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Resumo Objetivo: Avaliar pacientes submetidos a tratamento cirúrgico de ressecção de neuroma de Morton, pela via plantar, utilizando a escala da American Orthopaedic Foot and Ankle Society (AOFAS) no pré e pós-operatório. Métodos: Foram submetidos à cirurgia de res- secção de neuroma de Morton por via plantar 66 pacientes (70 pés), sendo 11 (16,7%) do sexo masculino e 55 (83,3%) do sexo feminino, 26 (39,4%) pacientes com o lado direito acometido, 36 (54,5%) do lado esquerdo e 4 (6,1%) bilateral. Foram 5 (7,2%) neuromas do segundo espaço intermetatarsiano, 49 (70%) no terceiro espaço e 16 (22,8%) com envolvi- mento do segundo e terceiro espaços. A idade variou entre 18 e 80 anos (média=51,8 anos). O período de acompanhamento variou de 12 a 62 meses. Resultados: Foram encontrados como variação média dos critérios da AOFAS 60 pontos no pré-operatório e 83,6 pontos no pós-operatório. Foram considerados excelentes resultados em 77% dos pacientes, bons resultados em 17% dos pacientes, 6% com resultado regular e nenhum com resultado con- siderado mau. Como complicações ocorreram três (4,29%) casos de recidiva do neuroma, um (1,42%) caso de infecção e oito (11,42%) de dor residual. Conclusão: O tratamento cirúrgico do neuroma de Morton por via plantar demonstra resultados comparáveis aos das demais técnicas descritas na literatura, sendo uma boa opção terapêutica para a enfermida- de. A escala AOFAS parece ser factível de ser aplicada para avaliação de resultados. Descritores: Neuroma/cirurgia; Doenças do pé/cirurgia; Procedimentos cirúrgicos operatórios Abstract Objective: Assessing patients submitted to the surgical treatment of Morton’s neuroma resection, through plantar port, using American Orthopaedic Foot and Ankle Society (AO- FAS) scale before and after surgery. Methods: 66 patients (70 feet) were submitted to the surgical resection of Morton’s neuroma through plantar port, being 11 (16.7%) male and 55 (83.3%) female, 26 (39.4%) patients with the right side rushed, 36 (54.5%) with the left side and 4 (6.1%) bilaterally. There were 5 (7.2%) neuromas in the second intermetatarsal space, 49 (70%) in the third space and 16 (22.8%) with the involvement of the second e third spaces. The age ranged through 18 and 80 years old (median=51.8 years). The time of follow-up ranged from 12 to 62 months. Results: We have found as median variation Trabalho realizado no Serviço de Cirurgia de Pé e Tornozelo da COT Martagão – Salvador (BA), Brasil 1 Responsável pelo Serviço de Cirurgia de Pé e Tornozelo da COT Martagão – Salvador (BA), Brasil. 2 Médico Residente Serviço de Cirurgia de Pé e Tornozelo da COT Martagão – Salvador (BA), Brasil. 3 Médico do Grupo de Cirurgia do Pé e Tornozelo da COT Martagão – Salvador (BA), Brasil. 4 Chefe do Serviço de Residência em Ortopedia da COT Martagão – Salvador (BA), Brasil. Correspondência Marcus Vinicius Mota Garcia Moreno Rua Juracy Magalhães Junior, 296, Sala 210 – Rio Vermelho CEP: 44025-260 – Salvador (BA), Brasil Tel: (71) 2102-4400 Data de recebimento 15/3/10 Data de aceite 29/5/10 Artigo originA l Tratamento cirúrgico do neuroma de Morton por via plantar transversa: avaliação de resultados pela escala AOFAS Surgical treatment of Morton’s neuroma through transverse plantar port: results assessment by AOFAS scale Marcus Vinicius Mota Garcia Moreno1, José Eduardo Freire Castello Branco de Araujo2, Mauro de Freitas Fortes Filho2, Walter Pettersen Júnior2, Túlio Eduardo Vieira Marçal3, Marilton Jorge Torres Gomes3, Luis Schiper4 Rev ABTPé. 2010; 4(1): 13-9.14 Tratamento cirúrgico do neuroma de Morton por via plantar transversa: avaliação de resultados pela escala AOFAS of AOFAS criteria 60 points before surgery and 83.6 points after surgery. Excellent results were considered in 77% of the patients, good results in 17% of the patients, 6% with regular results and none result considered bad. As complications, there were three (4.29%) cases of neuroma’s recidivation, one (1.42%) case of infection and eight (11.42%) of residual pain. Conclusion: The surgical treatment of Morton’s neuroma through plantar port demonstrates results comparable to the others techniques described in the literature, being a good therapeu- tical option to the disease. The AOFAS scale seems to be useful to be applied to assessment of the results. Keywords: Neuroma/surgery; Foot diseases/surgery; Surgical procedures, operative INTRODUÇÃO Dor no antepé é uma razão comum para procura de tra- tamento médico(1). O termo “metatarsalgia” tem sido usado, nas das últimas décadas, com abrangência muito diversa por parte de diferentes autores. Alguns usam-no para referir-se apenas às manifestações dolorosas sob os metatarsais cen- trais, outros estendem o conceito a todo o metatarso, in- cluindo alterações do primeiro e do quinto raios, que levam a dores no antepé, principalmente, mas não exclusivamente de localização plantar(2). A formação de um neuroma, em um nervo digital, antes de seu ponto de bifurcação sob o ligamento intermetatar- sal transverso, está relacionada à dor importante na região plantar e irradiação para os dois pododáctilos corresponden- tes(3). Os sintomas clínicos associados a neuroma interdigital foram inicialmente relatados por Civinni, em 1835, e, mais tarde, por Durlacher, em 1845. Apesar de Morton erronea- mente atribuir esta condição a uma “afecção da articulação metatarsofalangeana”, seu nome é mais comumente asso- ciada à lesão(4). Macroscopicamente, o neuroma apresenta um alarga- mento fusiforme do nervo digital plantar em sua bifurcação. Na microscopia, encontram-se: fibrose perineural, número aumentado de arteríolas intrafasciculares com paredes es- pessas e hialinizadas causadas por múltiplas camadas de membranas basais, desmielinização e degeneração das fi- bras nervosas com uma diminuição no número de axônios, edema endoneural, ausência de alterações inflamatórias e presença frequente de tecido bursal acompanhando o es- pécime. Infiltração leucocitária foi encontrada em 50% dos espécimes(5,6). O neuroma de Morton, clinicamente, é caracterizado por uma sintomatologia de dor no antepé, a qual tem fator de melhora com a retirada do calçado e usualmente massageamento dos dedos. Apresenta ainda irradiação para os dedos, acompanhada ou não de fenômenos pa- restésicos nas áreas inervadas pelos ramos nervosos en- volvidos, com dor tipo queimação, piorando com a per- sistência com o uso dos calçados “antifisiológicos”(5,7). Durante o exame físico, ao se realizar a palpação, é en- contrado o sinal de Mulder, no qual o examinador rea- liza uma compressão látero-lateral do antepé na região das cabeças metatársicas com uma mão, enquanto a ou- tra mão do examinador comprime o espaço acometido na região plantar relativo ao espaço intermetatarsal. Esse teste pode produzir dor e clique palpável ou estalido e ressalto doloroso (Mulder positivo) causados pelo des- locamento do neuroma de Morton, quando as cabeças são comprimidas sobre o nervo interdigital espessado durante seu movimento pelo ligamento intermetatarsal transverso(5-12). O diagnóstico diferencial do neuroma de Morton en- volve as radiculopatias lombares, síndrome do túnel do tar- so, fratura por estresse dos ossos metatársicos, calosidades plantares associadas a dedos em martelo ou em garra, doen- ça de Freiberg, neurites periféricas e neuropáticas, bursites intermetatársicas, artrite reumatoide, e tumores ósseos e de partes moles do antepé(5,6). O tratamento do neuroma de Morton é inicialmente conservador. Na falha deste, o tratamento cirúrgico está in- dicado. Diversas vias de acesso são utilizadas, entre elas a dorsal, a plantar longitudinal e a plantar transversa fora da área de carga(1,4,5,7,13-17). O objetivo deste trabalho foi avaliar os resultados obti- dos de pacientes submetidosa tratamento cirúrgico de res- secção de neuroma de Morton, pela via plantar, utilizando a escala de avaliação dos pequenos dedos desenvolvida pela American Orthopaedic Foot and Ankle Society (AOFAS) e sua comparação no pré e pós-operatório. MÉTODOS Foram avaliados 66 pacientes (70 pés) sendo que 36 pacientes (54,6%) apresentavam neuromas apenas no pé esquerdo, 26 (39,4%) apenas no pé direito e 4 (6%) em ambos os pés. Em relação ao sexo, 55 eram mulheres (83,3%) e 11 homens (16,7%). A idade variou entre 18 e 80 anos. A incidência de neuromas somente no 3o espaço interdigital foi de 49 (70%) casos; somente no 2o espaço Rev ABTPé. 