito à livre concorrência, fixou 
que a lei proibidora da instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área 
é inconstitucional. 
Prática comum no Brasil é a aglomeração de comércios de mesma natureza numa mesma área. Por exemplo, 
em Brasília, há a rua das elétricas, a rua das farmácias, a rua da informática. Para o consumidor, existe 
vantagem nesse tipo de prática, porque além de facilitar a compra, ainda permite a busca por melhores 
preços, em razão da concorrência. 
Ocorre que alguns Municípios, por lei, começaram a exigir, para instalação de novo comércio, um 
distanciamento mínimo daquele já existente. Essa limitação geográfica induz à concentração capitalista, em 
detrimento do consumidor, e implica cerceamento do exercício do princípio constitucional da livre 
concorrência, que é uma manifestação da liberdade de iniciativa econômica privada. 
Como muitos foram os casos, o Supremo Tribunal Federal editou a Súmula Vinculante 49, com a seguinte 
redação: 
"Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de estabelecimentos 
comerciais do mesmo ramo em determinada área." 
Por outro lado, convém esclarecer que, como exceção à aplicação da Súmula Vinculante 49, por motivo de 
segurança e de proteção à saúde e ao meio ambiente, será possível exigir uma distância mínima entre um 
estabelecimento comercial e outro, como ocorre com postos de combustível, por exemplo. 
5.defesa do consumidor 
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O princípio de defesa do consumidor é decorrente da finalidade da ordem econômica, qual seja, a de 
assegurar a todos uma vida digna. É também um direito fundamental expresso no artigo 5º, XXXII, da 
Constituição Federal. 
Há uma relação de desigualdade entre o fornecedor e o consumidor, que faz deste dependente e 
hipossuficiente, em razão do desequilíbrio econômico. 
Para corrigir essa diferença, a Constituição Federal, ao fixar a defesa do consumidor como princípio da ordem 
econômica, materializa a igualdade material por meio da desigualdade jurídica. Dito de outra forma, a 
legislação consumerista assegura um tratamento jurídico desigual em relação ao fornecedor, mas essa 
diferença objetiva assegurar a igualdade material e a dignidade da pessoa humana. 
6. defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental 
dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação 
O exercício de atividade econômica não tem o propósito apenas de produzir riqueza. A atividade econômica 
é livre, mas não é absoluta, de modo que o exercício da atividade de empresa, do empreendedorismo, da 
livre iniciativa, encontram limitações no direito do consumidor, como dito acima , e no respeito ao equilíbrio 
ambiental. 
O meio ambiente equilibrado é um direito fundamental social que impõe ao Poder Público e à coletividade 
o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações (artigo 225 da CF/88). 
A atividade econômica não pode ser exercida em desarmonia com os princípios destinados a tornar efetiva 
a proteção ao meio ambiente. A incolumidade do meio ambiente não pode ser comprometida por interesses 
empresariais nem ficar dependente de motivações de índole meramente econômica. 
Com efeito, o STF, na ADPF 101, declarou a constitucionalidade de atos normativos proibitivos da importação 
de pneus usados, tendo sido evidenciado que a importação de pneus usados ou remoldados afronta os 
preceitos constitucionais de saúde e do meio ambiente ecologicamente equilibrado. 
7. redução das desigualdades regionais e sociais 
8. busca do pleno emprego 
A redução das desigualdades sociais e regionais, além de princípio da ordem econômica, é também um dos 
objetivos da República Federativa do Brasil (artigo 3º, III, da CF/88). 
A busca do pleno emprego é decorrente da dignidade da pessoa humana e da cidadania, fundamentos da 
República Federativa do Brasil (artigo 1º, incisos II e III, da CF/88). 
É dever do Estado estimular o exercício da atividade produtiva e desenvolver obras e programas de ação 
que oportunizem a redução das desigualdades. Por outro lado, é também dever do Poder Público fiscalizar 
o setor privado quanto ao cumprimento da legislação trabalhista. 
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Perceba que a garantia do pleno emprego requer ora atuação negativa, por meio da garantia da livre 
iniciativa, ora atuação positiva do Estado, por meio de desenvolvimento de políticas públicas e da atuação 
fiscalizadora. 
9. tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que 
tenham sua sede e administração no País 
É vedada ao Estado a criação de distinções de tratamento para determinados setores, empresas ou grupo 
econômicos. Entretanto, a Constituição Federal estabelece como princípio da ordem econômica o 
tratamento favorecido para empresas nacionais de pequeno porte. Esse benefício objetiva assegurar o pleno 
emprego, reduzir a desigualdades sociais, fomentar a economia e incentivar o empreendedorismo. 
Nessa linha, o artigo 179 da Lei Maior prescreve que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico 
diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, 
previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei. 
 
(2019/VUNESP/Prefeitura de Francisco Morato – SP/Procurador) A soberania nacional, a propriedade 
privada, a livre concorrência, a defesa do consumidor, a redução das desigualdades regionais e sociais, 
assim como o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de 
órgãos públicos, são alguns dos princípios 
A) da ordem social. 
B) da política urbana. 
C) do sistema financeiro nacional. 
D) da ordem econômica. 
E) da seguridade social. 
Gabarito: D 
Comentários:Nos termos do artigo 170 da Constituição Federal, são princípios da ordem econômica: I - 
soberania nacional; II - propriedade privada; III - função social da propriedade; IV - livre concorrência; V - 
defesa do consumidor; VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme 
o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; VII - redução 
das desigualdades regionais e sociais; VIII - busca do pleno emprego; IX - tratamento favorecido para as 
empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no 
País. Assim, a letra D está correta. 
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(2019/FUNDEP (Gestão de Concursos)/MPE-MG/Promotor de Justiça Substituto) Assinale a assertiva 
verdadeira. 
A) A lei municipal que regulamenta o horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais padece de 
inconstitucionalidade formal derivada da imprópria ingerência da Administração Pública em atividade 
privada. 
B) Ofende o direito á livre concorrência a lei municipal que possibilita à Administração Pública impedir a 
instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área. 
C) Os estabelecimentos comercias, por força da diretriz da livre iniciativa, não podem sofrer restrições de 
direitos pela Administração Pública municipal, excetuando-se nas matérias tributárias e na temática de 
vigilância sanitária. 
D) O horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais e as restrições ao seu funcionamento não 
representam assunto de interesse local e, portanto, podem sofrer interferências pelo Prefeito apenas nas 
situações estritas autorizadas pela legislação estadual, conforme o direito à livre iniciativa. 
Gabarito: B 
Comentários: 
Compete aos Municípios, por se tratar de assunto de interesse local (artigo 30, I, da CF/88) dispor sobre 
horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais. Nesse sentido, há a Súmula Vinculante 38: " É 
competente o Município para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento comercial". Assim, as 
assertivas A e D estão incorretas. 
A Súmula Vinculante 49 dispõe que "ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a 
instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área." Assim, a letra B é correta 
e a letra C é errada. 
 
