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Um panorama sobre a Teoria Ácido-Base de Pearson

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Teoria Ácido-Base de Pearson (HSAB)
A Teoria HSAB (Hard and Soft Acids and Bases, em inglês) é um conceito qualitativo introduzido pelo químico estadunidense Ralph Pearson na década de 1960 para tentar explicar a estabilidade de complexos metálicos e os mecanismos de suas reações. Contudo, é possível quantificar este conceito baseado nas análises dos Orbitais Moleculares de Fronteira usando interações entre HOMO (sigla em inglês para Orbital Molecular Ocupado Mais Alto) e LUMO (sigla em inglês para Orbital Molecular Ocupado Mais Baixo). 
De acordo com esta teoria, os ácidos e bases de Lewis (lembrando que uma base de Lewis é uma espécie rica em elétrons e um ácido de Lewis é deficiente em elétrons) podem ser divididos em duros, macios ou intermediários:
Ácidos duros: são caracterizados por possuirem raio iônico pequeno, alta densidade de carga positiva, ser fortemente solvatado (em meio aquoso); orbitais vazios na camada de valência e com LUMOs de alta energia.
Ácidos macios: são caracterizados por possuirem raio iônico grande, baixa densidade de carga positiva, orbitais atômicos completamente preenchidos e LUMOs de baixa energia.
Bases duras: são caracterizados por possuirem raio iônico pequeno, fortemente solvatados (em meio aquosos), alta eletronegatividade, fracamente polarizáveis e com HOMOs de alta energia.
Bases macias: possuem raio iônico grande, eletronegatividade intermediária, facilmente polarizáveis e com HOMOs de baixa energia.
Os ácidos e bases intermediários possuem propriedades intermediárias dentro destas citadas acima.
Em suma, ácidos e bases duros são espécies pequenas e não-polarizáveis, enquanto os ácidos e bases macios são espécies grandes e com um grau de polarizibilidade considerável.
De acordo com a Teoria HSAB, ácidos duros preferencialmente se ligam a bases duras formando complexos iônicos, enquanto ácidos macios preferencialmente se ligam a bases macias formando complexos covalentes. A alta diferença de eletronegatividade entre ácidos duros e bases duras explica a forte intração iônica eletrostática entre ambos. As eletronegatividades de ácidos macios e bases macias são próximas, e isso leva a interações iônicas mais fracas, isto é, as interações ntre ambos apresenta um maior caráter covalente. Já as interações entre ácido duro – base macia ou ácido macio – base dura possuem um grau de covalência polar muito grande, fazendo então com que as duas espécies sejam reativas ou tenham pouca estabilidade. Os compostos covalentes polares formam facilmente compostos mais iônicos ou mais covalentes se eles são deixados reagir.
A Teoria HSAB de Pearson pode ser utilizada para explicar:
As pontes de hidrogênio: as fortes pontes de hidrogênio nos casos das moléculas da água, da amônia e do HF se devem ao fato dos átomos de F, O e N são bases duras de Lewis, e como o H+ é um ácido duro, a interação entre eles é forte.
Ligantes ambidentados se ligando a íons metálicos: o ânion tiocianato (SCN-), por exemplo, pode se ligar a um cátion metálico tanto pelo átomo de enxofre quanto pelo átomo de nitrogênio. Se ele se complexa ao Pt2+ (um ácido macio), o ânion se liga através do átomo de enxofre (base macia). Já, se tal ânion se complexa com Cr3+ (ácido duro), a ligação é feita através do átomo de nitrogênio (base dura). 
Regiosseletividade de determinadas reações orgânicas: RCOX é um ácido duro e reage com o nitrogênio do SCN- formando isotiocianato de acila: CH3COX + SCN- → CH3CONCS.
Enquanto que uma metila macia se liga ao átomo de enxofre e forma tiocianato de metila: CH3X + SCN- → CH3SCN
Determinadas reações inorgânicas: Por exemplo, uma reação entre MgS (formado por uma base macia e um ácido duro) e BaO (ácido macio e base dura): MgS + BaO → MgO + BaS
Reações de precipitação: ácidos macios como Ag+, Hg22+ e Hg2+ e ácidos intermediários como Fe2+, Ni2+, Cu2+, Zn2+, Pb2+ podem ser precipitados como sulfetos em soluções aquosas devido ao fato do S2- ser uma base muito macia. Compostos insolúveis, como os formados por um ácido macio e base dura (ex: AgCl) ou ácido duro e base macia (ex: Fe(SCN)3) são explicados pela Teoria.
O fato de metais como Ca2+ e Mg2+ são frequentemente encontrados na natureza sob a forma de óxidos e carbonatos (como nas chamadas águas duras, por exemplo) enquanto que metais como Cu2+ e Hg2+ são encontrados frequentemente sob a forma de sulfetos.
A toxicidade de alguns metais: metais como Ba2+ e Hg2+ (ácidos macios), por exemplo, possuem sua toxicidade ligada ao fato de que podem interagir com os átomos de enxofre (base macia) de proteínas do organismo, o que leva à debilidade fisiológica em órgãos vitais, podendo acarretar no óbito do indivíduo.

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