2010; 4(1): 13-9. Moreno MVMG, Araujo JEFCB, Fortes Filho MF , Pettersen Júnior W , Marçal TEV, Gomes MJT, Schiper L 15 foram 5 (7,14%) casos e nos 2o e 3o espaços concomitante- mente foram 16 (22,86%) casos. Os pacientes foram sub- metidos ao procedimento cirúrgico devido à falha do trata- mento conservador inicial entre Novembro de 2002 e Maio de 2007, e o tempo de acompanhamento variou entre 12 e 62 meses, com média de 27,2 meses. Foi escolhida a via de acesso plantar transversa visando a uma abordagem segura quanto à localização do nervo, com incisão fora da zona de carga e cosmética. O paciente foi colocado em decúbito dorsal e submetido à raquianestesia Os tempos cirúrgicos dessa técnica são resumidos a seguir: • aplicação de torniquete com faixa de Esmarch na pan- turrilha ou garrote pneumático na raiz da coxa; • incisão transversa distal à zona de carga, na região cor- respondente ao espaço acometido. Segue-se com uma dissecção do tecido celular subcutâneo e do ligamento transverso superficial, com identificação do feixe váscu- lo-nervoso e posterior isolamento do nervo (Figura 1); • ressecção distal e proximal do nervo acometido, sem necessidade de abertura do ligamento transverso pro- fundo; • a hemostasia do local da incisão e o inventário da cavi- dade são válidos para a prevenção da formação de he- matoma no pós-operatório e localização de lesões as- sociadas; • fechamento por planos e aplicação de curativo com- pressivo até o primeiro curativo pós-operatório, o qual ocorre após uma semana. Os pacientes recebem alta hospitalar no dia seguinte ao ato cirúrgico, sendo os pontos retirados com três semanas de pós-operatório, o qual é de aproximadamente dez dias de supressão total de carga e elevação do membro operado, com uso médio por quatro semanas de calçado tipo Barouk, até o retorno às atividades habituais. Os pacientes foram avaliados no pré-operatório segun- do a escala AOFAS para pequenos dedos (Tabela 1) e nova- mente no pós-operatório de pelo menos um ano. Para ava- liação dos resultados foi utilizada uma classificação como “mau”, “regular”, “bom” e “excelente”, segundo os pontos obtidos na escala AOFAS pelos critérios descritos por Mann et al. e apresentados na Tabela 2(8). Tabela 1- Escala de avaliação dos pequenos dedos (AOFAS) Total 100 pontos Parâmetro Pontos 1. Dor (40 pontos) Nenhuma 40 Leve, ocasional 30 Moderada, diária 20 Intensa, quase sempre presente 0 2. Função (45 pontos) 2.1. Limitação das atividades e necessidades de suportes Sem limitações, sem suportes 10 Sem limitações às atividades diárias, limitação recreação, sem suportes 7 Limitação de atividades diárias e recreacionais, bengala 4 Limitação importante de atividades diárias, muletas, andador, cadeira ou órtese 0 2.2. Calçados Da moda, convencionais sem necessidade de palmilhas 10 Sapatos confortáveis ou palmilhas 5 Sapatos especiais ou órteses 0 2.3. Mobilidade de metatarsofalângica (flexão+extensão) Normal ou restrição leve (75º ou mais) 10 Restrição moderada(30 a 74º) 5 Restrição intensa (menor que 30º) 0 2.4. Mobilidade de interfalângica (flexão plantar) Sem restrição 5 Restrição Intensa (menos que 10º) 0 2.5. Estabilidade da metatarsofalângica e interfalângica (todas as direções) Estável 5 Instável 0 2.6. Presença de calosidade (metatarsofalângica ou interfalângicas) Sem calo ou hiperqueratose indolor 5 Presença de calosidade dolorosa 0 3. Alinhamento (15 pontos) Bom – pequenos dedos bem alinhados 15 Regular – pequenos dedos ligeiramente desalinhamentos, sem sintomas 8 Mau – desalinhamento flagrante e sintomático 0 Fonte: Kitaoka HB, Alexander IJ, Adelaar RS, Nunley JA, Myerson M S. Clinical rating systems for the ankle-hindfoot, midfoot, hallux, and lesser toes. Foot Ankle. 1994;15(7):349-53(9). Tabela 2 - Classificação Avaliação de resultados Mau 0-30 Regular 31-70 Bom 71-90 Excelente 91-100 Fonte: Mann RA, Holmes GB, Seale KS, Collins DN. Chronic rupture of the Achilles tendon: a new technique of repair. J Bone Joint Surg Am. 1991;73(2): 214-9(8).Figura 1. Incisão transversa distal à zona de carga e isolamento do nervo. Rev ABTPé. 2010; 4(1): 13-9.16 Tratamento cirúrgico do neuroma de Morton por via plantar transversa: avaliação de resultados pela escala AOFAS AOFAS2 AOFAS1 65 63 61 59 57 55 53 51 49 47 45 43 41 39 37 35 33 31 29 27 25 23 21 19 17 15 13 11 9 7 5 3 1 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Gráfico 5- Escala AOFAS no pré e pós-operatório. AOFAS1: pré-operatório; AOFAS2: pós-operatório (12 a 64 meses). RESULTADOS Os resultados referentes à idade (Gráfico 1), ao sexo (Grá- fico 2), ao lado (Gráfico 3) e ao espaço (Gráfico 4) em que se encontrava o neuroma, e valores referentes a escala AOFAS no pré-operatório (AOFAS1) e a escala AOFAS no pós-operatório (AOFAS2) estão presentes na Tabela 3 e Gráfico 5. Aplican- do-se os critérios de avaliação dos valores de cada paciente, encontram-se classificados como “excelente” os resultados de 3% 12% 29% 33% 20% 3% 18 a 30 31 a 40 41 a 50 51 a 60 61 a 70 71 a 80 Gráfico1 - Distribuição de acordo com a faixa etária. 16,70% 83,30% Homens Mulheres Gráfico 2 - Distribuição de acordo com o sexo dos pacientes. 39,40% 54,60% 6% Lado direito Lado esquerdo Bilateral Gráfico 3 - Lado do neuroma. 70,00% 7,14% 22,86% 3º espaço 2º espaço 3º e 2º Gráfico 4 - Espaço intermetatársico. 17% dos casos, como “bom” os resultados de 77% dos casos e como “regular” os resultados de 6% dos casos. Não foi en- contrado nenhum “mau” resultado (0%) (Gráfico 6). Como complicações do método ocorreram dor residual em oito pacientes (11,42%), três recidivas (4,28%) e ape- nas um caso apresentou infecção de ferida cirúrgica (1,42%) que foi adequadamente tratada com antibioticoterapia oral e curativos, evoluindo de forma satisfatória e, atualmente, encontra-se bem. Rev ABTPé. 2010; 4(1): 13-9. Moreno MVMG, Araujo JEFCB, Fortes Filho MF , Pettersen Júnior W , Marçal TEV, Gomes MJT, Schiper L 17 DISCUSSÃO No tratamento inicial do neuroma de Morton, foram instituídas mudanças de hábitos, envolvendo o uso de calça- dos fisiológicos associado ao uso de anti-inflamatórios não- hormonais e fisioterapia, com o objetivo de alongamento da fáscia plantar e musculatura flexora dos dedos, associado ao ultrassom(11-19). Palmilhas para supressão da carga na região metatarsal acometida, com barra retrocapital (suporte de arco), podem ser usadas como coadjuvantes. O uso de inje- ção esteroide ou mistura de preparado de hidrocortizona e anestésico local, com finalidade de alívio da dor, porém com duração do efeito de semanas a meses, é controverso, entre outros motivos, devido à atrofia cutânea e às alterações de pigmentação(5,7,20-26). Quando o tratamento conservador falha, outros mé- todos podem ser utilizados, incluindo neurólise e libe- ração cirúrgica do ligamento metatarsal transverso para descompressão. A ressecção cirúrgicado neuroma e do segmento envolvido do nervo é o tratamento que conduz aos melhores resultados segundo vários autores, podendo ser realizado por via plantar ou dorsal. A incisão plantar longitudinal tem sido reservada aos casos de neuroma recidivado. Entretanto, foi descrita uma incisão plantar transversa fora da área de carga. A vantagem da incisão plantar, em seu sentido transversal fora da área de car- ga, é que ela evita que o peso corpóreo seja transmitido à superfície plantar das cabeças metatarsais, resultando em uma cicatriz menos dolorosa, além de esteticamente menos evidente. No intraoperatório, há ainda uma maior segurança na abordagem, não havendo necessidade de re- alizar a liberação do ligamento transverso profundo, uma vez que ocasiona a metatarsalgia por diástase dos ossos metatársicos(1,4-7). Apesar de a literatura relatar bons resultados com o tra- tamento cirúrgico, não há uma uniformidade quanto aos tra- balhos que tentaram, de forma objetiva, por meio de alguma escala, quantificar e determinar os resultados obtidos(1,5-8,27-31). 0% 6% 77% 17% Mau Regular Bom Excelente Gráfico 6 - Graduação do resultado. Tabela 3 - Pacientes com neuroma de Morton Número Nome Idade Sexo Lado Espaço AOFAS1 AOFAS2 1 ARSS 67 F E 3° 70 88 2 ANS 32 F E 3° 66 90 3 MVSA 65 F E 3° 60 84 4 AMM 80 M E 3° 64 100 5 GBF 65 F D/E 3° 60 90 6 ACAF 49 M D 2° 55 78 7 AS 44 M E 3° 64 86 8 OGS 70 F E 3° 62 82 9 RMPS 61 F D 3° 68 93 10 ANS 44 F E 2° 50 76 11 RTM 68 M D 3° 62 78 12 LMSRB 47 F E 2°/3° 60 80 13 MOCV 53 F E 3° 55 92 14 LGQ 37 M E 3° 48 90 15 CBN 51 F D 3° 64 86 16 TBM 49 F E 2°/3° 60 80 17 MCBO 56 F D 3° 55 94 18 LMMS 61 F E 2°/3° 64 100 19 ARR 45 M E 3° 62 90 20 RGS 53 M E 3° 64 84 21 RAF 79 F E 3° 50 80 22 CBG 43 F E 2°/3° 60 82 23 AMOM 54 F D 3° 52 84 24 MNFS 51 F E 3° 54 60 25 ENSP 52 F D 3° 60 84 26 MSL 58 F E 3° 70 82 27 JLJA 52 F D 2°/3° 56 76 28 JASA 49 F D 2°/3° 60 84 29 JSS 47 F D 3° 58 82 30 RGMN 34 F D 2° 62 90 31 GTA 60 F D/E 3° 58 84 32 INC 65 F E 3° 64 88 33 NMSO 44 F D 3° 70 92 34 MOC 59 F D 3° 74 94 35 WJR 54 F E 3° 64 100 36 JSS 50 F E 3° 62 80 37 CCMM 52 F E 2°/3° 60 80 38 VOOS 55 F E 3° 64 78 39 NBM 61 F E 3° 60 90 40 PPS 42 F E 3° 44 50 41 CMBP 60 F D 3° 60 88 42 NDAR 54 F D 2°/3° 50 90 43 MGSD 57 F D 3° 56 88 44 CACC 48 F E 2°/3° 60 82 45 GGJ 40 M E 3° 70 90 46 PSST 18 F E 3° 72 90 47 GCL 41 M D 3° 74 95 48 RCNBA 55 F D 2°/3° 66 88 49 ZPGS 41 F E 2°/3° 60 90 50 JCPS 45 F D 3° 55 86 51 JSR 49 F E 3° 68 90 52 JCAS 40 M D 3° 60 92 53 SPMCO 33 F D 2° 64 84 54 MGNM 65 F D 3° 70 86 55 LMIA 50 F D 3° 68 90 56 MIVS 60 F D/E 3° 56 76 57 AMCR 66 M E 3° 50 80 58 JNS 59 F E 2°/3° 68 90 59 UINS 66 F E 2°/3° 62 88 60 WMR 67 F E 2°/3° 58 82 61 CSC 31 F E 3° 50 60 62 LSC 23 F E 3° 66 90 63 EDM 60 F D/E 2°/3° 60 92 64 RMLML 59 F D 2°/3° 54 60 65 SSSL 36 F D 2°/3° 58 74 66 LMT 42 F D 3° 64 86 AOFAS1: pré-operatório; AOFAS 2: pós-operatório (no mínimo 12 meses). Rev ABTPé. 