2 – EXPLORAÇÃO DE ATIVIDADE ECONÔMICA PELO ESTADO 
A atividade econômica stricto sensu cabe ao setor privado, em regra. A exploração direta de atividade 
econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a 
relevante interesse coletivo, nos termos da lei. Entretanto, há hipótese em que o Estado explora 
diretamente, em regime de monopólio, atividade econômica, mas isso é exceção, como se verá. 
Para que o Estado esteja na condição de agente empresarial, isto é, esteja explorando, diretamente, 
atividade econômica em concorrência com a iniciativa privada, dois tópicos deverão ser observados: 
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1) subsidiariedade: o Estado atuará diretamente, em regra, se o setor privado não tiver capacidade para 
atuar suficientemente ou não tiver interesse; 
2) requisitos: imperativo de segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, nos termos da lei. 
Há situações em que o Estado atua diretamente: monopólio da União e prestação de serviços públicos, mas 
trataremos desses assuntos em tópicos separados. 
A exploração de atividade econômica pelo Estado será exercida por meio de empresa pública, de sociedade 
de economia mista e de suas subsidiárias (Lei 13.303/2016, artigo 2º). Essas entidades da Administração 
Indireta têm personalidade jurídica de direito privado e são as únicas entidades do setor público que podem 
ter a organização de "empresa"(produção e circulação de bens e prestação de serviço). 
Cabe à lei estabelecer o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas 
subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de 
serviços (§ 1º do artigo 173 da CF/88), dispondo sobre a sua função social e formas de fiscalização pelo Estado 
e pela sociedade. 
A empresa pública, a sociedade de economia mista e suas subsidiárias que explorem atividade econômica 
estarão sujeitas ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e 
obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários. 
As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não 
extensivos às do setor privado (173, § 2º) 
A empresa pública, a sociedade de economia mista e suas subsidiárias que explorem atividade econômica, 
nos termos da lei, estão submetidas a regime próprio de licitação e contratação, diferente daquele fixado 
pela Lei 8.666/1993. A Lei de Responsabilidade das Estatais (Lei 13.303/2016) é o estatuto jurídico das 
empresas públicas e das sociedades de economia mista. 
Nos termos do § 3º do artigo 173 da Constituição Federal, a lei regulamentará as relações da empresa pública 
com o Estado e a sociedade. Entretanto, a própria Constituição fez algumas especificações, dentre as quais 
destacaremos três. É importante salientar que há diferenças entre pessoas jurídicas de direito privado 
prestadoras de serviços públicos e pessoas jurídicas de direito privado exploradas de atividade econômica. 
Vejamos: 
 Pessoa jurídica de direito privado 
prestadora de serviço público 
Pessoa jurídica de direito privado 
exploradoras de atividade 
econômica 
Responsabilidade civil (artigo 37, 
§ 6º, da CF/88) 
Responsabilidade civil objetiva 
pelos danos que seus agentes 
causarem a terceiros. 
Não se aplica a teoria do risco 
administrativo. 
Precatórios (artigo 100 da CF/88) Se submetem ao regime de 
precatórios e os seus bens são 
impenhoráveis. 
Não se submetem ao regime de 
precatórios e os seus bens são 
penhoráveis. 
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Imunidade recíproca (artigo 150, 
VI, "a", da CF/88). 
Patrimônio, renda e serviços são 
imunes a impostos. 
Não gozam de imunidade. 
Conquanto a atividade econômica, em regra, caiba ao setor privado, cabe ao Estado, como agente 
normativo e regulador da atividade econômica, exercer, na forma da lei, as funções de fiscalização, 
incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado 
(artigo 174 da CF/88). 
O Estado favorecerá a organização da atividade garimpeira em cooperativas, levando em conta a proteção 
do meio ambiente e a promoção econômico-social dos garimpeiros. Essas cooperativas terão prioridade na 
autorização ou concessão para pesquisa e lavra dos recursos e jazidas de minerais garimpáveis (artigo 174, 
§§ 3º e 4º, da CF/88). 
 
