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Índices Financeiros: Estrutura de Capital Profª. Ana Elisa Périco UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA (UNESP) Campus de Araraquara Departamento de Economia Plano de Aula 1. Índices Financeiros 2. Índices de Estrutura de Capital Participação de Capitais de Terceiros Composição do Endividamento Imobilização do Patrimônio Líquido Imobilização dos Recursos não Correntes Índices Financeiros Índice é a relação entre contas ou grupos de contas das Demonstrações Financeiras. Característica fundamental dos índices é fornecer visão ampla da situação econômica ou financeira da empresa. PRINCIPAIS ASPECTOS REVELADOS PELOS ÍNDICES Situação Financeira Situação Econômica ESTRUTURA DE CAPITAL LIQUIDEZ RENTABILIDADE Índices de Estrutura de Capital Apresentam as grandes linhas de decisões financeiras, em termos de obtenção e aplicação de recursos. Índices estudados: • Participação de Capitais de Terceiros • Composição do Endividamento • Imobilização do Patrimônio Líquido • Imobilização dos Recursos não Correntes Participação de Capitais de Terceiros Fórmula: Indica: quanto a empresa tomou de capitais de terceiros para cada $ 100 de capital próprio investido. Interpretação: quanto menor, melhor. Exemplo: Consideremos os dados da Cia. BIG: x1 x2 Capitais de Terceiros 1.655.317 2.576.865 Patrimônio Líquido 1.070.861 1.407.185 Índice de Participação de Capitais de Terceiros [1.655.317/ 1.070.861] = 154% [2.576.865/ 1.407.185 ] = 183% Esses índices mostram que, em x1, para cada $ 100 de capital próprio (Patrimônio Líquido), a empresa tomou $ 154 de Capitais de Terceiros e que, em x2, para cada $ 100 próprios, tomou $ 183 emprestado. Ativo Circulante Ativo Permanente Capitais de Terceiros 154 Patrimônio Líquido 100 31 -12 – x1 Ativo Circulante Ativo Permanente Capitais de Terceiros 183 Patrimônio Líquido 100 31 -12 – x2 O índice de Participação de Capital de Terceiros relaciona, portanto, as duas grandes fontes de recursos da empresa, ou seja, Capitais Próprios e Capitais de Terceiros. É um indicador de risco ou dependência a terceiros por parte da empresa. • PONTO DE VISTA FINANCEIRO: quanto maior a relação Capitais de Terceiros/Patrimônio Líquido, menor a liberdade de decisões financeiras da empresa ou maior a dependência a esses Terceiros. • PONTO DE VISTA DE OBTENÇÃO DE LUCRO: pode ser vantajoso para a empresa trabalhar com capitais de terceiros, se a remuneração paga a esses capitais de terceiros for menor do que o lucro conseguido com a sua aplicação nos negócios. É DESSE ÂNGULO QUE SE INTERPRETA O ÍNDICE DE PARTICIPAÇÃO DE CAPITAIS DE TERCEIROS! No caso da CIA BIG, o índice de Participação de Capitais de Terceiros indica que o endividamento da empresa aumentou de x1 para x2. Comparação com padrões: permite saber se o nível de endividamento da empresa está dentro ou fora de certos padrões de normalidade obtidos através da tabulação estatística de balanços de outras empresas do mesmo ramo. VARIÁVEIS IMPORTANTES NA DEFINIÇÃO DA CAPACIDADE DE ENDIVIDAMENTO: • GERAÇÃO DE RECURSOS; • LIQUIDEZ; • RENOVAÇÃO. Composição do Endividamento Fórmula: Indica: qual o percentual de obrigações de curto prazo em relação às obrigações totais. Interpretação: quanto menor, melhor. Qual a composição dessas dívidas? Dados da Cia. BIG: x1 x2 Capitais de Terceiros 1.655.317 2.576.865 Passivo Circulante 1.340.957 1.406.077 Índice de Participação de Capitais de Terceiros [1.340.957/ 1.655.317] = 81% [1.406.077/ 2.576.865 ] = 54% Tais índices indicam quem em x1 a empresa tinha 81% de suas dívidas vencíveis a curto prazo e que em x2 este percentual caiu para 54%, melhorando aquilo que pode chamar de perfil de dívida. Ativo Circulante Ativo Permanente Curto Prazo 81 Patrimônio Líquido 31 -12 – x1 Ativo Circulante Ativo Permanente Curto Prazo 54 Patrimônio Líquido 31 -12 – x2 Longo Prazo 19 Longo Prazo 46 Capitais de Terceiro Capitais de Terceiro Perfil da Dívida Normalmente é preferível ter-se dívidas de longo prazo, pois permite à empresa dispor de tempo para gerar recursos. Dívidas de curto prazo