2010; 4(1): 13-9.18 Tratamento cirúrgico do neuroma de Morton por via plantar transversa: avaliação de resultados pela escala AOFAS Existe um maior número de pacientes acometidos do sexo feminino com tendência maior a partir da quinta déca- da de vida predominando no terceiro espaço intermetatarsal. Isso se deve possivelmente ao uso de sapatos “antifisioló- gicos” caracterizados por uma câmara anterior estreita, re- sultando em uma hiperextensão da articulação metatarso- falângica, a qual favorece a compressão do nervo contra o ligamento intermetatársico, potencializado por um compar- timento posterior elevado, presente nesses sapatos(3,5-7). Apesar de haver concordância na literatura quanto à pre- valência de pacientes do sexo feminino, essa relação diver- ge na literatura. Womack et al.(27) relatam 11:1 mulheres em relação a homens ; Villas et al.(28) relatam 49:1 ; Barbosa et al. (7), 5:1 ; Barroco et al.(6), 6:1 ; Napoli et al.(29), 6:1 ; Nery et al.(5), 6,5:1; Gomez et al.(30), 4:1; Coughlin et al.(4), 4:1. Nes-Nes- te estudo foi encontrada uma relação de 5:1 mulheres para homens. A média de idade dos pacientes submetidos ao trata- mento cirúrgico neste trabalho foi de 51,8 anos. Idade próxi- ma a dos pacientes de Womack et al.(27) (53,7 anos), Gomez et al.(30) (52 anos), Coughlin et al.(4) (50 anos), Barroco et al.(6) (48,9 anos), Napoli et al.(29) (49,97 anos) e Nery et al.(5) (52 anos) e um pouco mais distante dos pacientes de Villas et al.(28) (57 anos) e Barbosa et al.(7) (40,8 anos). Em 1994, um comitê da AOFAS desenvolveu um siste- ma de avaliação para as diferentes regiões anatômicas do pé, dando origem a quatro escalas: escala para retropé e torno- zelo, escala para mediopé, escala para articulação metatar- sofalângica (MTF) e interfalângica (IF) do hálux e a escala para os dedos menores, podendo ser aplicadas em diferentes lesões e tratamentos(9,32). Foi observada melhora da dor em aproximadamente 90% dos pacientes e os resultados foram considerados bons ou excelentes em 94% dos pacientes pelos parâmetros esta- belecidos. Pela escala AOFAS, foi obtida uma melhora mé- dia em quase 40% da pontuação. Napoli et al.(29) realizaram uma avaliação baseada em um questionário que não foi publicado em seu artigo e conside- raram 91,89% de bons resultados. Nery et al.(5) encontraram 100% de aprovação pelos pacientes em relação ao resulta- do estético e 87,4% satisfeitos por apresentar melhora da dor e satisfação total com uso de calçados (bom), 8,4% com alteração neurológica discreta e restrição ao uso de certos calçados (regular) e 4,2% sem melhora com o tratamento de forma global (“mau”). Barroco et al.(6) encontraram 91% de bons resultados, 7% regulares e 2% de maus resultados utilizando o mesmo critério de Nery et al.(5). Barbosa et al.(7) consideraram satisfeitos os pacientes que não apresentavam dor residual nem limitação para o uso de qualquer tipo de calçado, encontrando 89,5% neste grupo e 10,5% de pa- cientes insatisfeitos por apresentarem qualquer nível de dor residual, parestesia e/ou limitação para uso de calçados. Gomez et al.(30), em seu estudo utilizando a via dorsal, realizaram a avaliação dos resultados empregando a escala AOFAS para hálux encontrando uma pontuação média pré- operatória de 45 pontos e pós-operatória de 94,16%, sendo possível deduzir melhora de 109% da pontuação em seu trabalho realizado em Buenos Aires, Argentina. Womack et al. referem ter encontrado apenas 50% de bons resulta- dos utilizando a via dorsal e aplicando a escala de avaliação apresentada por Giannini, et al. mas não apresentaram da- dos pré-operatórios para avaliar o grau de melhora desses pacientes(27,31,32). Villas et al.(28), utilizando a via dorsal, usaram a escala AOFAS pré e pós-operatoriamente para comparar os resul- tados de neurectomia contra apenas neurólise, encontrando 65 pontos, em média, na avaliação pré-operatória e, no pós- operatório, uma média de 92 pontos no grupo neurectomia (41% de melhora) e 89 pontos no grupo neurólise (37% de melhora). CONCLUSÃO O tratamento cirúrgico do neuroma de Morton pela via plantar transversa demonstra resultados comparáveis às de- mais técnicas descritas na literatura e consiste em uma op- ção real, segura e com boa acessibilidade no tratamento ade- quado dessa patologia. Ainda não existe consenso quanto à melhor forma de avaliação dos resultados do tratamento do neuroma de Morton. A utilização de escalas ou escores pare- ce ser uma boa opção de validação de resultados, no entan- to, deve ainda ser comparada a outras formas de avaliação. REFERÊNCIAS 1. Kitaoka HB, Turner NS. Ressecção primária do neuroma interdigital. In: Kitaoka HB. Pé e tornozelo. 2a ed. Rio de Janeiro: Revinter; 2005. p. 171-81. 2. Henning EE, Henning C. Metatarsalgia. Clin Ortop SBOT. 2001;2(2): 477-93. 3. CoutoP, Osório L, Chambriad C, Menegassi Z, Domingues RC, Miguelotte E, et al. Neuroma de Morton: diagnóstico pela ressonância magnética. Rev Bras Ortop. 1997;32(7):581-2. 4. Coughlin MJ, Pinsonneault T. 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O tratamento realizado foi baseado em microanastomose venosa, arterial e neural específica associado à estabilização óssea mínima com fios de Kirschner, com bom resultado clínico após oito anos. Descritores: Amputação; Reimplante; Pé; Criança; Relatos de casos Abstract We report a rare case of foot reimplantation due to a traumatic amputation above the ankle caused by transit accident, in an one year old child. The treatment was done with specific venous, arterial and neural microanastomosis, and bone stabilization with K-wires, with a good clinical result within eight years. Keywords: Amputation; Replantation; Foot; Child; Case reports Trabalho realizado no Departamento de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás – UFG – Goiânia (GO), Brasil. 1 Chefe do Grupo de Mão e Microcirurgia do Departamento de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás – UFG – Goiânia (GO), Brasil. 2 Chefe do Grupo de Pé e Tornozelo do Departamento de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás – UFG – Goiânia (GO), Brasil. 3 Médico Ortopedista do Grupo de Mão e Microcirurgia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás – UFG – Goiânia (GO), Brasil, e do Hospital de Acidentados de Goiânia – Goiânia (GO), Brasil. 4 Mestre; Professor Substituto de Ortopedia do Departamento de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás – UFG – Goiânia (GO), Brasil. 5 Residente de Ortopedia do Instituto Ortopédico de Goiânia – IOG – Goiânia (GO), Brasil. Correspondência Frederico Barra de Moraes Avenida T-4, 1.140, apto. 403, Edifício Lago das Brisas – Setor Bueno CEP 74230-050 – Goiânia (GO), Brasil Fone: (62) 9611-4050 Fax: (62) 3285-2222 E-mail: frederico_barra@yahoo.com.br. Data de recebimento 15/3/10 Data de aceite 29/5/2010 Re la to de Ca so Reimplante do pé em criança: relato de caso Foot reimplantation in a child: case report Mário Yoshiyde Kwuae1, Edegmar Nunes Costa2, Ricardo Pereira da Silva3, Frederico Barra de Moraes4, Rodrigo Alvarenga Nunes5 Rev ABTPé. 2010; 4(1): 60-4. Kwuae MY, Costa EN, Silva RP, Moraes FB, Nunes RA 61 INTRODUÇÃO Existem poucos relatos de pacientes vítimas de am- putação traumática no membro inferior e submetidos a reimplante(1-11). O objetivo deste trabalho foi relatar o resultado de um raro caso de reimplante no pé ao nível do tornozelo devido à amputação traumática num acidente de trânsito numa crian- ça de um ano de idade. RELATO DE CASO Paciente do sexo feminino, um ano e três meses de ida- de, atendida em Fevereiro de 2000, devido a acidente mo- tociclístico (colisão com automóvel) e tempo de resgate de uma hora. O pai refere que a criança estava na moto e sofreu trau- matismo direto do pára-choque dianteiro de um automóvel no tornozelo direito, causandoamputação traumática linear. As radiografias da perna direita nas incidências anteroposte- rior (AP) e perfil (P) evidenciaram amputação da tíbia e fíbula no nível da linha epifisária do tornozelo (Figura 1). A paciente apresentava politrauma, hemodinamicamen- te estável com traumatismo crânio-encefálico leve (Glasgow 14), sonolenta, hematoma subgaleal parieto frontal à direita. A tomografia computadorizada do crânio evidenciou fratu- ra parietal direita, sem hemorragia parenquimatosa. A coxa direita também apresentava sinais de traumatismo, com de- formidade e edema, na qual as radiografias em AP e P evi- denciaram fratura desviada da diafisária do fêmur, com traço transverso e desviado (Figura 