(2019/FCC/TJ-AL/Juiz Substituto) Suponha que determinado Município tenha editado uma lei obrigando 
estabelecimentos comerciais a oferecerem produtos orgânicos a preços mais baixos que os convencionais. 
A exposição de motivos que acompanhou o projeto de lei asseverou que a proposição objetivava reduzir 
os gastos do sistema público de saúde e proteger o meio ambiente, desestimulando o uso de agrotóxicos. 
A constitucionalidade da referida lei foi contestada perante o Tribunal de Justiça, sob alegação de ofensa 
ao princípio da livre iniciativa, que, por simetria, deve estar também insculpido na Constituição do Estado. 
Para avaliação da plausibilidade da tese aventada, especificamente no que concerne à violação ao 
princípio da livre iniciativa, deve-se levar em conta que 
A) a intervenção doEstado no domínio econômico sob o viés regulatório é, em regra, vedada, somente sendo 
admitida para disciplinar atividades caracterizadas como serviço público em sentido material. 
B) tal princípio não é absoluto e deve ser informado por outros objetivos, como a proteção ao consumidor e 
ao meio ambiente, podendo a atividade econômica ser regulada por lei, a qual, contudo, não pode impor 
obrigações desproporcionais. 
C) tal princípio só pode ser afastado em hipóteses bastante estritas, envolvendo os imperativos de segurança 
nacional ou relevante interesse coletivo, não admitindo outras ponderações ou mitigações. 
D) o que a ordem constitucional assegura não é propriamente a livre iniciativa, mas sim a função social da 
propriedade, incluindo os meios de produção e todas as etapas da cadeia econômica, visando o bem comum. 
E) tal princípio não se aplica na situação narrada, sendo o princípio supostamente violado o da livre 
concorrência e este não admite qualquer mitigação ou ponderação com outros princípios ou objetivos. 
Gabarito: B 
Comentários: 
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A) Errada. "Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, 
as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e 
indicativo para o setor privado” (artigo 174 da CF/88). 
B) Certa. Ao passo que a livre iniciativa é fundamento da ordem econômica, a defesa do consumidor e a 
defesa do meio ambiente são princípios da ordem econômica (artigo 173 da CF/88), de modo que a 
interpretação dos dispositivos deve ser harmônica. Por outro lado, a lei que regula a atividade econômica 
não pode impor obrigações desproporcionais. 
C) Errada. Conforme posicionamento do STF, a “livre iniciativa não é sinônimo de liberdade econômica 
absoluta (...). O que ocorre é que o princípio da livre iniciativa, inserido no caput do art. 170 da CF, nada mais 
é do que uma cláusula geral cujo conteúdo é preenchido pelos incisos do mesmo artigo. Esses princípios 
claramente definem a liberdade de iniciativa não como uma liberdade anárquica, porém social, e que pode, 
consequentemente, ser limitada.” [AC 1.657 MC] 
D) Errada. A Constituição Federal assegura no artigo 170, caput, que a ordem econômica será fundada na 
valorização do trabalho e na livre iniciativa, observados diversos princípios, entre eles, a função social da 
propriedade. 
E) Errada. Como já exposto, não há direito/princípio absoluto, de modo que é possível fazer a ponderação 
dos bens jurídicos envolvidos e indicar aquele que deve ter primazia. 
 
 
(2019/VUNESP/Câmara de Mauá/Procurador Legislativo) Acerca da ordem Econômica na Constituição 
Federal de 1988, assinale a alternativa correta. 
A) O Estado atuará como agente normativo e regulador da atividade econômica, exercendo as funções de 
fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este último determinante para os setores privado e público. 
B) É permitida a exploração de atividade econômica pelo Estado somente quando voltada para atividades 
lucrativas. 
C) Empresas públicas e sociedades de economia mista que explorem atividade econômica não estão sujeitas 
à obrigatoriedade de licitação, ante a necessidade de competitividade com as empresas privadas. 
D) Empresas públicas e sociedades de economia mista que explorem atividade econômica estão sujeitas ao 
regime jurídico próprio das empresas privadas. 
E) Empresas públicas e sociedades de economia mista poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às 
do setor privado. 
Gabarito: D 
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Comentários: 
A) Errado. Nos termos do artigo 174 da Constituição Federal, Como agente normativo e regulador da 
atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e 
planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado 
B) Errado. Consoante disposto no artigo 173 da CF/88, ressalvados os casos previstos na Constituição, a 
exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos 
da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. 
C) Errado. O artigo 173, § 1º, III, da CF/88, dispõe que a lei disporá sobre licitação e contratação de obras, 
serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública. A Lei 13.303/2016 dispõe 
sobre o regime de contratação e de licitação de empresas públicas e sociedades de economia mista. 
D) Certo. Empresas públicas e sociedades de economia mista que explorem atividade econômica estão 
sujeitas ao regime jurídico próprio das empresas privadas (artigo 173, § 1º, III). 
E) Errado. Empresas públicas e sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não 
extensivos às do setor privado (artigo 173, § 2º, da CF/88). 
 
3 – PRESTAÇÃO DE SERVIÇO PÚBLICO 
A Constituição Federal não conceituou serviço público e, na doutrina, há divergência a respeito do tema. 
Celso Antônio Bandeira de Mello (2010, p. 671.) apresentou um conceito que entendemos ser o mais 
completo: 
 "Serviço público é toda atividade de oferecimento de utilidade ou comodidade material 
destinada à satisfação da coletividade em geral, mas fruível singularmente pelos 
administrados, que o Estado assume como pertinente a seus deveres e presta por si mesmo 
ou por quem lhe faça as vezes, sob um regime de Direito público – portanto, consagrador 
de prerrogativas de supremacia e de restrições especiais –, instituído em favor dos 
interesses definidos como públicos no sistema normativo.” 
Serviço público pode ser entendido como toda prestação concreta, a ser desempenhada sob regime de 
direito público, que represente uma utilidade material à coletividade. 
Nos termos do artigo 175 da Constituição Federal, cabe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou 
sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. 
Há, entretanto, atividades que devem ser prestadas pelo Estado como serviços públicos em sentido estrito 
e que, de modo complementar, serão franqueadas ao setor privado por direito próprio, sem que ocorra a 
delegação. São exemplos a saúde e a educação. Cabe ao Estado prestar gratuitamente, sob regime de direito 
público, serviços públicos de saúde e de educação. Por outro lado, o setor privado também poderá exercer 
as mesmas atividades, sob regime de direito privado, apenas sob controle da Administração, inerente ao 
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poder de polícia. Perceba: escolas e hospitais particulares não são delegatários de serviço público, são 
apenas prestadores de serviço público. 
Agora, a situação descrita no artigo 175 da Lei Maior é outra. Os serviços públicos descritos na norma 
deverão ser prestados exclusivamente pelo Estado, diretamente (Administração Pública), ou indiretamente, 
por meio de concessão ou permissão. 
Cabe à lei estabelecer normas gerais a respeito dos serviços públicos. Essa lei é da competência da União e 
possui caráter nacional, isto é, deve ser aplicada à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios. 
Nos termos do parágrafo único do artigo 175 da Constituição Federal, a lei disporá sobre: 
I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu 
contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão 
ou permissão; 
II - os direitos dos usuários; 
III - política tarifária; 
IV - a obrigação de manter serviçoadequado. 
 