precisam ser pagas com recursos possuídos hoje, mais aqueles gerados no curto prazo! Dificuldade de gerar recursos no CP! Imobilização do Patrimônio Líquido Fórmula: Indica: quanto a empresa aplicou no Ativo Permanente para cada $ 100 de Patrimônio Líquido. Interpretação: quanto menor, melhor. Dados da Cia. BIG: x1 x2 Ativo Permanente 765.698 1.714.879 Patrimônio Líquido 1.070.861 1.407.125 Índice de Participação de Capitais de Terceiros [765.698/ 1.070.861] = 71% [1.714.879/ 1.407.125 ] = 121% Estes índices mostram quem, em x1, a empresa investiu no Ativo Permanente a importância equivalente a 71% do Patrimônio Líquido; em x2 esse percentual subiu para 121%. Ativo Circulante Ativo Permanente 71 Passivo Circulante Exigível a LP Patrimônio Líquido 100 Capital Circulante Próprio (CCP) x1 71% do PL investidos no Ativo Permanente! 29% do PL aplicados no Ativo Circulante! Assim, pode-se deduzir: CCP = PL - AP CCP = Capital Circulante Próprio PL = Patrimônio Líquido AP = Ativo Permanente O CCP é, portanto, a parcela do Patrimônio Líquido investida no Ativo Circulante. Quanto mais a empresa investir no Ativo Permanente, menos recursos sobrarão para o Ativo Circulante e, em conseqüência, maior será a dependência a capitais de terceiros para o financiamento do Ativo Circulante. Ativo Circulante Ativo Permanente 121 Passivo Circulante Exigível a LP Patrimônio Líquido 100 x2 Financiamento de Ativo Permanente por Capitais de Terceiros Insuficiência de Patrimônio Líquido ou CCP negativo 121% do PL investidos no Ativo Permanente! 21% de recursos de terceiros aplicados no Ativo Permanente! Ativo Circulante totalmente financiado por recursos de terceiros! Imobilização dos Recursos Não Correntes Fórmula: Indica: que percentual de Recursos Não Correntes a empresa aplicou no Ativo Permanente. Interpretação: quanto menor, melhor. Dados da Cia. BIG: x1 x2 Ativo Permanente 765.698 1.714.879 Exigível a Longo Prazo 314.360 1.170.788 Patrimônio Líquido 1.070.861 1.407.125 Recursos Não Correntes 1.385.221 2.577.973 Índice de Imobilização de Recursos Não Correntes [765.698/ 1.385.224] = 55% [1.714.879/ 2.577.973 ] = 66% Estes índices mostram que a empresa destinou ao Ativo Permanente, respectivamente, em x1 e x2, 55% e 66% dos Recursos Não Correntes. Ativo Permanente Vida útil de 2, 5, 10 ou 50 anos. Não há necessidade de financiar todo o Imobilizado com Recursos Próprio (PL). Pode-se utilizar recursos de Longo Prazo, desde que compatíveis com o de duração do Imobilizado. Consideração importante: este índice não deve ser superior a 100% A parcela de Recursos Não Correntes destinada ao Ativo Circulante é denominada Capital Circulante Líquido (CCL). Em x1, a empresa destinou 55% dos recursos não correntes para o ativo permanente. Logo, 45% dos recursos não correntes foram para o ativo circulante. Em x2, a empresa destinou 66% dos recursos não correntes para o ativo permanente. Logo, 34% dos recursos não correntes foram para o ativo circulante. Em síntese, dois aspectos são importantes em relação ao CCL: • A sua existência: empresa deve imobilizar(Ativo Permanente) apenas parte dos Recursos não Correntes, destinando a outra parte ao Ativo Circulante. • A sua composição: O CCL pode ser formado de Capital Próprio e de Exigível a Longo Prazo. A curto prazo essa composição não afeta a capacidade de pagamento. A longo prazo surgem as diferenças, visto que o capital próprio não precisa ser pago, mas o exigível sim. Portanto, quanto maior a proporção de Capital Circulante Próprio (CCP), melhor. ANO CCL = CCP + ELP x1 619.523 305.163 314.360 x2 863.094 (307.694) 1.170.788 A diferença entre ter e não ter Capital Circulante Próprio é: • quem tem bom Capital Circulante Próprio goza da tranqüilidade de boa saúde financeira a curto e longo prazo; • quem não tem bom Capital Circulante Próprio precisa, a curto prazo, consertar a situação com financiamentos e, a longo prazo, não pode ter certeza da manutenção da sua saúde financeira. Referência MATARAZZO, D. Análise Financeira de Balanços. São Paulo: Atlas, 2003.
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