2). Foi realizada a cirurgia de reimplante do pé direito sob anestesia geral, feita a osteossíntese da tíbia e fíbula por fixa- ção intramedular com dois fios de Kirschner retrógrado atra- vés do calcâneo na tíbia e um na fíbula, limpeza mecânico- cirúrgica, desbridamento e regularização das extremidades ósseas com saca-bocado (Figura 3). No tempo microcirúrgi- co, foram realizadas anastomoses das veias tibial posterior e safenas magna e parva, artéria tibial anterior; neurorrafias dos nervos tibial e fibular profundo; tenorrafias dos tendões tibial posterior, calcâneo, flexor longo do hálux, flexor lon- go dos dedos, tibial anterior e extensor longo dos dedos. O tempo do garrote foi de duas horas. Ao final, foi instalado dreno aspirativo 2.7 e sutura de pele com mono-nylon 4.0, com boa perfusão no pós-operatório imediato (Figura 4). A paciente ficou internada por oito dias, utilizando me- dicamento anticoagulante (heparina 1.000 UI) a cada 12 horas e antibioticoterapia endovenosa (com cefalotina 250 mg a cada 6 horas), além de analgésicos e anti-inflamatórios. Curativos sob anestesia foram trocados de dois em dois dias. Na evolução, observou-se boa perfusão e pulsos presentes no pé direito. Foi realizado, então, um gesso pélvi-podálico Figura 1 - (A) Aspecto clínico da amputação traumática do pé direito; e (B) radiografia de perfil da perna evidenciando amputação no nível da cartilagem epifisária distal do terço distal da perna. Figura 2 - Radiografia anteroposterior do fêmur direito com fratura diafisária desviada. A B Rev ABTPé. 2010; 4(1): 60-4.62 Reimplante do pé em criança: relato de caso Figura 3 - Radiografia anteroposterior (A) e perfil (B) da perna direita, evidenciando a fixação óssea do pé e perna. Figura 4 - Aspecto do reimplante da amputação traumática do pé direito no pós-operatório imediato. para o tratamento da fratura do fêmur direito, deixando o terço distal da perna e do pé direito de fora da imobilização. Recebeu alta com ácido acetilsalicílico, 100 mg oral 1 vez ao dia e cefalexina 250 mg oral a cada 6 horas, por 30 dias, com retorno a cada 4 dias para curativo, que se manteve em bom aspecto e perfusão. Com dois meses, as fraturas do fêmur e da tíbia apresen- tavam-se consolidadas e sem desvio, sendo retirados o ges- so e os pinos e iniciada fisioterapia para o pé direito, que se encontrava insensível, sem movimentos ativos, com edema moderado e com limitação dos movimentos do tornozelo. Foi utilizada faixa elástica compressiva para diminuir o ede- ma e feita fisioterapia motora. Seis meses após a cirurgia, foi realizado um duplex-scan dos vasos, o qual mostrou sistema arterial pérvio, sem este- noses, dilatações ou outras alterações anatômicas arteriais, além da oclusão de uma das veias tibiais posteriores, estan- do as demais pérvias (Figura 5). Após um ano da cirurgia, a paciente apresentava cres- cimento normal do membro inferior direito, já realizando atividades sem dor, como correr, pular, porém com limitação nos movimentos do tornozelo e pé direitos, sendo mantida em fisioterapia. As radiografias nas incidências (AP e P) do tornozelo com quatro anos de pós-operatório apresentavam preservação da linha fisária do tornozelo, sem sinais epifisio- deses (Figura 6). A amplitude articular mostrava boa mobili- dade ativa do tornozelo e do pé. DISCUSSÃO Os poucos casos relatados de amputação traumática no membro inferior relacionam a gravidade do trauma às dificuldades em se obterem bons resultados funcionais. O reimplante, quando comparado às próteses de membro in- ferior, podem ter resultados menos satisfatórios(7,9). Esta foi a primeira paciente criança submetida a reimplante do pé no Centro-Oeste, sendo conhecido apenas um caso de adulto no Brasil(10). A paciente foi vítima de trauma grave, que resultou em amputação no nível da metáfise distal. As condições locais das extremidades proximal e distal dos cotos eram favorá- veis ao reimplante: ferida linear, sem lacerações ou esmaga- mento. O bom estado geral clínico da paciente, sua pouca idade e o pouco tempo de isquemia possibilitaram a realiza- A B Rev ABTPé. 2010; 4(1): 60-4. Kwuae MY, Costa EN, Silva RP, Moraes FB, Nunes RA 63 Figura 6 - (A) Radiografia antero-osterior e perfil do tornozelo direito sem alteração estrutural após quatro anos do acidente; (B) aspecto radiográfico do fêmur evidenciando o bom alinhamento. Figura 7 - Aspecto clínico da paciente após quatro anos. Notar o apoio plantígrado. ção do reimplnate. A opção pela estabilização óssea mínima com fios de Kirschner abreviou o tempo cirúrgico. Qualquer outro método de fixação (Ilizarov, placas) aumentaria a mor- bidade devido à desvitalização dos fragmentos. Após o primeiro ano do reimplante, foram observadas mudanças no resultado funcional, a partir do processo de reinervação (avaliada por meio de eletroneuromiografia e exame clínico), capacitando deambular sem sintomas do- lorosos. A evolução continuou favorável após oito anos de acompanhamento. A paciente apresenta-se com função e estética normais (Figura 7). Neste caso de amputação traumática do pé numa crian- ça, na qual o atendimento de emergência foi rápido (tempo menor do que uma hora), a boa vitalidade dos cotos, as con- dições clínicas favoráveis e a estrutura hospitalar contando com equipe especializada multidisciplinar foram fatores im- portantes para o bom resultado final. A B Figura 5 - Dupplex-scan dos vasos evidenciando fluxo arterial pérvio (A e B) bem como o fluxo venoso (C e D). A B C D Rev ABTPé. 2010; 4(1): 60-4.64 Reimplante do pé em criança: relato de caso 1. Magee HR, Parker WR. Replantation of the foot. Results after two years. Med J Aust. 1972;1(15):751-5. 2. Hoehn JG. Replantation of the foot. Surgical Rounds. 1978;1:53-60. 3. Lesavoy MA. Successful replantation of lower leg and foot withgood sensibility and function. Plast Reconstr Surg. 1979;64(6): 760-5. 4. Usui M, Minami M, Ishii S. The successful replantation of an amputed leg in a child. Plast Reconst Surg. 1979;63(5):613-6. 5. Van Beek AL, Wavak PW, Zook EG. 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REFERÊNCIAS Revista aBtPé ISSN 1981-772X Editor Chefe Antonio Egydio de Carvalho Jr. (São Paulo, SP) Editor Científico Caio Augusto de Souza Nery (São Paulo, SP) Antônio Augusto Couto de Magalhães (São Paulo, SP) Antônio César Mezêncio da Silveira (Belo Horizonte, MG) Antônio Francisco Ruaro (Umuarama, PR) Arnaldo Papavero (São Paulo, SP) Carlos Fontoura Filho (Uberaba, MG) Cibele Ramos Réssio (São Paulo, SP) Cíntia Kelly Bittar (Campinas, SP) Davi de Podestá Haje (Brasília, DF) Décio Cerqueira de Moraes Filho (Marília, SP) Edegmar Nunes Costa (Goiânia, GO) Fábio Batista (São Paulo, SP) Francisco Mateus João (Manaus, AM) Gildásio de Cerqueira Daltro (Salvador, BA) Helencar Ignácio (São José do Rio Preto, SP) João Fernando Saraiva (Passo Fundo, RS) João Luiz Vieira da Silva (Curitiba, PR) Jorge Eduardo de Schoucair Jambeiro (Salvador, BA) José Felipe Marion Alloza (São Paulo, SP) José Vicente Pansini (Curitiba, PR) Kelly Cristina Stéfani (São Paulo, SP) Luiz Antonio Chaves Carvalho (Porto Alegre, RS) Luiz Carlos Ribeiro Lara (Caçapava, SP) Luiz Eduardo Cardoso Amorim (Rio de Janeiro, RJ) Luiz Sérgio Martins Pimenta (São Paulo, SP) Marcelo Pires Prado (São Paulo, SP) Márcio Passini Gonçalves de Souza (São Paulo, SP) Marco Antonio Rocha Afonso (Fortaleza, CE) Marco Túlio Costa (São Paulo, SP) Marcos de Andrade Corsato (São Paulo, SP) Mário Kuhn Adames (Florianópolis, SC) Marta Imamura (São Paulo, SP) Paulo César de César (Porto Alegre, RS) Renato do Amaral Masagão (São Paulo, SP) Ricardo Cardenuto Ferreira (São Paulo, SP) Ricardo Malaquias de Miranda (Belo Horizonte, MG) Rui dos Santos Barroco (São Paulo, SP) Sérgio Rodrigues Tírico (São Paulo, SP) Sidney Silva de Paula (Curitiba, PR) Túlio Diniz Fernandes (São Paulo, SP) Verônica Fernandes Vianna (Rio de Janeiro, RJ) Wilson Roberto Rossi (Campinas, SP) CORPO DE REVISORES Editores Associados Augusto César Monteiro (São Paulo, SP) Jorge Mitsuo Mizusaki (São Paulo, SP) Sergio Eduardo Vianna (Rio de Janeiro, RJ) Conselho Executivo Nelson Astur Filho (São Paulo, SP) João de Carvalho Neto (São Paulo, SP) Conselho Editorial Manlio Mario Marco Napoli (São Paulo, SP) Osny Salomão (São Paulo, SP) Egon Erich Henning (Novo Hamburgo, RS) Sérgio Bruschini (São Paulo, SP) Roberto Atíllio Lima Santin (São Paulo, SP) Rev ABTPé v. 4, n. 1, p. 1-64, jan/jun 2010 Produção Editorial © 2010 : AssociAção BrAsileirA de MedicinA e cirurgiA do Tornozelo e Pé Zeppelini Editorial Rua Dr. César, 530 – cj. 1308 Santana – São Paulo /SP – CEP 02013-002 PABX: 55 (11) 2978-6686 www.zeppelini.com.br zeppelini@zeppelini.com.br exPediente A resPonsABilidAde Por conceiTos eMiTidos nos ArTigos é de inTeirA resPonsABilidAde de seus AuTores. PerMiTidA A reProdução ToTAl ou PArciAl dos ArTigos, desde que MencionAdA A fonTe. revisTA ABTPé, issn 1981-772X é uMA PuBlicAção oficiAl