4 – JAZIDAS, RECURSOS MINERAIS E POTENCIAIS DE ENERGIA 
HIDRÁULICA 
Os potenciais de energia hidráulica e os recursos minerais, inclusive os do subsolo, são bens da União 
(artigo 20, incisos VIII e IX, da CF/88). Esses bens não precisam ser explorados diretamente pela União. 
Conforme redação do artigo 176 da Constituição Federal, para efeito de exploração ou aproveitamento, as 
jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem 
propriedade distinta da do solo. Entretanto, é assegurada participação ao proprietário do solo nos 
resultados da lavra, na forma e no valor que dispuser a lei. 
Exemplifiquemos: João é proprietário de uma área rural de cinco mil hectares. Nessa propriedade há 
recursos minerais que precisam ser explorados. Assim, a propriedade do solo é de João, mas a propriedade 
dos recursos minerais é da União. Agora, se os recursos minerais estão na propriedade de João e a União vai 
fazer a exploração, em razão dos impactos da atividade, João terá direito de participação, a título de 
compensação, nos resultados da lavra. 
A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dos potenciais de energia hidráulica somente 
poderão ser efetuados mediante autorização ou concessão da União, no interesse nacional. A autorização 
de pesquisa será sempre por prazo determinado e as autorizações e concessões não poderão ser cedidas ou 
transferidas, total ou parcialmente, sem prévia anuência do poder concedente. 
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A exploração desses recursos poderá ser feita por brasileiros ou empresa constituída sob as leis brasileiras 
e que tenha sua sede e administração no País, na forma da lei, sendo garantida ao concessionário a 
propriedade do produto da lavra. 
Nos termos do artigo 176, § 4º, da Constituição Federal, não dependerá de autorização ou concessão o 
aproveitamento do potencial de energia renovável de capacidade reduzida. 
 
(2019/CESPE /TJ-PA/Juiz de Direito Substituto) De acordo com a Constituição Federal de 1988, as jazidas 
em lavra e demais recursos minerais e potenciais de energia hidráulica constituem, para efeito de 
exploração e aproveitamento, propriedade 
A) distinta da do solo e pertencem à União e aos estados onde estejam localizados, garantida ao 
concessionário a propriedade do produto da lavra. 
B) distinta da do solo e pertencem ao estado onde estejam localizados, garantida ao permissionário ou 
concessionário a propriedade da lavra. 
C) conjunta à do solo e pertencem à União, garantida ao permissionário ou concessionário a propriedade do 
produto da lavra. 
D) conjunta à do solo e pertencem à União e aos estados onde estejam localizados, garantida ao 
concessionário a propriedade do produto da lavra. 
E) distinta da do solo e pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra. 
Gabarito: E 
Comentário: 
Consoante disposto no artigo no caput do 176 da Constituição Federal, as jazidas, em lavra ou não, e demais 
recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, para 
efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade 
do produto da lavra. Assim, a resposta correta é a letra E. 
 
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5 – MONOPÓLIO DA UNIÃO 
A Constituição Federal elenca no artigo 177 um rol taxativo de atividades exploradas pela União em regime 
de monopólio. A lei não pode ampliar a lista de atividades exercidas em regime de monopólio. 
O monopólio público foi atribuído exclusivamente à União. Estados, Distrito Federal e Municípios não 
exercem atividade em regime de monopólio. Não há hipótese de monopólio privado. 
Constituem monopólio da União (artigo 177): 
I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos; 
II - a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro; 
III - a importação e exportação dos produtos e derivados básicos resultantes das atividades previstas nos 
incisos anteriores; 
IV - o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados básicos de petróleo 
produzidos no País, bem assim o transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto, seus derivados e gás 
natural de qualquer origem; 
V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios e 
minerais nucleares e seus derivados, com exceção dos radioisótopos cuja produção, comercialização e 
utilização poderão ser autorizadas sob regime de permissão, conforme as alíneas b e c do inciso XXIII 
do caput do art. 21 desta Constituição Federal. 
As atividades exercidas nos tópicos de I a IV poderão ter o exercício contratado, pela União, com empresas 
estatais ou privadas, na forma da lei, que disporá sobre garantia do fornecimento dos derivados de petróleo 
em todo o território nacional, condições de contratação e estrutura e atribuições do órgão regulador do 
monopólio da União (§ § 1º e 2º). 
Perceba que essas atividades serão exercidas pela União sob regime de monopólio facultativo, de modo que 
cabe à própria União definir se fará contratação ou se exercerá o monopólio. 
Por fim, cabe à lei dispor sobre transporte e a utilização de materiais radioativos no território nacional (§ 
3º). 
 
(2018/FEPESE/CELESC/Advogado) Constituem monopólio da União: 
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1. a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos. 
2. os potenciais de energia hidráulica. 
3. os recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica. 
4. as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. 
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas. 
A) É correta apenas a afirmativa 1. 
B) É correta apenas a afirmativa 4. 
C) São corretas apenas as afirmativas 1 e 4. 
D) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 3. 
E) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 4. 
Gabarito: A 
Comentário: 
Conforme disposto no artigo 177, I, da Constituição Federal, a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e 
gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos constituem monopólio da União. Assim, a letra A está correta. 
Os potenciais de energia hidráulica, os recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e as terras 
tradicionalmente ocupadas pelos índios são bens da União (artigo 20 da CF/88). 
 
 
DA POLÍTICA URBANA 
A Constituição Federal, no Capítulo II da Ordem Econômica (artigos 182 e 183), disciplinou a política urbana 
e deu aos Municípios o protagonismo na concepção e execução dessas políticas públicas, notadamente, ao 
atribuir aos Poderes Públicos municipais a competência para edição dos planos diretores, como instrumentos 
de política urbana. 
É verdade que a Lei Maior atribuiu à União a competência material para instituir diretrizes para o 
desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos (art. 21, XX, da CF) 
e para criar as normas gerais sobre direito urbanístico (art. 24, I, c/c § 1º, da CF). Entretanto, em seu artigo 
30, deu aos Municípios a competência para legislar sobre assuntos de interesse local (I) e para promover, no 
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que couber, o adequado ordenamento territorial, mediante planejamento, controle do uso, do 
parcelamento e da ocupação do solo urbano (VIII). 
Com efeito, depreende-se dos dispositivos constitucionaisque a política de desenvolvimento urbano deve 
ser executada pelo Poder Público municipal, mas em conformidade com as diretrizes gerais fixadas em lei, 
de competência da União. 
O diploma jurídico que regulamenta os artigos 182 e 183 da Constituição Federal é a Lei 10.257/2001, 
conhecida como “Estatuto da Cidade”, segundo a qual o uso da propriedade urbana deve ser em prol do 
bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental. Nessa lei, são 
encontradas as normas gerais sobre Direito Urbanístico. 
 
