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Ra ya nn e P ers i Resumo Rayanne Persi - ano 2023 - Internato Clínica Cirúrgica → Invaginação Intestinal ou Intussuscepção intestinal: Conceito: É uma invaginação da parede intestinal para dentro de sua luz. Introdução: É uma das causas mais comuns de obstrução intestinal em crianças; É a 2º causa mais comum de dor abdominal após constipação; Tem uma predominância na área íleo ceca l. Epidemiologia : ● Acomete de 1-4:2000 crianças ● Predominante no sexo masculino ● 75% das crianças menores que 2 anos, tem causa idiopática ● Predominância em incidências sazonal → infecções virais (respiratória ou gastrointestinal) Fisiopatologia: O intestino invaginado, leva seu mesentério para dentro da luz, causando uma angulação e a compressão entre as camadas dos intestinos; Podendo levar a edema → compressão venosa → congestão → estase → extravasamento de muco e sangue → fezes em geleia de morango / framboesa E a isquemia pode evoluir para necrose em cerca de 72h. Classificação: São 4 tipos: Geral: ● Permanente = fixo ( cerca de 80% dos casos) ● Intermitente = redução espontânea (cerca de 20% dos casos) Específico: ● Idiopático = 95% dos casos ● Patológico = 4% ● Pós operatório = 1% Anatômico: ● Ileocólico = 85% ● Íleo Ileocolic = 10% ● Apendicocolico / cecocolico /ccolocolico = 2,5% ● Jejunoileal / ileoileal = 2,5% Outros: ● Recorrentes = 5% ● Neonatais = 0,3% Ra ya nn e P ers i Resumo Rayanne Persi - ano 2023 - Internato Clínica Cirúrgica As invaginações idiopáticas, são causadas pelo aumento das Placas de Peyer, que sofrem ação principalmente devido ao adenovírus e rotavírus, servindo como a cabeça para a invaginação. E elas ficam principalmente no íleo terminal. Já as invaginções parotologicos tem origem principalmente devido aos: ● Divertículo de Meckel ● Pólipo intestinal ● Duplicação intestinal ● Trauma abdominal E doenças como Fibrose Cística, púrpura de Henoch-Schonlein, doença celíaca, polipose familiar levam a um espessamento multifocal da parede intestinal que altera a motilidade, sendo origem para a invaginação. Quadro Clínico: ● Dor abdominal - 85% ● Vômito - 80% ● Massa abdominal - 65% ● Evacuação com sangue e muco (fezes em framboesa / geleia de morango) - 60% A maioria chega com sintomas de até 24h. Todavia, mais difícil chegar com os 4 sintomas ao mesmo tempo, apenas 30% dos casos, isso significa uma doença mais tardia. Ou seja, o quadro típico será a criança que chega com uma dor abdominal súbita e intermitente, de forte intensidade, em cólica. Se for bebe, encolhe as pernas. No exame físico, às vezes conseguimos palpar uma massa abdominal em formato de salsicha, na maioria das vezes no quadrante superior direito. Com a fossa ilíaca direita vazia ( Sinal de Dance ). Diagnóstico: Predominantemente clínico! Mas exames de imagem podem ajudar. Raio x de abdome: difícil observação. USG do abdome: é o mais utilizado. Onde veremos uma massa abdominal 3 - 5 cm, com sinal do alvo ou da rosquinha corte transversal, ou sinal do pseudo-rim no corte longitudinal. Tratamento: Inicialmente estabilização clínica; Tratamento não operatório: hidrostático / pneumático por escopia /US. Há contraindicações como: ● Desidratação ● Choque ● Peritonite ● Sinais de perfuração ● Menores de 2 anos (idiopáticos) Tratamento cirúrgico: ● Falha no tratamento não cirúrgico ● Cabeça da invaginação com origem patológica Escolha e laparotomia ou laparoscopia → Enterocolite Necrotizante: Conceito: É uma doença inflamatória intestinal adquirida, que acomete quase exclusivamente os recém nascidos. É a principal causa de mortalidade neonatal e urgência cirúrgica. Ra ya nn e P ers i Resumo Rayanne Persi - ano 2023 - Internato Clínica Cirúrgica Epidemiologia: ● Ocorre em 1 - 3 casos a cada 1000 nascidos vivos ● Acomete principalmente, os prematuros e com baixo peso. ● Nos bebês a termo, ocorre de 7 - 13% ● Está associado a dieta com fórmula. Pois o leite materno é um agente protetor devido aos hormônios do crescimento trófico intestinal, é um fator que estimula a maturação intestinal, além de induzir a colonização de bactérias não virulentas, oferece vitaminas, antioxidantes , componente de imunidade celular e humoral e mediadores anti-inflamatórios. Patologia: Pode acometer uma ou mais porções / segmentos intestinais. E atinge principalmente o íleo terminal e o cólon. A lesão mais comum é a necrose de coagulação. Quadro Clínico: ● Distensão abdominal (70 - 98% dos casos) ● Sangramento retal (79 - 86%) ● Resíduo gástrico pós alimentar (70%) ● Vômito (70%) ● Diarreia (2 - 26%) Diagnóstico: Laboratório: ● Neutropenia ● Trombocitopenia (gram negativo) ● Acidose metabólica Exames de Imagem: ● Raio x de abdome podemos encontrar: ○ Distensão de alças ○ Pneumatose intestinal (bolhas ou lineares) ○ Gás na veia porta ○ Pneumoperitônio ○ Fluido intraperitoneal ou alça fixa Ra ya nn e P ers i Resumo Rayanne Persi - ano 2023 - Internato Clínica Cirúrgica ● USG de abdome podemos encontrar: ○ Identificação de alça necrótica ○ Líquido livre ○ Ar em veia porta ○ Bolha