dA AssociAção BrAsileirA de MedicinA e cirurgiA do Tornozelo e Pé. redAção e AdMinisTrAção: TodA corresPondênciA deverá ser encAMinhAdA à: AssociAção BrAsileirA de MedicinA e cirurgiA do Tornozelo e Pé. ruA são BenediTo, 1050 - sAnTo AMAro. ceP: 04735-002 são PAulo (sP), BrAsil Secretaria Executiva Secretária: Hui Li E-mail: abtpe@abtpe.org.br Assinaturas – distribuição gratuita Tiragem – 10.000 exemplares endereço: ruA são BenediTo, 1050 - sAnTo AMAro 04735-002 - são PAulo - sP TelefAX: (11) 3082-2518 / 3082-6919 aBtPé - associação BRasileiRa de Medicina e ciRuRgia do toRnozelo e Pé Assessoria Técnica Edna Terezinha Rother AssociAção BrAsileirA de MedicinA e cirurgiA do Tornozelo e Pé Diretoria Biênio 2010/2011 Presidente: Augusto César Monteiro (São Paulo, SP) Vice-Presidente: José Vicente Pansini (Curitiba, PR) 1º Secretário: Marco Túlio Costa (São Paulo, SP) 2º Secretário: Ricardo Malaquias de Miranda (Belo Horizonte, MG) 1º Tesoureiro: João de Carvalho Neto (São Paulo, SP) 2º Tesoureiro: Edegmar Nunes Costa (Goiânia, GO) Diretor de Educação Continuada e Pesquisa: Ricardo Cardenuto Ferreira (São Paulo, SP) Diretor de Ensino e Treinamento: Jorge Mitsuo Mizusaki (São Paulo, SP) Diretor de Ética e Defesa Profissional: Augusto Braga dos Santos (Goiânia, GO) Conselho Fiscal: Nelson Astur Filho (São Paulo, SP) Luiz Eduardo Cardoso Amorim (Rio de Janeiro, RJ) Fábio Batista (São Paulo, SP) Antero Tavares Cordeiro Neto (Salvador, BA) Carlos Alfredo Lobo Jasmin (Rio de Janeiro, RJ) Marcos de Andrade Corsato (São Paulo, SP) Comissão Social: Antonio Augusto Couto de Magalhães (São Paulo, SP) Flávio Abrahão (Santos, SP) Luiz Carlos Ribeiro Lara (Taubaté, SP) Comissão Informática: Júlio César Falaschi Costa (Poços de Caldas, MG) Rafael Trevisan Ortiz (São Paulo, SP) Diretoria Regional da ABTPé Bahia: Osvaldo Souza Junior (Salvador, BA) Espírito Santo: Jorge Luiz Kriger (Vitória, ES) Brasil Central: Jefferson Soares Martins (Goiânia, GO) Minas Gerais: Benjamim Dutra Macedo (Belo Horizonte, MG) Norte: Fábio Santana de Oliveira (Belém, PA) Paraná: César Augusto Baggio Pereira (Curitiba, PR) Nordeste: Otávio Caraciolo Borba (Recife, PE) Rio de Janeiro: Verônica Fernandes Vianna (Rio de Janeiro, RJ) Rio Grande do Sul: José Antônio Veiga Sanhudo (Porto Alegre, RS) Santa Catarina: Marcelo André Rocha Ostrowski (Florianópolis, SC) São Paulo: Alfonso Apostólico Netto (São Paulo, SP) Editor do Boletim da ABTPé: Rafael Trevisan Ortiz (São Paulo, SP) Rev ABTPé v. 4, n. 1, p. 1-64, jan/jun 2010 Hora de ousar Antonio Egydio de Carvalho Jr. 1 ISSN 1981-772X Editorial artigo EspEcial artigos originais rEvista aBtpé AssociAção BrAsileirA de MedicinA e cirurgiA do Tornozelo e Pé 7Resultados funcionais do tornozelo após ressecção do terço distal da fíbula Functional outcome of the ankle after resection of the distal fibula Gustavo Sampaio de Souza Leão, Antonio Marcelo Gonçalves de Souza, Cícero Heleno Feitosa 13Tratamento cirúrgico do neuroma de Morton por via plantar transversa: avaliação de resultados pela escala AOFAS Surgical treatment of Morton’s neuroma through transverse plantar port: results assessment by AOFAS scale Marcus Vinicius Mota Garcia Moreno, José Eduardo Freire Castello Branco de Araujo, Mauro de Freitas Fortes Filho, Walter Pettersen Júnior, Túlio Eduardo Vieira Marçal, Marilton Jorge Torres Gomes, Luis Schiper 20Osteotomia cuneiforme de adição na base do primeiro metatársico para o tratamento do hálux valgo moderado e intenso: fixação com placas de baixo perfil Proximal opening-wedge osteotomy of the first metatarsal for moderate and severe hallux valgus with low-profile plates Caio Nery, Cibele Réssio, Gerson de Azevedo Santa Cruz, Rafael Silva Remor de Oliveira 30Mensuração radiográfica da discrepância entre o primeiro e segundo metatarsais na osteotomia proximal tipo adição para tratamento cirúrgico do hálux valgo Radiographic measurement of the discrepancy between the first and second metatarsal osteotomy type in addition to surgical treatment of hallux valgus Antonio Francisco Ruaro, Antonio Egydio de Carvalho Junior 2SPECT-CT como herramienta diagnóstica en cirugía de tobillo y pie. A propósito de 6 casos SPECT-CT as a diagnostic tool in foot and ankle surgery. Preliminary experience in 6 cases O uso do CT-SPECT como ferramenta para o diagnóstico diferencial da dor do pé e tornozelo Claudio Diaz, Cristián Ortiz, Emilio Wagner, Andrés Keller sumário 40 Tratamento cirúrgico da ruptura aguda do tendão calcâneo com o método de Bosworth modificado em esportistas amadores Surgical treatment of the acute rupture of the Achilles tendon with the method of modified Bosworth in amateur sportsmen André Luiz de Oliveira, Helencar Ignácio, Márcio Gomes Figueiredo, João Ricardo Gonçalves Montanha 52 Rupturado tendão calcâneo: mobilização e carga precoce após reparo cirúrgico Achilles tendon tendon rupture: motion and weight bearing early after operative treatment Mário Kuhn Adames, Cristiano Carvalho Sansão, Gilbert Serpa, Gustavo Birro, Renan Gallas Mombach, Simone Zambeli Alberti 60 Reimplante do pé em criança: relato de caso Foot reimplantation in a child: case report Mário Yoshiyde Kwuae, Edegmar Nunes Costa, Ricardo Pereira da Silva, Frederico Barra de Moraes, Rodrigo Alvarenga Nunes rElato dE caso A Revista ABTPé (ISSN 1981-772X) é o órgão oficial de divulgação científica da Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé, publicada semes- tralmente nos meses de julho e dezembro, com o objetivo de divulgar trabalhos sobre temas de Medicina e Cirurgia do Pé e áreas correlatas. Todos os trabalhos enviados à Revista serão submeti- dos à avaliação pelos pares (peer review) por pelo menos dois revisores. A aceitação será feita com base na origina- lidade, significância e contribuição científica. Os revisores farão comentários gerais sobre o trabalho e informarão se o mesmo deve ser publicado, corrigido segundo as reco- mendações ou rejeitado. Em caso de discordância entre os avaliadores, poderá ser solicitada uma nova opinião. Quando forem sugeridas modificações, as mesmas serão encaminhadas ao autor principal que deverá devolver o manuscrito corrigido em até 60 dias. Em seguida, será de- volvida aos mesmos revisores para verificarem se as exi- gências foram satisfeitas. Em casos excepcionais, quando o assunto do manuscrito assim o exigir, o Editor chefe poderá solicitar que a avaliação seja feita por um profis- sional que não conste da relação dos Editores e do Con- selho Editorial. Após este processo de revisões, o Editor chefe encaminhará para publicação, os manuscritos apro- vados. A decisão sobre a aceitação do artigo para publica- ção ocorrerá, sempre que possível, no prazo de 120 dias a partir da data de seu recebimento. Uma vez aceito para publicação, uma prova do artigo editorado (formato PDF) será enviada ao autor correspon- dente para sua avaliação e aprovação definitiva. Cabe ao Corpo Editorial classificar os trabalhos nas ca- tegorias aceitas pela revista, podendo sugerir trocas e mo- dificações nos textos, desde que não se altere o conteúdo científico, com a devida concordância do autor. As afirmações e informações expressas nos artigos pu- blicados na Revista são de inteira responsabilidade dos au- tores e seus colaboradores. As normas para publicação da revista estão de acordo com Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Bio- medical Journals, de fevereiro de 2006, preparado pelo In- ternational Committee of Medical Journal Editors (ICMJE), disponível em: http://www.icmje.org/. A revista recebe para publicação: editoriais, artigos origi- nais, artigos de revisão, ponto de vista, relato de caso, comu- nicação breve, carta ao editor, imagem, ciência & tecnologia e artigo especial. Editorial – Refere-se a assuntos selecionados em cada número da revista pela sua importância para a comunidade científica. Geralmente, são redigidos pelo Editor chefe ou en- comendados a especialistas de destaque na área de interesse. Artigo Original – Estão incluídos aqui, estudos con- trolados e randomizados, estudos observacionais, registros, bem como pesquisa básica com animais de experimentação. Os artigos originais devem conter, obrigatoriamente, as se- guintes seções: Introdução, Métodos, Resultados, Discus- são, Conclusões, Referências, Resumo e Abstract. O núme- ro de referências não deve exceder quarenta. Artigo de Revisão (a convite ou a critério do Editor) – Avaliações críticas e ordenadas da literatura de temas de importância clínica. A convite do Corpo Editorial, assunto de interesse para os leitores, será solicitada para renomado Especialista. A Revista ABTPé também aceita artigos de re- visão enviados pela comunidade científica. As Referências especificamente desses artigos devem ser atuais, preferen- cialmente publicadas nos últimos dez anos, em número má- ximo de quarenta referências. Artigo de Reflexão – É a apresentação de um artigo relevante publicado