1. Compete à União instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano. 
2. Compete à União legislar sobre normas gerais em matéria de Direito Urbanístico. 
3. Compete aos Municípios promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante 
planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano. 
4. O Distrito Federal, na situação analisada, atua como Município, de modo que também tem competência 
para promover a política de desenvolvimento urbano. 
Conclusão: compete à União estabelecer, mediante lei, a política de desenvolvimento urbano (normas 
gerais). Compete aos Municípios (e ao DF) executar a política de desenvolvimento urbano. 
Nos termos do artigo 182 da Constituição Federal, a política de desenvolvimento urbano tem por objetivo 
ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes. 
O instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana é o plano diretor, aprovado pela 
Câmara Municipal. Nas cidades com mais de vinte mil habitantes, é obrigatória a elaboração do plano 
diretor (§ 1º). 
Com efeito, segundo posicionamento do Supremo Tribunal Federal, os Municípios com mais de vinte mil 
habitantes e o Distrito Federal podem legislar sobre programas e projetos específicos de ordenamento do 
espaço urbano por meio de leis que sejam compatíveis com as diretrizes fixadas no plano diretor (RE 
607.940). 
Por outro lado, o STF entende ser inconstitucional a exigência contida em Constituição estadual de 
obrigatoriedade de elaboração do plano diretor para as cidades com mais de cinco mil habitantes, porque 
a norma estadual viola a autonomia dos Municípios com mais de cinco mil e até vinte mil habitantes, uma 
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vez que a Constituição Federal apenas exigiu a criação de plano diretor das cidades com mais de vinte mil 
habitantes (ADI 826). 
 
Desapropriação urbanística 
O direito de propriedade é a todos assegurado, mas não é absoluto, de modo que, para assegurar o bem-
comum, a Constituição Federal estabelece que a propriedade deve atender a sua função social (artigo 5º, 
XXIII). A inobservância dessa exigência pode causar a aplicação de penalidades e, dentre essas, até mesmo a 
desapropriação. 
Conforme disposto no artigo 182, §2º, da CF/88, a propriedade urbana cumpre sua função social quando 
atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor. 
Em decorrência de o direito de propriedade não ser absoluto, ainda que não ocorra infringência ao 
regramento contido no plano diretor, a Constituição admite a desapropriação de imóveis urbanos, por 
necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro 
(§3º). 
Por outro lado, a desapropriação poderá ser sancionatória, por descumprimento do plano diretor. O 
parágrafo 4º do artigo 182 dispõe que o Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída 
no plano diretor, poderá exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, 
subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: 
1º. parcelamento ou edificação compulsórios; 
2º. imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo (IPTU); 
3º. desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada 
pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, 
assegurados o valor real da indenização e os juros legais. 
Perceba que a desapropriação urbanística que tem caráter sancionador objetiva coibir a especulação 
imobiliária, a falta de edificação, a subutilização ou a não utilização do solo urbano. Nessa hipótese, antes de 
aplicar a penalidade de desapropriação, o Poder Público municipal deverá aplicar a penalidade de 
parcelamento ou edificação compulsórios. No segundo momento, a penalidade de IPTU progressivo no 
tempo. Em última situação, a desapropriação. 
De todo modo, a aplicação de quaisquer dessas penalidades depende da produção de três diplomas jurídicos: 
1) lei federal (Estatuto da Cidade); 2) plano diretor (lei municipal) e 3) lei municipal específica que exige o 
adequado aproveitamento do solo urbano. 
Seguidos os regramentos das três leis e tendo aplicado as penalidades já enumeradas, na sequência exigida 
pela Constituição Federal, o Município promoverá a desapropriação, cujo pagamento de indenização não se 
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dará em dinheiro, mas em títulos da dívida pública, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas 
anuais, iguais e sucessivas. 
 
Usucapião Urbana Constitucional 
A Constituição Federal prevê em seu artigo 183 hipótese de usucapião de imóvel urbano. A usucapião é um 
dos modos originários de aquisição da propriedade, como orienta o sentido literal da palavra (usucapio 
significa tomar ou adquirir pelo uso). 
Nos termos estabelecidos pela Lei Maior, aquele que possuir como sua área urbana de até 250 metros 
quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua 
família, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural, adquire o domínio dessa área. 
O direito à usucapião não pode ser reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez e nem se aplica a 
imóveis públicos. 
O Supremo Tribunal Federal, no RE 422.349, em tese de repercussão geral reconhecida com julgamento de 
mérito, entendeu que preenchidos os requisitos constitucionais, o reconhecimento do direito à usucapião 
especial urbana não pode ser obstado por legislação infraconstitucional que estabeleça módulos urbanos na 
respectiva área em que situado o imóvel (dimensão do lote). Na situação concreta, a lei municipal fixou 
módulo mínimo do lote urbano como área de 360 metros quadrados. Entretanto, a parte autora tinha 
pretensão de usucapir porção de 225 metros quadrados, o que preenche a medida estabelecida pela 
Constituição Federal, de forma que o STF garantiu a concretização da usucapião. 
 
(2020/VUNESP/Prefeitura de São Roque/Advogado) A respeito da Política Urbana, com base na 
Constituição Federal, assinale a alternativa correta. 
A) O plano diretor é o instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana, sendo 
obrigatório para cidades com mais de dez mil habitantes. 
B) A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação 
da cidade expressas no plano diretor. 
C) As desapropriações de imóveis urbanos que não atendam às especificações do plano diretor devem ser 
precedidas de indenização em títulos da dívida pública, resgatáveis em 20 (vinte) anos. 
D) Os imóveis públicos que não atendam a sua função social podem ser objeto de usucapião. 
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E) Aquele que possuir como sua área urbana de até trezentos e cinquenta metros quadrados, por três anos, 
utilizando-a para o exercício de atividade comercial, adquirir-lhe-á o domínio.Gabarito: B 
Comentários: 
A) Errado. O plano diretor é obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes (artigo 182, § 1º, da 
CF/88). 
B) Certo. Conforme disposto no § 2º do artigo 182 da Constituição Federal, a propriedade urbana cumpre 
sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano 
diretor. 
C) Errado. A desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública tem prazo de resgate de até 
dez anos (artigo 182, § 4º, III, da CF/88). 
D) Errado. Os imóveis públicos não podem ser adquiridos por usucapião (artigo 183, § 3º, da CF/88). 
E) Errado. O caput do artigo 183 da Constituição Federal dispõe que aquele que possuir como sua área urbana 
de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, 
utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário 
de outro imóvel urbano ou rural. 
 