no parênquima hepático ○ Afilamento da parede intestinal ○ Redução da perfusão da parede intestinal ● RNM de abdome: começou a ser usado recentemente, porém é limitado, por conta da anestesia que tem que fazer. Além de não ter tantos estudos com RNM. Classificação: O sinal radiológico do IA suspeitado e IB é normal ou aparece uma dilatação intestinal. Ja o sinal radiológico do IIA, apresenta dilatação intestinal, íleo, pneumatose intestinal; O sinal radiológico do IIB e o IIIA é igual ao IIA porém tem presença de ascite. O sinal radiológico do IIIB temos dilatação intestinal, íleo, pneumatose intestinal + ascite + pneumoperitônio. Tratamento: Depende do estágio. Estágio I e II: ● Clínico = sem sinais de complicações ○ Jejum ○ Sonda gástrica aberta (para descomprimir o estômago) ○ Hidratação venosa ○ Antibioticoterapia ○ Controle laboratorial e radiológico por cerca de 7 - 14 dias ● Cirúrgico ○ Pneumoperitônio ○ Paracentese positiva ○ Massa abdominal palpável ○ Eritema de parede abdominal ○ Gás em veia porta ○ Alça intestinal fixa ○ Piora clínica apesar de tratamento clínico intensivo Complicações: ● Estenose ● Má absorção intestinal e intestino curto Ra ya nn e P ers i Resumo Rayanne Persi - ano 2023 - Internato Clínica Cirúrgica ● Doença prolongada hepática colestática (NPP e jejum prolongado) ● ECN recorrente 4-6% ● Úlcera da anastomose → Megacolon Congenito: Conceito: é uma região afetada que não há peristalse, levando a obstrução da sua luz. Introdução: É uma condição reconhecida há séculos - sua primeira descrição foi no século 17; É caracterizada pela ausência de células ganglionares do plexo mioentérico e submucoso do intestino distal . A maioria ocorre no retossigmoide . Pode acomete 1 a cada 5000 nascidos vivos; Quadro Clínico: ●Obstrução neonatal (50 90% dos casos) ● Constipação crônica ● Enterocolite A obstrução crônica mostra uma: ● Distensão abdominal ● Vômito bilioso ● Intolerância alimentar ● Eliminação tardia do mecônio (após 24h) ● Raramente apresenta perfuração cecal ou do apêndice cecal Aenterocolite pode cursar com: ● Febre (em 10% dos casos) ● Distensão abdominal ● Diarreia ● Estase fecal (devido ao Clostridium difficile ou rotavírus) Diagnóstico: Exame de Imagem: Enema = veremos um cone de transição 90% dos casos. Como é esse processo? Colocaremos uma sonda, e injetaremos contraste Manometria anorretal = veremos uma ausencia de reflexo de relaxamento do esfincter interno anal em resposta a dlatação retal (pouco disponivel, melhor para crianças maiores e com diagnostico de constipação de dificil manejo → evita biopsia) Biópsia retal = é o Padrão Ouro. Mostra a ausencia de celulas ganglionares no plexo mioentérico e submucoso Tratamento: Preparação pré-cirúrgica: ● Triagem de malformações associadas (principalmente as cardíacas) ● Tratar enterocolite ● Sonda nasogástrica ● Antibioticoterapia Cirúrgica semi-eletiva: ● Colostomia descompressiva ● Abaixamento do cólon Ra ya nn e P ers i Resumo Rayanne Persi - ano 2023 - Internato Clínica Cirúrgica Variantes do Megacólon Congênito: Displasia neuronal intestinal: ● Tipo A = menos comum. Apresenta uma ausência de inervação simpática do plexo mioentérico e submucoso ● Tipo B = displasia do plexo submucoso e espessamento das fibras nervosas e ganglionares Hipoganglionose: presença de células esparsas e pequenas e anormalidade na distribuição de acetilcolinesterase. Acalásia do esfíncter interno Megacólon ultracurto. → Anomalia Anorretal: Incidência: ● Acomete 1 para cada 5000 nascidos vivos ● Predominante em meninos ● O risco aumenta para o segundo filho, cerca de 1% ● Nos pacientes com Síndrome de Down é uma anomalia sem fístula Fístula Retoperineal: Localizado com a maior parte do mecanismo esfincteriano da regiao anal; O diagnóstico é clínico. Fístula Retouretral: É o tipo mais comum. Geralmente ocorre na área bulbar ou prostática. E acima da fístula tem parede comum - quanto mais baixa a fístula maior a parede comum. Se a fístula pegar parede lateral / posterior ela eleva o anus. Fistula Retovesical: Acomete cerca de 10% dos casos de anomalia anorretal; Seu prognóstico é ruim para o controle intestinal, pois envolve a musculatura do elevador do anus, e a musculatura é completa e o esfíncter externo é pouco desenvolvido. Ra ya nn e P ers i Resumo Rayanne Persi - ano 2023 - Internato Clínica Cirúrgica E terão um sacro malformado e curto, com um períneo plano, pelve pouco desenvolvida. Fistula Retoperineal: Ocorre mais em meninas; Ocorre uma boa separação entre o reto e a vagina. É importante na relação anatômica com o mecanismo esfincteriano. Fistula Retovestibular: É a anomalia mais comum nas meninas. E tem bom prognóstico funcional. Apresenta o meato uretral normal, vagina normal com o 3º orifício no vestíbulo. Em 5% dos casos há 2 hemivaginas com septo vaginal. Pode ser corrigido sem colostomia dependendo da experiência do cirurgião. Pode cursar com infecção perineal / deiscência / recorrência da fístula / fibrose → interferindo na função esfincteriana
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