na especialidade. Especialistas são con- vidados, pelo Editor, para comentar a respeito do referido artigo, seus pontos positivos e negativos, metodológicos, conceituais, sua aplicabilidade clínica e relevância. Devem apresentar no máximo dez referências. Relato ou estudo de Caso – Descrição de casos envol- vendo pacientes, ou situações singulares, doenças raras ou nunca descritas, assim como formas inovadoras de diagnós- tico ou tratamento. O texto em questão aborda os aspectos relevantes que devem ser comparados com os disponíveis na literatura não ultrapassando dez referências. Comunicação Breve – Pequenas experiências que te- nham caráter de originalidade. Carta ao Editor – Diálogo Científico e Comentá- rios – Devem comentar, discutir ou criticar artigos publica- dos na própria Revista, ou versar sobre outros temas de in- teresse geral. É possível uma resposta dos autores do artigo em questão que será publicada junto à carta. Artigo Especial (a convite do editor) – Artigos não clas- sificáveis nas categorias anteriormente descritas, mas conside- rados relevantes na especialidade pelo Conselho Editorial. A Revista ABTPé dará prioridade de publicação aos artigos classificados como originais. Os artigos po- derão ser escritos em Português, Inglês, Espanhol e serão publicados na versão impressa, na língua original que Instruções aos Autores vi o manuscrito foi enviado, podendo ser disponibilizados também na versão eletrônica através do site, assim como em outros meios eletrônicos que surjam no futuro, sen- do que essas publicações já implicam na anuência prévia dos autores. REQUISITOS TÉCNICOS Pesquisa com seres humanos e animais Os autores devem, na seção Métodos, informar se a pesquisa foi aprovada pela Comissão de Ética em Pes- quisa de sua Instituição, em consoante à Declaração de Helsinki. Nos trabalhos experimentais envolvendo ani- mais, as normas estabelecidas no “Guide for the Care and Use of Laboratory Animals” (lnstitute of Laboratory Animal Resources, National Academy of Sciences, Washington, O.C., 1996) e os Princípios éticos na experimentação animal do Colégio Brasileiro de Experimentação Animal (COBEA) devem ser respeitados. Os trabalhos de pesquisas que envolvem seres humanos devem ser encaminhados juntamente com uma cópia do “Termo de Consentimento Livre e Informado” Direitos autorais Os autores dos manuscritos aprovados deverão encami- nhar, previamente à publicação, declaração escrita e assinada por todos os co-autores de transferência de direitos autorais e de responsabilidade pelo envio da publicação, seguintes termos: “O(s) autor(es) abaixo assinado(s) transfere(m) todos os direitos autorais do manuscrito (título do artigo) à Revista ABTPé. O(s) signatário(s) garante(m) que o artigo é original, que não infringe os direitos autorais ou qualquer outro direi- to de propriedade de terceiros, que não foi enviado para pu- blicação em nenhuma outra revista e que não foi publicado anteriormente. O(s) autor(es) confirma(m) que a versão final do manuscrito foi revisada e aprovada por ele(s)”. Todos os manuscritos publicados tornam-se proprieda- de permanente da Revista ABTPé e podem ser publicados com o consentimento por escrito do editor. Critérios de Autoria Sugerimos que sejam adotados os critérios de autoria dos artigos segundo as recomendações do ICMJE. Assim, apenas aquelas pessoas que contribuíram diretamente para o conteúdo intelectual do trabalho devem ser listadas como autores. Os autores devem satisfazer a todos os seguintes critérios, de forma a poderem ter responsabilidade pública pelo conteúdo do trabalho:• ter concebido e planejado as atividades que levaram ao trabalho ou Interpretado os resultados a que ele chegou, ou ambos; • ter escrito o trabalho ou revisado as versões sucessivas e participado no processo de revisão; • ter aprovado a versão final. Exercer posição de chefia administrativa, contribuir com pacientes e coletar e agrupar dados, embora importantes para a pesquisa, não são critérios para autoria. Outras pes- soas que tenham feito contribuições substanciais e diretas ao trabalho, mas que não possam ser consideradas autores, podem ser citadas na seção Agradecimentos. Conflitos de Interesse Quando existe alguma relação entre os autores e qualquer entidade pública ou privada que pode derivar algum conflito de interesse, esta possibilidade deve ser comunicada em carta a par- te para o Editor, que garantirá a confidencialidade da declaração; Reprint Com base nas normas adotadas do ICMJE – a publi- cação secundária devido a muitas outras razões, na mesma língua ou em outra língua, especialmente em outros países, é justificável e pode ser benéfica, desde que as condições des- critas no editorial sejam preenchidas. PREPARO DO MANUSCRITO Primeira página Identificação. Título do trabalho de maneira concisa e descritiva, em português e inglês. Nome completo, sem abreviações, de todos os autores, titulação acadêmica e ins- tituição a que pertencem por extenso, endereço completo, inclusive telefone, fax e e-mail do autor principal, data do envio e órgão financiador da pesquisa, se houver. Se o trabalho foi apresentado em congresso ou é parte de uma tese ou dissertação, deve ser mencionado o nome do congresso, local e data da apresentação ou instituição e data da defesa da tese. Segunda página: Resumo/Abstract. Deve ser estruturado contendo: Ob- jetivo, Métodos, Resultados, Conclusões/Objective, Methods, Results, Conclusions). Deve conter informações facilmente compreendidas sem necessidade de recorrer-se ao texto. O verbo deve ser apre- sentado no passado para os resultados, e no presente para generalização. Utilizar sempre que possível número em lugar vii de percentagem. Não usar: os autores apresentam, os achados são apresentados, ou o tratamento é discutido, e semelhantes. O resumo de artigo original, deve ter no máximo 250 palavras. O resumo de artigo de revisão deve ter no máximo de 250 pa- lavras e apresentar os principais conceitos contidos no texto. O resumo de relato de caso, com o máximo de 100 palavras, deve mostrar a originalidade do caso e seus aspectos clínicos, laboratoriais diagnósticos e terapêuticos mais importantes. Também devem ser incluídos no mínimo 3 descritores ou palavras chave com a respectiva tradução para o inglês: Keywords. Esses descritores podem ser consultados nos endereços eletrônicos: http://decs.bvs.br/ que contém termos em português, espanhol ou inglês, ou http://www. nlm.nih.gov/mesh, para termos somente em inglês. Terceira página Texto: Para os artigos originais e de pesquisa, o ma- nuscrito deve ser conter: Introdução, Métodos, Resultados e Discussão e Referências. Para os Relatos de casos, o manuscrito deve con- ter: uma breve Introdução, Descrição do Caso, Discussão e Referências. Os demais tipos de manuscrito, seguem a estrutura te- mática proposta pelo autor. CITAÇÕES NO TEXTO Em todas as categorias de Manuscrito, as citações no texto devem ser feitas numérica e seqüencialmente, por or- dem de aparecimento no texto. Se forem citadas mais de duas Referências em seqüência, apenas a primeira e a última devem ser digitadas, separadas por um traço. Exemplo: (7-11). Em caso de citação alternada, todas as referências devem ser digitadas, separadas por vírgula. Exemplo: (7,11,16). Agradecimentos Opcional. Devem ser concisos e apresentados no final do texto, indicando os nomes das pessoas ou instituições que contribuíram na fase intelectual ou técnica do trabalho, bem como as agências de fomento que contribuíram com a pesquisa, que resultaram no artigo publicado. Tabelas Devem ser apresentadas apenas para a efetiva compre- ensão do trabalho, não contendo informações redundan- tes já citadas no texto e numeradas por ordem de apare- cimento. Devem ser apresentadas em página separadas e configuradas em espaço-duplo. Devem ser enumeradas em numeral arábico e conter um título curto. Utilize a mesma fonte que a utilizada no texto. Indicar os marcadores de rodapé na seguinte ordem: *, t, *, §, 11, #, **. Não use linhas verticais entre as colunas. Use linhas ho- rizontais apenas na parte superior e inferior do cabeçalho na parte inferior da tabela. As abreviações utilizadas na tabela devem ser definidas no rodapé da própria tabela. Figuras Para a submissão, as figuras devem ter boa resolução para serem avaliadas pelos revisores, preferencialmente em forma- to JPEG, podendo ser enviadas também em PDF, TIFF/Gif. As legendas das figuras devem permitir sua perfeita compreen- são, independente do texto. Devem ser enumeradas em nu- meral arábico e conter um título curto. As abreviações usadas nas ilustrações devem ser explicitadas nas legendas. Referências Citar no item Referências, somente os trabalhos consul- tados e citados no texto. As referências devem ser numera- das seqüencialmente, conforme citadas no texto. Citar todos os autores, quando até seis; acima deste nú- mero, citam-se os seis primeiros seguidos de et