DA POLÍTICA AGRÍCOLA E FUNDIÁRIA E DA REFORMA 
AGRÁRIA 
No Capítulo III da Ordem Econômica, entre os artigos 184 e 191, a Constituição Federal trata da política 
agrícola e fundiária e da reforma agrária. 
De início, cabe recordar que compete à União, privativamente, legislar sobre direito agrário (artigo 22, I, da 
CF/88). 
 
Da política agrícola e fundiária 
Nos termos do artigo 187 da Lei Maior, a política agrícola deve ser planejada e executada na forma da lei e 
ter as suas ações compatibilizadas com as políticas de reforma agrária. 
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A política agrícola fixada em lei inclui as atividades agroindustriais, agropecuárias, pesqueiras e florestais. 
Em sua construção, deve contar com a participação efetiva do setor de produção e envolver produtores e 
trabalhadores rurais, dos setores de comercialização, de armazenamento e de transportes. 
Conforme determinação constitucional, a elaboração de uma política agrícola precisa levar em conta, dentre 
outros aspectos, os seguintes (artigo 187): 
 
“I - os instrumentos creditícios e fiscais; 
II - os preços compatíveis com os custos de produção e a garantia de comercialização; 
III - o incentivo à pesquisa e à tecnologia; 
IV - a assistência técnica e extensão rural; 
V - o seguro agrícola; 
VI - o cooperativismo; 
VII - a eletrificação rural e irrigação; 
VIII - a habitação para o trabalhador rural.” 
Reza o artigo 188 da Constituição Federal que a destinação de terras públicas e devolutas será 
compatibilizada com a política agrícola e com o plano nacional de reforma agrária. 
A alienação ou a concessão, a qualquer título, de terras públicas com área superior a 2.500 hectares a pessoa 
física ou jurídica dependerá de prévia aprovação do Congresso Nacional, exceto aquelas destinadas a 
reforma agrária. 
Aqueles que forem beneficiários da distribuição de imóveis rurais pela reforma agrária, homem ou mulher, 
ou ambos, independentemente do estado civil, receberão títulos de domínio ou de concessão de uso, 
inegociáveis pelo prazo de dez anos (artigo 189 da CF/88). 
A aquisição ou o arrendamento de propriedade rural por pessoa física ou jurídica estrangeira serão 
regulados e limitados por lei, que também estabelecerá os casos que dependerão de autorização do 
Congresso Nacional (artigo 190 da CF/88). 
 
Usucapião pro labore 
A Constituição Federal prevê, além da usucapião urbana, estudada no tópico anterior, a usucapião de imóvel 
rural, desde que atendidos cumulativamente os seguintes requisitos: 1) o imóvel não pode ser público; 2) 
não ser proprietário de imóvel rural ou urbano; 3) possuir como seu, por cinco anos ininterruptos, sem 
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oposição, área de terra, em zona rural, não superior a 50 hectares; 4) tornar a terra produtiva por seu 
trabalho ou de sua família; 5) ter nela sua moradia. 
 
Usucapião Urbana Usucapião pro labore 
imóvel urbano imóvel rural 
área de até 250 metros quadrados área de até 50 hectares 
posse por cinco anos ininterruptos posse por cinco anos ininterruptos 
utilização para moradia utilização para moradia 
---- tornar a terra produtiva 
não ser proprietário de outro imóvel urbano ou 
rural 
não ser proprietário de outro imóvel urbano ou 
rural 
não se aplica a imóveis públicos não se aplica a imóveis públicos 
 
Desapropriação Rural 
A União, por interesse social, para fins de reforma agrária, poderá desapropriar o imóvel rural que não estiver 
cumprindo a sua função social. 
Nos termos do artigo 186 da Constituição Federal, a função social da propriedade imóvel rural será cumprida 
quando atendidos, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, os 
seguintes requisitos: 
“I - aproveitamento racional e adequado; 
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; 
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho; 
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.” 
A pequena e a média propriedade rural, assim definidas em lei (desde que seu proprietário não possua 
outra) e a propriedade produtiva não podem ser objetos de desapropriação para a reforma agrária (artigo 
185 da CF/88). 
A propriedade produtiva terá tratamento especial garantido por lei, que fixará normas para o cumprimento 
dos requisitos relativos à sua função social (§ 1º). 
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A desapropriação se dará mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de 
preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, 
e cuja utilização será definida em lei. Entretanto, as benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em 
dinheiro. 
O texto constitucional expõe no § 3º do artigo 184 que cabe à lei complementar estabelecer procedimento 
contraditório especial, de rito sumário, para o processo judicial de desapropriação. Após a edição do decreto 
que declarar o imóvel como de interesse social, para fins de reforma agrária, a União estará autorizada a 
propor a ação de desapropriação (§ 1º). 
O orçamento deverá fixar anualmente o volume total de títulos da dívida agrária e o montante de recursos 
para atender ao programa de reforma agrária no exercício (§ 4º). 
Por fim, as operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária são isentas 
de impostos federais, estaduais e municipais (§ 5º). 
 
Desapropriação urbanística Desapropriação rural 
Função social: cumprimento do plano diretor. Função social: aproveitamento adequado da 
propriedade, respeito ao meio ambiente e à 
legislação trabalhista, bem-estar dos proprietários e 
dos trabalhadores. 
indenização em títulos da dívida pública indenização em títulos da dívida agrária, exceto as 
benfeitorias úteis e necessárias, que são pagas em 
dinheiro. 
prazo de resgate de até dez anos, em parcelas 
anuais, iguais e sucessivas 
prazo de resgate de até vinte anos, a partir do 
segundo ano de sua emissão. 
Competência do Município. Competência da União. 
 
DA SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL 
A Constituição Federal tratou do sistema financeiro nacional apenas no artigo 192. O assunto deve ser 
regulado por leis complementares que disporão, inclusive, sobre a participação do capital estrangeiro nas 
instituições que o integram. 
O sistema financeiro nacional deve ser estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do 
País e a servir aos interesses da coletividade, em todas as partes que o compõem, abrangendo as 
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cooperativas de crédito. Essa determinação tanto se aplica a instituições públicas quanto a instituições 
privadas. 
 