al. O título abreviado do periódico deve estar em conformidade com o as abreviaturas de periódicos do Medline. Seguem exemplos dos principais tipos de referências bibliográficas. Para outros documentos consultar o site: http://www.icmje.org/ Material Impresso Artigo de Revista: Attar F, Selvan D, Machin D, Shariff R, Geary NP. Perioperative changes in the microcirculation in feet after foot and ankle surgery. J Foot Ankle Surg. 2007;46(4):238-41. Reid KS, Martin BD, Duerksen F, Nicolle LE, Garrett M, Simonsen JN, et al. Diabetic foot complications in a northern Canadian Aboriginal community. Foot Ankle Int. 2006;27(12):1065-73. Instituição como autor: The Foot Society of Australia and New Zealand. Sciatic nerve injury following intramuscular injection: a case report and review of the literature. J Neurosci Nurs. 2006;38(4):238-40. Sem Indicação de autoria: Orthopedic in South Africa [editorial]. S Afr Med J. 1994; 84(1):15. viii Capítulo do Livro: Mylek WY. Endothelium and its properties. In: Clark BL Jr. editor. New frontiers in surgery. New York: Mc Graw - HiIl; 1998. p. 55-64. Livro: Sutton MG St J, Oldershaw PJ, Ketler MN, editors. Textbook foot and anjle. Cambridge (MA): Blackwell Science; 1996. Tese: Takimura CK. Correlação das variáveis geométricas de lesões do tornozelo com achados ultra-sonográficos [tese ]. São Paulo: Universidade de São Paulo; 2003. Eventos: Silva HH. Pé torto congênito In: 45º. Congresso Brasileiro de Atualização em Cirurgia Ortopédica; 1995; São Paulo. Anais. São Paulo: Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé; 1995. p.27-9. Minna JD. Recents advances for potential clinical importance in the biology of lung cancer. In: Annual Meeting of the American Medical Association for Cancer Research: 1984 Sept 6-10. Proceedings. Toronto: AMA; 1984. v. 25. p. 293-4. Material Eletrônico Artigo de Revista: Morse SS. Observations on the fibrous retinacula of the heel pad. Foot Ankle Int [serial on the Internet]. 2006 [cited 2006 Dez 5];27(8): [about 4 p.]. Available from: http://www. cdc.gov/ncidod/EID/eid.htm. Livros: Tichenor WS. Observations on the fibrous retinacula of the heel pad [monograph on the Internet]. New York: Health On The Net Foundation; 1996. [cited 2005 May 27]. Available from: http://www.sinuses.com Capítulo do Livro: Tichenor WS.Radiographic comparison of standing medial cuneiform arch height in adults with and without acquired flatfoot deformity In: Tichenor WS. Foot: treatment [monograph on the Internet]. New York: Health On The Net Foundation; 1996. [cited 2005 May 27]. Available from: http://www.sinuses.com/postsurg.htm. Tese: Fernandes TD. Avaliação biométrica comparativa do tálus no pé equinovaro congênito [tese]. São Paulo: Universidade de São Paulo; 1994. [citado 2006 Jun 10]. Disponível em: http://servicos.capes.gov.br Eventos: Barata RB. Epidemiologia no século XXI: perspectivas para o Brasil [texto na Internet]. In: 4º Congresso Brasileiro de Epidemiologia; 1998 Ago 1-5; Rio de Janeiro. Anais eletrônicos. Rio de Janeiro: ABRASCO; 1998. [citado 2005 Jan 17]. Disponível em: http://www.abrasco.com.br/epirio98. Homepage / Website Cancer-Pain org [homepage on the Internet]. New York: Association of Cancer Online Resources, Inc.; c2000 [update 2002 May 16; cited 2002 Jul 9]. Available from: http://www. cancer-pain.org/ ENVIO DO MATERIAL Todos os artigos devem vir acompanhados por uma Carta de Submissão, sugerindo a Seção em que o artigo deva ser in- cluído; declaração do autor de que todos os co-autores estão de acordo com o conteúdo expresso no trabalho, explicitando presença ou não de conflito de interesse* e a inexistência de problema ético relacionado. A carta de submissão deve conter o número de palavras contidas no texto (excluindo Tabelas e Figuras), o número de Tabelas e Figuras. Sempre que possível, os artigos devem ser submeti- dos à publicação por correio eletrônico (e-mail). Entre- tanto, na impossibilidade de envio pela Internet, três có- pias do material, incluindo texto e ilustrações, bem como disquete e/ou CD identificado poderão ser enviadas por correio convencional. Formatos de submissão: texto em Word (preferível), Word Perfect. Figuras devem ser submetidas como JPEG (preferível), PDF, TIFF/Gif, Adobe photoshop, Excel, Word, Word Perfect. REVISTA ABTPÉ Editor: Antonio Egydio de Carvalho Junior Rua São Benedito, 1050 - Santo Amaro 04735-002 - São Paulo - SP Telefax: (11) 3082-2518 / 3082-6919 email: abtpe@abtpe.org.br Resumo Objetivo: Avaliar a eficácia e as possíveis complicações no tratamento das rupturas agudas do tendão calcâneo empregando o método cirúrgico de Bosworth modificado em adultos, esportistas amadores. A técnica cirúrgica para reparo do tendão de Aquiles roto idealizado por Bosworth tem sido abandonada devido ao amplo acesso cirúrgico exigido pelo méto- do. Métodos: Neste estudo foram entrevistados e examinados 18 adultos, esportistas ama- dores, com ruptura total do tendão, submetidos a esse procedimento com o objetivo de avaliar a sua eficácia e possíveis complicações. Resultados: Nesta avaliação, 13 pacientes (72,2%) retornaram ao mesmo nível de atividade física, e 5 pacientes (27,7%) não. Desses, dois pacientes (11,1%) apresentaram infecção superficial e deiscência, ambos com boa evo- lução e nenhum caso de rerruptura foi observado. Dor, perda de força ou diminuição da mobilidade não foi uma queixa comum sendo a estética proporcionada pela ampla cicatriz o fator avaliado com maior índice de insatisfação. Todos os entrevistados se submeteriam ao mesmo procedimento. Conclusão: A técnica de Bosworth modificado proporcionou bons resultados funcionais, na qual a estética demonstrou uma limitação ao seu uso, sendo uma opção válida a adotar no tratamento das rupturas agudas do tendão calcâneo. Descritores: Tendão do calcâneo/cirurgia; Tendão do calcâneo/lesões; Procedimentos cirúrgicos operatórios/métodos; Procedimentos cirúrgicos operatórios/efeitos adversos Abstract Objective: To evaluate the efficacy and possible complications in the treatment of acute Achilles tendon ruptures using the surgical method of Bosworth modified for adults, ama- teur sportsmen. The surgical technique for healing of Achilles tendon ragged idealized by Bosworth has been abandoned due to the broad surgical access required by the method. Methods: In this study, 18 adults, sports enthusiasts, were interviewed and examined, with total tendon rupture, subjected to this procedure to assess the effectiveness and pos- sible complications. Results: In this assessment, 13 patients (72.2%) returned to the same level of physical activity, and 5 patients (27.7%) did not return. Two patients (11.1%) had superficial infection and dehiscence, both with good development and no case of rerupture was observed. Pain, loss of strength or mobility reduction was not a common complaint being aesthetics afforded the factor assessed with lesser satisfaction. All patients would Trabalho realizado no Serviço de Cirurgia do Pé e Tornozelo da Faculdade de Medicina de Rio Preto – FAMERP/FUNFARME – Hospital de Base – São José do Rio Preto (SP), Brasil. 1 Estagiário do Serviço de Cirurgia do Pé e Tornozelo da Faculdade de Medicina de Rio Preto – FAMERP/FUNFARME – Hospital de Base – São José do Rio Preto (SP), Brasil. 2 Chefe do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina de Rio Preto – FAMERP/FUNFARME – Hospital de Base – São José do Rio Preto (SP), Brasil. 3 Assistente do Serviço de Cirurgia do Pé e Tornozelo da Faculdade de Medicina de Rio Preto – FAMERP/FUNFARME – Hospital de Base – São José do Rio Preto (SP), Brasil. 4 Médico Residente do Serviço de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina de Rio Preto – FAMERP/FUNFARME – Hospital de Base – São José do Rio Preto (SP), Brasil. Correspondência André Luiz de Oliveira Rua Sete de Setembro 4.050 – apartamento 151 CEP 85811-050 – Cascavel (PR), Brasil. E-mail: andre150581@hotmail.com Data de recebimento 20/02/2010 Data de aceite 14/06/2010 Artigo originA l Tratamento cirúrgico da ruptura aguda do tendão calcâneo com o método de Bosworth modificado em esportistas amadores Surgical treatment of the acute rupture of the Achilles tendon with the method of modified Bosworth in amateur sportsmen André Luiz de Oliveira1, Helencar Ignácio2, Márcio Gomes Figueiredo3, João Ricardo Gonçalves Montanha4 Rev ABTPé. 2010; 4(1): 40-51. Oliveira AL, Ignácio H, Figueiredo MG, Montanha JRG 41 INTRODUÇÃO As rupturas do tendão de Aquiles têm sido documen- tadas desde a época de Hipócrates(1), e coube à Ambroise Paré(2) sua primeira descrição em 1575. Elas são relativamen- te comuns com aumento contínuo de sua incidência sendo uma das lesões tendinosas mais frequentes(3). É mais comum no sexo masculino entre a terceira e quarta década de vida(4,5), no lado esquerdo(3,6), trabalhador sedentário, ou seja, que exige uma menor demanda funcio- nal; e que pratica atividade física ocasionalmente(3,7). A etiologia da ruptura espontânea do tendão calcâneo vem sendo discutida e tem sido associada a doenças infla- matórias, infecciosas, neurológicas, autoimunes(8,9) ao uso de quinolonas(8,10) e de corticosteroides(8,9,11), não existindo consenso quanto à melhor alternativa para o tratamento da ruptura aguda do tendão calcâneo; podendo ser cirúrgica e não-cirúrgica(12-21). O tratamento cirúrgico tem a desvantagem de com- plicações como: infecção, deiscência de sutura e lesão do nervo sural; porém, com menor taxa de rerruptura (mé- dia 4%) comparado com o tratamento não-cirúrgico que, apesar de não apresentar os riscos decorrentes da cirurgia, apresenta uma taxa média de 18% de rerruptura, além de alongamento residual do tendão com consequente fraque- za muscular(12-21). Várias técnicas cirúrgicas têm sido discutidas na literatu- ra, cada uma demonstrando suas vantagens e desvantagens. OBJETIVO O objetivo do trabalho foi avaliar a eficácia e as possíveis complicações no tratamento das rupturas agudas do tendão calcâneo, empregando o método cirúrgico de Bosworth(22) modificado em adultos eesportistas amadores. MÉTODOS Foram avaliados pelos autores 18 pacientes do sexo masculino, com média de idade de 45 anos (de 28 a 62 anos) submetidos ao procedimento de Bosworth modificado entre maio de 2002 e julho de 2007 com seguimento médio de 47 meses (de 27 a 69) no Hospital de Base da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Tabela 1). Foi aplicado o protocolo desenvolvido pelos autores a todos pacientes (Anexo 1). Com relação à atividade profissional, 6 (33,3%) pa- cientes foram classificados como trabalhadores com maior demanda funcional (um metalúrgico, um construtor, um eletricista, um vigilante e dois seguranças) e os demais, 12 (66,6%); trabalhadores dito de escritório, ou seja, com uma menor exigência física no seu trabalho (Tabela 1). O período entre a lesão e a cirurgia foi, em média, 12 dias (1 a 60), e esse método cirúrgico para ruptura com mais de 30 dias de evolução foi utilizado em três casos (16,6%). O lado dominante foi afetado em 6 pacientes (33,3%) e o lado não-dominante em 12 (66,6%) (Tabela 1). O trau- ma indireto foi responsável por 94,4% (17 casos) e o direto em 5,5% (1 caso) e a atividade exercida no momento foi o futebol em 10 pacientes (55,5%), tênis em 1 (5,5%), falseio na deambulação em 3 (16,6%), vôlei em 1 (5,5%), escorre- gamento em 1 (5,5%), corrida em 1 (5,5%) e trauma direto (acidente motociclístico) em 1 (5,5%) (Tabela 1). Todos os pacientes realizavam alguma atividade esporti- va; 5 (27,7%) praticavam-na 1 vez por semana; 3 (16,6%), 2 vezes por semana; 5 (27,7%), 3 vezes por semana e outros 5 (27,7%), 4 ou mais por semana, sendo o futebol o esporte predominante, praticado por 15 (83,33%) pacientes (Tabela 1). O índice de massa corpórea (IMC)(23) foi obtido por meio de um cálculo de peso: altura2. Foi aferida a altura do paciente em metros no momento do exame e questionado um valor estimado sobre seu peso previamente à lesão. A média foi 26,55 (de 21,3 a 32) com 6 (33,3%) considerados com peso normal (18,5-24,9), 10 (55,5%) com sobrepeso (25-29,9) e três (16,6%) com obesidade grau 1 (30-34,9) (Tabela 1). Como sintomas subjetivos prévios, avaliaram-se dor, sensação de fraqueza ou perda de força e sensação de perda de mobilidade ou movimento. O paciente graduou esses 3 itens de 0 a 10 com o auxílio da escala de faces de Bieri et al.(24), sendo 0 como ausência de dor, fraqueza e mobilidade normal; e 10 como dor, fraqueza intensa e perda de mobili- dade máxima. A dor foi graduada como 0 por 13 pacientes (72,2%) e 5 (27,7%) graduaram-na entre 2 e 4. Sensação de make the same procedure again. Conclusion: The technique of Bosworth modified gave good functional results, in which aesthetics showed a limitation to its use, being a valid option to adopt in the treatment of Achilles tendon rupture. Keywords: Achilles tendon/surgery; Achilles tendon/injuries; Surgical procedures, operative/methods; Surgical procedures, operative/ adverse effects Rev ABTPé. 2010; 4(1): 40-51.42 Tratamento cirúrgico da ruptura aguda do tendão calcâneo com o método de Bosworth modificado em esportistas amadores fraqueza foi graduada como 0 por 16 pacientes (88,8%), 1 (5,5%) como 4 e 1 (5,5%) como 6. A sensação de perda de mobilidade foi 0 para todos pacientes (Gráfico 1). Lesão prévia foi referida por 2 (11,1%) pacientes (um com fratura de tíbia 12 anos prévios à ruptura, tratado com gesso e 1 com lesão de ligamento cruzado anterior operado 7 anos prévios à lesão, ambos ipsilateral à ruptura do tendão calcâneo. Verificou-se 1 (5,5%) paciente diabéticos insulino dependente; 1 (5,5%) hipotireideo repondo hormônio; 1 (5,5%) hipertenso em tratamento; 1 (5,5%) com dermatite atópica o qual fez uso de corticoide por 7 anos e 1 (5,5%) referiu uso de anabolizantes em academia por 6 anos conse- cutivos. Apenas 1 (5,5%) apresentava dificuldade no uso de calçado e 3 (16,6%) eram tabagistas (Tabela 2). Nome Sexo Idade Profissão Data da lesão Data da cirurgia Seguimento (em meses) Mecanismo de trauma, atividade exercida no momento e esporte praticado IMC Lado dominante Lado da lesão AC M 39 Metalúrgico 12/8/2004 12/14/2004 59 Indireto/futebol/ futebol 27,7 D D AG M 51 Comerciante 3/10/2004 5/11/2004 66 Indireto/futebol/ futebol 24,5 D E AJP M 61 Zelador 2/8/2004 2/11/2004 69 Indireto/ escorregamento/ corrida+musculação 30,2 D E CALO M 44 Vigilante 8/27/2005 1/9/2005 50 Indireto/falseio caminhando/futebol 25 D E DR M 62 Aposentado 7/23/2002 7/26/2002 63 Indireto/falseio caminhando/futebol 23,9 D E GMS M 42 Construtor 1/10/2007 1/22/2007 33 Indireto/iniciando corrida/futebol 30,5 D D GABM M 37 Funcionário público 6/3/2006 6/19/2006 40 Indireto/futebol/futebol 21,3 D E JLO M 44 Funcionário público 6/9/2007 6/21/2007 28 Indireto/futebol/futebol 24,8 D E JOS M 46 Segurança 5/17/2002 6/27/2002 64 Indireto/futebol/futebol 26,1 D E LMC M 42 Comerciante 9/22/2006 9/29/2006 38 Indireto/tênis/tênis +musculação 28,3 D D MAD M 43 Empresário 11/5/2005 11/6/2005 48 Indireto/futebol/ futebol 26,8 E E NDR M 45 Supervisor 11/26/2006 12/11/2006 35 Indireto/falseio caminhando/futebol 26,7 D D JCS M 46 Eletricista 1/12/2004 10/2/2004 69 Direto/acidente motociclístico/ futebol+musculação 26,6 D E PCB M 49 Comerciante 6/19/2006 6/21/2006 43 Indireto/futebol/futebol 24 D E SAT M 45 Comerciante 7/16/2005 8/29/2005 50 Indireto/futebol/futebol+musculação 27 D D VJGT M 43 Engenheiro agrônomo 11/10/2006 11/14/2006 36 Indireto/futebol/futebol 27,2 D E WCJ M 28 Segurança 7/12/2007 7/19/2007 27 Indireto/voleibol/ voleibol+musculação+artes marciais 32 D E YHN M 51 Farmacêutico 7/15/2007 7/18/2007 27 Indireto/futebol/ futebol 25,3 D E Tabela 1 - Dados pessoais M: masculino; D: direito ; E: esquerdo. 0 1 2 3 4 5 6 7 Dor Fraqueza Mobilidade Dor Fraqueza Mobilidade AC 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 02 43 30 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 00 60 00 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 00 00 00 AG AJP CALO DR GMS GABM JLO JOS LMC MAD NDR JCS PCB SAT VJGT Gráfico 1 - Sintomas pré-operatorios Rev ABTPé. 2010; 4(1): 40-51. Oliveira AL, Ignácio H, Figueiredo MG, Montanha JRG 43 O diagnóstico foi realizado por meio da história, do exa- me físico e de exames complementares. Todos os pacientes foram submetidos às radiografias em busca de proeminência óssea na região posterosuperior do calcâneo e calcificações intratendíneas. A ultrassonografia evidenciou lesão total do tendão de calcâneo de localização não-insercional. Técnica cirúrgica Os pacientes foram operados com raquianestesia, posi- cionados em decúbito ventral e usou-se garrote pneumático na raiz da coxa após exsanguinação. Realizou-se uma incisão longitudinal central de 1 cm da inserção distal do tendão calcâneo prolongando proximal- mente entre 15 e 20 cm ou mais, dependendo do tamanho da lesão encontrada (Figura 1). Após a dissecção por planos, o nervo sural foi encontra- do e isolado (Figura 2) e a porção degenerada do tendão foi debridada, retirando-se tecido inviável observado macros- copicamente, o que resultou numa diastase entre os cotos (Figura 3). O pé foi colocado na posição neutra e mediu-se a di- ástase entre os cotos. Foi acrescentado 4 a 5 cm a essa me- dida (2 cm para cobrir a porção sobreposta proximal e 2 a 3 cm para sutura do coto rebatido com a inserção distal do tendão (Figura 4). Um retalho do tendão de aproximadamente 3 cm de lar- gura e comprimento de acordo com o defeito foi extraído do tendão, mantendo inserido distalmente; fletido sobre si mesmo para iniciar-se a sutura (Figura 5). O tensionamento apropriado faz com que ao final do procedimento o pé permaneça com cerca de 15° de flexão plantar em repouso (Figura 6). O coto distal foi suturado ao retalho com fio inabsorví- vel (Ethibond 2) por quatro pontos separados de
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