RESUMO 
A Constituição Federal a todos assegura o livre exercício de qualquer atividade econômica, 
independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei. 
Ordem Econômica 
Fundamentos valorização do trabalho humano e livre iniciativa 
Finalidade assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social 
Princípios I - soberania nacional; II - propriedade privada; III - função social da 
propriedade; IV - livre concorrência; V - defesa do consumidor; VI - defesa 
do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado 
conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus 
processos de elaboração e prestação; VII - redução das desigualdades 
regionais e sociais; VIII - busca do pleno emprego; IX - tratamento 
favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis 
brasileiras e que tenham sua sede e administração no País. 
 
Exploração de atividade econômica pelo Estado 
A exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos 
imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, nos termos da lei. 
A empresa pública, a sociedade de economia mista e suas subsidiárias que explorem atividade econômica 
estarão sujeitas ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e 
obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários. 
As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não 
extensivos às do setor privado (173, § 2º) 
O Estado atua também como agente normativo e regulador da atividade econômica e as funções de 
fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o 
setor privado. 
 
Prestação de serviço público 
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Cabe ao Estado, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de 
licitação, a prestação de serviços públicos. 
 
Jazidas, recursos minerais e potenciais de energia hidráulica 
As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem 
propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, 
garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra. 
 
Monopólio da União 
Constituem monopólio da União: I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros 
hidrocarbonetos fluidos; II - a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro; III - a importação e exportação 
dos produtos e derivados básicos resultantes das atividades previstas nos incisos anteriores; IV - o transporte 
marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados básicos de petróleo produzidos no País, bem 
assim o transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto, seus derivados e gás natural de qualquer 
origem. 
 
Da Política Urbana 
A política de desenvolvimento urbano deve ser executada pelo Poder Público municipal, mas em 
conformidade com as diretrizes gerais fixadas em lei, de competência da União. 
O instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana é o plano diretor, aprovado pela 
Câmara Municipal. Nas cidades com mais de vinte mil habitantes, é obrigatória a elaboração do plano 
diretor (§ 1º). 
O Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, poderá exigir, nos 
termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que 
promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: 1) parcelamento ou edificação 
compulsórios; 2) imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo (IPTU); . 3) 
desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo 
Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados 
o valor real da indenização e os juros legais. 
Aquele que possuir como sua área urbana de até 250 metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente 
e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, desde que não seja proprietário de outro 
imóvel urbano ou rural, adquire o domínio dessa área. 
 
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Da Política Agrícola e Fundiária e da Reforma Agrária 
A destinação de terras públicas e devolutas será compatibilizada com a política agrícola e com o plano 
nacional de reforma agrária. 
A alienação ou a concessão, a qualquer título, de terras públicas com área superior a 2.500 hectares a pessoa 
física ou jurídica dependerá de prévia aprovação do Congresso Nacional, exceto aquelas destinadas a 
reforma agrária. 
Aqueles que forem beneficiários da distribuição de imóveis rurais pela reforma agrária receberão títulos de 
domínio ou de concessão de uso, inegociáveis pelo prazo de dez anos. 
A União, por interesse social, para fins de reforma agrária, poderá desapropriar o imóvel rural que não estiver 
cumprindo a sua função social. 
A desapropriação se dará mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de 
preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, 
e cuja utilização será definida em lei. Entretanto, as benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em 
dinheiro. 
 
DESTAQUES DA LEGISLAÇÃO 
TÍTULO VII 
Da Ordem Econômica e Financeira 
Art. 170. A ordem econômica, fundada na 
valorização do trabalho humano e na livre 
iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência 
digna, conforme os ditames da justiça social, 
observados os seguintes princípios: 
I - soberania nacional; 
II - propriedade privada; 
III - função social da propriedade; 
IV - livre concorrência; 
V - defesa do consumidor; 
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante 
tratamento diferenciado conforme o impacto 
ambiental dos produtos e serviços e de seus 
processos de elaboração e prestação; 
VII - redução das desigualdades regionais e sociais; 
VIII - busca do pleno emprego; 
IX - tratamento favorecido para as empresas de 
pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras 
e que tenham sua sede e administração no 
País. 
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre 
exercício de qualquer atividade econômica, 
independentemente de autorização de órgãos 
públicos, salvo nos casos previstos em lei. 
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Art. 171. (Revogado pela Emenda 
Constitucional nº 6, de 1995) 
Art. 172. A lei disciplinará, com base no interesse 
nacional, os investimentos de capital estrangeiro, 
incentivará os reinvestimentos e regulará a 
remessa de lucros. 
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta 
Constituição, a exploração direta de atividade 
econômica pelo Estado só será permitida quando 
necessária aos imperativos da segurança nacional 
ou a relevante interesse coletivo, conforme 
definidos em lei. 
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da 
empresa pública, da sociedade de economia mista 
e de suas subsidiárias que explorem atividade 
econômica de produção ou comercialização de 
bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: 
I - sua função social e formas de fiscalização pelo 
Estado e pela sociedade; 
II - a sujeição ao regime jurídicopróprio das 
empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e 
obrigações civis, comerciais, trabalhistas e 
tributários; 
III - licitação e contratação de obras, serviços, 
compras e alienações, observados os princípios da 
administração pública; 
IV - a constituição e o funcionamento dos 
conselhos de administração e fiscal, com a 
participação de acionistas minoritários; 
V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a 
responsabilidade dos administradores. 
§ 2º As empresas públicas e as sociedades de 
economia mista não poderão gozar de privilégios 
fiscais não extensivos às do setor privado. 
§ 3º A lei regulamentará as relações da empresa 
pública com o Estado e a sociedade. 
§ 4º - lei reprimirá o abuso do poder econômico 
que vise à dominação dos mercados, à eliminação 
da concorrência e ao aumento arbitrário dos 
lucros. 
§ 5º A lei, sem prejuízo da responsabilidade 
individual dos dirigentes da pessoa jurídica, 
estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-
a às punições compatíveis com sua natureza, nos 
atos praticados contra a ordem econômica e 
financeira e contra a economia popular. 
Art. 174. Como agente normativo e regulador da 
atividade econômica, o Estado exercerá, na forma 
da lei, as funções de fiscalização, incentivo e 
planejamento, sendo este determinante para o 
setor público e indicativo para o setor 
privado. 
§ 1º A lei estabelecerá as diretrizes e bases do 
planejamento do desenvolvimento nacional 
equilibrado, o qual incorporará e compatibilizará 
os planos nacionais e regionais de 
desenvolvimento. 
§ 2º A lei apoiará e estimulará o cooperativismo e 
outras formas de associativismo. 
§ 3º O Estado favorecerá a organização da 
atividade garimpeira em cooperativas, levando em 
conta a proteção do meio ambiente e a promoção 
econômico-social dos garimpeiros. 
§ 4º As cooperativas a que se refere o parágrafo 
anterior terão prioridade na autorização ou 
concessão para pesquisa e lavra dos recursos e 
jazidas de minerais garimpáveis, nas áreas onde 
estejam atuando, e naquelas fixadas de acordo 
com o art. 21, XXV, na forma da lei. 
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da 
lei, diretamente ou sob regime de concessão ou 
permissão, sempre através de licitação, a 
prestação de serviços públicos. 
Parágrafo único. A lei disporá sobre: 
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I - o regime das empresas concessionárias e 
permissionárias de serviços públicos, o caráter 
especial de seu contrato e de sua prorrogação, 
bem como as condições de caducidade, 
fiscalização e rescisão da concessão ou permissão; 
II - os direitos dos usuários; 
III - política tarifária; 
IV - a obrigação de manter serviço adequado. 
Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais 
recursos minerais e os potenciais de energia 
hidráulica constituem propriedade distinta da do 
solo, para efeito de exploração ou 
aproveitamento, e pertencem à União, garantida 
ao concessionário a propriedade do produto da 
lavra. 
§ 1º A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o 
aproveitamento dos potenciais a que se refere o 
"caput" deste artigo somente poderão ser 
efetuados mediante autorização ou concessão da 
União, no interesse nacional, por brasileiros ou 
empresa constituída sob as leis brasileiras e que 
tenha sua sede e administração no País, na forma 
da lei, que estabelecerá as condições específicas 
quando essas atividades se desenvolverem em 
faixa de fronteira ou terras indígenas. 
§ 2º - É assegurada participação ao proprietário do 
solo nos resultados da lavra, na forma e no valor 
que dispuser a lei. 
§ 3º A autorização de pesquisa será sempre por 
prazo determinado, e as autorizações e 
concessões previstas neste artigo não poderão ser 
cedidas ou transferidas, total ou parcialmente, 
sem prévia anuência do poder concedente. 
§ 4º Não dependerá de autorização ou concessão 
o aproveitamento do potencial de energia 
renovável de capacidade reduzida. 
Art. 177. Constituem monopólio da União: 
I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás 
natural e outros hidrocarbonetos fluidos; 
II - a refinação do petróleo nacional ou 
estrangeiro; 
III - a importação e exportação dos produtos e 
derivados básicos resultantes das atividades 
previstas nos incisos anteriores; 
IV - o transporte marítimo do petróleo bruto de 
origem nacional ou de derivados básicos de 
petróleo produzidos no País, bem assim o 
transporte, por meio de conduto, de petróleo 
bruto, seus derivados e gás natural de qualquer 
origem; 
V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o 
reprocessamento, a industrialização e o comércio 
de minérios e minerais nucleares e seus derivados, 
com exceção dos radioisótopos cuja produção, 
comercialização e utilização poderão ser 
autorizadas sob regime de permissão, conforme as 
alíneas b e c do inciso XXIII do caput do art. 21 
desta Constituição Federal. 
§ 1º A União poderá contratar com empresas 
estatais ou privadas a realização das atividades 
previstas nos incisos I a IV deste artigo observadas 
as condições estabelecidas em lei. 
§ 2º A lei a que se refere o § 1º disporá sobre: 
I - a garantia do fornecimento dos derivados de 
petróleo em todo o território nacional; 
II - as condições de contratação; 
III - a estrutura e atribuições do órgão regulador do 
monopólio da União 
§ 3º A lei disporá sobre o transporte e a utilização 
de materiais radioativos no território 
nacional. 
§ 4º A lei que instituir contribuição de intervenção 
no domínio econômico relativa às atividades de 
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importação ou comercialização de petróleo e seus 
derivados, gás natural e seus derivados e álcool 
combustível deverá atender aos seguintes 
requisitos: 
I - a alíquota da contribuição poderá ser: 
a) diferenciada por produto ou uso; 
b)reduzida e restabelecida por ato do Poder 
Executivo, não se lhe aplicando o disposto no art. 
150,III, b; 
II - os recursos arrecadados serão destinados: 
a) ao pagamento de subsídios a preços ou 
transporte de álcool combustível, gás natural e 
seus derivados e derivados de petróleo; 
b) ao financiamento de projetos ambientais 
relacionados com a indústria do petróleo e do gás; 
c) ao financiamento de programas de 
infraestrutura de transportes. 
Art. 178. A lei disporá sobre a ordenação dos 
transportes aéreo, aquático e terrestre, devendo, 
quanto à ordenação do transporte internacional, 
observar os acordos firmados pela União, atendido 
o princípio da reciprocidade. 
Parágrafo único. Na ordenação do transporte 
aquático, a lei estabelecerá as condições em que o 
transporte de mercadorias na cabotagem e a 
navegação interior poderão ser feitos por 
embarcações estrangeiras. 
Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e 
os Municípios dispensarão às microempresas e às 
empresas de pequeno porte, assim definidas em 
lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a 
incentivá-las pela simplificação de suas obrigações 
administrativas, tributárias, previdenciárias e 
creditícias, ou pela eliminação ou redução destas 
por meio de lei. 
Art. 180. A União, os Estados, o Distrito Federal e 
os Municípios promoverão e incentivarão o 
turismo como fator de desenvolvimento social e 
econômico. 
Art. 181. O atendimento de requisição de 
documento ou informação de natureza comercial, 
feita por autoridade administrativa ou judiciária 
estrangeira, a pessoa física ou jurídica residente ou 
domiciliada no País dependerá de autorização do 
Poder competente. 
CAPÍTULO II 
DA POLÍTICA URBANA 
Art. 182. A política de desenvolvimento

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